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03/04/20 1 Sistema Nervoso Autônomo Fibras Somáticas o Fibras sensitivas gerais: sensações do corpo para o SNC. - Exteroceptivas: da pele (dor, temperatura, tato e pressão) - Proprioceptivas: músculos, tendões e articulações. o Fibras motoras somáticas: impulsos para os músculos esqueléticos. Fibras Viscerais o Fibras senitivas viscerais gerais: dor ou sensações reflexas viscerais subconscientes (distensão, gases sanguíneos e níveis de pressão arterial). o Fibras sensitivas especiais o Fibras motoras viscerais: transmitem impulsos para os músculos lisos, cardíaco modificado e tecidos glandulares. - Fibras pré-sinapticas e pós-sinápticas; - Gânglios espinais ou cranianos. Essas fibras acima compõem os tipos de fibras que chegam da periferia para a medula ou saem do sistema nervoso central e medula para a periferia. Se tocarmos com um alfinete a ponta do dedo ocorrerá a despolarização da pele através de um axônio até que alcance o seu corpo neuronal localizado no gânglio da raiz dorsal (região posterior) onde outro axônio irá se direcionar e entrar na medula pela coluna cinzenta posterior. Neurônios que apresentam um axônio para a periferia e outro axônio para medula são denominados de pseudounipolar. Aferências da periferia para a medula sempre realizam este trajeto. As aferências podem ser somáticas (músculos), proprioceptivas (tendão, articulações e músculos), exteroceptivas (pele) ou visceral (ex.: distensão de uma alça intestinal). Na coluna cinzenta da medula há corpos de neurônios das fibras motoras somáticas no qual seus axônios saem da medula pela divisão anterior se direcionando até os músculos estriados esqueléticos (voluntários). Corpos de neurônios localizados na coluna cinzenta lateral ou intermédia lateral (entre coluna cinzenta anterior e posterior) saem pela divisão anterior apresentando uma fibra pré-sináptica. A fibra pré-sináptica chega até um gânglio onde fará sinapse com as fibras pós-sinapticas. As fibras pós-sinapticas, por sua vez, irão se direcionar para glândulas, músculo estriado cardíaco ou músculo liso. São eferências involuntárias que pertencem ao sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático). Uma fibra pré-ganglionar ou pré-sinaptica faz sinapse com 15-20 ou mais de 30 fibras pós-sinapticas ou pós-ganglionares que inervam músculo liso, cardíaco ou gândulas. Aferências: coluna cinzenta posterior – divisão posterior; Eferências: coluna cinzenta lateral/coluna cinzenta intermédia lateral ou coluna cinzenta anterior – divisão anterior. Divisão autônoma do Sistema Nervoso Sistema nervoso visceral ou motor visceral: fibras motoras que estimulam o músculo liso, cardíaco modificado e as glândulas secretoras. Fibras eferentes e os gânglios organizam-se em duas partes: - Simpático (toracolombar): T1-L2/L3; - Parassimpático (craniosacral): pares cranianos ou segmentos sacrais de S2-S4. Ambas utilizam um neurônio: pré-sináptico (substância cinzenta) e pós-sinaptico (gânglios autônomos). Parte simpática Corpos celulares pré-sinápticos estão: nas colunas intermédias (ou núcleos) da coluna cinzenta lateral. - Segmentos torácicos (T1-T12) e lombares superiores (L1/L2 ou L3). Corpos celulares pós-sinápticos estão: - Nos gânglios paravertebrais: ao lado da coluna vertebral; - Nos gânglios pré-vertebrais: anteriores a coluna vertebral. 03/04/20 2 Gânglios paravertebrais Ao lado da coluna vertebral há uma cadeia de gânglios simpáticos: o Região cervical: relacionados a bainha a bainha da carótida e na altura dos processos transversos das vértebras cervicais. São três gânglios: - 1 gânglio superior; - 1 gânglio médio (nem sempre existente); - 1 gânglio inferior. o Região torácica: gânglios se localizam próximos as cabeças das costelas. o Região lombar: gânglios anterolaterais aos corpos vertebrais. Geralmente são 4 ou 5 gânglios. A cadeia ganglionar direita se comunica com a cadeia ganglionar esquerda na articulação sacrococcígea (término do sacro e