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Representação Temática 2 1 1ª e di çã o Representação Temática 2 Dayo de Araújo Silva Côrbo Leyde Klebia Rodrigues da Silva Representação Temática 2 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Dayo de Araújo Silva Côrbo e Leyde Klebia Rodrigues da Silva Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói C792re Côrbo, Dayo de Araújo Silva. Representação temática II / Dayo de Araújo Silva Côrbo e Leyde Klebia Rodrigues da Silva ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO: Departamento de Ensino a Distância, 2017. 139 p. : il. 1. Representação temática. 2. Classificação decimal de Dewey. 3. Classificação decimal universal. 4. Tabela Cutter- Sanborn. 5. Cabeçalho de assunto - Direito. 6. Classificação bibliográfica. 7. Ensino à distância. I. Silva, Leyde Klebia Rodrigues da. II. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. III. Título. CDD 025.4 Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – Crb 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC Pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Representação Temática 2 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora Representação Temática 2 4 Representação Temática 2 5 Sumário Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Teoria da Classificação Facetada............................................................ 11 Unidade 2 – Classificação Decimal de Dewey ............................................................ 31 Unidade 3 – Classificação Decimal Universal .............................................................. 57 Unidade 4 – Tabela Cutter-Sanborn ............................................................................. 99 Unidade 5 – Classificação Decimal de Direito ............................................................ 115 Considerações finais ......................................................................................................... 131 Conhecendo o autor ......................................................................................................... 132 Referências .......................................................................................................................... 133 Anexos.................................................................................................................................. 135 Representação Temática 2 6 Representação Temática 2 7 Apresentação da Disciplina Prezado aluno, Seja bem-vindo ao universo da representação temática, a presente disciplina, Representação Temática II, tem como objetivo dar continuidade aos ensinamentos da disciplina Representação Temática I. Essa matéria é uma das principais especialidades técnicas do campo da Biblioteconomia. Essa disciplina é a segunda disciplina de um conjunto de três, Representação Temática I, II e III. Com isso, a publicação ora apresentada tem como objetivo dar subsídios teóricos e práticos ao conjunto de matérias relacionadas à Representação Temática, nesse sentido o livro se divide em cinco unidades. A primeira unidade busca compreender um pouco da Teoria da Classificação Facetada, que é um estudo da ciência da informação que possui aplicação em soluções digitais, sendo uma importante ferramenta na construção de árvores de conceitos e um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos. Na segunda unidade, terá destaque à aplicação da Classificação Decimal de Dewey, em um primeiro momento serão rememorados os princípios básicos descritos na disciplina Representação Temática I. Contudo, o objetivo principal dessa unidade é a ênfase na aplicação prática da CDD, o aluno no final dessa unidade deve estar apto a aplicar a CDD em uma biblioteca ou centro de documentação. Na terceira unidade, respectivamente, a unidade tem como objetivo enfatizar a aplicação da Classificação Decimal Universal, explicitando o uso das classes principais e suas subdivisões, dos sinais gráficos, das subdivisões alfabéticas e numéricas, das tabelas auxiliares comuns de linguagem, forma, de lugar, ancestralidade humana, grupos étnicos e nacionalidade, tempo, de propriedades, materiais, relações e processos, pessoas, das tabelas analíticas especiais. Na quarta unidade enfatiza-se a aplicação dos cabeçalhos de assuntos. RepresentaçãoTemática 2 8 A quarta unidade está destinada à aplicação da Tabela de Cutter-Sanborn. Essa tabela de códigos alfanuméricos tem como objetivo indicar a autoria de uma obra bibliográfica elaborada por Charles Ammi Cutter e por Kate F. Sanborn é utilizada em bibliotecas e centros de documentação. Na quinta e última unidade, será apresentada a Classificação Decimal de Direito da bibliotecária e bacharela em direito Doris de Queiroz Carvalho, essa classificação fundamentada na Classificação Decimal de Dewey é utilizada basicamente para o assunto direito (340) e é adotada pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República do Brasil e por vários escritórios de advocacia. Essa unidade tem como objetivo principal apresentar o sistema de classificação e as formas de aplicação desse sistema. Contamos com você! Sucesso e bons estudos! Representação Temática 2 9 Plano da Disciplina A disciplina Representação Temática II, visa enfatizar a aplicação prática dos sistemas de classificação mais utilizados em bibliotecas e centros de documentação no Brasil, especialmente as Classificações Decimais de Dewey e do Direito, a Classificação Decimal Universal, os Cabeçalhos de Assuntos e a Tabela de Cutter-Sanborn. Ao concluir a disciplina o aluno deverá ser capaz de: a) Saber aplicar a Classificação Decimal de Dewey em unidades de informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer e utilizar os recursos da CDD, sua classe principal, suas subdivisões e tabelas, na organização de documentos bibliográficos. b) Reconhecer e aplicar a Classificação Decimal de Direito, que é adotada pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República do Brasil e por vários escritórios de advocacia. Esse sistema de classificação fundamentado na Classificação Decimal de Dewey expande a classe de direito (340) e a adapta para a realidade brasileira. c) Saber aplicar a Classificação Decimal Universal em unidades de informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer e utilizar os recursos da CDU, sua classe principal, seus sinais gráficos, suas subdivisões e tabelas, na organização de documentos bibliográficos. d) Reconhecer e aplicar os Catálogos de Assuntos em unidades de informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer e utilizar os recursos dos catálogos. e) Saber aplicar a Tabela de Cutter-Sanborn para a notação de autores. Representação Temática 2 10 Representação Temática 2 11 1 Teoria da Classificação Facetada Representação Temática 2 12 Caro Aluno, Começa nossa jornada para compreender um pouco da Teoria da Classificação Facetada, que é um estudo da ciência da informação que possui aplicação em soluções digitais, sendo uma importante ferramenta na construção de árvores de conceitos e um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos. Objetivos da unidade: Definir o conceito e histórico da Teoria Facetada; Conceituar unidades e características; Identificar o que são facetas e sua formação. Plano da unidade: Conceito e Histórico Unidades e características Facetas Bem-vindo à unidade 1! Representação Temática 2 13 Conceito e Histórico A teoria da classificação facetada é um tema de estudo na Ciência da Informação. A busca pelo conhecimento teórico e conceitual acerca dos princípios que alicerçam a origem e criação dos sistemas de classificação facetada é bastante atual. Isso porque tem aplicação em soluções digitais que carecem de uma estrutura de trabalho ou que possibilite a representação sistematizada de domínios de conhecimento. Em relação à sistemática entre conceitos, tem-se que a teoria e analise facetada constitui uma importante ferramenta na construção de árvores de conceitos, tudo isso através da decomposição de classes elementares e facetas, que são formadoras de grupos homogêneos de indivíduos. Assim, a classificação facetada é um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos. Segundo Campos (2001, p 53), A Teoria da Classificação Facetada foi desenvolvida por Shiyali Ramamrita Ranganathan na década de 30, visando evidenciar os princípios utilizados na elaboração da Colon Classification (também denominada de Classificação de Dois Pontos), tabela de classificação elaborada para a organização do acervo da Biblioteca da Universidade de Madras, na Índia; Até aquele momento, no âmbito da Documentação, as tabelas existentes não apresentavam as bases teóricas para sua elaboração. Ranganathan foi o primeiro a evidenciar os princípios utilizados na elaboração de sua tabela, proporcionando uma verdadeira revolução na área da