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Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital Autores: Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 11 de Março de 2020 1 60 SUMÁRIO 1 Outros aspectos das competências constitucionais do TCM-SP ................................... 2 1.1 Emissão de parecer prévio sobre as contas do Prefeito e do próprio TC ............................... 2 1.2 Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos ............ 5 1.3 Registro de atos de pessoal ................................................................................................... 6 1.4 Realizar inspeções e auditorias ............................................................................................. 6 1.5 Fiscalizar a aplicação de recursos repassados ao Município ................................................. 7 1.6 Manifestar-se sobre empréstimos ......................................................................................... 9 1.7 Prestar informações ............................................................................................................ 10 1.8 Aplicar sanções aos responsáveis ........................................................................................ 11 1.9 Emitir parecer sobre despesas não autorizadas .................................................................. 12 1.10 Competências exclusivas de organização interna ............................................................... 12 2 Competências previstas na LOTCM-SP ...................................................................... 16 2.1 Representar ao poder competente ...................................................................................... 16 2.2 Assinar prazo para a correção de irregularidades ............................................................... 17 2.3 Julgar a aplicação de auxílios e subvenções repassados a entidades paraestatais ............ 17 2.4 Fiscalizar a aplicação das quotas dos recursos tributários transferidos pela União ........... 18 2.5 Decretar prisão administrativa (inconstitucional) ............................................................... 18 2.6 Aplicar multa a servidores ................................................................................................... 19 2.7 Decidir sobre consulta ......................................................................................................... 19 3 Competências previstas no Regimento Interno ......................................................... 22 3.1 Retirar dos processos palavras, imagens ou expressões desrespeitosas ............................. 22 3.2 Expedir instruções normativas ............................................................................................ 22 4 Competências previstas na legislação ....................................................................... 23 4.1 Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................................................................ 23 4.2 Lei das Infrações administrativas contra as finanças públicas ............................................ 24 4.3 Lei de Licitações e Contratos e RDC ..................................................................................... 24 4.4 Lei 13.303/2016 – Estatuto das Empresas Estatais ............................................................. 25 4.5 Legislação eleitoral .............................................................................................................. 26 5 Jurisdição ................................................................................................................. 36 5.1 O que é jurisdição? .............................................................................................................. 36 Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 2 60 6 Questões extras ........................................................................................................ 44 7 Lista de questões resolvidas na aula ......................................................................... 52 8 Gabarito ................................................................................................................... 60 Nesta aula, vamos estudar os seguintes temas: Tribunal de Contas do Município de São Paulo: jurisdição Vamos começar a nossa aula tratando de competências tratadas na Lei Orgânica do Município de São Paulo - LOMSP, abordando os aspectos especiais em relação à Constituição Federal. Em seguida, vamos avançar para a Lei Orgânica e o Regimento Interno do TCM-SP. Depois, abordaremos questões específicas de outras normas. Por fim, vamos estudar a jurisdição do TCM-SP. Vamos nesta! 1 OUTROS ASPECTOS DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS DO TCM-SP Neste capítulo, vamos rever alguns aspectos de competências que já estudamos na aula anterior, porém dando ênfase às disposições constantes na Lei Orgânica do Município de São Paulo – LOMSP, bem como na Lei Orgânica e no Regimento Interno do TCM-SP. 1.1 EMISSÃO DE PARECER PRÉVIO SOBRE AS CONTAS DO PREFEITO E DO PRÓPRIO TC A Constituição Federal determina que o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União. A LOMSP, por sua vez, determina que o controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Município (art. 48). Ademais, a Carta Política atribui, entre outras, a competência para o TCU “apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento”. Já na LOMSP consta que compete ao TCM-SP: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito, pela Mesa da Câmara e pelo próprio Tribunal, que serão apresentadas obrigatoriamente até 31 de março de cada exercício, mediante parecer prévio informativo, que deverá ser elaborado e enviado à Câmara Municipal no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data de seu recebimento, já incluídos nesse prazo eventuais diligências e apreciação definitiva de recursos administrativos. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 3 60 Ou seja, segundo a LOMSP, compete ao TCM-SP apreciar não só as contas do Chefe do Poder Executivo, mas também as da Mesa da Câmara Municipal e as do próprio Tribunal, sendo todas julgadas pela Câmara Municipal. Primeiramente, temos que lembrar aqui que, pelo princípio da simetria, a atribuição de emitir parecer prévio (função meramente opinativa) não alcança as contas anuais prestadas pela Mesa do Poder Legislativo, aplicando-se apenas ao Chefe do Poder Executivo. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional que o Poder Legislativo julgue suas próprias contas, as quais devem ser efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas. A leitura do trecho do voto condutor da ADI 849-8/MT é esclarecedora: As contas da Mesa da Assembleia Legislativa estão sujeitas a julgamento do Tribunal de Contas do Estado, por força do disposto no inc. II do art. 71, combinado com o art. 75 da Constituição Federal, e não simplesmente a parecer prévio de Corte de Contas, como previsto no inciso I do mesmo artigo, dispositivo este aplicável apenas às contas prestadas anualmente pelo presidente da República. Assim, embora a competência de emitir parecer sobre as contas da Mesa da Câmara esteja prevista na LOMSP e também na Lei Orgânica do Tribunal (art. 19, II), destacamos que compete ao TCM-SP julgar as contas da Mesa da Câmara, conforme corretamente previstono art. 73 do Regimento Interno: Art. 73 - As contas anuais da Mesa da Câmara Municipal de São Paulo serão julgadas pelo Plenário, nos termos do artigo 71, II, da Constituição Federal. Quanto às contas do próprio Tribunal, comentamos na aula anterior que o STF admite que as constituições estaduais ou lei orgânica – no caso do município – podem prever que o julgamento das contas do respectivo tribunal de contas seja realizado pelo Poder Legislativo. E é exatamente isso que acontece no âmbito do município de São Paulo. A Lei Orgânica do Município dispõe que o TCM-SP encaminhará suas contas à Câmara Municipal, anualmente, para julgamento (art. 48, §5º). Mas, antes de encaminhá-las, o TCM-SP apreciará as contas prestadas pelo próprio Tribunal, mediante parecer prévio informativo. Portanto, o Plenário do TCM-SP emitirá um parecer pela aprovação ou rejeição de suas próprias