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Apostila Segurança do trabalho e saude ocupacional

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QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA 
 
CURSOS EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – TÉCNICO RECURSOS HUMANOS 
	QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA 
 
CURSOS EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – TÉCNICO RECURSOS HUMANOS 
	QI FACULDADE & ESCOLA TÉCNICA 
 
CURSOS EIXO GESTÃO E NEGÓCIOS – TÉCNICO RECURSOS HUMANOS 
 
 
 
 
 	Segurança do 
 
	 	Trabalho e Saúde 
	 	Ocupacional 
 
 
2
° Ciclo
 
 
Versão 2020-1 
 
 	 
SUMÁRIO 
AULA 1	4 
1 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL	4 
1.1 Introdução	4 
2 HISTÓRICO DA ÁREA DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO	5 
2.1 Histórico	5 
2.1.1 Fatos históricos	7 
2.1.2 Era da revolução industrial	8 
2.1.3 História de acidentes do trabalho no Brasil	9 
2.1.4 As condições de trabalho na atualidade	11 
3 ACIDENTE DE TRABALHO	13 
3.1Tipos de acidentes	13 
3.2 Classificação de acidentes	15 
3.3 Causas, consequências e custos dos acidentes	18 
AULA 2	22 
4 NORMAS REGULAMENTADORAS – NR´S	22 
AULA 3	30 
5 PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO 	
TRABALHO PARA A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS	30 
5.1 NR 05: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA	30 
5.1.1 O Mapa de Riscos	33 
5.2 NR 06: Equipamentos de Proteção Individual - EPI	35 
5.3 NR 07: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO	35 
5.4 NR 09: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA	38 
AULA 4	41 
6 PROGRAMAS DE CONSCIENTIZAÇÃO E BEM ESTAR A SEREM IMPLEMENTADOS 	
NAS EMPRESAS	41 
6.1 Como promover a saúde do trabalhador na empresa	41 
AULA 5	44 
7 DOCUMENTOS LEGAIS	44 
7.1 Atestado de Saúde Ocupacional - ASO	44 
7.1.1 Exames realizados para o ASO	44 
7.1.2 Benefícios com o ASO	44 
7.2 Comunicado de acidente do trabalho - CAT	45 
7.2.1 Tipos de CAT	45 
7.3 Laudo técnico de condições ambientais do trabalho - LTCAT	46 
7.4 Programa de controle médico de saúde ocupacional - PCMSO	46 
7.5 Perfil profissiográfico previdenciário - PPP	47 
7.6 Programa de prevenção de riscos ambientais - PPRA	48 
AULA 6	49 
8 SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO	49 
8.1 Modernos sistemas de gestão	49 
8.2 Finalidade	49 
8.3 Estrutura	50 
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA INDICADA	53 
 
 
 
 
 
 
AULA 1 
1 SEGURANÇA NO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL 
1.1 Introdução 
A Segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas adotadas para minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, protegendo a integridade física e a capacidade de trabalho do trabalhador. 
Já a Higiene Ocupacional pode ser entendida como ciência que visa à antecipação (prevenção), reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos agentes ambientais presentes ou originados nos ambientes de trabalho, que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores e/ou comunidade. 
Para atingir a meta de saúde e segurança no ambiente de trabalho é necessário que a engenharia, nas diversas áreas, em conjunto com a medicina, possa agir. Dessa forma, a segurança do trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e 
Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do 
Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, 
Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos, Engenharias em conjunto com a medicina. 
Aparentemente, algumas atividades laborais parecem inofensivas. O processo de fabricação requer cuidados com a segurança dos trabalhadores com a implantação de programas de saúde e segurança por meio de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. 
Esses profissionais formam o que chamamos de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Também os empregados da empresa contribuem para a promoção da saúde e bem-estar do trabalhador ao constituírem a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), composta por representantes do empregador e representantes dos empregados, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde ocupacional. 
A responsabilidade pela segurança do trabalho é tripartite: poder público, empregador e empregado. 
Assim, cabe ao poder público a criação e fiscalização das normas e leis que versam sobre segurança e saúde no trabalho, cabe ao empregador fazer cumprir essa legislação, podendo ser punido em caso de desrespeito às exigências legais, e ao trabalhador cumprir as exigências de saúde e segurança nos locais de trabalho, obedecendo às normas e leis específicas, contribuindo para a manutenção das condições de trabalho saudáveis, uma vez que é para ele que o ambiente é adaptado. 
Atualmente em busca de trunfos dentro e fora da empresa, as organizações têm demonstrado uma preocupação cada vez maior com a gestão da Saúde e Segurança no Trabalho a fim de que se faça a equação Homem x Máquina com a melhor eficácia possível. 
Esse é o grande desafio da área de Recursos Humanos das organizações. 
No dia 28 de abril de 1969, uma explosão numa mina no estado norte-americano da Virginia matou 78 mineiros. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. 
2 HISTÓRICO DA ÁREA DE SAÚDE OCUPACIONAL E SEGURANÇA DO TRABALHO 
2.1 Histórico 
As formas de trabalho variam conforme o momento histórico. As sociedades primitivas, por exemplo, baseavam seu trabalho na coleta, na caça, na pesca e, geralmente, as atividades eram dividas por gênero. Depois se passou para uma sociedade artesanal, e na Idade Média encontramos o sistema feudal como predominante, onde o trabalho fundamentava-se no cultivo da terra. Mas o principal marco na história do trabalho certamente é a Revolução Industrial. Foi ela que transformou a sociedade rural e agrícola do mundo ocidental em uma sociedade basicamente urbana e industrial. 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou no Dia Mundial da Saúde e 
Segurança no Trabalho (2017), que cerca de 2,3 milhões de pessoas morrem e 300 milhões 
ficam feridos todos os anos no mundo em acidentes de trabalho. 
"Hoje nós não temos muitas razões para celebrar o Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho", disse o diretor do Escritório da OIT em Nova York, Vinícius Pinheiro. 
Segundo Pinheiro: 
a cada cinco minutos, cerca de 20 trabalhadores morrem em acidentes de trabalho. São cerca de 3 mil sofrem acidentes ao redor do mundo, disse ele. "É realmente uma tragédia muito grande, e o custo é enorme. A OIT estima que os acidentes de trabalho custam cerca de 4% do PIB [Produto Interno Bruto] mundial em termos de dias perdidos, gastos com saúde, pensões, reabilitação e reintegração." 
Não se sabe ao certo quando o homem começou a se preocupar com acidentes e doenças relacionadas com o trabalho. Já no século IV a C., eram feitas referências à existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos. Mas foi com a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, no final do séc. XVIII e com o aparecimento das máquinas de tecelagem, movido a vapor, que a ocorrência de acidentes aumentaram. 
A produção, que antes era artesanal e doméstica, passa a ser realizada em fábricas mal ventiladas, com ruídos altíssimos e em máquinas sem proteção. Mulheres, homens e principalmente crianças foram as grandes vítimas. 
A primeira legislação no campo de proteção ao trabalhador, a “Lei das Fábricas”, surgiu na Inglaterra em 1833, determinando limites de idade mínima e jornada de trabalho (por jornada de trabalho entende-se o tempo que o funcionário, por determinações das convenções coletivas e por Lei, ou ainda pelo próprio contrato de trabalho,deve permanecer à disposição da empresa para realizar a tarefa determinada) 
Ao longo do século XIX, surgiram outras organizações operárias. Como nos conta 
Mario Schmidt, certos grupos de trabalhadores formavam associações de ajuda mútua. Pagavam pequenas mensalidades e, quando um deles ficava doente, recebia auxílio da associação. Aos poucos, os trabalhadores sentiram a força de sua organização. As associações de ajuda mútua se tornaram sindicatos (op. cit.). 
Os sindicatos da época, semelhantes aos de hoje, procuravam atrair outros trabalhadores e organizar as lutas econômicas contra a burguesia e a mais influente forma de luta era a greve. “A maioria dos trabalhadores de fábrica cruzava os braços e se recusava a trabalhar enquanto os patrões não atendessem às suas reivindicações” (op. cit.). As principais exigências dos trabalhadores eram aumento de salário, diminuição da jornada de trabalho e a proibição do trabalho infantil. 
Os governos europeus do século XIX em geral ficavam do lado dos capitalistas contra o proletariado. As leis, os tribunais e a polícia eram acionados contra os sindicatos e as greves. Muitos trabalhadores foram presos e até mortos pela polícia. 
A partir de 1830 formou-se na Inglaterra o movimento cartista. O cartismo juntava operários, artesãos e até gente da pequena burguesia. Os cartistas redigiram um documento chamado Carta do Povo e o enviaram ao Parlamento inglês. A principal reivindicação do documento era o sufrágio universal masculino. 
O cartismo organizou gigantescos comícios em Londres. Mas o Parlamento permaneceu insensível. Somente em 1867, os operários especializados e a pequena burguesia conquistariam o direito de voto. Apesar disso, o cartismo foi importante para que o proletariado inglês adquirisse consciência política. 
2.1.1 Fatos históricos 
1600: Surge o relógio e começa-se a comprar o tempo de trabalho. Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em usufruir de uma boa saúde e qualidade de vida, na medida em que não se pode dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida, verificam-se, gradativamente, a grande preocupação com as condições do trabalho. 
Figura 1 – Aristóteles 	 
1.700: O médico italiano Bernardino Ramazzini, considerado o pai da medicina do trabalho, publicou por volta de 1700, o livro “Doenças dos Trabalhadores”. 
 
