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Escola CETEB de Jovens e Adultos Brasília-DF, 2011. Língua Portuguesa Elaboração: Ana Paula Porfírio de Souza, Magda Maria de Freitas Querino, Maria Teresa Caballero Brügger e Equipe Técnica do CETEB CURSO: TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial deste documento, por qualquer forma ou meio – eletrônico ou mecânico, inclusive por processos xerográficos de fotocópia e de gravação – sem a permissão expressa e por escrito do CETEB. DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DO CETEB TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Sumário unidade 1 – Linguagem, Língua e FaLa LiNguAgEM _______________________________________________________________________ 5 LíNguA E FALA _____________________________________________________________________ 5 LiNguAgEM VErBAL: o SigNo LiNguíSTiCo ___________________________________________ 6 DiMENSão LiNguíSTiCA: iNDiViDuAL E SoCiAL _________________________________________ 8 unidade 2 – ProceSSo da comunicação ELEMENToS DA CoMuNiCAção ______________________________________________________ 11 FuNçõES DA LiNguAgEM ___________________________________________________________ 13 NíVEiS DA LiNguAgEM ______________________________________________________________ 15 unidade 3 – novo acordo ortográFico da Língua PortugueSa ACorDo orTográFiCo DA LíNguA PorTuguESA _______________________________________ 19 unidade 4 – Sintaxe SiNTAxE DE CoNCorDâNCiA, DE rEgêNCiA E DE CoLoCAção ____________________________ 23 rEgêNCiA _________________________________________________________________________ 29 EMPrEgo DA CrASE _______________________________________________________________ 31 EMPrEgo DoS ProNoMES DEMoNSTrATiVoS ________________________________________ 33 CoLoCAção ProNoMiNAL __________________________________________________________ 35 unidade 5 – diScurSo adminiStrativo CoMuNiCAção NA rEDAção ADMiNiSTrATiVA _________________________________________ 41 DiSCurSo ADMiNiSTrATiVo CoNTEMPorâNEo ________________________________________ 42 unidade 6 – documento entre emPreSaS DoCuMENToS ADMiNiSTrATiVoS ____________________________________________________ 49 CArTA EMPrESAriAL ______________________________________________________________ 50 unidade 7 – modaLidadeS adminiStrativaS MoDALiDADES DE CoMuNiCAção oFiCiAL _____________________________________________ 61 reFerênciaS __________________________________________________________________________ 83 Linguagem, Língua e Fala Unidade 1 Técnico em Transações Imobiliárias Objetivos: • Distinguir linguagem, língua e fala. • Identificar a linguagem verbal e o signo linguístico. • Compreender as variações linguísticas. Linguagem A vida social do homem constitui-se a partir da interação que ele estabelece com seus semelhantes. Nessa relação, util iza-se a linguagem como forma de expressão. A linguagem consiste na capacidade de o ser humano expressar seus estados mentais por meio de qualquer sistema organizado de sinais (códigos) em busca de comunicação. os códigos diversos classificam-se em não verbais e verbais. A linguagem não verbal serve-se de códigos representados por cores (semáforos), luzes (farol do mar, à noite), gestos (acenos), mímicas (imitações em geral), desenhos (imagens), ícones (talheres para indicar restaurantes), sons (música orquestrada), entre outros. A linguagem verbal serve-se de palavras (signos linguísticos), faladas ou escritas, por meio das letras do alfabeto, e denomina-se língua. É o principal código utilizado pelos membros de uma determinada comunidade para se comunicarem entre si – código de signos convencionais que expressa a realidade cultural dessa comunidade, conhecido por ela e transmitido para outras gerações. Língua e FaLa A língua é uma criação social, um produto histórico que evolui, acompanhando o processo de desenvolvimento da comunidade que a utiliza: português, francês, inglês, italiano, espanhol etc. É, portanto, um instrumento de comunicação. Ao comunicar-se, o homem expressa seus pensamentos por meios da língua da sua comunidade, de forma pessoal, optando, entre várias possibilidades (vocabulário, estruturas frasais), por aquelas que melhor lhe convenham no momento, realizando um ato de fala. A fala é, assim, a utilização individual da língua com vista à comunicação. É produto da vontade e inteligência do falante que a pode modificar, segundo seu gosto e sentimentos. um fenômeno fonético (composto de sons vocais) que provém de uma atividade psicofisiológica do falante. A representação gráfica da fala é a escrita, nem sempre fiel à fala, mas equivalente. A língua é, assim, um código com estrutura própria, comum a todos os membros de uma determinada sociedade: um fato social. A fala é a realização (sonora ou visual) desse código: um ato individual que depende da vontade e da inteligência do falante; o uso que uma pessoa faz da língua em situação específica. Principais diferenças entre LÍNGUA E FALA Língua Fala Potencial Código com estrutura própria Atualizada realização sonora/ visual desse código 6Unidade 1 Língua Fala Fato social Move-se lentamente Ato individual Move-se rapidamente exercícios I – Escreva V (verdadeiro) ou F (falso), considerando a veracidade dos conteúdos. 1. ( ) A linguagem é um sistema de signos armazenados em nossa memória, um patrimônio extenso à nossa disposição. 2. ( ) A linguagem é a faculdade própria do ser humano para expressar seus estados mentais em busca de comunicação. 3. ( ) o semáforo é um exemplo de linguagem não verbal. 4. ( ) A língua é um sistema de comunicação, uma criação social, utilizado pelos membros de uma determinada comunidade como o principal código de comunicação. 5. ( ) A l íngua é produto da vontade e da inteligência do falante, que a pode modificar, segundo o gosto pessoal, seus sentimentos e sua condição social. 6. ( ) A fala possui natureza transitória. 7. ( ) A língua é um sistema de sinais gráficos que permite a comunicação entre os seres humanos. 8. ( ) A fala é a utilização pessoal do código, denominado língua; é dinâmica e sofre influência de modismos e de outros fatores que condicionam a vida do ser humano. 9. ( ) A comunicação é essencial para manter a união entre os seres humanos e garantir-lhes a sobrevivência no planeta. 10. ( ) Cada falante escolhe, na língua, os meios de expressão de que necessita para se comunicar e confere-lhes natureza sonora, produzindo a fala. II – Relate uma situação em que as linguagens a seguir foram utilizadas. 1. Linguagem não verbal 2. Linguagem verbal III – Complete as lacunas, aplicando os conceitos estudados. os textos da revista Veja são exemplos de linguagem ___________, porque utilizam um código estruturado, denominado ____________________, que é o principal código de comunicação da comunidade linguística. Por se tratar de um emprego individual da língua, o texto é a representação escrita de um ato de _____________. confira suas respostas i – 1(F), 2(V), 3(V), 4(V), 5(F), 6(V), 7(F), 8(V), 9(V), 10(V). ii – 1. resposta pessoal. A situação não verbal relatada não pode ser representada por palavras faladas ou escritas. 2. A situação verbal relatada deve ser representada por palavras faladas ou escritas. iii – ... verbal ... língua ... fala Linguagem verbaL: o Signo LinguíStico os signos que constituem a língua são chamados de signos linguísticos (palavras), que, organizados segundo as regras (gramática) da língua, possibilitam às pessoas expressarem pensamentos, sentimentos, emoções. Para que haja comunicação por meio dos signos linguísticos, é necessário que o emissor (falante) e o receptor (ouvinte) conheçam a forma como esse código se organiza para formar frases (gramática) e o significado desses signos (semântica). Signos linguísticos são, portanto, signos que constituemo código linguístico e que estão à disposição dos falantes para serem atualizados em atos de fala, durante a comunicação, por meio da linguagem verbal. o signo linguístico compõe-se de duas partes: significante e significado. • o significante é o lado material: sons (fonemas) na língua falada e letras (grafemas) na língua escrita, combinados de acordo com as regras (gramaticais) da língua. • o significado é o lado imaterial: a ideia, o conceito existente na mente de cada falante da língua (constituindo a semântica da língua) e que se evoca quando o significante o transmite. 