contas (RITCM-SP, art. 72), mas é a Câmara Municipal que julga as contas anuais dos responsáveis do TCM-SP. Sobre os prazos, vemos que a LOM define que o Prefeito, a Mesa da CM e o próprio TCM-SP têm até o dia 31 de março para apresentar suas contas do ano anterior. A contar da data do recebimento das contas, o TCM-SP deve elaborar parecer prévio informativo e enviar à Câmara Municipal no prazo máximo de 120 dias, já contando eventuais diligências e apreciação definitiva de recursos administrativos nesse prazo. Vale mencionar que a Lei Orgânica do TCM-SP prevê o prazo de 90 dias para emissão do parecer prévio no art. 19, inciso I, enquanto o art. 26 prevê 60 dias. Embora a redação desses dispositivos não tenha sido alterada, prevalece o prazo de 120 dias “conforme disposição expressa da Lei Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 4 60 Orgânica do Município de São Paulo em seu artigo 48, inciso I, na redação introduzida pela Emenda nº 29, de 29/11/07”, como informa a nota inserida logo após o artigo 26 da LOTCM-SP. Já o Regimento Interno do TCM-SP traz o prazo de 90 dias para que o relator apresente seu relatório e voto (art. 71), o que não contradiz o prazo estipulado na LOMSP, considerando que, após o voto do relator, as contas ainda serão submetidas ao Plenário, que emitirá parecer pela sua aprovação ou rejeição (art. 72). Além do prazo para fins de emissão do parecer prévio, a LOMSP também fixa o prazo para a realização do julgamento, no âmbito da Câmara Municipal. Segundo a Lei Orgânica do Município, a Câmara tem o prazo de 120 dias, constados do recebimento do parecer prévio, para realizar o julgamento das contas do Prefeito Municipal, sob pena de ficarem sobrestadas (suspensas) todas as demais deliberações. É isso que percebemos da análise do art. 48, § 6º: §6º - Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data do recebimento do parecer prévio do Tribunal, sem que tenha havido deliberação, as contas referidas no inciso I serão incluídas na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, até que se ultime a votação. Agora, sim! Vamos ao nosso resuminho! Fundamento Observações CF § Titular controle externo: CN § Órgão técnico: TCU LOMSP § Titular controle externo: CM § Órgão técnico: TCM-SP § Detalhes: § emitir parecer prévio no prazo de 120 dias, contados do recebimento, sobre as contas do Prefeito, da Mesa da CM e do próprio Tribunal (apenas emitir parecer prévio sobre a contas da CM é inconstitucional) RITCM-SP § julgar as contas da Mesa da CM Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 5 60 1.2 JULGAR AS CONTAS DOS ADMINISTRADORES E DEMAIS RESPONSÁVEIS POR RECURSOS PÚBLICOS Já vimos que a Constituição Federal diz que compete ao TCU “julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público”. Na Lei Orgânica do Município de São Paulo, temos a seguinte atribuição do Tribunal de Contas: II - apreciar, através de parecer, as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos, da administração direta, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; Não por acaso, esse inciso da LOMSP foi declarado inconstitucional pelo TJSP (ADIN nº 11.754-0/6), pois limita a competência disposta no art. 33, II, da Constituição Estadual que, por sua vez, reproduz a atribuição trazida na Constituição Federal. Como já sabemos, a competência do Tribunal de Contas sobre as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos, com exceção do chefe do Poder Executivo (e do próprio Tribunal, por força de previsão na LOMSP), não se restringe à mera emissão de parecer, pois todos têm as suas contas efetivamente julgadas pelos tribunais de contas. Nesse sentido, a Lei Orgânica do TCM-SP já traz a seguinte competência (art. 19, IV): IV - Julgar da regularidade das contas dos ordenadores de despesa, administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos, bem como de quem haja recebido benefício por antecipação ou adiantamento. Sobre a parte final do inciso, observamos que a Lei 4.320/63 (art. 68 e 69) prevê, em determinadas situações, a utilização de uma sistemática especial para realizar despesas que, por sua natureza ou urgência, não possam aguardar o processo normal. Essa sistemática é denominada adiantamento ou suprimento de fundos. Portanto, quem recebe recursos a título de adiantamento também tem suas contas julgadas pelo Tribunal, afinal, é responsável por valores públicos. Por fim, as autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal, deverão encaminhar ao Tribunal os seus balanços e demais demonstrativos até 5 meses seguintes ao término do exercício financeiro (LOMSP, art. 48, §2º). A Lei Orgânica do TCM-SP ainda especifica que, no julgamento das contas das entidades da administração indireta, “o Tribunal tomará por base o relatório anual, os balanços relativos ao encerramento do exercício, assim como os certificados de auditoria e o parecer dos órgãos que devem se pronunciar sobre as contas” (LOTCM-SP, art. 21). Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 6 60 1.3 REGISTRO DE ATOS DE PESSOAL Sobre os atos de registro de pessoal, a LOMSP atribui ao TCM-SP a competência para (art. 48): III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; Esta competência também consta na Constituição Federal, nos termos do art. 71, III. Porém, notamos que a Lei Orgânica do Município de São Paulo não faz menção à concessão de reforma, que é o benefício da inativação para o servidor militar. Isso porque não existem atos de concessão de reforma a serem registrados pelo Tribunal de Contas municipal, pois só há militares no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal. Outra diferença é que a LOMSP detalhaque os órgãos da administração direta e as entidades da administração indireta deverão encaminhar ao TCM-SP (art. 48, §3º): a) seus quadros gerais de pessoal, semestralmente; b) as alterações havidas, no prazo máximo de 30 dias a contar da data em que as mesmas ocorrerem. 1.4 REALIZAR INSPEÇÕES E AUDITORIAS Já vimos que a Constituição Federal outorga esta competência ao TCU, podendo ocorrer por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito. Na Lei Orgânica do Município de São Paulo, temos o seguinte (art. 48, IV): IV - realizar, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e nas demais entidades referidas no inciso II, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, por iniciativa própria e, ainda, quando forem solicitadas: a) pela Câmara Municipal, por qualquer de suas Comissões; b) por cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% (um por cento) do eleitorado do Município; Assim como na CF, notamos que as fiscalizações do TC serão realizadas nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo, bem como nas entidades da administração indireta, que o inciso II se refere como autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluindo as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. Ou seja, a competência é essencialmente a mesma, porém temos diferentes legitimados para solicitar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial: Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 7 60 a) o próprio TCM-SP; b) a Câmara Municipal ou qualquer de suas comissões; c) cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% do eleitorado municipal. Vemos que a primeira diferença é que qualquer comissão da Câmara poderá solicitar inspeções e auditorias ao TCM-SP, enquanto a Constituição Federal prevê que apenas comissão técnica ou de inquérito pode solicitar essas fiscalizações ao TCU. Observamos também que a LOMSP inova ao prever que as inspeções e auditorias do TCM-SP podem se dar por iniciativa popular, desde que o requerimento seja assinado por pelo menos 1% do eleitorado do município de São Paulo. Fiscalizar as unidades administrativas Fundamento CF LOMSP Iniciativa de quem? § próprio TCU; § CD, SF, comissão técnica ou de inquérito; § próprio TCM-SP; § CM ou qualquer de suas comissões; § cidadãos (pelo menos 1% do eleitorado municipal) Natureza FOCOP: financeira, orçamentária, contábil, operacional e patrimonial Onde? § unidades administrativas de todos os Poderes da União § entidades da administração indireta, incluindo as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal. § unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo municipais § autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluindo as fundações instituídas e mantidas pelo poder público municipal. 