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Acessibilidade e Tecnologia Assistiva na Educação Inclusiva

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33
5ºAula
Acessibilidade à escola e ao 
currículo. Adequações curriculares 
e tecnologia asssitiva
O direito de ir e vir é garantido a 
todas as pessoas desde a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos e 
encontra-se consagrado em nossa 
Constituição Federal. Por outro lado, 
o direito de comunicar-se é condição 
essencial para qualquer ser humano 
que vive em sociedade e, portanto, 
básico para o exercício de sua cidadania 
e garantia de sua dignidade (RAMOS; 
FÁVERO, 2002, p.33).
Veremos a seguir a legislação que garante esse 
direito de ir e vir e toda a questão voltada à facilitação 
e assertividade da comunicação no âmbito da 
educação inclusiva, assim como metodologia e 
currículos adequados a essa realidade.
Boa aula!
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com>.
Educação Especial e Escola Inclusiva
34
Objetivos de aprendizagem
1 − Acessibilidade à escola
2 − Adequações curriculares 
3 − Tecnologia assitiva
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender o termo acessibilidade e 
sua aplicabilidade;
• identificar as adequações curriculares;
• conhecer as tecnologias assistivas. 
Seções de estudo
1 − Acessibilidade à escola 
<http://ed.metodista.org.br/arquivo/32/luca.jpg>.
Estudaremos a seguir alguns pontos do Decreto nº 5.296/04 
que regulamenta as leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, 
o qual estabelece normas e critérios para a promoção 
da acessibilidade às pessoas com defi ciência ou com 
mobilidade reduzida.
O termo “acessibilidade” representa ao usuário 
o direito de acessar a rede de informações, e também 
o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de 
disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de 
equipamentos e programas adequados, de conteúdo 
e apresentação da informação em formatos 
alternativos. De acordo com o decreto nº 5.296/04, 
Art. 8º considera-se o termo acessibilidade: 
condição para utilização, com segurança 
e autonomia, total ou assistida, dos 
espaços, mobiliários e equipamentos 
urbanos, das edifi cações, dos serviços de 
transporte e dos dispositivos, sistemas e 
meios de comunicação e informação, por 
pessoa portadora de defi ciência ou com 
mobilidade reduzida (LIRA. et al. 2012).
Em seu Art. 5º dispõe que os órgãos da 
administração pública direta, indireta e fundacional, 
as empresas prestadoras de serviços públicos 
e as instituições financeiras deverão dispensar 
atendimento prioritário às pessoas portadoras de 
deficiência ou com mobilidade reduzida. 
 A seguir analisaremos o trecho do decreto que 
descreve o que vem a ser essa pessoa portadora de 
deficiência e o que seria mobilidade reduzida:
§ 1º Considera-se, para os efeitos deste Decreto: 
I - pessoa portadora de defi ciência, além daquelas previstas 
na Lei no 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui 
limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade 
e se enquadra nas seguintes categorias: 
a) defi ciência física: alteração completa ou parcial de 
um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando 
o comprometimento da função física, apresentando-
se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, 
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação 
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, 
membros com deformidade congênita ou adquirida, 
exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
difi culdades para o desempenho de funções; 
b) defi ciência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de 
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma 
nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; 
c) defi ciência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual 
ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção 
óptica; a baixa visão, que signifi ca acuidade visual entre 0,3 
e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os 
casos nos quais a somatória da medida do campo visual em 
ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência 
simultânea de quaisquer das condições anteriores; 
d) defi ciência mental: funcionamento intelectual 
signifi cativamente inferior à média, com manifestação antes 
dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais 
áreas de habilidades adaptativas, tais como: 
1. comunicação; 
2. cuidado pessoal; 
3. habilidades sociais; 
4. utilização dos recursos da comunidade; 
5. saúde e segurança; 
6. habilidades acadêmicas; 
7. lazer; e 
8. trabalho; 
e) defi ciência múltipla - associação de duas ou mais 
defi ciências; e
35
§ 1º 
II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não 
se enquadrando no conceito de pessoa portadora de 
deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de 
movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando 
redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação 
motora e percepção. 
