Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Eva Carneiro | FEBRASGO | MINISTÉRIO DA SAÚDE | INTERNATO 2020-2021 PRÉ-NATAL • Número mínimo de 6 consultas pelo MS. • Distribuição: ▪ 1º trimestre: 1; ▪ 2º trimestre: 2; ▪ 3º trimestre: 3. • Intervalo: ▪ Mensal – até 28 semanas; ▪ Quinzenal – 28 a 36 semanas; ▪ Semanal – 36 a 41 semanas. AVALIAÇÃO DO RISCO • Deve ser realizado toda consulta. • Encaminhar para o pré-natal de alto risco, quando: ▪ Doenças sistêmicas (DM, HAS, colagenoses, dentre outras); ▪ Abortamento habitual (≥3 vezes); ▪ Mal passado obstétrico; ▪ Gemelaridade; ▪ Acometimento fetal; ▪ NIC 3 (neoplasia intraepitelial cervical) e ITU de repetição. Encaminhamento às Unidades de Urgência e Emergência: Síndromes hemorrágicas Suspeita de eclampsia Crise hipertensiva (PA>160x110) Aminiorrexe prematura Hemoglobina < 8 Trabalho de parto prematuro Suspeita/diagnóstico de abdome agudo Cefaleia intensa e súbita. SEMIOLOGIA • Exame ginecológico completo + exame das mamas. • Cálculo da idade gestacional (IG): pela DUM e USG. • Ganho de peso: IMC variando conforme a IG – deve ser menor no início da gestação e maior no final. • Altura uterina – serve para triagem de oligodramnia ou polidramnia (também outras condições de restrição do crescimento fetal) → entre 20-32 semanas a altura uterina corresponde a IG em semanas. Caso haja uma discrepância de 3 para mais ou menos, deve-se solicitar uma ultrassom. • PA, pesquisa de edema (principalmente em pacientes com risco de pré-eclâmpsia), batimentos cardiofetais (10-12 semanas no sonar e 20 semanas com o Pirnard) e checar exames. • A partir da segunda metade da gestação já conseguimos saber a posição fetal através das Manobras de Leopold (abaixo). CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) A IG pode ser calculada pela regra de Nagele baseia-se na data da última menstruação (DUM), sendo realizada da seguinte maneira: somar o número de dias corridos desde a DUM até o dia no qual está sendo avaliada a IG e dividir por 7. No caso do cálculo da IG por meio da USG, aquela que com base nos estudos representa a melhor para este cálculo é a USG do 1º trimestre. CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP) Para este cálculo, soma-se 7 ao dia da DUM e 9 ao número referente ao mês em que a 2 Eva Carneiro | FEBRASGO | MINISTÉRIO DA SAÚDE | INTERNATO 2020-2021 DUM ocorreu. Caso a DUM ocorra entre os meses de janeiro e março, é possível apenas subtrair 3 do mês da DUM para encontrar o mês correspondente. Ou, se a DUM ocorreu entre os meses de Janeiro e Março: CÁLCULO DO IMC E ESTIMATIVA DE PESO MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA Técnica: posicionar a gestante em decúbito dorsal com abdome descoberto, delimitar a borda superior da sínfise púbica e fixar a extremidade 0 cm da fita métrica na mesma, com a outra mão posiciona-se a fita entre os dedos indicador e médio procedendo a leitura da fita até a fossa cubital desta mão atingir o fundo uterino. ➔ Com isso, é possível diagnosticar alterações que desencadeiam aumento da altura uterina: polidrâmnio, gemelaridade, macrossomia, etc. ➔ Bem como, uma reduzida correlação auxilia no diagnóstico de patologias como: oligodrâmnio, restrição de crescimento, óbito fetal, etc. PREVENTIVO GINECOLÓGICO (especular) • DEVE ser feito no pré-natal, mesmo nas gestantes de baixo risco. Pois é a chance que teremos de acompanhar a paciente. Pode ser feito desde o preventivo até a biópsia, se necessário, com