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Insuficiência Cardíaca 19/02 Órgão central do sistema circulatório sanguíneo. Possui forma ovoide e ligeiramente côncava. É muscular e cavitário. Está contido no pericárdio, onde tem uma pequena quantidade de líquido, que diminuir o atrito. Tamponamento Cardíaco Quando há uma maior quantidade de líquido, ocorre o tamponamento. O aumento deste líquido faz uma pressão na parede do miocárdio, e esta parede colaba, diminuindo seu tamanho e chegando menos sangue no coração, consequentemente, menor sangue disponível no corpo levando a fraqueza, cansaço, pulso cardíaco diminuído. Exemplos: Animais em efusão pericárdica. Localização anatômica em relação a caixa torácica Base cardíaca: é larga, está voltada craniodorsalmente. Ápice cardíaco: mais estreito do que a base, está voltado caudoventralmente. Cavidades Átrio direito: onde chegam as veias cavas Átrio esquerdo: onde chegam as veias pulmonares Ventrículo esquerdo: parede espessa, de onde sai a aorta Ventrículo direito: parede mais fina, de onde sai a pulmonar Circulação O sangue oxigena os órgãos e retorna ao coração pelas veias cavas, até o átrio direito. No AD passa pela tricúspide, vai para o VD, sai pela artéria pulmonar. O sangue não oxigenado chega ao pulmão, onde ocorre as trocas gasosas, recebendo O2. O sangue sai do pulmão e chega ao AE através das veias pulmonares (veia carregando sangue oxigenado), passa pela mitral, vai para o VE e este contrai, enviando sangue para a aorta, oxigenando novamente todos os órgãos. Sístole Contração Diástole Relaxamento Definições Débito cardíaco: quantidade de sangue que sai do coração por minuto. Fórmula: Volume ejetado x FC 10 ml x 120 = DC 1200 ml A redução do DC, pode ser por alteração sistólica ou diastólica. Na ICC, pode ter uma redução do DC Ex: Gato em Cardiomiopatia hipertrófica, onde a musculatura cresce internamente, entrando menos sangue no VE, saindo menos sangue pela aorta e diminuindo o DC. Ex: -Refluxo por insuficiência na valva, que faz acumular muito sangue no ventrículo, e por razões anatômicas, o sangue retorna ao átrio, porém precisa de um escape: o átrio pode explodir ou o sangue pode retornar as veias pulmonares chegando ao pulmão, dilatando os vasos pulmonares (aumento da pressão hidrostática), levando a congestão e edema pulmonar. Pré-carga: É a quantidade de sangue que chega ao VE. Aumento de pré carga: Aumento da quantidade de sangue que chega ao ventrículo, aumentando diâmetro do coração. Ex: -Aumento da volemia por adm de soro. -Insuficiência da valva mitral, que não fecha direito durante a sístole, no momento de contração ventricular, parte do sangue volta ao átrio (ou seja, acúmulo de sangue dentro do átrio que vai passar para o ventrículo) Pós-carga: Força exercida pelo coração para enviar o sangue para fora. Ex: -Aumento da pressão arterial sistêmica, onde a pressão dentro da aorta aumenta, e o coração tem que fazer mais força para ejetar este maior sangue (aumento pós-carga). -Estenose da valva aórtica (aumento pós-carga). -Estenose da valva pulmonar (aumento pós-carga). - Hipotensão (dimunuição pós-carga) Contratilidade: Propriedade intrínseca do músculo cardíaco. A capacidade do sarcômero de encurtamento (envolvendo gasto de ATP) Eletrofisiologia Sistema elétrico é formado por: · Nodo sinusal (ou nó sinoatrial) · Feixes intermodais (feixes que passam pelo átrio) · Nó atrioventricular · Feixe de Hiss (ramo direito e esquerdo) · Rede de Purkinje Músculo Ventricular Ramos do Feixe de Hiss Feixe de Hiss Músculo atrial Fibras de Purkinje Nó atrioventricular Nó sinusal Nodo Sinusal: Marca- passo do coração. As células do nodo sinusal são automatizadas, se despolarizam sozinhas. Localização: na transição da veia cava cranial e a parede posterior do átrio direito. Feixes internodais: Levam o impulso do nodo sinusal ao