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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO 
MARANHÃO 
CAMPUS CAXIAS 
 
DISCIPLINA: Introdução a Zootecnia DATA: 
ALUNO: 
 
1º TÓPICO: CLASSIFICAÇÃO ZOOTÉCNICA 
1. ESPÉCIE 
 
O conceito de espécie é artificial. Devido à necessidade de agrupar indivíduos, 
determinou-se que espécie corresponde ao "conjunto de indivíduos do mesmo gênero, descendentes 
uns dos outros, com caracteres semelhantes hereditariamente transmissíveis, e separados de outros 
grupos específicos por infecundidade ou por separação geográfica". 
 
Bases para o estabelecimento do conceito de espécies: 
● CRITÉRIO DA MORFOLOGIA E DA FISIOLOGIA (M): Baseado nas diferenças 
morfológicas e fisiológicas entre os diferentes grupos específicos; 
● CRITÉRIO DA ECOLOGIA E DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (E): Baseado 
nas diferentes reações adaptativas dos indivíduos das diversas espécies; 
● CRITÉRIO DA FECUNDIDADE INTERIOR E DA INFERTILIDADE EXTERIOR 
(I): Baseado no fato de que os indivíduos de uma mesma espécie são fecundos entre si 
e infecundos com indivíduos de outras espécies. 
 
Diante destes critérios, seria denominada espécie legítima aquela que apresentasse fórmula 
MEI, entretanto, como na natureza nem sempre é possível ocorrência destes três critérios, admite-se 
como espécie distinta de uma outra qualquer, aquele grupo de indivíduos que satisfizer a pelo 
menos dois desses critérios. Dessa forma, as espécies bovinas Bos taurus e Bos indicus são 
consideradas diferentes por apresentarem fórmula ME. 
 
2. RAÇA 
 
Raça é definida como agrupamento de animais de mesma espécie e origem, com 
caracteres morfológicos, fisiológicos e econômicos comuns e transmissíveis hereditariamente sob 
condições ambientais e de exploração ideais. 
Segundo DECHAMBRE, raça é definida como certo número de animais da mesma 
espécie, vivendo em condições semelhantes, com a mesma aparência exterior, as mesmas 
qualidades produtivas, cujos caracteres reaparecem em seus descendentes tal como existiam em 
seus antepassados. 
A existência oficial de uma raça requer um "padrão racial" e um "livro genealógico", o 
primeiro elaborado e o segundo mantido pela Associação de Criadores da Raça. 
Por padrão da raça ou "standard" se entende o modelo ideal que deve orientar os 
criadores na seleção dos reprodutores. O padrão é estabelecido por criadores reunidos em 
Associação, que também terá o encargo de preservá-lo através do Registro Genealógico. 
 
2.1 CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE RAÇAS 
 
● Semelhança dos indivíduos que a constitui, pelos caracteres raciais, entre os quais 
os econômicos ou zootécnicos; 
● Hereditariedade dos caracteres raciais e das qualidades econômicas; 
● Meio ambiente considerado o mesmo ou semelhante para a boa expressão dos 
caracteres raciais e qualidades; 
● Origem comum; 
● Algo de convencional (Padrão Racial para Registro Genealógico). 
 
Uma vez estabelecidos esses critérios pelos criadores, estes se comprometem a manter o 
Padrão Racial e, para isto, criam o Livro Genealógico onde são registrados os animais puros ou seus 
descendentes, isto é, os que estão dentro do Padrão. 
 
2.2 PUREZA RACIAL E PUREZA GENÉTICA 
 
A pureza racial é um conceito convencional, resultante da existência de um "pedigree", 
de um registro oficial do animal. As raças podem ser puras racialmente, mas geneticamente são 
parcialmente puras. 
A pureza genética de uma raça pode ser atingida para alguns caracteres, devido à 
dificuldade de se atingir alto grau de homozigose para todos os genes. 
 
2.3 NATUREZA DAS RAÇAS 
 
 QUANTO AO GRAU DE PUREZA 
a) Homogênea - Raça mais ou menos fixa em suas principais características. Ex.: Cavalo árabe. 
b) Heterogênea - Raça ainda não totalmente fixada. Ex.: Raças formadas por derivação. 
 
 QUANTO À ORIGEM 
a) Primitiva - Raça natural de determinada região, formada por seleção natural, submetida ou não, 
posteriormente à seleção artificial. Ex.: Bovinos Gir. 
b) Derivada - Raça que provém de outras, ditas primitivas ou naturais, por variabilidade espontânea 
ou cruzamento (Derivada sintética). Ex.: Raças bovinas Santa Gertrudis, Canchim, Pitangueira. 
c) Nativa - Raça natural ou mesológica, formada em determinada região por seleção natural, 
acompanhada ou não de ação seletiva e conservadora do homem. É dita "nativa melhorada" 
quando sujeita à seleção artificial, no sentido de seu melhoramento genético, com 
aperfeiçoamento econômico. Ex.: Raça caprina Moxotó, Raça Bovina Caracu. 
d) Exótica - Raça introduzida em região diferente da região de origem. Ex.: Raça bovina holandesa, 
no Brasil. 
 QUANTO À APTIDÃO ECONÔMICA: Considera-se a aptidão produtiva da raça. Ex.: Raças 
bovinas leiteiras; Raças de caprinos para abate; Raças de aves para postura; Raças de suínos tipo 
carne. 
 
 QUANTO À ÁREA GEOGRÁFICA 
Por "área geográfica da raça" entende-se o espaço territorial onde vivem e se aclimaram 
indivíduos da raça, em estado de pureza ou em alto grau de sangue; e por "berço da raça" entende-
se o local onde a raça se definiu e formou, daí se dispersando para outras regiões, nas quais se 
aclimou. 
Quanto à área geográfica, as raças podem ser consideradas: 
a) Cosmopolita - Raça de extensa área geográfica. Ex.: Holandesa. 
b) Topopolita - Raça de área geográfica restrita. Ex.: Hereford. 
 
3. VARIEDADE: Principalmente em raças cosmopolitas, é possível formar-se grupamentos de 
indivíduos em diversos locais, que apresentam distinções sensíveis, de modo a permitir certas 
diferenças entre a raça e os novos grupamentos. Essa variação limitada a certos caracteres pode 
ser provocada ou mantida pelo criador visando um melhor rendimento. Assim, se constituem, 
dentro da raça, as variedades ou sub-raças. Essa diversificação pode basear-se em atributos 
zootécnicos ou em caracteres sem valor econômico como pelagem, conformação craneana, etc. 
 