 
Figura 2 – Bernardino Ramazzini 
· 1760: Surgiu a revolução industrial na Europa, começaram aí as improvisações. Nesta época o índice de acidentes era alto, com alta taxa de mortalidade. 
· 1802: Começa a preocupação com o trabalhador e surgiu a lei de saúde moral dos aprendizes. Essa lei estabelecia um limite de 12 horas por dia, proibia o trabalho noturno e atribuía obrigações do empregador quanto às condições de higiene no ambiente do trabalho. 
· 1831: Surgiu a comissão parlamentar de inquérito - elaborou um documento sobre a condição de vida dos trabalhadores. 
· 1833: Com o impacto causado na sociedade pelo relatório, surgiu a LEI DAS FÁBRICAS (FACTORY ACT), considerada a primeira legislação no campo da proteção ao trabalhador. Dizia que Maiores de 18 anos só poderiam trabalhar até 12h/dia não superior a 69h semanais. Idade mínima para trabalho era de 9anos. Fábricas que empregassem menor deveriam ter escolas, além de médicos para acompanhamento do correto desenvolvimento físico desses menores. 
· 1860: Surgiu a legislação alemã. 
· 1867: Alteração da medida de 1833 estabelecendo o controle para as condições do ambiente de trabalho. 
· 1900: Surgiu a legislação americana. 
· 1919: Organização Internacional do Trabalho - OIT com o objetivo de uniformizar as questões trabalhistas, a superação das condições subumanas do trabalho e o desenvolvimento econômico adota seis convenções destinadas à proteção da saúde e à integridade física dos trabalhadores (limitação da jornada de trabalho, proteção à maternidade, trabalho noturno para mulheres, idade mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno para menores). Objetivando uniformizar as questões trabalhistas, a superação das condições subumanas do trabalho e o desenvolvimento econômico. 
· 1945: É assinada a Carta das Nações Unidas, que estabeleceu nova ordem na busca da preservação, progresso social e melhores condições de vida das futuras gerações. 
· 1948: Cria-se a Organização Mundial da Saúde - OSM, que estabelece o conceito de que a “saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau máximo de saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo ser humano. ” Nesse ano aprova-se também a Declaração Universal dos Direitos Humanos do Homem, que se constitui uma fonte de princípios na aplicação das normas jurídicas, que assegura ao trabalhador o direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, as condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra ao desemprego; o direito ao repouso e ao lazer, limitação de horas de trabalho, férias periódicas remuneradas, além de padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar. 
 
