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25/05/20 1 Fisiologia Respiratória Modificações de pressão durante a respiração basal Pressão alveolar, pressão intrapleural e volume de ar. 1. Pressão intrapleural B1: -3 mmHg. Pressão intrapleural negativa proveniente das forças de retração da parede torácica. B2: -6 mmHg, Pressão intrapleural mais negativa durante a inspiração. B3: -3 mmHg. Pressão intrapleural retorna para -3mmHg durante a expiração. 2. Pressão alveolar Inspiração: pressão torna-se negativa retornando a 0 antes de iniciar a expiração. -A1: 0 mmHg. -A2: -1 mmHg. -A3: 0 mmHg. Expiração: pressão torna-se positive retornando a 0 ao final da expiração. -A4: +1 mmHg. -A5: 0 mmHg. 3. Volume de ar Inspiração: entrada de ar nos pulmões (C1 – C2). -C1: 0 mL. -C2: 500 mL. -C3: 0 mL. Expiração: saída de ar dos pulmões (C2 – C3). Existem diferenças na espirometria conforme o gênero do indivíduo Os volumes pulmonares são dados para um homem com 70 kg ou uma mulher de 50 kg de 28 anos. A espirometria varia de acordo com o sexo, indivíduo para indivíduo, idade, biotipo modificando também a capacidade e os volumes pulmonares. Os homens apresentam um volume pulmonar maior do que as mulheres. Volumes pulmonares Volume de reserva inspiratório (VRI): volume adicional que ainda pode ser inspirado após uma inspiração normal. Em um homem de 70 kg consiste em um volume de cerca de 3.000 mL. Volume corrente (VC): é o volume de ar que se move durante uma única inspiração ou expiração. O volume corrente médio durante uma respiração espontânea (ventilação basal é de cerca de 500 mL). Volume de reserva expiratório (VRE): volume adicional que ainda pode ser expirado após uma expiração espontânea. Em um homem de 70 kg consiste em um volume de cerca de 1.100 mL. Volume residual: volume que resta nos pulmões independente da força feita para esvazia-lo, consiste em cerca de 1.200 mL. Este volume existe devido os pulmões serem mantidos estirados aderidos pelo líquido pleural a parede torácica. Capacidade inspiratória: capacidade de um volume inspiratório de ser adquirido. Valores ventilatórios normais usados na medicina pulmonar Ventilação pulmonar total 6 L/min Ventilação alveolar total 4,2 L/min Ventilação voluntária máxima 125-170 L/min Frequência ventilatória 12-20 ciclos/min Ventilação pulmonar total: quantidade de ar que entra no sistema respiratório. Entretanto, nem todo este volume alcança as áreas de troca (alvéolos). Ventilação alveolar total: quantidade de ar presente nos alvéolos pulmonares. Frequência de ventilação: quantidade de respirações por minuto – 12 respirações/min. A ventilação pulmonar total é maior do que a ventilação alveolar devido ao espaço anatômico morto Espaço anatômico morto: criado em função da própria anatomia do sistema respiratório. O ar que invade os tubos (traquéia, brônquios principais, brônquios lobares, brônquios segmentares) nem sem alcança os alvéolos. Portanto, o espaço anatômico morto nem sempre contribui para as trocas, pois aprisiona determinada quantidade de ar impedindo que chegue as áreas de troca. Apresenta um valor aproximado de 150 mL. Cálculo dos volumes pulmonares Ventilação pulmonar total: frequência de ventilação X volume corrente. Ex.: 12 respirações/minuto x 500 mL/respiração = 6000 mL/min. Ventilação alveolar total: frequência de ventilação x (volume corrente – espaço anatômico morto). Ex.: 12 respirações/minuto x (500-150) = 4200 mL/min. Regulação da ventilação A ventilação é regulada por processos neurais. Há centros nervosos que regulam a quantidade de ar que entra e sai do sistema respiratório, sendo relacionado com a frequência das respirações (alta ou baixa). O centro nervoso da respiração é desencadeado pelas emoções e controle voluntário. Dessa forma, é possível aumentar ou reduzir a frequência respiratória de acordo com os períodos que o indivíduo se encontra como, por exemplo situações de estresse. Entretanto, apesar da musculatura esquelética do sistema respiratório ser controlada pela via do sistema nervoso motor somático, a musculatura esquelética também apresenta controle por neurônios que respondem de uma forma autônoma. 25/05/20 2 As quantidades de CO2, O2 e pH influenciam no centro respiratório. Portanto, diferentes rotas comandam o sistema nervoso que controla os músculos expiratórios e inspiratórios, ou seja, essa musculatura não é controlada exclusivamente pelo controle voluntário, mas emoções e quantidades de CO2, O2 e pH também desencadeiam ações nessa musculatura. Via de regra a área do sistema nervoso que controla os ciclos da respiração é o tronco encefálico. Os centros são: 1. Centro pneumotáxico: inibe o centro inspiratório do bulbo e ativa os neurônios expiratórios. 