4. FAMÍLIA: Conjunto de descendentes de um casal, direta e colateral, até a quinta geração. 
 
5. LINHAGEM: Constituída pelos descendentes "diretos", a partir de um genitor macho ou fêmea. 
Os descendentes devem apresentar, com notável fixação, certos traços ou qualidades adquiridos 
por herança biológica daquele antepassado comum. Em geral, é usado o macho, por gerar 
muito mais descendentes no mesmo espaço de tempo. 
 
6. MISTURA DE SANGUE: É uma alusão a cruzamentos de animais de raças diferentes. 
 
7. POPULAÇÃO: É um grupamento qualquer de indivíduos, considerado do ponto de vista 
numérico, desde que vivam em determinada área geográfica comum. 
 
8. INDIVÍDUO: É a unidade indivisível. O indivíduo nunca é totalmente igual a outro de mesma 
raça, variedade ou família, porque um se torna portador de características diferentes da herança 
biológica dos antepassados. Nos gêmeos univitelinos e clones há alto grau de igualdade. 
 
9. GENÓTIPO: É o indivíduo considerado segundo sua origem genética ou sua herança biológica. 
No melhoramento animal, o que mais interessa é o genótipo, pois na conservação ou 
melhoramento da raça o genótipo precisa ser conhecido, pois, este passa às novas gerações. No 
genótipo está a garantia da permanência da raça, da sua fixação ou de seu aperfeiçoamento. 
10. FENÓTIPO: É a expressão exterior do genótipo sob a influência de determinadas condições de 
ambiente. 
 
 
2º TÓPICO: TAXONOMIA ZOOLÓGICA DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS 
 
A classificação das espécies é baseada em aspectos estruturais, tamanhos, proporções, 
coloração e outros contáveis como número de dentes, número de raios de nadadeiras, etc. 
O Sistema de classificação estabelecido por LINEU distribui as espécies domésticas em 
REINO, FILO, CLASSE, ORDEM, FAMÍLIA, GÊNERO e ESPÉCIE, podendo ocorrer 
subdivisões entre estes agrupamentos. A apresentação dos nomes científicos das espécies consiste 
em apresentar o nome genérico com inicial maiúscula, seguido pelo nome específico com inicial 
minúscula, sendoambos grifados ou em itálico e seguidos da inicial ou nome do classificador, 
separados por vírgula, devendo ainda, ser citado entre parênteses. Conforme descrito, a título de 
exemplo, o nome científico dos taurinos é Bos taurus (L). 
As espécies animais domésticas estão agrupadas em quatro CLASSES zoológicas 
(Mammalia = 17 espécies, Aves = 11 espécies, Pisces = 01 espécie, e Insecta = 02 espécies), 
pertencentes ao REINO Animalia, com as três primeiras classes possuidoras de coluna vertebral, 
crânio e encéfalo, considerados cordados superiores e pertencentes ao FILO Vertebrata, e a última 
ao FILO Invertebrata. 
A seguir, são apresentadas as principais espécies domésticas e suas classificações 
taxonômicas: 
 
I - CLASSE MAMMALIA 
*Corpo coberto de pêlos; respiração pulmonar; coração com quatro câmaras; endotérmicos; 
fêmeas com glândulas mamárias. 
 
Ordem: PERISSODACTYLA 
*Mamíferos ungulados de dedos ímpares. Grandes, pernas longas, pés com número ímpar de 
artelhos dentro de um casco córneo; o eixo funcional da perna passa através do artelho 
médio (terceiro artelho); estômago simples. 
 
01. Família: Equidae 
*Cavalos, asnos e zebras. Um dedo funcional com casco em cada membro; habitam 
planícies abertas ou desertos, alimentam-se basicamente de gramíneas. 
Espécies: Equus caballus – CAVALO 
 Equus asinus - ASININO 
 
Ordem: ARTIODACTYLA 
*Mamíferos ungulados de dedos pares. Tamanho variado; pernas geralmente longas, dois 
(raramente quatro) artelhos funcionais em cada pé, cada um envolvido por um casco 
cornificado; muitos com chifres ou cornos; todos, com exceção dos suínos, com dentição 
reduzida; a maioria, com estômago com quatro compartimentos, ruminam. 
 
A - Subordem: Suiformes 
*Porcos e semelhantes. Sem cornos ou chifres, 38 a 44 dentes, caninos grandes como presas 
curvas. 
 
02.Família: Suidae 
Espécie: Sus domesticus - SUÍNO 
 
03.Família: Bovidae 
*Pés com cascos, dentes incisivos inferior; estômago com quatro compartimentos, ruminam. 
 Subfamília: Bovinae 
 Espécies: Bos taurus - TAURINO 
Bos indicus - ZEBUÍNO 
Bubalus bubalis - BUBALINO 
*Ruminantes com cornos ocos, pares, não ramificados, de queratina, com crescimento lento e 
contínuo na base, sobre bases ósseas dos ossos frontais, geralmente em ambos os sexos, maiores 
nos machos. 
 
a)Subfamília: Caprinae 
 Espécies: Capra hircus - CAPRINO 
 Ovis aries - OVINO 
 
04.Família: Leporidae 
Espécie: Oryctolagus cuniculus - COELHO 
 
II-CLASSE AVES 
*Corpo coberto de penas; membros anteriores transformados em asas para vôo; membros 
posteriores para nadar, andar ou empoleirar-se; geralmente quatro artelhos; boca distendida 
em bico, sem dentes; respiração pulmonar; coração com quatro câmaras; ovíparas. 
Espécies: Anser domesticus - GANSO 
Anas boschas - MARRECO 
Cairina moschata - PATO 
Cygnus olor - CISNE 
 
Ordem: GALLIFORMES 
*Bico curto; pés geralmente adaptados para ciscar e correr; filhotes cobertos com plumas ao 
eclodirem. 
 