início do cóccix) no último gânglio denominado de ímpar por ser apenas um. Obs.: o número de gânglios não corresponde ao número de segmentos medulares. Gânglios pré-vertebrais São gânglios relacionados aos ramos anteriores da parte abdominal da aorta que é anterior os corpos vertebrais lombares. São eles: o Gânglio celíaco: relacionado ao tronco celíaco; o Gânglio mesentério superior: relacionado a artéria mesentérica superior. o Gânglio mesentérico inferior: relacionado a artéria mesentérica inferior. o Gânglio aórtico renal. Trajetos das fibras pré-sinápticas 1. Ascender no tronco sináptico para fazer sinapse com neurônio pós-sinaptico de um gânglio paravertebral mais alto; 2. Descer para um gânglio mais baixo; 3. Entrar e fazer sinapse com gânglio naquele nível; 4. Atravessar o tronco simpático sem fazer sinapse, continuando através de um nervo esplâncnico abdominopélvico para chegar aos gânglios pré- vertebrais. Por exemplo, uma fibra pré-sináptica que saia de T5 chega na coluna paravertebral e poderá apresentar 3 ou 4 trajetos (dependendo do autor): 1. A fibra alcança a coluna paravertebral onde pode haver sinapse com um gânglio do mesmo nível e posteriormente se direcionar para a periferia. 2. Pode ignorar o gânglio da cadeia paravertebral subir e fazer sinapse com um gânglio superior posteriormente se direcionando para a periferia da região superior. 3. Pode ignorar novamente o gânglio da cadeia paravertebral descer e fazer sinapse com um gânglio inferior se direcionando posterior para a periferia da região inferior. 4. Pode ignorar o gânglio da cadeia paravertebral do mesmo nível e se direcionar direto para o abdômen fazendo sinapse com um dos gânglios pré-vertebrais relacionados a parte abdominal da aorta (abdômen). Não há sinapse na cadeia paravertebral se direciona direto para um gânglio da cadeia pré-vertebral. Obs: alguns autores consideram os trajetos 3 e 4 como sendo apenas um havendo divergências entre autores quanto às quantidades de trajetos. A inervação direta da região torácica para o abdômen é realizada pelos nervos esplâncnicos: - Nervo esplâncnico abdominopélvico maior (T5 – T9); - Nervo esplâncnico abdominopélvico menor (T10 – T11); - Nervo esplâncnico imo (T12). São denominados de esplâncnico abdominopélvios, pois se direcionam para vísceras de abdômen e pelve. Os nervos das fibras simpáticas perfuram o pilar direito e esquerdo do músculo diafragma. Ex.: nível de T8 corpos de neurônio coluna cinzenta lateral ou intermédia lateral ignora a cadeia paravertebral nervo esplâncnico abdominopélvio gânglio pré-vertebral (parte abdominal da aorta). Comunicação da coluna cinzenta lateral com a cadeia paravertebral: corpos neuronais saem da medula pela divisão anterior e seus axônios constituem o nervo espinal. A comunicação com a cadeia paravertebral ocorrerá através de um ramo comunicante branco que comunica a medula com os gânglios da cadeia paravertebral onde posteriormente ocorrerá sinapse e um dos 3 ou 4 trajetos já previamente explicados. No gânglio após a sinapse, ocorre a saída dos axônios sempre será através de um ramo comunicante cinzento que seguirá o trajeto do nervo espinal (mesmo nível, superior ou inferior). Já no trajeto onde se ignora o gânglio e seguindo direto para os gânglios pré-vertebrais há os nervos específicos para esta inervação que os nervos esplâncnico abdomino-pélvicos (maior, menor e imo). É normal que ocorra sinapse no gânglio pré- vertebral, porém para a medula da glândula suprarrenal o trajeto inicial é o mesmo, mas o gânglio pré-vertebral também é ignorado e as fibras se direcionam até as células cromafins da medula da glândula suprarrenal onde ocorrerá a sinapse não existindo praticamente uma fibra pós-sinaptica. Trajeto das fibras pós-ganglionares Fibras pós ganglionares chegam até o órgão alvo através de: Nervosespinais - Músculos eretores dos pelos, glândulas sudoríparas e vasos cutâneos. Nervos independentes - Liga direto gânglio à viscera. Nervos cardíacos e cervicais ou