7Unidade 1 Significante fonemas (/á/ /r/ /v/ /o/ /r/ /e/) e letras da palavra árvore. Significado conceito, ideia da palavra árvore: vegetal lenhoso. o signo árvore, por exemplo, relaciona-se com dois dados da memória: uma imagem acústica, correspondente à lembrança de uma sequência de sons (significante) e um conceito, um dado do conhecimento humano sobre o mundo (significado). o significado dos signos linguísticos é um conjunto complexo de informações acumuladas ao longo da história das sociedades humanas, ou seja, utilizar uma determinada palavra da nossa língua é, na verdade, fazer ecoar por meio dela todo um processo histórico de formação de conceitos sobre a vida e o mundo. Assim, o significado do signo árvore ultrapassa o conceito de “vegetal lenhoso”, pois há valores simbólicos e ideológicos que se podem associar a esse signo: símbolo da vida, símbolo da preservação da mata etc. Há ainda, valores só definidos na interlocução: conjunto de sentidos que a palavra árvore assume numa conversa entre donos de madeireiras sobre a extração de mogno etc. o conhecimento de uma língua abrange não apenas a identificação de seus signos, mas também o uso adequado de suas regras combinatórias. Esse conhecimento constitui o que se costuma denominar “competência gramatical” do usuário da língua. Socialmente, a língua é sempre usada na forma de textos. A história das sociedades humanas fez surgirem, ao longo dos tempos, diversos tipos de textos. o conhecimento e o reconhecimento desses tipos textuais, bem como a capacidade de utilizá-los adequadamente, são fundamentais para a participação efetiva na constante interação comunicativa da vida social. os diferentes tipos textuais existem em função das muitas necessidades sociais e, lidar com eles de forma eficiente, tanto na sua leitura quanto na sua produção, constitui a chamada “competência textual’’ do usuário da língua. Há, também, uma profunda e indissociável relação entre os textos e as situações concretas em que são utilizados pelos interlocutores. Além do texto propriamente dito, há, nas situações efetivas de interação verbal, todo um contexto que atua e participa dos efeitos de sentido que se criam. Essas situações de uso efetivo da linguagem constituem o chamado discurso – e o interlocutor hábil aprende a manejar os dados dessas situações a fim de alcançar seus objetivos por meio da linguagem. o significado de um texto, portanto, abrange a interpretação das relações que estabelece com a situação efetiva em que é produzido. Nessa interpretação, devem ser levados em conta aspectos como o perfil social dos interlocutores, o lugar social em que se colocam quando interagem, o contexto social e histórico da sociedade em que o texto é utilizado, os valores ideológicos, as relações do texto com outros textos que circulam pela sociedade (intertextualidade) e outros elementos. Assim, torna-se importante um maior conhecimento dos elementos constitutivos do código verbal: o signo linguístico. exercícios I – Identifique os signos linguísticos que a imagem abaixo representa, no código de trânsito, indicando seus componentes: Signos linguísticos: / Significantes: Componentes: Significados: 8Unidade 1 II – Observe atentamente a situação apresentada nos quadrinhos e responda: de que forma o que nela ocorre nos permite concluir que a linguagem é um meio de ação de um interlocutor sobre o outro? _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ III – Comente situações vivenciadas em que o desconhecimento exato do código linguístico o tenha deixado em situação constrangedora. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ IV – Conceitue os seguintes termos: Competência gramatical: _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ Competência textual: _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ confira suas respostas i – área escolar Significantes: /á/ /r/ /e/ /a/ – /e/ /s/ /c/ /o/ /l/ /a/r/ Significados: advertência sobre a existência de escola na área; cuidado redobrado. ii – Você deve ter observado que, para provar o falso diagnóstico do paciente, o médico utilizou uma técnica eficaz, ou seja, comprovou a ação de um interlocutor sobre outro por meio da linguagem. iii – resposta pessoal. iV – Competência gramatical: conhecer os signos de uma língua e o uso adequado de suas regras combinatórias. Competência textual: lidar com os diferentes tipos textuais de forma eficiente, tanto na sua leitura quanto na sua produção. dimenSão LinguíStica: individuaL e SociaL A língua é um patrimônio social, um verdadeiro “contrato” que os indivíduos de um grupo estabelecem. individualmente, cada pessoa pode utilizar a língua de seu grupo social de uma maneira particular, que, em alguns casos, configura um estilo personalizado. Mas, por mais original e criativa que seja, a expressão oral e escrita acaba contida no conjunto mais amplo que norteia a Língua Portuguesa. refletir sobre as formas e os usos da Língua Portuguesa deve ser um processo contínuo em nossa vida. A principal finalidade desse processo é aumentar a eficiência na produção e na interpretação dos textos falados e escritos com que se organiza a interação verbal na sociabilidade. Conhecer bem a língua em que se vive e pensa é investir no ser humano que se é – individual e socialmente falando. É aprender a usar a variante mais apropriada à situação de interação verbal que se está vivendo. Falar ou escrever implica observar diferenças na elaboração dos textos. A tal ponto chegarão essas variações que se pode considerar que a língua tem duas modalidades diferentes: a língua 9Unidade 1 falada e a língua escrita. Essas modalidades atendem a necessidades diferentes da vida social e, por isso, devemos conhecê-las bem, a fim de lidar com elas satisfatoriamente. Alguns fatores são responsáveis por essas variações: geográficas, sociais, profissionais e situacionais. • Fatores geográficos Há variações entre as formas que a Língua Portuguesa assume nas diferentes regiões em que é falada. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas inferior ou superior às outras. • Fatores sociais o português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meios de instrução formal difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta (língua-padrão), cujos modelos costumam combinar formas utilizadas por escritores considerados clássicos com outras codificadas em gramáticas prescritivas. A norma culta deve ser adquirida durante a vida escolar e seu domínio é solicitado como forma de ascensãoprofissional e social. • Fatores profissionais o exercício de certas profissões requer domínio de termos específicos. Essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de especialistas. • Fatores situacionais uma pessoa deve conhecer e empregar apropriadamente as variações da língua em situações formais (como um discurso para uma solenidade) e informais (como uma conversa descontraída entre amigos). Em cada uma dessas oportunidades, empregamos formas de língua diferentes, procurando adequar nosso nível vocabular, sintático e textual ao ambiente linguístico em que nos encontramos. A língua, então, admite inumeráveis possibilidades de atos de fala em sua concretização, em seu registro, correspondentes à variação no uso da língua por parte do falante, conforme a situação social, cultural ou regional. exercícios I – Justifique a seguinte afirmação. A língua é um conceito amplo e elástico, capaz de abarcar todas as manifestações linguísticas, individual e coletiva. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ II – Caracterize as formas de língua solicitadas. 