06.Família: Phasianidae 
Espécies: Gallus domesticus - GALINHA 
Phasianus colchicus - FAISÃO 
Numida galeata - CAPOTE 
Pavo cristatus - PAVÃO 
 
07.Família: Penelopidae 
Espécie: Meleagris gallopavo - PERU 
 
Ordem: COLUMBIFORMES 
*Bico geralmente curto e delgado, com pele mole e grossa na base (ceroma); filhotes nus; 
cosmopolitas. 
 
08.Família: Struthionidae 
Espécie: Struthio camelus - AVESTRUZ 
 
III-CLASSE PISCES 
*Animais com respiração branquial; aquáticos; coração com uma aurícula. 
 
SUB-CLASSE: Actinopterygii 
*Peixes de nadadeiras com raios. 
 
Ordem: OSTARIOPHYSI 
*Grupo dominante de peixes de água doce. 
 
09.Família: Cyprinidae 
Espécie: Cyprinus carpio - CARPA 
 
IV-CLASSE INSECTA (HEXAPODA) 
*Insetos. Cabeça, tórax e abdome distintos; um par de antenas (exceto na ordem protura); peças 
bucais para mastigar, sugar ou lamber; tórax tipicamente com três pares de pernas articuladas 
e dois pares de asas muito variadas, reduzidas ou ausentes; sexos separados. 
 
Ordem: LEPIDOPTERA 
*Mariposas e borboletas. Tamanho variado; peças bucais nas larvas para mastigar e nos adultos 
para sugar (espiritromba); antenas longas; quatro asas membranosas cobertas por escamas 
finas. 
 
10.Família: Apidae 
*Abelhas. Olhos peludos; operárias com cestas de pólen (corbículas) nas patas posteriores. 
Espécie: Apis mellifera - ABELHA 
 Subespécies: Apis mellifera mellifera – ALEMÃ 
Apis mellifera ligustica - ITALIANA 
Apis mellifera adansonii - AFRICANA 
Apis mellifera carnica – CARNICA 
 
3º TÓPICO: ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERESSE 
ZOOTÉCNICO 
 
O conhecimento da origem de domesticação das espécies é importante por que através 
dele podemos compreender os processos adaptativos que levaram os animais a apresentarem as 
características morfológicas e fisiológicas próprias, em função da sua região de origem e do grau de 
domesticação, sendo este grau de domesticação também fundamental para o processo produtivo do 
animal, pois quanto maior o grau de domesticação teoricamente mais aperfeiçoada seriam suas 
características produtivas. 
Inicialmente, admitia-se que todas as espécies domésticas teriam se originado na Ásia, 
entretanto, com os trabalhos de paleontologia desenvolvidos ficou esclarecido que, embora os 
asiáticos tivessem domesticado grande parte das espécies domésticas atuais e, naquele continente 
tivessem origem grande número de espécies, em outros continentes surgiram e foram domesticadas 
espécies de interesse zootécnico. 
A seguir, são apresentadas as principais espécies domésticas de interesse zootécnico, 
com possíveis origens e ancestrais. 
 
1. CAVALO (Equus caballus) 
Originado na América, onde não sobreviveu, e domesticado na Ásia na Idade dos 
Metais, cerca de 3.500 anos a.C. 
O Eohippus (em grego, "aurora do cavalo"), também conhecido como Hyracoterium, é 
considerado o antepassado mais remoto do cavalo. Apresentava quatro dedos nos membros 
anteriores e três nos posteriores e estatura em torno de 0,40m. 
 
2. ASININO (Equus asinus) 
Originado na África (Núbia e Etiópia) e na Ásia (Tibé), onde foi encontrado em estado 
selvagem. 
Na escala evolutiva do Eohippus, chegou-se ao Hipparium, que viveu na América, Ásia 
e África, e deu origem aos asininos e zebras. O Equus taeniopus, africano, é a possível espécie 
selvagem originária dos asininos, ainda sobrevivente. 
Possivelmente, foi domesticado antes dos eqüinos, no vale do Nilo, na África, cerca de 
5.000 anos a.C. 
 
3. SUÍNO (Sus domesticus) 
Descende provavelmente de duas espécies primitivas, uma delas sobrevivente, o Sus 
scrofa ou Javali europeu; e o Sus indicus ou javali asiático, forma selvagem desconhecida, que 
apresenta Sus vittatus como forma sobrevivente, em extensa área da China. 
Domesticado inicialmente na China, cerca de 4.000 anos a.C. 
 
4. CAPRINO (Capra hircus) 
Segunda espécie a ser domesticada e primeiro animal leiteiro domesticado, superando 
os ovinos em prioridade quanto à maior abundância de fósseis (DOMINGUES, 1968), 
possivelmente no Oriente Médio, tendo-se sugerido a Pérsia ou a Palestina como locais (HEISER 
JUNIOR, 1977). 
 
Quanto à origem da cabra, há duas hipóteses: 
a) Hipótese da origem única: a partir da Capra aegagrus, ou cabra-bezoar, dos planaltos ocidentais 
da Ásia. 
b) Hipótese da origem polifilética ou poligênica: a partir de três espécies selvagens: 
1-Capra aegagrus, ou cabra bezoar, dos planaltos ocidentais da Ásia; 
2-Capra falconeri, da Ásia oriental e indiana, de cornos espiralados; 
3-Capra prisca, de ADAMETZ, extinta, possível tronco primitivo. 
 
5. OVINO (Ovis aries) 
Domesticado na Ásia no mesmo período que os caprinos. 
São destacadas três fontes remotas das modernas raças: 
1-Ovis musimon, Musimão, Mouflon, ou carneiro selvagem da Europa; 
2-Ammontragus tragelaphus, pseudovino que deve ter originado os carneiros africanos; 
3-Ovis arkal ou Arcal, de caudalonga, das estepes asiáticas. Ancestral mais antigo. 
 
6. TAURINO (Bos taurus) 
Todos os bovidae, domésticos ou não, descendem de um tronco filogênico comum, o 
"Antílope" do Mioceno e Plioceno, o qual originou todos os cavicórneos: Ovis, Capra, Antilope, 
Bos, Bubalus, etc. 
Dentre os animais domésticos primitivos, são Bos taurus e Bos indicus, os de mais 
difícil determinação da origem, superados apenas pela dificuldade de determinação de origem do 
cão. 
Os Taurinos, possivelmente foram domesticados após o Cão, a Cabra e o Carneiro, 
entre 6000 a 4000 anos a.C., possivelmente na Índia, Oriente Próximo e Egito. 
Supõe-se que o bovino selvagem europeu que originou as espécies domesticáveis foi o 
Bos primigenius, na Suíça, Grécia, Itália e, ainda, na África (Argélia) e Ásia. Seu sobrevivente teria 
sido o Auroque, denominado Urus pelos Alemães. Até 1.627 ainda sobrevivia no Jardim Zoológico 
da Masóvia, na Alemanha. 
 