Classificação Bibliográfica. Na verdade, ele não elabora somente um trabalho teórico para explicar a construção da Tabela, mas apresenta uma teoria sólida e fundamentada para dar à Classificação Bibliográfica um status que a eleva a disciplina independente. Representação Temática 2 14 Já Nonato (2009, p 49) ensina que em relação ao desenvolvimento da teoria da classificação facetada, Tristão (2004) cita duas fontes: o escritor Ranganathan e o Classification Research Group - CRG. O primeiro foi o escritor do Prolegomena to Library Classification que, em 1967, expôs uma teoria complexa de classificação com 46 cânones, 13 postulados e 22 princípios. Já o segundo, CRG, foi criado em 1952, no Reino Unido, com o objetivo de estudar a natureza da classificação facetada e foi um grupo que muito contribuiu para a pesquisa em classificação, no século XX. Humar (apud CAMPOS, 2001, p. 53), professor indiano e estudioso de classificação, diz que a respeito do trabalho inovador de Ranganathan acrescenta que ele se “beneficiou dos trabalhos de Richardson, Cutter, Hulme, Brown, Sayers, Bliss e assim por diante. Ele teve a oportunidade de melhorar sua teoria ao experimentá-la por um período de 40 anos. E formulou a Classificação dos Dois Pontos, na qual aplicou sua teoria. Testou sua teoria com a ajuda de princípios normativos. Produziu uma terminologia técnica própria e não hesitou em adotá-la de outros. Além disso, sua base Bramânica e matemática deu-lhe uma mente clara e lógica... Como resultado, foi capaz de sistematizar o estudo e a prática da Classificação.” Afinal de contas, o que é a teoria da classificação facetada? A terminologia surge introdutoriamente na década de 1930, em discussões da classificação bibliográfica capitaneada pelo indiano Ranganathan, que era bibliotecário e matemático. A finalidade era indicar uma técnica de separação dos vários elementos de assuntos complexos em relação a um conjunto de conceitos fundamentais e abstratos. Segundo Tristão (apud NONATO, 2009, p 48) Ranganathan evidenciou a necessidade de elaboração de esquemas de classificação que pudessem acompanhar as mudanças e evoluções do conhecimento, classificando o mesmo em grandes classes e conceitos básicos, ou elementos, de acordo com certas características. Estes aspectos ou partes constituintes - que são as facetas - utilizam como "categorias fundamentais", noções abstratas, denominadas: Personalidade, Matéria, Energia, Espaço, Tempo, originando o conhecido acrônimo PMEST. Representação Temática 2 15 Personalidade é a característica que distingue o assunto; Matéria é o material físico do qual um assunto pode ser composto; Energia é uma ação que ocorre com respeito ao assunto; Espaço é o componente geográfico da localização de um assunto; Tempo é o período associado a um assunto. A ordem de citação do PMEST baseia-se na idéia de concretividade. Assim, tem-se que os esquemas de classificação bibliográfica possuem função dupla. Uma seria a de permitir a organização dos documentos nas estantes e a outra a de representar o conhecimento registrado numadada área de assunto. Conforme se vê na literatura, “Ranganathan foi aquele que conseguiu estabelecer princípios para uma nova teoria da classificação bibliográfica, e o fez tendo como base o próprio Conhecimento.” (Campos, 2001, p. 54) Nos ensinamento de Campos (2001, p. 54) a autora afirma que a Teoria da Classificação Facetada, como toda teoria, é um corpus complexo e que para ser compreendida em toda a sua extensão, procura-se organizar sua exposição de modo a seguir um pretenso caminho do desenvolvimento das ideias de Ranganathan A literatura aponta que primeira medida a ser adotada na elaboração de uma estrutura classificatória é, sem dúvida, a definição das unidades que constituem o sistema. Tais unidades são os conceitos e suas relações. Unidades e características Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 55) diz que O assunto básico é um “assunto sem nenhuma idéia isolada como componente.” (RANGANATHAN, 1967, p. 83). Assunto é definido como um corpo sistematizado de idéias inseridas em um campo especializado (RANGANATHAN, 1967, p. 82). Pode-se dizer, então, que assunto básico representa as áreas mais abrangentes do conhecimento, como Matemática, Agricultura. Porém, não se pode dizer que Cultivo de Milho represente um assunto básico, pois ele possui a idéia isolada Milho. [...] A idéia isolada é “alguma idéia ou complexo de idéias ajustadas para formar um componente de um assunto mas, em si mesma, ela não é considerada um assunto.” (RANGANATHAN, 1967, p. 83). Por exemplo, Milho denota uma idéia isolada, mas se for combinada com o assunto básico Agricultura, em seu aspecto específico, forma-se o assunto Cultivo de Milho. O isolado (idéia isolada) pode ser considerado um conceito; algumas vezes, porém, funciona como uma unidade combinatória que tem por Representação Temática 2 16 função facilitar a formação da notação. Quando isto acontece ele é chamado por alguns autores (HUMAR, 1981, p. 19) de especificador. Por exemplo, na Colon Classification (RANGANATHAN, 1963), a formação da notação Psicologia Infantil (S1) corresponde ao assunto básico Psicologia (código S) e ao isolado Criança (código 1). Pode-se dizer que o representante do conceito, neste tipo de Tabela, é a notação. Neste caso, o isolado é um especificador, isto é, um determinante do termo Psicologia. Com isto, Ranganathan consegue representar conceitos que não estão nomeados na língua, como por exemplo, Psicologia + Pré-adolescente, Psicologia + Menino. Assim, pode-se dizer que na teoria da classificação facetada os assuntos básicos e as ideias isoladas são as unidades classificatórias. Também não se pode deixar de frisar que na integralidade da teoria de Ranganathan os elementos estão interligados, e que definir assunto básico e ideia isolada é tarefa árdua porque um conceito depende do outro, e, desse modo, não se consegue definir um sem definir o outro. Um importante ponto a ser destacado é a CARACTERÍSTICA, que tem sua definição formulada por Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 55) como sendo “um atributo ou algum complexo...” Para Humar (apud CAMPOS 2001, p. 55) atributo “é uma propriedade ou uma qualidade ou uma medida quantitativa de uma entidade”. Tem-se, então, que as características são utilizadas no sentido de efetuar uma comparação entre os elementos classificatórios, com objetivo de formar classes e, dentro destas classes, formar os renques e as cadeias. A autora ensina que “Renques e cadeias são denominações dadas por Ranganathan para diferenciar, na formação de classes, séries verticais e horizontais de conceitos”. (Campos, 2001, p. 56) E diz mais (Campos, 2001, p. 56) Renques são classes formadas a partir de uma única característica de divisão, formando séries horizontais. Por exemplo: Macieira e Parreira são elementos da Classe Árvore Frutífera, formada pela característica de divisão – tipo de árvores frutíferas. Renque Árvore Frutífera Macieira Parreira Representação Temática 2 17 Cadeias são séries verticais de conceitos em que cada conceito tem uma característica a mais ou a menos conforme a cadeia seja descendente ou ascendente. Por exemplo: Macieira é um tipo de Árvore Frutífera, que por sua vez é um tipo de Árvore. Neste exemplo, observa-se uma cadeia ascendente. Cadeia Árvore Árvore Frutífera Macieira Desse modo, observa-se que os renques e as cadeias demonstram a organização hierarquizada da estrutura classificatória, deixando em evidência as relações hierárquicas de gênero-espécie e de todo-parte. Nessa linha de pensamento, Ranganathan idealiza um conjunto de regras, conhecidos como cânones, para definir um padrão uniforme na formação dos renques e cadeias. São eles os cânones da Exaustividade e da Exclusividade, que definem princípios para pensar a formação de classes de conceitos. O primeiro, diz que “as classes formadas por um renque devem ser exaustivas, de modo que, se algum tópico novo surgir, ele deve ser acrescentado à estrutura, e esta tem que ter hospitalidade para agrupá-lo numa classe existente ou numa classe recém- formada.” (Campos, 2001, p. 56). E o segundo, “estabelece que os elementos formadores dos renques devem ser mutuamente exclusivos, ou seja, nenhum componente da estrutura (isolado ou assunto básico) pode pertencer a mais de uma classe no renque. Ranganathan, deste modo, não aceita a polihierarquia”. (Campos, 2001, p. 57). Facetas O termo Faceta, segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 57) é “um termo genérico usado para denotar algum componente - pode ser um assunto básico ou um isolado - de um assunto composto, tendo, ainda, a função de formar renques, termos e números.” Em termos de classificação especializada, VICHERY (apud CAMPOS, 2001, p. 57), “é definida como uma manifestação das cinco categorias fundamentais”. Representação Temática 2 18 Tem-se que o postulado das categorias é o princípio normativo utilizado para organizar um Universo/Domínio, ou seja, um “corpo” de conhecimento sistematizado. Tal atividade busca definir em que nível de extensão se feito o corte da classificação de assuntos dentro de seu extenso universo. Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 57) considera o mapeamento de um Universo de Assuntos uma tarefa bastante complexa, como é o próprio ato de classificar: ...a tarefa da classificação é mapear o universo multidimensional dos assuntos ao longo de sua atividade... Vimos quão tortuosa é a tarefa de terminar e priorizar uma escala de relações preferidas entre todas as idéias isoladas e entre todos os assuntos... Há muitas relações vizinhas imediatas entre os assuntos. Tendo fixado um destes assuntos na primeira posição da linha, devemos decidir qual será seu vizinho imediato, qual será seu vizinho de transferência dois, e assim sucessivamente. Podemos perder noites de sono e ainda não estarmos perto de uma solução firme. Se não formos estudantes sérios de classificação podemos desistir dizendo “a classificação é impossível.” Para uns poucos, a classificação é mesmo marcada por um absurdo lógico. Esta é a medida da magnitude do mapeamento do Universo de Assuntos multidimensional ao longo da atividade que é a classificação. (RANGANATHAN, 1967, p. 395) Assim, tem-se que o mapeamento serve para que num primeiro momento se possa decidir qual área de assunto será adotada como base na organização das unidades classificatórias bem como será classificada. Segundo Campos (2001, p. 58) Ranganathan conduz seu trabalho tentando definir uma forma que possibilite a análise do Universo de Assuntos, pois as classificações bibliográficas até aquele momento - apesar de serem organizadas também por áreas do conhecimento/disciplina - não deixavam evidentes os princípios que empregavam para o estabelecimento das classes e subclasses dentro de cada área. Isto provocava uma certa imobilidade, não permitindo que elasacompanhassem a dinâmica do conhecimento. Representação Temática 2 19 Afirma também, que Ranganathan resolve buscar princípios lógicos através do uso de postulados. Euclides postulou que duas linhas paralelas não se encontram. Durante quase vinte séculos ninguém questionou este postulado. Então vem Gauss, que diz: ‘Como você sabe que elas não se encontram? Você já caminhou ao longo delas para verificar seu fim? Eu digo que elas se encontram - num lugar muito distante; você pode negar?’ Então ele fez seu próprio postulado, que as linhas paralelas se encontram em ambas as pontas. Qual desses postulados preferimos? Qualquer um que sirva para nosso propósito; qualquer um que auxilie nosso trabalho. (Ranganathan, apud CAMPOS, 2001, p. 58) E prossegue, esclarecendo que Ranganathan formula postulado dizendo que “em todo Universo de Assuntos cinco ideias fundamentais que são utilizadas para a divisão do Universo” (Campos, 2001, p. 58) Alguém pode perguntar: Por que as idéias fundamentais postuladas são em número de cinco? Por que não três? Por que não seis? Isto é possível. Há liberdade absoluta para todos tentarem. Uma pessoa pode talvez gostar de seis. Ela deve classificar nessa base alguns milhares de artigos variados. Se elas produzirem resultados satisfatórios arranjando os assuntos dos artigos ao longo de uma linha, aquele postulado pode ser aceito. Isto não é uma matéria a ser discutida ex cathedra sem um teste completo e prolongado. Trabalhar com base em cinco idéias fundamentais produziu resultados satisfatórios nos vinte últimos anos. (Ranganathan, apud CAMPOS, 2001, p. 58) Tais ideias são conhecidas como Categorias Fundamentais, onde a terminologia Categoria Fundamental é utilizada por Ranganathan para representar ideias fundamentais que permitem delimitar as categorias, que são um universo de assunto em classes bastante abrangentes, sendo considerados como o primeiro corte classificatório num universo de assuntos. Além disso, elas propiciam o entendimento global da área na medida em que fornecem a visão de conjunto dos agrupamentos que ocorrem na estrutura. Representação Temática 2 20 Segundo Campos (2001, p. 59), o postulado das Categorias Fundamentais é apresentado por Ranganathan, da seguinte forma: Há cinco e somente cinco Categorias Fundamentais; são elas: Tempo, Espaço, Energia, Matéria e Personalidade. Estes termos e as idéias denotadas são usadas estritamente no contexto da disciplina de classificação. Não têm nada a ver com seu emprego em Metafísica ou Física. Em nosso contexto, seu significado pode ser visto somente nas declarações sobre as facetas de um assunto - sua separação e seqüência. Este conjunto de categorias fundamentais é, em síntese, denotado pelas iniciais PMEST. (RANGANATHAN, apudo CAMPOS, 2001, p. 59) Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 59) define as categorias PMEST de modo a explicá-las, isto é, pela enumeração de algumas de suas facetas que são manifestações das próprias categorias dentro de uma área do conhecimento. A categoria Tempo é definida com seu significado usual, exemplificando-a com algumas idéias isoladas de tempo comum, a saber: milênios, séculos, décadas, anos e assim por diante. Ele prevê manifestações de isolados de tempo de outro tipo, tais como: dia e noite, estações do ano, tempo com qualidade meteorológica. A categoria Espaço é também definida com seu significado usual, apresentando como suas manifestações a superfície da Terra, seu espaço interior e exterior, como por exemplo, continentes, países, estados, idéias isoladas fisiográficas etc. A categoria Energia é de entendimento um pouco mais difícil. Ela pode ser entendida como uma ação de uma espécie ou outra, ocorrendo entre toda espécie de entidades inanimadas, animadas, conceituais e até intuitivas, como, por exemplo, através das seguintes facetas: problema, método, processo, operação, técnica. Todavia, para Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 59) a categoria Matéria apresenta um entendimento de complexidade ainda maior que a da categoria Energia e é assim definida: A identificação da categoria fundamental Matéria é mais difícil do que Energia. Vê-se que suas manifestações são de duas espécies: Material e Propriedade. Pode parecer estranho que propriedade fique junto com o material. Mas, peguemos uma mesa como exemplo: a mesa é feita de material de madeira ou aço, conforme o caso. O material é intrínseco à mesa, mas não é a própria mesa. Principalmente o mesmo Representação Temática 2 21 material também pode aparecer em muitas outras entidades. Assim, a mesa tem a propriedade de ter dois pés e meio de altura e a propriedade de ter um tampo meio duro. Esta propriedade é intrínseca à mesa mas não é a própria mesa. Além disso, a mesma propriedade pode aparecer em muitos outros lugares. (RANGANATHAN, 1967, p. 400) Desse modo, pode-se encarar a categoria Matéria como a manifestação de materiais em geral, como sua propriedade, e também como o constituinte material de todas as espécies. Por fim, a categoria Personalidade, segundo Ranganathan, é considerada como indefinível. Segundo o autor, se uma certa manifestação for facilmente determinada como não sendo espaço, energia ou matéria, ela é vista como uma manifestação da categoria fundamental Personalidade. Considera que este tipo de identificação da categoria Personalidade é o que denomina de método de resíduos. Acrescenta que este método pode não ser fácil em certos casos, mas sua experiência mostrou que as idéias isoladas vão manifestar-se em algumas das categorias acima mencionadas. As dificuldades encontradas são raras na maioria das vezes (RANGANATHAN, apud CAMPOS, 2001, p. 60) Vichery (apud CAMPOS, 2001, p. 60) assegura que as seguintes facetas podem ser consideradas como manifestação da categoria Personalidade: “bibliotecas, números, equações, comprimentos de ondas de irradiação, obras de engenharia, substâncias químicas, organismos e órgãos, adubos, religiões, estilos de arte, línguas, grupos sociais, comunidades.” 