1.5 FISCALIZAR A APLICAÇÃO DE RECURSOS REPASSADOS AO MUNICÍPIO Segundo a LOMSP, compete ao TCM-SP (art. 48, V): Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 8 60 V) fiscalizar a aplicação de recursos de qualquer natureza, repassados ao Município, pela União, pelo Estado, ou qualquer outra entidade, mediante convênio, acordo, ajuste e outros instrumentos congêneres; Nesse caso, poderíamos ter o controle, por exemplo, dos recursos repassados mediante convênio pela União ao município. Poderíamos deduzir que esta competência extrapola os limites constitucionais das atribuições do TCM-SP, na medida em que o Tribunal estaria fiscalizando a aplicação de recursos que não são de origem municipal. No entanto, em alguns casos, a má aplicação de recursos de origem externa poderá implicar sanções ao governo municipal, como a inscrição no cadastro de inadimplentes – Cadin. Logo, a competência do TCM-SP, nesse caso, poderia servir para evitar a aplicação de sanções ao próprio município. No entanto, se o TCM-SP identificar a ocorrência de dano ao erário na aplicação de recursos federais, por exemplo, não haverá como imputar débito, pois tal atribuição será do Tribunal de Contas da União. No caso, caberá ao TCM-SP representar ao TCU para que este último adote as medidas cabíveis. 1.5.1 Casos especiais – presença de recursos de vários entes Vou aproveitar agora para tratar de três situações em que teremos a presença de recursos de distintas entidades. Já falamos ao longo do curso sobre a fiscalização de convênios; fiscalização de empresas estatais e sobre a fiscalização de empresas supranacionais. Estes três casos têm em comum a possibilidade de existência de recursos de mais de uma entidade. Logo, vamos consolidar como funciona a competência fiscalizatória em cada um desses casos. a) Fiscalização de convênios Nos convênios, normalmente temos o repasse de recursos para a realização de algum objeto de interesse comum. Por exemplo, a União pode repassar recursos para o município de São Paulo para a construção de uma ponte. Porém, é muito comum que o ente repassador exija uma contrapartida do ente que está recebendo os recursos. Por exemplo, a União repassou recursos para 70% do empreendimento, cabendo ao município pagar o restante (30%) como contrapartida. No nosso exemplo, a ponte será construída com 70% de recursos federais e 30% de recursos municipais. Nessa situação, quem tem competência para fiscalizar a construção da ponte e aplicação dos recursos? O TCU ou o TCM-SP? A resposta é: os dois! Nessa situação, o TCU tem competência para fiscalizar os recursos da União, enquanto o TCM-SP fiscalizar os recursos do município de São Paulo. Na prática, é quase impossível “separar” o dinheiro. Mas no caso de eventual dano, o TCM-SP somente poderá imputar o débito até o limite do valor transferido, aplicando-se a mesma lógica ao TCU. b) Fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 9 60 Este caso se aplica melhor ao TCU, já que é muito mais comum a existência de uma empresa com recursos da União e de outro país do que a existência de uma empresa com recursos do município e de outro país. A última situação, em que pese até seja possível, não faz tanto sentido. Imagine que o Brasil detenha 20% do capital de uma empresa supranacional, enquanto um outro país detenha 80% do capital da entidade. Logo, a União é o sócio minoritário. Nessa situação, quem terá competência para fiscalizar? O TCU ou o órgão de controle externo do outro país? Novamente: os dois! Não importa se a União é o sócio minoritário. Mesmo assim, o TCU terá competência para realizar a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais, nos termos do art. 71, V, da Constituição Federal. c) Fiscalização de empresas estatais com capital formado por diversos entes da Federação Agora, vamos ao último caso. A União detém 49% do capital de uma empresa pública, sendo que o município de São Paulo dispõe dos outros 51%. Nessa situação, o município é o controlador da entidade, sendo a União o sócio minoritário. Quem tem competência para realizar as fiscalizações? TCU ou TCM-SP? A resposta é: o TCM-SP! Perceba que, nesse caso, temos uma situação um pouquinho diferente. Aqui, estamos falando da composição do capital de uma entidade pública nacional. Nessa situação, o STF entendeu que a competência para fiscalizar pertence ao Tribunal de Contas ente controlador, uma vez queo eventual controle realizado pelo Tribunal de Contas do ente não controlador representaria uma invasão da atuação de uma entidade da Federação sobre a outra. Vamos conversar sobre isso no capítulo sobre a jurisdição do TCM-SP, mas por enquanto vamos deixar um trecho da ementa do MS 24.423, que tratou da competência para fiscalizar a Terracap, que é uma empresa estatal cujo capital pertence à União (49%) e ao DF (51%): a questão aqui não diz com a delimitação sobre a abrangência, objetiva e subjetiva, da competência fiscalizatória do TCU, relativamente aos órgãos, entidades, sociedades ou recursos da União, mas sim com matéria estritamente federativa, porque não se pode anuir com a adoção de medidas invasivas [...] da União sobre órgãos, entidades ou sociedades sob o controle de poder público estadual ou municipal [...]. [MS 24.423 Logo, para o STF, a competência para julgar as contas dos responsáveis e efetuar as fiscalizações na Terracap pertence ao TCDF (ente controlador), e não ao TCU. 1.6 MANIFESTAR-SE SOBRE EMPRÉSTIMOS De acordo com a LOMSP, é competência do TCM-SP (art. 48, VI): VI - manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre os empréstimos a serem contraídos pelo Município quando for solicitado pela Câmara Municipal; Ou seja, o TCM-SP deve se manifestar sobre os empréstimos a serem contraídos pelo município quando a Câmara Municipal solicitar, no prazo de 30 dias. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 10 60 Não podemos confundir as transferências voluntárias mediante convênio, que vimos no item anterior, com as operações de crédito. No último caso, há apenas um empréstimo de recursos, que serão devolvidos no futuro conforme as regras de mercado. Nessa situação, o ente da Federação que recebe os recursos está apenas obtendo um financiamento para o empreendimento, mas será ele mesmo que fará o pagamento. Assim, o ente repassador está apenas emprestando, mas não “repassando” recursos. Por isso, a competência para fiscalizar a aplicação será do Tribunal de Contas competente para fiscalizar o ente que recebeu o dinheiro. Por exemplo: se uma entidade do Município de São Paulo obtiver empréstimo de um banco público federal, a competência para fiscalizar a aplicação do recurso será do TCM-SP. Isso porque é o município que vai pagar o empreendimento. Nesse caso, o TCU até terá uma competência fiscalizatória, mas não sobre a aplicação do recurso. O TCU, no caso, poderá fiscalizar a operação de crédito em si, verificando, por exemplo, se forem exigidas as garantias devidas para assegurar a devolução dos recursos. Porém, não caberá ao TCU controlar a aplicação dos recursos Portanto, a competência do TCM-SP sobre os empréstimos realizados pelo município vai além de mera manifestação quando solicitado pela CM! O TCM poderá realizar fiscalizações por iniciativa própria. 