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SISTEMA DE ENSINO DIREITO FINANCEIRO Introdução ao Direito Financeiro Livro Eletrônico 2 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 1. Introdução ao Estudo do Direito Financeiro .................................................................3 1.1. Afo, Orçamento Público e Direito Financeiro .............................................................3 1.2. Atividade Financeira do Estado ................................................................................4 1.3. Distinção entre Direito Financeiro e Tributário ........................................................ 10 1.4. Fontes do Direito Financeiro .................................................................................. 12 1.5. Princípios Gerais do Direito Financeiro ................................................................... 15 1.6. Competência para Legislar sobre Direito Financeiro e Orçamento Público ............. 18 2. Finanças Públicas e Orçamento Público – Artigos 163 a 169 da CF/1988 .................. 21 2.1. Finanças Públicas – Normas Gerais ........................................................................ 21 2.2. Dos Orçamentos – Parte I......................................................................................25 Resumo ........................................................................................................................42 Mapas Mentais .............................................................................................................44 Questões Comentadas em Aula ....................................................................................46 Questões de Concurso ..................................................................................................49 Gabarito .......................................................................................................................59 Gabarito Comentado .................................................................................................... 60 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 85 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 1. Introdução ao Estudo do dIrEIto FInancEIro 1.1. aFo, orçamEnto PúblIco E dIrEIto FInancEIro Uma boa maneira de começar a estudar essa matéria é compreender do que ela trata e saber distingui-la de outras matérias muito similares em termos de assuntos cobrados nos editais de concursos públicos. Estou me referindo às matérias AFO, Direito Financeiro e Fi- nanças Públicas, onde, por exemplo, o tema Orçamento Público é normalmente presente. Em comum temos o fato de que o estudo do Direito Financeiro, de AFO e das Finanças Pú- blicas tem como objeto a Atividade Financeira do Estado, sendo que o Direito Financeiro tem uma “pegada” normativa e as Finanças Públicas uma “pegada” normalmente especulativa, ou seja, não foca em normatização. Assim, podemos dizer que o Direito Financeiro é mais amplo que AFO, com foco, claro, nas normas que regulam seu campo de atuação. Na verdade, o estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com uma “pegada” administrativa, ou seja, abrange a atividade financeira do esta- do, focada em sua aplicação na gestão pública. Assim, sucintamente, podemos enxergar o estudo de AFO pela ótica de assegurar a exe- cução das funções do Estado, contribuindo para aprimorar o planejamento, a organização, a direção, o controle e a tomada de decisões dos gestores públicos em cada uma dessas fases. Enquanto o Direito Financeiro foca mais em disciplinar a atividade financeira do Estado de modo amplo e está mais voltado para uma abordagem legalista e doutrinária, a matéria AFO possui um enfoque mais orçamentário, exigindo conhecimentos mais aprofundados sobre as técnicas de orçamentação, adquiridos com a leitura de manuais, especialmente o MTO – MANUAL TÉCNICO DO ORÇAMENTO e o MCASP – MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO, e normas infra legais sobre o tema. Bem, devidamente situados, veja agora como a Doutrina conceitua o Direito Financeiro. O Doutrinador Ricardo Lobo Torres nos diz que Direito Financeiro é: o conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar a constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO obtenção da receita pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objetivos do Estado. Já o para o Doutrinador Kiyoshi Harada é: o ramo sdo Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico. 1.2. atIvIdadE FInancEIra do Estado Antes de adentrarmos em seu embasamento constitucional, precisamos saber que o Di- reito Financeiro tem como objeto de estudo a Atividade Financeira do Estado (AFE), que, por sua vez, ENGLOBA quatro elementos que estão intimamente ligados: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 1 – Obter Receita Pública (orçamentária); 2 – Criar o Crédito Público (empréstimo público); 3 – Gerenciar ou Gerir o Orçamento Público (LOA – Lei Orçamentária Anual); 4 – Despender Recursos (Gastar) – Executar a Despesa Pública (orçamentária). Para melhor visualização da Atividade Financeira do Estado, veja: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO QuEstão 1 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Com referência ao direito financeiro, julgue o item seguinte. Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o direito financeiro regulamenta a ativida- de financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita pública, despesa pú- blica, crédito público, responsabilidade fiscal e controle da execução orçamentária. Errado. Tenha em mente que o Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a atividade financeira do estado, que abrange a receita pública (obtenção de recursos), o crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de recursos) e a despesa pública (dispên- dio de recursos). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 88www.grancursosonline.com.brManuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Por seu turno, o Sistema Financeiro Nacional é regulado pelo Direito Econômico, que discipli- na o sistema econômico e as atividades econômicas exercidas tanto por particulares quanto pelo próprio Estado. Lembrando o saudoso Mestre Aliomar Baleeiro, que nos disse que a atividade financeira do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessida- des, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direito público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Assim, podemos “destrinchar” essa ideia em três partes: 1. o Estado, na realização da atividade financeira, tem como objetivo obter recursos (RE- CEITA PÚBLICA) para poder despendê-los (DESPESA PÚBLICA) na aplicação de seus fins. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 2. Além disso, nem sempre os recursos obtidos são suficientes, por isso o Estado precisa criá-los (CRÉDITO PÚBLICO) para que os mesmos sejam capazes de atender todos os dis- pêndios. 3. Por fim, toda essa atividade deve ser gerenciada (ORÇAMENTO PÚBLICO). Importante destacar que, no que diz respeito à extensão da atividade financeira do Estado, o STF já manifestou posição no sentido de que os Tribunais de Contas têm competência para fiscalizar empresas públicas e sociedades de economia mista, independente da exigência de dano ao Erário (MS 25.092 e MS 25.181). QuEstão 2 (CESPE/MPU/ANALISTA/2015) Julgue: A atividade financeira do Estado, caracterizada pela presença constante de uma pessoa jurí- dica de direito público, tem como principal finalidade a arrecadação de recursos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Errado. Amigo(a), na verdade a atividade financeira do Estado engloba obter receita, criar crédito pú- blico, gerir recursos e gastá-los para promover desenvolvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade. Logo, é errado dizer que a atividade financeira do Estado tem como principal finalidade a arre- cadação de recursos. Volto a lembrar que a principal finalidade do Estado é promover desen- volvimento econômico e social e o bem comum de sua sociedade. 1.3. dIstInção EntrE dIrEIto FInancEIro E trIbutárIo Muita gente também confunde os ramos do Direito Financeiro (que estuda as Finanças Públicas e o Orçamento Público) e Direito Tributário, e os examinadores gostam de colocar pegadinhas nesse sentido. No passado, realmente existia uma ausência de separação clara didática clara entre os Direitos Tributário e Financeiro, que eram abrangidos na “ciência das finanças”. Com o advento da Lei n. 4.320/1964, que surgiu para estabelecer normas gerais sobre Direito Financeiro e que passou a funcionar como elemento central de delimitação do objeto do Direito Financeiro, essa distinção ganhou corpo, mas foi com a Lei 5.172/66 (CTN – Códi- go Tributário Nacional) que tal distinção ficou mais clara e, após a promulgação da CF/1988, o campo de atuação de cada uma dessas ramos ficou ainda mais definido. Mesmo assim, podemos dizer que existe uma linha tênue entre o Direito Financeiro e o Direito Tributário, uma vez que ambos pertencem ao Direito Público e atuam na obtenção de receitas pelo Estado. Existe autonomia para cada um deles, conforme previsão constitucional, mas na prática o Direito é um só e essa classificação em ramos é apenas didática. Na realidade, existe forte ligação entre os ramos e entre os seus dispositivos legais, como veremos ao longo do curso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO No caso das receitas derivadas, como é o caso dos tributos, se de um lado, o Direito Tribu- tário regulamenta as suas respectivas alíquotas, bases de cálculo e hipóteses de incidência, de outro, o Direito Financeiro, por seu turno, cuida da aplicação desses tributos como ins- trumento de financiamento de despesas públicas. Pode-se notar, portanto, o viés da grande diferença entre esses dois ramos do Direito. Pode-se afirmar ainda que cabe ao Direito Financeiro disciplinar e regular a atividade fi- nanceira do Estado, exceto o que se refere à tributação, que é da alçada do Direito Tributário. Caso o CESPE em sua prova coloque uma assertiva como essa, marque C, de Certo! E o CESPE colocou, veja: QuEstão 3 (CESPE/IPEA/TÉCNICO) No que concerne ao orçamento público, julgue os itens que se seguem. A natureza jurídica da lei orçamentária anual no Brasil não interfere nas relações entre os su- jeitos passivos e ativos das diversas obrigações tributárias. Certo. É verdade, já que a Lei Orçamentária Anual (LOA) não interfere nas relações entre os sujeitos passivos e ativos das diversas obrigações tributárias, pois cabe ao Direito Financeiro disci- plinar e regular a atividade financeira do Estado, exceto o que se refere à tributação, que é da alçada do Direito Tributário. Podemos dizer que, de certo modo, o estudo das Finanças Públicas e do Direito Financeiro são mais abrangentes que o Direito Tributário, já que enquanto o Direito Financeiro estabelece normas relativas à arrecadação da receita, à gestão orçamentária e do crédito público e ao dispêndio público (despesa), o Direito Tributário regulamenta apenas a receita derivada, coer- citiva, imposta por lei, que é o tributo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Além disso, não é da competência de o Direito Tributário regular a forma como a recei- ta tributária será aplicada no financiamento das políticas públicas em prol da coletividade, assunto afeto ao Direito Financeiro. Na verdade, quem abarca a decisão do Estado sobre a aplicação dos recursos arrecadados com os tributos é o Direito Financeiro e não o Direito Tributário. QuEstão 4 (CESPE/MUNICÍPIO-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Com fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas normas sobre orçamento constantes na CF, julgue o item a seguir. Constitui ofensa à competência reservada ao chefe do Poder Executivo a iniciativa parlamen- tar que prevê, na LDO, a inclusão de desconto no imposto sobrea propriedade de veículos automotores, em caso de pagamento antecipado. Errado. O STF – Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que a iniciativa parlamentar em assunto de Direito Tributário NÃO invade a competência do Poder Executivo sobre matéria orçamentária (ADI 724). Nessa toada, o STF manifestou entendimento de que até mesmo a concessão de benefícios fiscais não é legislar sobre orçamento (ADI 2464). 