§ 2o O disposto no caput aplica-se, ainda, às pessoas com 
idade igual ou superior a sessenta anos, gestantes, lactantes 
e pessoas com criança de colo. 
§ 3o O acesso prioritário às edificações e serviços das 
instituições financeiras deve seguir os preceitos estabelecidos 
neste Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, no que 
não conflitarem com a Lei no 7.102, de 20 de junho de 1983, 
observando, ainda, a Resolução do Conselho Monetário 
Nacional no 2.878, de 26 de julho de 2001.
 Esta é a classificação para o enquadre da lei 
para portadores de deficiência. Veremos a seguir o 
que diz o decreto preconiza a respeito da mobilidade 
reduzida e acesso prioritário.
Por meio deste decreto surgiu o Programa 
Brasil Acessível que tem como objetivo 
estimular e apoiar os governos municipais 
e estaduais a desenvolver ações que 
garantam a acessibilidade para pessoas 
com restrição de mobilidade aos sistemas 
de transportes, equipamentos urbanos e 
a circulação em áreas públicas. Trata-se 
de incluir, no processo de construção das 
cidades, uma nova visão que considere 
o acesso universal ao espaço público 
(POSSA; SOARES, 2006).
Curiosidade 
Confira maiores informações sobre o projeto no link: <http://
downloads.caixa.gov.br/_arquivos/assitencia_tecnica/
acessibilidade/cad-6.pdf>.
Outras legislações reconhecem e garantem 
a acessibilidade, como é o caso do PDE (2007) 
Plano de Desenvolvimento da Educação, que 
coloca como eixos a acessibilidade arquitetônica 
dos prédios escolares, a implantação de salas de 
recursos multifuncionais e a formação docente para 
o atendimento educacional especializado.
Vejam que a acessibilidade recai sobre outras 
questões tão importantes quanto às questões 
arquitetônicas, como é o caso das salas de 
recursos e a formação dos professores, pois com 
professores bem formados e tecnologias adequadas 
a acessibilidade a educação de qualidade se torna 
uma realidade possível.
A Lei n. 10.436/02 é uma prova disso, pois 
reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio 
legal de comunicação e expressão, e determina a 
garantia de que as formas institucionalizadas apoiem 
seu uso e difusão, assim como determina a inclusão 
da disciplina de Libras no currículo nos cursos de 
formação de professores e de fonoaudiologia.
Todas essas mudanças recaem tanto na estrutura 
física das escolas, dando acesso aos portadores de 
necessidades físicas quanto à disponibilização das 
salas de recursos e equipamentos necessários para 
as adequações para a integração e complementação 
das atividades regulares (STACONI, 2002).
Analisaremos a seguir um trecho extraído 
da apostila elaborada no I Congresso Paulista de 
Direitos da Pessoa com Deficiência. O trecho refere-
se às barreiras arquitetônicas e de comunicação 
Os autores Ramos e Fávero (2002, p.33) 
começam referindo-se ao direito de ir e vir 
mencionado na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos e consagrado em nossa Constituição 
Federal. Vejamos o que eles relatam sobre as 
barreiras arquitetônicas e de comunicação:
Com base em tais princípios, todas as 
medidas necessárias para a eliminação de 
barreiras arquitetônicas e de comunicação 
que impedema inclusão social das 
pessoas com deficiência, deveriam ser 
adotadas pelo Poder Público como forma 
de se promover o bem de todos, um dos 
objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil (art.3º, § IV, CF/88). 
Além disso, consta da nossa Constituição 
de 1988, que é obrigação do Estado a 
criação de programas e atendimento 
especializado para os portadores de 
deficiência física, sensorial ou mental, 
bem como de integração social do 
adolescente portador de deficiência, 
mediante o treinamento para o trabalho 
e a convivência, e a facilitação do acesso 
aos bens e serviços coletivos, com a 
eliminação de preconceitos e obstáculos 
arquitetônicos (art. 227, § 1º, inciso III). 
Consta ainda, no mesmo artigo, que a 
lei disporá sobre normas de construção 
dos logradouros e dos edifícios de uso 
público e de fabricação de veículos de 
transporte coletivo, a fim de garantir 
acesso adequado às pessoas portadoras 
de deficiência (§ 2º). 
