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Paula Tavolaro
Cadeias Produtivas 
em Medicina Veterinária 
03
Sumário
CAPÍTULO 4 – Cadeias Produtivas em Medicina Veterinária ................................................... 05
4.1 As cadeias Produtivas da Piscicultura, Carcinicultura e Apicultura ................................... 05
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1 Introdução
Prezado aluno, bem-vindo à disciplina de Cadeias Produtivas na Medicina Veterinária. Nesta 
Unidade 4, vamos discutir assuntos pertinentes às Cadeias produtivas da apicultura (mel, 
própolis, geleia real, pólen), carcinicultura (camarão) e piscicultura, que são atualmente de 
grande importância econômica para o Agronegócio brasileiro. 
4.1 As cadeias Produtivas da Piscicultura, 
Carcinicultura e Apicultura
4.1.1 Cadeia Produtiva da Piscicultura
O Brasil se consolida a cada ano como um grande produtor de pescado. Como podemos 
observar na Figura 1, a cadeia produtiva do pescado brasileiro é bastante extensa, envolvendo 
muitos atores que vão desde os fornecedores de insumos até os consumidores finais. Para a 
Organização Mundial da Saúde (OMS), o pescado é uma das mais importantes e saudáveis 
proteínas de origem animal a serem consumidas pelo homem.
Apesar do crescimento observado nas últimas décadas, a produção de pescados brasileira, se 
comparada com ao crescimento da avicultura e suinocultura, é muito insuficiente. A produção 
de pescados se divide em pesca extrativista e aquicultura (criação em ambiente controlado). 
Segundo a FAO (2016), em 2014 a produção mundial de pescado atingiu a marca de 167 
milhões de toneladas, com 73,8 milhões de toneladas provenientes da aquicultura. Na América 
do Sul, o Chile registrou uma produção de 1,2 milhão de toneladas (sendo o sétimo maior 
produtor do mundo), seguido pelo Brasil, com 561 mil toneladas (ocupando a 13a posição no 
ranking geral dos maiores produtores de pescado).
Ainda de acordo com a FAO (2016), espera-se que no ano de 2050 a população mundial seja 
de 9 bilhões de pessoas, e para alimentar tantas pessoas se faz necessária a elevação nos 
volumes produzidos de carnes na ordem de aproximadamente mais 200 milhões de toneladas, 
com isso passaríamos a produzir no mundo algo em torno de mais de 470 milhões de toneladas, 
distribuídas nas carnes de frangos, suínos, bovinos, mas também na produção de pescados. 
Nesse cenário, espera-se um reposicionamento do Brasil como um dos principais produtores de 
pescados, junto com a China e os Estados Unidos.
Capítulo 4Cadeias Produtivas em 
Medicina Veterinária
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Figura 1 Cadeia produtiva de piscicultura brasileira.
Fonte: Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA). 
Observamos na Figura 1 o tamanho da cadeia do pescado no Brasil e destacamos a importância 
do licenciamento ambiental junto aos órgãos fiscalizadores. Destaca-se que ainda hoje muitas 
pisciculturas não possuem licença de funcionamento, o que gera risco de dano ambiental.
Podemos observar ainda na Figura 1 que a cadeia da piscicultura engloba setores como pesquisa 
e desenvolvimento, indústrias processadoras, fábricas de rações, contribuindo muito para o 
desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Segundo o Banco Mundial (2013), cerca de mais de 60% 
dos peixes para o consumo humano virão da aquicultura até 2030, nesse contexto a FAO acredita que 
o Brasil desempenhará um importante papel de protagonista na produção de organismos aquáticos 
com uma produção esperada da ordem de mais de 20 milhões de toneladas por ano. 
Com condições ambientais para atingir essa expectativa, destaca-se que o Brasil possui cerca 
de 12% de toda a água doce do planeta e uma costa de mais de 8,5 mil quilômetros, com 
clima e relevo amplamente favoráveis para a criação de organismos aquáticos e uma grande 
biodiversidade tanto nos rios quanto nos mares, bem como uma das maiores produções de grão 
que servem como base para a alimentação dos organismos aquícolas.
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Figura 2 Mercado de pescados em 2017.
Fonte: Seafood Brasil.
Podemos observar na Figura 2, que a pesca predatória ainda responde por aproximadamente 
mais de 53,4% do total produzido em 2016, o que evidencia a importância de estimular a 
produção em ambiente controlado. O volume exportado se manteve praticamente inalterado, 
estando desde 2015 em 59,9 mil toneladas, bem como o consumo tanto de produtos vindos da 
pesca (9,7 kg/hab) como da aquicultura (10,9 kg/hab), gerando 20,6 kg/hab ano, com um 
crescimento projetado de pouco mais de 1,7%.
Grande parte do mercado brasileiro é abastecida pelo salmão produzido no Chile, tendo 
em vista que o Brasil não pode produzir essa espécie devido a características zootécnicas. 
Devemos cada vez mais estimular a produção e o consumo de espécies nativas como o pirarucu 
e o pintado para elevar a demanda por pescado.
