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Controle Externo da Gestão Pública - TCM-SP

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Aula 03
Controle Externo da Gestão Pública p/
TCM-SP (Auxiliar Técnico) Em PDF -
Pós-Edital
Autores:
Herbert Almeida, Time Herbert
Almeida
Aula 03
11 de Março de 2020
 
 
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SUMÁRIO 
1	 Outros aspectos das competências constitucionais do TCM-SP ................................... 2	
1.1	 Emissão de parecer prévio sobre as contas do Prefeito e do próprio TC ............................... 2	
1.2	 Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos ............ 5	
1.3	 Registro de atos de pessoal ................................................................................................... 6	
1.4	 Realizar inspeções e auditorias ............................................................................................. 6	
1.5	 Fiscalizar a aplicação de recursos repassados ao Município ................................................. 7	
1.6	 Manifestar-se sobre empréstimos ......................................................................................... 9	
1.7	 Prestar informações ............................................................................................................ 10	
1.8	 Aplicar sanções aos responsáveis ........................................................................................ 11	
1.9	 Emitir parecer sobre despesas não autorizadas .................................................................. 12	
1.10	 Competências exclusivas de organização interna ............................................................... 12	
2	 Competências previstas na LOTCM-SP ...................................................................... 16	
2.1	 Representar ao poder competente ...................................................................................... 16	
2.2	 Assinar prazo para a correção de irregularidades ............................................................... 17	
2.3	 Julgar a aplicação de auxílios e subvenções repassados a entidades paraestatais ............ 17	
2.4	 Fiscalizar a aplicação das quotas dos recursos tributários transferidos pela União ........... 18	
2.5	 Decretar prisão administrativa (inconstitucional) ............................................................... 18	
2.6	 Aplicar multa a servidores ................................................................................................... 19	
2.7	 Decidir sobre consulta ......................................................................................................... 19	
3	 Competências previstas no Regimento Interno ......................................................... 22	
3.1	 Retirar dos processos palavras, imagens ou expressões desrespeitosas ............................. 22	
3.2	 Expedir instruções normativas ............................................................................................ 22	
4	 Competências previstas na legislação ....................................................................... 23	
4.1	 Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................................................................ 23	
4.2	 Lei das Infrações administrativas contra as finanças públicas ............................................ 24	
4.3	 Lei de Licitações e Contratos e RDC ..................................................................................... 24	
4.4	 Lei 13.303/2016 – Estatuto das Empresas Estatais ............................................................. 25	
4.5	 Legislação eleitoral .............................................................................................................. 26	
5	 Jurisdição ................................................................................................................. 36	
5.1	 O que é jurisdição? .............................................................................................................. 36	
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6	 Questões extras ........................................................................................................ 44	
7	 Lista de questões resolvidas na aula ......................................................................... 52	
8	 Gabarito ................................................................................................................... 60	
 
Nesta aula, vamos estudar os seguintes temas: 
Tribunal de Contas do Município de São Paulo: jurisdição 
Vamos começar a nossa aula tratando de competências tratadas na Lei Orgânica do Município de 
São Paulo - LOMSP, abordando os aspectos especiais em relação à Constituição Federal. Em seguida, 
vamos avançar para a Lei Orgânica e o Regimento Interno do TCM-SP. Depois, abordaremos 
questões específicas de outras normas. Por fim, vamos estudar a jurisdição do TCM-SP. 
Vamos nesta! 
1 OUTROS ASPECTOS DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS DO TCM-SP 
Neste capítulo, vamos rever alguns aspectos de competências que já estudamos na aula anterior, 
porém dando ênfase às disposições constantes na Lei Orgânica do Município de São Paulo – LOMSP, 
bem como na Lei Orgânica e no Regimento Interno do TCM-SP. 
1.1 EMISSÃO DE PARECER PRÉVIO SOBRE AS CONTAS DO PREFEITO E DO PRÓPRIO TC 
A Constituição Federal determina que o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será 
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União. A LOMSP, por sua vez, determina que o 
controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do 
Município (art. 48). 
Ademais, a Carta Política atribui, entre outras, a competência para o TCU “apreciar as contas 
prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser 
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento”. Já na LOMSP consta que compete ao 
TCM-SP: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito, pela Mesa da Câmara e pelo 
próprio Tribunal, que serão apresentadas obrigatoriamente até 31 de março de cada 
exercício, mediante parecer prévio informativo, que deverá ser elaborado e enviado à 
Câmara Municipal no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data de seu 
recebimento, já incluídos nesse prazo eventuais diligências e apreciação definitiva de 
recursos administrativos. 
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Ou seja, segundo a LOMSP, compete ao TCM-SP apreciar não só as contas do Chefe do Poder 
Executivo, mas também as da Mesa da Câmara Municipal e as do próprio Tribunal, sendo todas 
julgadas pela Câmara Municipal. 
 
Primeiramente, temos que lembrar aqui que, pelo princípio da simetria, a atribuição de emitir 
parecer prévio (função meramente opinativa) não alcança as contas anuais prestadas pela Mesa do 
Poder Legislativo, aplicando-se apenas ao Chefe do Poder Executivo. Nesse sentido, o Supremo 
Tribunal Federal considera inconstitucional que o Poder Legislativo julgue suas próprias contas, as 
quais devem ser efetivamente julgadas pelo Tribunal de Contas. A leitura do trecho do voto 
condutor da ADI 849-8/MT é esclarecedora: 
As contas da Mesa da Assembleia Legislativa estão sujeitas a julgamento do Tribunal de Contas do 
Estado, por força do disposto no inc. II do art. 71, combinado com o art. 75 da Constituição Federal, e 
não simplesmente a parecer prévio de Corte de Contas, como previsto no inciso I do mesmo artigo, 
dispositivo este aplicável apenas às contas prestadas anualmente pelo presidente da República. 
Assim, embora a competência de emitir parecer sobre as contas da Mesa da Câmara esteja prevista 
na LOMSP e também na Lei Orgânica do Tribunal (art. 19, II), destacamos que compete ao TCM-SP 
julgar as contas da Mesa da Câmara, conforme corretamente previstono art. 73 do Regimento 
Interno: 
Art. 73 - As contas anuais da Mesa da Câmara Municipal de São Paulo serão julgadas pelo Plenário, 
nos termos do artigo 71, II, da Constituição Federal. 
 
Quanto às contas do próprio Tribunal, comentamos na aula anterior que o STF admite que as 
constituições estaduais ou lei orgânica – no caso do município – podem prever que o julgamento das 
contas do respectivo tribunal de contas seja realizado pelo Poder Legislativo. 
E é exatamente isso que acontece no âmbito do município de São Paulo. A Lei Orgânica do Município 
dispõe que o TCM-SP encaminhará suas contas à Câmara Municipal, anualmente, para julgamento 
(art. 48, §5º). Mas, antes de encaminhá-las, o TCM-SP apreciará as contas prestadas pelo próprio 
Tribunal, mediante parecer prévio informativo. Portanto, o Plenário do TCM-SP emitirá um parecer 
pela aprovação ou rejeição de suas próprias contas (RITCM-SP, art. 72), mas é a Câmara Municipal 
que julga as contas anuais dos responsáveis do TCM-SP. 
Sobre os prazos, vemos que a LOM define que o Prefeito, a Mesa da CM e o próprio TCM-SP têm até 
o dia 31 de março para apresentar suas contas do ano anterior. A contar da data do recebimento 
das contas, o TCM-SP deve elaborar parecer prévio informativo e enviar à Câmara Municipal no 
prazo máximo de 120 dias, já contando eventuais diligências e apreciação definitiva de recursos 
administrativos nesse prazo. 
Vale mencionar que a Lei Orgânica do TCM-SP prevê o prazo de 90 dias para emissão do parecer 
prévio no art. 19, inciso I, enquanto o art. 26 prevê 60 dias. Embora a redação desses dispositivos 
não tenha sido alterada, prevalece o prazo de 120 dias “conforme disposição expressa da Lei 
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Orgânica do Município de São Paulo em seu artigo 48, inciso I, na redação introduzida pela Emenda 
nº 29, de 29/11/07”, como informa a nota inserida logo após o artigo 26 da LOTCM-SP. 
Já o Regimento Interno do TCM-SP traz o prazo de 90 dias para que o relator apresente seu relatório 
e voto (art. 71), o que não contradiz o prazo estipulado na LOMSP, considerando que, após o voto 
do relator, as contas ainda serão submetidas ao Plenário, que emitirá parecer pela sua aprovação 
ou rejeição (art. 72). 
 