1. Língua falada _____________________________________________ _____________________________________________ 2. Língua escrita _____________________________________________ _____________________________________________ III – Re lac ione adequadamente os fatores responsáveis pelas variações linguísticas. A – Fatores geográficos C – Fatores profissionais B – Fatores sociais D – Fatores situacionais ( ) Emprego de variações linguísticas de acordo com contextos específicos. ( ) Formas variantes que a língua apresenta nas diferentes regiões brasileiras. ( ) Linguagem com termos restritos ao intercâmbio técnico de especialistas. ( ) Modalidades de língua empregadas conforme a escolaridade das pessoas. confira suas respostas i – resposta pessoal. observe se o seu pensamento está coerente com os conceitos estudados. ii – resposta pessoal. Compare seus exemplos com os conceitos estudados. iii – Sequência correta dos fatores relacionados: (D), (A), (C), (B). Processo da Comunicação Unidade 2 Técnico em Transações Imobiliárias Objetivo: • Reconhecer a importância dos elementos de comunicação para uma interação satisfatória. eLementoS da comunicação A comunicação sempre foi uma necessidade do homem. Comunicando-se, ele pôde trocar ideias e experiências com outros membros de seu grupo, o que foi decisivo para a perpetuação da espécie e dos conhecimentos. As comunicações administrativas, por exemplo, formam um sistema de informação estabelecido para favorecer aqueles que trabalham em organizações. Essas organizações se tornam viáveis quando possuem meios apropriados para adquirir informações a respeito de si mesmas e subsistem quando há comunicação interna e externa bem estabelecida. Seus objetivos são cumpridos à medida que os processos eficientes de comunicação as impulsionam na direção do que foi previamente planejado. Elemento indispensável a toda comunicação, a informação é o conteúdo de uma mensagem emitida ou recebida. É o ato de noticiar algo a alguém; dar parecer sobre alguma coisa; conceber por meio de dados. Vale lembrar que, enquanto o dado é uma mensagem sem avaliação, a informação é um dado avaliado para uma situação específica. Daí se afirmar que o desempenho de uma organização depende, também, da capacidade de seu sistema de informação em transformar dados sensoriais em unidades de informação consumíveis e processáveis. A informação, portanto, é imprescindível ao administrador como base para atingir metas e para que possa descobrir e definir áreas problemáticas que impedem a organização de atingir seus objetivos. É por meio dela, também, que são avaliados desempenhos individuais e coletivos, uma vez que a eficiência do trabalho em grupo depende de informações propiciadoras de ajustamentos necessários. Processo de concatenação ou sucessão de fenômenos, de estados ou de mudanças, a comunicação não pode ser atribuída a um único fator, pois no seu processo intervêm vários elementos básicos, entre eles emissor, receptor, mensagem, código, canal, referente. Emissor ou codificador é aquele que, em certo momento, emite mensagem elaborada de acordo com código e regras determinados, para um receptor ou destinatário, tendo em vista produzir reação sobre outrem. Receptor ou decodificador é aquele a quem se dirige a mensagem; aquele que a recebe e a decodifica. Em decorrência, recomenda-se o uso de código fechado, de vocabulário preciso, comum a emissor e a receptor, e simplicidade na estruturação fraseológica. Para que a mensagem possa afetar o receptor, é necessário coerência entre mensagem e comportamento do emissor, credibilidade quanto ao valor das fontes e dos meios, aceitabilidade e compreensibilidade. Mensagem é sinônimo de conteúdo, aquilo que é dito num texto, num discurso; o que passa de significativo na comunicação entre emissor e receptor. É a unidade básica da comunicação, porque gera reações e comportamentos. 12Unidade 2 Código é um conjunto de signos relacionados de tal modo que formam e transmitem mensagens; um conjunto de regras necessárias para a efetivação da comunicação. Canal é o suporte material que possibilita veicular a mensagem ao receptor, através do espaço e do tempo. As informações chegam ao receptor de vários modos: face a face, por cartas, por telefonemas, por jornais, por revistas, por e-mails e, ainda, por outros meios. A escolha de um canal inadequado influencia negativamente a mensagem que se quer transmitir e, consequentemente, corre-se o risco de não se atingir os objetivos almejados. Além desses elementos, outros são de grande valia para um melhor entendimento da comunicação: referente, contexto, feedback, repertório. Referente é o elemento que dá origem à mensagem; inicia o ciclo da comunicação. É um dado da realidade que constituirá a mensagem. Contexto consiste no desenvolv imento circunstancial em que a mensagem é transmitida; envolve a(s) situação(ões) em que a mensagem ocorre. Dele depende o sentido das palavras, visto que a palavra só realiza (atualiza) sua potencialidade em um determinado contexto. Feedback é um processo mediante o qual se controla o resultado do desempenho de uma mensagem sobre o receptor. Possibilita o prosseguimento do fluxo de mensagens e auxilia a fonte a examinar os resultados obtidos na transmissão da mensagem, em relação a seus objetivos iniciais. Repertório é o conjunto dos elementos que possuem significação; um conjunto de signos conhecidos ou assimilados por um indivíduo; uma espécie de reservatório ou estoque de experiências indispensável para que uma mensagem, codificada por um emissor, possa ser melhor compreendida pelo receptor. Para transmitir informações novas de maneira eficaz, ou seja, ampliar o repertório do seu público, o emissor deve trabalhar com uma medida adequada de redundância, diminuindo, portanto, a entropia, mas aumentando a possibilidade de compreensão de sua mensagem. Redundância é o elemento utilizado numa mensagem para reduzir os riscos de ruído. É a informação que se transmite adicionalmente para proporcionar compreensão. É a reiteração de determinadas frases, de explicações, de esclarecimentos adicionais. É desejável, porém, que a redundância não se transforme em aborrecimento e em falta de cuidado com a linguagem. A recepção de uma mensagem fica facilitada quando a própria sintaxe contribui com a introdução de redundância. Assim, a redundância tem o papel de destaque na comunicação, pois dá estrutura ao sistema comunicativo. Nas organizações, ocorrem situações de redundância a todo instante: envia-se correspondência, telefona-se em seguida, torna-se a confirmar por e-mail ou outro canal. Às vezes, comunica-sea viagem do executivo, faz-se a reserva de hotel por e-mail, confirma-se a reserva por telefone e, por fim, telefona-se, novamente, comunicando a hora da chegada. Cuidado! redundância não se confunde com pura repetição. Todo sistema de comunicação está sujeito a erros ou a falhas denominados ruídos. A ocorrência desses distúrbios inviabiliza a comunicação, ou seja, distorce a informação pretendida. É importante ressaltar que, no contexto da comunicação, uma única função não se apresenta como exclusiva, mas, sim, como predominante, considerando o objetivo do emissor ao se manifestar. Vejamos, na carta transcrita a seguir, como se dá esse processo comunicativo. São Paulo, ___ de ________ de______. Dr. Ricardo França Pereira Companhia Coringa Ltda. Prezado Senhor, Oferecemos a V.Sa., nossos serviços profissionais de Administração de Imóveis, visando a auxiliá-lo em todas as etapas da administração do seu bem. Nosso trabalho consiste das seguintes etapas: – Assessoria Administrativa; – Assessoria Jurídica especializada; – Avaliação do imóvel gratuita; 13Unidade 2 – Vistoria anual; – Atendimento Personalizado; – Contato direto por linha telefônica exclusiva; – Relatórios mensais sobre a locação; – Cadastro de Prestadores de Serviços e Parcerias. Informamos a V. S.a que somos especilizados na área de Administração Imobiliária com profissionais formados em Transações Imobiliárias pelo Ceteb e capacitados a atendê-lo com agilidade e eficiência. Atenciosamente, Humberto de Alencar Bastos Diretor Comercial/CRECI no________ Vamos à identificação dos elementos básicos. • Emissor: Humberto de Alencar Bastos • referente: o oferecimento de prestação de serviços de Administração imobiliária • Código: Verbal, a Língua Portuguesa • Mensagem: Toda a informação a respeito do referente • Canal: A escrita (carta) • receptor: Dr. ricardo França Pereira – Companhia Coringa Ltda. exercícios I – Reconheça os elementos da comunicação solicitados na situação apresentada. Vladimir decide comprar um imóvel. Procura uma imobiliária e esta lhe sugere, depois de conhecer os interesses do cliente, um imóvel na planta. o corretor convida Vladimir para uma visita ao lançamento do residencial “Anjos”. Encantado, Vladimir fecha o negócio à vista. 1. Emissor: ________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 2. referente: _______________________________ __________________________________________ __________________________________________ 3. Código: _________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 4. Mensagem: ______________________________ __________________________________________ __________________________________________ 5. Canal: __________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 6. receptor: _______________________________ __________________________________________ __________________________________________ confira suas respostas i – 1. Vladimir 2. intenção de compra. 