2.1.2 Era da revolução industrial 
A Revolução Industrial provocou grandes transformações no mundo: a economia transformou-se, pois, a atividade industrial passou a ocupar o centro da vida econômica; formaram-se grandes empresas industriais e o trabalho assalariado passou a predominar em toda parte; em outras palavras, impôs-se o capitalismo industrial. 
A Revolução Industrial enriqueceu muitos capitalistas, mas a grande maioria dos operários vivia em péssimas condições. Os problemas relacionados com a saúde intensificaram-se a partir da Revolução Industrial. Houve uma elevada taxa de acidentes devido a novos equipamentos adotados, ou seja, deixando o trabalho artesanal e adotando o Trabalho Industrial, a falta de treinamento adequado para esse novo equipamento, as longas jornadas de trabalho adotadas pelas empresas, o trabalho infantil contribuiu muito para esse fato e também para agravar mais ainda essa ocorrência, falta de uma legislação justa, onde o trabalhador acidentado ficava a própria sorte. 
A industrialização trouxe muitos benefícios materiais, mas gerou também um grande número de problemas que ainda afligem o mundo moderno, como os danos ao meio ambiente. Além disso, a modernização tecnológica tornou obsoletas diversas formas de trabalho, gerando um desemprego crescente. Segundo o historiador Mario Schmidt, “antes da Revolução Industrial, menos de 10% da população europeia vivia nas cidades" (2005, p. 112). Isso era ainda um reflexo do feudalismo, pois havia poucas indústrias em toda a Europa Ocidental e a maioria dos produtos manufaturados era feita em casas situadas nas zonas rurais. Comerciantes da burguesia distribuíam as matérias-primas aos trabalhadores e recolhiam os produtos acabados. Os burgueses eram donos das matériasprimas, pagavam pelo trabalho realizado e procuravam mercado para seus produtos. O modo de vida variava pouco de uma geração para outra, e a maioria dos filhos seguia o ofício dos pais. Os trabalhadores e lavradores não tinham voz ativa no governo. Em muitos países, não havia nem mesmo eleições. 
A situação nas pequenas e novas indústrias que surgiam não era fácil para os operários. Conforme Schmidt relata, “os salários eram baixíssimos, a jornada de trabalho podia alcançar 14 ou 16 horas por dia e não havia direito a férias. As fábricas eram imundas e barulhentas. Os patrões, muito autoritários, humilhavam os empregados” (op. cit.). Com todas essas condições precárias, é evidente que a consequência seria a pobreza. Grandes cidades, como Londres e Paris, encheram-se de favelas e cortiços. O mesmo autor citado ainda diz que “os pobres se amontoavam em bairros onde o esgoto e os ratos disputavam as ruas com os pedestres” (op. cit.). A máquina a vapor dispensava a força física. Por causa disso os patrões preferiam o trabalho das mulheres e, principalmente, das crianças, que recebiam pagamento menor pelo mesmo serviço de um homem adulto. Quase todasas fábricas do começo do século XX empregavam crianças. Enquanto isso, os burgueses continuavam enriquecendo. 
Os trabalhadores logo perceberam a necessidade de se unir e lutar por seus direitos. Assim, o começo da Revolução Industrial representou também o início das lutas operárias. Por meio dessas lutas, os operários formavam a consciência de que pertenciam a uma mesma classe social: o proletariado. 
2.1.3 História de acidentes do trabalho no Brasil 
 Com o objetivo de melhorar as condições de saúde e trabalho no Brasil, a partir da década de 30, várias leis sociais foram criadas; dentre elas, ressalta-se a obrigatoriedade da formação da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que se tornou eletiva em 1944. A luta dos trabalhadores pela saúde no Brasil é anterior até mesmo à industrialização do país no início do século X. Antes, porém, os trabalhadores lutavam por direitos considerados atualmente como básicos, mas que só foram alcançados graças a muita luta, como: Descanso semanal remunerado; Jornada semanal de 48 horas de trabalho; Igualdade de direitos para a mulher trabalhadora; Assistência médica e aposentadoria; Indenização por acidente de trabalho. 
Com o aumento da industrialização do país a partir da década de 50, surgem os primeiros médicos de empresa, com a responsabilidade de manter nas linhas de produção os trabalhadores mais saudáveis, afastando aqueles que sofriam de algum mal ou um acidente. No entanto, nesta época, pouco ou quase nada se fazia em termos de prevenção e, a única preocupação real era a perda de tempo e os prejuízos causados pelos acidentes ao empregador. 
Entre 2012 e 2016, foram registrados 3,5 milhões de casos de acidente de trabalho em 26 estados e no Distrito Federal (Ministério da Fazenda). Esses casos resultaram na morte de 13.363 pessoas e geraram um custo de R$ 22,171 bilhões para os cofres públicos com gastos da Previdência Social, como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente para pessoas que ficaram com sequelas. Nos últimos cinco anos, 450 mil pessoas sofreram fraturas enquanto trabalhavam. 
A legislação leva em conta não só os acidentes que ocorrem no local e no horário de trabalho, que somaram 383 mil casos em 2015, mas também durante o deslocamento dos profissionais (106 mil casos) e causam a morte ou redução ou a perda da capacidade para o trabalho. Também as doenças que são desenvolvidas em razão das funções exercidas no trabalho entram na classificação de acidentes (13 mil ocorrências). 
Há uma tendência de queda, mas o número ainda é elevado, as principais ações do MTE na área de segurança e saúde no trabalho são a normatização e as fiscalizações, desenvolvidas pelo DSST, e a pesquisa e difusão de conhecimentos, de responsabilidade da Fundacentro. Foram publicadas as Normas Regulamentadoras (NR’s) referente à segurança em várias áreas de atuação e com foco nas atividades desenvolvidas pelas mesmas. 
As normas são os resultados de um processo de consulta pública e negociação tripartite, envolvendo governo, trabalhadores e empregadores. 
Os auditores fiscais do trabalho realizam ações em todo o país, junto aos trabalhadores das mais diversas categorias, regularizando situações de descumprimento da legislação, através de embargos e interdições, bem como são analisados acidentes de trabalho graves e fatais. 
Fatos históricos no Brasil: 
· 1930: O Estado interveio nas relações do trabalho. 
· 1943: No Governo Vargas entra em vigor a CLT (consolidação das leis do trabalho) decreto lei 5452/43 (1 de maio de 1943). 
· 1970: O Brasil é o detentor do título de campeão mundial de acidentes. 
· 1977: O legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo específico à Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da Lei nº 6.514/77. 
· 1978: Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho regulamenta os artigos contidos na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78, criando vinte e oito Normas Regulamentadoras - NR’s. 
· 1988: Com a Constituição de 1988 nasce o marco principal da etapa de saúde do trabalhador no nosso ordenamento jurídico. Está garantida a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. E, ratificadas as Convenções 155 e 161 da OIT, que também regulamentam ações para a preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde do Trabalhador. 
· 1997: A NR 29 é aprovada que diz respeito à Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. 
· 2002: A NR 30 é aprovada e fala sobre a Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. 
· 2017: A Nova CLT Lei 13.467/17 é aprovada, apresentando uma série de novidades relacionadas à legislação trabalhista, sendo mais ou menos específica em alguns temas, em contraponto com a redação da Lei anterior 5.452/43. 
· 2018: O Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014 instituiu o eSocial. Sua implantação tornou-se obrigatória através da Resolução nº 2/2016, do Conselho Diretivo do eSocial, publicada no DOU de 31/08/2016 que estabeleceu um cronograma para obrigação do eSocial a partir de janeiro de 2018. 
Atualmente estão em vigor a portaria Nº 3214 de 08 de junho de 1978, regulamentadora da lei 6514/77 onde estão inseridas as 36 NR’s. 
Assim como a portaria Nº 1186 de 20 de dezembro de 2018, a qual regulamentou a NR 37 – segurança e saúde em plataforma de petróleo. 
2.1.4 As condições de trabalho na atualidade 
Hoje, todos os funcionários de qualquer fábrica que seja, bem como qualquer trabalhador de outro setor, desfrutam de benefícios e leis trabalhistas que definem os direitos e deveres dos empregados. 
É preciso que se fiquem atentos às atuais condições de trabalho, pois com a Reforma Trabalhista – Lei 13.467/17 o papel dos sindicatos, que até então defendiam os interesses diversos da classe de trabalhadores, está perdendo alguns espaços. Tanto a CLT Lei 
5.452/43 quanto a lei 13.467/17 referem alguns direitos dos trabalhadores, à saber: 
· Carteira de trabalho assinada desde o primeiro dia de serviço; 
· Exames médicos de admissão e demissão; 
· Repouso Semanal Remunerado (1 folga por semana); 
· Salário pago até o 5º dia útil do mês; 
· Primeira parcela do 13o salário paga até 30 de novembro; 
· Segunda parcela até 20 de dezembro; 
· Férias de 30 dias com acréscimos de 1/3 do salário a cada um ano de trabalho (podendo ser parcelada em até três períodos); 
· Vale-Transporte com desconto máximo de 6% do salário; 
· Licença Maternidade de 120 dias, com garantia de emprego até 5 meses depois do parto; 
· Licença Paternidade de 5 dias corridos; 
· FGTS: depósito de 8% do valor total da remuneração em conta bancária a favor do empregado (CONTA DA CAIXA); 
· Garantia de 12 meses em casos de acidente; 
· Adicional noturno de 20% para quem trabalha de 22 horas de um dia às 05 horas do dia seguinte (para trabalhadores urbanos) e das 21 horas de um dia às 05 horas do dia seguinte (para trabalhadores rurais - lavoura e pecuária); 
· Faltas ao trabalho nos casos de casamento (3 dias), doação de sangue (1 dia/ano), alistamento eleitoral (2 dias), morte de parente próximo (2 dias), testemunho na Justiça do Trabalho (no dia), doença comprovada por atestado médico; 
· Aviso prévio de 30 dias, em caso de demissão sem justa causa e a cada 1 ano aumenta em 3 dias (podendo o desligamento ser efetuado via negociação, com reflexo nas verbas rescisórias trabalhistas); 
· Seguro-Desemprego (não permitido em casos de negociação do desligamento). 
 
Esses são alguns dos direitos válidos no Brasil previsto na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho - Lei 5.452/43 e Lei 13.467/17 (sempre em constante atualização) e saibamos que as leis trabalhistas podem variar conforme cada país. 
Outro aspecto a ser destacado é que existem muitas empresas que atuam de maneira clandestina ou até mesmo que sonegam impostos, prejudicando assim a situação dos trabalhadores. 
Além do mais, em pleno século XXI ainda existem trabalhadores escravosno mundo todo, isto é o que afirmam os dados da Organização Internacional do Trabalho. Segundo a pesquisa, “pelo menos 12,3 milhões de pessoas estão submetidas ao trabalho forçado em todo o mundo, e quase a metade é de meninos e meninas, [...] disse a Organização Internacional do Trabalho" (apud. SURI, 2009). 
Portanto, mesmo com todos esses direitos garantidos e conquistados através de muita luta por parte dos trabalhadores, podemos perceber que a situação de alguns trabalhadores não evoluiu, alguns ainda são tratados com desigualdade, de forma humilhante e desumana, não recebendo nenhum direito garantido por Lei. Muitas vezes, quem se rende a essa forma de trabalho (escravo) são pessoas leigas, de classe baixa, sendo esta forma sua única opção de renda. 
3 ACIDENTE DE TRABALHO 
Conforme o artigo 19 da Lei n. º 8.213, de 24 de julho de 1991 conceitua como acidente do trabalho "aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, doença ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". 
É um acontecimento involuntário resultante tanto de uma ação insegura por parte do funcionário (negligenciar-se quanto ao uso de EPI’s, por exemplo) quanto de uma situação que possa causar danos ao trabalhador e à organização que o abriga (negligenciar a oferta de EPI’s, por exemplo). 
Do ponto de vista preventivo, entretanto, essa definição não é satisfatória, o acidente é definido em função de suas consequências sobre o homem, ou seja, as lesões, perturbações ou doenças. 
Visando a prevenção dos acidentes, no que se refere à produção, acidente de trabalho deve ser definido como "qualquer ocorrência que interfere no andamento normal do trabalho", pois além do homem, podem ser atingidos nos acidentes, outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas, equipamentos e tempo. 
3.1Tipos de acidentes 
Equipara-se a acidente do trabalho quando uma das situações abaixo é verificada: 
Doença profissional, ou seja, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante de relação elaborada pelo MPAS (Ministério da Previdência Social). 
Doença do trabalho, ou seja, aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante de relação do MPAS. 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho, segundo a Lei n. º 8213/91: 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho. 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho. 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho. 
d) ato de pessoa privada do uso da razão. 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa. 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito. 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou desse para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 
Em 2019, foi criada a Medida Provisória 905/19, do Contrato Verde e Amarelo, no qual o trabalhador que sofrer acidente durante o trajeto volta a ter seus direitos acidentários garantidos (a MP não mais reconhecia esse tipo de acidente como sendo de trabalho). Essa MP, ficou em vigor entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril deste ano — data em que o presidente Jair Bolsonaro revogou a medida. 
3.2 Classificação de acidentes 
Figura 3: Classificação pela ordem de órgão competente. 
	Classificação de Acidentes Segundo Sistema Previdenciário
	Tipo
	Descrição
	