Além do prazo para fins de emissão do parecer prévio, a LOMSP também fixa o prazo para a 
realização do julgamento, no âmbito da Câmara Municipal. Segundo a Lei Orgânica do 
Município, a Câmara tem o prazo de 120 dias, constados do recebimento do parecer prévio, 
para realizar o julgamento das contas do Prefeito Municipal, sob pena de ficarem sobrestadas 
(suspensas) todas as demais deliberações. É isso que percebemos da análise do art. 48, § 6º: 
 §6º - Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data do recebimento do parecer prévio do 
Tribunal, sem que tenha havido deliberação, as contas referidas no inciso I serão incluídas na Ordem do Dia, 
sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, até que se ultime a votação. 
 
Agora, sim! Vamos ao nosso resuminho! 
 
Fundamento Observações 
CF 
§ Titular controle externo: CN 
§ Órgão técnico: TCU 
LOMSP 
 
§ Titular controle externo: CM 
§ Órgão técnico: TCM-SP 
§ Detalhes: 
§ emitir parecer prévio no prazo de 120 dias, contados do recebimento, sobre 
as contas do Prefeito, da Mesa da CM e do próprio Tribunal (apenas emitir 
parecer prévio sobre a contas da CM é inconstitucional) 
RITCM-SP § julgar as contas da Mesa da CM 
 
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1.2 JULGAR AS CONTAS DOS ADMINISTRADORES E DEMAIS RESPONSÁVEIS POR RECURSOS 
PÚBLICOS 
Já vimos que a Constituição Federal diz que compete ao TCU “julgar as contas dos administradores 
e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, 
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas 
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário 
público”. 
Na Lei Orgânica do Município de São Paulo, temos a seguinte atribuição do Tribunal de Contas: 
II - apreciar, através de parecer, as contas dos administradores e demais responsáveis por 
dinheiro, bens e valores públicos, da administração direta, autarquias, empresas públicas e 
sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder 
Público Municipal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra 
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; 
Não por acaso, esse inciso da LOMSP foi declarado inconstitucional pelo TJSP (ADIN nº 11.754-0/6), 
pois limita a competência disposta no art. 33, II, da Constituição Estadual que, por sua vez, reproduz 
a atribuição trazida na Constituição Federal. Como já sabemos, a competência do Tribunal de Contas 
sobre as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos, com exceção do 
chefe do Poder Executivo (e do próprio Tribunal, por força de previsão na LOMSP), não se restringe 
à mera emissão de parecer, pois todos têm as suas contas efetivamente julgadas pelos tribunais de 
contas. 
Nesse sentido, a Lei Orgânica do TCM-SP já traz a seguinte competência (art. 19, IV): 
IV - Julgar da regularidade das contas dos ordenadores de despesa, administradores e demais 
responsáveis por bens e valores públicos, bem como de quem haja recebido benefício por antecipação 
ou adiantamento. 
Sobre a parte final do inciso, observamos que a Lei 4.320/63 (art. 68 e 69) prevê, em determinadas 
situações, a utilização de uma sistemática especial para realizar despesas que, por sua natureza ou 
urgência, não possam aguardar o processo normal. Essa sistemática é denominada adiantamento 
ou suprimento de fundos. Portanto, quem recebe recursos a título de adiantamento também tem 
suas contas julgadas pelo Tribunal, afinal, é responsável por valores públicos. 
Por fim, as autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações 
instituídas ou mantidas pelo Poder Público Municipal, deverão encaminhar ao Tribunal os seus 
balanços e demais demonstrativos até 5 meses seguintes ao término do exercício financeiro 
(LOMSP, art. 48, §2º). 
A Lei Orgânica do TCM-SP ainda especifica que, no julgamento das contas das entidades da 
administração indireta, “o Tribunal tomará por base o relatório anual, os balanços relativos ao 
encerramento do exercício, assim como os certificados de auditoria e o parecer dos órgãos que 
devem se pronunciar sobre as contas” (LOTCM-SP, art. 21). 
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1.3 REGISTRO DE ATOS DE PESSOAL 
Sobre os atos de registro de pessoal, a LOMSP atribui ao TCM-SP a competência para (art. 48): 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer 
título, na administração direta e indireta, excetuadas as nomeações para cargo de 
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias e pensões, 
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato 
concessório; 
Esta competência também consta na Constituição Federal, nos termos do art. 71, III. Porém, 
notamos que a Lei Orgânica do Município de São Paulo não faz menção à concessão de reforma, que 
é o benefício da inativação para o servidor militar. Isso porque não existem atos de concessão de 
reforma a serem registrados pelo Tribunal de Contas municipal, pois só há militares no âmbito da 
União, dos Estados e do Distrito Federal. 
Outra diferença é que a LOMSP detalhaque os órgãos da administração direta e as entidades da 
administração indireta deverão encaminhar ao TCM-SP (art. 48, §3º): 
a) seus quadros gerais de pessoal, semestralmente; 
b) as alterações havidas, no prazo máximo de 30 dias a contar da data em que as mesmas 
ocorrerem. 
1.4 REALIZAR INSPEÇÕES E AUDITORIAS 
Já vimos que a Constituição Federal outorga esta competência ao TCU, podendo ocorrer por 
iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de 
inquérito. Na Lei Orgânica do Município de São Paulo, temos o seguinte (art. 48, IV): 
IV - realizar, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e nas demais 
entidades referidas no inciso II, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, por iniciativa própria e, ainda, quando forem 
solicitadas: 
a) pela Câmara Municipal, por qualquer de suas Comissões; 
b) por cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% (um por cento) do 
eleitorado do Município; 
Assim como na CF, notamos que as fiscalizações do TC serão realizadas nas unidades administrativas 
dos Poderes Legislativo e Executivo, bem como nas entidades da administração indireta, que o 
inciso II se refere como autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluindo 
as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Municipal. 
Ou seja, a competência é essencialmente a mesma, porém temos diferentes legitimados para 
solicitar inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial: 
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a) o próprio TCM-SP; 
b) a Câmara Municipal ou qualquer de suas comissões; 
c) cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% do eleitorado municipal. 
Vemos que a primeira diferença é que qualquer comissão da Câmara poderá solicitar inspeções e 
auditorias ao TCM-SP, enquanto a Constituição Federal prevê que apenas comissão técnica ou de 
inquérito pode solicitar essas fiscalizações ao TCU. 
Observamos também que a LOMSP inova ao prever que as inspeções e auditorias do TCM-SP podem 
se dar por iniciativa popular, desde que o requerimento seja assinado por pelo menos 1% do 
eleitorado do município de São Paulo. 
 