3. Verbal, a Língua Portuguesa 4. Diálogo ocorrido entre o cliente e o corretor. 5. A fala (voz) 6. Corretor FunçõeS da Linguagem Há diversos portadores de textos que se prestam à realização da comunicação: receitas; regras; jornais; telegramas; rótulos; bilhetes; símbolos; músicas; propagandas; cartões; apostilas; lendas; gráficos; convites; e-mails; anúncios; dicionários; quadros; telegramas; gibis; almanaques; livros; extratos bancários; notas fiscais; módulos; avisos; catálogos; tabelas; cartas; esquemas; bulas; tabelas; boletos; revistas; contas: água, luz, telefone; tabelas; manuais; mapas; documentos; folhetos; quadros. Mas cada um deles tem o seu uso em função de uma situação. Têm-se, então, as chamadas funções da linguagem, que, de acordo com seu referente, expressam seus objetivos. A função emotiva ou expressiva reflete os estados mentais ou emocionais do emissor. É centrada no “eu”. Exemplo. Dentro da noite, com o silêncio em torno de mim, deitado, sem sono, sou um rio, um rio que parou, um rio escondido na sombra de velhas árvores, um rio irmão de alguns que vi em Minas e que tiveram ouro no fundo. Na água imóvel, as imagens da vida se debruçam. (álvaro Moreyra) A função referencial, denotativa ou cognitiva refere-se a informações e a fatos do cotidiano. 14Unidade 2 É centrada no referente ou no assunto a ser transmitido. Exemplo. A expansão do mercado imobiliário torna a corretagem de imóveis uma opção de ganho de capital rápido. Por isso, a profissão de Corretor de Imóveis cresce a cada dia e, na mesma proporção, aumenta também o nível de exigência por parte dos clientes que buscam neste profissional um consultor que possa assessorá-lo em todas as fases da comercialização do imóvel. (Primeira Edição). A função poética tem por objetivo trabalhar o conteúdo de forma artística. É centrada na mensagem. Exemplo. “Eu não tinha este rosto de hoje assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.” (Cecília Meireles) A função fática estabelece a comunicação por meio de recursos linguísticos orais, que visam a iniciar, a prorrogar e a finalizar o contato entre emissor e receptor, além de testar o funcionamento do canal. É centrada no canal. Exemplo. Gerente: – Olá! Que bom vê-lo por aqui! Precisava mesmo falar com você. Corretor: – Ah! Meu querido, diga. Gerente: – Então, como estão as vendas por lá? Corretor: – Tudo bem, sem muitas novidades... Gerente: – Não se esqueça de que este mês precisamos bater nossa meta. Corretor: – Ah! É verdade, precisamos de uma nova estratégia de vendas. Gerente: – Sim? E qual é sua sugestão? Corretor: – Não, eu não tenho sugestões. Ideia é trabalho para o marketing. A função metalinguística utiliza os recursos gráficos da língua para explicar a própria língua. É centrada no código. Exemplo. Vaidade: desejo imoderado que leva pessoas a se enfeitarem para seu próprio prazer ou para atrair admiração. A função apelativa ou conativa tem por finalidade persuadir o leitor. É centrada no receptor. Exemplo. Faça o seguro do imóvel e leve grátis a equipe de manutenção. exercícios Identifique a função dominante no texto apresentado e justifique sua resposta. “Família com renda até R$ 4.900 já pode financiar casa mais cara (Folha.com) – 3/3/11 os novos limites para financiamento de imóveis dentro das regras do FgTS (Fundo de garantia por Tempo de Serviço) começaram a valer nesta quinta-feira. Com isso, sobe também o teto dos imóveis enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida. A Caixa Econômica Federal informou que já trabalha com os novos valores para avaliação de imóveis. A renda familiar máxima para enquadramento nos financiamentos é de r$ 4.900 para regiões metropolitanas de SP, rJ, DF e demais capitais. o mesmo limite passa a ser utilizado também para os municípios com população igual ou superior a 250 mil habitantes. Nas demais regiões do país, o valor é de r$ 3.900. A justificativa para o aumento do teto é proporcionar a equivalência aos valores praticados no mercado imobiliário e pretende cobrir o deficit na habitação popular. Desde 2007 não havia reajuste desses valores. No início de fevereiro, o Conselho Curador do FgTS já havia anunciado a elevação no valor dos imóveis que podem ser financiados com recursos do fundo e que passou a valer agora. NoVoS VALorES o teto para imóveis localizados nas regiões metropolitanas de São Paulo, rio de Janeiro e Distrito Federal passou de r$ 130 mil para r$ 170 mil. Nas demais capitais e municípios com população superior a 1 milhão, foi elevado de r$ 130 mil para r$ 150 mil. Para municípios com população a partir de 250 mil habitantes ou integrantes deregiões metropolitanas, o valor máximo passará de r$ 100 mil para r$ 130 mil. Municípios com população igual ou superior a 50 mil e abaixo de 250 mil habitantes, de r$ 80 mil para r$ 100 mil. Para os demais municípios, o valor segue em r$ 80 mil.” 15Unidade 2 1. Função:____________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 2. Justificativa: ________________________________ __________________________________________ __________________________________________ confira suas respostas 1. referencial 2. o texto acima exemplifica a função referencial, denotativa ou informativa da linguagem, em que predomina a informação do fato real, do acontecimento. Ao transmitir a realidade exterior, o emissor o faz objetivamente, sem expressar suas ideias, emitir opiniões ou manifestar emoções sobre o fato. Sua meta é informar, por meio de uma linguagem clara e precisa. Essa função é característica dos textos científicos, didáticos e jornalísticos. níveiS da Linguagem Para efetivar a comunicação, o ser humano utilizou-se de sinais (signos) por meio dos quais buscou exteriorizar sentimentos e pensamentos em todas as situações de vida. os signos utilizados na comunicação fazem parte de sistemas organizados denominados códigos, que podem ser expressos com ou sem palavras. As comunicações realizadas por meio de palavras orais ou escritas exemplificam a linguagem verbal. o código utilizado pelos surdos, o código Morse e o código empregado na sinalização de trânsito são exemplos de linguagem não verbal. A língua é o principal código da comunicação verbal. É o sistema mais completo e natural empregado na comunicação humana, por ser um conjunto de signos convencionais pertencente a todos os indivíduos de uma mesma comunidade. Trata-se, portanto, de um sistema normatizado, de caráter social. De acordo com o uso que se faz das palavras, surgem vários níveis ou registros de linguagem. As pessoas menos favorecidas da sociedade, sem oportunidade de instrução escolar, falam, em geral, a linguagem popular. Essa linguagem caracteriza-se por uma estrutura sintática pobre, por vocabulário reduzido e por “desvios” da norma, tanto de ordem fonética, morfológica quanto sintática. Exemplo. “Tivemu qui verificá os documentu. Tava tudu im ordi.” A linguagem coloquial é empregada na comunicação, principalmente, falada. Caracteriza-se por ser uma manifestação espontânea do falante e, ao mesmo tempo, por demonstrar um certo grau de escolaridade por parte deste. Exemplo. “Me contaram que você está trabalhando naquela empresa famosa.” A linguagem regional é uma variação da linguagem coloquial, utilizada de forma particular em diferentes regiões do país. Exemplo de linguagem utilizada na região do Nordeste. “Ó xente! hoje tem bolo de macaxeira.” A linguagem técnica é utilizada pelas pessoas em situações específicas e está relacionada a grupos profissionais. Assim, no exercício de suas profissões, advogados, médicos, engenheiros, arquitetos, biólogos e outros possuem uma linguagem particular, conhecida, também, por jargão profissional. Exemplo de jargão médico. Na anamnese aplicada ao paciente da empresa, constatou-se ocorrência de cefaleia constante, o que exigiu o recurso da tomografia computadorizada para a detecção do tumor encefálico e a prescrição de imediata cirurgia extirpatória. A linguagem literária é o mais alto nível de linguagem. É utilizada pelos “artistas da palavra” (escritores e outros). As palavras passam a significar muito mais do que o sentido dicionarizado; são exploradas nas suas conotações, nos seus campos semânticos. A sintaxe é sofisticada. Há liberdade de violar, conscientemente, certos preceitos gramaticais, para extrair maior expressividade. 