1.4. FontEs do dIrEIto FInancEIro O Direito Financeiro e o Orçamento Público encontram sua “gênese normativa” na Cons- tituição Federal de 1988 – CF/1988, especialmente entre os artigos 163 e 169. Em sua prova, com certeza, teremos questões retiradas deles e nessa aula vamos explorá-los ao máximo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Mas, além da letra da CF/1988, as Finanças Públicas e Orçamento Público têm sustenta- ção na Lei de Normas Gerais de Direito Financeiro, Lei n. 4.320/64, também conhecida como Lei do Orçamento Público, que é uma lei originalmente ordinária, federal, porém de abrangên- cia nacional, vinculando todos os entes políticos, quais sejam União, Estados, DF e Municí- pios. A CF/1988 além de destinar um capítulo para tratar das finanças públicas, recepcionou a Lei n. 4320/1964 atribuindo-lhes status de lei complementar. Reserva de Lei Complementar Repare que o artigo 165, § 9º, da CF/1988 estabelece a competência de lei complemen- tar para: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 9º Cabe à lei complementar: I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; Raciocine comigo: se a CF é de 1988 e antes dela já vigorava Lei n. 4.320/1964, aprovada pelo Congresso Nacional por maioria simples, em processo legislativo de lei ordinária, então estamos diante de uma inconsistência constitucional. Em verdade, essa incongruência deve-se ao fato de que a CF/1988 exige lei complementar para tratar de exercício financeiro e dos instrumentos do Plano Plurianual – PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e da Lei Orçamentária Anual – LOA. Assim, contrariando a previsão da CF/1988, a lei que regulamentou o exercício financeiro, período de tempo durante o qual o Estado realiza a sua atividade financeira, arrecadando re- ceitas e executando despesas, é a Lei n. 4.320/1964, editada e publicada como originalmente como lei ordinária. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO ENTRETANTO, NÃO se pode afirmar, que pelo fato de ser uma lei pretérita à CF/1988, que inaugurou um novo ordenamento jurídico no Brasil a partir daquele ano, e que vai de encontro à norma do art. 165, § 9º, I, foi automaticamente revogada com a publicação da Lei Maior. A Lei n. 4.320/1964 não foi revogada, mas sim recepcionada como se Lei Complementar fosse. ASSIM, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (ADI 1726), a Lei n. 4.320/64 foi recepcionada com o status de lei complementar perante o texto constitucional de 1988, apesar da sua forma originária de lei ordinária. Em suma, a Lei n. 4.320/1964 é uma lei formalmente ordinária, aprovada por meio de processo legislativo ordinário, quórum de deliberação parlamentar maioria simples, e mate- rialmente complementar, pois a matéria de que ela trata é de lei complementar, com fulcro no art. 165, § 9º, I, CF/1988. Desse modo, pelo fato de a Lei n. 4.320/1964 ter sido recepcionada pelo atual ordena- mento jurídico brasileiro, ditado pela Carta Magna de 1988, com status de lei complementar, somente poderá ser alterada por uma lei federal de mesma matéria, e lei complementar. Mesmo sendo uma lei formalmente ordinária e materialmente complementar, a Lei n. 4.320/64 somente poderá ser alterada, desde a vigência da atual Constituição, por uma lei complemen- tar tanto quanto à forma e quanto à matéria. Importante deixar claro que o Direito Financeiro não é normatizado apenas pela CF/1988 e pela Lei n. 4.320/64, pois a Lei Complementar n. 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF) também tem relevante importância. Além dessas 2 Leis Complementares, temos as Leis do PPA, da LDO e da LOA que serão apresentadas ao longo do curso. Ao longo do curso também faremos menções às jurisprudências mais significativas do STF e a dispositivos infra legais como Decreto 93.872/86 e também aos Manuais MTO – Ma- nual Técnico do Orçamento e MCASP – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Veja a pirâmide das fontes do Direito Financeiro e Orçamentário: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 1.5. PrIncíPIos GEraIs do dIrEIto FInancEIro Além dos Princípios Orçamentários, que estudaremos adiante, temos também os Princí- pios do Direito Financeiro: Legalidade, Economicidade, Transparência, Publicidade e Respon- sabilidade Fiscal. Importante deixar claro que os Princípios Gerais do Direito Financeiro são Princípios apli- cáveis à Atividade Financeira do Estado – AFE de forma mais ampla, enquanto os Princípios Orçamentários devem ser aplicados apenas à elaboração do Orçamento Público. 1.5.1. Princípio da Legalidade No que tange ao Direito Financeiro, o Princípio da Legalidade pode ser visto tanto do lado das despesas públicas quanto do lado das receitas. Em relação à despesa pública, é importante deixar claro que o princípio da legalidade é aplicado de modo diferenciado, quando consideradas as despesas ordinárias e extraordiná- rias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Guarde que para as despesas chamadas despesas ordinárias, importante destacar que elas devem obrigatoriamente ser autorizadas em lei, ou seja com anuência do Poder Legisla- tivo, obedecendo estritamente ao Princípio da Legalidade. Já para as despesas extraordinárias, a situação é diferente. Por derivarem de fatos im- previsíveis e visarem a satisfação de necessidades públicas urgentes, podem ser autorizadas por Medidas Provisórias do Poder Executivo, ficando a autoridade pública que as executar, pessoalmente responsável pela existência dos requisitos da imprevisibilidade e da urgência. Desta forma, pode-se afirmar que as despesas extraordinárias são uma exceção ao princípio da legalidade estrito. Interessante saber que o Princípio da Legalidade, antes de ser um preceito administrativo fundamental, constitui-se, na verdade, em uma regra consagrada pela doutrinae em