Fiscalizar as unidades administrativas 
Fundamento CF LOMSP 
Iniciativa de quem? 
§ próprio TCU; 
§ CD, SF, comissão técnica ou de 
inquérito; 
§ próprio TCM-SP; 
§ CM ou qualquer de suas 
comissões; 
§ cidadãos (pelo menos 1% do 
eleitorado municipal) 
Natureza FOCOP: financeira, orçamentária, contábil, operacional e patrimonial 
Onde? 
§ unidades administrativas de 
todos os Poderes da União 
§ entidades da administração 
indireta, incluindo as fundações 
e sociedades instituídas e 
mantidas pelo poder público 
federal. 
§ unidades administrativas dos 
Poderes Legislativo e Executivo 
municipais 
§ autarquias, empresas públicas e 
sociedades de economia mista, 
incluindo as fundações 
instituídas e mantidas pelo 
poder público municipal. 
1.5 FISCALIZAR A APLICAÇÃO DE RECURSOS REPASSADOS AO MUNICÍPIO 
Segundo a LOMSP, compete ao TCM-SP (art. 48, V): 
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V) fiscalizar a aplicação de recursos de qualquer natureza, repassados ao Município, pela 
União, pelo Estado, ou qualquer outra entidade, mediante convênio, acordo, ajuste e outros 
instrumentos congêneres; 
Nesse caso, poderíamos ter o controle, por exemplo, dos recursos repassados mediante convênio 
pela União ao município. Poderíamos deduzir que esta competência extrapola os limites 
constitucionais das atribuições do TCM-SP, na medida em que o Tribunal estaria fiscalizando a 
aplicação de recursos que não são de origem municipal. 
No entanto, em alguns casos, a má aplicação de recursos de origem externa poderá implicar sanções 
ao governo municipal, como a inscrição no cadastro de inadimplentes – Cadin. Logo, a competência 
do TCM-SP, nesse caso, poderia servir para evitar a aplicação de sanções ao próprio município. No 
entanto, se o TCM-SP identificar a ocorrência de dano ao erário na aplicação de recursos federais, 
por exemplo, não haverá como imputar débito, pois tal atribuição será do Tribunal de Contas da 
União. No caso, caberá ao TCM-SP representar ao TCU para que este último adote as medidas 
cabíveis. 
1.5.1 Casos especiais – presença de recursos de vários entes 
Vou aproveitar agora para tratar de três situações em que teremos a presença de recursos de 
distintas entidades. 
Já falamos ao longo do curso sobre a fiscalização de convênios; fiscalização de empresas estatais e 
sobre a fiscalização de empresas supranacionais. 
Estes três casos têm em comum a possibilidade de existência de recursos de mais de uma entidade. 
Logo, vamos consolidar como funciona a competência fiscalizatória em cada um desses casos. 
a) Fiscalização de convênios 
Nos convênios, normalmente temos o repasse de recursos para a realização de algum objeto de 
interesse comum. Por exemplo, a União pode repassar recursos para o município de São Paulo para 
a construção de uma ponte. Porém, é muito comum que o ente repassador exija uma contrapartida 
do ente que está recebendo os recursos. Por exemplo, a União repassou recursos para 70% do 
empreendimento, cabendo ao município pagar o restante (30%) como contrapartida. No nosso 
exemplo, a ponte será construída com 70% de recursos federais e 30% de recursos municipais. 
Nessa situação, quem tem competência para fiscalizar a construção da ponte e aplicação dos 
recursos? O TCU ou o TCM-SP? 
A resposta é: os dois! 
Nessa situação, o TCU tem competência para fiscalizar os recursos da União, enquanto o TCM-SP 
fiscalizar os recursos do município de São Paulo. Na prática, é quase impossível “separar” o dinheiro. 
Mas no caso de eventual dano, o TCM-SP somente poderá imputar o débito até o limite do valor 
transferido, aplicando-se a mesma lógica ao TCU. 
b) Fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais 
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Este caso se aplica melhor ao TCU, já que é muito mais comum a existência de uma empresa com 
recursos da União e de outro país do que a existência de uma empresa com recursos do município e 
de outro país. A última situação, em que pese até seja possível, não faz tanto sentido. 
Imagine que o Brasil detenha 20% do capital de uma empresa supranacional, enquanto um outro 
país detenha 80% do capital da entidade. Logo, a União é o sócio minoritário. Nessa situação, quem 
terá competência para fiscalizar? O TCU ou o órgão de controle externo do outro país? 
Novamente: os dois! 
Não importa se a União é o sócio minoritário. Mesmo assim, o TCU terá competência para realizar a 
fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais, nos termos do art. 71, V, da 
Constituição Federal. 
c) Fiscalização de empresas estatais com capital formado por diversos entes da Federação 
Agora, vamos ao último caso. A União detém 49% do capital de uma empresa pública, sendo que o 
município de São Paulo dispõe dos outros 51%. Nessa situação, o município é o controlador da 
entidade, sendo a União o sócio minoritário. 
Quem tem competência para realizar as fiscalizações? TCU ou TCM-SP? 
A resposta é: o TCM-SP! 
Perceba que, nesse caso, temos uma situação um pouquinho diferente. Aqui, estamos falando da 
composição do capital de uma entidade pública nacional. Nessa situação, o STF entendeu que a 
competência para fiscalizar pertence ao Tribunal de Contas ente controlador, uma vez queo 
eventual controle realizado pelo Tribunal de Contas do ente não controlador representaria uma 
invasão da atuação de uma entidade da Federação sobre a outra. 
Vamos conversar sobre isso no capítulo sobre a jurisdição do TCM-SP, mas por enquanto vamos 
deixar um trecho da ementa do MS 24.423, que tratou da competência para fiscalizar a Terracap, 
que é uma empresa estatal cujo capital pertence à União (49%) e ao DF (51%): 
a questão aqui não diz com a delimitação sobre a abrangência, objetiva e subjetiva, da competência 
fiscalizatória do TCU, relativamente aos órgãos, entidades, sociedades ou recursos da União, mas sim 
com matéria estritamente federativa, porque não se pode anuir com a adoção de medidas invasivas 
[...] da União sobre órgãos, entidades ou sociedades sob o controle de poder público estadual ou 
municipal [...]. [MS 24.423 
Logo, para o STF, a competência para julgar as contas dos responsáveis e efetuar as fiscalizações na 
Terracap pertence ao TCDF (ente controlador), e não ao TCU. 
1.6 MANIFESTAR-SE SOBRE EMPRÉSTIMOS 
De acordo com a LOMSP, é competência do TCM-SP (art. 48, VI): 
VI - manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre os empréstimos a serem contraídos 
pelo Município quando for solicitado pela Câmara Municipal; 
Ou seja, o TCM-SP deve se manifestar sobre os empréstimos a serem contraídos pelo município 
quando a Câmara Municipal solicitar, no prazo de 30 dias. 
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Não podemos confundir as transferências voluntárias mediante convênio, que vimos no item 
anterior, com as operações de crédito. No último caso, há apenas um empréstimo de recursos, que 
serão devolvidos no futuro conforme as regras de mercado. Nessa situação, o ente da Federação 
que recebe os recursos está apenas obtendo um financiamento para o empreendimento, mas será 
ele mesmo que fará o pagamento. Assim, o ente repassador está apenas emprestando, mas não 
“repassando” recursos. Por isso, a competência para fiscalizar a aplicação será do Tribunal de Contas 
competente para fiscalizar o ente que recebeu o dinheiro. 
Por exemplo: se uma entidade do Município de São Paulo obtiver empréstimo de um banco público 
federal, a competência para fiscalizar a aplicação do recurso será do TCM-SP. Isso porque é o 
município que vai pagar o empreendimento. Nesse caso, o TCU até terá uma competência 
fiscalizatória, mas não sobre a aplicação do recurso. O TCU, no caso, poderá fiscalizar a operação de 
crédito em si, verificando, por exemplo, se forem exigidas as garantias devidas para assegurar a 
devolução dos recursos. Porém, não caberá ao TCU controlar a aplicação dos recursos 
Portanto, a competência do TCM-SP sobre os empréstimos realizados pelo município vai além de 
mera manifestação quando solicitado pela CM! O TCM poderá realizar fiscalizações por iniciativa 
própria. 
 
1.7 PRESTAR INFORMAÇÕES 
Vejamos o que prevê a Lei Orgânica do Município de São Paulo (art. 48, VIII): 
VII - prestar informações solicitadas pela Câmara Municipal por suas Comissões ou 
lideranças partidárias, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial e sobre os resultados de auditorias e inspeções que tenham sido realizadas; 
A Constituição Federal, ao tratar da prestação de informações (art. 71, VII), dispõe que o TCU deve 
prestar as informações solicitadas: (i) pelo Congresso Nacional; (ii) por qualquer de suas Casas; ou 
(iii) por qualquer das respectivas comissões. 
Por sua vez, a LOMSP dispõe que são legitimados para solicitar informações: 
a) Câmara Municipal; 
b) qualquer de suas comissões; 
c) lideranças partidárias. 
Assim, há uma diferença importante entre a CF e a LOMSP, pois no município de São Paulo a 
solicitação de informações ao TCM-SP também pode ser realizada pelas lideranças partidárias da 
Câmara Municipal. 
Não vamos explicar em detalhes este assunto, pois já comentamos sobre a solicitação de 
informações na aula sobre as competências constantes na Constituição Federal. Além disso, teremos 
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uma aula específica para tratarmos das fiscalizações, momento em que voltaremos a falar da 
prestação de informações. 
 