a pinça de Gayle. • Evita-se procedimentos invasivos por chance de precipitação de parto prematuro (p.ex. leep, conização, etc). • Deve ser realizado na 1ª consulta e sempre que houver queixa de perda de líquido amniótico, leucorreia ou sangramento. • Através deste é possível caracterizar a parede vaginal e uterina, podendo perceber conteúdo vaginal decorrente de infecções ginecológicas e, caso a paciente não tenha realizado preventivo (citologia oncótica) recentemente, faz-se necessário a realização do mesmo com devido seguimento em caso de lesão cervical. EXAMES COMPLEMENTARES 1ª consulta do pré-natal (Obrigatório pelo MS) • Hemograma • Grupo sanguíneo + RH – se vier negativo pedir também o Coombs Indireto • Glicemia/TOTG (24-28 semanas) • Urocultura e Urina tipo 1 • HIV • VDRL • Toxoplasmose • AgHbs 3 Eva Carneiro | FEBRASGO | MINISTÉRIO DA SAÚDE | INTERNATO 2020-2021 (Não obrigatório pelo MS) • TSH/T4L • USG • CMV e Rubéola • Cultura SGB (Streptococo do grupo B) OBS: A imunoglobulina anti-D deve ser administrada entre 28 e 34 semanas de gravidez, em todas as mulheres com coombs indireto negativo e parceiros Rh positivo. Além disso, no puerpério até 72h após o parto, recomenda-se a profilaxia com imunoglobulina anti-Rh, na dose de 300 mcg, para aquelas Rh negativo que tiveram resultado de coombs indireto negativo e recém-nascido Rh positivo. A imunoglobulina também está indicada dentro de 72h após: abortamento, gestação ectópica, gestação molar, sangramento vaginal ou após procedimentos invasivos. ATENÇÃO PARA O RASTREIO DE SGB • 10-30% de prevalência • 35-37 semanas • SWAB Vaginal e retal • Não colher: ▪ Urocultura positiva ▪ História de sepse neonatal (pregressa) – porque ai nesse caso no momento do parto, deve-se fazer a profilaxia para SGB. • Segundo o MS, colhemos amostra da paciente com CULTURA DESCONHECIDA quando possui fatores de risco para SGB: ▪ Febre (intraparto) ▪ TPP (trabalho de parto prematura) ▪ 18h amniorrexe (RPMO) – bolsa rota > 18h • Com cultura positiva: ▪ Indica-se a profilaxia no trabalho de parto (mesmo que a termo); ▪ Em caso de ruptura prematura de membranas ovulares – realiza a profilaxia no mesmo momento; ▪ Em caso de cesárea com bolsa íntegra NÃO HÁ indicação de fazer a profilaxia. • Com a cultura NEGATIVA, ainda que fatores de risco estejam presentes (febre, RPMO>18h, TPP), NÃO é indicado a profilaxia. PROFILAXIA ❖ PENICILINA CRISTALINA 5.000.000 UI, IV (de ataque). Seguidos de 2.500.000 UI, IV – 4/4h de manutenção até o parto. Caso o esquema acima esteja em falta, prosseguir com: ❖ AMPICILINA 2g, IV (de ataque). Seguidos de 1g, IV – 4/4h até o parto. Caso o esquema acima esteja em falta, prosseguir com: ❖ CEFAZOLINA 2g, IV (de ataque). Seguidos de 1g, IV – 6/6h até o parto. Em caso de alergia a essas drogas citadas acima, pode-se utilizar estas abaixo (sem dose de ataque): CLINDAMICINA 900mg, IV – 8/8h OU 600mg, IV – 6/6h. ERITROMICINA 500mg, IV – 6/6h. ORIENTAÇÕES GERAIS NA CONSULTA • Evitar duchas vaginais - a frequência aumenta a ocorrência de vaginose bacteriana – o que aumenta a chance de TPP; • Evitar esforço físico extenuante; • Evitar radiação ionizante – Se necessário pode fazer, como por exemplo RX e TC; • Não há restrição para atividade sexual; • Drogas ilícitas, álcool e cigarro são proibidos; FERRO NA GESTAÇÃO A partir das 20 semanas 4 Eva Carneiro | FEBRASGO | MINISTÉRIO DA SAÚDE | INTERNATO 2020-2021 • HB > 11 (normal) → 1cp de Sulfato ferroso ou 40mg de ferro