Observem a seguir que os autores irão comentar 
sobre as leis que estudamos anteriormente:
Educação Especial e Escola Inclusiva
36
Nesse sentido, foram editadas as Leis nº 
10.048/00 e nº 10.098/00. A primeira 
dá prioridade de atendimento às pessoas 
com difi culdades de locomoção. Já a 
Lei 10.098/00, estabelece normas gerais 
e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de 
defi ciência ou com mobilidade reduzida, 
mediante a supressão de barreiras e de 
obstáculos nas vias e espaços públicos, 
no mobiliário urbano, na construção 
e reforma dos edifícios (inclusive os 
privados destinados ao uso coletivo) e nos 
meios de transporte e de comunicação.
Portanto, todos os prédios de acesso ao 
público devem observar, no momento da 
sua construção ou da reforma, as normas 
de acessibilidade. Quando aos edifícios de 
uso privado, a Lei 10.098/00 determina 
que sua construção deve atender a 
requisitos mínimos de acessibilidade, ali 
elencados (artigos 13/14). 
Os prédios da Administração Pública 
Federal (INSS, Receita Federal, entre 
outros) têm prazo para tanto até 
dezembro de 2002, nos termos do 
decreto 3.298/99. As agências bancárias, 
por sua vez, além de estarem sujei-as 
ao cumprimento dessa legislação, têm 
a obrigação de efetuar a reforma das 
agências antigas, no prazo de 720 dias, 
a partir da regulamentação desta Lei 
10.098/00, nos termos da Portaria BaCen 
nº 2.878/00, que dispõe sobre normas de 
atendimento ao público e, obviamente, 
inclusive das pessoas com defi ciência. 
Outro ponto importante a ser percebido é o 
acesso, não só aos prédios de ensino regular de séries 
iniciais, mas também aos de ensino superior, pois 
quando falamos de inclusão nos referimos muito as 
séries inicias, contudo, a inclusão e a acessibilidade 
devem estar em todas as dimensões do ensino e 
sociedade. Desta forma, veremos o que os autores 
dizem sobre isso:
A acessibilidade, tanto no tocante à 
eliminação de barreiras arquitetônicas, 
como das barreiras de comunicação 
das Universidades, é um dos requisitos 
que devem ser observados para fi ns 
de autorização e credenciamento das 
instituições de ensino superior, bem 
como para sua renovação, nos termos 
constantes da Portaria do Ministério da 
Educação nº 1.679/99. O cumprimento 
de tais direitos deve ser cobrado 
e eventuais denúncias podem ser 
encaminhados aos Ministérios Públicos, 
Para Refl etir
Queridos(as) alunos(as)! Agora que vocês estão de posse das 
leis que determinam a acessibilidade, refl itam sobre essa 
realidade em sua região: como você percebe tudo isso que 
acabamos de estudar?
2 − Adequações curriculares
O MEC/SEF/SEESP (1998) propõe 
adaptações curriculares para a educação especial 
visando a promover a aprendizagem e o 
desenvolvimento dos alunos com necessidades 
educacionais especiais. Para isso refere-se à 
elaboração do projeto pedagógico e a execução de 
práticas inclusivas no sistema escolar. 
Baseiam-se nos seguintes aspectos:
• atitude favorável da escola para diversifi car e fl exibilizar o 
processo de ensino-aprendizagem, de modo a atender às 
diferenças individuais dos alunos;
• identifi cação das necessidades educacionais especiais 
para justifi car a priorização de recursos e meios favoráveis 
à sua educação;
• adoção de currículos abertos e propostas curriculares 
diversifi cadas, em lugar de uma concepção uniforme e 
homogeneizadora de currículos;
• fl exibilidade quanto à organização e ao funcionamento da 
escola para atender à demanda diversifi cada dos alunos;
• possibilidade de incluir professores especializados, serviços 
de apoio e outros não convencionais, para favorecer o 
processo educacional. 
Disponível em: <http://www.bancodeescola.com/verbete5.htm>.