	
	Acidentes Típicos 
	São	os	acidentes	decorrentes	da	característica	da	atividade	profissional desempenhada pelo acidentado.
	Acidentes de 
Trajeto 
	São os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa. 
	Acidentes Devidos à Doença do Trabalho 
	São os acidentes ocasionados por qualquer tipo de doença profissional peculiar a determinado ramo de atividade constante na tabela da Previdência Social.
	Acidentes 
Liquidados 
	Corresponde	ao	número	de	acidentes	cujos	processos	foram	encerrados administrativamente pelo INSS, depois de completado o tratamento e indenizadas as seqüelas.
	Assistência 
Médica 
	Corresponde aos segurados que receberam apenas atendimentos médicos para sua recuperação para o exercício da atividade laborativa. 
	Incapacidade 
Temporária 
	Compreende os segurados que ficaram temporariamente incapacitados para o exercício de sua atividade laborativa. Durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Após este período, o segurado deverá ser encaminhado à perícia médica da Previdência Social para requerimento do auxílio-doença acidentário 
	Incapacidade 
Permanente 
	Refere-se aos segurados que ficaram permanentemente incapacitados para o exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. Entende-se por incapacidade permanente parcial o fato do acidentado em exercício laboral, após o devido tratamento psicofísico-social, apresentar seqüela definitiva que implique em redução da capacidade. Esta informação é captada a partir da concessão do benefício auxílio-acidente por acidente do trabalho, espécie 94. O outro tipo ocorre quando o acidentado em exercício laboral apresentar incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer atividade laborativa.
	Óbitos
	Corresponde a quantidade de segurados que faleceram em função do acidente do trabalho.
Fonte: www.previdencia.gov.br 
Na ocorrência de acidentes de trabalho, conforme a situação se faz necessário realizar a comunicação aos órgãos competentes, para tal é fundamental a sua classificação, conforme ilustração a seguir: 
 
A esquematização do sistema de comunicação de acidentes será elaborada a partir das consequências do acidente, que podem ser classificadas em: 
· Sem lesão 
· Lesão leve (acidente sem afastamento): É aquele em que o acidentado pode exercer sua função normal, no mesmo dia do acidente, ou no próximo, no horário regulamentar. O acidente sem afastamento deve ser investigado, mas, por convenção, não entra nos cálculos dos coeficientes de frequência e gravidade. Acidente
no
Trabalho
O acidente
deve ser
registrado
O acidente
deve ser
registrado
Incapacidade
Temporária
Incapacidade
Total
Permanente
Incapacidade
Parcial
Permanente
Acidente Sem 
Afastamento
do Trabalho
Acidente Com
Afastamento
do Trabalho
Morte
· Lesão 	incapacitante 
	(acidente 	com 
afastamento): é o acidente que provoca a incapacidade temporária, incapacidade parcial ou incapacidade total. Conforme descrito. 
· Incapacidade temporária: É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, devido ao acidente, volta ao mesmo serviço executandosuas funções normalmente, como fazia antes do acidente. 
· Incapacidade parcial: É a redução parcial da capacidade de trabalho do acidentado, em caráter permanente. Exemplos: Perda de um dos olhos. Perda de um dedo. 
· Incapacidade total: É a perda da capacidade total para o trabalho em caráter permanente. Exemplo: Perda de uma das mãos e dos dois pés, mesmo que a prótese seja possível. 
Essa classificação é feita no sentido de facilitar o entendimento. A Associação 
Brasileira de Normas Técnicas editou uma norma de cadastro de acidentes (NB-18) em 1958, a qual já passou por duas reformulações, em 1967 e 1975, as quais não tem caráter legal apenas normativo. Os conceitos aqui apresentados envolvem não só uma compilação dessa Norma, mas também aspectos legais. 
Qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão já ocasiona perda de tempo para normalização das atividades podendo ocasionar ainda, danos materiais. 
Não existe a necessidade legal de comunicação aos órgãos da Previdência Social quando não há lesão que ocasione o afastamento do trabalhador, se esse retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, no horário normal. 
O acidente sem afastamento seria aquele que o acidentado, embora tenha sofrido uma lesão, pode retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, em seu horário regulamentar de entrada. 
Ocorrido o acidente e não acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo dia ou dia seguinte de trabalho, no horário normal, passamos a considerar esse acidente como acidente com afastamento, cuja consequência é uma incapacidade temporária total, ou uma incapacidade permanente parcial ou total, ou mesmo a morte do acidentado. 
A comunicação de acidentes será tanto mais complexa quanto mais grave for a sua consequência. 
Os acidentes que não ocasionam lesão (como a simples queda de um fardo de algodão da respectiva pilha) tornam-se importantes pela possibilidade de que, no caso do exemplo citado, havendo repetição do fato, o fardo pode atingir algum operário. Deverão, portanto, ser estudadas as causas dessa queda para evitar fatos semelhantes, acionandose o encarregado do setor, o chefe do departamento e o Serviço Especializado de Segurança do Trabalho, quando houver, ou então a CIPA. No caso de um acidente sem afastamento, com uma lesão leve, portanto, além dos elementos citados anteriormente também o enfermeiro ou médico será envolvido. 
Quando em virtude do acidente ocorre lesão ou perturbação funcional que cause incapacidade temporária total, incapacidade permanente parcial, ou total, ou a morte do acidentado, as providências a serem tomadas quanto à sua comunicação no âmbito da empresa são: 
a) Da própria vítima ou de colegas ao encarregado do setor (normalmente oral) 
b) Do encarregado do setor ao chefe do departamento (normalmente oral) 
c) Do chefe de departamento à direção da empresa e ao departamento de segurança 
(por escrito). 
A empresa deverá comunicar ao INSS, em, no máximo, 01 dia útil, da ocorrência do acidente, através do preenchimento da Comunicação de Acidente do Trabalho. 
3.3 Causas, consequências e custos dos acidentes 
São entendidos como fatores principais causadores de acidentes os seguintes: 
a) Condições inseguras, inerentes às instalações, como máquinas e equipamentos. 
b) Atos inseguros, entendidos como atitudes indevidas do elemento humano. 
c) Fatores pessoais de insegurança, fatores pessoais (personalidade) dos indivíduos que contribuem para a ocorrência de acidentes. 
d) Eventos catastróficos, como inundações, tempestades, (independentes da ação da empresa ou do funcionário). 
As figuras a seguir ilustram algumas situações de risco a acidentes no trabalho: 
Figura 5: Situação de risco – Ato inseguro Figura 6: Situação de risco – Condições inseguras 
 
Estudos técnicos, principalmente no campo da engenharia, são capazes de, com o tempo, eliminar as condições inseguras. Quando se fala, porém, do elemento homem, apenas técnicas não são suficientes para evitar uma falha nas suas atitudes. Sob o ponto de vista preventivo a causa de acidente é qualquer fator que, se removido a tempo teria evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis, não surgem por acaso, eles, na maioria das vezes, são causados, e, portanto possíveis de prevenção, através da eliminação a tempo de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais (dependentes, portanto, do homem) ou materiais (decorrentes das condições existentes nos locais de trabalho). 
Vários autores, na análise de um acidente, consideram como causa do acidente o ato ou a condição que originou a lesão, ou o dano. Porém, devem ser analisadas todas as causas, desde a mais remota, o que permitirá um adequado estudo e posterior neutralização ou eliminação dos riscos. 
Qualquer acidente do trabalho acarreta prejuízos econômicos para o acidentado, para a empresa, para os cofres públicos. Se encararmos o acidente do ponto de vista preventivo (não há necessidade de efeito lesivo ao trabalhador em virtude da ocorrência), a simples perda de tempo para normalizar a situação já representa custo. 
	Por exemplo, a queda de um fardo de algodão mal armazenado, em princípio, teria como consequências: 
a) O empregado encarregado de refazer o processo despenderá esforço para o 
trabalho, inclusive passando novamente pelo risco inerente à atividade, desnecessário se a armazenagem inicial tivesse sido corretamente feita; 
b) O empregador pagará duplamente pelo serviço de armazenagem; 
c) A perda de produção, pela necessidade de execução do serviço várias vezes, 
representa um custo, mais sentida em caso de produtos de exportação. 
	Se, no exemplo anterior, um trabalhador for atingido pelo fardo e necessitar de um afastamento temporário para recuperação, cita-se como consequências: 
a) o operário ficará prejudicado em sua saúde; 
b) o empregador arcará com as despesas de salário do acidentado, do dia do acidente 
e dos seguintes quinze dias, 
c) a empresa seguradora (no caso do INSS) pagará as despesas de atendimento 
médico e os salários a partir do 15º dia até o retorno do acidentado ao trabalho normal. 
Há diversos custos que o próprio bom-senso facilmente determina. Outros, porém, além de não serem identificados na totalidade, quando o são tornam-se de difícil mensuração. O caso de um trabalhador morto em virtude de um acidente do trabalho. Em termos da Nação como um todo, como mensurar a perda de capacidade produtiva e mesmo da capacidade criativa do acidentado? Teremos os gastos com funeral, pagamento de pensão, porém o chamado CUSTO SOCIAL decorrente do acidente não poderá ser determinado. A família do acidentado poderá sofrer graves consequências, não só financeiras como também sociais. 
Não haverá mais a possibilidade de promoções, horas extras, etc. Toda a experiência de vida que poderia ser transmitida aos filhos é perdida. Pode ser sentida aqui a dificuldade para mensurar os custos dos acidentes. Para contornar esse problema, por meio de uma investigação de acidentes bem feita, e com a utilização de recursos matemáticos e inferências estatísticas, podemos atingir um bom nível de precisão em termos de custos para o empregador. 
O custo total do acidente do trabalho se dá de duas formas: o custo direto e o custo indireto, ou seja: C.T. = C.D.+ C.I.
 