elementar. • HB 8-11 (anemia) → 3-5cp por dia, ou seja, 120-200mg de ferro elementar. • HB<8 → PRÉ NATAL DE ALTO RISCO. Outros oligoelementos: sem evidência ** **Exceção para ÁCIDO FÓLICO (3 semanas antes e 3 semanas depois) e CÁLCIO (se houver deficiência) na prevenção de pré-eclâmpsia. ÁCIDO FÓLICO • Antes de engravidar e até as 12 semanas de gestação. • Sem risco: 400mcg de ácido fólico Deficiência do tubo neural • Acrania • Anencefalia • Meningocele • Mielomeningocele • Encefalocele QUEIXAS COMUNS • Náuseas e vômitos – devido aumento do B-HCG • Pirose – devido ação da progesterona lentificando o trânsito intestinal • Constipação • Hemorroidas – aumento da pressão(devido crescimento uterino) sobre a VCI. Portanto, NÃO FAZER escleroterapia. • Edema gravitacional • Varizes • Sintomas urinários • Câimbras – pela deficiência na ingestão de cálcio / pode-se orientar diminuir a ingestão de fósforo. • Dor lombar • Mucorreia – progesterona já deixa o muco espesso. ▪ Vulvovaginite fúngica ▪ Vaginose bacteriana – corrimento com odor ** ▪ Tricomoníase – corrimento com odor + prurido + irritação externa** ** Relacionados ao TPP. VACINAS COMUNS 1. dTpa* → difteria, tétano e coqueluche. 2. Influenza* 3. Hepatite B* 4. Febre Amarela 5. Raiva 6. Encapsulados *Obrigatórias. USG E ORIENTAÇÃO GENÉTICA • Não reduz morbimortalidade • Não é obrigatória pelo MS • Priorizar: 18-22 semanas (morfológica no 2º trimestre) • Ideal: a cada trimestre • USG inicial: datação, gestação múltipla e viabilidade. • Mofológica de 1º trimestre: 11ª semana – 13ª semana e 6 dias. Nessa, dá para avaliar malformações fetais cromossômicas. Procurar sinal do Lâmbda – gestação gemelar com duas placentas; e sinal do T – gestações gemelares de única placenta. ➔ Sinais para cromossomopatias são visualizados através da translucência nucal (45-84mm), osso nasal, ducto venoso, fluxo tricúspide e estimar risco de pré-eclâmpsia (através do índice médio de pulsatilidade das artérias uterinas). 5 Eva Carneiro | FEBRASGO | MINISTÉRIO DA SAÚDE | INTERNATO 2020-2021 • MORFOLÓGICA 2º TRIMESTRE: 20ª semana a 24ª semana. Nessa, dá para avaliar todos os sistemas, buscando mal formações e também realizar a cervicometria (medir o colo – todo colo < 25mm tem indicação formal do uso de progesterona até as 36 semanas para evitar TPP). EXAMES DE RASTREIO DE CROMOSSOMOPATIAS – LABORATORIAIS • Teste duplo {B-HCG e PAPP-A; 11 a 13 semanas. • Teste triplo {AFP (alfafetoproteína), estriol e B-HCG; 2º trimestre • Teste quadruplo {Triplo + Inibina A • Pesquisa de DNA fetal em células maternas a partir das 10 semanas. EXAMES INVASIVOS – PARA OS CASOS DE VIR POSITIVO ALGUM DOS TESTES DE RASTREIO ➔ BIÓPSIA VILO CORIAL – 10-13 semanas ➔ AMNIOCENTESE – a partir de 14 semanas. EXAME QUE MENOS COMPLICA. ➔ CORDOCENTESE – a partir de 18 semanas. SÓ FAZ SE NÃO CONSEGUIR PELO TESTE ANTERIOR (AMNIOCENTESE). MNEMÔNICO: “sempre que houver rastreio positivo, a paciente toma um BAC” SINAIS DE ALERTA PARA REALIZAR EXAMES INVASIVOS ➔ Idade materna > 35 anos ➔ Filho anterior com anomalias congênitas ➔ Perdas gestacionais de repetição ➔ Anomalias congênitas em parentes próximos ➔ Anomalia cromossômica em um dos pais ➔ Malformação múltipla, sem diagnóstico etiológico, em concepto falecido ➔ História de infertilidade ➔ Marcados alterados para cromossomopatias TRISSOMIAS MAIS FREQUENTES: ➔ PATAU – cromossomo 13 ➔ EDWARDS – cromossomo 18 ➔ DOWN – cromossomo 21 (+comum de todas) MNEMÔNICO: “PED”
Compartilhar