Conceito
Por apoio, entende-se:
recursos e estratégias que promovem o interesse e as 
capacidades das pessoas, bem como oportunidades 
de acesso a bens e serviços, informações e relações no 
ambiente em que vivem. Tende a favorecer a autonomia, a 
produtividade, a integração e a funcionalidade no ambiente 
escolar e comunitário (MEC/SEF/SEESP, 1998). 
Estadual, caso refi ra-se a espaços e 
prédios públicos de responsabilidade 
do Estado ou do Município e espaços 
privados, ao Federal, quanto a espaços e 
prédios públicos de responsabilidade da 
Administração Pública Federal.
37
O apoio é classificado em intermitente, dado 
em momentos de crise ou situações especificas 
de aprendizagem; limitado, quando há reforço 
pedagógico para determinado conteúdo e tempo; 
extensivo, que diz respeito à sala de recursos ou de 
apoio pedagógico, ou seja, tipos de atendimento 
complementar para a classe regular, realizados por 
professores especializados e pervasivo, em que há 
alta intensidade e longa duração para alunos com 
deficiências múltiplas ou agravantes com equipes 
multidisciplinares. Nesse sentido, o acesso ao 
currículo refere-se a recursos de adaptações do 
espaço físico, materiais, mobiliário, equipamentos 
e sistemas de comunicação alternativos (SÁ, 2012).
Vejamos os tipos de adaptações propostas:
Organizativas
Agrupamento de alunos, conteúdos 
e objetivos de interesse do aluno ou 
diversifi cados, disposição do mobiliário, de 
materiais didáticos e tempos fl exíveis.
Objetivos e 
Conteúdos
Priorizam áreas e conteúdos de acordo 
com critérios de funcionalidade; ênfase 
nas capacidades, habilidades básicas de 
atenção, participação e adaptabilidade dos 
alunos; sequência gradativa de conteúdos, 
do mais simples para o mais complexo; 
previsão de reforço de aprendizagem como 
apoio complementar.
Avaliativas Seleção de técnicas e instrumentos de acordo 
com as necessidades educacionais especiais 
dos alunos.
Fonte: (SÁ, 2012) <http://www.bancodeescola.com/
verbete5.htm>.
A análise de diversas pesquisas brasileiras 
identifi ca tendências que evitam 
considerar a educação especial como 
um subsistema à parte e reforçam o seu 
caráter interativo na educação geral. Sua 
ação transversal permeia todos os níveis 
- educação infantil, ensino fundamental, 
ensino médio e educação superior, bem 
como as demais modalidades- educação 
de jovens e adultos e educação profi ssional 
(MEC/SEF/SEESP 1998, p. 21).
Conceito
Para entender os conteúdos do “material especial” ou do 
“material adaptado”, é primeiramente necessário elucidar os 
conteúdos curriculares. Existe uma diferença da abordagem 
inclusiva comparada à abordagem tradicional (integrativa) 
esta está em seu conceito de adequação curricular em 
oposição ao de adaptação curricular. As adaptações 
curriculares criadas há mais de 30 anos retiram do currículo 
conteúdos que na verdade necessitariam ser alterados em 
razão de especifi cidades e necessidades especiais de alunos 
com defi ciência. Dessa forma, surgiram as adaptações 
curriculares, separadamente, para alunos cegos, surdos e 
com defi ciência intelectual ou física. Essa prática originaram 
dois currículos: o “normal” e o “adaptado”. De outra forma, 
a adequação curricular — criado da proposta inclusivista 
— trata-se da elaboração de um único currículoadequado 
a todos os alunos, com e sem defi ciência. Consiste em 
um currículo fl exível que possibilita a adequação às 
especifi cidades e necessidades especiais de cada aluno 
(gênero, etnia, raça,idioma/dialeto, cultura, condição 
socioeconômica, orientação sexual, faixa etária, defi ciência 
etc.) (SASSAKI, 2012).
Saber Mais
Não deixem de ler o artigo “A educação especial no Brasil - da 
exclusão à inclusão escolar” de Maria Teresa Eglér Mantoan.