7. ZEBUÍNO (Bos indicus) 
Os Zebuínos, espécie diferente dos taurinos, foram domesticados possivelmente no 
Egito, antes dos taurinos. 
A possível origem dos zebuínos parece ser o Bos namandicus, encontrado na forma 
fóssil no vale do Nerouda, na Índia. 
 
8. BÚFALO (Bubalus bubalis) 
Originado e domesticado na Ásia. Possivelmente descende do Arni (Bubalus indicus). A 
época da domesticação é imprecisa, embora na cultura do Mohenjo Daro na Índia (2.500 anos a.C.) 
e na China (1.000 anos a.C.) já era conhecido prestando utilidade. 
 
9. COELHO (Oryctolagus cuniculus) 
Descende do Oryctolagus cuniculus, de origem européia. Provavelmente foi 
domesticado na Península Ibérica. 
 
10. GANSO (Anser domesticus) 
Descende provavelmente das espécies selvagens Anser cygnoides ou ganso Chinês; 
Anser canadensis ou ganso do Canadá; e Anser cinereus ou Anser ferus, o ganso europeu, e mais 
importante descendente. Sua domesticação deve ter ocorrido em vários locais, como China, Índia e 
Egito. 
 
11. MARRECO (Anas boschas) 
Descende da espécie selvagem Anas boschas, sobrevivente no norte da Europa, Ásia, 
América do Norte e África. De domesticação recente, não se conhecendo formas pré-históricas dos 
marrecos. Era criado em cativeiro pelos romanos que, provavelmente, o domesticaram. 
 
12. PATO (Cairina moschata) 
Descende da espécie selvagem Cairina moschata, sobrevivente em lagoas e banhados da 
América do Sul. Possivelmente domesticado na Europa (DOMINGUES, 1968), embora HEISER 
JUNIOR (1977) admita sua domesticação na América do Sul. 
 
13. GALINHA (Gallus domesticus) 
Originada na Índia e domesticada na Índia, China e Pérsia. Possui como antepassado 
direto o Gallus bankiva ou galinha selvagem da Índia e Indochina, ainda sobrevivente. Podendo ser 
incluídas como ancestrais da galinha doméstica, devido à interfecundidade, três espécies selvagens 
da Ásia meridional, Gallus sonnerati ou galinha parda da Índia, Gallus lafayetti ou galinha do 
Ceilão e Gallus varius ou galinha de Java. 
 
14. CAPOTE (Numida galeata) 
A forma selvagem deve ter sido Numida galeata, dispersa na África ocidental, Nigéria, 
Senegal, Marrocos e Ilhas de Cabo Verde, sendo inclusive conhecida como galinha d`angola. Não 
considerada espécie perfeitamente doméstica, embora Gregos e Romanos a criavam em 
domesticação. 
 
15. PERU (Meleagris gallopavo) 
Descende da espécie selvagem americana Meleagris gallopavo, das regiões 
montanhosas dos EUA e México. Domesticada provavelmente pelos índios Astecas do México, 
antes de 2.000 anos a.C. 
 
16. AVESTRUZ (Struthio camelus) 
Descende das espécies africanas Struthio camelus e Struthio australis. Domesticada na 
África do Sul. 
 
17. CARPA (Cyprinus carpio) 
Descende de Cyprinus carpio, da Pérsia e Ásia Menor, onde foi iniciada a criação em 
cativeiro. A domesticação iniciou na China, desde 2.100 anos a.C. 
 
18. ABELHA (Apis mellifera) 
 
Descende das subespécies primitivas de Apis mellifera fasciata ou abelha alemã, de 
Apis mellifera ligustica ou abelha italiana e de Apis mellifera adansonii ou abelha africana. A 
primeira abelha criada foi provavelmente a Apis mellifera ligustica. 
Segundo IOIRISH (1981), antes de domesticar as abelhas, o homem pilhava o mel. Há 
cerca de 5.000 a 6.000 anos existiam colméias primitivas no Egito e em outros países da 
Antiguidade, de formas diversas, fixas em argila cozida. Na Grécia antiga, as colméias em forma de 
vaso eram feitas de bronze; enquanto que na antiga Roma, eram de madeira. Nas regiões Sul e no 
Cáucaso, as colméias eram feitas de ramos ou de palha entrançada, endurecidos com argila. Em 
1814, o apicultor ucraniano I. Prokopovitch inventou a colméia de quadros móveis. A colméia 
desmontável de quadros móveis foi desenvolvida pelo apicultor americano Lourenço Langstroth, 
em 1851, e foi aperfeiçoada por outro apicultor americano, Amos Ives Root, passando a denominar-
se “colméia Langstroth-Root”. 
 
4º TÓPICO: CLASSIFICAÇÃO DAS APTIDÕES E FUNÇÕES ZOOTÉCNICAS 
 
I - APTIDÕES E FUNÇÕES MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E ECONÔMICAS 
 