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Figura 3 Participação dos principais produtores mundiais de pescado em 2017.
Fonte: Cna (Confederação Nacional da Agricultura). 
A produção mundial de pescado continua crescendo em ritmo compatível com o crescimento 
populacional graças à aquicultura, que já responde hoje, praticamente, pela metade de todo 
o pescado consumido no mundo. A China ocupa o 1º lugar no ranking de maiores produtores 
de pescados (Figura 3). Observamos que o Brasil ocupa a 18a colocação, atrás da Indonésia, 
com cerca de 6,9%, e da Índia (5,5%) e de outros grandes produtores como Japão, Filipinas e 
Estados Unidos, evidenciando a necessidades do investimento em sistemas produtivos brasileiros.
A atividade pesqueira brasileira gera um PIB nacional de R$ 5 bilhões, mobiliza 800 mil 
profissionais e proporciona 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. A meta do Ministério 
da Pesca e Aquicultura é incentivar a produção nacional para que, em 2030, o Brasil alcance 
a expectativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e se 
torne um dos maiores produtores do mundo, com 20 milhões de toneladas de pescado por ano. 
Hoje, o país ocupa a 17ª posição no ranking mundial na produção de pescados em cativeiro 
(1º Anuário Brasileiro de Pesca e Aquicultura, 2014).
Ainda de acordo com o anuário, o Brasil conta com 3 mil espécies de peixes, dos quais um grande 
número com potencial para utilização dentro da piscicultura como dourado, jaú, matrinxã, piau, pintado, 
pirarucu e jundiá. A participação das espécies nativas na piscicultura fica abaixo dos 20%, enquanto 
na Ásia, onde está concentrada a maior produção mundial de peixes, cerca de 95% dos cultivos estão 
baseados em espécies nativas daquele continente (1º Anuário Brasileiro de Pesca e Aquicultura, 2014).
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Figura 4 Balanço Brasil: pescado e frutos do mar em 2015.
Fonte: Feed&Food.
Observamos na Figura 4 que o consumo de pescados e frutos do mar ainda supera e muito 
a produção e a importação dessas fontes de proteína no Brasil, evidenciando a mudança no 
padrão de consumo dos brasileiros. A produção brasileira deverá aumentar mais de 39,8% 
entre 2015 e 2025, segundo as projeções da Feed&Food, corroborando com os dados 
publicados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pela OMS.
Observamos ainda na Figura 4 que os volumes importados deverão continuar crescendo em 
aproximadamente 47% no período estudado, fortalecendo a necessidade de implementar 
sistemas produtivos mais eficientes, que possam permitir a redução nesses valores e com isso 
fortalecer a aquicultura brasileira.
Figura 5 Importação de pescados pelo Brasil em 2014.
Fonte: Folha UOL.
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Destacamos que somente no ano de 2014 as importações de pescado, efetuadas pelo mercado 
brasileiro, cresceram aproximadamente 15%, destacando a importância para se atentar para 
essa cadeia produtiva, buscando fortalecertodos os elos da referida cadeia, desde o setor 
produtivo até o consumidor final (Figura 5).
Nos últimos anos a captura de peixes se estabilizou em cerca de 90 milhões de toneladas por 
ano. A aquicultura evidencia um crescimento sustentado com cerca de aproximadamente 74 
milhões de toneladas.
Figura 6 Consumo total de proteínas animais selecionadas na dieta humana mundial em 
países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Fonte: Feed&Food.
Observamos na Figura 6 que o pescado é o principal fornecedor de proteína animal nos países 
desenvolvidos, com mais de 35,4% de participação na dieta, corroborando para evidenciar a 
importância dessa proteína para o ser humano. 
De acordo com o 1º Anuário Brasileiro de Pesca e Aquicultura (2014), os pescados:
 • Possuem todos os aminoácidos essenciais, que auxiliam na formação das proteínas, 
resultando no crescimento e na manutenção de um corpo saudável;
 • Possuem em sua composição 20% de proteína de ótima qualidade, rica em aminoácidos 
não essenciais;
 • Apresentam carne com baixo teor de gordura, sendo que o tipo predominante é a poli-
insaturada (ômega 3 e ômega 6), sendo o ômega 3, de acordo com estudos, um importante 
anti-inflamatório que auxilia na redução do risco de doenças cardiovasculares; 
 • Possuem ótimas doses de vitaminas A, D, E, e do complexo B, além de niacina e ácido 
pantotênico, iodo, sódio, magnésio, manganês, ferro e potássio;
 • Possuem quatro vezes mais cálcio que os outros tipos de carne;
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 • Reduzem o risco de Alzheimer; segundo pesquisas, mulheres grávidas que consomem mais peixes 
durante o período de gestação tendem a ter crianças mais sociáveis, devido ao ômega 3; 
 • Auxiliam na concentração e memória;
 • Melhoram a qualidade do sono.