nó interventricular. São células diferenciadas em formas de fios. São três: anterior, médio e posterior Nó atrioventricular: Função de atrasar a condução do estímulo. Se retardar muito este impulso, chama-se de bloqueio atrioventricular. Localização: na união atrioventricular direita em relação à base do septo interventricular, recebe as fibras dos feixes intermodais. Feixe de Hiss: Promovem a passagem do estímulo dos átrios e ventrículos. Divide-se em ramo direito e esquerdo. Ramo direito: mais fino. Infarto em animais: Cães e gatos não enfartam como nós. Infarto: oclusão das coronárias. Perda de perfusão daquela região e necrose das células. O que pode acontecer nestes animais, é a formação de trombo, ocluindo as coronárias. O que mais acontece, são infartos em pequenas áreas do coração, e como o feixe é fino, pode ocorrer morte celular desta região, levando a um bloqueio da condução do impulso. Fibras de Purkinje: Rede subendocárdica, que permite o estímulo a alcançar todas as fibras musculares ventriculares quase simultaneamente. Eletrocardiograma Avalia a atividade do coração. Onda P: despolarização atrial QRS: despolarização ventricular T: repolarização Onde P mais alta ou larga: significa aumento do átrio Complexo QRS alterado: Retardo da condução entre átrio e ventrículo Onda R aumentada : significa mais área para passar a atividade elétrica CÃO GATO Insuficiência Cardíaca Definição: É o estado patofisiológico no qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender as necessidades metabólicas do organismo, ou faz isso sob altas pressões de enchimento Insuficiência Cardíaca Congestiva acontece quando a IC leva a congestão. Ex de processos congestivos: Edema pulmonar, efusão pleural, ascite e edema de membros. Insuficiência Cardíaca Congestiva Classificada como direita ou Esquerda IC Direita: quando há alteração do lado direito do coração. Ex: Ascite, efusão pleural, edema de membros. IC Esquerda: quando há alteração do lado esquerdo do coração. Ex: Congestão em veia pulmonar, que leva a edema pulmonar. Exceção: Gato pode fazer efusão pleural com IC esquerda. IC Aguda: de repente entra em edema pulmonar, por exemplo IC Crônica: começa com um IC, entra em edema, sai do edema, começa a ICC, ou seja, processo crônico Causas da IC Disfunção sistólica: diminuição na contratilidade Disfunção diastólica: coração não relaxa para entrada do sangue Sobrecarga de volume: aumento da pré-carga por insuficiência de mitral Arritmias: o DC não está adequado, podendo levar a ICC e morte súbita Cães: Normalmente têm cardiomiopatia dilatada, ou seja, alteração na função sistólica Gatos: Normalmente têm cardiomiopatia hipertrófica, ou seja, disfunção diastólica Mecanismos Compensatórios Curto Prazo · Mecanismo de Frank-Starling: primeiro mecanismo. O aumento da pré-carga, que leva ao aumento da pressão diastólica final, provoca melhora da performance ventricular (quanto mais o coração estica, com mais força ele irá retornar- o coração aparece encurtado no ECG). · Sistema nervoso simpático: Barorreceptores que detectam a queda na pressão pela diminuição do DC, mandando impulso para o centro cardiorregulatório no cérebro, que ativa o SNS, que libera catecolaminas e norepinefrina> aumentam a FC, aumentam FR e fazem constrição de vasos periféricos. · SRAA: Células justaglomerulares renais liberam renina, que forma Angiotensina I, que chega no pulmão. ECA no pulmão, transforma Angiotensina I em Angiotensina II, que provoca vasoconstrição periférica aumentando PA. Liberação de aldosterona que aumenta absorção de sódio e água, agindo no ducto coletor renal, aumentando a PA. Angiotensina II também age no centro da sede (aumentando), libera ADH que retém sódio e água. Problema da Angiotensina II: aumenta os radicais livres nas células, levando a morte celular. Esta Angiotensina II também age no SNS, ativando