cardiopulmonares. Nervos existentes para levar as fibras pós-ganglionares para os órgãos alvo. 03/04/20 3 Artérias - Fibras pós acompanham os plexos periarteriais. Pré- vertebrais (para vísceras do abdômen). Inervação vasos sanguíneos Para todo o corpo: vasoconstritoras. Para músculos esqueléticos, vasos coronários e genitais externos: vasodilatadoras. Parte Parassimpática Neurônios pré-ganglionares localizam-se: - Substância cinzenta dos nervos cranianos. - Substância cinzenta dos segmentos sacrais da medula espinal (ramos anteriores de S2 até S4). Neurônios pós-ganglionares localizam-se: - Em gânglios parassimpáticos que ocorram isoladamente ou na parede do órgão alvo. A parte passimpática dos corpos dos neurônios dessas fibras localizam-se ou nos núcleos de 4 pares cranianos (oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago) ou nos segmentos sacrais da medula. O gânglio ciliar localizado próximo ao nervo óptico é uma inervação do nervo oculomotor para o músculo esfíncter da pupila (contração da pupila) e o músculo ciliar (arredonda a lente possibilitando enxergar de perto). O gânglio pterigopalatino está relacionado ao nervo facial e consiste uma inervação para a glândula lacrimal que se localiza na órbita. As fibras do gânglio seguem o nervo trigêmeo que serve como uma ponte para essas fibras parassimpáticas chegarem até a órbita. O gânglio submandibular é uma inervação do nervo facial para a glândula submandibular e glândula sublingual (pares de glândulas salivares). O gânglio óptico está relacionado ao nervo glossofaríngeo (IX) e consiste em uma inervação para a glândula parótida (outro par de glândula salivar). Obs.: o nervo facial passa por dentro da glândula parótida, porém não a inerva, inerva somente a glândula sublingual e submandibular. A glândula parótida é inervada pelo nervo glossofaríngeo (IX) através do gânglio óptico. A inervação parassimpática para as vísceras abdominais e torácicas ocorre através do nervo vago (X). O nervo vago passa pelo hiato esofágico do diafragma formando dois troncos: o tronco vagal anterior (nervo vago esquerdo) e tronco vagal posterior (nervo vago direito). O tronco vagal anterior origina os ramos: ramo para a face anterior do estômago, ramo para a curvatura gástrica menor, ramo hepático (fígado) e ramo pilórico ou duodenal (duodeno e pilório). O tronco vagal posterior emite os ramos: ramo para a face anterior do estômago, ramo para a face posterior do estômago, ramo para a curvatura gástrica menor e ramo celíaco (gânglico celíaco). A curvatura gástrica menor é inervada pelo tronco vagal anterior e tronco vagal posterior. Pode se considerar que a curvatura gástrica maior também é inervada por esses troncos porque o tronco vagal anterior emite ramos para a face anterior enquanto o ramo vagal posterior emite ramos para a face posterior. No gânglio celíaco há comunicação entre os plexos pré-vertebrais celíacos, aórtico- renal, mesentérico superior e mesentérico inferior. As fibras parassimpáticas chegam as vísceras através de plexos periarteriais, ou seja, seguem as artérias até alcançarem a víscera alvo. A inervação parassimpática do vago para as vísceras abdominais se estende até a flexura cólica esquerda. Neste local é considerado o local de terminação da inervação do vago e início da inervação dos segmentos sacrais da medula (S1 – S2/S3). Na divisão simpática as fibras pré-ganglionares são curtas porque são provenientes da coluna cinzenta lateral ou intermédia lateral e se direcionam para a cadeia paravertebral ou gânglio pré-vertebral. Dos gânglios a fibra pós-ganglionar se direciona até a víscera muitas vezes através de um plexo periarterial e utiliza como neurotransmissor a noraepinefrina ou epinefrina (exceto para as glândulas sudoríparas onde o neurotransmissor é a acetilcolina). Na divisão parassimpática a fibra pré-ganglionar é longa como, por exemplo, o nervo vago que é proveniente de um núcleo do tronco encefálico se direcionando até o duodeno ou estômago. Os