A produção de pescados se divide entre a pesca predatória e a aquicultura. O Brasil tem 
potencial para se destacar em ambas as atividades, porém convém destacar a importância 
de se priorizar a produção em ambientes controlados, reduzindo o impacto ambiental e 
favorecendo a preservação das populações marinhas.
Observamos na Figura 7 que a região de maior produção de pescado é o Centro Oeste, com 
aproximadamente 26,8% do total, seguido pelas regiões Norte e Nordeste, 18,6% e 19,5% 
respectivamente. Essas regiões são grandes produtoras de peixes em função de características 
edafoclimáticas, principalmente pelas altas temperaturas e oferta de água de qualidade para 
a aquicultura.
Observa-se ainda que Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo respondem por mais de 40% 
da produção brasileira. Destacamos que nesses estados existe toda a infraestrutura para a 
produção e para o processamento, bem como grandes centros consumidores. 
Figura 7 Produção brasileira de pescados por região em 2015.
Fonte: Revista Globo Rural.
De acordo com a Embrapa (2017), as espécies mais produzidas no país são: tambaqui, pirarucu, 
tilápia, pacu, pintado e carpa. Na produção em água doce, os animais são produzidos em 
tanques escavados ou mesmo em tanques-rede, com sistema de recirculação de água ou com 
entrada contínua.
Observamos na Figura 8 que o crescimento na tilapicultura (38% do volume total produzido) 
brasileira nem de perto se aproxima do setor das cadeias produtivas de carnes tradicionais, 
porém evidencia o potencial produtivo e o interesse de empresas do setor agropecuário brasileiro.
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Figura 8 Espécies mais produzidas no Brasil em 2016.
Fonte: Conexão Tocantins.
O Tambaqui, espécie nativa dos rios brasileiros, e que vem ganhando espaço na mesa dos 
consumidores, é a segunda espécie mais produzida no Brasil (Figura 8). Com aproximadamente 
24% do volume total produzido, evidencia o potencial para a exploração de espécies nativas 
da fauna brasileira, e, principalmente, que o paladar do consumidor está aberto também para 
peixes de água doce.
A consolidação da tilapicultura como uma atividade comercial no Brasil fez com que o país 
aumentasse sua produção de pouco mais de 12 mil toneladas, em 1995, para 219 mil toneladas, 
em 2015 (FAO, 2016). 
Se considerarmos o potencial brasileiro para aquicultura (em função do amplo território e condições 
edafoclimáticas, além do volume de água doce, entre outros), o Brasil não se consolidou como 
grande produtor mundial de pescados. A cadeia produtiva da tilápia fez com que o país fosse 
elevado para o quarto maior produtor mundial de tilápias, respondendo por aproximadamente 
4% da produção mundial (mais de 5 milhões de toneladas) em 2014 (FAO, 2016).
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Figura 9 Consumo de peixes per capita no Brasil em 2015.
Fonte: Revista Globo Rural.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda-se o consumo de, no 
mínimo, 12 kg de peixe por habitante por ano. Podemos observar na Figura 9 que os brasileiros 
estão acima do recomendado; em 2013 foram consumidos cerca de 14,5 kg por habitante, 
porém se compararmos o consumo médio mundial, ainda estamos bem abaixo. 
Ainda de acordo com a Figura 9, destaca-se que o consumo no Brasil foi elevado em função de 
fatores como a popularização da culinária japonesa, à base de peixe, no mercado nacional; 
a elevação do poder aquisitivo da população e a busca por uma alimentação mais saudável.
Outro aspecto a ser abordado diz respeito à crescente exportação de filé de tilápia, que atinge 
o mercado americano. Dados do Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) mostram que o Brasil 
não exportava filés de tilápias. Em 2012, ocorreu o primeiro registro de exportação da aquicultura 
brasileira de filés frescos e resfriados de tilápia, que alcançou 11 toneladas e um faturamento 
bruto de US$ 80.103,00. A exportação dos filés oscilou entre 51 e 61 toneladas nos dois anos 
seguintes e, em 2015, atingiu 131 toneladas, com faturamento bruto de US$ 1.041.084,00. 
Podemos observar na Figura 10 que o Brasil ainda depende de pescados vindos de fora; 
as importações brasileiras cresceram assustadoramente no período estudado, entre 2003 e 
2013 o crescimento nos valores pagos foi da ordem de aproximadamente 539% (cerca de U$ 
528 milhões), certamente esse pescado poderia ter sido produzido no território nacional, caso 
existissem condições para que isso ocorresse.
Com relação ao volume, as importações cresceram no mesmo período mais de 164% 
(aproximadamente 123,5 mil toneladas), principalmente de pescado vindo do Chile (Salmão) e 
da Argentina (Merluza), bem como de pescados vindos da China (Panga), principalmente pelo 
baixo preço. 
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Figura 10 Importação de pescados pelo Brasil em 2016.
Fonte: Seafood Brasil.