textos constitucionais mundo afora. Conhecemos aquele velho dispositivo constitucional que nos diz que “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de lei”. Esse princípio visa com- bater o poder arbitrário. Só a lei pode criar obrigação para o indivíduo. Assim, o princípio da legalidade serve para garantir que o Estado apenas exija ações dos particulares diante da aprovação uma de lei. Entretanto, no âmbito da administração pública, a situação é inversa, ou seja, a autoridade só poderá desempenhar as suas funções dentro do que determina a lei. Nessa pegada, um servidor público, no exercício de suas atribuições, somente poderá exigir das pessoas fazer ou deixar de fazer alguma coisa na hipótese da ocorrência de lei que as obrigue. Assim, pre- cisa de lei que determine ou autorize a despesa pública. Enquanto para nós, povo, é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba, a aplicação de re- cursos públicos somente poderá ser realizada se a LOA ou um crédito adicional (suplementar ou especial) autorizar o respectivo gasto, ou seja, o princípio da legalidade no que diz respei- to à despesa pública, depende à prévia autorização legislativa, com exceção da abertura de créditos adicionais extraordinários, via medida provisória, em caso de despesas urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, nos termos do artigo 167, § 3º, da CF/1988. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO No que diz respeito à aprovação da LOA, o princípio da legalidade pressupõe que o orça- mento público será objeto de aprovação pelo Poder Legislativo. Resumindo, em respeito ao Princípio da Legalidade, a Despesa Pública é enquadrada e determinada por lei, ou seja, a discricionariedade na execução do gasto púbico pela Adminis- tração Pública é limitada, e seus parâmetros estão previstos e limitadas por lei. Enfim, existe uma vinculação da despesa pública à lei. Em suma, a lei, em regra, controla quem, onde como e até quanto pode gastar! 1.5.2. Princípio da Economicidade Previsto no caput do artigo 70 da CF/1988, o Princípio da Economicidade nos traz a exi- gência relativa à eficiência, do ponto de vista econômico, do gasto público. É o obter a máximo satisfação das necessidades da população com o mínimo gasto possível! 1.5.3. Princípio da Responsabilidade Fiscal Ligado à grande importância assumida pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) nas Fi- nanças Públicas no país, sendo inclusive um dos seus pilares. A ideia básica é que o gasto público seja realizado dentro de limites previamente definidos e de acordo com regras claras que, se não cumpridas, gerem punição ao ente público irres- ponsável fiscalmente, pelo não cumprimento de metas de resultado e obediência a limites e condições relativas a receita, despesa e endividamento. 1.5.4. Princípio da Transparência Amparado também pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), especialmente pelos ar- tigos 48 e 49, que traz os instrumentos pelos quais os cidadãos comuns poderão exercer o controle social das contas públicas. Guarde a ideia de que a transparência das contas é assegurada de dois modos diversos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 1) disponibilização em meios eletrônicos, das versões completa e simplificada das leis orçamentárias; e 2) disponibilização das prestações de contas e relatórios de execução orçamentária e gestão fiscal. A ideia é dar acesso aos cidadãos em geral aos documentos que embasam a realização de despesas públicas para que fiscalizem os gastos. Além disso, deve haver incentivo à participação popular na elaboração do orçamento por meio da realização de audiências públicas durante a elaboração dos orçamentos (Orçamen- to Participativo), dando real possibilidade de acompanhamento da execução orçamentária e financeira. 1.6. comPEtêncIa Para lEGIslar sobrE dIrEIto FInancEIro E orçamEnto PúblIco Importante registrar que a competência para legislar sobre Direito Financeiro e Orçamento Público é concorrente da União, Estados e Distrito Federal, como define o artigo 24, I e II; e § 1º a 4º da CF/1988. Veja: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II – orçamento; § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor- mas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple- mentar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Veja essa linha de raciocínio na sequência dos parágrafos do inciso II artigo 24 da CF/1988, especialmente o que revela o 4º: § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer nor- mas gerais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suple- mentar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Note que o dispositivo normativo acima não faz menção aos municípios, mas existe a possibilidade de dispor sobre temas próprios e específicos de direito financeiro, conforme disposição expressa do art. 30, II, CF/1988. Confira: Art. 30. Compete aos Municípios: II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; Nessa pegada, a doutrina, EMBORA NÃO DE MODO PACÍFICO, tem aceito que existe com- petência também para os Municípios, com base no art. 30, I, da CF/1988. Sempre é bom lembrar que, no âmbito da competência concorrente, cabe à União esta- belecer normas gerais, e aos Estados, DF e Municípios suplementar o que foi estabelecido pela União. Em verdade, a norma geral já foi editada pela União desde 1964. Trata-se da Lei n. 4.320/1964, lei federal de normas gerais de direito financeiro, de abrangência nacional, vin- culando, portanto, todos os entes políticos. Importante deixar claro novamente que, no âmbito da legislação concorrente, cabe à União legislar sobre normas gerais de direito financeiro (art. 24, § 1º, CF/1988), e o Estado/DF man- tém competência suplementar (art. 24, § 2º, CF/1988), tendo os municípios a prerrogativa constitucional de suplementar a legislação federal e estadual, no que couber, conforme já explanado (art. 30, II, CF/1988), com apoio da Doutrina, emboranão pacífica. E se não houvesse legislação federal, o que não é o caso, o Estado teria competência le- gislativa plena (art. 24, § 3º, CF/1988), o que significaria a possibilidade jurídica de editar lei de normas gerais de direito financeiro para atender a suas peculiaridades? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Sim! Se ligue! Mas como dito antes, não é o caso, pois a União já estabeleceu as Normas Gerais (Lei n. 4.320/1964). Entretanto, é importante deixar claro que mesmo diante dessa possibilidade, se depois sobrevier a lei federal, posterior à edição da lei estadual de normas gerais de direito financeiro, as normas contrárias da lei estadual de normas gerais terão a sua eficácia suspensa, sendo válidas apenas as disposições normativas que não contrariarem as federais editadas, pois a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrária (art. 24, § 4º, CF/1988). QuEstão 5 (CESPE/TCE-PE/AUDITOR/2017) Com referência ao direito financeiro, julgue o item seguinte. Os estados-membros e o Distrito Federal estão impedidos de editar normas gerais acerca da elaboração dos seus orçamentos, porque a CF atribui tal competência legislativa à União. Errado. Na verdade, essa competência é concorrente. Confira no artigo 24 da CF/1988, com grifos nossos: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II – orçamento; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO 2. FInanças PúblIcas E orçamEnto PúblIco – artIGos 163 a 169 da cF/1988 Como já destacamos, as Finanças Públicas, o Direito Financeiro e o Orçamento Público encontram sua “gênese normativa” na Constituição Federal de 1988, especialmente entre os artigos 163 e 169. Caro(a) aluno(a), é importante que quando estiver estudando essa matéria, esteja com as legislações pertinentes em mãos para fazer as devidas anotações na própria lei, caso tenha esse hábito. A leitura de “lei seca” é muito importante, sendo fundamental na Constituição Federal de 1998 ler os artigos 163 a 169. 2.1. FInanças PúblIcas – normas GEraIs As Normas Gerais de Finanças Públicas estão previstas nos artigos 163 e 164 da nossa CF/1988. Vamos conhecê-los? 2.1.1. Artigo 163 – Objeto de Lei Complementar Tenha em mente que, basicamente, no artigo 163 são relacionadas as matérias relativas às Finanças Públicas que necessariamente devem ser objeto de Lei Complementar. DICA Entenda e memorize tais matérias, pois esse ponto é muito cobrado em prova. Art. 163. Lei complementar disporá sobre: I – finanças públicas; II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con- troladas pelo Poder Público; III – concessão de garantias pelas entidades públicas; IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. JURISPRUDÊNCIA Importante destacar ainda que o Supremo Tribunal Federal – STF já se manifestou (STF, ADI 2.238-MC, DJ de 06.10.2000) no sentido de que que as matérias relacionadas no artigo 163 da CF/1988 podem ser reguladas por lei complementar de maneira fragmentada, ou seja, o caput do mencio- nado artigo NÃO se refere a uma única LC – Lei Complementar, podendo, em verdade, serem editadas algumas LCs para abarcar todas as matérias relacionadas. Importante destacar ainda que o termo “finanças públicas” do inciso I, é bem amplo. As- sim, entende-se que os demais incisos do Artigo 163 podem ser considerados abrangidos por esse termo. Atualmente no Brasil temos em vigência a Lei n. 4.320/64 é que estatui Normas Gerais sobre Finanças Públicas e Direito Financeiro, também conhecida como lei do orçamento pú- blico, que é uma lei originalmente ordinária, federal, porém de abrangência nacional, vinculan- do todos os entes políticos, quais sejam União, Estados, DF e Municípios. Mesmo sendo uma lei formalmente ordinária e materialmente complementar, a Lei n. 4.320/64 somente poderá ser alterada, desde a vigência da atual Constituição, por uma lei complementar tanto quanto à forma e quanto à matéria. 2.1.2. Artigo 164 da CF/1988 – Banco Central Guarde que basicamente que no artigo 164 da CF/1988 temos aspectos constitucionais relacionados ao BACEN – Banco Central. Nessa seara é importante lembrar que de acordo com o inciso VII do artigo 21 da nossa Carta Magna, é competência exclusiva da União emitir moeda, sendo tal competência é exer- cida exclusivamente pelo BACEN. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Guarde ainda que no § 1º do artigo 164 temos a vedação expressa para que o BACEN conceda, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. Ora, como até a promulgação da CF/1988, o BACEN podia fazer empréstimos ao Tesouro Nacional, ao BACEN era permitido aumentar a oferta de moeda para gerar recursos para em- prestar ao Tesouro e com o aumento de moeda em circulação no mercado, a inflação aumen- taria em função da desvalorização da própria moeda em virtude da sua abundância. Importante ter em mente que essa vedação feita pela CF/1988 reforçou o papel de autori- dade monetária do BACEN em consonância com o CMN – Conselho Monetário Nacional. Já o § 2º do artigo 164 permite ao BACEN comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, desde que o objetivo da transação seja especificamente o de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. Ou seja, a ideia é que os títulos do Tesouro Nacional não sejam um meio do BACEN simplesmente emprestar dinheiro ao Tesouro Nacional. O § 3º costuma ser muito cobrado em prova. Por meio dele a o Constituinte determinou que as disponibilidades de caixa da União sejam depositadas no BACEN. No caso das disponibilidades de caixa dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, a determina- ção é deque sejam depositadas em instituições financeiras oficiais, respeitando as exceções previstas em lei. Note que, desde que haja previsão legal, existe sim a possibilidade de que as disponibilidades de caixa sejam depositadas em instituições financeiras não oficiais, desde que haja previsão em lei. JURISPRUDÊNCIA Nessa seara, o STF já se manifestou no sentido de que tal lei deve ser uma simples lei ordinária editada pela União, mas de caráter nacional, ou seja, de acordo com o STF as Constituições ou as leis estaduais NÃO PODEM dispor sobre essa matéria. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO JURISPRUDÊNCIA De acordo com o STF (STF ADI. 2661-MC, DJ de 23.08.2002), essa cláusula de depósito compulsório nas instituições financeiras oficiais tem por valor subjacente a moralidade administrativa. Vamos agora à literalidade do artigo, já que é comum sua cobrança em provas de concur- sos públicos: Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacio- nal e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. § 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o ob- jetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. QuEstão 6 (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Acerca de tributação e finanças públicas, julgue o item subsequente, conforme as disposições da CF e a jurisprudên- cia do STF. As disponibilidades financeiras do município devem ser depositadas em instituições financei- ras oficiais, cabendo unicamente à União, mediante lei nacional, definir eventuais exceções a essa regra geral. Certo. Exato. Confira o diz parágrafo 3º do artigo 164 da nossa CF/1988, com grifos nossos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. [...] § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. JURUSPRUDÊNCIA Destaque-se que o STF, em julgamento da ADI 2.661/MA, de 23/08/2002, pacificou a jurisprudência nesse sentido, ao determinar que as disponibilidades de caixa dos Esta- dos-membros e seus respectivos órgãos e entidades devem ser depositadas em insti- tuições financeiras oficiais, cabendo unicamente à União, mediante lei de caráter nacio- nal, definir as exceções, conforme o dispositivo constitucional acima reproduzido. 2.2. dos orçamEntos – PartE I Vamos agora conhecer os 5 artigos da CF/1988 que tratam de Orçamento Público de modo amplo. A leitura dos artigos e o conhecimento da sua literalidade são muito importan- tes. Após a leitura dos artigos, teremos, posteriormente, oportunidade de conhecê-los melhor e coloca-los em prática. 2.2.1. Artigo 165 – Das Leis Orçamentárias O artigo 165 trata do Orçamento Público em sentido amplo, ou seja, trata das Leis Orça- mentárias: PPA – Plano Plurianual LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias LOA – Lei Orçamentária Anual Importante que você tenha em mente que o termo Orçamento Público também é usado em sentido estrito quando se refere especificamente à LOA, que é o Orçamento Público anual propriamente dito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Além dos sentidos amplo e estrito, o termo Orçamento Público ainda pode ser usado em sentido técnico, ou seja, quando se refere à autorização legislativa para execução das despe- sas, ou melhor, à autorização dos representantes do povo “convertida” em créditos orçamen- tários que para que se possa efetuar o gasto público. Vamos agora fazer leitura do Artigo 165 para que você vá se familiarizando com a sua literalidade (muito cobrada em prova), mas não se preocupe pois nas aulas seguintes e ainda hoje nas questões vamos trabalhá-lo exaustivamente. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais. § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti- vos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorren- tes e para as relativas aos programas de duração continuada. § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pú- blica federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e esta- belecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da adminis- tração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. § 9º Cabe à lei complementar: O conteúdo destelivro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019). § 10. A administração tem o dever de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019). § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito) I – subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos adicionais; II – não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente justificados; III – aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias. § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade da- queles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito) § 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da seguridade social da União. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito) § 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito) § 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informa- ções sobre a execução física e financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito). Por enquanto, vamos destacar que o artigo 165 da CF/1988, em seu § 9º, estabelece a competência de lei complementar para: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: “§ 9º Cabe à lei complementar: I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Ressalte-se que essa Lei Complementar ainda não foi promulgada, tendo seu papel sido exercido pela Lei n. 4.320/1964 já comentada anteriormente. Esse artigo 165 será exaustivamente trabalhado quando estudarmos os Instrumentos de Pla- nejamento e Orçamento (Leis Orçamentárias) em aulas posteriores. 2.2.2. Artigo 166 – do Processo Legislativo Nas aulas seguintes vamos nos aprofundar no estudo desse artigo, quando estudar o Ciclo Orçamentário incluindo o Processo Legislativo. Vamos agora fazer leitura do Artigo 166 para que você vá se familiarizando com a sua literalidade (muito cobrada em prova), mas não se preocupe pois nas aulas seguintes e ainda hoje nas questões vamos trabalhá-lo exaustivamente. Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresenta- das anualmente pelo Presidente da República; II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs- tos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e aprecia- das, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III – sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor mo- dificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual se- rão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complemen- tar a que se refere o art. 165, § 9º. § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo. § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015) § 10. A execução do montante destinado a ações e serviçospúblicos de saúde previsto no § 9º, in- clusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015) § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015) § 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Constitu- cional n. 100, de 2019) § 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO I – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) II – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) ) III – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) § 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a con- clusão da obra ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019). QuEstão 7 (CESPE/TRT 8/TÉCNICO/2016) Julgue o item a seguir. Conforme a CF, os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais deverão ser apreciados, na forma do regimento comum, pela Câmara Federal e pelo Tribunal de Contas da União. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Errado. Basta lembrar do artigo 166, caput, da CF/1988 que diz: Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na for- ma do regimento comum. Assim, o erro do item foi colocar TCU no lugar onde deveria constar Senado Federal. Agora vem uma novidade: a EC n. 105/2019 incluiu o artigo 166-A na CF/1988: Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) I – transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) II – transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) § 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no paga- mento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) I – despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) II – encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) § 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) II – pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (Incluído pela Emen- da Constitucional n. 105, de 2019) III – serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) § 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 32 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO da execução orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) § 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os re- cursos serão: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) I – vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (Incluído pela Emenda Cons- titucional n. 105, de 2019) II – aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído pela Emenda Constitu- cional n. 105, de 2019) § 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019) Obs.: � Nas aulas seguintes vamos nos aprofundar no estudo desse artigo e vamos conhecer um pouco mais sobre as Emendas Constitucionais 86/2015, 100/2019, 102/2019 e 105/2019. 2.2.3. Artigo 167 – Vedações em Matéria Orçamentária No artigo 167 da CF/1988 temos os dispositivos constitucionais proibitivos, ou seja, as vedações constitucionais em matéria orçamentária: Art. 167. São vedados: I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orça- mentários ou adicionais; III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recur- sos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por anteci- pação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indica- ção dos recursos correspondentes; VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra- mação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, in- clusive dos mencionados no art. 165, § 5º; IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipa- ção de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- nicípios. XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previ- dência social de que trata o art. 201. § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exer- cício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevi- síveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, obser- vado o disposto no art. 62. § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contra garantia à União e para pagamento de débitos para com esta. § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra- mação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inova- ção, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. QuEstão 8 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o próximo item. É dispensável a prévia autorização legislativa para a transferência de recursos de uma cate- goria de programação para outra, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Certo. Amigo(a), o lance aqui é que a EC 85/2015 incluiu o § 5º no artigo 167 da CF/1988 que é uma exceção à vedação do inciso VI, especificamente para as atividades de ciência, tecnologia e inovação, com base na ideia de que essa área precisa de um pouco mais de flexibilidade que as demais. Confira, novamente, com grifos nossos: Art. 167. São vedados: [...] VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra- mação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; [...] § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de progra- mação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inova- ção, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015) Analisando o conteúdo dos incisos de parte do artigo acima transcrito, podemos ver que o inciso I proíbe o início de programas ou projetos não incluídos na LOA. Em outras palavras, mesmo com previsão no PPA ou na LDO acerca da realização de des- pesas vinculadas a determinadas ações ou programas governamentais, o efetivo gasto e, as- sim, a execução do projeto, somente poderão ir adiante se houver previsão específica quanto às receitas e despesas na LOA, em consonância com o princípio da universalidade. QuEstão 9 (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018/ADAPTADA) No que se refere a vedações constitucionais em matéria orçamentária dispostas nas normas gerais de direito financeiro da CF, julgue: O conteúdo deste livro eletrônicoé licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO O início de programas e projetos não incluídos na LOA é admitido excepcionalmente pela