16Unidade 2 Exemplo. “Era por uma dessas noites vagarosas do inverno em que o brilho do céu sem lua é vivo e trêmulo; em que o gemer das selvas é profundo e longo; em que a soledade das praias e ribas fragosas do oceano é absoluta e tétrica...” (A. Herculano) Ao contrário da linguagem popular, a linguagem padrão ou culta é a das pessoas instruídas. Caracteriza-se pela observância às normas gramaticais, pela utilização de vocabulário rico e selecionado, pela adoção de sintaxe elaborada. A linguagem padrão ou culta pode ser formal, empregada em situações formais, cerimoniosas, como, por exemplo, em correspondências oficiais, empresariais, cerimoniais literários, conferências, discursos, atos governamentais, ou informal, empregada em situações pouco formais, mas em que a norma culta deve ser utilizada, como, por exemplo, nas escolas, pelos educadores, em ambientes de trabalho, no atendimento ao público, em comunicações e noticiários de jornais e televisão, em reuniões sociais. Exemplos. Formal – “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” (Declaração universal dos Direitos Humanos, art. 1o) informal – Explosão de violência urbana afasta jovens das ruas, cria geração enclausurada e obriga instituições de ensino a investir tanto em segurança quanto em ações de cidadania. (revista Educação) A competência linguística está diretamente relacionada ao domínio da língua e ao bom uso que se faz de suas variantes. Apesar de a língua ser a mesma, é preciso fazer uma distinção entre a modalidade falada e a escrita. Esta apresenta um vocabulário mais rico e variado, segue as regras ditadas pela gramática e possui uma sintaxe bem elaborada. Pela possibilidade que oferece de ser relida, repensada e corrigida, exige maior grau de formalidade, de exatidão e de correção. exercícios Reconheça os níveis de linguagem apresentados. 1. o homem vive atualmente um momento difícil, criado pela inversão de valores. ____________________________________________ ____________________________________________ 2. uma das diferenças fundamentais entre o álcool e o fenol é que somente o fenol é capaz de sofrer uma dissociação iônica em solução aquosa, exibindo o seu caráter ácido. ____________________________________________ ___________________________________________ 3. Alô, Pedro? Me parece que já seguiram os livros que você me pediu. Queira confirmar, tá? Tudo bem com você? um abraço. ____________________________________________ ___________________________________________ 4. A luz do sol bate na lua... bate na lua, cai no mar... do mar ascende à face tua, Vem luzir em teu olhar... (Manuel Bandeira) ____________________________________________ ___________________________________________ 5. Nóis tava tudu vortandu da escola, quandu us sordadus introu na favela pra prutegê a gente. ____________________________________________ ___________________________________________ 6. oh, tchê, manda logo o piá trazer-me o chimarrão, com água bem quente e a erva para fazer o mate. ____________________________________________ ___________________________________________ 7. A maioria dos economistas concorda que a estabilidade, como a proporcionada pelo Plano real e pelo ajuste nas contas do governo, é, em si, um bem para as camadas menos favorecidas. ____________________________________________ ___________________________________________ 8. os exames ultrassonográficos da cavidade pélvica da paciente revelam crescimento anormal de tecido heterogêneo no ovário esquerdo, exigindo imediata pesquisa laparoscópica. ____________________________________________ ___________________________________________ 17Unidade 1 9. Sua excelência, o Presidente da república, acaba de adentrar o recinto, onde fará o discurso de abertura do Encontro de Diretores da Rede de Ensino Público Brasileira. ____________________________________________ ___________________________________________ confira suas respostas1. Linguagem culta ou padrão; 2. Linguagem técnica; 3. Linguagem coloquial; 4. Linguagem literária; 5. Linguagem popular; 6. Linguagem regional; 7. Linguagem culta ou padrão; 8. Linguagem técnica; 9. Linguagem culta ou padrão. Novo Acordo ortográfico da Língua Portuguesa Unidade 3 Técnico em Transações Imobiliárias Objetivo: • Conhecer as mudanças ocorridas no vocabulário da Língua Portuguesa. acordo ortográFico da Língua PortugueSa o Novo Acordo ortográfico da Língua Portuguesa é um documento internacional entre os países lusófonos. Foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, ao fim de uma negociação entre a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras, iniciada em 1980. Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004. o Acordo visa à padronização e à simplificação do sistema ortográfico. Vários aspectos foram fundamentais para a reforma, entre eles a existência de duas ortografias oficiais ser prejudicial ao idioma em um mundo globalizado. A padronização unificará a expressão da Língua em termos científicos e jurídicos, internacionalmente, no estudo do idioma por instituições educacionais em todos os continentes, na linguagem de trabalho por organismos internacionais. Além disso, o governo brasileiro e o português esperam que o idioma, finalmente, torne-se uma das línguas oficiais da organização das Nações unidas (oNu). Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Alfabeto Nova Regra Exemplos o alfabeto é agora formado por 26 letras. As letras k, w e y foram reintroduzidas no alfabeto. Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano. Trema Nova Regra Exemplos Não existe mais o trema em Língua Portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados. Por exemplo: Müller, mülleriano. Aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça. Acentuação Nova Regra Exemplos Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas. Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico. obs.: Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. 20Unidade 3 Acentuação Nova Regra Exemplos o hiato “oo” não é mais acentuado. o hiato “ee” não é mais acentuado. Enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo. Creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem. Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas. Para (verbo e preposição), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo). obs.: o acento diferencial ainda permanece no verbo “poder” (3a pessoa do Pretérito Perfeito do indicativo – “pôde”) e no verbo “pôr” para diferenciar da preposição “por”. Não se acentua mais a letra “u” nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de “g” ou “q” e antes de “e” ou “i” (gue, que, gui, qui). Argui, apazigue, averigue, enxague, enxaguemos, oblique. Não se acentua mais “i” e “u” tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo. Baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume. É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma Ex.: Qual é a forma da fôrma do bolo? Hífen Nova Regra Exemplos o hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s”, sendo que estas devem ser dobradas. Antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentção, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, infrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível. obs.: Em prefixos terminados por “r”, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper- -requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc. Hífen Nova Regra Exemplos o hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal. Autoafirmação, autoajuda, autoaprendiagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembrigado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado. obs.: 1: Esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já ex istentes antes: ant iaéreo, antiamericano, socioeconômico etc. obs.: 2: Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc. Nova Regra Exemplos utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-infracionário, anti-imperialista, a arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico. obs.: 1: Esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo terminado com vogal + palavra inciada com vogal diferente = não tem hífen; prefixo terminada com vogal + palavra iniciada com mesma vogal = com hífen. obs.: 2: uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal “o”, Não se utiliza hífen. obs.: 3: Com os prefixos “pre” e “re” não se utiliza hífen. 21Unidade 3 Hífen Nova Regra Exemplos Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu a noção de composição. girassol, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé. obs.: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc. Nova Regra Exemplos usa-se o hífen na formação de palavra com “ab”, “ob” e “ad” diante de palavras começada por “b”, “d” e “r”. ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar etc. Observações Gerais O uso do hífen permanece Exemplos Em palavras formadas por prefixos “ex”, “vice”, “soto”. ex-marido, vice-presidente, soto-mestre. Em palavras formadas por prefixos “circum” e “pan” + palavras iniciadas em vogal, M ou N. Pan-americano, circum-navegação. Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró” e “pós” + palavras que tem significado próprio. pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação. Em palavras formadas pelas palavras “além”, “aquém”, “recém”, “sem”. além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto. Observações Gerais Não existe mais hífen Exemplos Exceções Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais). Cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc. água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à-queima-roupa etc. Nova Regra Exemplos Não se usa o hífen na formação de palavras com “não” e “quase”. não agressão, quase delito etc. Com “mal”, usa-se hífen quando a palavra seguinte começar por “vogal”, “h” e “l”. mal-entendido, mal-humorado, mal-limpo etc. usa-se o hífen no prefixo sub quando for seguido de “b” ou “r”. subárea, sub-base, sub-região.Atenção! Para clareza gráfica, se, no final da linha, a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplo: o professor recebeu com alegria os ex- -alunos. exercícios I – Observe as palavras a seguir, considerando a nova ortografia proposta. Identifique as incorretas e corrija-as. 1. Primeiro grupo a) sub-solo f) pseudorrevelação b) sub-diretor g) pseudossábio c) subsíndico h) pseudo-atriz d) sub-gerente i) pseudo-irregularidade e) sub-humano j) pseudo-estilista 22Unidade 3 2. Segundo grupo a) anti-cárie f) multi-mídia b) anti-placa g) multi-tarefa c) anti-inflamatório h) multi-uso d) anti-vírus i) multi-instrumentista e) anti-terrorismo j) extra-classe 3. Terceiro grupo a) auto-ônibus f) subregião b) micro-empresário g) sub-raça c) microorganismo h) megassena d) autosserviço i) mega-empresário e) autorregulamentação j) mega-investidor 4. Quarto grupo a) autoajuda f) autoavaliação b) infraestrutura g) contra-ataque c) contraofensiva h) contracheque d) auto-escola i) contraespionagem e) autoestima j) contraindicação 5. Quinto grupo a) antirracismo f) mini-investimento b) antissequestro g) sub-região c) contrarrevolução h) vice-diretor d) contrarregra i) micro-ondas e) antirreflexo j) vaga-lume 6. Sexto grupo a) herói f) coobrigação b) pára(verbo) g) heróico c) frequente h) vôo d) hotéis i) constroem e) assembléia j) preestabelecer 7. Sétimo grupo a) hiper-realista f) telerreportagem b) extrajudicial g) multi-inseticida c) supra-humano h) ultrarradical d) ante-projeto i) tele-educação e) mini-hélice j) ultrassom 8. Oitavo grupo a) anti-séptico f) hidro-sanitárias b) antepenúltimo g) mini-rádio c) ultravioleta h) pré-médico d) antiortopédico i) predeterminar e) hidroginástica j) carbo-hidrato 9. Nono grupo a) arquirrival f) extra-abdominal b) antepenúltimo g) radiorrelógio c) circum-navegação h) telerrepórter d) pan-americano i) telessena e) extraterrestre j) radiopatrulha confira suas respostas i – 1. a) subsolo f) – b) subdiretor g) – c) – h) pseudoatriz d) subgerente i) pseudoirregularidade e) – j) pseudoestilista 2. a) anticárie f) multimídia b) antiplaca g) multitarefa c) – h) multiuso d) antivírus i) – e) antiterrorismo j) extraclasse 3. a) – f) sub-região b) microempresário g) – c) micro-organismo h) – d) – i) megaempresário e) – j) megainvestidor 4. a) – f) – b) – g) – c) – h) – d) autoescola i) – e) – j) – 5. a) – f) – b) – g) – c) – h) – d) – i) – e) – j) – 6. a) – f) – b) para g) heroico c) – h) voo d) – i) – e) assembleia j) – 7. a) – f) – b) – g) – c) – h) – d) anteprojeto i) – e) – j) – 8. a) antisséptico f) hidrossanitárias b) – g) minirrádio c) – h) – d) – i) – e) – j) carboidrato 9. a) – f) – b) – g) rádio-relógio c) – h) – d) – i) – e) – j) – Sintaxe Unidade 4 Técnico em Transações Imobiliárias Objetivo: • Aplicar corretamente as normas de sintaxe, de concordância, de regência e de colocação. Sintaxe de concordância, de regência e de coLocação Sintaxe é a “parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção gramatical”. (cf. Aurélio) Frase é a unidade mínima da comunicação linguística. optamos por abordar a sintaxe de concordância (similaridade das palavras na frase), a sintaxe de regência (dependência das palavras na frase) e a sintaxe de colocação (colocação adequada das palavras na frase) por constituírem aspectos essenciais para uma redação eficiente. Entende-se por concordância a similaridade de gênero e número entre substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome (concordância nominal) e a similaridade de número e pessoa entre verbo e sujeito (concordância verbal). concordância verbal A norma geral reza que o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. A correspondência|chegou à tarde. suj. 3a pes. sing. v. 3a pes. sing. os Chefes de Departamento|compareceram à reunião suj. 3a pes. pl. v. 3a pes. pl. Decidimos pela aquisição do equipamento. v. 1a pes. pl. (suj. subentendido – nós) o corretor e sua secretária|realizaram visita aos departamentos. suj. comp. 3a pessoa pl. v. 3a pes. pl. Se o sujeito for composto por diferentes pessoas gramaticais, o verbo vai para o plural de acordo com a norma de prevalência. observe: a) A 1a pessoa prevalece sobre as demais: o corretor e eu|chegamos juntos. suj. comp. v. 1a pes. pl. 3a e 1a pes. b) A 2a pessoa prevalece sobre a 3a: o gerente e tu|representareis a instituição. suj. comp. v. 2a pes. pl. 3a e 2a pes. Casos particulares 1. Sujeito simples a) Formado por expressão partitiva (uma porção de, parte de, a maioria de etc.) ou quantidade aproximada, o verbo pode ir para o singular ou para o plural: A maior parte dos acionistas votou favoravelmente à negociação. suj. v. 3a pes. sing. 24Unidade 4 A maior par te dos ac ion is tas votaram favoravelmente à negociação. suj. v. 3a pes. pl. b) Formado por número percentual ou números fracionários, o verbo concorda com o numeral: 20% da população economicamente ativa adquiriram ações do Banco do Brasil. v. 3a pes. pl. suj. 2/3 da clientela encontram-se inadimplentes. suj. v. 3a pes. pl. c) Formado pela expressão “mais de um”, o verbo fica no singular: Mais de um acionista vendeu suas ações. suj. v. 3a pes. sing. Nota – Com expressão repetida ou indicando reciprocidade, o verbo poderá ir para o plural. Mais de um gerente, mais de um supervisor discordaram do expositor. v. 3a pes. pl. suj. Mais de um acionista felicitaram-se mutuamente pelo lucro obtido. suj. v. 3a pes. pl. d) Formado por pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido no plural, seguido da expressão “de nós” ou “de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro pronome ou com nós/vós: Quantos de vós participaram do evento? suj. v. 3a pes. pl. Quantos de vós participasteis do evento? suj. v. 2a pes. pl. Nota – Se o pronome interrogativo ou o pronome indefinido estiver no singular, o verbo fica no singular: Nenhum de nós compareceu ao comício. suj. v. 3a pes. sing. e) Formado por nomes só usados no plural, não precedido de artigo, o verbo fica no singular; precedido de artigo, o verbo fica no plural: Minas gerais localiza-se na região Sudeste. suj. s/ artigo v. 3a pes. sing. os Estados unidos invadiram o iraque. suj. (prec. de artigo) v. 3a pes. pl. Nota – Se o sujeito for título de obra, o verbo pode ficar no singular ou no plural: os Sertões marcou a literatura brasileira.suj. (obra) v. 3a pes. sing. os Sertões marcaram a literatura brasileira. suj. (obra) v. 3a pes. pl. f) Formado por coletivo, o verbo no singular; se o coletivo for seguido de expressão no plural, o verbo pode ir para o plural: A matilha atacou o fugitivo. suj. colet. v. 3a pes. sing. A manada de búfalos corriam na pradaria. suj. colet. + exp.pl. v. 3a pes. pl. g) Formado por número de horas, os verbos “bater”, “dar” e “soar” concordam com o numeral: Soaram as quatro horas quando ele chegou. v. 3a pes. pl. suj. Dava uma hora no relógio da igreja. v. 3a p.s. suj. Nota – Se o sujeito for as palavras “relógio”, “sino”, “carrilhão”, o verbo concorda com esses sujeito: os sinos batem uma hora. suj. v. 3a pes. sing. 25Unidade 4 o carrilhão deu três horas. suj. v. 3a pes. sing. h) Formado por sujeito apassivado pela partícula se (partícula apassivadora), o verbo transitivo direto concorda com o sujeito: Vendem-se ações da Petrobras. v. 3a part. suj. pas. (pl.) pes.pl. apas. Vende-se casa seminova. v. 3a part. suj. pas. (sing.) pes. s. apas. i) Formado por sujeito indeterminado pela partícula se (índice de indeterminação do sujeito), o verbo intransitivo ou transitivo indireto fica sempre na 3a pessoa do singular: Precisa-se de empregados. v. trans. ind. índ. de indet. suj. 3a pes. sing. Vive-se bem nesta cidade. v. intrans. índice de indet. suj. 3a pes. sing. j) Formado por sujeito inexistente, o verbo impessoal fica sempre na 3a pessoa do singular: Verbos impessoais: haver – no sentido de existir fazer – indicando tempo Chover, ventar, nevar etc. (fenômenos da natureza) Exemplos: Há muitos candidatos à vaga de emprego. Faz dez anos que estive aqui. Chove muito naquela região. 