1.7 PRESTAR INFORMAÇÕES Vejamos o que prevê a Lei Orgânica do Município de São Paulo (art. 48, VIII): VII - prestar informações solicitadas pela Câmara Municipal por suas Comissões ou lideranças partidárias, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre os resultados de auditorias e inspeções que tenham sido realizadas; A Constituição Federal, ao tratar da prestação de informações (art. 71, VII), dispõe que o TCU deve prestar as informações solicitadas: (i) pelo Congresso Nacional; (ii) por qualquer de suas Casas; ou (iii) por qualquer das respectivas comissões. Por sua vez, a LOMSP dispõe que são legitimados para solicitar informações: a) Câmara Municipal; b) qualquer de suas comissões; c) lideranças partidárias. Assim, há uma diferença importante entre a CF e a LOMSP, pois no município de São Paulo a solicitação de informações ao TCM-SP também pode ser realizada pelas lideranças partidárias da Câmara Municipal. Não vamos explicar em detalhes este assunto, pois já comentamos sobre a solicitação de informações na aula sobre as competências constantes na Constituição Federal. Além disso, teremos Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 11 60 uma aula específica para tratarmos das fiscalizações, momento em que voltaremos a falar da prestação de informações. -/- Solicitar fiscalizações (inc. IV) Solicitar informações (inc. VII) Legitimados externos § Câmara Municipal § Qualquer comissão § Cidadãos (pelo menos 1% do eleitorado municipal) § Câmara Municipal § Qualquer comissão § Lideranças partidárias Ainda sobre a prestação de informações, destacamos que Tribunal de Contas do Município é obrigado a fornecer, no prazo de 30 dias, informações de qualquer natureza quando requisitadas, por escrito e mediante justificativa, pela Câmara Municipal, através da Mesa, das Comissões ou dos Vereadores (LOMSP, art. 82, caput e §1º). Segundo o Regimento Interno do TCM-SP, é atribuição do presidente da Corte prestar essas informações (art. 26, XV). Sobre esse tema, não custa lembrar a previsão da CF, adaptada na LOMSP, de que o TC deverá encaminhar à Câmara Municipal, trimestralmente, relatório de suas atividades (LOMSP, art. 48, § 5º): § 5º - O Tribunal encaminhará à Câmara Municipal relatório de suas atividades, trimestralmente, e, anualmente, as suas contas para julgamento. Observe que, enquanto na CF o envio do relatório de atividades pelo TC deve ocorrer trimestralmente e anualmente, na LOMSP este envio é apenas trimestral. Por fim, ainda na competência de prestação de informações e seguindo as regras do art. 49 da LRF, é fundamental a leitura do art. 47, §2º, da LOMSP, que dispõe que: § 2º - As contas do Município ficarão disponíveis, inclusive por meios eletrônicos, durante todo o exercício, na Câmara Municipal e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade, os quais poderão questionar-lhe a legitimidade, nos termos da lei. Portanto, as contas devem ficar disponíveis durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo (CM) e no órgão técnico responsável pela sua elaboração. 1.8 APLICAR SANÇÕES AOS RESPONSÁVEIS Já vimos que a Constituição Federal atribui ao TCU a competência para aplicar sanções aos responsáveis. Vejamos a competência prevista na LOM-SP (art. 48): Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 12 60 VIII - aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei, em caso de ilegalidade de procedimento no que tange às receitas, despesas ou irregularidades das contas; A única diferença em relação ao que já vimos na CF é que a Lei Orgânica do Município de São Paulo especificou que ao TCM-SP compete aplicar sanções aos responsáveis em caso de ilegalidade em relação às receitas, e não apenas despesa e irregularidade das contas. 1.9 EMITIR PARECER SOBRE DESPESAS NÃO AUTORIZADAS A CF prevê que a Comissão Mista de Orçamento, diante de indícios de despesas não autorizadas, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que preste os esclarecimentos necessários. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a matéria (CF, art. 72). Na Lei Orgânica do Município de São Paulo, a competência consta de forma um pouco diferente, vejamos: Art. 52 - A Câmara Municipal, por suas Comissões permanentes, diante de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade municipal responsável que, no prazo de 5 (cinco) dias, preste os esclarecimentosnecessários. § 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados insuficientes, solicitará ao Tribunal parecer sobre a matéria, no prazo de 30 (trinta) dias. § 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, as Comissões permanentes, se julgarem que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporão à Câmara sua sustação. Inicialmente, temos que notar que a LOMSP não fala em comissão mista, até porque o legislativo municipal não é bicameral como o modelo federal. Logo, há apenas uma Casa Legislativa, motivo pelo qual não existe uma comissão mista. Assim, diante indícios de despesas não autorizadas, a qualquer Comissão Permanente da Câmara Municipal de São Paulo poderá solicitar os esclarecimentos, que devem ser prestados no prazo de 5 dias. Caso os esclarecimentos não sejam suficientes ou se simplesmente não forem prestados, a comissão solicitará pronunciamento do TCM-SP, no prazo de 30 dias. Ao final, a comissão poderá propor à Câmara a sustação da despesa. 1.10 COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA Segundo a Lei Orgânica do Município de São Paulo, compete ao Tribunal de Contas (art. 48, XII): XII - encaminhar ao Legislativo sugestão de criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva remuneração, observados os níveis de remuneração dos servidores da Câmara Municipal. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 13 60 Destacamos que o termo “sugestão” foi declarado inconstitucional pelo TJSP, na ADIN nº 11.7540/6, sob o seguinte fundamento: “É inconstitucional, por outro lado, a restrição do inciso XII do artigo 48 da Lei aqui em causa ao encaminhamento ao Legislativo de mera “sugestão de criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva remuneração, observados os níveis de remuneração dos servidores da Câmara Municipal. O Tribunal de Contas do Município deve ter, a este respeito, a iniciativa do processo legislativo, “ex vi” dos arts. 151 e 31 da Constituição do Estado e da remessa que este último faz ao artigo 96 da Constituição Federal”. Assim, o TCM-SP tem competência não de mera sugestão, mas de iniciativa de lei, ou seja, pode propor, à Câmara Municipal, a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva remuneração. Nessa linha, a Lei Orgânica do TCM-SP inclui essa competência dentre outras atribuições de auto-organização exclusivas do Tribunal Pleno (art. 22): VI - Conceder férias, licenças e afastamentos a seus Conselheiros. VII - Apreciar a aposentadoria de seus Conselheiros. VIII - Deliberar sobre a composição da lista de que trata o artigo 10. IX - Eleger o Presidente e o Vice-Presidente. X - Aprovar e alterar o Regimento Interno. XI - Expedir instruções. XII - Propor ao Legislativo, ouvido o Executivo sobre as repercussões financeiras, a criação ou a extinção de cargos dos seus quadros e a fixação dos respectivos vencimentos. No âmbito das atribuições de organização interna, destacamos que o Regimento Interno acrescenta que compete ao Plenário aprovar a proposta orçamentária do Tribunal, bem como as referentes a créditos adicionais (art. 31, IV). Estas competências servem para assegurar a autonomia do Tribunal em relação aos Poderes Executivo e Legislativo, uma vez que a Corte tem competências próprias para realizar o provimento de seus cargos, elaborar a sua proposta orçamentária e iniciar o processo legislativo sobre sua organização, dentre outras. Vale lembrar que muitas destas atribuições decorrem da determinação da Constituição Federal que estende as competências sobre a autonomia do Poder Judiciário (CF, art. 96) para as Cortes de Contas. Logo, mesmo não fazendo parte do Poder Judiciário, a Corte de Contas detém competências e garantias semelhantes às daquele Poder. 