CF, desde que a sua execução não ultrapasse a previsão orçamentária fixada no exercício finan- ceiro anterior. Errado. Não existe exceção! O início de programas e projetos não incluídos na LOA é vedado pela CF Já o inciso II proíbe a realização de despesas que superem os créditos orçamentários ou adicionais, ou seja, toda despesa deve estar vinculada a uma receita, não sendo permitido assumir obrigações sem a indicação da respectiva fonte de financiamento. Podemos ver que no inciso III, existe um limite quanto à realização de operações de cré- dito, tendo em vista que ao serem contratadas e contraídas aumentam o endividamento do Estado. Essa é a chamada “Regra de Ouro” das Finanças Públicas! De acordo com a “Regra de Ouro” das Finanças Públicas, a contratação de operações de crédito não poderá ser superior ao montante das despesas de capital, a não ser que haja autorização específica pelo Poder Le- gislativo, por maioria absoluta, mediante crédito adicional suplementar ou especial, com fi- nalidade precisa. Ela tenta garantir que as receitas advindas do endividamento estejam no mesmo patamar do gasto com investimentos. Seguindo nossa análise, o inciso IV trata do Princípio Orçamentário da Não Vinculação da Receita de Impostos a Órgão, Fundo ou Despesa. Adiante, o inciso VI combinado com o § 5º (exceção) tratam do Princípio da Proibição do Estorno de Verbas, também já estudado. Voltando ao inciso V combinado com os §§ 2º e 3º, que tratam de créditos adicionais, aparecem os mecanismos que retificam o orçamento anual. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO No inciso IX temos a vinculação da instituição de fundos, aqueles instrumentos orçamen- tários criados com o objetivo de destinar recursos a programas, projetos e atividades gover- namentais, à prévia autorização legislativa. QuEstão 10 (CESPE/CGM JOÃO PESSOA/AUDITOR/2018) Julgue o item subsequente, rela- tivo ao sistema tributário, ao sistema financeiro, ao orçamento público e ao controle externo conforme as disposições da CF. No âmbito das finanças públicas, é necessária a existência de prévia autorização legislativa para a instituição de fundos de qualquer natureza. Certo. Sim, é necessária a existência de prévia autorização legislativa para a instituição de fundos de qualquer natureza, já que a constituição, em seu artigo 167, inciso IX, veda a instituição de fundos sem prévia autorização legislativa. No inciso X a vedação visa é limitar a facilitação do aumento e superação de limites em relação às despesas de pessoal. Em outras palavras, fica vedada a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos pelo Governo Federal e Estadual e respectivas insti- tuições financeiras, cujo objetivo seja o pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Seguindo nossa análise dos dispositivos do artigo 167 da CF/1988, chegamos ao inciso XI, que limita a utilização dos recursos/receitas decorrentes da arrecadação de contribuições destinadas ao financiamento da Seguridade Social ao pagamento do regime geral de previ- dência social, disciplinado no artigo 201 da CF/1988. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO Em outras palavras, enquanto nas receitas dos impostos, a regra é a da não vinculação, quan- do se trata da disciplina das contribuições, a norma constitucional é inversa: deve haver vin- culação à finalidade pela qual o tributo foi exigido. JURISPRUDÊNCIA Importante deixar registrado também que o STF firmou JURISPRUDÊNCIA acerca do artigo 169, § 1º, DA CF/1988, entendendo que a ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de inconstitucionalidade da lei, impedindo tão somente a sua aplicação naquele exercício financeiro. Assim, caso uma lei conceda um aumento de remuneração a servidores sem dotação suficiente na LOA ou sem autorização na LDO, ela não será declarada inconstitucional. Nessa linha de raciocínio, a única restrição é que a referida lei não poderá ser aplicada na- quele exercício financeiro. Caso, no exercício seguinte, exista dotação na LOA, e autorização na LDO, a lei que concede o aumento poderá ser aplicada. 2.2.4. Artigo 168 – Autonomia dos Poderes e Órgãos O mais curto de nossa aula! Vamos fazer a leitura e, em seguida, ver o posicionamento do STF: Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos su- plementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. JURISPRUDÊNCIA De acordo com o STF, cujo trecho do MS 34.483 (Min. Dias Toffoli, j. 22-11-2016, 2ª T, DJE de 8-8-2017) a seguir reproduzimos, “o direito prescrito no art. 168 da CF/1988 instrumentaliza o postulado da Separação de Poderes e, dessa perspectiva, institui um O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13301269 38 de 88www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Introdução ao Direito Financeiro DIREITO FINANCEIRO dos fundamentos essenciais para a permanência do Estado Democrático de Direito, impedindo a sujeição dos demais Poderes e órgãos autônomos da República a arbítrios e ilegalidades perpetradas no âmbito do Poder Executivo respectivo. É dever de cada um dos Poderes, por ato próprio, proceder aos ajustes necessários, com limitação de empenho (despesa), ante a frustração de receitas que inviabilize o cumprimento de suas obrigações (LC 101/2000, art. 9º), operando-se esses ajustes em um ambiente de diá- logo institucional, em que o Poder Executivo sinaliza o montante da frustração de receita – calculada a partir do que fora projetado no momento da edição da lei orçamentária e a receita efetivamente arrecadada no curso do exercício financeiro de referência – e os demais Poderes e órgãos autônomos da República, no exercício de sua autonomia administrativa, promovem os cortes necessários em suas despesas para adequarem as metas fiscais de sua responsabilidade aos limites constitucionais e legais autorizados, conforme sua conveniência e oportunidade”. 2.2.5. Artigo 169 – Despesas com Pessoal Vamos fazer a leitura e, em seguida, apresentar algumas considerações acerca desse artigo.
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