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SNA - ANATOMIA DO SIMPÁTICO, PARASSIMPÁTICO E DOS PLEXOS VISCERAIS

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Fernanda Marques S Santos 
SNA: ANATOMIA DO SIMPÁTICO, 
PARASSIMPÁTICO E DOS PLEXOS 
VISCERAIS 
SN Simpático 
Tronco Simpático 
É a principal formação anatômica do sistema 
simpático, sendo formado por uma cadeia de gânglios 
unidos através de ramos interganglionares. Cada 
tronco se estende, de cada lado, da base do crânio até 
o cóccix, onde termina unindo-se com o do lado 
oposto. Os gânglios do tronco se dispõem de cada lado 
da coluna vertebral em toda sua extensão e são 
gânglios paravertebrais. Na porção cervical do tronco 
simpático temos três gânglios: cervical superior, 
cervical médio e cervical inferior. O médio não é 
observado no homem. O inferior está fundido com o 
primeiro torácico, formando o gânglio 
cervicotorácico/estrelado. O número de gânglios da 
porção torácica é menor que o dos nervos espinhais 
torácicos. Na porção lombar, há 3-5 gânglios, na sacral, 
4-5, e na coccígea, apenas 1, o gânglio ímpar, onde 
terminam os dois troncos simpáticos de cada lado. 
Nervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebrais 
Da porção torácica de tronco simpático originam-se, a 
partir de T5, os nervos esplâncnicos maior, menor e 
imo, que têm trajeto descendente e terminam nos 
gânglios pré-vertebrais. Estes estão anteriormente à 
coluna vertebral e à aorta abdominal. Existem dois 
gânglios celíacos, direito e esquerdo; dois gânglios 
aórticos-renais; um gânglio mesentérico superior e 
outro mesentérico inferior. Os nervos esplâncnicos 
maior e menor terminam, respectivamente, nos 
gânglios celíaco e aórtico-renal. Os nervos esplâncnicos 
são constituídos de fibras pré-ganglionares e fibras 
viscerais aferentes. 
Ramos Comunicantes 
Unindo o tronco simpático aos nervos espinhais 
existem filetes nervosos denominados ramos 
comunicantes, que são de dois tipos: ramos 
comunicantes brancos e ramos comunicantes 
cinzentos. Os brancos ligam a medula ao tronco 
simpático, sendo constituído de fibras pré-
ganglionares e fibras viscerais aferentes. Já os 
cinzentos são formado de fibras pós-ganglionares 
amielínicas. Como os neurônios pré-ganglionares só 
existem no segmento medular de T1 a L2, as fibras pré-
ganglionares emergem somente destes níveis e os 
ramos brancos estarão presentes apenas nas regiões 
torácica e lombar alta. Já os cinzentos ligam o tronco 
simpático a todos os nervos espinhais. De um gânglio 
pode emergir mais de um ramo cinzento. 
Filetes Vasculares e Nervos Cardíacos 
Do tronco simpático, e especialmente dos gânglios pré-
vertebrais, saem pequenos filetes nervosos que se 
acoplam à adventícia das artérias e seguem com elas 
até as vísceras. Do tronco simpático emergem ainda 
filetes nervosos que chegam às vísceras por um trajeto 
independente das artérias. Entre estes, temos: os 
nervos cardíacos cervicais superior, médio e inferior. 
Localização dos Neurônios Pré-Ganglionares 
Simpáticos, Destino e Trajeto das Fibras Pré-
Ganglionares 
No sistema simpático o corpo do neurônio pré-
ganglionar está localizado na coluna lateral da medula 
de T1 a L2. Daí saem as fibras pré-ganglionares pelas 
raízes ventrais, ganham o tronco do nervo espinhal e 
seu ramo ventral, de onde passam ao tronco simpático 
pelos ramos comunicantes brancos. Essas fibras 
terminam fazendo sinapse com os neurônios pós-
ganglionares, que podem estar em três posições: 
● Em um gânglio paravertebral situado no 
mesmo nível, de onde a fibra saiu pelo ramo 
comunicante branco; 
● Em um gânglio paravertebral situado acima ou 
abaixo deste nível e, neste caso, as fibras pré-
ganglionares chegam ao gânglio pelos ramos 
interganglionares. 
● Em um gânglio pré-vertebral, onde as fibras 
pré-ganglionares chegam pelos nervos 
esplâncnicos. 
Localização dos Neurônios Pós-Ganglionares 
Simpáticos, Destino e Trajeto das Fibras Pós-
Ganglionares 
Esses neurônios estão nos gânglios para e pré-
vertebrais, de onde saem as fibras pós-ganglionares, 
cujo destino é sempre uma glândula, músculo liso ou 
cardíaco. Para chegar aos destinos essas fibras podem 
seguir três caminhos: 
Fernanda Marques S Santos 
● Por intermédio de um nervo espinhal: as fibras 
voltam a esse nervo pelo ramo comunicante 
cinzento e se distribuem no território de 
inervação. Assim, todos os nervos espinhais 
possuem fibras simpáticas pós-ganglionares. 