Aptidão zootécnica, produtiva ou econômica é a disposição natural do animal doméstico 
para exercer determinada função produtiva, na dependência de sua capacidade para determinada 
produção. 
A aptidão zootécnica é uma característica em potencial do animal para produção em maior 
ou menor grau, sendo, portanto hereditária, consistindo da soma das virtualidades produtivas que o 
animal transmite aos seus descendentes. Enquanto a função produtiva é de natureza fenotípica e 
depende do ambiente (manejo, clima, alimento, exercício, etc.) para a exteriorização. Assim, a cabra 
leiteira transmite a ótima, boa ou má aptidão para lactação, enquanto o bode também transmita essa 
aptidão é incapaz de exibir a função respectiva. 
As funções produtivas, também denominadas de funções econômicas dos animais 
domésticos, consistem de atos fisiológicos dos quais resultam utilidades ou serviços, os quais 
servem para garantir a sobrevivência do indivíduo ou da espécie, e, ao serem explorados pelo 
homem, ganham a característica fundamental de funções econômicas. Para que sejam exploradas 
economicamente, não basta que satisfaçam as necessidades vitais do animal, mas que forneçam uma 
sobra utilizável de sua produção. Isto é, a função deve ser altamente especializada (COSTA, 2000). 
Segundo COSTA (2000), o desenvolvimento das funções produtivas foi simples, desde 
que a lógica sensibilizou o homem a reter para reprodução os animais mais produtivos. Essa 
“seleção”, processada através de séculos, e o acúmulo de seus resultados, permitiram se atingir as 
elevadas produções atualmente verificadas nas denominadas raças especializadas. 
As principais funções fisiológicas de interesse zootécnico podem ser agrupadas quanto aos 
atos fisiológicos em: 
a) DE CRESCIMENTO: Aumento da massa corporal em função do tempo. 
b) DE LOCOMOÇÃO: Capacidade de transladar-se no espaço em progressão contínua, partindo 
de uma postura inicial de equilíbrio. 
Os segmentos envolvidos na locomoção são agrupados em: 
 ATIVOS: Representados pelos músculos. 
 PASSIVOS: Representados pelos ossos e suas ligações, cartilagens, bolsas sinoviais e tendões. 
A dinâmica corporal ou movimentos são agrupados em: 
 MOVIMENTOS LOCAIS: Não aparecem na locomoção, sem deslocamento: decubitar, levantar, 
escoicear, etc. 
 MOVIMENTOS COM DESLOCAMENTO: Constituem o ato da locomoção, envolvendo passo, 
trote, galope e marcha, como também os movimentos especiais, como recuar, saltar, escalar, 
nadar, bem como os de "alta escola". 
c) DE REPRODUÇÃO: Responsável pela perpetuação das espécies. 
d) DE LACTAÇÃO: O colostro e o leite são indispensáveis à vida dos mamíferos. 
 
As funções produtivas variam com a espécie, raça e sexo do animal, e com o tipo de 
exploração, ocorrendo os seguintes tipos de funções produtivas: 
a) Produção de alimentos: carnes e derivados (vísceras, toucinho, gorduras), leites e derivados 
(queijo, manteiga), ovos,mel e correlatos (própolis, geléia real), etc. 
Espécies: Bovina, bubalina, suína, ovina, caprina, coelhos, aves, abelhas, e também eqüídeos em 
certas regiões. 
b) Matéria-prima para a indústria manufatureira: lã, pêlos, cerdas, crinas, seda, peles, couros, 
cornos, cascos, gorduras não comestíveis (sebo), penas, plumas, bile, etc. 
Espécies: Ovina, caprina, bicho-da-seda, coelho, bovina, bubalina, eqüídeos, alpaca e aves. 
c) Força motriz: trabalho e esporte. 
Espécies: Eqüídeos, bovina, bubalina e cão. 
d) Despojos e adornos. 
Espécies: Neste particular se inclui a função das aves domésticas, cujas plumas são usadas como 
adorno ou na confecção de objetos de uso doméstico. O avestruz é a mais importante das aves 
quanto à produção de plumas, pelo seu valor, já que as demais produzem plumas utilizadas como 
despojos em almofadas, travesseiros, colchões, etc. 
e) Adubo orgânico: detritos e excreções. Deve-se ressaltar que o esterco da lhama não é utilizado 
como adubo e sim como combustível. 
Espécies: Bovina, bubalina, eqüídeos, ovina, caprina e aves. 
f) Função afetiva. 
Espécies: Cão e gato, podendo-se ainda incluir ainda aves ornamentais, como os pavões e cisnes. 
g) Faro e segurança: Explora-se o olfato dos cães (faro), bastante eficiente dentre as espécies 
domésticas, e a coragem, notável qualidade moral seja para caça, seja para auxiliar às ações 
policiais e na defesa do próprio homem. 
Espécie: Cão. 
h) Função humanitária: Serviço prestado pelos animais de laboratório. 
Espécies: Cobaia, coelho, eqüina. 
i) Capital vivo: Em concomitância com a função produtiva, certos animais aumentam de valor com 
a idade, e nisso reside uma das grandes diferenças entre a “máquina viva” e a máquina 
propriamente dita. Enquanto esta só pode funcionar a partir do dia em que esteja pronta e 
acabada, o animal pode produzir e trabalhar sem ter alcançado ainda o seu completo 
desenvolvimento. A seguir, são apresentados dados referenciais da valorização de algumas 
espécies com a idade: 
 
ESPÉCIE VALOR CRESCENTE VALOR CONSTANTE 
Eqüina e bovina 
Ovina e caprina 
Suína 
Galinha caipira 
até 5 anos 
até 4 anos 
até 2 anos 
até 1 ano 
de 7 a 10 anos 
até 6 anos 
até 3 anos 
até 2 anos 
Obs.: Os reprodutores são exceção, devido à avaliação pelo mérito da descendência (Teste de 
progênie). 
 
 
II – TIPO ÉTNICO E TIPO ZOOTÉCNICO 
 
Tipo étnico é o tipo referente à raça. Nada mais é do que o tipo racial. A fisionomia, o 
conjunto dos caracteres exteriores e hereditários de uma raça. É uma expressão da etnografia. 
Tipo zootécnico constitui uma expressão de exterior, designando uma conformação que 
corresponde a certa utilização do animal. Portanto, nada tem a ver com a noção de raça, e tão 
somente à de rendimento zootécnico. Como exemplo, "tipo leiteiro", refere-se à conformação do 
animal cuja função é produzir leite, não importando qual a raça. 
 
III – CLASSIFICAÇÃO ZOOTÉCNICA DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS 
1. EQÜINA 
a) Sela: Cavalos leves, enérgicos, inteligentes, com ossatura fina e densa, tendões e articulações 
bem definidos, corpo enxuto e estatura superior a 1,45m. 
Ex.: Árabe e Mangalarga Marchador. 
b) Tração: Cavalos com aspecto largo e profundo, bem proporcionado. Ossatura forte, musculatura 
abundante. Menos ágil que o cavalo de sela. Andar desembaraçado, direito e regular. 
Ex.: Percheron e Bretão. 
c) Misto (Sela e Tração): Cavalos com características intermediárias entre os tipos sela e tração. 
Ex.: Andaluz. 
 