Segundo Franco (2012), é possível falarmos 
de adaptações de acessibilidade ao currículo que 
está relacionado às metodologias e barreiras 
arquitetônicas para que o aluno possa ter autonomia 
no processo de ensino e aprendizado, incluindo 
transição de textos para Braille, apoio de intérpretes 
de LIBRAS, uso de comunicação alternativa com 
alunos com paralisia cerebral ou dificuldades de 
expressão oral e recursos pedagógicos adaptados 
para deficientes visuais etc.
Todo esse processo deve ser realizado de 
forma flexível, para que essas adequações e 
adaptações venham atender de maneira efetiva o 
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos de 
maneira geral. 
O caminho para essa realidade deve objetivar 
a identificação dessas “necessidades” e requer que 
o sistema educacional foque na organização para 
construir uma escola real para todos, e que dê conta 
dessas especificidades (FRANCO, 2012).
3 − Tecnologia assitiva
Quando o ambiente apresenta barreiras 
econômicas, físicas e sensoriais que impedem os 
alunos terem autonomia de ir até à sala de aula ou 
de fazer a leitura de um texto, vivencia-se a exclusão 
social. Neste momento, é necessário que haja uma 
infraestrutura adequada, mantendo o cuidado com 
Educação Especial e Escola Inclusiva
38
tudo que está entorno. Como já dizemos, com a 
estrutura física da escola e, principalmente, aos 
recursos metodológicos e serviços de tecnologia 
assistiva, para assim estarem prontos a acolhê-
los num ambiente seguro, preparado e atento às 
diferenças (MELLO, 2010).
Então queridos alunos, será que as leis são sufi cientes? 
O que você pensa sobre elas? Como está a situação da 
educação inclusiva em sua região?
O corpo defi ciente é insufi ciente para 
uma sociedade que demanda dele o uso 
intensivo que leva ao desgaste físico, 
resultado do trabalho subserviente; ou 
para a construção de uma corporeidade 
que objetiva meramente o controle e 
a correção, em função de uma estética 
corporal hegemônica, com interesses 
econômicos, cuja matéria-prima/corpo 
é comparável a qualquer mercadoria 
que gera lucro. A estrutura funcional da 
sociedade demanda pessoas fortes, que 
tenham um corpo “saudável”, que sejam 
efi cientes para competir no mercado 
de trabalho. O corpo fora de ordem, a 
sensibilidade dos fracos, é um obstáculo 
para a produção. Os considerados fortes 
sentem-se ameaçados pela lembrança 
da fragilidade, factível, conquanto se é 
humano (SILVA, 2006, p. 426).
Conceito
Tecnologia Assistiva é um termo utilizado para identifi car uma 
gama de recursos (equipamentos) e serviços (estratégias) 
que possibilitam ampliar as habilidades funcionais de 
pessoas com defi ciência e promover a autonomia e inclusão 
(SATORETTO; BERSCH, 2011).
Que recursos seriam estes? Que tipo de equipamentos 
ou estratégias poderiam proporcionar a autonomia e 
possibilitar o desenvolvimento e aprendizado das pessoas 
com necessidades especiais?
Antes de respondermos, é preciso entender 
que a tecnologia assistiva se apresenta como uma 
resolução de problemas funcionais, na perspectiva 
de desenvolvimento das potencialidades humanas, 
habilidades, autonomia, com valorização de desejos e 
qualidade de vida (SATORETTO; BERSCH, 2011).
Para tais realizações, Rocha (2006) cita 
estratégias simples e acessíveis como: a professora 
que busca a resolução de problemas funcionais, 
no dia a dia da escola, mesmo sem sabê-lo produz 
tecnologia assistiva. Por exemplo, ao engrossar o 
lápis para facilitar a apreensão e a escrita ou ao fixar a 
folha de papel com uma fita adesiva para possibilitar 
que não deslize com a movimentação involuntária 
do aluno com deficiência. Ou ainda, ao projetar 
um assento e um encosto de cadeira que garanta 
a estabilidade da postura corporal e favoreça o uso 
funcional das mãos.
Desta forma a professora utiliza-se de 
estratégias e soluções aparentemente simples a partir 
do reconhecimento de um universo particular, mas 
que faz toda a diferença no contexto de aprendizado 
desse aluno.
