Relatório - Blocos cerâmicos de vedação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
GABRIELA DIAS DO NASCIMENTO ALMONDES
SANDY LINNIKER LIMA MACHADO
PRÁTICAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO
PALMAS (TO)
2020
GABRIELA DIAS DO NASCIMENTO ALMONDES
SANDY LINNIKER LIMA MACHADO
PRÁTICAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO
Relatório Técnico apresentado à disciplina de Práticas de Materiais de Construção, do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Tocantins, Câmpus Universitário de Palmas, como requisito parcial para aprovação. 
Prof. Wesley Pinheiro
PALMAS (TO)
2020
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	OBJETIVO	5
3.	EQUIPAMENTOS	5
4.	PROCEDIMENTOS	6
5.	CÁLCULO E RESULTADOS	6
5.1.	Identificação	7
5.2.	Características visuais	7
5.3.	Características geométricas	7
6.	CONCLUSÃO	9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	9
1 INTRODUÇÃO
As principais propriedades das cerâmicas, são: O peso, por exemplo, existem cerâmicas mais leves do que a água e outras de grandes pesos; Resistência mecânica, depende da quantidade de água usada na moldagem, pois o excesso de água lava as partículas menores, que mais facilmente fundirão para formar o vidrado; Resistência ao desgaste, esse depende da quantidade de vidro formado; Absorção de água depende da compactação, das constituições inicias (BAUER, 1994). 
A fabricação dos blocos cerâmicos é feita em unidades industriais denominadas olarias; geralmente estão localizadas em áreas próximas às jazidas de argila para facilitar e reduzir custos de transporte da matéria-prima. O processo de fabricação é realizado através das seguintes etapas: extração da matéria prima (argila), preparo da matéria prima, modelagem, secagem, cozimento, resfriamento, armazenamento e distribuição (BAUER, 1994).
O bloco cerâmico para vedação é confeccionado para ser utilizado especificamente com furos na horizontal, mas também pode ser confeccionado para ser usado com furos na vertical. Como mostra na figura 1 e 2, logo abaixo.
Os blocos cerâmicos para vedação constituem as alvenarias externas ou internas que não têm a função de resistir a outras cargas verticais, além do peso da alvenaria da qual faz parte (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005). 
Para serem aceitos na obra, esses blocos cerâmicos de vedação passam por uma série de requisitos que vou citar a seguir: 
1.1 Identificação 
 É exigido a identificação gravada do fabricante em uma das faces externas do bloco, com caracteres de no mínimo 5 mm de altura, sem que prejudique o seu uso. Nessa inscrição deve constar no mínimo o seguinte: a) identificação da empresa; b) dimensões de fabricação em centímetros, na sequência largura (L), altura (H) e comprimento (C), na forma (L x H x C) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).
1.2 Características visuais 
Não podem conter defeitos sistemáticos, tais como quebras, superfícies irregulares ou deformações que impeçam o seu emprego na função especificada (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).
1.3 Características geométricas 
 A sua forma deve ser de um prisma reto, sendo sua geometria indicada esquematicamente conforme indicado nas figuras 1 e 2. As características geométricas do bloco cerâmico de vedação são as seguintes:
1.3.1 Medidas das faces
Dimensões efetivas: Não devem ultrapassar uma tolerância individual de ± 5 das medidas de fabricação, e a média das medidas é ± 3. 
1.3.2 Espessura dos septos e paredes externas dos blocos 
 A espessura dos septos deve ser no mínimo 6 mm e a das paredes externas no mínimo 7 mm.
1.3.3 Desvio em relação ao esquadro (D) 