2. SUÍNA 
a) Banha: Também conhecidos como "lard type". Apresentam o corpo largo, profundo, simétrico, 
baixo e compacto. 
Ex.: Raças nativas brasileiras Canastra e Piau. 
b) Carne magra: Também conhecidos como "bacon type". Apresentam o corpo longo, profundo, 
bem equilibrado ou com quartos posteriores predominantes. 
Ex.: Pietran. 
c) Carne e toucinho: Suínos intermediários entre os tipos banha e carne magra. 
Ex.: Landrace. 
 
3. BOVINA 
a) Leite: Apresentam tendência leiteira, ou seja, atributos indicativos de aptidão leiteira. 
Demonstram forma de cunha, quando observados sob três ângulos: 
 Visto de lado, a linha inferior se mostra descendente da frente para trás. 
 Visto de frente, as linhas das paletas se abrem para baixo; 
 Visto de cima, as linhas laterais apertadas na frente, se afastam nos quartos posteriores. 
A aparência geral, em comparação com a dos bovinos de corte, é de um animal menos 
musculoso, com ângulos e costelas mais salientes, porém revelando vivacidade, vigor e saúde. 
Apresentam um bom desenvolvimento das glândulas mamárias. 
Ex.: Holandesa, Jersey, Guernsey. 
b) Corte: Apresentam tendência à engorda, ou seja, atributos relacionados com a capacidade de 
ganhar peso. Possuem corpo em forma de cilindro compacto, profundo e moderadamente 
comprido. Deve ser tão liso quanto possível na união das diversas regiões, sem saliências nas 
espáduas, sacro e base da cauda; sem depressões no cilhadouro e flancos; bem proporcionados e 
devem se locomover com facilidade. 
A linha superior deve ser retilínea, larga e bem musculosa desde o pescoço até a base da cauda. 
O quarto anterior deve ser largo, profundo, cheio e apresentar bom espaço entre os membros, 
denotando boa capacidade respiratória, e o quarto posterior deve ser comprido, largo e profundo. 
O corpo tem a forma cilíndrica, conforme a raça, com os quartos anteriores e posteriores 
igualmente desenvolvidos, preferindo-se maior volume muscular nos posteriores. 
Ex.: Hereford, Nelore, Indubrasil. 
c) Tração: Os bovinos tipo tração apresentam conformação compacta, forte e musculatura bem 
desenvolvida, principalmente no dorso e quartos posteriores. Pernas curtas e fortes, possuindo 
peito largo. O peso do corpo apoia-se cerca de 60% nos membros anteriores e 40% nos membros 
posteriores. O temperamento deve ser dócil, calmo e sem vícios. 
Ex.: Mestiços nativos. 
d) Misto (Leite e carne): Apresentam atributos intermediários aos bovinos tipo carne e tipo leite 
Ex.: Pardo suíço, Sindi. 
 
4. CAPRINA 
a) Leite: Muito semelhantes às características gerais da vaca leiteira, possuindo conformação geral 
tendendo às formas clássicas de cunha. Aspecto descarnado, feminilidade acentuada nas matrizes 
e, sobretudo, úbere desenvolvido e glanduloso. Ex.: Saanen, Parda Alpina. 
b) Corte: Corpo comprido e profundo, largo no dorso, espáduas bem desenvolvidas e com amplas e 
bem distribuídas massas musculares. Peito amplo, largo, com boa profundidade e com uma 
profunda e larga massa muscular. Linha dorso-lombar retilínea e ampla. Tórax profundo, com 
costados bem arqueados e musculosos, e com costelas bem separadas. Ancas bem separadas, 
musculosas e arredondadas. Garupa ampla e comprida, com inclinação suave e boa cobertura 
muscular. 
Ex.: Boer. 
c) Pêlo: Caprinos com pelo brilhoso, fino, suave e uniforme. São preferidos os animais de pelos 
cacheados e enovelados, sendo rejeitados os fios muito lisos, curtos, untuosos, esponjosos e 
grosseiros. 
Ex.: Angorá. 
d) Misto (leite e carne): Caprinos que apresentam, em geral, baixa capacidade para produzir leite e 
carne. Devem ser melhorados visando maior grau de especialização para o tipo desejado. 
Ex.: Moxotó, Anglo-nubiana. 
 
5. OVINA 
a) Lã: Apresentam pequeno porte e corpo menos profundo que os demais tipos. O corpo apresenta 
como contorno desejável o mais cilíndrico, envolto por uma densa cobertura de lã, ocorrendo os 
tipos de lã fina, média ou forte. É característica a presença de maior ou menor número de rugas 
na pele, especialmente no pescoço e peito. 
Ex.: Lã fina a forte - Merinos. 
Lã forte - Corriedale, Ideal, Romney Marsh e Suffolk. 
TIPO DE LÃ DIÂMETRO DAS FIBRAS 
(MICRÔMETROS) 
CLASSIFICAÇÃO 
BRASILEIRA 
Fina 
Média 
Forte 
16 a 20 
20 a 22 
23 a 26 
Merina 
Merina 
Amerinada, Prima A e Prima B 
 
b) Corte e Pele: Ovinos deslanados, presentes no Nordeste brasileiro. A substituição do velo de lã 
por pêlos curtosse deve à adaptação ao ambiente tropical. Tendem a possuir porte superior ao 
dos ovinos tipo lã. Ex.: Santa Inês e Morada Nova. 
c) Misto (Leite, carne e Lã): Apresentam carcaças de boa qualidade; lã de espessura e comprimento 
médios e de inferior qualidade, usada geralmente em tecidos grosseiros; e, baixa produção de 
leite com alto teor de gordura. Devem ser melhorados visando maior grau de especialização para 
o tipo desejado. 
Ex.: Bergamácia. 
 
6. BUBALINA 
a) Leite. 
Ex.: Murrah, Mediterrânea. 
b) Misto: 
Leite e Carne. 
Ex.: Jaffarabadi. 
Carne e Tração. 
Ex.: Carabao. 
 
7. AVES 
a) Postura. 
As boas poedeiras apresentam cristas, barbelas e patas descoradas e pouco desenvolvimento 
corporal, mostrando aparência sadia. 
b) Corte. 
 