2. Centro apnêustico: estimula o centro inspiratório do bulbo e produz uma inspiração prolongada ou apneuse. Controlam os neurônios motores inferiores que se direcionam a musculatura esquelética. Portanto, é de suma importância que a integridade do tronco encefálico seja mantida, pois apresentam centros importantes para a respiração do indivíduo. O controle da respiração é realizado por dois elementos Voluntário: controle das atividades – controle do músculo esquelético aumentando ou reduzindo a frequência respiratória. Metabólico: relacionado com a química do sangue para garantir a respiração. Estão relacionados aos quimiorreceptores. Quimiorreceptores periféricos: se localizam no arco aórtico e corpo carotídeo. Detectam alterações de PaO2 e pH no sangue. Por exemplo, no caso de uma acidose metabólica a resposta é dada pelos receptores periféricos e não pelos centrais, pois os íons H+ não passam a barreira hematoencefálica. São responsáveis por 20% da resposta. Sensor de oxigênio do glomo carótico: quando a pressão de oxigênio reduz (60 mmHg), o pH também reduz e a pressão de CO2 aumenta levando a um aumento da ventilação. Ex.: DPOC – bronquite crônica, asma, enfisema, altas altitudes. Quimiorreceptores centrais: se localizam na zona quimiossensível do bulbo, sendo banhado pelo líquido cefalorraquidiano. Detectam PaCO2 e pH no líquor, mas não detectam estas alterações no sangue, pois a barreira hematoencefálica não permite a passagem de íons H+, mas o CO2 que é altamente lipossolúvel passa por todas as barreiras inclusive a hematoencefálica. São responsáveis por 80% da resposta. Quando a quantidade de CO2 aumenta no interior dos vasos sanguíneos, passa para a região do líquido cérebro espinal e no bulbo ativa um quimiorreceptor que direciona a informação para o centro de controle respiratório aumentando a ventilação. O ápice do pulmão é diferente de sua base e, consequentemente, apresentarão uma ventilação e perfusão diferentes. Ventilação região superior do pulmão: pressão intrapleural mais negativa, maior gradiente de pressão transmural. Alvéolos grandes e menos complacentes, menor ventilação. Região pulmonar superior apresenta alvores maiores portanto, terá menor ventilação. Já a região inferior do pulmão apresenta alvéolos pequenos e consequente maior ventilação. Ventilação região inferior do pulmão: pressão intrapleural menos negativa, menor gradiente de pressão transmural. Alvéolos menores e mais complacentes, maior ventilação. Perfusão região superior do pulmão: menor pressão intravascular. Menor recrutamento e distensão. Maior resistência. Menor fluxo sanguíneo (devido a menor ventilação). Perfusão região inferior do pulmão: maior pressão intravascular. Maior recrutamento e distensão. Menor resistência. Maior fluxo sanguíneo (devido a maior ventilação). Os mecanismos de controle local tentam equilibrar a ventilação e a perfusão de modo a garantir que o luxo de sangue seja adequado em alvéolos com níveis de oxigênio adequados para uma troca eficiente. Reflexos mecanorreceptores protegem os pulmões Receptores irritantes (viasaéreas superiores): mediado pelas vias do parassimpático oferecendo uma broncoconstrição – protegem o sistema respiratório. Reflexo de insuflação de Hering-Breuer: impede o aumento da ventilação durante o exercício intenso (aproximadamente com volume corrente acima de 1L) – impede o aumento do tamanho do pulmão, inibindo a entrada de ar para não lesionar o tecido pulmonar. Transporte de gases Transporte de oxigênio: baixa solubilidade no meio líquido sendo necessário de um transportador específico que consiste na hemoglobina que o leva a longas distancias no sistema circulatório. - Ligado ao grupo heme da hemoglobina: 97% (oxiemoglobina). - Dissolvido no plasma: 3%. Transporte de dióxido de carbono: o CO2 é transportado de três formas diferentes. - Ligado a hemoglobina: 23% (carbaminoemoglobina). - Dissolvido no plasma: 7%. - Na forma de íon bicarbonato (HCO3-): 70%. Saturação da hemoglobina: pode fazer 4 ligações com o oxigênio (limite máximo – 100%). Troca de gases entre os pulmões e os tecidos Troca entre os alvéolos e células teciduais. Os gases passam da circulação sanguínea para as células através de difusão (do local com maior quantidade de gases para o com menos gases). Há variação da pressão de