● Por intermédio de um nervo independente: 
neste caso, o nervo liga diretamente o gânglio 
à víscera. 
● Por intermédio de uma artéria: as fibras pós-
ganglionares acoplam-se à artéria e a 
acompanham em seu território de 
vascularização. 
Inervação Simpática da Pupila 
As fibras pré-ganglionares relacionadas com a 
inervação da pupila originam-se de neurônios situados 
na coluna lateral da medula torácica alta. Essas fibras 
saem pelas raízes ventrais, ganham os nervos espinhais 
correspondentes e passam ao tronco simpático pelos 
respectivos ramos comunicantes brancos. Sobem no 
tronco simpático e terminam estabelecendo sinapses 
com os neurônios pós-ganglionares do gânglio cervical 
superior. As fibras pós-ganglionares sobem no nervo e 
no plexo carotídeo interno e penetram no crânio com 
a artéria carótida interna. Quando esta artéria 
atravessa o seio cavernoso, estas fibras se destacam, 
passando, sem fazer sinapse, pelo gânglio ciliar 
(pertence ao parassimpático), e, através dos nervos 
ciliares curtos, ganham o bulbo ocular. As fibras 
simpáticas da pupila podem ser lesadas por 
compressão da região torácica ou cervical. Neste caso, 
a pupila do lado da lesão ficará contraída por ação do 
parassimpático. Isto é um sinal da chamada de 
síndrome de Horner, onde temos miose, queda da 
pálpebra, vasodilatação cutânea e deficiência de 
sudorese na face. 
SN Parassimpático 
Parte Craniana do SN Parassimpático 
É constituída por alguns núcleos do tronco encefálico, 
gânglios e fibras nervosas em relação com alguns 
nervos cranianos. Nos núcleos localizam-se os corpos 
dos neurônios pré-ganglionares , cujas fibras pré-
ganglionares atingem os gânglios através dos pares 
cranianos III, VII, IX, e X. dos gânglios saem as fibras 
pós-ganglionares para as glândulas e músculos lisos e 
cardíacos. 
● Gânglio ciliar: situado na cavidade orbitária, 
lateralmente ao nervo óptico, relacionando-se 
ainda com o ramo oftálmico do trigêmeo. 
Recebe fibras pré-ganglionares do III par e 
envia, através dos nervos ciliares curtos, fibras 
pós ganglionares, que ganham o bulbo ocular e 
inervam o músculo ciliar e esfíncter da pupila. 
● Gânglio pterigopalatino: situado na fossa 
pterigopalatina, ligado ao ramo maxilar do 
trigêmeo. Recebe fibras pré-ganglionares do 
VII par e envia fibras pós para a gl lacrimal. 
● Gânglio óptico: situado junto ao ramo 
mandibular do trigêmeo. Recebe fibras pré do 
IX par e manda fibras pós para a parótida, 
através do nervo auriculotemporal. 
● Gânglio submandibular: situado junto ao nervo 
lingual. Recebe fibras pré do VII par e manda 
fibras pós para as glândulas submandibular e 
sublingual. 
É interessante notar que esses gânglios estão 
relacionados com ramos do nervo trigêmeo. Este 
nervo, entretanto, ao emergir do crânio não tem fibras 
parassimpáticas. Existe na parede ou nas proximidades 
das vísceras, do tórax e do abdome, grande número de 
gânglios parassimpáticos. Nas paredes do tubo 
digestivo, eles integram o plexo submucoso e o 
mioentérico. Estes gânglios recebem fibras pré-
ganglionares do vago e dão fibras pós-ganglionares 
curtas para as vísceras onde estão situadas. 
Parte Sacral do SN Parassimpático 
Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos 
sacrais em S2, S3 e S4. As fibras pré saem pelas raízes 
ventrais dos nervos sacrais correspondentes, ganham 
o tronco destes nervos, dos quais destacam-se para 
formar os nervos esplâncnicos pélvicos. Por meio 
destes nervos, atingem as vísceras da cavidade pélvica, 
onde fazem sinapse nos gânglios aí localizados. Os 
nervos esplâncnicos pélvicossão também 
denominados nervos eretores. 
Plexos Viscerais 
Quanto mais próximo das vísceras, mais difícil separar 
as fibras do simpático e do parassimpático. Isso porque 
forma-se um emaranhado de filetes nervosos e 
gânglios, constituindo os chamados plexos viscerais, 
que contêm elementos simpáticos e parassimpáticos, 
além de fibras viscerais aferentes. Na composição dos 
plexos temos: fibras simpáticas pré e pós-ganglionares, 
Fernanda Marques S Santos 
fibras parassimpáticas pré e pós-ganglionares, fibras 
viscerais aferentes, gânglios do parassimpático e 
gânglios pré-vertebrais do simpático. Nos plexos 
entéricos, existem também neurônios não 
ganglionares. 
Plexos da Cavidade Torácica. Inervação do Coração. 