5º TÓPICO: DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES 
 
Por animal doméstico, do latim domus = casa, se entende todo animal que criado e 
reproduzido pelo homem, perpetua tais condições através de gerações por hereditariedade, 
oferecendo utilidades e prestando serviços em mansidão (TORRES, 1990). 
O estudo da Zootecnia é fundamentado no perfeito conhecimento dos animais domésticos, 
grupo especial e muito limitado de animais que o homem, através dos tempos, "tirou" da vida 
selvagem. 
Os principais motivos para a domesticação dos animais estão ligados à necessidade de 
sobrevivência do homem, sendo destacados: 
a) ALIMENTAÇÃO: Necessidade de manter "reservas" alimentares para os períodos de escassez. 
b) SOBREVIVÊNCIA AMBIENTAL: Necessidade de agasalhos para proteção, principalmente na 
época das glaciações. 
c) APROVEITAMENTO DA FORÇA MOTRIZ: Inicialmente os animais foram utilizados para 
transporte de cargas ou para remover objetos pesados e, posteriormente, para tração e como 
montaria. 
d) INSPIRAÇÃO RELIGIOSA: A companhia de animais junto ao homem pode ter decorrido de 
fatores religiosos ou até mesmo por lazer. 
 
São apresentadas hipóteses quanto ao surgimento dos primeiros animais domésticos, 
preconizando-se que: 
a) A domesticação surgiu como processo PACÍFICO: Por instinto de sociabilidade, os animais 
procuraram a convivência do homem, encontrando alimento e proteção. São exemplos, o cão e o 
suíno. 
b) A domesticação decorreu de processo VIOLENTO: Houve violência do homem para 
aprisionamento, amansamento e domesticação dos animais domésticos atuais, através da violência, 
força, fome, aprisionamento e castigos corporais. 
Neste caso, se tem como exemplo a domesticação do cavalo, que ocorreu apenas na Idade 
dos Metais, quando a disponibilidade de utensílios de metal foi possível. 
c) Domesticação por métodos INTERMEDIÁRIOS: Quando animais que mais facilmente teriam 
permitido a aproximação do homem eram aprisionados. São exemplos os bovinos, os caprinos, os 
ovinos, os zebuínos, os bubalinos e as aves. 
Considerando a variação nas épocas de domesticação, TORRES (1990) apresenta as 
seguintes fases históricas da domesticação: 
a) REMOTA: No fim do Paleolítico Superior (15.000 anos a.C.). O homem deve ter começado a 
domesticar o lobo. 
b) PRIMÁRIA: Fase correspondente ao neolítico. A domesticação do cão prosseguiu e há 10.000 
anos a.C. foram domesticados os ovinos, os caprinos, os zebuínos, os asininos, os eqüinos e o gato. 
c) SECUNDÁRIA: Final dos tempos históricos, em que foram domesticados vários animais, como 
o suíno, os galináceos, o coelho, o dromedário, o camelo, a abelha, a lhama e a alpaca. 
d) ATUAL: Animais recentemente domesticados, como a avestruz, o capote, a cobaia, o peru, assim 
como grande número de animais criados para fins científicos, para produção de peles, ou mesmo de 
alimentos, que se encontram em processo de domesticação. 
 
No processo de domesticação, os animais passam por fases distintas até atingirem a 
domesticidade: 
a) CATIVEIRO - Fase inferior. O homem mantém o animal aprisionado sem obter lucro ou serviço, 
eventualmente utilizando-o para o abate. Ex: Animais de parques ou zoológicos. 
b) MANSIDÃO, DOMAÇÃO OU AMANSAMENTO - Ocorre convivência pacífica entre o animal 
e o homem. Fase em que o animal está muito próximo à domesticidade, podendo prestar serviços. 
Ex: O elefante quando aprisionado novo apresenta-se manso a idade adulta. 
c) DOMESTICIDADE - Estado de simbiose entre o animal doméstico e o homem. Ex: Cães, 
Caprinos, Ovinos, Bovinos, Suínos, etc. 
No processo de domesticação há algumas espécies que atingem a última fase, embora 
apresentem uma facilidade muito grande de voltarem à vida selvagem, são as espécies 
semidomésticas. Ex: Coelho, Búfalo, Capote, Faisão. 
 
Quanto ao grau de domesticidade, os animais domésticos estão assim agrupados: 
GRUPO 1- Cão, Caprino, Ovino, Taurino, Suíno, Bicho-da-seda, Gato, Galinha, 
Eqüino, Asinino, Camelo e Dromedário. 
GRUPO 2- Zebuíno, Marreco, Ganso, Peru, Pombo, Cisne, Pavão, Cobaia e Lhama. 
GRUPO 3- Búfalo, Rena, Capote, Avestruz, Pato, Faisão, Alpaca e Coelho. 
GRUPO 4- Abelha e Carpa. 
Os atributos dos animais domesticados são preexistentes nos animais domesticáveis, desta 
forma, sabe-se que as espécies animais são naturalmente selvagens ou domésticas, em virtude de 
seus próprios instintos. Desta forma, constituem atributos dos animais domésticos: 
• SOCIABILIDADE: É a conduta associativa que leva os animais à vida em grupos. Determinou a 
aproximação entre o animal e o homem. Como exceção a esta peculiaridade, pode ser citado o gato 
que, mesmo sendo doméstico, prefere a vida sem formação de grupos. 
• MANSIDÃO HEREDITÁRIA: Animais individualmente mansos são semidomésticos. Os animais 
domésticos devem transmitir a característica de domesticidade aos descendentes. A mansidão é o 
regulador do grau de domesticidade das espécies, sendo destacada como a principal característica 
que distingue os animais selvagens dos domésticos. 
• FECUNDIDADE EM CATIVEIRO: Responsável pelo aumento populacional dos animais 
domésticos. Como exceção a esta peculiaridade, pode ser citado o coelho, que apresentou redução 
da fecundidade quando da domesticação. A fecundidade nem sempre se consegue nos animais 
amansados, quando mantidos em cativeiro. 
• FUNÇÕES ESPECIALIZADAS: Sendo a domesticação um processo que implica no 
aproveitamento dos produtos e trabalhos dos animais em função do homem, houve, portanto, tal 
pré-condição para alcançarem a domesticidade. 
• FACILIDADE DE ADAPTAÇÃO AMBIENTAL: Os animais de origem múltipla geralmente 
apresentam melhor poder de adaptação que aqueles de origem monofilética. 
O processo de domesticação predispõe os animais a modificações nos caracteres 
morfológicos e fisiológicos. O princípio da diferenciação dos caracteres refere que "quanto mais o 
animal se afastou do ambiente de origem e quanto mais aperfeiçoados os métodos zootécnicos de 
exploração maior a diferenciação dos caracteres morfológicos e fisiológicos". 
Os animais selvagens sofrem seleção natural, enquanto os animais domésticos são 
submetidos à seleção artificial, estando os primeiros sujeitos à variação espontânea, ocorrendo 
modificação de atributos; enquanto, a seleção artificial é responsável pela conservação dos atributos 
modificados durante a variação espontânea. 
Como já ficou evidenciado, os animais domesticados sofrem modificações, as quais podem 
ser de natureza INDIRETA (clima, ambiente artificial e seleção artificial) ou DIRETA (variações 
espontâneas e misturas de espécies e de raças). 
A seguir são enumeradas algumas modificações decorrentes do processo de domesticação: 
 