-/- Solicitar fiscalizações (inc. IV) Solicitar informações (inc. VII) 
Legitimados 
externos 
§ Câmara Municipal 
§ Qualquer comissão 
§ Cidadãos (pelo menos 1% do 
eleitorado municipal) 
§ Câmara Municipal 
§ Qualquer comissão 
§ Lideranças partidárias 
 
Ainda sobre a prestação de informações, destacamos que Tribunal de Contas do Município é 
obrigado a fornecer, no prazo de 30 dias, informações de qualquer natureza quando requisitadas, 
por escrito e mediante justificativa, pela Câmara Municipal, através da Mesa, das Comissões ou dos 
Vereadores (LOMSP, art. 82, caput e §1º). Segundo o Regimento Interno do TCM-SP, é atribuição do 
presidente da Corte prestar essas informações (art. 26, XV). 
Sobre esse tema, não custa lembrar a previsão da CF, adaptada na LOMSP, de que o TC deverá 
encaminhar à Câmara Municipal, trimestralmente, relatório de suas atividades (LOMSP, art. 48, § 
5º): 
§ 5º - O Tribunal encaminhará à Câmara Municipal relatório de suas atividades, trimestralmente, e, 
anualmente, as suas contas para julgamento. 
Observe que, enquanto na CF o envio do relatório de atividades pelo TC deve ocorrer 
trimestralmente e anualmente, na LOMSP este envio é apenas trimestral. 
Por fim, ainda na competência de prestação de informações e seguindo as regras do art. 49 da LRF, 
é fundamental a leitura do art. 47, §2º, da LOMSP, que dispõe que: 
§ 2º - As contas do Município ficarão disponíveis, inclusive por meios eletrônicos, durante todo o 
exercício, na Câmara Municipal e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e 
apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade, os quais poderão questionar-lhe a legitimidade, 
nos termos da lei. 
Portanto, as contas devem ficar disponíveis durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo 
(CM) e no órgão técnico responsável pela sua elaboração. 
1.8 APLICAR SANÇÕES AOS RESPONSÁVEIS 
Já vimos que a Constituição Federal atribui ao TCU a competência para aplicar sanções aos 
responsáveis. Vejamos a competência prevista na LOM-SP (art. 48): 
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VIII - aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei, em caso de ilegalidade de 
procedimento no que tange às receitas, despesas ou irregularidades das contas; 
A única diferença em relação ao que já vimos na CF é que a Lei Orgânica do Município de São Paulo 
especificou que ao TCM-SP compete aplicar sanções aos responsáveis em caso de ilegalidade em 
relação às receitas, e não apenas despesa e irregularidade das contas. 
1.9 EMITIR PARECER SOBRE DESPESAS NÃO AUTORIZADAS 
A CF prevê que a Comissão Mista de Orçamento, diante de indícios de despesas não autorizadas, 
poderá solicitar à autoridade governamental responsável que preste os esclarecimentos 
necessários. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão 
solicitará ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a matéria (CF, art. 72). 
Na Lei Orgânica do Município de São Paulo, a competência consta de forma um pouco diferente, 
vejamos: 
Art. 52 - A Câmara Municipal, por suas Comissões permanentes, diante de despesas não 
autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou subsídios não 
aprovados, poderá solicitar à autoridade municipal responsável que, no prazo de 5 (cinco) 
dias, preste os esclarecimentosnecessários. 
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados insuficientes, solicitará ao 
Tribunal parecer sobre a matéria, no prazo de 30 (trinta) dias. 
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, as Comissões permanentes, se julgarem 
que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporão à 
Câmara sua sustação. 
Inicialmente, temos que notar que a LOMSP não fala em comissão mista, até porque o legislativo 
municipal não é bicameral como o modelo federal. Logo, há apenas uma Casa Legislativa, motivo 
pelo qual não existe uma comissão mista. 
Assim, diante indícios de despesas não autorizadas, a qualquer Comissão Permanente da Câmara 
Municipal de São Paulo poderá solicitar os esclarecimentos, que devem ser prestados no prazo de 
5 dias. Caso os esclarecimentos não sejam suficientes ou se simplesmente não forem prestados, a 
comissão solicitará pronunciamento do TCM-SP, no prazo de 30 dias. Ao final, a comissão poderá 
propor à Câmara a sustação da despesa. 
1.10 COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA 
Segundo a Lei Orgânica do Município de São Paulo, compete ao Tribunal de Contas (art. 48, XII): 
XII - encaminhar ao Legislativo sugestão de criação, transformação e extinção de cargos, 
empregos e funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva 
remuneração, observados os níveis de remuneração dos servidores da Câmara Municipal. 
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Destacamos que o termo “sugestão” foi declarado inconstitucional pelo TJSP, na ADIN nº 11.7540/6, 
sob o seguinte fundamento: 
“É inconstitucional, por outro lado, a restrição do inciso XII do artigo 48 da Lei aqui em causa ao 
encaminhamento ao Legislativo de mera “sugestão de criação, transformação e extinção de cargos, 
empregos e funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva remuneração, 
observados os níveis de remuneração dos servidores da Câmara Municipal. O Tribunal de Contas do 
Município deve ter, a este respeito, a iniciativa do processo legislativo, “ex vi” dos arts. 151 e 31 da 
Constituição do Estado e da remessa que este último faz ao artigo 96 da Constituição Federal”. 
Assim, o TCM-SP tem competência não de mera sugestão, mas de iniciativa de lei, ou seja, pode 
propor, à Câmara Municipal, a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções do 
Quadro de Pessoal do Tribunal, bem como a fixação da respectiva remuneração. Nessa linha, a Lei 
Orgânica do TCM-SP inclui essa competência dentre outras atribuições de auto-organização 
exclusivas do Tribunal Pleno (art. 22): 
VI - Conceder férias, licenças e afastamentos a seus Conselheiros. 
VII - Apreciar a aposentadoria de seus Conselheiros. 
VIII - Deliberar sobre a composição da lista de que trata o artigo 10. 
IX - Eleger o Presidente e o Vice-Presidente. 
X - Aprovar e alterar o Regimento Interno. 
XI - Expedir instruções. 
XII - Propor ao Legislativo, ouvido o Executivo sobre as repercussões financeiras, a criação ou a 
extinção de cargos dos seus quadros e a fixação dos respectivos vencimentos. 
No âmbito das atribuições de organização interna, destacamos que o Regimento Interno acrescenta 
que compete ao Plenário aprovar a proposta orçamentária do Tribunal, bem como as referentes a 
créditos adicionais (art. 31, IV). 
Estas competências servem para assegurar a autonomia do Tribunal em relação aos Poderes 
Executivo e Legislativo, uma vez que a Corte tem competências próprias para realizar o provimento 
de seus cargos, elaborar a sua proposta orçamentária e iniciar o processo legislativo sobre sua 
organização, dentre outras. 
Vale lembrar que muitas destas atribuições decorrem da determinação da Constituição Federal que 
estende as competências sobre a autonomia do Poder Judiciário (CF, art. 96) para as Cortes de 
Contas. Logo, mesmo não fazendo parte do Poder Judiciário, a Corte de Contas detém competências 
e garantias semelhantes às daquele Poder. 
1.10.1 Comparativo CF vs. LOMSP 
Constituição Federal LOMSP 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo 
Presidente da República, mediante parecer prévio 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo 
Prefeito, pela Mesa da Câmara e pelo próprio 
Tribunal, que serão apresentadas obrigatoriamente 
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que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar 
de seu recebimento; 
até 31 de março de cada exercício, mediante 
parecer prévio informativo, que deverá ser 
elaborado e enviado à Câmara Municipal no prazo 
máximo de 120 (cento e vinte) dias, contados da 
data de seu recebimento, já incluídos nesse prazo 
eventuais diligências e apreciação definitiva de 
recursos administrativos. 
II - julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos 
da administração direta e indireta, incluídas as 
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo 
Poder Público federal, e as contas daqueles que 
derem causa a perda, extravio ou outra 
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário 
público; 
II - apreciar, através de parecer, as contas dos 
administradores e demais responsáveis por 
dinheiro, bens e valores públicos, da administração 
direta, autarquias, empresas públicas e sociedades 
de economia mista, incluídas as fundações 
instituídas ou mantidas pelo Poder Público 
Municipal, e as contas daqueles que derem causa a 
perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário; (Declarado 
inconstitucional pelo TJSP, na ADIN nº 11.754-0/6) 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos 
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na 
administração direta e indireta, incluídas as 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, excetuadas as nomeações para cargo de 
provimento em comissão, bem como a das 
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, 
ressalvadas as melhorias posteriores que não 
alterem o fundamento legal do ato concessório; 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos 
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na 
administração direta e indireta, excetuadas as 
nomeações para cargo de provimento em 
comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias e pensões, ressalvadas as melhorias 
posteriores que não alterem o fundamento legal do 
ato concessório; 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal, de Comissão 
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial, nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; 
IV - realizar, nas unidades administrativas dos 
Poderes Legislativo e Executivo e nas demais 
entidades referidas no inciso II, inspeções e 
auditorias de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, por 
iniciativa própria e, ainda, quando forem 
solicitadas: 
a) pela Câmara Municipal, por qualquer de suas 
Comissões; 
b) por cidadãos que subscreverem requerimento de 
pelo menos 1% (um por cento) do eleitorado do 
Município; 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas 
supranacionais de cujo capital social a União 
participe, de forma direta ou indireta, nos termos 
do tratado constitutivo; 
 