1.4 Conhecimento e sua formação Sem dúvida alguma, tem-se que a produção do conhecimento e a influência que essa produção exerce sobre como será feito o planejamento das ideias e dos esquemas de classificação bibliográfica é tema de suma importância nos textos desenvolvidos por Ranganathan. Esse autor, dentro da Teoria da Classificação, apresenta como um processo classificatório a forma de relacionar fatos e objetos, trazendo à baila a discussão sobre o processo de formação de conceitos, sua influência no trabalho de classificação e sua relação com o que chama de universo do conhecimento ou universo das ideias. Representação Temática 2 22 Segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 60) o homem deposita na memória perceptos puros, isto é, impressões produzidas por qualquer entidade através de um sentido primário simples. Por exemplo, a luz que vem das estrelas é o percepto produzido por uma entidade do mundo físico - as estrelas. As entidades correlatas de um percepto, que estão fora da mente, são denominadas por Ranganathan de percepção. Quando a impressão é depositada na memória, como resultado da associação de dois ou mais perceptos puros, formados simultaneamente ou numa sucessão rápida, não temos mais somente um percepto puro, mas um percepto composto. O Autor exemplifica da seguinte forma: Vamos assumir que o percepto puro do som ‘corvo’, emitido simultaneamente pela mãe, também se torna impresso na memória da criança o percepto composto de “corvo crocitante”. Vamos além disso assumir que o percepto puro da cor do corvo e o percepto puro do som emitido pela mãe seja associado na memória da criança. Então o percepto composto “corvo é preto e ele crocita” ou “corvo preto crocita” é formado na memória da criança. Logo, um percepto composto pode ser formado pela associaçãode dois ou mais perceptos puros (RANGANATHAN, apud CAMPOS, 2001, p. 61). Desse modo, assim que os perceptos puros e compostos são depositados na memória, cria-se uma associação e os conceitos se formam, sendo certo que a partir da formação dos conceitos que vai se tornar possível a produção na mente humana de um quadro de identidade tendo como base o mundo ao seu redor. Depois da formação dos conceitos, pode ocorrer a assimilação de outras novas experiências, levando ao processo denominado apercepção. Desse modo, segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 61) O conjunto destas apercepções depositadas na memória se dá, então, a partir dos conceitos já presentes na memória, com o acréscimo da assimilação de perceptos recentemente recebidos e conceitos recentemente formados. Representação Temática 2 23 O Universo de Conhecimento, segundo Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 62) “é a soma total, num dado momento, do conhecimento acumulado”. O Autor afirma que está sempre em desenvolvimento contínuo e que diferentes domínios do Universo do Conhecimento são desenvolvidos por diferentes métodos. Entender o pensamento e o conhecimento desenvolvido por Ranganathan, torna-se mais fácil se, primeiramente, forem analisados os conceitos de ideia, informação, conhecimento e assunto. Campos (2001, p. 61) apresenta que Idéia, para Ranganathan, (1967, p. 81) é um produto do pensamento, da reflexão, da imaginação, que passou pelo intelecto, integrando com a ajuda da Lógica uma seleção de conjuntos de apercepção, e/ou diretamente apreendida pela intuição e depositada na memória. A informação se daria no momento em que uma idéia é comunicada por outros ou obtida a partir do estudo pessoal e da investigação. Conhecimento é definido como a totalidade de idéias conservadas pela Humanidade; assim, neste sentido, conhecimento pode ser sinônimo de Universo de Idéias. Assunto é um corpo de idéias organizadas e sistematizadas, por extensão e intenção, que incide de forma coerente no campo de interesse, de competência intelectual e de especialização inevitável de uma pessoa normal. Afirma, também que (Campos, 2001, p. 61) O Universo Original de Idéias, também chamado de Universo do Conhecimento, não só é o local onde as idéias conservadas estão agrupadas, mas também o local onde existe um movimento que propicia um repensar constante sobre a apreensão das observações feitas pelo ser humano, a partir do mundo que o cerca. O Universo do Conhecimento “é a soma total, num dado momento, do conhecimento acumulado. Ele está sempre em desenvolvimento contínuo. Diferentes domínios do Universo do Conhecimento são desenvolvidos por diferentes métodos. O Método Científico é um dos métodos reconhecidos de desenvolvimento. O Método Científico é caracterizado pelo movimento sem fim em espiral. (RANGANATHAN, 1963a, p. 359) Representação Temática 2 24 A partir da definição desses conceitos que Ranganathan apresenta a Espiral do Universo do Conhecimento, com vistas a explicar o movimento do próprio ato de conhecer, perceber e sua influência sobre os esquemas de classificação. Contudo, Campos (2001, p. 64) nos traz a informação de que Além da Espiral do Conhecimento e para evidenciar ainda mais a ligação entre a produção de conhecimento e os esquemas de classificação, Ranganathan apresenta também a Espiral do Desenvolvimento de Assuntos: se o movimento da Espiral do Conhecimento propicia o ato de perceber os fatos que ocorrem no mundo fenomenal, com a Espiral do Desenvolvimento de Assuntos é possível verificar a relação entre este perceber e a produção de conhecimento que, no nosso caso, é conhecimento registrado. A autora salienta que muito embora as questões tivessem cunho filosófico, Ranganathan sempre deixou claro que sua preocupação era relacioná-las com o universo de trabalho da documentação, apresentando como uma meta-espiral do conhecimento a espiral do universo de assunto. Ela afirma que Estes assuntos se apresentam e são analisados na área da documentação a partir dos documentos produzidos por um grupo de falantes de determinado universo de discurso. Desta forma, a garantia literária e a dinâmica do conhecimento andam juntas, e são estes fatores que determinam a relação do documento com o conhecimento e influenciam a elaboração de esquemas classificatórios para a área da documentação. (Campos, 2001, p. 64) A Autora salienta em sua tese que a Espiral do Desenvolvimento de Assuntos “é uma meta-espiral da Espiral do Universo do Conhecimento, pois é regida pelas mesmas leis do movimento contínuo e do dinamismo que regem a Espiral do Conhecimento.” (Campos, 2001, p. 65) Afirma, também que o movimento em espiral pode ser caracterizado a partir de fatos que podemos observar no desenvolvimento de novos assuntos, a saber: novos problemas; pesquisa fundamental; pesquisa aplicada; projeto piloto; novas máquinas; novos materiais; novos produtos; utilização destes produtos; novos problemas. Representação Temática 2 25 O Método Científico em Espiral propicia a integração constante do conhecimento, do desenvolvimento de assuntos e a relação com a atividade de trabalho da classificação. Ranganathan, assim, é singular na medida em que evidencia essa dinâmica, esse movimento constante e a possibilidade também de constantes modificações no Universo do Conhecimento e de Assuntos que influenciam o Universo de Trabalho da Classificação. (Campos, 2001, p. 65) Com tudo isso, Ranganathan propõe, com sua teoria que a organização do Universo de Assuntos não seja mais feito de modo dicotômico ou binário, nem mesmo de modo decatômico, mas sim de uma forma policotomica ilimitada. Conforme salienta Campos (2001, p. 68) na década de 20 percebia-se que no âmbito da classificação de documentos, os assuntos deviam ser representados muito mais como uma Árvore Baniana26 (ver Figura 7) do que como uma Árvore de Porfírio. Os métodos de divisão, ou seja, aqueles que auxiliam a organização do conhecimento em um dado domínio foram durante muitos séculos dicotômicos. Na dicotomia encontram-se duas divisões no primeiro estágio, duas divisões de cada uma destas divisões são formadas no segundo estágio e assim por diante, a representação esquemática da dicotomia chama-se "Árvore de Porfírio". No âmbito da representação de assuntos que ocorre nos documentos esta forma de classificação falha logo na concepção de esquemas de classificação para o Universo de Assuntos, pois como vimos, os assuntos dos documentos não fazem parte de um domínio de conhecimento somente, muito pelo contrário, eles são complexos. A analogia com a Árvore Baniana é muito mais apropriada. A árvore Baniana se aproxima muito mais de uma árvore de classificação, do tronco original formam-se muitos outros troncos secundários de tempos em tempos. Destaca, ainda, que Na dicotomia encontram-se duas divisões no primeiro estágio, duas divisões de cada uma destas divisões são formadas no segundo estágio e assim por diante, a representação esquemática da dicotomia chama-se "Árvore de Porfírio". No âmbito da representação de assuntos que ocorre nos documentos esta forma de classificação falha logo na concepção de esquemas de classificação para o Universo de Assuntos, pois como vimos, os assuntos dos documentos não fazem parte de um domínio de conhecimento somente, muito pelo contrário, eles são complexos. A analogia com a Representação Temática 2 26 Árvore Baniana é muito mais apropriada. A árvore Baniana se aproxima muito mais de uma árvore de classificação, do tronco original formam-se muitos outros troncos secundários de tempos em tempos. (Campos, 2001, p. 68) Ranganathan (apud CAMPOS, 2001, p. 68) afirma que Na verdadeira árvore de assuntos, um ramo é enxertado no outro em muitos pontos. Raminhos também se enxertam entre si de modo semelhante. Osramos de um tronco se enxertam em outros de outro tronco. Ë difícil dizer a que tronco pertencem tais ramos. Os troncos se enxertam entre si. Mesmo então, o quadro da árvore não está completo. É muito mais complexa do que todos estes. (RANGANATHAN, apud CAMPOS, 2001, p. 68) Enfim, tem-se que a representação apresentada por Ranganathan possui divergências fazendo com que seja necessário reavaliar as temáticas de abordagem dos hiperdocumentos. A representação de um conteúdo temático de um hiperdocumento pode ser considerado como um mapa e não simplesmente como um decalque. É hora de se avaliar! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Representação Temática 2 27 Exercícios – Unidade 1 1. A teoria da classificação facetada pode ser compreendida e descrita de diversas formas, exceto: a) É um tema de estudo na Ciência da Informação. b) Tem aplicação em soluções digitais que carecem de uma estrutura de trabalho ou que impossibilite a representação sistematizada de domínios de conhecimento. c) é um instrumento auxiliar de representação de conceitos em hipertextos. d) Tem a finalidade de indicar uma técnica de separação dos vários elementos de assuntos complexos em relação a um conjunto de conceitos fundamentais e abstratos. e) É um corpus complexo e que para ser compreendida em toda a sua extensão, procura-se organizar sua exposição de modo a seguir um pretenso caminho do desenvolvimento das ideias de Ranganathan. 2. Na teoria da classificação facetada, são consideradas unidades classificatórias: a) Assuntos básicos e isolamento de ideias. b) Ideias isoladas e assuntos básicos. c) Tabela e notação. d) Tipo e assunto correspondente. e) Ideias isoladas e tabulação. Representação Temática 2 28 3. Segundo a definição de Ranganathan, característica: a) É uma propriedade ou uma qualidade ou uma medida quantitativa de uma entidade. b) É um corpo sistematizado de ideias inseridas em um campo especializado. c) É um atributo ou algum complexo. d) É a classe formada a partir de uma única divisão. e) É elemento de individualização da informação isolada. 4. As características são utilizadas para efetuar uma comparação entre os elementos classificatórios, com objetivo de formar classes. Assim, os elementos de diferenciação na formação de classes, séries, verticais e horizontais de conceitos, são: a) Renques e classes. b) Cadeias e ideias isoladas. c) Atributo e propriedade. d) Renques e cadeias. e) Objetos e classes. 5. As classes formadas a partir de uma única característica de divisão, formando séries horizontais, são chamadas de: a) Atributos. b) Cadeias. c) Renques. d) Premissas. e) Elementos. Representação Temática 2 29 6. As séries verticais de conceitos em que cada conceito tem uma característica a mais ou a menos conforme a cadeia seja descendente ou ascendente, são: a) Elementos interligados. b) Ideia. c) Unidades classificatórias. d) Cadeias. e) Componentes. 7. Ranganathan idealizou um conjunto de regras para definir um padrão uniforme na formação dos renques e cadeias. Esse conjunto foi denominado de: a) Hipóteses. b) Premissas. c) Teoremas. d) Cânones. e) Postulados. 8. Um termo genérico usado para denotar algum componente, que pode ser um assunto básico ou um isolado, de um assunto composto, com a função de formar renques, termos e números, é o conceito de: a) Exclusividade. b) Faceta. c) Exaustividade. d) Poli-hierarquia. e) Perceptos. Representação Temática 2 30 9. Segundo Ranganathan, em todo Universo de Assuntos, cinco ideias fundamentais são utilizadas para a divisão do Universo. Tais ideias são conhecidas como Categorias Fundamentais. Quais são as categorias fundamentais? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Ranganathan afirma que o Universo do Conhecimento é a soma total, num dado momento, do conhecimento acumulado e que está sempre em desenvolvimento contínuo e que diferentes domínios desse Universo são desenvolvidos por diferentes métodos. Explique e conceitue o que o Autor entende por Ideia, informação, conhecimento e assunto: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Representação Temática 2 31 2 Classificação Decimal de Dewey Representação Temática 2 32 A primeira unidade de nosso livro tem como objetivo enfatizar a prática da classificação a partir do uso da Classificação Decimal de Dewey. Para esse fim, iniciaremos relembrando os fundamentos teóricos da Classificação Decimal de Dewey, após descreveremos as principais formas de uso dos recursos da CDD. Destacando, os esquemas de classificação, os sumários e as tabelas auxiliares. O conhecimento desse sistema de classificação é fundamental para as próximas unidades, devido a Classificação Decimal de Dewey servir como base dos principais sistemas de classificação decimal. Objetivos da unidade: Enfatizar a prática da classificação a partir do uso da Classificação Decimal de Dewey. Relembrar os fundamentos teóricos da Classificação Decimal de Dewey e descrever as principais formas de uso dos recursos da CDD. Destacar os esquemas de classificação, os sumários e as tabelas auxiliares. Plano da unidade: Classificação Decimal de Dewey (CDD): estrutura e organização Volume 1 Tabelas Auxiliar 1 Tabela Auxiliar 2 Tabela Auxiliar 3 Tabela Auxiliar 4 Tabela Auxiliar 5 Tabela Auxiliar 6 Volumes 2 e 3 Volume 4 Bons estudos! Representação Temática 2 33 Classificação decimal de dewey (cdd): estrutura e organização A Classificação Decimal de Dewey que herdou o nome de seu criador Melvil Dewey, foi publicada pela primeira vez em 1876. Atualmente está em sua vigésima terceira edição. A organização da CDD é sistemática, de acordo com áreas do conhecimento pré-determinadas, alguns itens documentais podem ser representados por mais de uma área do conhecimento, com isso, a CDD possui além de sua tabela principal, entre outros componentes auxiliares, o índice relativo (Relative Index) e as tabelas auxiliares para indicar as principais relações entre assuntos de uma mesma área e a relação entre assuntos de áreas diferentes. Segundo Guarido (2012), conforme o desenvolvimento das edições surgiu novos volumes relacionados a cada edição para melhorar a eficiência na classificação. Sendo da primeira a décima quinta edição a CDD foi publicada em um único volume. A décima sexta e décima sétima edição foram publicadas em dois volumes, com o segundo volume destinado ao índice relativo. A décima oitava e a décima nona edição foram publicadasem três volumes. A partir da vigésima edição a CDD foi publicada em quatro volumes. A edição mais atual da CDD, a vigésima terceira, está dividida em quatro volumes da seguinte forma. No Volume 1: novos recursos da 23ª edição, com uma breve explanação sobre recursos e mudanças da atual edição; Introdução, com uma descrição da CDD e instrução de uso; Glossário, com curtas definições dos termos utilizados na CDD; Índice para introdução e glossário; Manual com guia para usar a CDD; as Tabelas auxiliares de 1 a 6, Realocação e Redução, Tabelas Comparativas e Equivalentes, Números Reusados. No Volume 2: Esquemas: 000 – 599. No Volume 3: Esquemas: 600 – 999. No Volume 4: Índice Relativo. As sugestões para atualização da CDD são feitas pelo Comitê de Política Editorial para a Classificação Decimal, que se configura como um comitê internacional, com dez membros, que sugere a Online Computer Library Center, Inc.(OCLC), mudanças, inovações e medidas necessárias ao desenvolvimento da classificação. O Comitê representa os usuários da CDD, seus membros são eleitos por representantes de bibliotecas e das escolas de Biblioteconomia. Representação Temática 2 34 A CDD é uma classificação enumerativa, a representação dos assuntos é numérica e reúne todas as áreas do conhecimento em dez classes principais, nenhum número na CDD possui menos de três dígitos, conforme tabela abaixo: Primeiro Sumário 000 – Generalidades 100 – Filosofia E Psicologia 200 – Religião 300 – Ciências Sociais 400 – Língua 500 – Ciências Puras 600 – Tecnologia (Ciências Aplicadas) 700 – Belas Artes 800 – Literatura E Retórica 900 – Geografia E História Fonte: Classificação Decimal de Dewey, 23. ed. No volume 1 da CDD estão as seis tabelas auxiliares, instrumentos muito importantes para a classificação de assuntos. Podemos afirmar que essas tabelas proporcionam meios de apresentação de assuntos completos a serem classificados, nunca são utilizadas isoladamente, mas são necessárias para especificar aspectos de um assunto não expresso pelo número principal nos esquemas. Estão relacionadas entre T1 e T6. Nos volumes 2 e 3 estão os sumários e os esquemas que consistem em uma tabela de todos os números da CDD, com rubricas indicando seus assuntos principais e notas explicativas para uso. No volume 2 está o esquema de 000 a 599 e o volume 3 de 600 a 999. No volume 4 encontra-se o índice relativo, o índice relativo relaciona