No máximo deve ser 3 mm; 
1.3.4 Planeza das faces (F) 
A flecha deve ser no máximo 3 mm (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).
1.4 Características físicas
As características físicas dos blocos cerâmicos de vedação são as seguintes: a) massa seca (ms); b) índice de absorção d’água (AA) - (8% ≤ AA ≤ 22%) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).
1.4.1 Características mecânicas 
A característica mecânica dos blocos cerâmicos de vedação é a resistência à compressão individual (fb). Para blocos usados com furos na horizontal o valor mínimo indicado é ≥ 1,5 Mpa, e para blocos usados com furos verticais o valor mínimo é ≥ 3,0 Mpa (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005.
2 OBJETIVO
Os ensaios foram realizados com o objetivo de determinar as características geométricas e dimensionais dos blocos cerâmicos de vedação, seguindo os métodos de ensaio da norma da ABNT NBR 15270-3/05.
3 EQUIPAMENTOS
· Paquímetro analógico
· Nível de alumínio
· Régua metálica graduada
· Esquadro metálico
4 PROCEDIMENTOS 
Uma amostra com três blocos cerâmicos foi levada para o laboratório de materiais de construção. Inicialmente, foi feita a identificação dos blocos e posteriormente o ensaio seguiu se dividindo em duas etapas: Inspeção Geral e Inspeção por Medição Direta.
4.1 Inspeção Geral
Os blocos foram analisados verificando se eles tinham gravados em uma das suas faces externas a identificação do fabricante e do bloco e as dimensões de fabricação. Posteriormente, foi observado se continham embaixo os relevos característicos e, por fim, foi feita a verificação de conformidade, no que diz respeito a identificação, onde constatou-se que o BLOCO 1 não estava conforme. Também é verificado se o bloco cerâmico possui algum defeito sistemático, ou seja, trincas, quebras, superfícies irregulares e/ou deformações que impeçam o seu desempenho. E, nesse caso, os BLOCOS 2 e 3 apresentaram inconformidades.
4.2 Inspeção por Medição Direta
Novamente os blocos foram analisados, desta vez, para verificar suas dimensões geométricas, ou sejas, as Dimensões efetivas, Dimensões de Fabricação e Variação Dimensional. Para então determinar as dimensões das faces dos blocos. Ao final das medições, os valores de medição de fabricação e os valores efetivos são apurados para determinar se há ou não diferença entre eles, ou melhor, se há uma variação dimensional.
Ademais, foram feitas a determinação da espessura das paredes externas e dos septos dos blocos que, de acordo com a norma, devem ser de no mínimo 7mm e 6mm, respectivamente e, caso o bloco apresente algum tipo de ranhura, a medição deve ser feita no interior da mesma. A medição da espessura da parede deve ser feita no ponto onde a mesma apresenta a menor espessura. Já a dos septos, devem ser feitas na região central, utilizando quatro medições, no mínimo e buscando os septos de menor espessura; a determinação do desvio em relação ao esquadro que, deve ser de 3mm no máximo, seguindo a norma, deve ser feita entre uma das faces destinadas ao assentamento e a maior face destinada ao revestimento do bloco; por fim, determinou-se a planeza das faces ou flechas que, deve ser no máximo 3mm, através de uma flecha formada na diagonal.
5 CÁLCULOS E RESULTADOS
5.1 Identificação
Os BLOCOS 1 e 3, conforme disposto no quadro 1, não seguiram com os padrões apresentados pela norma dos métodos de ensaio, onde deveriam ter obrigatoriamente a identificação da empresa e as dimensões de fabricação em centímetros, o que já é suficiente para a rejeição do lote. Apenas o BLOCO 2 continha as informações. 
Quadro 1 – Identificação dos blocos
	Blocos Nº
	Conforme
	Não conforme
	1
	