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VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos 
repassados pela União mediante convênio, acordo, 
ajuste ou outros instrumentos congêneres,a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município; 
V - fiscalizar a aplicação de recursos de qualquer 
natureza, repassados ao Município, pela União, 
pelo Estado, ou qualquer outra entidade, mediante 
convênio, acordo, ajuste e outros instrumentos 
congêneres; 
 VI - manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, 
sobre os empréstimos a serem contraídos pelo 
Município quando for solicitado pela Câmara 
Municipal; 
VII - prestar as informações solicitadas pelo 
Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou 
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial e sobre resultados de 
auditorias e inspeções realizadas; 
VII - prestar informações solicitadas pela Câmara 
Municipal por suas Comissões ou lideranças 
partidárias, sobre a fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre os 
resultados de auditorias e inspeções que tenham 
sido realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de 
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, 
as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre 
outras cominações, multa proporcional ao dano 
causado ao erário; 
VIII - aplicar aos responsáveis as sanções previstas 
em lei, em caso de ilegalidade de procedimento no 
que tange às receitas, despesas ou irregularidades 
das contas; 
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade 
adote as providências necessárias ao exato 
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
IX - assinalar prazo para que o órgão ou entidade 
adote as providências necessárias ao exato 
cumprimento da lei, sob pena de incidir nas sanções 
legais cabíveis pela desobediência; 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato 
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos 
Deputados e ao Senado Federal; 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato 
impugnado, comunicando a decisão à Câmara 
Municipal, em prazo não superior a 15 (quinze) 
dias, ressalvado o disposto no § 1º, deste artigo; 
XI - representar ao Poder competente sobre 
irregularidades ou abusos apurados. 
XI - representar ao Poder competente sobre 
irregularidades ou abusos apurados; 
 XII - encaminhar ao Legislativo sugestão de criação, 
transformação e extinção de cargos, empregos e 
funções do Quadro de Pessoal do Tribunal, bem 
como a fixação da respectiva remuneração, 
observados os níveis de remuneração dos 
servidores da Câmara Municipal. (Termo “sugestão” 
declarado inconstitucional pelo TJSP, na ADIN nº 
11.754-0/6) 
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§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será 
adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que 
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as 
medidas cabíveis. 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, 
no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas 
previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá 
a respeito. 
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte 
imputação de débito ou multa terão eficácia de 
título executivo. 
 
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso 
Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas 
atividades. 
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será 
adotado diretamente pela Câmara Municipal, que 
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as 
medidas cabíveis. 
§ 2º - Para efeito da apreciação prevista no inciso II, 
as entidades nele referidas deverão encaminhar ao 
Tribunal os seus balanços e demais demonstrativos 
até 5 (cinco) meses seguintes ao término do 
exercício financeiro. 
§ 3º - Para os fins previstos no inciso III, os órgãos e 
entidades nele referidos encaminharão ao Tribunal 
de Contas, semestralmente, seus quadros gerais de 
pessoal, bem como as alterações havidas, no prazo 
máximo de 30 (trinta) dias a contar da data em que 
as mesmas ocorrerem. 
§ 4º - As decisões do Tribunal de que resultem 
imputação de débito ou multa terão eficácia de 
título executivo. 
§ 5º - O Tribunal encaminhará à Câmara Municipal 
relatório de suas atividades, trimestralmente, e, 
anualmente, as suas contas para julgamento. 
 § 6º - Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) dias, 
contados da data do recebimento do parecer prévio 
do Tribunal, sem que tenha havido deliberação, as 
contas referidas no inciso I serão incluídas na 
Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação 
quanto aos demais assuntos, até que se ultime a 
votação. 
2 COMPETÊNCIAS PREVISTAS NA LOTCM-SP 
Vamos começar enumerando as competências do TCM-SP constantes no art. 19 da Lei Orgânica do 
Tribunal. Cumpre lembrar que, em muitos casos, a LOTCM-SP apenas reproduz as competências 
previstas no art. 48 da Lei Orgânica do Município, equivalentes àquelas do art. 71 da CF. Por isso, 
vamos apenas destacar aquelas atribuições que apresentam algo de diferente do que vimos no texto 
constitucional e na LOM. 
2.1 REPRESENTAR AO PODER COMPETENTE 
A competência de representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados 
consta na Constituição Federal e na LOMSP. Na Lei Orgânica do TCM-SP, essa competência consta 
da seguinte forma (art. 19): 
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VI - Representar ao Prefeito e à Câmara Municipal sobre irregularidades e abusos que 
verificar no exercício do controle da administração financeira e orçamentária. 
Portanto, a LOTCM-SP apenas detalha que o TCM-SP deve representar ao Prefeito, caso o poder 
competente seja o Executivo, ou à Câmara Municipal, no caso do Legislativo, sobre irregularidades 
e abusos que identificar no exercício do controle financeiro e orçamentário. 
Mas o TCM-SP também pode representar ao Ministério Público, caso sejam apuradas irregularidades 
graves no âmbito de denúncia ou representação apresentada ao tribunal (art. 59), ou não receba as 
contas anuais prestadas pelo Prefeito e pela Mesa da Câmara até o dia 31 de março (art. 68, §3º). 
2.2 ASSINAR PRAZO PARA A CORREÇÃO DE IRREGULARIDADES 
A Constituição Federal confere ao TCU a competência para “assinar prazo para que o órgão ou 
entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade”. 
Segundo a LOTCM-SP, compete ao Tribunal (art. 19): 
VII - Assinar prazo para que o órgão da Administração Pública adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificar ilegalidade ou irregularidade de 
qualquer despesa, inclusive as decorrentes de contratos, aposentadorias, transações e 
pensões concedidas pelo Município. 
Novamente, vemos na LOTCM-SP apenas um detalhamento da competência que consta na 
Constituição Federal, ao especificar que o TCM-SP pode assinar prazo para que o órgão competente 
adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei caso verifique irregularidade ou 
ilegalidade de qualquer despesa, podendo ser decorrente de contrato, aposentadorias, transações 
e pensões concedidas pelo Município de São Paulo. 
2.3 JULGAR A APLICAÇÃO DE AUXÍLIOS E SUBVENÇÕES REPASSADOS A ENTIDADES 
PARAESTATAIS 
A LOTCM-SP estabelece que compete ao Tribunal (art. 19): 
X - Examinar e julgar a aplicação de auxílios e subvenções concedidos pelo Município a 
entidades particulares de caráter assistencial ou que exerçam atividade de relevante 
interesse público; 
Ou seja, é atribuição do TCM-SP examinar e julgar a aplicação de recursos públicos municipais 
repassados a entidades privadas de caráter assistencial ou que executem atividade de relevante 
interesse público. Essas são as entidades do terceiro setor, também chamadas de entidades 
paraestatais, como as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público 
e as organizações da sociedade civil (Lei 13.019/2014). 
O Regimento Interno do TCM-SP determina que competeao Plenário apreciar e julgar os contratos 
e processos relativos a auxílios e subvenções de valor superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de 
reais) - atualizado anualmente por Portaria do Presidente (art. 31, XI). Em caso de valor inferior, o 
contrato ou processo será apreciado e julgado por uma das Câmaras (art. 32, II). 
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==9c45==
 
 
 
 
 