a liberação de norepinefrina, que leva ao remodelamento cardíaco. Longo Prazo · Remodelamento ventricular: hipertrofia ventricular (resposta a sobrecarga crônica). · Hipertrofia concêntrica: Dificuldade do coração em mandar sangue embora, o órgão aumenta de tamanho pra conseguir vencer este obstáculo. Ou seja, sobrecarga de pressão/aumento de pós-carga leva a hipertrofia concêntrica. Este mecanismo ocorre para aumentar força de contração e assim, manter o DC. *Hipertrofia: aumento do número de células. As células se adicionam de forma paralela, aumentando a espessura do músculo cardíaco. Esta musculatura cresce para dentro, diminuindo a cavidade. Exemplo: Hipertensão e estenose das semilunares, onde o coração precisa fazer mais força para ejetar o sangue. *A hipertrofia da musculatura cardíaca não aumenta a pressão arterial, ela é apenas uma resposta! Hipertrofia excêntrica: O coração sofre uma sobrecarga de volume. Este mecanismo ocorre para acomodar mais sangue no coração, a fim de manter DC. Ex: Insuficiência de mitral. Ocorre um aumento de volume em átrio e ventrículo, e para aguentar este aumento, o músculo precisa dilatar e para isso, precisa aumentar o número de células, replicando as células em paralelo. As duas hipertrofias ocorrem a fim de manter DC!!! *Mecanismos compensatórios de IC: PROVA! Manifestações Clínicas - Dispneia expiratória (pois é intratorácica) por edema pulmonar ICCE; - Dispneia por efusão pleural ECCD (exceto gatos) - Respiração mais abdominal Região atrial aumentada (comprimindo traqueia e levando a tosse). Lobos pulmonares radiopacos. Drenagem Líquido que se forma no coração Cão: normalmente avermelhado Gato: mais leitoso Ascite Causada por: - ICCD, lado direito mais fino - Efusão pericárdica Podemos fazer percussão palpatória, sentindo a onda líquida! Pode fazer também US! E o líquido deve ser drenado. Edema de membros pélvicos Sinal de Godet positivo Em IC, necessariamente a ascite deve ocorrer primeiro do que o edema de membros, caso ocorra o contrário, não indica IC! Tratamento - Diuréticos: droga barata, eficaz e mais usada em IC! Furosemida (diurético de alça) - Inibidores da Eca - Inotrópicos positivos: aumenta a contratilidade - Inodilatadores: são inotrópicos positivos e vasodilatadores Diuréticos · Furosemida é o mais utilizado. Furosemide ou Lasix Inibe bomba Sódio Potássio, saindo mais sódio e consequentemente água. - Doses: 1 mg/kg EDA a 4 mg/kg TID Usar dose de acordo com os sinais clínicos! - Os genéticos não funcionam neste caso! *Pessoas que tomam muita Furosemida sentem fraqueza de membros, pois perde K! · Espironolactona: inibe a aldosterona (aldosterona age na bomba de Na K que fica no ducto coletor), e com isso elimina mais sódio, eliminando mais água. - Dose: 2-4 mg/kg SID NUNCA ENTRAR APENAS COM ELA PARA DIURESE, SEMPRE ASSOCIAR Pode ser usada como protetora de miocárdio, pois diminui a fibrose miocárdica. · Tiazídicos: agem em túbulo distal inibindo bomba de Sódio/Cloreto. Elimina mais sódio, eliminando mais água (são usados em último caso pois não é tão eficaz). · Dose: 2 a 4 mg/kg BID VO Exemplo de caso: Animal DRC e em edema pulmonar. Mesmo sendo renal, temos que administrar Furosemida até sair do edema!!! Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina Inibe a enzima que transforma Angiotensina I em II. Angiotensina levaria a diversos efeitos como vasoconstrição, aumenta nível de aldosterona, hipertrofia, usamos principalmente pensando em reduzir retenção de sódio e água, mas também leva a vasodilatação. Agem como vasodilatadores e diminuem retenção de sódio e água. Dilatam a aorta e facilita a saída de sangue! São drogas que demoram para surtir efeitos, sendo usadas de modo crônico! 