1. MORFOLÓGICAS: Atingem a estrutura do organismo dos animais, com consequências sobre 
suas funções fisiológicas. 
• QUALIDADE DOS PÊLOS: Geralmente são grosseiros nos animais selvagens, mal distribuídos 
e, às vezes, mais concentrados em torno da cintura escapular. Nos animais domésticos são, em 
geral, mais finos e sedosos, distribuídos uniformemente sobre o corpo, às vezes com características 
próprias, como nos ovinos e em algumas raças de caprinos e coelhos, formandolã. 
• COLORAÇÃO DA PELAGEM: Os animais selvagens apresentam pelagem uniforme, discreta, 
parda, curta, podendo mudar com a estação do ano, ou mesmo apresentar fenômenos de mimetismo, 
enquanto os animais domésticos a apresentam variada. 
• PORTE E DIMENSÕES CORPORAIS: Os animais selvagens apresentam porte uniforme, 
ocorrendo muitas vezes maior desenvolvimento da cintura escapular. Os animais domésticos 
apresentam porte variado com a raça e inclusive dentro das raças. 
• ORELHAS: Nos animais selvagens geralmente são pequenas e bastante móveis, denotando função 
auditiva aguçada. Nos animais domésticos apresentam morfologia, dimensões e posicionamento 
variados. 
• ÓRGÃOS DE DEFESA: Os cornos, garras e dentes dos animais domésticos sofreram redução ou 
desapareceram, em decorrência da seleção artificial. 
• PANÍCULO ADIPOSO: Nos animais selvagens destina-se prioritariamente ao suprimento das 
necessidades nos períodos críticos, enquanto os animais domésticos apresentam panículo adiposo 
desenvolvido e muitas vezes exagerado, como nas nádegas e na cauda de algumas raças de ovinos. 
• ESQUELETO ÓSSEO: Os animais domésticos quando comparados aos animais selvagens 
apresentam ossos mais curtos, espessos, relativamente finos e com saliências articulares mal 
distintas. 
 
2. FISIOLÓGICAS: São as modificações mais notáveis, pelo fato da exploração animal depender 
de maior intensidade fisiológica. 
• VELOCIDADE DE LOCOMOÇÃO: Mais desenvolvida nos animais selvagens, pela necessidade 
de defesa. Nos animais domésticos, com exceção do dromedário e de algumas raças de equinos e de 
cães, é bastante reduzida. 
• VÔO: Devido ao aumento de peso, as aves domésticas perderam parcial ou totalmente a 
capacidade de vôo. 
• FERTILIDADE: Os animais selvagens tendem a apresentar cios estacionais, dependendo da 
disponibilidade de alimentos, inclusive com anestro, o que não ocorre com a maioria dos animais 
domésticos, mais férteis e geralmente com ciclo estral contínuo. 
• PROLIFICIDADE: Os animais domésticos são mais prolíficos, como exemplo cita-se a galinha 
poedeira que produz de 200 a 300 ovos por ano, enquanto a galinha selvagem apresenta duas 
posturas de 15 ovos por ano, devido à necessidade de proteção das crias. 
• LACTAÇÃO: Nos mamíferos selvagens restringe-se às necessidades das crias, tendo sido 
aumentada nos domésticos, tanto em quantidade diária quanto em período de lactação. 
• CHOCO: Característica própria das aves para incubar os ovos, utilizando o calor e a umidade 
corporal. Vem desaparecendo em algumas espécies domésticas, notadamente nas galinhas de alta 
produtividade. 
• VELOCIDADE DE CRESCIMENTO: É muito lenta nos animais selvagens, e rápida nos animais 
domésticos, sobretudo nos para corte, que chegam a apresentar altos índices de conversão alimentar. 
• CONSTITUIÇÃO ORGÂNICA: Os animais selvagens apresentam constituição rústica, enquanto 
os animais domésticos, em geral, apresentam constituição débil. 
 
3. ETOLÓGICAS: Referem-se ao comportamento individual e social dos animais. 
• INSTINTO DE DEFESA: Nos animais selvagens é bastante aguçado. A visão e o olfato são muito 
evoluídos e adaptados, por necessidade de proteção. O inverso ocorre aos animais domésticos, 
chegando a ocorrer algumas espécies ou raças incapazes de sobreviver em ambiente natural. 
• COMPORTAMENTO SEXUAL: Os animais selvagens são na maioria monógamos, mantêm o 
ciclo reprodutivo estacional, podendo ocorrer competição pela fêmea. Nos animais domésticos, a 
hierarquia social nem sempre é bem estabelecida, com exceção das aves, o que deve decorrer da 
ausência de predadores. Como exemplo destaca-se o marreco, que quando selvagem é monógamo e 
quando doméstico passa a ser polígamo, numa relação de um macho para três a quatro fêmeas. 
• RELACIONAMENTO COM O HOMEM: Nos animais domésticos, em virtude da intensa 
observação, tratos e direcionamento da criação, a interação homem/animal é constante, podendo ser 
admitida dependência de espécies altamente produtivas.

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