 
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2.4 FISCALIZAR A APLICAÇÃO DAS QUOTAS DOS RECURSOS TRIBUTÁRIOS TRANSFERIDOS PELA 
UNIÃO 
Segundo a Lei Orgânica do TCM-SP, compete ao tribunal: 
XI - Apreciar, nos termos do Decreto-lei federal nº 1.805, de 1º de outubro de 1980, a 
aplicação das parcelas ou quotas-partes transferidas ao Município, provenientes de 
recursos tributários arrecadados pela União. 
Assim, cabe ao TCM-SP fiscalizar a aplicação das quotas de recursos tributários arrecadados e 
transferidos pela União ao Município de São Paulo. Por exemplo, a Constituição Federal (art. 159) 
determina que a União entregará um percentual do produto da arrecadação do imposto de renda e 
do imposto sobre produtos industrializados (IPI) aos estados, Distrito Federal, municípios. Essas são 
as cotas dos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Ou seja, a União 
repassa para o Município de São Paulo a quantia que lhe cabe no FPM, segundo percentuais 
calculados e informados anualmente pelo Tribunal de Contas da União. Nesse caso, a fiscalização da 
aplicação dos recursos compete ao TCM-SP. 
2.5 DECRETAR PRISÃO ADMINISTRATIVA (INCONSTITUCIONAL) 
A LOTCM-SP atribui a seguinte competência ao TCM-SP: 
XII - Decretar a prisão administrativa, em caráter cautelar e pelo prazo máximo de 90 
(noventa) dias, sempre que houver iminente risco de dano patrimonial ou perda de prova, 
de servidor declarado em alcance, ou de pessoas consideradas responsáveis por valores ou 
bens municipais, sem prejuízo da competência de outras autoridades que a lei indicar. 
Temos que observar que a Lei Orgânica do TCM-SP data de 1980 e que a prisão administrativa, salvo 
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, deixou de ser permitida em nosso 
ordenamento jurídico com o advento da Constituição Federal de 1988, pois o inciso LXI do art. 5º da 
CF diz que "ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definidos em lei". Portanto, essa atribuição do TCM-SP fixada pela Lei Orgânica não foi 
recepcionada pela Constituição Federal de 1988. 
Tanto que o Regimento Interno nem menciona esta possibilidade. 
Porém, em harmonia com a CF, o RITCM-SP prevê que o Tribunal pode recomendar, cautelarmente, 
o afastamento temporário do responsável possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou 
inspeção, causar danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento: 
Art. 197 - No início ou no curso de qualquer apuração, o Tribunal poderá recomendar, como medida 
cautelar, o afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que, 
prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização de auditoria ou 
inspeção, causar danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento. 
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2.6 APLICAR MULTA A SERVIDORES 
XIII - Aplicar multas aos servidores responsáveis por ilegalidades ou irregularidades 
apuradas no exercício de suas funções, ligadas à execução da despesa pública, observado o 
disposto no artigo 55. 
Já vimos que a LOMSP atribuiu ao Tribunal a competência para “aplicar aos responsáveis as sanções 
previstas em lei, em caso de ilegalidade de procedimento no que tange às receitas, despesas ou 
irregularidades das contas”. Aqui vemos que o art. 19, XIII, da LOTCM-SP apenas especifica um 
desses casos, em que o responsável é servidor público e cometeu ilegalidades ou irregularidades no 
exercício de sua função, ligada à despesa pública. 
A menos que apuração identifique outra pessoa, o responsável será o ordenador de despesa da 
unidade orçamentária na época da ocorrência da irregularidade ou ilegalidade (art. 19, §1º). 
O mencionado art. 55 elenca os servidores que poderão sofrer a aplicação de multa em caso de não 
atendimento dos prazos fixados na LOTCM-SP ou nas instruções do Tribunal: 
Art. 55 - Sem prejuízo do disposto no artigo 53, a desobediência aos prazos fixados na presente lei, bem 
como nas instruções do Tribunal, poderá implicar a imposição de multa: 
I - Ao responsável que não prestar contas de adiantamento, ou as apresentar fora do prazo, ou não 
recolher saldo dentro do prazo fixado. 
II - Ao funcionário de repartição encarregado de proceder inicialmente à tomada e liquidação de contas 
ou exame das prestações de contas ou de adiantamentos. 
III - Aos responsáveis por tesourarias e demais órgãos pagadores da Fazenda Pública Municipal, que 
não comunicarem a entrega de numerário de adiantamento requisitado. 
IV - Aos administradores de fundos especiais, que não prestarem suas contas, ou o fizerem fora do prazo 
prescrito. 
Por fim, a multa poderá deixar de ser imposta se a justificativa apresentada evidenciar a inexistência 
de má fé ou a ocorrência de força maior, de livre convencimento do Corpo Julgador (art. 55, 
parágrafo único). 
2.7 DECIDIR SOBRE CONSULTA 
Segundo a LOTCM-SP, compete ao Tribunal “atender a consultas da Administração Municipal, na 
forma desta lei” (art. 19º, XIV). Essa competência se encontra mais detalhada no artigo 29: 
Art. 29 - O Tribunal emitirá parecer sobre consulta que lhe for feita pela Administração, por 
intermédio do Prefeito ou Presidente da Câmara Municipal, a respeito de dúvidas 
suscitadas na execução de disposições legais concernentes à matéria financeira e 
orçamentária. 
Parágrafo único - A consulta a que se refere este artigo será acompanhada de exposição 
precisa da dúvida, com formulação de quesitos, instruída, obrigatoriamente, com parecer 
do órgão competente. 
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Trata-se do exercício de competência consultiva do TC. Nesse caso, os administradores públicos, 
diante de dúvida sobre a aplicação de determinado dispositivo legal ou regulamentar, podem 
formular uma consulta ao Tribunal. Nesse caso, o TCM-SP emitirá um parecer (parecer em consulta) 
sobre a matéria, indicando o entendimento do Tribunal sobre aquele assunto. 
As consultas podem ser formuladas pelas seguintes autoridades legitimadas: 
a) Prefeito; 
b) Presidente da Câmara Municipal de São Paulo; 
A resposta da consulta terá caráter normativo, ou seja, será aplicada em situações que chegarem 
ao Tribunal no futuro, constituindo prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto 
(RITCM-SP, art. 63). 
O caráter normativo da resposta à consulta possui basicamente duas consequências: (i) o caráter 
vinculante, na medida em que as autoridades públicas não poderão decidir, no caso concreto, de 
forma distinta da interpretação fornecida pelo Tribunal, sob pena de responsabilização; (ii) a 
possibilidade de submeter a resposta ao controle concentrado de constitucionalidade (ADI, ADC, 
etc.). 
Com efeito, a consulta somente pode tratar de matéria em tese, ou seja, sobre uma situação 
abstrata. Jamais poderá tratar de situação concreta. Imagine a seguinte situação: um Secretário 
Municipal de São Paulo, durante a realização de uma licitação pública, ficou em dúvida sobre uma 
exigência que constava no edital. Consequentemente, o Secretário pede ao Prefeitopara enviar uma 
consulta ao TCM-SP perguntando “se a exigência constante na cláusula X do edital de licitação Y está 
em conformidade com a legislação”. Este tipo de consulta não será conhecido pelo Tribunal, pois se 
trata de matéria sobre caso concreto, real. 
Por outro lado, imagine que outro Secretário pretenda promover uma série de licitações. Durante a 
preparação de padrões de editais de licitação, surgiu uma dúvida sobre a possibilidade de fazer 
determinada exigência como requisito de habilitação. Nesse caso, o secretário poderá pedir ao 
Prefeito para submeter o caso à consulta do TCM-SP, questionando da seguinte forma: “seria 
possível exigir, como requisito de habilitação, que os licitantes comprovem que atendem às 
seguintes exigências?”. Note que, neste último caso, não se está perguntando sobre a licitação X ou 
Y, mas sobre qualquer futura licitação que venha a ser promovida. Logo, trata-se de uma situação 
abstrata, em tese, sobre situações prováveis. Assim, atendendo aos demais requisitos, a consulta 
será conhecida pelo TCM-SP. 
 
De acordo com o RITCM-SP, as consultas deverão: (i) referir-se a matéria de competência do 
Tribunal (ii) conter indicação precisa da dúvida ou controvérsia suscitada; (ii) ser formuladas em 
tese, com apresentação de quesitos; e (iii) vir instruídas com parecer do órgão de assistência técnica 
ou jurídica da autoridade consulente. 
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Essa última exigência tem o objetivo de evitar que qualquer dúvida seja enviada ao TCM-SP. Antes 
de formular a consulta, o órgão interessado deve pedir um parecer técnico-jurídico de sua assessoria 
jurídica competente. Com isso, muitas dúvidas podem ser solucionadas diretamente na 
Administração, chegando ao TCM-SP apenas os casos realmente relevantes e complexos. 
Ademais, o Tribunal não conhecerá consulta que não atenda aos requisitos regimentais. Nesses 
casos, o Relator poderá determinar, de plano, o arquivamento do processo (art. 62, §1º) ou 
determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios 
processuais, concedendo ao requerente ou à parte a oportunidade para, se possível, corrigir o vício, 
antes de decidir pelo arquivamento dos autos (art. 62, §2º). 
Por fim, serão consideradas prejudicadas as consultas que versarem sobre matéria que já seja objeto 
de inspeção ou auditoria encerrada, e as que se referirem a procedimento em tramitação podem 
ser sobrestadas (art. 62, § 3º). 
 