assuntos de uma disciplina representada no esquema numérico. Nos esquemas, os assuntos são distribuídos entre disciplinas; no índice relativo esses assuntos são ordenados alfabeticamente, acompanhados por conceitos identificados nas disciplinas onde são tratados. Representação Temática 2 35 Exemplo de ordenação do Índice Relativo: Camarão Alimento 641.395 Processamento comercial 664.94 Arte Culinária 641.695 Pesca 338.3725388 Segundo Sumário 000 Computer science, knowledge & systems 010 Bibliographies 020 Library & information sciences 030 Encyclopedias & books of facts 040 [Unassigned] 050 Magazines, journals & serials 060 Associations, organizations & museums 070 News media, journalism & publishing 080 Quotations 090 Manuscripts & rare books 100 Philosophy 110 Metaphysics 120 Epistemology 130 Parapsychology & occultism 140 Philosophical schools of thought 150 Psychology 160 Logic 170 Ethics 180 Ancient, medieval & eastern philosophy 190 Modern western philosophy 200 Religion 210 Philosophy & theory of religion 220 The Bible 230 Christianity & Christian theology 240 Christian practice & observance 250 Christian pastoral practice & religious orders 260 Christian organization, social work & worship 270 History of Christianity 280 Christian denominations 290 Other religions 300 Social sciences, sociology & anthropology 310 Statistics 320 Political science 500 Science 510 Mathematics 520 Astronomy 530 Physics 540 Chemistry 550 Earth sciences & geology 560 Fossils & prehistoric life 570 Life sciences; biology 580 Plants (Botany) 590 Animals (Zoology) 600 Technology 610 Medicine & health 620 Engineering 630 Agriculture 640 Home & family management 650 Management & public relations 660 Chemical engineering 670 Manufacturing 680 Manufacture for specific uses 690 Building & construction 700 Arts 710 Landscaping & area planning 720 Architecture 730 Sculpture, ceramics & metalwork 740 Drawing & decorative arts 750 Painting 760 Graphic arts 770 Photography & computer art 780 Music 790 Sports, games & entertainment 800 Literature, rhetoric & criticism 810 American literature in English 820 English & Old English literatures Representação Temática 2 36 330 Economics 340 Law 350 Public administration & military science 360 Social problems & social services 370 Education 380 Commerce, communications & transportation 390 Customs, etiquette & folklore 400 Language 410 Linguistics 420 English & Old English languages 430 German & related languages 440 French & related languages 450 Italian, Romanian & related languages 460 Spanish & Portuguese languages 470 Latin & Italic languages 480 Classical & modern Greek languages 490 Other languages 830 German & related literatures 840 French & related literatures 850 Italian, Romanian & related literatures 860 Spanish & Portuguese literatures 870 Latin & Italic literatures 880 Classical & modern Greek literatures 890 Other literatures 900 History 910 Geography & travel 920 Biography & genealogy 930 History of ancient world (to ca. 499) 940 History of Europe 950 History of Asia 960 History of Africa 970 History of North America 980 History of South America 990 History of other areas Fonte: Classificação Decimal de Dewey, 23. ed. Volume 1 A partir da rememoração do histórico e da introdução das partes da CDD, daremos início às questões práticas de uso da Classificação. Nesse sentido, inicia-se essa subunidade explicitando o primeiro volume da CDD. Dá-se ênfase principalmente às tabelas auxiliares e formas de utilização dessas tabelas. O primeiro volume da CDD edição 23ª, conforme visto anteriormente é formado basicamente pela apresentação dos novos recursos da 23ª edição, na qual, faz-se uma breve explanação sobre recursos e mudanças da atual edição. Introdução, com uma descrição da CDD e instrução de uso. O Glossário, com curtas definições dos termos utilizados na CDD. O Índice para introdução e glossário. O Manual com guia para usar a CDD. E as Tabelas auxiliares de 1 a 6, que seguem abaixo: Representação Temática 2 37 T1 Standard Subdivisions T2 Geographic Areas, Historical Periods, Biography T3 Subdivisions for the Arts, for Individual Literatures, for Specific Literary Forms T3A Subdivisions for Works by or about Individual Authors T3B Subdivisions for Works by or about More than One Author T3C Notation to Be Added Where Instructed in Table 3B, 700.4, 791.4, 808–809 T4 Subdivisions of Individual Languages and Language Families T5 Ethnic and National Groups T6 Languages Tabelas auxiliar 1 A Tabela 1 – Subdivisões Padrão Existe um sumário padrão para a Tabela 1, que segue abaixo: SUMMARY —01 Philosophy and theory —02 Miscellany —03 Dictionaries, encyclopedias, concordances —04 Special topics —05 Serial publications —06 Organizations and management —07 Education, research, related topics —08 Groups of people —09 History, geographic treatment, biography Representação Temática 2 38 A tabela 1 é utilizada da seguinte forma: Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o assunto principal. Deve ser usada junto com o número da classe principal. Desde que seja permitida a união nessa classe, conforme as orientações da classe principal. Quando adicionada a um número da tabela principal insira sempre umponto decimal entre o terceiro e o quarto dígito. Os números da tabela principal que terminarem com zero a direita, ao serem unidos aos números da T1-SS, o zero deve ser retirado. Exs 4 e 5. Geralmente, os números da tabela 1-SS são precedidos de 0, porém em alguns casos podem ser precedidos de 00 ou 000. Conforme indicação na tabela principal. Ex.6 Ex.1: Enciclopédia da religião hindu – 294.503 294.5 número base para outras religiões. 03 número que representa enciclopédia na T1- SS Resultado: 294.5 + 03 = 294.503 Ex.2: Periódico de Biblioteconomia – 025.05 025 – Número base para Biblioteconomia 05 – Número que representa periódico na T1-SS Resultado: 025 + 05 = 025.05 Ex.3: Jornal de Climatologia - 551.605 551.6 – Número base para Clima e Tempo 05 – Número que representa periódico na T1-SS Resultado: 551.6 + 05 = 551.605 Ex.4: Dicionário de Arquitetura 720.3 72 – Número para Arquitetura 03 - Número que representa periódico na T1-SS Resultado: 72 + 03 = 720.3 Representação Temática 2 39 Ex.5: Filosofia da Linguagem 400.1 40 – Número para Linguagem 01 – Número que representa Filosofia na T1-SS Resultado: 400 + 01 = 400.1 Ex. 6 – Uso de mais de um zero na T1-SS. 230.01 – 230.09 – Teologia Cristã 230.002 – 230.007 - Cristianismo Tabela auxiliar 2 A Tabela 2 – Áreas Geográficas, Periódicos Históricos, Pessoas Existe um sumário padrão para a Tabela 2, que segue abaixo: SUMMARY —001–009 Standard subdivisions —1 Areas, regions, places in general; oceans and seas —2 Biography —3 Ancient world —4 Europe —5 Asia —6 Africa —7 North America —8 South America —9 Australasia, Pacific Ocean islands, Atlantic Ocean islands, Arctic islands, Antarctica, extraterrestrial worlds. Representação Temática 2 40 A tabela 2 é utilizada da seguinte forma: Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o assunto principal. Deve ser usada junto com o número da classe principal. Desde que seja permitida a união nessa classe, conforme as orientações da classe principal. Geralmente, é utilizada também com o número 09 da Tabela 1-Standard Subdivisions. Pode ser utilizada também com o número 025 da Tabela 1 - Standard Subdivisions. Para acrescentar dois números de áreas da Tabela 2, utilize o zero para separar as áreas. Ex.4 Ex1. Escola elementar no Brasil 372.981 372 Escola Elementar 372.9 Escola Elementar de algum lugar 81 Brasil (Tabela 2 - Área) Resultado: 372.9 + 81 = 372.981 Ex2. As bibliotecas públicas no Japão 027.452 027.4 Bibliotecas Públicas -52 Japão Resultado: 027.4 + 52 = 027.452 Ex.3 Transporte ferroviário no Brasil 385.0981 385 Transporte ferroviário -09 história, geografia - Tabela 1-SS -81 Local - Tabela 2 Resultado: 385 + 09 + 81 = 385.0981 Representação Temática 2 41 Ex4. Relações internacionais entre Estados Unidos e Reino Unido 327.73041 327 Relações Internacionais -73 Estados Unidos (Tabela 2) 0 Número de ligação -41 Reino Unido (Tabela 2) Resultado: 327 + 73 + 0 + 41 = 327.73041 Tabela auxiliar 3 A Tabela 3 – Subdivisões para literaturas individuais e para formas literárias específicas. Existe um sumário padrão para a Tabela 3, que segue abaixo: T3 Subdivisions for the Arts, for Individual Literatures, for Specific Literary Forms T3A Subdivisions for Works by or about Individual Authors —1 Poetry —2 Drama —3 Fiction —4 Essays —5 Speeches —6 Letters —8 Miscellaneous writings T3B Subdivisions for Works by or about More than One Author —01-07 Standard subdivisions —08 Collections of literary text in more than one form —09 History, description, critical appraisal of works in more than one form Representação Temática 2 42 —1-8 Specific forms —1 Poetry —2 Drama —3 Fiction —4 Essays —5 Speeches —6 Letters —7 Humor and satire —8 Miscellaneous writings T3C Notation to Be Added Where Instructed in Table 3B, 700.4, 791.4, 808–809 —001-009 Standard subdivisions —01-09 Specific periods —1 Arts and literature displaying specific qualities of style, mood, viewpoint —2 Literature displaying specific elements —3 Arts and literature dealing with specific themes and subjects —4 Literature emphasizing subjects —8 Literature for and by ethnic and national groups —9 Literature for and by groups of people with specific attributes, residents of specific areas Representação Temática 2 43 A tabela 3 é utilizada da seguinte forma: Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o assunto principal. A tabela está subdividida em três subtabelas: Tabela 3A – Para descrição, crítica, biografia, trabalhos simples ou em coleções de um autor em particular. A ordem de formação da notação é geralmente, número base + tipo de obra + período. Exs. 1, 2, 3; Tabela 3B - Para descrição, crítica, biografia, trabalhos simples ou em coleções de dois ou mais autores. A ordem de formação da notação é geralmente, número base + tipo de obra + Coleções -08 ou história -09 + período. Exs.4 e 5; Tabela 3C – Para elementos adicionais usados na construção de uma notação dentro da tabela 3B e como instruído em 700.4, 791.4, 808 e 809. A ordem de formação da notação é geralmente, número base + Coleções -08 ou história -09 + Tema/Elemento/Qualidade/Pessoa + período. Exs 6 e 7. Devem ser utilizadas quando indicadas nas notações para literaturas individuais identificadas por asteriscos sob os números 810-890. Ex. 1 BROWN, Dan. O Código da Vinci - 813.54 81 Número base Literatura Americana 3 Tipo de obra (FICÇÃO) T3A 54 Período 1945-1999 Ex.2: ALLENDE, Isabel. Casa dos Espíritos - 863.64 86 Número base para Literatura Espanhola 3 Tipo de obra FICÇÃO (T3A) 64 Período 1945-1999 (Tabela 861-868) Representação Temática 2 44 Ex.3: CATHER, Willa. Estórias, poemas e outros escritos. 813.52 81 Número base para Literatura norte-americana 3 Tipo de obra FICÇÃO (T3A) 52 Período de 1900-1945 Ex. 4: História da Literatura Portuguesa. 869.09 869 Número base para Literatura Portuguesa 09 História (T3B) Ex.5 História da Literatura Russa no Século XX. 891.709004 891.7 Número base para Literatura Russa 09 História (T3B) 00 Número de ligação (T3B —09001-09009) 4 Período 1917-1991 (Tabela 891.71-891.78) Ex.6. Literatura brasileira escrita por escritores amazonenses. 869.099811 869 Número base para literatura brasileira 09 História e descrição (T3B) 9 Literatura para grupos de pessoas residentes em determinada área (Table 3C) 811 Região Norte do Brasil (T2) Ex.7 Temas políticos na Literatura Italiana do Século XX. 850.935810904 85 Número base para Literatura Italiana. 09 História, descrição (T3B) 3581 Temas políticos e militares (T3C) 0904 Período século XX, 1900-1999 (T1) Representação Temática 2 45 Tabela Auxiliar 4 A Tabela 4 – Subdivisões de línguas individuais. Existe um sumário padrão para a Tabela 4, que segue abaixo: –01-09 Standard subdivisions —01 Philosophy and theory —02 Miscellany —03 Encyclopedias and concordances —04 Special topics of subdivisions of individual languages and language families --05—06 Standard subdivisions —07 Education, research, related topics —08 Groups of people —09 History, geographic treatment, biography --1—5 Description and analysis of the standard form of the language –1 Sistemas de escrita e fonologia da língua formal –2 Etimologia da língua formal –3 Dicionários –31 Dicionários linguísticos especializados. Exemplo: dicionários de abreviaturas, de antônimos, de homônimos, de sinônimos, de palavras-cruzada, de imagens, de clichês, de parônimos, de epônimos, dicionários reversos etc. –32–39 Dicionários bilíngues –5 Gramática e sintaxe da lingual formal —7 Historical and geographic variations, modernnongeographic variations Representação Temática 2 46 Exemplo: Arcaísmos, dialetos da língua, gírias, formas antigas, pidgins, Crioulos. As notações destinadas a –7 (por exemplo: 427, 437, 447. 457, 467, 469.7 etc.) estão personalizadas para cada língua nos esquemas de 420-499. —8 Standard usage of the language (Prescriptive linguistics) A tabela 4 é utilizada da seguinte forma: Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o assunto principal. Deve ser usada com as notações referentes à classe 400, no intervalo de 420-490. Apresenta divisões relativas à Gramática Geral de Línguas Específicas. Ex.1 Gramática Norueguesa 439.825 439 Outras línguas alemães 82 Noruega 5 Gramática (T4) Ex.2 Dicionário Alemão de Sinônimos 433.1 43 Número base Língua Alemã 31 Dicionários especializados (T4) Ex. 3 American English: dialects and variation 427 42 Número base Língua Inglesa 7 Variações relativas a linguagem (T4) Representação Temática 2 47 Tabela auxiliar 5 A Tabela 5 – Subdivisões de grupos étnicos e nacionais. Existe um sumário padrão para a Tabela 5, que segue abaixo: 089 Standard Subdivision --1—9 Specific ethnic and national groups —1 North Americans —2 British, English, Anglo-Saxons —3 Germanic peoples —4 Modern Latin peoples —5 Italians, Romanians, related groups —6 Peoples who speak, or whose ancestors spoke, Spanish, Portuguese, Galician —7 Other Italic peoples —8 Greeks and related groups —9 Other ethnic and national groups A tabela 5 é utilizada da seguinte forma: Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o assunto principal. A ordem de citação para tabela 5, no caso de grupos nacionais de estrangeiros originários e não cidadãos residentes, primeiro os grupos étnicos e após a nacionalidade. A ordem de preferência para tabela 5, no caso de grupos nacionais de estrangeiros originários e não cidadãos residentes, escolhe-se o melhor número para representar os grupos nacionais. Representação Temática 2 48 Ex. A literatura do século 20 por autores africanos. 809.8996 Número base para Literatura 809.8 -9 (T5) -96 Africanos Tabela auxiliar 6 A Tabela 6 – Subdivisões de Línguas. Existe um sumário padrão para a Tabela 6, que segue abaixo: —1 Indo-European languages —2 English and Old English (Anglo-Saxon) —3 Germanic languages —4 Romance languages —5 Italian, Dalmatian, Romanian, Rhaetian, Sardinian, Corsican —6 Spanish, Portuguese, Galician —7 Italic languages —8 Hellenic language A tabela 6 é utilizada da seguinte forma: Nunca é utilizada isoladamente, antes de seu uso é necessário escolher o assunto principal. Relação de línguas acompanhadas de símbolos para serem empregados, estritamente, quando determinado pelo sistema nas tabelas principais e auxiliares. Os números desta tabela estão na base de construção de números nas classes 490 – outras línguas, dialetos e 890 – Línguas, Dialetos e Literaturas específicas. Representação Temática 2 49 Os números desta tabela não correspondem exatamente aos números para línguas individuais 420-490 e em 810-890. Por exemplo, o número base para Inglês em 420—490 é 42, o número para Inglês na Tabela 6 é 21 e não 2. Os números da Tabela 6 são usados para extensão de números da Tabela 2 – Área, 175 regiões onde são predominantes Línguas Específicas; Extensão da notação da Tabela 5 – Etnia e Grupos Nacionais, para representar línguas faladas de povos específicos; e em combinação com vários números espalhados em todas as Tabelas e Esquemas. Ex. Estudo crítico da mulher na comédia britânica 822.052309352042 822 Drama inglês 052309352042 Crítica interpretativa da comédia inglesa feita por mulheres Ex.2 O novo testamento em língua chinesa 225.5951 225 Novo Testamento 5 número seguinte de 220 – 220.5 – versão e tradução moderna (com 220.53 – 59 para versão em outras Línguas. 