Onde:
 
CT = 
custo total
 
CD = custo direto
 
CI = custo indireto
 
O custo direto não tem relação com o acidente em si. É o custo do seguro de acidentes do trabalho que o empregador deve pagar ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, conforme determina do no artigo 26 do decreto 2.173, de 05 de março 
de 1997. Essa contribuição é calculada a partir do enquadramento da empresa em três níveis de risco de acidente do trabalho (riscos leves, médios e graves) e da folha de pagamento de contribuição da empresa, da seguinte forma: 
I – 1 % (um por cento) para a empresa cuja atividade preponderante ao risco de acidente do trabalho seja considerada leve. 
II – 2 % (dois por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante a esse riscode acidente do trabalho seja considerado médio. 
III – 3 % (três por cento) para a empresa em cuja atividade preponderante a esse risco de acidente do trabalho seja considerado grave. 
Essa porcentagem é calculada em re1ação à folha de pagamento de contribuição e é recolhida juntamente com as demais contribuições devidas ao INSS. A classificação da empresa será feita a partir de tabela própria, organizada pelo Ministério da Previdência Social - MPS. 
Tendo em vista que o custo direto nada mais é que a taxa de seguro de acidentes do trabalho paga pela empresa à Previdência Social, esse custo também é chamado de "custo segurado" e representa saída de caixa imediata para o empregador. 
Já os fatores que influem no custo indireto não representam uma retirada de caixa imediata para a empresa, mas, embora prejudiquem a produção e inclusive a diminuam, não acarretam novos gastos necessariamente. Eles são inerentes à própria atividade da empresa. 
A seguir são citados alguns fatores que influenciam no aumento do custo indireto de um acidente do trabalho: 
a) Salário pago ao acidentado no dia do acidente. Mesmo em casos de acidente de trajeto, o empregador é responsável por esse pagamento. 
b) Salários pagos aos colegas do acidentado, que deixam de produzir para socorrer a vítima, avisar seus superiores e, se necessário, auxiliar na remoção do acidentado. 
c) Despesas decorrentes da substituição de peça danificada ou manutenção e reparos de máquinas e equipamentos envolvidos no acidente, quando for o caso. 
d) Prejuízos decorrentes de danos causados ao produto em processo. 
e) Gastos para a contratação de um substituto, quando o afastamento for prolongado. 
f) Pagamento do salário do acidentado nos primeiros quinze dias de afastamento; pagamento de horas extras aos empregados para cobrir prejuízo causado à produção pela paralisação decorrente do acidente; gastos extras de energia elétrica e demais facilidades das instalações em decorrência das horas extras trabalhadas. 
g) Pagamento das horas de trabalho despendidas por supervisores e outras pessoas (na investigação das causas do acidente; na assistência médica para os socorros de urgência; no transporte do acidentado; em providências necessárias para regularizar o local do acidente e na assistência jurídica). 
 	 
AULA 2 
4 NORMAS REGULAMENTADORAS – NR´S 
As Normas Regulamentadoras regulamentam o capítulo V, título II da CLT. Foram aprovadas pela Portaria 3214 de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho, e legislação complementar, sendo atualmente em número de trinta e seis, cujo conteúdo básico é apresentado a seguir. 
NR 1: DISPOSIÇÕES GERAIS E GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS (última modificação Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019) 
Estabelece as competências relativas às NR no âmbito dos Órgãos governamentais, define os principais termos usados nas normas e estabelece as obrigações gerais do empregador e do empregado. 
 
Maiores detalhes acerca das alterações recentes dessa NR, 
 consultar material complementar – plataforma Moodle. 
 