oxigênio e dióxido de carbono. Nos alvéolos a pressão de O2 está na faixa de 100 mmHg e no sangue venoso esta pressão encontra-se com 40 mmHg, fazendo com o que o oxigênio se direcione para o sangue. Dessa forma, da célula ocorre a entrada de CO2 que apresenta uma pressão de 40 mmHg no interior celular e 100 mmHg no sangue, este sangue, ao adquirir oxigênio passa a se tornar arterial. Se houver pressões igualadas entre o capilar e os alvéolos não haverá trocas, pois não existe diferença de pressão – esse processo ocorre quando muitas pessoas ficam em ambientes fechados produzindo o CO2 e liberando-o, assim fica acumulado no ambiente aumentando cada vez mais sua concentração havendo dificuldade de ser liberado para o alvéolo não permitindo que o sangue se torne arterial. O CO2 apresenta uma afinidade muito maior pela hemoglobina do que o O2 – hemoglobina opta pelo CO2. Os indivíduos passam a não se sentir bem e acabam desmaiando. Essa é a importância de estar em um local bem ventilado para evitar a contenção desses gases na corrente sanguínea. 25/05/20 3 CO2 capilar sistêmico hemácia 15% dissolve no plasma 23% liga-se a hemoglobina (carbaminoemoglobina) restante se liga à água formando bicarbonato. O bicarbonato se direciona no capilar pulmonar hemácia ácido carbônico água CO2. A ligação do oxigênio a hemoglobina depende da PO2 Gráfico saturação de hemoglobina x PO2 (célula em repouso e alvéolo). Na célula em repouso há uma PO2 por volta de 40 mmHg e uma saturação de hemoglobina por volta de 75%. Já nos alvéolos a saturação da hemoglobina encontra-se com 100% e PO2 em 100%. A hemoglobina desloca-se do alvéolo com uma saturação de 100% andando por todo o sistema circulatório deixando certas quantidades de oxigênio (25%). A hemoglobina não deixa toda a quantidade de oxigênio que possui nos tecidos, pois realiza um caminho prolongado até alcançar os alvéolos necessitado de uma reserva. A linha do gráfico pode se alterar para cima ou para baixo devido a fatores que alteram a saturação do oxigênio, como: pH, temperatura, PCO2 (competem como o sítio de ligação do oxigênio). Linha deslocada para cima/esquerda ocorre o aumento da saturação, já quando se desloca para baixo/esquerda ocorre a diminuição da saturação. Espirometria e doenças obstrutivas e restritivas Espirometria: teste de avaliação das capacidades pulmonares para determinar a presença de uma doença obstrutiva ou restritiva. Doença obstrutiva: causa uma obstrução ao longo do sistema respiratório – resistência ao fluxo de ar elevada. Ex.: asma, bronquite crônica, enfisema pulmonar. Doenças restritivas: causam o enrijecimento do pulmão – baixa complacência. A capacidade de expansão do pulmão e dos alvéolos é limitada. Ex.: fibrose pulmonar (enrijecimento do tecido cicatricial do pulmão). Complacência abaixo do normal: ocorre em pacientes com fibrose pulmonar, em que o paciente necessita de maior pressão para gerar um mesmo volume. Caracteriza um distúrbio do tipo restritivo. Ocorre também em casos de pneumotórax, pneumonia, edema alveolar, atelectasia, tuberculose, tumores e aumento da pressão venosa. Dificuldade ou limitação da expansão do pulmão. Complacência acima do normal: ocorre no enfisema, onde há degradação do tecido elástico pulmonar e também quando há cavernas tubercolosas. Avaliação da função pulmonar: indivíduo é conectado ao espirômetro onde irá assoprar um bocal registrando os volumes pulmonares. Espirômetro: é um instrumento que mede o volume de ar que é movimentado em casa ciclo da respiração. Espirometria: é uma prova funcional respiratória que avalia as propriedades mecânicas do sistema respiratório, através da medição de volumes e débitos expiratórios e da observação de mudanças débito-volume e curvas volume-tempo. Parâmetros FVC: capacidade vital forçada. Quantidade de ar que o paciente consegue expirar quando estiver conectado ao espirômetro. FEV1: volume expiratório forçado em 1 segundo. Quantidade de ar que o paciente consegue expirar quando estiver conectado ao espirômetro em 1 segundo. FEV1/FVC: 80% (normal) – se a razão entre os dois parâmetros for de 80% o padrão será considerado normal. Obstrutiva: os parâmetros capacidade vital forçada e volume expiratório forçado estão menores. A razão da FEV1 e FVC encontra-se a 50%. Restritiva: os parâmetros capacidade vital forçada e volume expiratório forçado estão menores. Apesar dos padrões estarem menores a razão entre FEV1 e FVC encontra-se com 80%, ou seja, normal.
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