 
 
Decidir sobre consultas 
O que é? 
Parecer emitido pelo TCM-SP sobre matéria de sua competência, a respeito 
de dúvida formulada por autoridades públicas municipais sobre leis ou 
regulamentos. 
A consulta deve 
§ versar sobre matéria de competência do Tribunal 
§ ser formulada por autoridade legitimada 
§ ser formulada em tese (não sobre caso concreto), com apresentação de 
quesitos 
§ indicar com precisão a dúvida ou controvérsia 
§ ser instruída com parecer técnico-jurídico da administração. 
Legitimados 
(quem pode 
formular consulta) 
a) Prefeito Municipal; 
b) Presidente da Câmara Municipal. 
Resultado da 
consulta 
§ caráter normativo; 
§ prejulgamento da tese (não do fato ou caso concreto); 
§ natureza vinculante; 
§ possibilidade de controle concentrado de constitucionalidade. 
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Não será conhecida 
e será arquivada se § não atender aos requisitos previstos no regimento 
Será considerada 
prejudicada se 
§ versar sobre matéria que já seja objeto de inspeção ou auditoria 
encerrada 
Poderá ser 
sobrestada se § se referir a inspeção ou auditoria em tramitação 
3 COMPETÊNCIAS PREVISTAS NO REGIMENTO INTERNO 
O Regimento Interno do TCM-SP basicamente reproduz as competências previstas no art. 19 da Lei 
Orgânica do Tribunal. Por isso, vamos apenas destacar aquelas atribuições que apresentam algo de 
diferente do que vimos na LOMSP e na Lei Orgânica do TCM-SP. 
3.1 RETIRAR DOS PROCESSOS PALAVRAS, IMAGENS OU EXPRESSÕES DESRESPEITOSAS 
O Regimento Interno do TCM-SP dispõe que, além das atribuições previstas em lei e em normas 
específicas do Regimento, compete a todos os órgãos julgadores do Tribunal “mandar cancelar dos 
processos palavras, imagens ou expressões desrespeitosas ou contrárias ao tratamento devido ao 
Tribunal, aos seus membros e técnicos” (art. 30, I). Além disso, qualquer órgão julgador do Tribunal 
pode mandar desentranhar dos autos tais peças, se forem desrespeitosas em seu conjunto (art. 30, 
II). 
3.2 EXPEDIR INSTRUÇÕES NORMATIVAS 
O art. 31, inciso XIII, do RITCM-SP dispõe que é competência exclusiva do Plenário expedir instruções 
normativas. Este é o poder normativo ou regulamentar do TCM-SP, que consiste na possibilidade 
de editar atos normativos sobre matérias de suas atribuições ou sobre a organização dos processos 
que lhe devam ser submetidos. 
Por exemplo, o TCM-SP pode editar atos normativos dispondo sobre os prazos e documentos dos 
processos de tomada e prestação de contas; sobre os meios de encaminhamento de processos de 
registro de aposentadoria ou pensão; sobre o fornecimento de informações imprescindíveis para o 
exercício do controle externo, etc. 
Devemos observar, no entanto, que o TCM-SP não tem competência para regulamentar uma lei em 
si, já que tal atribuição é do chefe do Poder Executivo. A competência do Tribunal refere-se aos 
processos que lhe devam ser submetidos, estabelecendo prazos, formas de encaminhamento de 
informações, documentos necessários, etc. Logo, trata-se de uma competência normativa limitada. 
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4 COMPETÊNCIAS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO 
4.1 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) estabelece normas de finanças públicas voltadas para 
a responsabilidade na gestão fiscal. Ao longo do texto da LRF, podemos identificar disposições sobre 
despesa com pessoal, operações de crédito, cumprimento de metas, etc. Com o objetivo de 
assegurar o cumprimento dessas regras, a LRF atribuiu importantes competências aos tribunais de 
contas. 
Inicialmente, o art. 56 determinou que os tribunais de contas deveriam emitir parecer prévio, 
separadamente, sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, dos Presidentes dos órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público. Entretanto, tal disposição foi 
considerada inconstitucional pelo STF, em medida cautelar, uma vez que os tribunais de contas têm 
competência para julgar as contas de todas as demais autoridades, sendo que a emissão de parecer 
prévio é relativa apenas às contas do Chefe do Poder Executivo. Logo, no âmbito do município de 
São Paulo, o TCM-SP emite parecer prévio sobre as contas do Prefeito, mas julga as contas do 
responsável da Câmara Municipal. 
Prosseguindo, o art. 59 da LRF prevê que o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos 
Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, 
fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: 
a) atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; 
b) limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; 
c) medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite; 
d) providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária 
aos respectivos limites; 
e) destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições 
constitucionaise as da LRF; 
f) cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. 
Além disso, o TCM-SP, com base na LRF, tem competência para emitir alertas aos Poderes quando 
constatar (LRF, art. 59, § 1º): 
a) a possibilidade, ao final de um bimestre, de que a realização da receita poderá não comportar 
o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas 
Fiscais; 
b) que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite; 
c) que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da 
concessão de garantia se encontram acima de 90% dos respectivos limites; 
d) que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei; 
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e) fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de 
irregularidades na gestão orçamentária. 
A LRF também determina que compete aos tribunais de contas verificar os cálculos dos limites da 
despesa total com pessoal de cada Poder ou órgão (LRF, art. 59, § 2º). 
4.2 LEI DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS 
A Lei 10.028/2000 define as infrações administrativas contra as finanças públicas, atribuindo ao TC 
competência para processar e julgar este tipo de infração. As infrações definas na Lei 10.028/2000 
são as seguintes: 
I – deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão 
fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei; 
II – propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei; 
III – deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos 
e condições estabelecidos em lei; 
IV – deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a 
redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do 
limite máximo. 
Com efeito, a punição pelo cometimento destas infrações será de multa de 30% dos vencimentos 
anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. 
4.3 LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS E RDC 
A Lei 8.666/1993 – Lei de Licitações e Contratos – dispõe que o controle das despesas decorrentes 
dos contratos e demais instrumentos por ela regidos será feito pelo Tribunal de Contas 
competente. Ademais, os órgãos interessados da administração têm a obrigação de demonstrar a 
legalidade e regularidade da despesa e execução dos contratos, nos termos da Constituição e sem 
prejuízo da atuação do sistema de controle interno (Lei 8.666/1993, art. 113). 
Dessa forma, qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao 
Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades 
na aplicação da Lei de Licitações. 
A representação será apurada nos termos da Lei Orgânica e do Regimento do Tribunal, podendo 
ensejar a determinação de correções e aplicação de sanções aos responsáveis. 
A Lei de Licitações também dispõe que os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de 
controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de 
recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado. Ademais, os órgãos ou 
entidades da administração interessada serão obrigados a adotar as medidas corretivas pertinentes 
determinadas pelo Tribunal em virtude dos exames realizados nos editais. 
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Se considerarmos apenas a redação literal da Lei 8.666/1993 podemos imaginar que os 
tribunais de contas somente poderiam exercer o controle dos editais de licitação até o dia útil 
anterior ao recebimento das propostas. Assim, levando esta interpretação “ao pé da letra”, o 
TC não poderia solicitar a remessa de cópia do edital após este prazo. 
Logicamente que isso não é uma verdade absoluta. Isso porque o TC tem competência para 
solicitar informações com base em outros dispositivos normativos. Nesse contexto, o art. 46 
do Regimento Interno determina que “nenhum processo, documento ou informação poderá 
ser sonegado ao Tribunal em seus procedimentos de fiscalização, a qualquer pretexto, sob 
pena de sujeição do responsável pela sua guarda às penalidades estatutárias e às previstas no 
Capítulo IX, Título III, deste Regimento”. Portanto, independentemente do momento em que 
se encontra a licitação ou o contrato decorrente, o Tribunal tem competência para determinar 
o fornecimento de informações. 
Apesar desta consideração, como muitas questões de prova são literais, uma eventual 
cobrança “com base na Lei 8.666/1993” deve considerar que a Lei de Licitações prevê que as 
informações devem ser solicitadas “até o dia útil imediatamente anterior à data de 
recebimento das propostas”. 
 