A invasão dos peixes asiáticos criou um impasse entre produtores nacionais e importadores. Para 
os produtores, o preço extremamente baixo dos pescados seria reflexo da baixa qualidade 
do produto, que já chega industrializado e entra no Brasil pagando um imposto mínimo se 
comparado à carga tributária brasileira.
Em matéria publicada pelo jornal Gazeta do Povo (2014), “o responsável pela cadeia de 
Aquicultura e Pesca da Emater, Luiz Danilo Muehlmann, diz que é impossível competir em preço 
com os peixes asiáticos. O custo de produção da tilápia, por exemplo, oscila entre R$ 2,80 e R$ 
3, mas o aproveitamento é baixo. São necessários três quilos de peixe para produzir um quilo 
de filé. ‘Na conta final, somando custos e encargos, a tilápia não chega ao mercado por menos 
de R$ 20 o quilo”. Enquanto isso, o panga e a polaca do Alasca congelados são encontrados 
nos supermercados por menos de R$ 10 o quilo. “A competição é desigual’, diz Monteiro”.
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Gargalos da cadeia do pescado brasileiro
 • Clandestinidade: talvez o maior problema a ser enfrentado não só pela cadeia do pescado, 
mas também de todas as proteínas animais, a venda de pescados sem a devida fiscalização 
coloca em risco todaa população, pois esta pode estar consumindo alimento contaminado, 
além de causar enorme prejuízo para o governo em relação a tributos que deixam de ser 
arrecadados.
 • Licença ambiental: como dito anteriormente, a maior parte dos produtores é pequena ou 
média, o que gera dificuldades em se manter enquanto empresa produtora, os órgãos 
ambientais estabeleceram normas para que o pescado possa ser produzido sem colocar 
em risco o meio ambiente. Porém, como é comum no Brasil, a burocracia emperra inúmeros 
processos de licença ambiental, mantendo a maior parte dos piscicultores na clandestinidade. 
Deve-se atentar para que o processo permita a legalização de todos os produtores, 
permitindo, assim, maior controle produtivo.
 • Contaminação por salmonela: é muito comum a contaminação por salmonela, bactéria muito 
comum nos ambientes, e só se encontra nos alimentos em função de manuseio incorreto dos 
pescados ou, mesmo, de produtos elaborados a partir dessa fonte de proteína.
 • Impostos: a tributação brasileira é demasiadamente pesada sobre todas as proteínas 
animais, não seria diferente com o pescado. Quando comparamos os custos produtivos para 
a produção de pescados no Brasil, com os valores pagos pelo quilo do pescado importado, 
na maioria das vezes o peixe importado chega às prateleiras brasileiras pelo mesmo preço 
que o custo de produção imposto ao piscicultor; verifica-se a necessidade de adequar tal 
carga tributária. 
Baseado nos dados apresentados, é possível estimar forte potencial de crescimento para a 
cadeia do pescado no Brasil. Estima-se que o mercado brasileiro de peixe crescerá cerca de 
42% e a produção aproximadamente 40% nos próximos dez anos. A aquicultura, que em 2015 
representava 45% da produção mundial, deverá evoluir para mais de 58% no ano de 2025.
É possível inferir ainda que mesmo com todo esse crescimento projetado, o consumo per capita de 
peixes no Brasil, que atualmente é de 12 kg hab/ano, ainda é baixo se comparado com o de países 
desenvolvidos (cerca de 21 kg hab/ano), evidenciando o grande potencial para elevar tanto a 
produção quanto o consumo de pescados e produtos elaborados a partir dessa fonte de proteína, 
porém é de suma importância haja maior aproximação entre pesquisa e industrialização, assim 
como campanhas de conscientização junto aos consumidores, buscando esclarecer como o peixe é 
produzido e, com isso, estimular um maior consumo de pescados oriundos de sistemas controlados.
4.1.2 Cadeia Produtiva da Carcinicultura
A indústria do pescado no Brasil vem ampliando sua produção a cada ano em função de 
inúmeras razões, dentre elas destacamos a mudança nos sistemas de produção que foram 
tecnificados e a mudança do padrão de consumidores brasileiros, buscando alimentos mais 
saudáveis e com baixos teores de gordura saturada, como os encontrados nas carnes vermelhas.
Com 8,5 mil km de costa marítima, que abrange uma zona econômica exclusiva de 4,3 milhões 
de km2, com 12% do total da reserva de água doce do planeta e mais 2 milhões de hectares 
de terras alagadas, além de clima favorável, o grande potencial do Brasil para a produção 
de pescado ainda não foi realizado, principalmente no que se refere à aquicultura marinha e 
de água doce e, à pesca oceânica. O valor gerado pelo setor pesqueiro do Brasil no seu nível 
primário representa apenas 0,4% do PIB nacional (ROCHA, 2018).
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Figura 11 Evolução da produção mundial de aquicultura x captura em 2015.
Fonte: FAO.
Observa-se na Figura 11 que a produção mundial de organismos aquáticos (aquicultura), desde a 
década de 1980, supera a pesca predatória, porém, os volumes capturados ainda representam 
aproximadamente 50% do consumo total produzido, gerando pressão nas populações marinhas. 