NR 2: INSPEÇÃO PRÉVIA (revogada pela Portaria SEPRT nº 915, de 30 de julho de 2019, publicada no DOU de 31/07/2019) 
Estabelece os procedimentos a serem seguidos para o início das atividades de qualquer estabelecimento visando obter junto ao Órgão Regional do MTB a aprovação de suas instalações e do “Certificado de Aprovação de Instalações”. 
NR 3: EMBARGO OU INTERDIÇÃO (última modificação Portaria SEPRT 1069, de 23/09/2019) 
Estabelece as condições em que pode ocorrer interdição de um estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento ou embargo de uma obra em função da existência de risco grave e iminente para o trabalhador. 
NR 4: SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM 
MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) (última modificação: Portaria MTPS 510, de 29/04/2016) 
· Define as empresas que deverão manter SESMT, e estabelece que o dimensionamento desse serviço se vincula à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento; 
· Apresenta o quadro de “Classificação Nacional de Atividades Econômicas” e seu correspondente “grau de risco”; 
· Estabelece os requisitos a serem observados pelos profissionais que venham a ocupar os cargos de médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho e técnico de segurança do trabalho; 
· Relaciona as competências dos profissionais integrantes do SESMT; 
· Define o número de profissionais que irá constituir o SESMT e a jornada mínima de trabalho dos mesmos, através do relacionamento entre o grau de risco do estabelecimento e o número de operários. 
NR 5: COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) (última 
modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019) 
Estabelece a obrigatoriedade da constituição da CIPA nas empresas, seus objetivos, como deve ser constituída, suas obrigações junto ao MTE, as atribuições, deveres e direitos de seus componentes e as obrigações dos empregados e do empregador relativas a seu funcionamento. 
NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) (última modificação: Portaria MTb 
877, de 24/10/2018). 
· Estabelece as obrigações do empregador quanto ao fornecimento gratuito dos EPI, treinamento dos funcionários para o uso dos mesmos, a responsabilidade de tornar obrigatório seu uso e dá outras disposições; 
· Estabelece as obrigações dos empregados relativas ao uso do EPI; 
· Define as obrigações do fabricante e do importador do EPI; 
· Estabelece que todo EPI deve possuir “Certificado de Aprovação”(CA) fornecido pelo MTE e dá outras disposições relativas ao assunto. 
NR 7: PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) (última 
modificação: Portaria MTb 1031, de 06/12/2018). 
· Estabelece a obrigatoriedade por parte dos empregadores em elaborar e implementar PCMSO, assim como o acompanhamento do programa; 
· Define as diretrizes e responsabilidades do empregador e do médico coordenador relativo ao PCMSO; 
· Estabelece à realização obrigatória de exames médicos nos operários, sua frequência, a necessidade da realização de exames complementares e dá outras disposições; 
· Torna obrigatória a emissão de “Atestado de saúde Ocupacional” (ASO), seu conteúdo mínimo e o direito do trabalhador em receber uma via do mesmo; 
· Estabelece a obrigação dos estabelecimentos em possuírem materiais para prestação de primeiros socorros. 
NR 8: EDIFICAÇÕES (última modificação: Portaria SIT 222, de 06/05/2011) 
Estabelece os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir o conforto aos que nelas trabalham. 
NR 9: PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) (última 
modificação: Portarias SEPRT n.º 1.358 e 1.359, de 09 de dezembro de 2019). 
· Estabelece a obrigatoriedade do empregador de elaborar e implementar o PPRA visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração o meio ambiente e os recursos naturais; 
· Define os responsáveis pela elaboração do PPRA a forma como devem ser levadas a efeito as ações, os parâmetros mínimos a serem observados em sua elaboração, sua estrutura e forma de acompanhamento e registro de dados e dá outras disposições. NR 10: INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE (última modificação: Portaria 
SEPRT 915, de 30/07/2019) 
· Estabelece as condições mínimas que qualificam os trabalhadores que atuam em redes elétricas e dá outras disposições; 
· Fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que tenham em instalações elétricas em suas diversas etapas, incluindo o projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e ainda a segurança de usuários e terceiros. 
NR 11: TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO DE 
MATERIAIS (última modificação: Portaria MTPS 505, de 29/04/2016). Anexo I - regulamento técnico de procedimentospara movimentação, armazenagem e manuseio de chapas de rochas ornamentais. (Última modificação: Portaria MTPS 505, de 29/04/2016). 
· Estabelece as normas de segurança para as atividades de transporte de sacas e de armazenamento de materiais; 
· Define as normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. 
NR 12: MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (Última modificação: Portaria SEPRT 916, de 30/07/2019). 
· Estabelece as condições a serem observadas nas instalações e áreas de trabalho; 
· Define as normas de segurança das máquinas e equipamentos, assim como sua manutenção e operação; 
· Estabelece critérios a serem observados na fabricação, importação, venda e locação de máquinas e equipamentos. 
NR 13: CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO (última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019). 
Estabelece as normas de segurança relativas a instalação, documentação, funcionamento, manutenção, inspeção e habilitação de pessoal para operação de caldeiras e vasos sob pressão e das outras disposições relativas ao assunto. 
NR 14: FORNOS (última modificação: Portaria SSMT 12, de 06/06/1983). 
Estabelece os requisitos necessários para a construção e funcionamento de fornos, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores. 
NR 15: ATIVIDADES E OPRAÇÕES INSALUBRES (Última modificação: Portaria SEPRT n. º 
1.359, de 09 de dezembro de 2019). 
Define “Limites de Tolerância” e as atividades e operações consideradas insalubres e sua graduação (“graus de insalubridade”), que são relacionadas em 14 anexos à referida norma que são os seguintes: 
Anexo 1 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente. 
Anexo 2 - Limites de tolerância para ruídos de impacto 
Anexo 3 - Limites de tolerância para exposição ao calor 
Anexo 4 - (Revogado) 
Anexo 5 - Radiações ionizantes 
Anexo 6 - Trabalho sob condições hiperbáricas 
Anexo 7 - Radiações não-ionizantes 
Anexo 8 - Vibração 
Anexo 9 - Frio 
Anexo 10 - Umidade 
Anexo 11 - Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho 
Anexo 12 - Limites de tolerância para poeiras minerais 
Anexo 13 - Agentes químicos 
Anexo 13a - Benzeno 
Anexo 14 - Agentes biológicos 
NR 16: ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS (última modificação: Portaria SEPRT n.º 
1.359, de 09 de dezembro de 2019). 
Estabelece as atividades e operações perigosas assim como as áreas de risco para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as quais estão relacionadas nos anexos à referida norma que são: 
ANEXO 1 - Atividades e operações perigosas com explosivos (LEI N.º 12.740, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2012); 
ANEXO 2 - Atividades e operações perigosas com inflamáveis (LEI N.º 12.740, DE 8 DE 
DEZEMBRO DE 2012); 
ANEXO 3 - Acrescentando pela Port. 3393 de 17/12/87 - Atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas (LEI N.º 12.740, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2012) 
NR 17: ERGONOMIA (Última modificação: portaria 876, de 24/10/2018). Anexo I - trabalho dos operadores de checkout; Anexo II - trabalho em teleatendimento/telemarketing 
Estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores incluindo: 
· O levantamento, transporte e descarga individual de materiais; 
· Mobiliário dos postos de trabalho; 
· Equipamentos dos postos de trabalho; 
· Condições ambientais de trabalho; 
· Organização do trabalho. 
NR 18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 
CONSTRUÇÃO (TEXTO VIGENTE). Última modificação: Portaria MTb n. º 261, de 18 de abril de 2018. (NOVO TEXTO) Início de vigência - 1 (um) ano a partir da publicação da Portaria SEPRT nº 3.733, de 10 de fevereiro de 2020. 
Estabelece as diretrizes de ordem administrativa e de planejamento de organização que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições, e no meio ambiente de trabalho na indústria de construção. 
NR 19: EXPLOSIVOS (última modificação: Portaria 228, de 24/05/2011). 
· Define e classifica os explosivos assim como as normas de segurança para o manuseio e transporte desses produtos; 
· Estabelece os requisitos para a construção de depósitos de explosivos; 
· Define os períodos para inspeção dos explosivos de forma a verificar sua condição de uso. 
NR 20: LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS (Última modificação: Portaria SEPRT n. º 1.360, de 09 de dezembro de 2019). 
· Define e classifica líquidos combustíveis e inflamáveis; 
· Estabelece normas de segurança para a armazenagem desses produtos inclusive para os gases liquefeitos. 
NR 21: TRABALHO A CÉU ABERTO (Última modificação: Portaria GM 2037, de 15/12/1999). 
· Estabelece as medidas de proteção para trabalhos realizados a céu aberto, incluindo as condições de moradia do trabalhador e de sua família que residirem no local de trabalho; 
· Define as normas de segurança do trabalho no serviço de exploração de pedreiras. 
NR 22: TRABALHOS SUBTERRÂNEOS (Última modificação: Portaria MTb 1085, de 
18/12/2018). 
Estabelece as normas gerais de segurança para o trabalho em minas. Esta norma se aplica às seguintes condições: a) minerações subterrâneas; b) minerações a céu aberto; c) garimpos, no que couber; d) beneficiamento minerais; e) pesquisa mineira. 
NR 23: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS (Última modificação: Portaria SIT 221, de 
06/05/2011). 
· Define as necessidades básicas que as empresas devem possuir para proteção contra incêndios e as atitudes a serem tomadas no combate a incêndios; 
· Define as classes de fogo; 
· Estabelece normas relativas a extinção de incêndios por meio de água; 
· Normatiza o uso de extintores de incêndio e estabelece critérios relativos aos extintores portáteis; 
· Indicam os extintores recomendados ás diversas classes de fogo, como deve ser feita a inspeção desses equipamentos, o número de extintores e sua distribuição nos ambientes de trabalho, a localização e sinalização dos extintores e as situações em que há necessidade de serem instalados sistemas de alarmes para incêndios. 
NR 24: CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO 
(Última modificação: Portaria 1.066, de 23/09/2019 do Ministério da Economia/Secretaria 
Especial de Previdência e Trabalho). 
Estabelece os critérios a serem observados nos locais de trabalho relativos às instalações sanitárias, vestiários, refeitórios (incluindo condições de higiene e conforto por ocasião das refeições), cozinhas, alojamento e dá outros dispositivos pertinentes à matéria. NR 25: RESÍDUOS INDUSTRIAIS (Última modificação: Portaria SIT 253, de 04/08/2011). 
Estabelece critérios para a eliminação de resíduos industriais sólidos, líquidos e gasosos no ambiente. 
NR 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA (Última modificação: Portaria MTE 704, de 
28/05/2015). 
Fixa as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas industrias para a condução de fluídos (líquidos e gases), e advertindo contra riscos. 
NR 27: REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (Revogada) 
Fixa os critérios para o exercício da profissão de "Técnico de Segurança do Trabalho" e dá outras disposições relativas ao registro desses profissionais na secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho. 
NR 28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES (Última modificação: Portarias SEPRT n.ºs 
1.358, 1.359 e 1.360, de 09 de dezembro de 2019). 
· Define os critérios relativos a fiscalização do cumprimento das disposições legais e(ou) regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, incluindo os processos resultantes da ação fiscalizadora, o embargo ou interdição de locais de trabalho, máquinas ou equipamentos; 
· Estabelece a graduação das multas, em UFIR, referentes aos preceitos legais e (ou) regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador. 
NR 29: SEGURANÇAE SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO (Última Modificação: Portaria 
MTE 1080, de 16/07/2014). 
As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que exercem atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retro portuárias, situados dentro ou fora da área do porto organizado, assim regulamentando a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais. 
NR 30: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO (Última modificação: Portaria MTE 1186, de 20/12/2018). Anexo I - Pesca Comercial e Industrial (Última modificação: Portaria SIT 36, de 29/01/2008). Anexo II - Plataformas e Instalações de Apoio (Última modificação: 
Portaria MTb 1186, de 20/12/2018). 
 Esta norma regulamentadora tem como objetivo a proteção das condições de segurança e a saúde dos trabalhadores aquaviário. 
NR 31: SEGURANÇA E SAÚDE E NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA. (Última modificação: 
Portaria MTE 1086, de 18/12/2018). 
Tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente de trabalho. 
NR 32: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇO DE SAÚDE (Última 
modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019). 
Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e a saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
NR 33: SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS (Última 
modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019). 
Esta norma tem como objetivo estabelecer requisitos mínimos para a identificação de espaços confinados e reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nesses espaços. 
NR 34: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL. (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 
30/07/2019). 
Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. 
Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para esse fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas, plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras. 
NR 35: TRABALHO EM ALTURA (Última modificação: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019). 
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. 
NR 36: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E 
PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS. (Última modificação: Portaria MTb 1087, de 18/12/2018). 
O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho. 
NR 37: SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO (Última modificação: 
Portaria SEPRT n. º 1.412, de 17 de dezembro de 2019). 
Estabelece os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB. 
 	 