Em relação ao Regime Diferenciado de Licitações Públicas – RDC, instituído pela Lei 12.462/2011, 
houve o estabelecimento de um regime licitatório específico para os grandes eventos esportivos e 
outros casos relevantes, como as ações do PAC, obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS, 
ações de segurança pública, mobilidade urbana, etc. O RDC afastou a aplicação da Lei 8.666/1993 
nos casos em que a administração optou pela adoção do regime diferenciado. No entanto, as regras 
do art. 113 são aplicáveis ao RDC, conforme determina o art. 46 da Lei 12.462/2011. 
4.4 LEI 13.303/2016 – ESTATUTO DAS EMPRESAS ESTATAIS 
Já houve bastante discussão sobre a existência (ou não) de competência para os tribunais de contas 
fiscalizarem as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Este tema, no entanto, está 
pacificado desde 2005, quando o STF entendeu que os tribunais de contas têm competência para 
fiscalizar as empresas estatais, podendo até mesmo determinar a instauração de tomada de contas 
especial.1 
Dessa forma, a Lei 13.303/2016, que trata do Estatuto Jurídico das Empresas Estatais, consolidou o 
tema ao prever, expressamente, a competência para os tribunais de contas realizarem o controle 
das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por aquela Norma. Nesse 
 
1 STF, MS 25.092 e 25.181, julgados em 10/11/2005. 
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caso, as empresas públicas e as sociedades de economia mista ficam responsáveis pela 
demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos termos da 
Constituição (Lei 13.303/2016, art. 87). 
No mesmo sentido que vimos em relação à Lei 8.666/1993, a Lei das Estatais trouxe a possibilidade 
de que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica possa representar ao tribunal de 
contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação 
da Lei 13.303/2016. 
Ademais, os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno podem 
solicitar para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas 
subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas 
corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas (Lei 13.303/2016, 
art. 87, §3º). 
Assim, enquanto a Lei 8.666/1993 prevê um prazo para a solicitação de informações – “até o dia útil 
imediatamente anterior à data de recebimento das propostas” –; a Lei 13.303/2016 prevê que o 
pedidode informações poderá ocorrer a qualquer tempo. Isso não gera nenhum efeito prático 
distinto, já que, na realidade, o Tribunal de Contas já poderia solicitar informações a qualquer 
momento. Porém, a redação da Lei 13.303/2016 acaba sendo mais precisa, evitando qualquer 
confusão na sua interpretação. 
4.5 LEGISLAÇÃO ELEITORAL 
A Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) instituiu novos mecanismos de inelegibilidade na Lei 
Complementar 64/1990 (Lei dos Casos de Inelegibilidade). Nessa linha, um dos dispositivos passou 
a instituir que são inelegíveis, para qualquer cargo (art. 1º, I, “g”): 
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por 
irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão 
irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, 
para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, 
aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de 
despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; 
No entanto, não compete ao Tribunal de Contas declarar a inelegibilidade. O TCM-SP apenas tem 
competência para julgar as contas dos responsáveis, comunicando o Ministério Público Eleitoral para 
que este adote as providências cabíveis. Assim, quem tem competência para declarar o candidato 
inelegível é a Justiça Eleitoral. 
Por fim, vale lembrar que, no caso do Prefeito, o julgamento das contas cabe à Câmara Municipal. 
Logo, a emissão de parecer prévio propondo a rejeição das contas do Prefeito de São Paulo não é 
instrumento hábil para torná-lo inelegível. 
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No âmbito dos tribunais de contas estaduais, normalmente, existe a competência para a fiscalização 
das contas estaduais e municipais. Nos municípios menores, é bastante comum que os prefeitos 
exerçam atribuições de ordenação de despesas. Sobre esse assunto, o STF decidiu que não cabe aos 
tribunais de contas estaduais efetuar o julgamento das contas dos prefeitos municipais. Esta 
atribuição é da Câmara Municipal, seja em relação às contas de governo ou às contas de gestão. 
Portanto, para os fins de inelegibilidade de um prefeito municipal, o julgamento das contas caberá 
à Câmara Municipal. 
Além disso, mesmo a Constituição Federal estabelecendo que o parecer prévio emitido pelo órgão 
competente sobre as contas que o prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos 
membros da Câmara Municipal, o STF entendeu que a inelegibilidade não se aplica se a Câmara se 
omitir no dever de julgar as contas do prefeito. Logo, o parecer prévio não enseja a inelegibilidade, 
ainda que a Câmara Municipal não realize o julgamento das contas.2 
No entanto, é possível que o Tribunal de Contas da União, por meio de tomada de contas especial, 
julgue as contas de um prefeito municipal relativas a convênios firmados com a União. Nesse caso, 
temos um efetivo julgamento, já que o TCU não auxilia as câmaras municipais. Nessa situação, o 
prefeito estará agindo como um administrador público, responsável pelo convênio, motivo pelo qual 
poderá ter suas contas, mediante tomada de contas especial, julgadas irregulares. Assim, o TCU 
poderá remeter o caso para a Justiça Eleitoral, o que poderá ensejar a inelegibilidade, desde que o 
caso se enquadre nas situações descritas na Lei da Ficha Limpa. 
 
Agora, vamos fazer umas questões sobre este assunto! 
 
1. (Cespe – Técnico Municipal de Controle Interno/CGM João Pessoa/2018 – adaptada) 
Compete ao TCM-SP acompanhar, por meio de auditorias, inspeções e análise, a arrecadação 
da receita a cargo das entidades da administração indireta. 
Comentário: segundo a Lei Orgânica do município, compete ao TCM-SP: 
IV - realizar, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e nas demais entidades 
referidas no inciso II, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial, por iniciativa própria e, ainda, quando forem solicitadas: 
a) pela Câmara Municipal, por qualquer de suas Comissões; 
 
2 RE 848.826/DF. 
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b) por cidadãos que subscreverem requerimento de pelo menos 1% (um por cento) do eleitorado do 
Município; 
Conforme já vimos, a fiscalização financeira refere-se ao controle da legalidade dos atos de 
arrecadação de receitas e realização de despesas. Por meio da fiscalização financeira, o órgão de 
controle poderá acompanhar, por exemplo, se as receitas previstas estão sendo arrecadadas da 
forma correta. Essa atividade é muito relevante, uma vez que o orçamento anual possui apenas a 
capacidade de estimar a receita, mas se algumas previsões não se concretizarem ao longo do 
exercício financeiro, a receita efetivamente arrecadada poderá não ser suficiente para cobrir as 
despesas fixadas no orçamento. Logo, o TCM-SP deve fiscalizar a arrecadação da receita a cargo do 
município de São Paulo e das entidades da administração indireta, referidas do inciso II da LOM. 
Vale mencionar também o art. 20 da Lei Orgânica do TCM-SP, que diz que “a competência do 
Tribunal se estende também à fiscalização financeira das entidades com personalidade jurídica de 
direito privado, cujo capital pertença exclusiva ou majoritariamente ao Município, ou a qualquer 
entidade da respectiva Administração Indireta, sem prejuízo do controle exercido pelo Executivo.” 
Já o Regimento Interno prevê o seguinte: 
Art. 44 - Os procedimentos de fiscalização têm a finalidade de assegurar a eficácia do controle e 
subsidiar o julgamento de contas, atos e contratos, compreendendo as seguintes modalidades: 
I - acompanhamentos; 
II - inspeções; 
III - auditorias; 
IV - análises. 
Portanto, compete ao TCM-SP acompanhar, por meio de auditorias, inspeções e análises, a 
arrecadação da receita a cargo de todas as entidades do município, incluindo a administração 
indireta. 
Gabarito: correto. 
2. (Cespe – Assessor Jurídico/TCE RN/2015 – adaptada) 
Estão sujeitas a inspeções e auditorias do TCM-SP quaisquer unidades administrativas dos 
poderes, bem como as entidades da administração indireta, e outras instituídas ou mantidas 
pelo poder público. 
Comentário: como já mencionamos, a LOMSP diz que compete ao TCM-SP realizar, por iniciativa 
própria, popular ou da Câmara Municipal e de qualquer de suas comissões, inspeções e auditorias 
de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo e demais entidades referidas no inciso II. O 
referido inciso, por sua vez, trata da competência para julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta, autarquias, empresas 
públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público Municipal. Portanto, questão correta. 
Gabarito: correto. 
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3. (Cespe – Analista de Administração Pública/TCDF/2014 - adaptada) 
Caso um Secretário Municipal de São Paulo nomeie seu primo para cargo em comissão na 
respectiva secretaria, caberá ao TCM-SP apreciar, para fins de registro, a legalidade desse ato 
de admissão. 
Comentário: já vimos que a CF prevê a competência para apreciação, para fins de registro, da 
legalidade dos atos de admissão de pessoal. Na LOMSP consta que compete ao

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