No ano de 2014, a produção mundial superou a marca dos 170 milhões de toneladas. Destacamos 
que os volumes capturados estão praticamente estagnados, quando na realidade o que se 
esperava com a aquicultura era que esses volumes pudessem diminuir, fato ainda não constatado. 
Figura 12 Cadeia produtiva da carcinicultura.
Fonte: Shest.
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Podemos observar na Figura 12 a cadeia produtiva da carcinicultura brasileira. Destacamos 
a importância de o Ambiente Institucional estabelecer linhas de crédito mais acessíveis que 
permitam a implementação de melhorias produtivas como a construção de tanques e sistemas de 
tratamento de resíduos que impeçam a contaminação ambiental, bem como o desenvolvimento 
de políticas públicas voltadas para o setor.
A cadeia produtiva do camarão (Figura 12) envolve cuidados que vão desde a produção de 
pós-larvas melhoradas geneticamente, passando por fases de recria e engorda em tanques 
escavados com sistema de aeração (permitindo, assim, maiores taxas de lotação), até o 
processamento em unidades inspecionadas com consequente venda para mercados consumidores 
mais exigentes e, com isso, agregação de valor no produto ofertado. 
Podemos observar na Tabela 1 que os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte respondem 
por mais de 85% da produção nacional de camarões desde o ano de 2015. Esses dois estados 
se destacam no cenário nacional em função de características edafoclimáticas e produtivas, 
concentrando praticamente todos os elos da cadeia produtiva, com exceção do mercado 
consumidor, que na maioria dos casos se encontra nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e 
Belo Horizonte, no mercado nacional e; Estados Unidos e Europa, no mercado internacional.
Sem dúvida, há chances do Brasil se tornar líder mundial na produção e na exportação de 
camarões marinhos cultivados, agregando valor ao produto brasileiro, tendo em vista que os 
valores pagos pelos insumos vegetais utilizados na confecção das rações são bem menores do 
que os valores pagos pela tonelada do camarão produzido a partir desses insumos. 
Tabela 1 Produção brasileira de camarões cultivados por estado
Fonte: Associação brasileira de criadores de camarões (ABCC).
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A carcinicultura é uma das atividades comerciais que mais crescem no Nordeste brasileiro. No 
início da década de 1990, a produção desse crustáceo era baseada quase que exclusivamente 
na pesca extrativista, porém, na última década, em função da implementação de técnicas 
produtivas e do melhoramento genético, ocorreu um crescimento vertiginoso no número de 
fazendas produtoras que se instalaram basicamente em regiões de manguezais e nas margens 
dos rios nordestinos. 
Atualmente, a criação de camarões responde por mais de 99% das exportações de camarões 
brasileiras, corroborando para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. De acordo 
com a Associação Brasileira de Criadores de Camarões (ABCC) – Tabela 1, pode, em 2018, 
ultrapassar cerca de 80.000 mil toneladas.
Figura 13 Carcinicultura marinha brasileira em 2016.
Fonte: Diário do Nordeste.
Podemos observar na Figura 13 os dados referentes à carcinicultura marinha brasileira; esses 
números evidenciam a importância dessa cadeia produtiva para o PIB brasileiro. Atualmente, o 
setor possui mais de 2.500 fazendas produtoras (ocupando 25.000 ha), dados apontam ainda 
para uma produção anual de mais de 76.000 toneladas em 2015. 
Outro aspecto importante observado na Figura 13 diz respeito ao número de fábricas de 
rações, que são 10 unidades, localizadas em todo o território nacional. Destaca-se, ainda, a 
capacidade instalada de beneficiamento de aproximadamente 30 unidades, processando mais 
de 34.000 toneladas.
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Tabela 2 Brasil: exportação de camarões em 2015
Fonte: Seafood Brasil.
O camarão brasileiro está sendo exportado para países como Bélgica, Espanha e França, 
porém o maior comprador do camarão exportado pelo Brasil é o Japão, seguido pela Holanda, 
juntos compraram mais de 79% do volume exportado em 2015.Gargalos Carcinicultura
 • Desequilíbrio ambiental: a construção de canais e obras de engenharia no ecossistema do 
mangue causam diversos impactos ambientais ao ecossistema local como, por exemplo, 
impedimentos e/ou desvios do fluxo dos mares, alterações na drenagem e características 
físico-químicas do substrato, entre outros (OLIVEIRA E MATTOS, 2007).
 • Contaminação de rios e mares: o aporte de nutrientes descartados diretamente no ambiente, sem 
tratamento prévio, oriundos do acúmulo de restos de alimentos, fezes e fragmentos de animais 
nos fundos dos tanques, pode causar deterioração das águas dos corpos receptores e/ou sua 
eutrofização e a sedimentação decorrentes da disposição dos efluentes levam à modificação 
do habitat, potencialmente provocando a perda da fauna, sobretudo de organismos bentônicos.