Na cavidade torácica existem três plexos: cardíaco, 
pulmonar e esofágico, cujas fibras parassimpáticas se 
originam do vago e as simpáticas dos três gânglios 
cervicais e seis primeiros torácicos. O plexo cardíaco, 
intimamente relacionado ao pulmonar, tem em sua 
composição os três nervos cardíacos cervicais do 
simpático e os dois cardíacos cervicais do vago, além de 
nervos cardíacos, torácicos do vago e do simpático. 
Vale lembrar que o coração recebe sua inervação 
principalmente da região cervical. 
O plexo cardíaco é formado pelos nervos cardíacos que 
convergem para base do coração, ramificam-se e se 
anastomosam. Podemos observar neste plexo, 
numerosos gânglios parassimpáticos. Ademais, a este 
plexo correspondem plexos internos, subepicárdicos e 
subendocárdicos, formados de células ganglionares e 
ramos terminais das fibras simpáticas e 
parassimpáticas. A inervação autônoma do coração é 
abundante na região do nó sinoartrial. 
Na doença de Chagas há intensa destruição dos 
gânglios parassimpáticos do plexo cardíaco, levando a 
desnervação parassimpática do coração. Essa 
desnervação é responsável pela cardiopatia chagásica. 
Entretanto, na fase aguda da doença também haverá 
desnervação simpática. 
Plexos da Cavidade Abdominal 
Plexo Celíaco 
Na cavidade abdominal situa-se o plexo celíaco, 
localizado na parte profunda da região epigástrica, na 
altura do tronco celíaco. Aí se localizam os gânglios 
simpáticos, celíaco, mesentérico superior e aórtico-
renais, a partir dos quais o plexo celíaco se irradia, 
formando plexos secundários ou subsidiários. Os 
nervos que contribuem com as fibras pré-ganglionares 
do plexo celíaco são: os nervos esplâncnicos maior e 
menor e os troncos vagal anterior e posterior. As fibras 
parassimpáticas do vago passam pelos gânglios pré-
vertebrais do simpático sem fazer sinapse e terminam 
estabelecendo sinapses com gânglios e células 
ganglionares das vísceras abdominais. Os plexos 
secundários que irradiam do plexo celíaco 
acompanham os vasos. Os plexos secundários pares 
são: renal, suprarrenal e testicular. Os plexos 
secundários ímpares são: hepático, lienal, gástrico, 
pancreático, mesentérico superior e inferior e aórtico-
abdominal. 
Plexos Entéricos 
Localizam-se no interior das paredes do trato 
gastrointestinal e são dois: o mioentérico e o 
submucoso. Esses plexos são constituídos de neurônios 
ganglionares, sensoriais e interneurônios. Apresentam 
também neurotransmissores e peptídeos. Comandam 
células musculares lisas, glândulas produtoras de muco 
e vasos sanguíneos locais. Os neurônios sensoriais 
entéricos detectam o estado químicos dos conteúdos e 
o grau de estiramento da parede gastrointestinal para 
que os movimentos peristálticos sejam 
adequadamente coordenados. Diante disso, conclui-se 
que o plexo entérico apresenta certa independência 
funcional do SNA. 
Na doença de Chagas, há intensa destruição de 
neurônios nos plexos entéricos, o que ocasiona 
megaesôfago e megacolo. 
Plexos da Cavidade Pélvica 
As vísceras pélvicas são inervadas pelo plexo 
hipogástrico, no qual se distinguem uma porção 
superior, plexo hipogástrico superior, e uma porção 
inferior, plexo hipogástrico inferior. O plexo 
hipogástrico superior situa-se adiante do promontório. 
Continua cranialmente o plexo aórtico-abdominal e 
corresponde ao nervo pré-sacral. Para formação dos 
plexos hipogástricos, contribuem: filetes nervosos do 
plexo aórtico-abdominal, os nervos esplâncnicos 
pélvicos e filetes nervosos que se destacam de gânglios 
lombares e sacrais do tronco simpático. Entre as 
vísceras inervadas pelo plexo pélvico, temos a bexiga. 
Inervação da Bexiga 
As fibras viscerais aferentes da bexiga ganham a 
medula através do sistema simpático ou do 
parassimpático. No primeiro caso, sobem pelos nervos 
hipogástricos e plexo hipogástrico superior. Já as fibras 
que acompanham o parassimpático seguem pelos 
nervos esplâncnicos pélvicos, terminando na medula 
sacral. As fibras aferentes que chegam à região sacral 
fazem parte do arco reflexo de micção, cuja parte 
eferente está a cargo da inervação parassimpática. Esta 
Fernanda Marques S Santos 
inicia-se nos neurônios pré-ganglionares da medula 
sacral. As fibras pós-ganglionares curtas que inervam 
as musculatura lisa da parede da bexiga e o músculo 
esfíncter da bexiga saem dos gânglios parassimpáticos 
do plexo pélvico. Os impulsos parassimpáticos que 
seguem nessa via causam relaxamento do esfíncter e 
contração do músculo detrusor. 
Referência 
MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. 
São Paulo: Atheneu, 2013.

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