REVER AS ALTERAÇÕES RECENTES DE ALGUMAS NRs – plataforma Moodle – materiais complementares. 
 
AULA 3 
5 PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO 
TRABALHO PARA A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS 
5.1 NR 05: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi criada com o objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível a atividade laboral com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
É composta por representantes do empregador e representantes do empregado em número par de representações, cabendo ao empregador escolher entre seus funcionários de confiança sua representatividade e aos trabalhadores, por processo eleitoral, escolherem seus representantes através de voto secreto. 
A preocupação de zelar pela prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho, fez com que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) propusesse às empresas, com mais de 25 funcionários, que organizassem um comitê de segurança para tratar desse assunto. Assim, vários países membros passaram a adotar tal medida, tornando obrigatórios a organização e funcionamento dos comitês. 
No Brasil, através do Decreto-Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, conhecido como Lei de Prevenção de Acidentes, foi fixado o número de 100 ou mais empregados para que as empresas constituíssem seu comitê nas empresas. 
Em 1953, por meio da Portaria 155, foi oficializada a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. 
A CIPA é uma comissão interna, na empresa, que através da representação dos trabalhadores é parte integrante nas questões de segurança. Pela própria constituição, ressalta-se o valor significativo de contribuição de seus membros, uma vez que os mesmos vivenciam o mundo do trabalho e são capazes de identificar, na medida em que são treinadas, as situações de risco na empresa. 
As empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados são obrigados a constituir CIPA por estabelecimento e mantê-la em regular funcionamento. 
A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, dimensionamento de CIPA, da NR 05, em função do grupamento de setores econômicos definidos pela CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), nos Quadros II (Agrupamento de setores econômicos pela classificação Nacional de Atividades Econômicas) e III (Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e o número de empregados da empresa. 
Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão designados pelo próprio empregador entre os seus empregados, por sua vez, os representantes dos 
	CNAE 
	DESCRIÇÃO 
	GRUPO 
	47.71-7 
	Comércio varejista de produtos farmacêuticos para uso humano e veterinário 
	C-21 
	47.71-5 
	Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 
	C-21 
	47.71-3 
	Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos 
	C-21 
empregados, titulares e suplentes serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participam, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. 
A empresa poderá designar um responsável substituindo a CIPA, quando a mesma não se enquadrar no Quadro I da NR 05, podendo ainda ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva. 
Uma vez composta a CIPA, o empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente. Por sua vez, o secretário e seu substituto serão indicados, de comum acordo, com os membros da CIPA, podendo ser indicado entre os componentes ou não da comissão, sendo nesse caso necessária a concordância do empregador. 
Exemplo: 
Vamos dimensionar a CIPA de uma empresa de Comércio varejista de produtosfarmacêuticos para uso humano e veterinário, com 85 funcionários. 
	Quadro III 
Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE (Versão 2.0), com correspondente agrupamento para dimensionamento da CIPA (Dado pela Portaria SIT nº 14, de 21 de junho de 2007) 
Tabela 1 – Fragmento do quadro III da NR 05 
 
· Na 1ª ETAPA: De posse do tipo de atividade que a empresa desempenha você procura o grupo ao qual ela pertence no quadro III da NR 05 – Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas –CNAE (versão 2.0), com correspondente agrupamento para dimensionamento da CIPA. No nosso exemplo, a empresa pertence ao grupo C – 21. 
· Na 2ª ETAPA: De posse do agrupamento da empresa: C-21 e o número de funcionários da mesma, você cruza essas informações no Quadro I da NR05 – Dimensionamento da CIPA e encontra para a empresa de Comércio varejista de produtos farmacêuticos para uso humano e veterinário, com 85 funcionários: 1 representante do empregador e 01 suplente, 01 representante do empregado e 01 suplente do representante do empregado. 
 
Tabela 2 – Fragmento do quadro I da NR 05 
 
Aos membros da CIPA é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato. Assim como serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança de seu domicílio. 
O empregador, parte integrante desse contexto, deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária, número previsto no Quadro I, da NR 05, para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA. 
Cabe, também, ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho e convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados, até sessenta dias antes do término do mandato em curso, assim como a guarda de todos os documentos relativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos. 
Os empregados têm como obrigação participar da eleição de seus representantes, assim como deverão colaborar com a sua gestão. Como parte integrante no processo de prevenção de acidentes, os empregados deverão indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho e observar e aplicar, no ambiente de trabalho, as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
 
Maiores detalhes acerca das alterações recentes dessa NR, 
 consultar material complementar – plataforma Moodle. 
 
 
Uma das atribuições da CIPA é em conjunto ao SESMT (quando houver) elaborar o Mapa de Riscos da empresa. 
 
5.1.1 O Mapa de Riscos 
O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos riscos existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo facilidade de elaboração e visualização. 
Trata-se de um instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de conformidade com as suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no conceito filosófico de que quem faz o trabalho é quem conhece o trabalho. Ninguém conhece melhor a máquina do que o seu operador. As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão opinar, discutir e elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo ao conjunto dos trabalhadores da empresa, através da fixação e exposição em local visível. 
Serve como um instrumento de levantamento preliminar de riscos, de informação para os demais empregados e visitantes, e de planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela empresa. 
O objetivo do Mapa de Riscos é reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação da segurança e saúde no trabalho na empresa, e possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção. 
Benefícios da adoção do mapa de riscos: 
· Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os trabalhadores poderão estar expostos; 
· Conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e individual; 
· Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de trabalhadores e danos patrimoniais; 
· Facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da segurança interna e externa; 
· Melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e lucratividade. 
Para a elaboração do Mapa de Riscos são utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de classificação dos riscos ambientais. 
Figura 7: Classificação dos Riscos Ambientais 
	Grupo 
	Riscos 
	Cor de identificação 
	Exemplos 
	01 
	Físicos 
	Verde 
	Ruído, 	calor, 	pressões, 	frio, vibrações, etc. 
	02 
	Químicos 
	Vermelho 
	Poeiras, fumos, gases, vapores, névoas, neblinas, etc. 
	03 
	Biológicos 
	Marrom 
	Fungos, vírus, bactérias, parasitas, insetos, etc. 
	04 
	Ergonômicos 
	Amarelo 
	Manuseio de peso, monotonia, repetitividade, ritmo excessivo, etc. 
	05 
	Acidentes 
	Azul 
	Incêndio, explosão, eletricidade, etc. 
A gravidade é representada pelo tamanho dos círculos, conforme ilustrado a seguir: Figura 8: Gravidade dos Riscos 
 
 
 
 
 
 
Símbolo
 
Tipo de riscos
 
 
Grande
 
 
Médio
 
 
Pequeno
 
 
O Mapa de Risco na realidade da organização, conforme figura a seguir: 
 