 • Tipo de cultivo: cultivos mais extensivos tendem a apresentar controle menor, o que gera maior risco 
para o meio ambiente. Destaca-se a necessidade de elaborar práticas produtivas intensivas, que 
elevariam a produtividade média da carcinicultura, otimizando as localidades onde se criam os 
camarões e reduzindo a necessidade de utilização de terras, impactando positivamente o sistema. 
 • Localização e construção tanques: em várias regiões, as florestas de manguezais são frequentemente 
derrubadas e ocupadas para a implantação de fazendas de criação de camarão devido à ampla 
disponibilidade de água de qualidade apropriada para o cultivo e ao baixo valor de mercado. 
De acordo com Ribeiro et al. (2014), com a aprovação do novo Código Florestal, esse problema 
pode ser ainda mais agravado. Um dos pontos mais controversos do novo Código é o fato de que 
algumas áreas de Preservação Permanente (APPs) tiveram suas restrições de uso alteradas. As 
áreas de apicuns, ou seja, planícies de maré associadas ao ecossistema do mangue, e salgado, por 
exemplo, foram liberadas para o cultivo de camarões (Lei n.° 12.651, de 25 de maio de 2012).
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 • Beneficiamento e industrialização: a escala produtiva e a periodicidade na oferta de 
camarões ainda são dois problemas que dificultam a instalação de unidades processadoras 
em regiões fora do nordeste brasileiro, dificultando, com isso, o desenvolvimento dessa 
atividade em outros estados.
 • Problemas sanitários: necessidades de laboratórios especializados que possam estudar de 
maneira adequada as principais enfermidades que acometem os camarões, bem como 
estabelecer protocolos para avaliação da qualidade da água que entra e que sai dos 
sistemas produtivos, reduzindo os riscos de doenças que possam acometer os animais no 
criatório, bem como os que se encontram nos rios e mares que recebem a água vinda de 
criatórios. 
A carcinicultura brasileira se desenvolveu nas últimas décadas, principalmente no que tange a 
programas de qualidade, boas práticas de produção e processamento, bem como programas 
de biosseguridade, com o intuito de preservação ambiental e dos animais cultivados em sistemas 
intensivos.
A utilização de tecnologias desenvolvidas a partir de pesquisas objetivando reduzir os impactos 
produtivos não resolve, por si só, os problemas existentes na carcinicultura, faz-se necessária 
a implementação em conjunto com boas práticas de gestão produtiva incluindo respeito aos 
biomas marinhos, principalmente às áreas de preservação ambiental, como os manguezais, 
criando e implementando políticas setoriais mais eficientes. 
4.1.3 Cadeia Produtiva da Apicultura
A apicultura desempenha papel importante no quadro socioeconômico mundial, sendo uma 
das poucas atividades que atende aos requisitos do tripé da sustentabilidade (econômico, 
social e ecológico), gerando renda para os pequenos produtores familiares, permitindo, com 
isso, a fixação do pequeno produtor no campo e o ambiental, porque as abelhas ajudam na 
polinização das flores e, com isso, permitindo a conservação de espécies de plantas nativas e 
cultivadas também. 
A apicultura brasileira envolve, aproximadamente, mais de 350 mil pessoas, segundo Bachmann 
& Associados (2007), sendo a maioria pequenos e micro produtores rurais, o que permite 
enquadrá-la como uma atividade de grande impacto social, gerando renda e fixação do 
homem ao campo. 
O setor apícola vem registrando crescimento na produção e na exportação de mel e derivados. 
Em 2016, o setor faturou mais de R$ 470 milhões, e exportou, naquele ano, mais de 24 mil 
toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Pode-se observar na Figura 14 que a cadeia produtiva do mel é relativamente simples, 
porém com particularidades que devem ser analisadas. Mesmo essa cadeia sendo formada 
por pequenos produtores, destaca-se a importância do melhoramento genético aplicado 
à apicultura. Atualmente, existe o comércio de abelhas rainhas melhoradas geneticamente, 
contribuindo para a elevação da produtividade média dos enxames, com a introdução de 
rainhas mais prolíficas. 
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Figura 14 Cadeia Produtiva do Mel.
Fonte: Apacame.
Outro aspecto importante a se destacar na Figura 14 diz respeito à produção de outros produtos 
vindos da apicultura como pólen, geleia real, própolis, cera e, mais recentemente, a apitoxina. 
Inicialmente, a produção de abelhas tinha como objetivo a produção de mel, mas os demais produtos 
da apicultura assumiram um papel importante, o que ampliou a receita com a produção apícola.
NÃO DEIXE DE VER...
Para conhecer um pouco mais sobre a cadeia produtiva do mel, acesse o link a seguir!
http://repiica.iica.int/DOCS/B0587P/B0587P.PDF.
Figura 15 Valor pago pelo quilo do mel no Brasil em 2016.
Fonte: AliceWeb.
Observa-se na Figura 15 o valor pago pelo quilo do mel aos produtores. Notamos que os valores 
pagos evoluíram nos últimos quatro anos, apresentando um crescimento da ordem de 33,47%, 
evidenciando que a oferta ainda está aquém da demanda. 