	X
	2
	X
	
	3
	
	X
5.2 Características visuais
Os BLOCOS 2 e 3, conforme mostrado no quadro 2, apresentam trincas e deformidades. Apenas o BLOCO 1 está conforme a norma de métodos de ensaio.
Quadro 2 - Presença de trincas/quebras e deformações nos blocos
	Blocos Nº
	Trincas/Quebras
	Defeitos/Deformidades
	1
	NÃO
	NÃO
	2
	 SIM
	SIM
	3
	SIM
	SIM
5.3 Características geométricas
Ainda com a mesma amostra, foram realizadas as medidas de cada corpo de prova seguindo as normas de métodos de ensaio, para obter as informações das características geométricas que estão nos quadros 3, 4 e 5 logo abaixo. 
De acordo com a norma, no que diz respeito às tolerâncias dimensionais individuaise as relacionadas à media, que é de ±5mm e ±3mm, respectivamente.
Dessa forma, respeitando as medidas do bloco “padrão”, ou seja, 9 x 14 x 19 cm e, também, as normas citadas acima, somente o BLOCO 1 não está conforme, pois, a sua média de comprimento ultrapassa os 3mm estabelecidos pela norma. 
Quadro 3 - Determinação das dimensões das faces dos blocos
	Blocos Nº
	Largura
 L1 L2
	Altura
 H1 H2
	Comprimento
 C1 C2
	1
	91,3 mm
	90,6 mm
	137,7 mm
	138,3 mm
	195 mm
	194 mm
	2
	87,8 mm
	87,75 mm
	132,4 mm
	134,2 mm
	192 mm
	191 mm
	3
	87,85mm
	86 mm
	130,6 mm
	130,7 mm
	186 mm
	186 mm
A seguir no quadro 4, temos as informações dos septos e espessura das paredes externas. As espessuras dos septos devem ter no mínimo 6mm, e o único que não está conforme a norma é o BLOCO 1, que apresenta medidas menor que 6. Já as paredes externas, todos os blocos estão conforme a norma, pois apresentam medias no mínimo 7mm. 
Quadro 4 - Espessura dos septos
	Blocos Nº
	Paredes externas (mm)
 E1 E2 E3 E4
	Septos (mm)
 S1 S2 S3 S4
	1
	9 
	7
	8,45
	9,1
	5,9
	4,8
	4,9
	5,6
	2
	10 
	8,2
	8,5
	9,9
	8,1
	9,2
	6,85
	7,2
	3
	7,3 
	8,55
	7,9
	10,4
	9,7
	8,3
	8,55
	8,6
Para terminar de conferir os blocos e saber se ele será rejeitado ou não baseado nas normas, realiza-se as medições de desvio em relação ao esquadro e a planeza de faces, e os resultados estão situados no quadro 5. Os desvios no BLOCO 1 e 3 estão conforme a norma, mas o BLOCO 2 não houve a medição para saber se estava ou não conforme. A planeza também está conforme a norma, pois as medidas nos blocos não ultrapassam 3mm.
Quadro 5 - Desvio em relação ao esquadro e planeza das faces
	
Blocos Nº
	Esquadro (mm)
D1
	Planeza (F)(mm)
 FC F1 F2
	1
	2,5
	1,5
	-
	-
	2
	-
	2,0
	-
	-
	3
	1,0
	2,0
	-
	-
FC = Flecha nas faces côncavas
F1 e F2 = Flechas nas faces convexas
6 CONCLUSÃO
 
De acordo com as especificações da Norma NBR 15270-1 sobre Blocos Cerâmicos de Vedação, onde levamos em consideração, inicialmente, as características visuais, geométricas e, em seguida, as características físicas e mecânicas determinadas a partir de ensaios de compressão. Dos 3 blocos analisados, apenas os BLOCOS 1 e 3 seriam rejeitados já na inspeção geral, uma vez que não atendem ao critério de terem obrigatoriamente a identificação da empresa e as dimensões de fabricação em centímetros. No cálculo das dimensões geométricas, o BLOCO 1 foi rejeitado, pois, não está conforme a média estabelecida a partir da verificação das dimensões efetivas individuais, ou seja, ultrapassou a tolerância estabelecida para a média indicada na norma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-1:2005: Componentes cerâmicos Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação - Terminologia e requisitos. 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15270-3:2005: Componentes cerâmicos Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação - Métodos de ensaio. 2005.
BAUER, L.F. Materiais de construção. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos Editora S.A, 1994. 
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