2. Sujeito composto a) Posposto ao verbo, este vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo: Constam a passagem aérea, a hospedagem, a alimentação e o traslado do pacote de viagem. verbo 3a pes. pl. suj. comp., posposto ao verbo Consta a passagem aérea, a hospedagem e a alimentação do pacote de viagem. v. 3a p. s. n. do suj. comp. mais próximo b) Formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no singular ou no plural: A alegria e a felicidade brilhava em seu olhar. n. sinônimos v. 3a pes. sing. A alegria e a felicidade brilhavam em seu olhar. n. sinônimos v. 3a pes. sing. c) Formado por núcleos que constituem gradação de ideias, o verbo pode ficar no singular ou no plural: uma hora, um minuto, um segundo custava a passar, na sua agonia da espera. núcleo = gradação de ideias v. 3a pes. sing. uma hora, um minuto, um segundo custavam a passar, na sua agonia da espera. núcleo = gradação de ideias v. 3a pes. pl. d) Formado por verbos no infinitivo, o verbo fica no singular: Chegar atrasado e demorar no vestiário é normal para este operário. suj. formado p/ infinitivo v. 3a pes. sing. Nota – com infinitivos precedidos de artigos ou antônimos, o verbo poderá ir para o plural: 26Unidade 4 o chegar atrasado e o demorar no vestiário são normais para este operário. art. sing. infinitivo art. sing. inf. v. 3a pes. pl. e) Formado por verbos antônimos no infinitivo, o verbo vai para o plural: Chegar atrasado e sair cedo não são admitidos aqui. v. ant. inf. v. 3a pes. pl. f) Formado por componentes do sujeito resumido por pronome indefinido (tudo, nada, ninguém), o verbo fica no singular: os diretores, os supervisores, os funcionários, ninguém faltou ao evento. pron. ind. v. 3a pes. sing. suj. concordância dos verbos “ser” e “parecer” 1o Caso os verbos ser e parecer geralmente concordam com elementos no plural mais próximo. Agora são dez horas. Duas garrafas de vinho são a parte que me cabe na aposta. Aquilo parecem estrelas, mas são planetas. Se, porém, o sujeito for pessoa, o verbo com ele concordará. No circo, o palhaço é as delícias da garotada. 2o Caso o verbo ser fica obrigatoriamente no singular quando se deseja fazer prevalecer a importância do sujeito sobre a do predicativo. Justiça é tudo, justiça é as virtudes todas. 3o Caso Fica no singular ainda o verbo ser quando a ele se seguem termos como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, menos, bom, demais etc. Um é pouco, dois é bom, três é demais. 4o Caso Quando se usam pronomes pessoais retos, o verbo sempre com ele concorda. O responsável por isto aqui são vocês. Quando, porém, concorrem dois pronomes retos, ou um pronome reto e um pronome de tratamento, o verbo ser concorda com o primeiro. Você não é eu, nem eu sou você. Elas não são nós; nós não somos elas. 5o Caso o verbo ser fica no singular, em qualquer hipótese, sempre que o predicativo é constituído pelo pronome demonstrativo o. Eleições diretas era o que o povo mais queria. 6o Caso Ainda no singular ficará o verbo ser quando o sujeito, no plural, for usado sem determinantes (artigos, pronomes adjetivos, numerais etc.), Greves é próprio de regimes democráticos. Dez por cento, para ele, era uma comissão irrisória. Questões ecológicas será o tema do encontro. 7o Caso o verbo parecer pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo. Os dias parecem voar. Os dias parece voarem. Se, porém, ao verbo parecer seguir-se infinitivo pronominal, somente variará o infinitivo. As crianças parece queixarem-se do colchão duro. Concordância nominal o fato de o artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo concordarem em gênero e número com o substantivo a que se referem denomina-se concordância nominal. observe: 27Unidade 4 As duas novas corretoras mostraram-se muito organizadas. art. num. adj. substantivo adj. o artigo as, o numeral duas, os adjetivos novas e organizadas encontram-se no gênero feminino e no número plural porque se referem ao substantivo “corretoras” (feminino-plural). Adjetivo referindo-se a mais de um substantivo. a) Se anteposto aos substantivos, concorda com o mais próximo: A corretora possuía extraordinária competência e talento. subst. masc. adj. fem. subst. fem. A corretora possuía extraordinário talento e competência. subst. fem. adj. masc. subst. masc. b) Se posposto aos substantivos, há duas possibilidades de concordância. – Com o mais próximo. A corretora possuía talento e competência extraordinária. adj. fem. subst. masc. subst. fem. – Com ambos os substantivos. Se os substantivos forem de gêneros diferentes, prevalece o masculino: A corretora demonstrava segurança e competência extraordinárias. adj. fem. pl.subst. fem. subst. fem. A atriz demonstrava estilo e talento extraordinários. subst. masc. subst. masc. adj. masc. pl. A atriz demonstrava talento e segurança extraordinários. adj. masc. pl. subst. masc. subst. fem. Se o adjetivo funcionar como predicativo do sujeito composto, há duas possibilidades. a) Se posposto aos substantivos, vai para o plural: Sua competência e seu talento eram extraordinários. sujeito composto (2 subst.) adj. pl. masc. b) Se anteposto aos substantivos, poderá ir para o plural ou concordar com o mais próximo: Eram extraordinários seu talento e sua competência. adj. pl. masc. suj. comp. (2 subst.) Era extraordinária sua competência e seu talento. adj. sing. fem. subst. fem. subst. masc. Dois ou mais adjetivos referindo-se a um único substantivo. a) Se se coloca artigo antes dos demais adjetivos, subentende-se o substantivo, que permanece no singular: o governo alemão, o italiano e o francês assinaram o acordo. art. subst. sing. adj. sing. adj. sing. adj. sing. b) Se o substantivo vai para o plural, omite-se o artigo antes dos adjetivos: os governos alemão, italiano e francês assinaram o acordo. subst. pl. adj. sing. adj. sing. adj. sing. casos particulares 1. Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, leso devem concordar com o substantivo a que se referem: a) Seguem anexas as declarações de renda dos sócios da firma. adj. fem. pl. subst. fem. pl. Seguem, em anexo, as declarações dos diretores. Segue, em anexo, a ficha do funcionário. Nota – A expressão em anexo é invariável. 28Unidade 4 b) Muito obrigada, disse a secretária; obrigado, digo eu, respondeu o diretor. adj. fem. subst. fem. adj. masc. subst. masc. c) Elas mesmas resolveram a questão. pron. subst. fem. adj. fem. d) A hospedagem e a alimentação estão inclusas no preço. subst. fem. subs. fem. adj. fem. e) os filhos estão quites com o serviço militar. subst. pl. adj. pl. f) o filho estava quite com o serviço militar. subst. sing. adj. sing. 2. Alerta, menos são invariáveis: os diretores estavam alerta à variação do câmbio. subst. masc. pl. invariável Aquele banco tem menos tarifas do que os outros. invariável subst. fem. pl. 3. Bastante, caro, barato, meio, longe Como advérbios são invariáveis; como adjetivos, pronomes adjetivos ou numeral (meio) concordam com o substantivo. a) Essas situações são bastante complicadas. adv. b) isto ocorreu bastantes vezes na empresa. pron. adj. pl. subst. pl. c) Aquelas ações custam caro. adv. d) As roupas daquela loja estão caras. subst. fem. pl. adj. fem. pl. e) os pincéis custam barato. adv. f) As locações estão mais baratas. subst. fem. pl. adj. fem. pl. g) os diretores estão meio desconfiados da surpresa. adv. h) É meio-dia e meia (meia hora). numeral i) A firma fica longe do centro da cidade. adv. j) Nosso diretor já viajou por longes terras. adj. pl. subst. pl. 4. É proibido, é necessário, é bom, é preciso a) Sujeito não antecipado de artigo, o verbo e o adjetivo ficam invariáveis: É proibido entrada. Fruta é bom para saúde. Cautela é necessário. b) Sujeito determinado por artigo, pronome, adjetivo, o verbo e o adjetivo concordam com ele: A entrada é proibida ao público. suj. v. adj. fem. sing. (art.