 Confira a seguir as razões da mudança:
Você Sabia
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), através da Portaria nº 
142, de 16 de novembro de 2006, estabeleceu a substituição 
da expressão ajudas técnicas pela de tecnologia assistiva, 
por considerá-la a mais apropriada
[...] por ser uma expressão bastante 
específi ca ao conceito ao qual representa, 
diferentemente das expressões “Ajudas 
Técnicas” e “Tecnologia de Apoio”, que 
são mais genéricas e também utilizadas 
para referirem-se a outros conceitos e 
realidades diferentes (CAT, 2007). 
É possível observar os recursos de tecnologia 
assistiva no nosso dia a dia. Por vezes são 
providos de alta tecnologia ou podem passar, até 
despercebidos. Por exemplo, uma bengala, utilizada 
para proporcionar conforto e segurança aos idosos 
ao caminhar ou ainda um aparelho de auditivo 
ou mesmo um veículo adaptado para uma pessoa 
com deficiência física. Desta forma, a tecnologia 
assistiva é vista como recursos, equipamentos que 
promovam o desempenho adequado de alguma 
atividade (MANZINI, 2012). 
Para Lauand (2005), a tecnologia assistiva tem 
como objetivo uma gama de recursos destinados a 
dar suporte, computadorizado, mecânico, eletrônico 
e elétrico entre outros, para pessoas com quaisquer 
que sejam as necessidades especiais ou deficiências. 
Podendo ser estas as mais várias possíveis como: uma 
órtese uma prótese, entre outras de adaptações nas 
mais variadas áreas de necessidade pessoal (elementos 
39
arquitetônicos comunicação, educação, lazer, 
alimentação, trabalho, transporte, esporte e outras). 
No quadro a seguir, apresentaremos as 10 
categorias de recursos, equipamentos e serviços 
em tecnologia assistiva descritos pelo Sistema 
Nacional de Classificação para Recursos e Serviços 
de Tecnologia Assistiva dos Estados Unidos (2000). 
Veremos então a classificação e seus respectivos 
exemplos de recursos: 
Quadro 1 – Classificação dos recursos e 
serviços de Tecnologia Assistiva
Fonte: Manzini, 2012, p. 83. 
No contexto escolar, é possível adaptarmos um 
recurso pedagógico utilizando de baixa tecnologia, 
basta disponibilizar aquele jogo ou brinquedo para 
todos os alunos igualmente, ao mesmo espaço e 
tempo. Contudo, para que haja uma boa adequação, 
é necessário considerar as características cognitivas, 
emocionais, motoras e sociais da criança. Assim 
como estarem atentos às exigências psicológicas, 
pedagógicas e físicas apresentadas pelo meio 
(ARAÚJO & MANZINI, 2001, p. 6-8):
A confecção de recursos para o ensino, 
desde a pré-escola até a alfabetização, 
deve ocorrer após uma análise cuidadosa 
das condições motoras, cognitivas e 
educacionais de alunos com paralisia 
cerebral. Após essa avaliação, é possível 
relacionar as características desses 
alunos com um possível designe do 
recurso pedagógico.
Curiosidade
Diante desta realidade os autores lançam um desafi o: como, 
então, realizar a adaptação de um recurso pedagógico?
Os autores Manzini & Santos (2002), elaboraram 
sete passos que nos orientam para essa adequação:
1 - Entender a 
situação que envolve 
o estudante
Escutar seus desejos; identifi car 
características físicas/psicomotoras; observar 
a dinâmica do estudante no ambiente 
escolar; reconhecer o contexto social
2 - Gerar idéias Conversar com usuários (estudante/
família/colegas); buscar soluções 
existentes (família/catálogo); pesquisar 
materiais que podem ser utilizados; 
pesquisar alternativas para confecção 
do objeto.
3 - Escolher a 
alternativa viável
Considerar as necessidades a serem 
atendidas (questõesdo educador/
aluno); considerar a disponibilidade de 
recursos materiais para a construção 
do objeto - materiais, processo para 
confecção, custos.
4 - Representar a idéia 
(por meio de desenhos, 
modelos, ilustrações)
Defi nir materiais; defi nir as dimensões 
do objeto – formas, medidas, peso, 
textura, cor etc.