951 Língua chinesa Representação Temática 2 50 Volumes 2 e 3 Nos volumes 2 e 3 estão os sumários e os esquemas que consistem em uma tabela de todos os números da CDD, com rubricas indicando seus assuntos principais e notas explicativas para uso. No volume 2 está o esquema de 000 a 599 e o volume 3 de 600 a 999. Após o assunto de a obra ser determinada e o ponto de vista sob o qual o assunto é tratado estar definido, o classificador estará preparado para utilizar o código de classificação. Existem duas formas de iniciar a classificação nos esquemas de classificação da CDD: a forma direta nos esquemas, que é mais recomendada; e a consulta do índice relativo. Apesar da consulta ao índice ser a forma mais rápida de se achar um assunto específico, não é aconselhável o uso do índice de forma isolada, devido ao esquema de classificação fornecer meios mais adequados para uma correta classificação. Por esse motivo, o classificador nunca deverá classificar somente por meio do índice. A utilização dos esquemas deve seguir, de forma geral, as seguintes ordens de citação: assunto específico – aspecto geográfico – aspecto temporal – forma. Contudo, devemos sempre seguir as instruções que acompanham o número de classificação. Representação Temática 2 51 Volume 4 No volume 4 encontra-se o índice relativo, o índice relativo contém uma entrada para cada termo significativo existente nas tabelas Principais e Auxiliares. Nos esquemas, os assuntos são distribuídos entre disciplinas; no índice relativo esses assuntos são ordenados alfabeticamente, acompanhados por conceitos identificados nas disciplinas onde são tratados. Exemplos de ordenação do Índice Relativo: Ex. 1 Camarão Cultura 639.68 Tecnologia 600 Agricultura 630 Crustáceos 639.6 Pesca 639 Ex. 2 Classificação Decimal de Dewey 025.431 Ciência da Informação, Informação e Generalidades 000 Biblioteca e Ciência da Informação 020 Operações em Biblioteca, Arquivos e Centros de Informação 025 Análise e Controle de Assuntos 025.4 Sistema geral de classificação 025.43 Ex.3 Livros raros 011.44 Ciência da Informação, Informação e Generalidades 000 Bibliografias 010 Bibliografias e Catálogos 011 Bibliografias e Catálogos em geral, características e forma 011.4 Representação Temática 2 52 A primeira unidade de nosso livro teve como objetivo dar subsídios para a prática da classificação por meio da Classificação Decimal de Dewey. Com esse fim, destacaram-se os principais recursos da CDD, a saber: o esquema de classificação, os sumários, as tabelas auxiliares e o índice relativo. O perfeito conhecimento do sistema de classificação exige mais do que fundamentos teóricos, a prática cotidiana em Bibliotecas e Centros de Documentação é de vital importância para os profissionais bibliotecários. Por esse motivo, é de grande valia a realização dos exercícios da próxima subunidade, como forma de fixação e reflexão. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Leitura Complementar DEWEY, Melvil. Dewey decimal classification and relative index. Dublin, OH: OCLC, 2011. 4v. GUARIDO, Maura Duarte Moreira. Como usar e aplicar a CDD 22ª. Edição. São Paulo: Fundepe, 2012. Representação Temática 2 53 Exercícios - Unidade 2 1. Assinale a alternativa que corresponde à notação correta da Classificação Decimal de Dewey (CDD) para classificar a Constituição Federal (341.24) do Brasil (81). a) 341.24081 b) 341.2481 c) 341.24(81) d) 341.24:81 e) Nenhuma das respostas anteriores. 2. Classificar é dividir um universo de determinadas coisas ou ideias em classes, segundo diferenças e/ou semelhanças. Com basenessas características foram desenvolvidos vários Sistemas de Classificação Bibliográfica, como o Sistema de Classificação Decimal de Dewey (CDD). Acerca da CDD, assinale a alternativa correta. a) Melville Louis Kossuth Dewey, criador da CDD, representou o conhecimento humano em 09 (nove) grandes áreas ou classes. Também reuniu em outra classe, nomeada como assuntos gerais, as enciclopédias gerais, revistas e jornais. b) A notação da CDD é constituída de números decimais, incluindo o zero (0) e a vírgula (,). c) A CDD segue os predicados de Porfírio, permitindo que qualquer área do conhecimento possa ter diferentes tipos de relacionamento, tais como gênero/espécie e todo/parte. d) A CDD não tem nenhuma tabela auxiliar aplicável a todas às classes. e) Nenhuma das respostas anteriores. Representação Temática 2 54 3. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assuntofosse um dicionário de Biblioteconomia, teria como classificação: a) 020.05 b) 025.03 c) 025.05 d) 025.5 e) 025.3 4. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assuntofosse um periódico de arquitetura, teria como classificação: a) 720.05 b) 725.03 c) 720.5 d) 723.5 e) 720.3 5. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assuntofosse Bibliotecas Públicas Brasileiras, teria como classificação: a) 027.481; b) 025.03 c) 027.511 d) 027.5 e) 025.3 Representação Temática 2 55 6. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assunto fosse história do transporte ferroviário, teria como classificação: a) 385.0945 b) 385.05 c) 385.09 d) 385.81 e) 385.0981 7. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assunto fosse história da literatura brasileira, teria como classificação: a) 981.09 b) 869.89 c) 869.0981 d) 869.09 e) 869.81 8. Segundo a 23ª. edição da CDD, uma obra cujo assunto fosse escolas elementares no Brasil, teria como classificação: a) 372.0981; b) 372.81; c) 372.82; d )372.981 e) 372.4 Representação Temática 2 56 9. Em geral, os esquemas de classificação seguem que ordem de citação? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. As tabelas auxiliares da Classificação Decimal de Dewey podem ser utilizadas isoladamente? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Representação Temática 2 57 3 Classificação Decimal Universal Representação Temática 2 58 A segunda unidade do nosso livro tem como objetivo aplicar a Classificação Decimal Universal em unidades de informação, bibliotecas, centros de documentação e outros, assim como reconhecer e utilizar os recursos da CDU, sua classe principal, seus sinais gráficos, suas subdivisões e tabelas, na organização de documentos bibliográficos. Para esse fim, iniciaremos com um breve histórico da CDU, seguindo apresentaremos a descrição e estrutura, com as tabelas principais, o índice geral, as regras da classificação, notação, sinais e tabelas auxiliares, considerações finais, exercícios e por fim uma leitura complementar indicativa. Objetivos da unidade: Saber aplicar a Classificação Decimal Universal em unidades de informação, bibliotecas, centros de documentação e outros. Reconhecer e utilizar os recursos da CDU, sua classe principal, seus sinais gráficos, suas subdivisões e tabelas, na organização de documentos bibliográficos. Plano da unidade: Classificação Decimal de Universal (CDD): estrutura e organização História da CDU Descrição e estrutura da CDU Tabelas principais Índice geral da CDU Regras da classificação Notação e número de chamada Sinais e tabelas auxiliares da CDU Tabelas auxiliares – seção 1: Sinais Gráficos e Subdivisões Auxiliares Comuns Tabelas auxiliares – seção 2: Subdivisões Auxiliares Especiais Bons estudos! Representação Temática 2 59 Classificação Decimal Universal (CDU): estrutura e organização A Classificação Decimal Universal (CDU) é um sistema internacional de classificação de documentos, cuja base está no conceito de que o conhecimento humano pode ser dividido em 10 classes principais de conhecimento, e estas, por sua vez, podem ser infinitamente divididas numa hierarquia decimal. É um sistema de classificação consolidado e largamente usado pelas bibliotecas em todo o mundo (IBICT, 2015). Com a prerrogativa de ser o representante nacional na área de informação científica e tecnológica e detentor da licença para edição em língua portuguesa, concedida pelo UDC Consortium – proprietário intelectual da Classificação Decimal Universal (CDU) –, o IBICT edita a versão portuguesa da CDU, desde 1997, por intermédio do British Standards Institute, responsável pela geração do sistema. A CDU é capaz de expressar não só os assuntos simples, mas também a relação entre os diversos assuntos. É uma classificação por aspectos, ou seja, um assunto é classificado segundo o seu contexto, o que evita ambiguidades. O Consórcio CDU é o responsável pelas atualizações da CDU e todo ano lança o “Extensions and Corrections to UDC”. Há quatro edições da CDU: Desenvolvida: com aproximadamente 260 mil entradas; Média: que contêm de 72 a 78 mil entradas; Abreviada: entre 22 e 26 mil entradas; Especial: especializadas para cada tipo de biblioteca1. 1 Também há uma versão de bolso, que pode ser considerada abreviada. Representação Temática 2 60 História da CDU Os bibliógrafos belgas Paul Otlet (1868-1944) e Henri La Fontaine (1854-1943), ao resolverem criar uma bibliografia universal, depois de fundarem, em 1895, o Instituto Internacional de Bibliografia, decidiram traduzir a CDD para francês com o objetivo de esta servir como forma de ordenar, por assunto, a bibliografia citada. O resultado, publicado entre 1905-1907, excedeu a mera tradução pelas adaptações e ampliações que efetuaram. O sistema belga, conhecido por Classificação Decimal Universal (Universal Decimal Classification) ou CDU, é usado em toda a Europa e conta com grande adesão em Portugal. O caráter universal da CDU baseia-se na cobertura da totalidade do conhecimento humano dentro de um sistema de classificação. É apropriado para uma gama variada de objetivos, desde a organização e especificação detalhada de grandes coleções de documentos ou realia, até a organização de listas que documentam a existência destes itens e sua recuperação por assunto. Sua flexibilidade de classificação possibilita agrupar todas as referências de um assunto particular, auxiliando o especialista na busca de informações relacionadas a seus interesses (geralmente restritos), colocando-as no contexto
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