1.10.1 Comparativo CF vs. LOMSP Constituição Federal LOMSP I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito, pela Mesa da Câmara e pelo próprio Tribunal, que serão apresentadas obrigatoriamente Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 14 60 que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; até 31 de março de cada exercício, mediante parecer prévio informativo, que deverá ser elaborado e enviado à Câmara Municipal no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data de seu recebimento, já incluídos nesse prazo eventuais diligências e apreciação definitiva de recursos administrativos. II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; II - apreciar, através de parecer, as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos, da administração direta, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; (Declarado inconstitucional pelo TJSP, na ADIN nº 11.754-0/6) III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; IV - realizar, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e nas demais entidades referidas no inciso II, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, por iniciativa própria e, ainda, quando forem solicitadas: a) pela Câmara Municipal, por qualquer de suas Comissões; b) por cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% (um por cento) do eleitorado do Município; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 15 60 VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres,a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; V - fiscalizar a aplicação de recursos de qualquer natureza, repassados ao Município, pela União, pelo Estado, ou qualquer outra entidade, mediante convênio, acordo, ajuste e outros instrumentos congêneres; VI - manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre os empréstimos a serem contraídos pelo Município quando for solicitado pela Câmara Municipal; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VII - prestar informações solicitadas pela Câmara Municipal por suas Comissões ou lideranças partidárias, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre os resultados de auditorias e inspeções que tenham sido realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; VIII - aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei, em caso de ilegalidade de procedimento no que tange às receitas, despesas ou irregularidades das contas; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; IX - assinalar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sob pena de incidir nas sanções legais cabíveis pela desobediência; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara Municipal, em prazo não superior a 15 (quinze) dias, ressalvado o disposto no § 1º, deste artigo; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados; XII - encaminhar ao Legislativo sugestão de criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva remuneração, observados os níveis de remuneração dos servidores da Câmara Municipal. (Termo “sugestão” declarado inconstitucional pelo TJSP, na ADIN nº 11.754-0/6) Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 16 60 § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Câmara Municipal, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis. § 2º - Para efeito da apreciação prevista no inciso II, as entidades nele referidas deverão encaminhar ao Tribunal os seus balanços e demais demonstrativos até 5 (cinco) meses seguintes ao término do exercício financeiro. § 3º - Para os fins previstos no inciso III, os órgãos e entidades nele referidos encaminharão ao Tribunal de Contas, semestralmente, seus quadros gerais de pessoal, bem como as alterações havidas, no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data em que as mesmas ocorrerem. § 4º - As decisões do Tribunal de que resultem imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 5º - O Tribunal encaminhará à Câmara Municipal relatório de suas atividades, trimestralmente, e, anualmente, as suas contas para julgamento. § 6º - Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data do recebimento do parecer prévio do Tribunal, sem que tenha havido deliberação, as contas referidas no inciso I serão incluídas na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, até que se ultime a votação. 2 COMPETÊNCIAS PREVISTAS NA LOTCM-SP Vamos começar enumerando as competências do TCM-SP constantes no art. 19 da Lei Orgânica do Tribunal. Cumpre lembrar que, em muitos casos, a LOTCM-SP apenas reproduz as competências previstas no art. 48 da Lei Orgânica do Município, equivalentes àquelas do art. 71 da CF. Por isso, vamos apenas destacar aquelas atribuições que apresentam algo de diferente do que vimos no texto constitucional e na LOM. 2.1 REPRESENTAR AO PODER COMPETENTE A competência de representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados consta na Constituição Federal e na LOMSP. Na Lei Orgânica do TCM-SP, essa competência consta da seguinte forma (art. 19): Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 17 60 VI - Representar ao Prefeito e à Câmara Municipal sobre irregularidades e abusos que verificar no exercício do controle da administração financeira e orçamentária. Portanto, a LOTCM-SP apenas detalha que o TCM-SP deve representar ao Prefeito, caso o poder competente seja o Executivo, ou à Câmara Municipal, no caso do Legislativo, sobre irregularidades e abusos que identificar no exercício do controle financeiro e orçamentário. Mas o TCM-SP também pode representar ao Ministério Público, caso sejam apuradas irregularidades graves no âmbito de denúncia ou representação apresentada ao tribunal (art. 59), ou não receba as contas anuais prestadas pelo Prefeito e pela Mesa da Câmara até o dia 31 de março (art. 68, §3º). 2.2 ASSINAR PRAZO PARA A CORREÇÃO DE IRREGULARIDADES A Constituição Federal confere ao TCU a competência para “assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade”. Segundo a LOTCM-SP, compete ao Tribunal (art. 19): VII - Assinar prazo para que o órgão da Administração Pública adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificar ilegalidade ou irregularidade de qualquer despesa, inclusive as decorrentes de contratos, aposentadorias, transações e pensões concedidas pelo Município. Novamente, vemos na LOTCM-SP apenas um detalhamento da competência que consta na Constituição Federal, ao especificar que o TCM-SP pode assinar prazo para que o órgão competente adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei caso verifique irregularidade ou ilegalidade de qualquer despesa, podendo ser decorrente de contrato, aposentadorias, transações e pensões concedidas pelo Município de São Paulo. 2.3 JULGAR A APLICAÇÃO DE AUXÍLIOS E SUBVENÇÕES REPASSADOS A ENTIDADES PARAESTATAIS A LOTCM-SP estabelece que compete ao Tribunal (art. 19): X - Examinar e julgar a aplicação de auxílios e subvenções concedidos pelo Município a entidades particulares de caráter assistencial ou que exerçam atividade de relevante interesse público; Ou seja, é atribuição do TCM-SP examinar e julgar a aplicação de recursos públicos municipais repassados a entidades privadas de caráter assistencial ou que executem atividade de relevante interesse público. Essas são as entidades do terceiro setor, também chamadas de entidades paraestatais, como as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público e as organizações da sociedade civil (Lei 13.019/2014). O Regimento Interno do TCM-SP determina que competeao Plenário apreciar e julgar os contratos e processos relativos a auxílios e subvenções de valor superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) - atualizado anualmente por Portaria do Presidente (art. 31, XI). Em caso de valor inferior, o contrato ou processo será apreciado e julgado por uma das Câmaras (art. 32, II). Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 ==9c45== 18 60 2.4 FISCALIZAR A APLICAÇÃO DAS QUOTAS DOS RECURSOS TRIBUTÁRIOS TRANSFERIDOS PELA UNIÃO Segundo a Lei Orgânica do TCM-SP, compete ao tribunal: XI - Apreciar, nos termos do Decreto-lei federal nº 1.805, de 1º de outubro de 1980, a aplicação das parcelas ou quotas-partes transferidas ao Município, provenientes de recursos tributários arrecadados pela União. Assim, cabe ao TCM-SP fiscalizar a aplicação das quotas de recursos tributários arrecadados e transferidos pela União ao Município de São Paulo. Por exemplo, a Constituição Federal (art. 159) determina que a União entregará um percentual do produto da arrecadação do imposto de renda e do imposto sobre produtos industrializados (IPI) aos estados, Distrito Federal, municípios. Essas são as cotas dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Ou seja, a União repassa para o Município de São Paulo a quantia que lhe cabe no FPM, segundo percentuais calculados e informados anualmente pelo Tribunal de Contas da União. Nesse caso, a fiscalização da aplicação dos recursos compete ao TCM-SP. 2.5 DECRETAR PRISÃO ADMINISTRATIVA (INCONSTITUCIONAL) A LOTCM-SP atribui a seguinte competência ao TCM-SP: XII - Decretar a prisão administrativa, em caráter cautelar e pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, sempre que houver iminente risco de dano patrimonial ou perda de prova, de servidor declarado em alcance, ou de pessoas consideradas responsáveis por valores ou bens municipais, sem prejuízo