gânglios, em vísceras abdominais, são encontrados no próprio órgão (parede do órgão) constituindo fibras pós-ganglionares muito curtas por já estarem localizados no próprio órgão. Esta divisão utiliza somente a acetilcolina. No esôfago a inervação parassimpática é responsável por dar motilidade ao órgão proporcionando os movimentos peristálticos. Essa inervação é denominada de plexo mioentérico que localiza entre as camadas longitudinal externa e circular interna do esôfago. Na tela submucosa do esôfago o existe o plexo submucoso (de Meissner) as glândulas deste plexo secretam muco que facilita a passem do bolo alimentar. Plexos Autônomos Plexos autônomos abdominais são redes nervosas mistas que circundam a parte abdominal da aorta e seus ramos: - Plexo celíaco: gânglios celíacos direito e esquerdo (raiz simpática – maior e menor; raiz parassimpática – tronco vagal posterior). 03/04/20 4 - Plexo mesentérico superior: gânglio ou gânglios (raiz mediana – ramo do tronco celíaco; raízes laterais: menor e imo, as vezes primeiro gânglio lombar). - Plexo mesentérico inferior (raiz medial – plexo intermesentérico; raízes laterais – gânglios lombares). - Plexo intermesentérico: gânglio ou gânglios (origina os plexos renal, testicular ou ovárico e uretérico). - Plexo hipogástrico superior: nervos hipogástricos direito e esquerdo, plexo hipogástrico inferior (laterais do reto, colo do útero e bexiga). - Plexo hipogátrico inferior (laterais do reto, colo do útero e bexiga). Recebem pequeno ramos dos gânglios simpáticos sacrais superiores, recebem fibras aferentes parassimpáticas sacrais dos nervos espinais sacrais (S2-S4). Fibras Aferentes Alguns aferentes terminam em níveis mais superiores, como: - Formação reticular do tronco encefálico; - Hipotálamo: envolvidos no controle da pressão arterial, frequência cardíaca e respiração. - Fibras reflexas de dor: parassimpáticas; - Fibras da dor visceral: fibras simpáticas (coração e cavidade peritoneal). São consideradas reflexas, pois há uma sobreposição das fibras não podendo identificar o local exato. Hipotálamo Controle e mediação de diversas funções autônomas. Hipotálamo anterior: parassimpático; Hipotálamo posterior: simpático. Inervação Sensorial Visceral Fibras da dor: Acompanham fibras simpáticas: - Intestino anterior (T6-T9); - Intestino médio (T8-T12); - Intestino posterior (T12-L2). Metade do colo sigmoide para baixo: fibras da dor visceral acompanham fibras parassimpáticas. Da metade do cólon sigmoide para cima as fibras de dor visceral (difusa) seguem a inervação simpática. Fibras aferentes simpáticas da dor: não fazem sinapse nos gânglios simpáticos (paravertebral), fazendo sinapse nos gânglios da raiz dorsal de T1-L2 (ramo comunicante branco) chegando pela divisão posterior, ou seja, coluna cinzenta posterior na medula. Trajeto das aferências de dor se direcionam até o córtex somatossensorial (giro pós-central). Fibras aferentes parassimpáticas da dor: corpos celulares nos gânglios sensitivos de nervos cranianos; Gânglios da raiz dorsal (S2 – S4). O corpo da fibra parassimpática se localiza no núcleo do nervo vago no tronco encefálico. O tronco vagal posterior origina um ramo celíaco que passa pelo gânglio celíaco (corpos de neurônios) – inervação parassimpática. O plexo celíaco consiste na inervação localizada do redor do gânglio e do tronco celíaco. Esses plexos são mistos porque neles chegam inervação parassimpática (ramo celíaco) e inervação simpática (nervo esplâncnico abomino-pélvico maior). As fibras parassimpáticas passam pelo gânglio e seguem o plexo periarterial para alcançar a víscera alvo. O gânglio onde ocorrerá sinapse estálocalizado na víscera alvo. Nos gânglios pré-vertebrais ou paravertebrais (celíaco, mesentérico superior, mesentério inferior, aórtico renal) as sinapses só ocorrerão na parte simpática. Na divisão parassimpáticos os gânglios estarão na víscera alvo ou nos gânglios dos pares de nervos cranianos.
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