+subst. fem. sing.) Esta fruta é boa para a saúde. sujeito v. adj. fem. sing. (pron.+subst. fem. sing.) As novas regras são necessárias ao bom funcionamento da empresa. sujeito adj. fem. pl. (art.+adj.+subst. fem. pl.) 29Unidade 4 5. O mais… possível / os mais… possíveis Nessas expressões, o adjetivo “possível” concorda com o artigo que os inicia: Esses argumentos são o mais elementares possível. adj. sing. art. sing. Esses argumentos são os mais elementares possíveis. adj. pl. art. pl. 6. Só, sós, a sós “Só” como adjetivo concorda em número com o substantivo; como advérbio (= apenas) é invariável; a expressão “a sós” é invariável. o corretor ficou só no recinto. subst. sing. adj. sing. os dois corretores ficaram sós no recinto. subst. pl. adj. pl. Só eles permaneceram no recinto. adv. (apenas) Estamos a sós, pode falar a verdade. adv. regência Denomina-se regência a relação de dependência que se estabelece entre dois termos numa oração. os termos que exigem a presença de outros denominam-se regentes e aqueles que completam-lhes os sentidos, regidos. Regência verbal ocorre quando o termo regente é um verbo. Necessita de sua ajuda. v. regente termo regido Regência nominal ocorre quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). observe: Ele tem medo de escuro. subst. rgte. termo reg. Regência Verbal ASPirAr • Transitivo direto quando significa sorver, tragar, inspirar, exige objeto direto. Elas aspiraram o perfume das flores. V.T.D o. D. • Transitivo indireto quando significa pretender, desejar, almejar. o objeto indireto não pode ser substituído por lhe/lhes e, sim, por a ele, a ela, a eles. o supervisor aspira ao cargo de diretor executivo. V.T.i. o. i. ASSiSTir • Transitivo direto quando significa ajudar, prestar assistência, socorrer. o médico assistia o paciente. V.T. o. D. • Transitivo indireto quando significa ver, presenciar, estar presente. o objeto indireto não admite pronome lhe/lhes e, sim, a ele, a ela, a eles. os funcionários assistiram ao filme sobre segurança no trabalho. V.T.i.o. i. • Transitivo indireto quando significa caber, perceber. o objeto indireto admite o pronome lhe(s). Assistia-lhe o direito a ocupar aquele cargo. V.T.i. o. i. 30Unidade 4 • Intransitivo quando significa morar, residir, habitar, seguido de adjunto adverbial de lugar. o papa assiste no Vaticano. V.i. adj. adverbial ESQuECEr E LEMBrAr • Transitivo direto Eles esqueceram os livros em casa. V.T.D. o. D. Vocês lembraram a data do concurso? V.T.D. o. D. • Pronominal + preposição de (ou contração) + objeto indireto Eles se esqueceram dos compromissos. pron. V.T.i. prep. o. i. Lembre-se do aviso. V.T.i. pron. prep. o. i. • Verbo transitivo indireto + objeto indireto + sujeito, significando cair no esquecimento (esquecer) e ocorrer, vir à memória (lembrar). Esqueceram-lhe os compromissos. V.T.i o. i. sujeito Lembraram-me as datas do evento. V.T.i. o. i. sujeito iMPLiCAr • Transitivo direto quando significa acarretar, causar. Este novo contrato implica aumento das atividades. V.T.D. o. D. iNForMAr • Transitivo direto e indireto objeto direto – pessoa; objeto indireto – fato mencionado. informar o diretor de sua decisão. V.T.D.i. o.D. o.i. objeto indireto – pessoa; objeto direto – fato mencionado. informou ao diretor a sua decisão. V.T.D.i. o.i. o.D. ProCEDEr • Intransitivo quando significa ter fundamento, portar-se, provir de. os argumentos dos grevistas não procedem. suj. V.T.i. • Transitivo indireto quando significa realizar, dar início a. o governo deve proceder aos ajustes fiscais. V.T. i. o.i. ViSAr • Transitivo direto quando significa dar visto e mirar. o gerente visou o cheque. V.T.D. o.D. o arqueiro visou o alvo. V.T.D. o.D. • Transitivo indireto quando significa pretender, ter em vista, ter por objetivo. As ações governamentais visam ao bem comum. V.T.i. o.i. Esses objetivos visam à melhoria das ações. V.T.i. o.i. Nota – Em ações iniciadas por pronomes relativos, pronomes interrogativos ou advérbios interrogativos, a preposição regida pelo verbo deve preceder essas palavras: 31Unidade 4 A que cargo você aspira? prep. pron. inter. De quem você se esqueceu? prep. pron. inter. o objetivo a que visa o projeto é conhecido por todos. prep. pron. relativo Regência Nominal Alguns nomes podem apresentar dificuldades de regência, em geral aqueles que admitem mais de uma preposição. relacionaremos alguns, principalmente os mais usados em correspondências. • ADAPTADO – A, PARA Todo manual deve ser adaptado às novas tecnologias. o livro foi adaptado para o teatro. • ALHEIO – A A polícia permanecia alheia aos manifestantes. • ALUSÃO – A Esse texto é uma alusão aos avanços tecnológicos e à engenharia genética. • ANALOGIA – COM, ENTRE os rituais do candomblé estabelecem analogia com os da igreja católica. É evidente a analogia entre o filme e o acontecimento real. • APTO – A, PARA o candidato encontra-se apto ao cargo de supervisor. A secretária mostra-se apta para realizar as tarefas solicitadas. • CONSTITUÍDO – DE, POR o aparelho é constituído de material sintético. A diretoria é constituída por sócios fundadores. • IMBUÍDO – DE, EM os competidores estavam imbuídos de espírito esportivo. imbuído em preceitos legais, o advogado obteve a liberdade do réu. • PASSÍVEL – DE Todo ser humano é passível de falhas. • PROPENSO – A, PARA o diretor mostra-se propenso a conceder o aumento. É um político propenso para grandes causas. • VINCULADO – A Sua empresa é vinculada ao SPC? emPrego da craSe A realização da crase é um caso de regência. Crase é a fusão de duas vogais idênticas. o grafema que representa a crase é o acento grave. A crase ocorre quando o verbo e os nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) regem a preposição a e o termo regido exige a presença do artigo a (feminino). o diretor entregou à secretária os documentos para arquivar. No período citado, o verbo entregar rege a preposição a e o substantivo secretária exige o artigo a: o diretor entregou a a secretária os documentos para arquivar. prep. artigo o diretor entregou à secretária os documentos para arquivar. • A crase ocorre também nos seguintes casos. 32Unidade 4 1. Com preposição seguida dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: o diretor manteve-se indiferente àquele tumulto. a(prep.) + aquele(pron. dem.) 2. Com preposição seguida dos pronomes demonstrativos a, as: Sua filosofia de vida é semelhante à dos novos dirigentes. a(prep.) + a(pron. dem.) 3. Diante de expressões femininas que admitem o artigo a. A secretária usa sapatos à Luís xV. Nesse caso, subentende-se a expressão feminina “à moda de Luís xV”. 4. Diante de locuções femininas (adverbiais, prepositivas e conjuntivas): a) locuções adverbiais À tarde, as secretárias prepararam a sala para a reunião do dia seguinte. As transações comerciais foram realizadas às claras. b) locuções prepositivas (a + palavra feminina + de) A nossa firma comprou a do concorrente que estava à beira da falência. c) locuções conjuntivas À medida que os participantes chegavam, recebiam o crachá de identificação. Não há crase nos seguintes casos. 1. Antes de masculino: Saíram a passeio. referem-se a ele. 2. Antes dos pronomes demonstrativos – esta, essa, este, esse, isto, isso: Que falta a esta folha? Já vi outra igual a esta. 3. Antes de verbo: Saíram a resmungar. Alguém esteve a comentar seu gesto. 4. Antes de pronome indefinido: Vou apresentá-lo a uma atriz. Deu a cada criança dois presentes. Notas – Quando uma é numeral, o a que o antecede recebe o sinal da crase: Chegaram à uma hora da tarde, não às duas. Também o a é craseado na locução à uma correspondente a “à uma só vez”. gritaram à uma: basta! responderam à uma: sim! 5. Antes de pronome pessoal: Negaram pousada a ela. isso cabe a você, não a mim. 6. Antes das formas de tratamento – Vossa Senhoria (V. S.a), Vossa Excelência (V. Ex.a), Sua Senhoria (S. S.a), Sua Excelência (S. Ex.a), Vossa Eminência (V. Em.a) etc.: remeto a V. S.a cópias do contrato. Apresentamos a V. Ex.a o novo projeto. 7. Antes de plural indeterminado: Não dê esmola a crianças. Ele não responde a injúrias. Nota – Se aparecer o artigo as, escrevemos às (com acento grave) para
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