5 - Construir o objeto 
para experimentação
Experimentar na situação real do uso
6 - Avaliar o uso do 
objeto
Considerar se atendeu o desejo da 
pessoa no contexto determinado; 
verifi car se o objeto facilitou a ação do 
aluno e do educador. 
7 - Acompanhar o 
uso
Verifi car se as condições mudam com o 
passar do tempo.
Classifi cação Exemplos
1. Elementos 
Arquitetônicos
Barras para apoio em paredes, 
vasos sanitários, fechaduras; 
torneiras, rampas, elevadores, 
pisos etc.
2. Elementos sensoriais Recursos ópticos, auditivos, 
sistemas de comunicação 
alternativa ou suplementar, 
aparelho de amplifi cação etc.
3. Computadores Hardware e software. 
4. Controles ambientais Acionadores para cortinas, 
acionadores para diminuir 
ou aumentar luminosidade, 
acionadores para TV e som etc.
5. Vida independente Adaptações para alimentação, 
vestuário adaptado, 
dispositivos para auxiliar na 
higiene pessoal. 
6. Mobilidade Carros adaptados, carrinhos 
especiais, andadores, 
bengalas, muletas, cadeiras de 
rodas etc.
7. Próteses e órteses Abdutor de joelhos, perna 
mecânica etc.
8. Recreação/Lazer/
Esporte
Brinquedos, equipamentos 
para recreação e lazer, pesca 
etc.
9. Mobiliário modifi cado Mesas, cadeiras, camas etc.
10. Serviços de Tecnologia 
Assistiva
Fonte: Manzini & Santos (2002).
Retomando a aula
É de suma importância relembrar ao 
fi nal da nossa quinta aula, os conceitos 
de acessibilidade, adequação curricular e 
tecnologias assitivas, amplamente discutidas 
no decorrer da aula.
Educação Especial e Escola Inclusiva
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1 − Acessibilidade à escola
É importante salientar que a acessibilidade 
não contempla somente as questões físicas, como 
estruturas de prédios, salas e ambiente em geral, 
mas refere-se também à acessibilidade de atitudes e 
comportamentos frente à deficiência.
2 − Adequações curriculares 
Quanto aos currículos e suas adaptações 
é preciso ter muito cuidado, pois, como vimos 
anteriormente existe uma diferença entre adequação 
curricular e adaptação curricular. 
É importante considerar que a adequação 
curricular — criada da proposta inclusivista, persiste 
na elaboração de um único currículo adequado a 
todos os alunos, com e sem deficiência e apresenta-
se mais flexível, pois possibilita a adequação às 
especificidades e necessidades especiais de cada 
aluno (gênero, etnia, raça,idioma/dialeto, cultura, 
condição socioeconômica, orientação sexual, faixa 
etária, deficiência etc.) (SASSAKI, 2012).
3 − Tecnologia assitiva
Quando o ambiente apresenta barreiras 
econômicas, físicas e sensoriais que o impedem 
os alunos terem autonomia de ir até a sala de aula, 
ou de fazer a leitura de um texto, vivencia-se a 
exclusão social. Neste momento, é necessário que 
haja infraestrutura adequada com a deficiência, 
mantendo o cuidado com tudo que está entorno.
BARROS, S. Os recursos computacionais e suas 
possibilidades de aplicação no ensino segundo as abordagens de 
ensino- aprendizagem. Disponível em: <http://homes.dcc.
ufba.br/~frieda/mat061/as.htm>. Acesso em: 2010.
• <http://www.acessibilidade.org.br/>.
•<http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html>.
• <http://www.assistiva.com.br/>.
Vale a pena
Vale a pena ler
Vale a pena acessar
Vale a pena assistir
• Amy – uma vida pelas crianças: conta a história 
de uma mulher que deixa tudo para se tornar 
professora em escola para crianças deficientes. Ela 
entra para um mundo sem som e se dedica a ensinar 
crianças a falar. Elas por sua vez, a ensinam a amar. 
Na escola onde Amy leciona estudam crianças 
surdas, cegas e surdo-cegas.

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