É importante destacar que o preço pago aos produtores de mel brasileiro está se elevando, 
principalmente se for para exportação. Segundo a Associação Paranaense de Apicultores (APA), 
o mercado europeu está procurando mel orgânico, e o encontra aqui no Brasil, pagando cerca de 
U$ 5,00 o quilo no mercado atacadista (aproximadamente R$ 17,5 o quilo). Historicamente os 
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valores pagos eram de no máximo U$ 2,5 o quilo, ou seja, atualmente o apicultor que produz mel 
orgânico consegue o dobro pela venda desse produto no mercado europeu. 
A cada dia aumenta a quantidade de consumidores preocupados com a sua alimentação, o que 
fortalece a tendência de produção de mel orgânico por produtores brasileiros, especialmente 
aqueles certificados. É importante destacar que o conhecimento sobre práticas produtivas 
sustentáveis deve ser estimulado, e os valores cobrados pela certificação devem ser reduzidos, 
com vistas a estimular novos produtores.
Observa-se no Gráfico 1 que os maiores exportadores mundiais de mel são a China e a Argentina, 
totalizando aproximadamente 40% do total produzido, porém cabe destacar que o mel desses 
dois países é de qualidade inferior ao produzido aqui no Brasil, enquadrado, atualmente, quase 
que a totalidade como mel orgânico.
Atualmente, o mel exportado para a Alemanha deve obedecer aos regulamentos exigidos pelas 
autoridades de proteção ao consumidor existentes na União Europeia e, no caso do mel brasileiro, 
não é necessária uma licença específica para exportar mel para esse país desde 2008. 
Gráfico 1 Produção mundial de mel em 2015
Fonte: UNcomtrate
Como a produção de mel nos países desenvolvidos não consegue atender à demanda interna, esses 
países detentores de grandes mercados consumidores são os principais importadores mundiais, 
dentre eles, destacam-se Estados Unidos e Alemanha, que respondem aproximadamente a 50% 
dovolume total, seguidos por Japão, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Bélgica e Arábia 
Saudita (UNCOMTRADE, 2013).
Podemos observar na Figura 16 que no ano de 2015 ocorreu uma redução no montante 
exportado de aproximadamente 17% se comparado ao ano de 2014. Acredita-se que a crise 
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na economia brasileira afetou o setor, como também uma redução nas chuvas fez com que as 
plantas apresentassem floração menor, comprometendo a produtividade média dos enxames.
Ainda com relação à Figura 16, é possível observar que mesmo com a queda nos volumes 
exportados em 2015, este foi o segundo melhor ano das exportações de mel, ficando atrás 
apenas de 2014, ano em que o Brasil exportou U$ 98,5 milhões. 
Figura 16 Valores obtidos com a exportação do mel.
Fonte: Embarcados Contest.
Observamos os valores exportados pelo Brasil (Figura 17) com crescimento da ordem de mais de 
43,2% do ano de 2013 para 2014, destacando o potencial produtivo brasileiro. Destaca-se que 
no ano de 2013 a falta de chuvas comprometeu a produtividade média brasileira, principalmente 
nos estados de maior produção como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, bem como no 
Ceará. Porém, na mesma figura, o ano de 2014 foi muito favorável chegando a aproximadamente 
23,2 mil toneladas exportadas.
Pode-se observar ainda que os países que mais exportam são China (com cerca de 21% do 
volume total exportado), Argentina (19% do total exportado) e Vietnã, com 124,9 mil ton, 65,2 
mil ton e 35,3 mil toneladas, respectivamente. Destaca-se, também, que o Brasil ocupa o 11o 
lugar no ranking mundial, porém é importante destacar que o mel brasileiro é enquadrado como 
um dos méis de melhor qualidade e, na maioria das vezes, orgânico.
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Figura 17 Exportações de mel brasileiro e as do estado do Rio Grande do Sul.
Fonte: Abemel.
O mel deve apresentar as seguintes características para ser classificado como de qualidade: 
 • Inexistência de outros tipos de produtos alimentícios ou qualquer outra substância; 
 • Inexistência de tecidos, aromas ou coloração indesejados; 
 • Não pode estar em estado de fermentação, nem espumar; 
 • Não pode ter sido tratado com produtos químicos ou bioquímicos para influenciar a 
cristalização; 
 • Não pode conter mais de 21% de água; 
 • Não pode conter teor de metais em quantidades que possam prejudicar a saúde humana; 
 • Não pode conter partículas orgânicas ou inorgânicas como insetos, partes de insetos, larvas 
ou areias; 
 • Não pode conter microrganismos ou parasitas que possam prejudicar a saúde humana; 
 • Não pode conter substâncias extraídas de microrganismos ou de plantas que possam 
prejudicar a saúde dos consumidores.
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O clima e a vasta flora brasileira permitem que o mel seja produzido por todo o território 
nacional, atribuindo, com isso, características organolépticas e medicinais aos produtos produzidos 
a partir dessa fonte de proteína animal.
Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) brasileiro, o consumo per 
capita de mel é baixo, por volta de 70g de mel por habitante por ano, se comparado com o 
consumo dos japoneses e alemães, que se aproximam a 1.000g per capita, o que evidencia o 
potencial de crescimento para o setor produtivo brasileiro.
4.1.3.1 Desafios da Cadeia Apícola
 • Insumos: bem como os demais equipamentos, devem ser padronizados e de boa qualidade, 
sendo de aço inox, evitando, assim, contaminação do mel e atendendo à legislação e às 
boas práticas de fabricação; 
 • Custo do frete: ainda é muito elevado, tendo em vista que as distâncias a serem percorridas 
são elevadas e muitas vezes é por meio de transporte rodoviário, encarecendo o processo;
 • Manejo adequado de abelhas: como a apicultura não é uma das principais culturas a 
serem adotadas pelos nossos criadores, faltam técnicos especializados e desenvolvimento 
de práticas produtivas mais eficientes, favorecendo a produtividade média dos enxames 
brasileiros, bem como investimentos em pesquisa e desenvolvimento para pequenos e médios 
apicultores; 
 • Integrações com outras culturas: é sabido que as abelhas têm um importante papel na 
polinização de flores; dados de pesquisa evidenciam que culturas polinizadas por abelhas, 
em sistema de integração, elevaram, em média, a produtividade acima de 40%, o que 
favorece tanto para a planta como para as abelhas na produção do mel. 
 • Utilização de outros produtos apícolas: as abelhas são capazes de produzir além do mel, 
a geleia real, o própolis, a cera, o pólen e, mais recentemente, a apitoxina, produtos com 
ampla utilização tanto na indústria alimentícia quanto farmacêutica;
 • Processamento do mel: favorecer, por meio de incentivos, a construção de casas de mel 
em pequenas associações e cooperativas, o que permitiria a inspeção e o controle de 
qualidade dos produtos elaborados a partir das abelhas, favorecendo ainda mais as 
exportações para mercados que pagam melhor;
 • Logística para atender melhor aos mercados: desenvolver formas mais eficientes de escoar 
a produção interligando os produtores aos mercados consumidores locais e internacionais;
 • Classificação mel (orgânico): capacitar técnicos para que possam orientar modelos 
produtivos orgânicos e, com isso, agregar valor à sua produção;
 • Acesso a novos mercados: favorecer exportação para novos nichos de mercado como o 
japonês e outros países do mercado Europeu, que remuneram bem produtos de qualidade. 
O Brasil apresenta destaque no mercado mundial, comprovado pela evolução na sua participação, 
com taxas de crescimento expressivas e constantes. Demonstrando sua capacidade em ocupar 
uma das primeiras posições do ranking dos maiores exportadores do mundo, com um produto 
de qualidade e sem contaminações. Tendo como consequências positivas as contribuições sociais, 
ambientais e econômicas para produtores rurais, principalmente aqueles que têm na apicultura 
uma fonte de renda complementar (PAULA et al., 2015).
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Síntese
Nesta unidade, abordamos aspectos da estrutura da cadeia produtiva de peixes, camarões e 
abelhas, buscando apresentar as vantagens e limitações da produção e consumo de organismos 
aquícolas (peixe e camarão) e produtos apícolas no Brasil, bem como contrastar seus aspectos 
relevantes.
Didaticamente subdividimos esta unidade em cadeia de produtiva da piscicultura, da 
carcinicultura e da apicultura, para concentrar as abordagens dentro de cada setor produtivo.
Nesta Unidade 4, objetivamos que os alunos consigam analisar os segmentos mercadológicos do 
pescado, camarão e mel, bem como analisar as vantagens e limitações das referidas cadeias 
produtivas, destacando os desafios que deverão superar para que se desenvolvam de maneira 
sólida e contínua no cenário global.
E, por fim, que os alunos consigam analisar os impactos regionais e nacionais dessas cadeias, 
bem como identificar oportunidades de atuação profissional. 
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Referências
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mas: Embrapa, 2017. Disponível em: <https://www.embrapa.br/tema-pesca-e-aquicultura/>. 
Acesso em: abr. 2017. 
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ture: opportunities and challenges. Rome: FAO, 2016. 243 p.
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tura. Disponível em: <http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/16061/2489520_218117.
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Anais... Foz do Iguaçu, 2007.
RIBEIRO, L. F.; SOUZA, M. C. M. B. N. de; BARROS, F.; HATJE, V. Desafios da carcinicultura: 
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Integrada, v. 14, n. 3, p. 365-383, 2014.
ROCHA, I. P. A Carcinicultura no contexto do setor pesqueiro brasileiro, Rev. Panorama da 
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tas/80/carcinicultura.asp>. Acesso em: 26 jun. 2018.
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<http://comtrade.un.org/db/default.aspx>. Acesso em: 26 jun. 2018.
Bibliográficas

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