Figura 9: Mapa de Risco 
 
5.2 NR 06: Equipamentos de Proteção Individual - EPI 
Os EPIs são utilizados por um só trabalhador para salvaguardá-lo dos riscos no ambiente laboral. Sabemos que a atividade laboral é primordial ao desenvolvimento do ser humano, inserindo-o na comunidade. 
Faz com que o homem não seja somente um espectador e sim um indivíduo que constrói a sociedade, contribuindo com sua força produtiva de trabalho. Você sabe que o ambiente laboral foi modificado para receber o trabalhador e essa mudança trouxe riscos à saúde e a sua segurança, assim a Constituição Federal de 1988, procurando resguardar a força produtiva do país, em seu art. 7º, inciso XXII, cita que a redução dos riscos inerentes ao trabalho deverá ser efetivada por meio de normas de saúde, higiene e segurança do trabalho, sendo esse inciso contemplado nas 36 Normas Regulamentadoras criadas até o presente momento. 
Cabendo 	a 	NR 	06 	a responsabilidade de inserir os EPI’s como ferramenta de proteção ao trabalhador. 
Outra forma de proteção, e mais importante que os EPI’s, são os 	Equipamentos 	de 	Proteção Coletiva (EPC’s), os quais são capazes de proteger mais de um trabalhador ao mesmo tempo. 
Figura 10 – Ilustração de uso de EPI 
5.3 NR 07: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO 
O PCMSO está legalmente estabelecido pela CLT, no Brasil, mediante a Norma regulamentadora 07, visando proteger a Saúde Ocupacional dos trabalhadores. Foi criado em 29 de dezembro de 1994 com a reedição da NR 7 (Norma Regulamentadora 7), da Portaria 3.21478 do Ministério do Trabalho. 
Algumas de suas exigências básicas são a realização e registros dos seguintes exames em todos os empregados de uma empresa: 
· Exame admissional; 
· Exame periódico; 
· Exame de retorno ao trabalho (após afastamento por doença ou acidente); 
· Exame de mudança de função; 
· Exame demissional. 
Portanto, o PCMSO é o conjunto dos procedimentos que devem ser adotados pelas empresas com o objetivo de prevenir e diagnosticar precocemente os danos à saúde decorrentes do trabalho. 
Para identificar esses riscos, ele trabalha emparceria com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA. Compete ao empregador: 
a) garantir a elaboração e efetividade implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia. 
b) Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho capaz de elaborar o PCMSO. 
O PCMSO é um programa que especifica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em função dos riscos aos quais os empregados se expõem no ambiente de trabalho. Seu objetivo é prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à saúde do empregado. Implementar o PCMSO é importante sobretudo para cumprir a legislação em vigor. Além disso, você pode estar prevenindo possíveis consequências jurídicas decorrentes do aparecimento de doenças ocupacionais, como processos cíveis, criminais e previdenciários. 
O médico do trabalho fará o reconhecimento prévio dos riscos ocupacionais existentes na empresa em função das atividades desenvolvidas. O PCMSO deve estar articulado com todas as normas regulamentadoras, principalmente a NR-9(PPRA). 
Todas as empresas que possuam empregados, independentemente do tamanho e grau de risco, desde que regidos pela CLT são obrigadas a implantar o PCMSO. 
Excluem-se desta obrigatoriedade de indicar médico coordenador desse Programa as Empresas: 
	• 
	Grau de Risco 1 e 2 (conforme NR-04) que possuam até 25 funcionários. 
	• 
	Grau de Risco 3 e 4 com até 10 funcionários. 
	• 
	Empresas de Grau de Risco 1 e 2 que possuam 25 a 50 funcionários, poderão estar desobrigadas de indicar Médico Coordenador, desde que essa deliberação seja concedida através de negociação coletiva. 
	• 
	Empresas de Grau de Risco 3 e 4 que possuam 10 a 20 funcionários poderão estar desobrigados de indicar médico coordenador, desde que essa deliberação seja concedida através de negociação coletiva. 
O Ministério do Trabalho através da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho entende que " todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. Além de ser uma exigência legal prevista no artigo 168 da CLT, está respaldada na convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, respeitando princípios éticos morais e técnicos ". 
A responsabilidade pela implementação desse Programa é única e total do Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficácia e custear despesas, além de indicar médico do trabalho para coordenar a execução do mesmo. 
No caso dos trabalhadores temporários o empregador responsável pelo PCMSO é a Empresa contratada para fornecer mão de obra temporária. 
ESTRUTURA 
· Identificação da empresa (razão social; CNPJ; ramo de atividade e grau de risco (NR4); nº de funcionários, turnos de trabalho, etc.) 
· Definição dos riscos ambientais (avaliação sensitiva; mapa de risco; avaliação ambiental, etc.) 
· Programação técnica (exames clínicos; exames de apoio diagnóstico com base nos riscos detectados.) 
· Avaliações especiais (ações preventivas em doenças não ocupacionais.) 
· Tabulação de dados (relatório anual e avaliações epidemiológicas.) 
DESENVOLVIMENTO 
Avaliação sensitiva do ambiente 
· Visita à empresa para a análise do processo produtivo. 
· Estudo Profissiográfico em todos os setores da empresa, para reconhecimento dos riscos de possíveis agravos a saúde. 
· Riscos físicos (ruído, calor, frio, radiações) 
· Riscos químicos (solventes, produtos químicos) 
· Riscos biológicos (bactérias, fungos, vírus) 
· Atitudes antiergonômicas (erros posturais.) Exames médicos 
· Tipos (admissional, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função, demissional.) 
· Conteúdo (avaliação clínica, exames complementares.) 
· Periodicidade (variável de acordo com o grau de risco.) Programação técnica de exames complementares 
· Indicação de procedimentos médicos e de auxilio diagnóstico de acordo com os riscos existentes. 
Exemplos: 
Ruído--------------------Audiometria, 
Poeira mineral------- ----Raio X de tórax. 
Radiação ionizante-------He 
Seguem abaixo algumas dicas com relação ao PCMSO para os profissionais de recursos humanos: 
· Leia atentamente o documento-base do PCMSO. 
· O PCMSO deverá estar sempre disponível à fiscalização. 
· Não deixe de verificar a validade do PCMSO, pois o mesmo necessita ser renovado anualmente, mesmo que não tenham ocorrido mudanças na empresa. 
· Sempre siga os prazos legais para a realização dos exames ocupacionais. 
· Nunca contrate funcionários sem a realização prévia do exame admissional. 
· Os resultados de alguns exames complementares podem, em alguns casos, levar até 07 dias para ficarem prontos e sem esses é impossível a emissão do Atestado de Saúde Ocupacional - ASO. 
· Os resultados de exames complementares são propriedade do funcionário, ficando uma segunda via com o médico coordenador do PCMSO. Em hipótese alguma mantenha cópia desses resultados na empresa. 
· Ao encaminhar funcionários para algum tipo de exame ocupacional, sempre informe corretamente os dados do mesmo, principalmente com relação à função/setor, para que sejam realizados os exames corretos. 
· Sempre que alguma nova função for criada na empresa, contate imediatamente o responsável pela elaboração do PPRA, para que os riscos ocupacionais sejam descritos. Com base nesta descrição (adendo de PPRA), faz-se a inclusão desta nova função no PCMSO. 
· Sempre mantenha os ASO’s disponíveis à fiscalização. Certifique-se que eles essejam devidamente assinados pelos funcionários e dentro da validade. 
· Providencie e documente as ações primárias previstas no PCMSO. 
5.4 NR 09: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA 
 O PPRA é um conjunto de ações visando à preservação da saúde e da integridade 
dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a 
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. No Brasil a legislação do trabalho obriga todas as empresas públicas e privadas a elaborarem e implementarem o PPRA, além de manter um documento-base de registro dessas ações, que incluem: 
· Levantamento dos riscos; 
· Planejamento anual com estabelecimento de metas e prioridades; 
· Cronogramas; 
· Estratégia e metodologia de ação; 
· Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; 
· Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. 
O PPRA foi estabelecido pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora NR 9, Portaria 3214/78, com objetivo de definir uma metodologia de ação para garantir a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho. 
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos. São considerados fatores de riscos ambientais a presença desses agentes em determinadas concentrações ou intensidade. O tempo máximo de exposição do trabalhador a esses agentes é determinado por limites pré-estabelecidos. 
	Os agentes físicos decorrem de processos e/ou equipamentos: 
• Ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas (calor ou frio), radiações ionizantes e radiações não ionizantes. 
	Os agentes químicos são oriundos da manipulação e processamento de matérias primas e insumos que possam entrar pela via respiratória, pelo contato ou ser absorvidos através da pele ou organismo. 
• Gases, vapores, poeiras, fumos, névoas e neblinas. 
	Os agentes biológicos são oriundos da manipulação, transformação e modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles: 
• Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
É um programa de atenção médica, o objetivo do programa é orientar os estudos na identificação de agentes de risco no ambiente do trabalho e a sua relação com a exposição das pessoas, dando um tratamento apropriado à prevenção, para não causar danos à saúde do trabalhador. 
O programa traz consigo benefícios complementares como:

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