2-3 semanas para efeito máximo. · Benazepril: FORTEKOR - Dose - 0,25 a 0,5 mg/kg, PO SID ou BID Eliminação hepática (50%) e 50% renal · Enalapril: PETPRIL - Dose - 0,25 a 0,5 mg/kg, PO SID ou BID Eliminação renal Inotrópicos Postivos · Digoxina: Estimula sistema nervoso parassimpático e reduz FC. Dose terapêutica é a mesma que intoxica!!! Temos que acompanhar com frequência. Como age: Bloqueia bomba de NA K. A bomba naturalmente manda Na para fora, e K para dentro. Digoxina faz acumular Na dentro da célula e por mecanismo de contracorrente, sai Na e entra Cálcio. O Ca se liga as miofibrilas e aumenta contração muscular (aumentando DC) Usada em disfunção sistólica associada a fibrilação atrial ou taquicardia supraventricular. Pode ser usada para substituir o Bimobendan, caso o tutor não tenha condições. Intoxicação Digitálica · Depressão · Anorexia · Vômito · Diarréia/melena · Arritmias: intervalo PR vai ser o primeiro a aumentar. Após entrar com digoxina, pedir retorno em 48h para refazer o eletro e ver se está intoxicando. · Pimobendan (inodilatador) Aumenta contração cardíaca e vasodilata. É um vasodilatador e inotrópico positivo. Como age: Inibe a enzima Fosfodiesterase III (que quebra o AMPc, que é um subproduto do ATP). Este AMPc é metabolizado pela Fosfodiesterase III, e inibida, sobra AMPc. Este excesso de AMPc, inibe a contração (tendo uma dilatação das artérias) e dentro dos miócitos ele abre os canais de Ca, aumentando contração. - Vetmedin® - Boehringer · 0,1 a 0,3 mg/kg bid, pelo menos uma hora antes da refeição Droga cara! Normalmente manipula para melhorar o preço. Drenagem de Efusão Se pouca efusão, pode usar apenas diurético. Efusão pleural importante, obrigatória drenagem. Paracentese Drenagem de líquido do abdômen. Analisar líquido! Esvaziar a bexiga antes da drenagem para evitar perfurações Procedimento Tricotomia da região média do abdômen; Assepsia dois dedos abaixo do umbigo e na linha média, insere o cateter. O líquido sai por diferença de pressão. Não utilizar aspirador a vácuo, pois os vasos do abdômen dilatariam muito rápido, e assim a pressão arterial cai. Drenar até aliviar o desconforto. Não necessita tirar tudo! Neste líquido, saíra proteína, e quanto mais sair pt, vai diminuir a pressão oncótica; e quanto mais tira, mais vai formar. Associar aos diuréticos. Toracocentese Retirada de líquido do espaço pleural. Estruturas nobres próximas anatomicamente. Fazer o tutor assinar termo de consentimento do perigo do procedimento. Procedimento Faz tricotomia e assepsia do lado direito; No sétimo EIC, animal em decúbito esternal, colocar o cateter em terço distal. Anestesia local! Pode guiar pelo US Usar torneira de 3 vias, para quando para de puxar o líquido, fechar a entrada impedindo a entrada de ar dentro do tórax. CASO 1 Canino, Terra nova, M, 7 a QP: Aumento de volume abdominal, cansaço, dispnéia POSSIBILIDADES: Edema, ICC, Cardiomiopatia dilata. ACHADOS DE EXAME FÍSICO: Pulso fraco. FISIOPATOLOGIA ASSOCIADA AOS ACHADOS: Lado direito do coração acometido. TRATAMENTO/ JUSTIFICATIVA: Drenagem do líquido, diurético, inibidor de ECA, Pimobendan. CASO 2 Felino, Persa, M, 12 a QP: Dispnéia POSSIBILIDADES: Cardiomiopatia hipertrófica ACHADOS DE EXAME FÍSICO: Crepitação pelo edema pulmonar. Ausculta abafada pela efusão pleural. Pode ter sopro. Mucosas cianóticas. Pulso fraco. FISIOPATOLOGIA ASSOCIADA AOS ACHADOS: TRATAMENTO/ JUSTIFICATIVA: Diurético, drenagem se tiver efusão pleural, inibidor de ECA (diminuir retenção de sódio e H2O). CASO 3 Canino, Shihtzu, F, 13 a QP: Tosse, dispnéia Cianose POSSIBILIDADE: Insuficiência valvar (provavelmente mitral). ACHADOS DE EXAME FÍSICO: Sopro na ausculta cardíaca. Estertores crepitantes devido a edema pulmonar. FISIOPATOLOGIA ASSOCIADA AOS ACHADOS: Insuficiência do coração esquerdo. TRATAMENTO/ JUSTIFICATIVA: Diurético, drenagem se tiver efusão pleural, inibidor de ECA (diminuir retenção de sódio e H2O), Pimobendan
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