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Aluno: Glenilson Stutz Curso: Direito Disciplina: Direito Civil III – Contratos Professor: Luciano Antônio da Rosa Atividade: Black Board Após as leituras, elabore uma dissertação sobre o tema “O exercício do direito de evicção”. Em seu texto, aprecie o exercício do direito de evicção e compare os textos do revogado art. 456 do Código Civil e do Enunciado nº 434 da V Jornada. Além disso, pondere sobre a interpretação dada pelo Conselho de Justiça Federal, argumentando pela concordância ou discordância da corrente doutrinária a que se filia o Enunciado nº 434. Enunciado 434 “A ausência de denunciação da lide ao alienante, na evicção, não impede o exercício de pretensão reparatória por meio de via autônoma”. Artigo 456 do CC de 2002 que foi revogado,” Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo”. Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. O artigo 456 que foi revogado pelo art. 125 CPC de 2015 deixa claro que para o exercício do direito de evicção será citado o alienante imediato, e no § 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida, em seu § 2° vai mais longe admitindo-se apenas uma única denunciação sucessiva, não sendo permitido a denunciação per saltum (aquela feita não ao alienante imediato, mas a qualquer um dos alienantes anteriores), em outras palavras, o 2º denunciado à lide (denunciado sucessivo) não poderá mais denunciar ninguém. Ao prever expressamente o exercício da evicção através de ação autônoma, o CPC/15 finalmente consagrou no âmbito legal o entendimento jurisprudencial dominante do STJ e doutrinário do Enunciado 434 da V Jornada de Direito Civil do CJF, segundo o qual a denunciação à lide, em quaisquer de suas formas, é sempre FACULTATIVA jamais obrigatória, contrariamente ao que pregava a literalidade do art. 70 do CPC/73. E no enunciado 434: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DESNECESSIDADE DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE AO ALIENANTE NA AÇÃO EM QUE TERCEIRO REIVINDICA A COISA DO EVICTO. O exercício do direito oriundo da evicção independe da denunciação da lide ao alienante do bem na ação em que terceiro reivindique a coisa. O STJ entende que o direito do evicto de recobrar o preço que pagou pela coisa evicta independe, para ser exercitado, de ele ter denunciado a lide ao alienante na ação em que terceiro reivindique a coisa. A falta da denunciação da lide apenas acarretará para o réu a perda da pretensão regressiva, privando-o da imediata obtenção do título executivo contra o obrigado regressivamente. Restará ao evicto, ainda, o direito de ajuizar ação autônoma. Precedentes citados: REsp 255.639-SP, Terceira Turma, DJ 11/6/2001, e AgRg no Ag 1.323.028-GO, Quarta Turma, DJe 25/10/2012. REsp 1.332.112-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013.” “Enunciado 434 das Jornadas de Direito Civil do CJF. Art. 456: A ausência de denunciação da lide ao alienante, na evicção, não impede o exercício de pretensão reparatória por meio de via autônoma.” Com certeza o enunciado 434 veio reafirmar a natureza facultativa da denunciação a lide e a possibilidade de qualquer das modalidades ser exercida através de ação autônoma de regresso, inclusive a evicção. O CPC/15 com sua nova prerrogativa de não admitir a denunciação per saltum na evicção e limitar a admissão de uma única denunciação sucessiva certamente evitará agregação de duas ou mais lides, ao invés de uma só, isso faz com que haja um desafogar no judiciário e garantia do processo legal e duração razoável do processo elencados no Inciso LXXVIII do Artigo 5° da Constituição Federal de 1988. Conclui-se que o instituto da denunciação per saltum e das litisdenunciações sucessivas estão expressamente revogados do direito positivo brasileiro com o CPC/15, que priorizou o exercício da evicção contra os alienantes MEDIATOS através de ação autônoma, reservando a intervenção de terceiros através da denunciação à lide apenas ao alienante IMEDIATO. BIBLIOGRAFIA: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e atos unilaterais. Vol. 3. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito Civil: Contratos. Vol. 3. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Legislação Federal Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23101698/recurso-especial-resp-1332112-go-2012- 0135223-7-stj/relatorio-e-voto-23101700?ref=juris-tabs http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1072 http://corpus927.enfam.jus.br/legislacao/cpc-15#art-125 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1072 https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23101698/recurso-especial-resp-1332112-go-2012-0135223-7-stj/relatorio-e-voto-23101700?ref=juris-tabs https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23101698/recurso-especial-resp-1332112-go-2012-0135223-7-stj/relatorio-e-voto-23101700?ref=juris-tabs
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