da competência de outras autoridades que a lei indicar. Temos que observar que a Lei Orgânica do TCM-SP data de 1980 e que a prisão administrativa, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, deixou de ser permitida em nosso ordenamento jurídico com o advento da Constituição Federal de 1988, pois o inciso LXI do art. 5º da CF diz que "ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei". Portanto, essa atribuição do TCM-SP fixada pela Lei Orgânica não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Tanto que o Regimento Interno nem menciona esta possibilidade. Porém, em harmonia com a CF, o RITCM-SP prevê que o Tribunal pode recomendar, cautelarmente, o afastamento temporário do responsável possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento: Art. 197 - No início ou no curso de qualquer apuração, o Tribunal poderá recomendar, como medida cautelar, o afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que, prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 19 60 2.6 APLICAR MULTA A SERVIDORES XIII - Aplicar multas aos servidores responsáveis por ilegalidades ou irregularidades apuradas no exercício de suas funções, ligadas à execução da despesa pública, observado o disposto no artigo 55. Já vimos que a LOMSP atribuiu ao Tribunal a competência para “aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei, em caso de ilegalidade de procedimento no que tange às receitas, despesas ou irregularidades das contas”. Aqui vemos que o art. 19, XIII, da LOTCM-SP apenas especifica um desses casos, em que o responsável é servidor público e cometeu ilegalidades ou irregularidades no exercício de sua função, ligada à despesa pública. A menos que apuração identifique outra pessoa, o responsável será o ordenador de despesa da unidade orçamentária na época da ocorrência da irregularidade ou ilegalidade (art. 19, §1º). O mencionado art. 55 elenca os servidores que poderão sofrer a aplicação de multa em caso de não atendimento dos prazos fixados na LOTCM-SP ou nas instruções do Tribunal: Art. 55 - Sem prejuízo do disposto no artigo 53, a desobediência aos prazos fixados na presente lei, bem como nas instruções do Tribunal, poderá implicar a imposição de multa: I - Ao responsável que não prestar contas de adiantamento, ou as apresentar fora do prazo, ou não recolher saldo dentro do prazo fixado. II - Ao funcionário de repartição encarregado de proceder inicialmente à tomada e liquidação de contas ou exame das prestações de contas ou de adiantamentos. III - Aos responsáveis por tesourarias e demais órgãos pagadores da Fazenda Pública Municipal, que não comunicarem a entrega de numerário de adiantamento requisitado. IV - Aos administradores de fundos especiais, que não prestarem suas contas, ou o fizerem fora do prazo prescrito. Por fim, a multa poderá deixar de ser imposta se a justificativa apresentada evidenciar a inexistência de má fé ou a ocorrência de força maior, de livre convencimento do Corpo Julgador (art. 55, parágrafo único). 2.7 DECIDIR SOBRE CONSULTA Segundo a LOTCM-SP, compete ao Tribunal “atender a consultas da Administração Municipal, na forma desta lei” (art. 19º, XIV). Essa competência se encontra mais detalhada no artigo 29: Art. 29 - O Tribunal emitirá parecer sobre consulta que lhe for feita pela Administração, por intermédio do Prefeito ou Presidente da Câmara Municipal, a respeito de dúvidas suscitadas na execução de disposições legais concernentes à matéria financeira e orçamentária. Parágrafo único - A consulta a que se refere este artigo será acompanhada de exposição precisa da dúvida, com formulação de quesitos, instruída, obrigatoriamente, com parecer do órgão competente. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 20 60 Trata-se do exercício de competência consultiva do TC. Nesse caso, os administradores públicos, diante de dúvida sobre a aplicação de determinado dispositivo legal ou regulamentar, podem formular uma consulta ao Tribunal. Nesse caso, o TCM-SP emitirá um parecer (parecer em consulta) sobre a matéria, indicando o entendimento do Tribunal sobre aquele assunto. As consultas podem ser formuladas pelas seguintes autoridades legitimadas: a) Prefeito; b) Presidente da Câmara Municipal de São Paulo; A resposta da consulta terá caráter normativo, ou seja, será aplicada em situações que chegarem ao Tribunal no futuro, constituindo prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto (RITCM-SP, art. 63). O caráter normativo da resposta à consulta possui basicamente duas consequências: (i) o caráter vinculante, na medida em que as autoridades públicas não poderão decidir, no caso concreto, de forma distinta da interpretação fornecida pelo Tribunal, sob pena de responsabilização; (ii) a possibilidade de submeter a resposta ao controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADC, etc.). Com efeito, a consulta somente pode tratar de matéria em tese, ou seja, sobre uma situação abstrata. Jamais poderá tratar de situação concreta. Imagine a seguinte situação: um Secretário Municipal de São Paulo, durante a realização de uma licitação pública, ficou em dúvida sobre uma exigência que constava no edital. Consequentemente, o Secretário pede ao Prefeitopara enviar uma consulta ao TCM-SP perguntando “se a exigência constante na cláusula X do edital de licitação Y está em conformidade com a legislação”. Este tipo de consulta não será conhecido pelo Tribunal, pois se trata de matéria sobre caso concreto, real. Por outro lado, imagine que outro Secretário pretenda promover uma série de licitações. Durante a preparação de padrões de editais de licitação, surgiu uma dúvida sobre a possibilidade de fazer determinada exigência como requisito de habilitação. Nesse caso, o secretário poderá pedir ao Prefeito para submeter o caso à consulta do TCM-SP, questionando da seguinte forma: “seria possível exigir, como requisito de habilitação, que os licitantes comprovem que atendem às seguintes exigências?”. Note que, neste último caso, não se está perguntando sobre a licitação X ou Y, mas sobre qualquer futura licitação que venha a ser promovida. Logo, trata-se de uma situação abstrata, em tese, sobre situações prováveis. Assim, atendendo aos demais requisitos, a consulta será conhecida pelo TCM-SP. De acordo com o RITCM-SP, as consultas deverão: (i) referir-se a matéria de competência do Tribunal (ii) conter indicação precisa da dúvida ou controvérsia suscitada; (ii) ser formuladas em tese, com apresentação de quesitos; e (iii) vir instruídas com parecer do órgão de assistência técnica ou jurídica da autoridade consulente. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 21 60 Essa última exigência tem o objetivo de evitar que qualquer dúvida seja enviada ao TCM-SP. Antes de formular a consulta, o órgão interessado deve pedir um parecer técnico-jurídico de sua assessoria jurídica competente. Com isso, muitas dúvidas podem ser solucionadas diretamente na Administração, chegando ao TCM-SP apenas os casos realmente relevantes e complexos. Ademais, o Tribunal não conhecerá consulta que não atenda aos requisitos regimentais. Nesses casos, o Relator poderá determinar, de plano, o arquivamento do processo (art. 62, §1º) ou determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais, concedendo ao requerente ou à parte a oportunidade para, se possível, corrigir o vício, antes de decidir pelo arquivamento dos autos (art. 62, §2º). Por fim, serão consideradas prejudicadas as consultas que versarem sobre matéria que já seja objeto de inspeção ou auditoria encerrada, e as que se referirem a procedimento em tramitação podem ser sobrestadas (art. 62, § 3º). Decidir sobre consultas O que é? Parecer emitido pelo TCM-SP sobre matéria de sua competência, a respeito de dúvida formulada por autoridades públicas municipais sobre leis ou regulamentos. A consulta deve § versar sobre matéria de competência do Tribunal § ser formulada por autoridade legitimada § ser formulada em tese (não sobre caso concreto), com apresentação de quesitos § indicar com precisão a dúvida ou controvérsia § ser instruída com parecer técnico-jurídico da administração. Legitimados (quem pode formular consulta) a) Prefeito Municipal; b) Presidente da Câmara Municipal. Resultado da consulta § caráter normativo; § prejulgamento da tese (não do fato ou caso concreto); § natureza vinculante; § possibilidade de controle concentrado de constitucionalidade. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 22 60 Não será conhecida e será arquivada se § não atender aos requisitos previstos no regimento Será considerada prejudicada se § versar sobre matéria que já seja objeto de inspeção ou auditoria encerrada Poderá ser sobrestada se § se referir a inspeção ou auditoria em tramitação 3 COMPETÊNCIAS PREVISTAS NO REGIMENTO INTERNO O Regimento Interno do TCM-SP basicamente reproduz as competências previstas no art. 19 da Lei Orgânica do Tribunal. Por isso, vamos apenas destacar aquelas atribuições que apresentam algo de diferente do que vimos na LOMSP e na Lei Orgânica do TCM-SP. 3.1 RETIRAR DOS PROCESSOS PALAVRAS, IMAGENS OU EXPRESSÕES DESRESPEITOSAS O Regimento Interno do TCM-SP dispõe que, além das atribuições previstas em lei e em normas específicas do Regimento, compete a todos os órgãos julgadores do Tribunal “mandar cancelar dos processos palavras, imagens ou expressões desrespeitosas ou contrárias ao tratamento devido ao Tribunal, aos seus membros e técnicos” (art. 30, I). Além disso, qualquer órgão julgador do Tribunal pode mandar desentranhar dos autos tais peças, se forem desrespeitosas em seu conjunto (art. 30, II). 3.2 EXPEDIR INSTRUÇÕES NORMATIVAS O art. 31, inciso XIII, do RITCM-SP dispõe que é competência exclusiva do Plenário expedir instruções normativas. Este é o poder normativo ou regulamentar do TCM-SP, que consiste na possibilidade de editar atos normativos sobre matérias de suas atribuições ou sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos. Por exemplo, o TCM-SP pode editar atos normativos dispondo sobre os prazos e documentos dos processos de tomada e prestação de contas; sobre os meios de encaminhamento de processos de registro de aposentadoria ou pensão; sobre o fornecimento de informações imprescindíveis para o exercício do controle externo, etc. Devemos observar, no entanto, que o TCM-SP não tem competência para regulamentar uma lei em si, já que tal atribuição é do chefe do Poder Executivo. A competência do Tribunal refere-se aos processos que lhe devam ser submetidos, estabelecendo prazos, formas de encaminhamento de informações, documentos necessários, etc. Logo, trata-se de uma competência normativa limitada. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 23 60 4 COMPETÊNCIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO 4.1 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Ao longo do texto da LRF, podemos identificar disposições sobre despesa com pessoal, operações de crédito, cumprimento de metas, etc. Com o objetivo de assegurar o cumprimento dessas regras, a LRF atribuiu importantes competências aos tribunais de contas. Inicialmente, o art. 56 determinou que os tribunais de contas deveriam emitir parecer prévio, separadamente, sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público. Entretanto, tal disposição foi considerada inconstitucional pelo STF, em medida cautelar, uma vez que os tribunais de contas têm competência para julgar as contas de todas as demais autoridades, sendo que a emissão de parecer prévio é relativa apenas às contas do Chefe do Poder Executivo. Logo, no âmbito do município de São Paulo, o TCM-SP emite parecer prévio sobre as contas do Prefeito, mas julga as contas do responsável da Câmara Municipal. Prosseguindo, o art. 59 da LRF prevê que o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: a) atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; b) limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; c) medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite; d) providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites; e) destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionaise as da LRF; f) cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. Além disso, o TCM-SP, com base na LRF, tem competência para emitir alertas aos Poderes quando constatar (LRF, art. 59, § 1º): a) a possibilidade, ao final de um bimestre, de que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais; b) que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite; c) que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% dos respectivos limites; d) que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei; Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 24 60 e) fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária. A LRF também determina que compete aos tribunais de contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder ou órgão (LRF, art. 59, § 2º). 4.2 LEI DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS A Lei 10.028/2000 define as infrações administrativas contra as finanças públicas, atribuindo ao TC competência para processar e julgar este tipo de infração. As infrações definas na Lei 10.028/2000 são as seguintes: I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei; II – propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei; III – deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei; IV – deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo. Com efeito, a punição pelo cometimento destas infrações será de multa de 30% dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. 4.3 LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS E RDC A Lei 8.666/1993 – Lei de Licitações e Contratos – dispõe que o controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos por ela regidos será feito pelo Tribunal de Contas competente. Ademais, os órgãos interessados da administração têm a obrigação de demonstrar a legalidade e regularidade da despesa e execução dos contratos, nos termos da Constituição e sem prejuízo da atuação do sistema de controle interno (Lei 8.666/1993, art. 113). Dessa forma, qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da Lei de Licitações. A representação será apurada nos termos da Lei Orgânica e do Regimento do Tribunal, podendo ensejar a determinação de correções e aplicação de sanções aos responsáveis. A Lei de Licitações também dispõe que os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado. Ademais, os órgãos ou entidades da administração interessada serão obrigados a adotar as medidas corretivas pertinentes determinadas pelo Tribunal em virtude dos exames realizados nos editais. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 25 60 Se considerarmos apenas a redação literal da Lei 8.666/1993 podemos imaginar que os tribunais de contas somente poderiam exercer o controle dos editais de licitação até o dia útil anterior ao recebimento das propostas. Assim, levando esta interpretação “ao pé da letra”, o TC não poderia solicitar a remessa de cópia do edital após este prazo. Logicamente que isso não é uma verdade absoluta. Isso porque o TC tem competência para solicitar informações com base em outros dispositivos normativos. Nesse contexto, o art. 46 do Regimento Interno determina que “nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em seus procedimentos de fiscalização, a qualquer pretexto, sob pena de sujeição do responsável pela sua guarda às penalidades estatutárias e às previstas no Capítulo IX, Título III, deste Regimento”. Portanto, independentemente do momento em que se encontra a licitação ou o contrato decorrente, o Tribunal tem competência para determinar o fornecimento de informações. Apesar desta consideração, como muitas questões de prova são literais, uma eventual cobrança “com base na Lei 8.666/1993” deve considerar que a Lei de Licitações prevê que as informações devem ser solicitadas “até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas”. Em relação ao Regime Diferenciado de Licitações Públicas – RDC, instituído pela Lei 12.462/2011, houve o estabelecimento de um regime licitatório específico para os grandes eventos esportivos e outros casos relevantes, como as ações do PAC, obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS, ações de segurança pública, mobilidade urbana, etc. O RDC afastou a aplicação da Lei 8.666/1993 nos casos em que a administração optou pela adoção do regime diferenciado. No entanto, as regras do art. 113 são aplicáveis ao RDC, conforme determina o art. 46 da Lei 12.462/2011. 4.4 LEI 13.303/2016 – ESTATUTO DAS EMPRESAS ESTATAIS Já houve bastante discussão sobre a existência (ou não) de competência para os tribunais de contas fiscalizarem as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Este tema, no entanto, está pacificado desde 2005, quando o STF entendeu que os tribunais de contas têm competência para fiscalizar as empresas estatais, podendo até mesmo determinar a instauração de tomada de contas especial.1 Dessa forma, a Lei 13.303/2016, que trata do Estatuto Jurídico das Empresas Estatais, consolidou o tema ao prever, expressamente, a competência para os tribunais de contas realizarem o controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por aquela Norma. Nesse 1 STF, MS 25.092 e 25.181, julgados em 10/11/2005. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 26 60 caso, as empresas públicas e as sociedades de economia mista ficam responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição (Lei 13.303/2016, art. 87). No mesmo sentido que vimos em relação à Lei 8.666/1993, a Lei das Estatais trouxe a possibilidade de que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica possa representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da Lei 13.303/2016. Ademais, os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno podem solicitar para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas (Lei 13.303/2016, art. 87, §3º). Assim, enquanto a Lei 8.666/1993 prevê um prazo para a solicitação de informações – “até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas” –; a Lei 13.303/2016 prevê que o pedidode informações poderá ocorrer a qualquer tempo. Isso não gera nenhum efeito prático distinto, já que, na realidade, o Tribunal de Contas já poderia solicitar informações a qualquer momento. Porém, a redação da Lei 13.303/2016 acaba sendo mais precisa, evitando qualquer confusão na sua interpretação. 4.5 LEGISLAÇÃO ELEITORAL A Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) instituiu novos mecanismos de inelegibilidade na Lei Complementar 64/1990 (Lei dos Casos de Inelegibilidade). Nessa linha, um dos dispositivos passou a instituir que são inelegíveis, para qualquer cargo (art. 1º, I, “g”): g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; No entanto, não compete ao Tribunal de Contas declarar a inelegibilidade. O TCM-SP apenas tem competência para julgar as contas dos responsáveis, comunicando o Ministério Público Eleitoral para que este adote as providências cabíveis. Assim, quem tem competência para declarar o candidato inelegível é a Justiça Eleitoral. Por fim, vale lembrar que, no caso do Prefeito, o julgamento das contas cabe à Câmara Municipal. Logo, a emissão de parecer prévio propondo a rejeição das contas do Prefeito de São Paulo não é instrumento hábil para torná-lo inelegível. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 27 60 No âmbito dos tribunais de contas estaduais, normalmente, existe a competência para a fiscalização das contas estaduais e municipais. Nos municípios menores, é bastante comum que os prefeitos exerçam atribuições de ordenação de despesas. Sobre esse assunto, o STF decidiu que não cabe aos tribunais de contas estaduais efetuar o julgamento das contas dos prefeitos municipais. Esta atribuição é da Câmara Municipal, seja em relação às contas de governo ou às contas de gestão. Portanto, para os fins de inelegibilidade de um prefeito municipal, o julgamento das contas caberá à Câmara Municipal. Além disso, mesmo a Constituição Federal estabelecendo que o parecer prévio emitido pelo órgão competente sobre as contas que o prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal, o STF entendeu que a inelegibilidade não se aplica se a Câmara se omitir no dever de julgar as contas do prefeito. Logo, o parecer prévio não enseja a inelegibilidade, ainda que a Câmara Municipal não realize o julgamento das contas.2 No entanto, é possível que o Tribunal de Contas da União, por meio de tomada de contas especial, julgue as contas de um prefeito municipal relativas a convênios firmados com a União. Nesse caso, temos um efetivo julgamento, já que o TCU não auxilia as câmaras municipais. Nessa situação, o prefeito estará agindo como um administrador público, responsável pelo convênio, motivo pelo qual poderá ter suas contas, mediante tomada de contas especial, julgadas irregulares. Assim, o TCU poderá remeter o caso para a Justiça Eleitoral, o que poderá ensejar a inelegibilidade, desde que o caso se enquadre nas situações descritas na Lei da Ficha Limpa. Agora, vamos fazer umas questões sobre este assunto! 1. (Cespe – Técnico Municipal de Controle Interno/CGM João Pessoa/2018 – adaptada) Compete ao TCM-SP acompanhar, por meio de auditorias, inspeções e análise, a arrecadação da receita a cargo das entidades da administração indireta. Comentário: segundo a Lei Orgânica do município, compete ao TCM-SP: IV - realizar, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e nas demais entidades referidas no inciso II, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, por iniciativa própria e, ainda, quando forem solicitadas: a) pela Câmara Municipal, por qualquer de suas Comissões; 2 RE 848.826/DF. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 28 60 b) por cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% (um por cento) do eleitorado do Município; Conforme já vimos, a fiscalização financeira refere-se ao controle da legalidade dos atos de arrecadação de receitas e realização de despesas. Por meio da fiscalização financeira, o órgão de controle poderá acompanhar, por exemplo, se as receitas previstas estão sendo arrecadadas da forma correta. Essa atividade é muito relevante, uma vez que o orçamento anual possui apenas a capacidade de estimar a receita, mas se algumas previsões não se concretizarem ao longo do exercício financeiro, a receita efetivamente arrecadada poderá não ser suficiente para cobrir as despesas fixadas no orçamento. Logo, o TCM-SP deve fiscalizar a arrecadação da receita a cargo do município de São Paulo e das entidades da administração indireta, referidas do inciso II da LOM. Vale mencionar também o art. 20 da Lei Orgânica do TCM-SP, que diz que “a competência do Tribunal se estende também à fiscalização financeira das entidades com personalidade jurídica de direito privado, cujo capital pertença exclusiva ou majoritariamente ao Município, ou a qualquer entidade da respectiva Administração Indireta, sem prejuízo do controle exercido pelo Executivo.” Já o Regimento Interno prevê o seguinte: Art. 44 - Os procedimentos de fiscalização têm a finalidade de assegurar a eficácia do controle e subsidiar o julgamento de contas, atos e contratos, compreendendo as seguintes modalidades: I - acompanhamentos; II - inspeções; III - auditorias; IV - análises. Portanto, compete ao TCM-SP acompanhar, por meio de auditorias, inspeções e análises, a arrecadação da receita a cargo de todas as entidades do município, incluindo a administração indireta. Gabarito: correto. 2. (Cespe – Assessor Jurídico/TCE RN/2015 – adaptada) Estão sujeitas a inspeções e auditorias do TCM-SP quaisquer unidades administrativas dos poderes, bem como as entidades da administração indireta, e outras instituídas ou mantidas pelo poder público. Comentário: como já mencionamos, a LOMSP diz que compete ao TCM-SP realizar, por iniciativa própria, popular ou da Câmara Municipal e de qualquer de suas comissões, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e demais entidades referidas no inciso II. O referido inciso, por sua vez, trata da competência para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. Portanto, questão correta. Gabarito: correto. Herbert Almeida, Time Herbert Almeida Aula 03 Controle Externo da Gestão Pública p/ TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 40005 29 60 3. (Cespe – Analista de Administração Pública/TCDF/2014 - adaptada) Caso um Secretário Municipal de São Paulo nomeie seu primo para cargo em comissão na respectiva secretaria, caberá ao TCM-SP apreciar, para fins de registro, a legalidade desse ato de admissão. Comentário: já vimos que a CF prevê a competência para apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de admissão de pessoal. Na LOMSP consta que compete ao
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