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FARMACOLOGIA II AUTACOIDES: Substancias naturais do organismo com estrutura química e atividades farmacológicas e fisiológicas variadas – são os chamados mediadores inflamatórios. Ex: Histamina, Serotonina (5-HT), oxido nítrico NO, bradicinina (BK), derivados lipídicos (prostaglandinas, leucotrienos e PAF) citocinas, neuropeptídios etc. São substancias rapidamente sintetizadas em resposta a estímulos específicos e que atuam rapidamente no proprio local de síntese, só permanecendo ativas por um curto período antes de sua degradação. SEROTONINA (5-HT): Em resumo é um vasodilatador encontrado no soro. Em 1948 foi identificada por Page em plaquetas. As maiores concentração de 5-HT sem encontra na parede do intestino, nas células enterocromafins; no sangue (plaquetas) onde se acumulam, mas não é produzida; SNC onde atua como neurotransmissor. Existe 7 tipos de receptores (5-HT) com subtipos do 5-HT1 e 5-HT2. Receptores acoplados á prot G, exceto 5-HT1 (canal de cátion controlador por ligante). Os principais efeitos são o aumento da motilidade do trato gastrointestinal; contração de outros músculos lisos (brônquios e útero); vasoconstrição e vasodilatação (dependente do calibre do vaso); agregação plaquetária; estimulação de terminações nervosas nociceptivas periféricas (receptores de dor); excitação ou inibição dos neurônios do SNC (controle do apetite, sono, humor, alucinações etc.). Uso clínico: Agonistas de receptores 5-HT1: - (A) inibição neuronal (êmese, ansiedade: BUSPIRONA) - (D) vasoconstrição cerebral(enxaqueca: SUMATRIPTANA) Antagonistas de receptores 5-HT2: - tb outros receptores da 5-HT, a-adrenergicos – profilaxia enxaqueca: DIIDROERGOTAMINA E METISERGIDA. Antagonistas de receptor 5-HT3: - diminui êmese: ONDANSETRONA, GRANISETRONA, TROPISETRONA. Agonistas de receptores 5-HT4: - Síndrome do intestino irritável, aumenta motilidade TGI: TEGASERODE, METACLOPRAMIDA. OXIDO NITRICO (NO): é um mensageiro biológico (ativa a guanililciclase) ciclase que atua em muitos processos fisiológicos: neurotransmissão, coagulação sanguínea, controle da pressão (vasodilatador) e mediador inflamatório. Mecanismo do NO: exerce seus efeitos através de 2 mecanismos, os quais são: 1) ativação da guanilil ciclase diminuindo o cálcio intracelular e causa relaxamento e 2) produção de efeitos citotóxicos através da formação de peroxinitrito (ONOO-). Funções do NO: mensageiro em processos de transdução de sinal; vasodilatação; inibe a adesão e agregação plaquetaria; neurotransmissão no cérebro e SNA periférico (não adrenérgico e não colinérgico); combate primitivo a infecções; ação na formação da memoria; atua na ereção peniana. BRADICININA: peptídeo vasoativo formado pela ação de enzimas (calicreinas) sobre substratos proteicos (cininogênio). Tem efeitos de aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação e dor. É degradada pela cininase I e II. A maior parte do metabolismo (sistema calicreina-cinina) das cininas ocorre no pulmão, por isso os principais efeitos adversos dos inibidores da ECA podem causar tosse seca, por promover excesso de bradicinina nos pulmões. Os principais efeitos são mediados por dois receptores: - B1 (induzível), presente na musculatura vascular e pode ser induzido por estimulo traumático ou inflamatório. -B2 (constitutivo), esta presente em vários tecidos, estimulado principalmente pela bradicinina endógena. Principais ações: vasodilatação, dependente do endotélio (NO) e ativação PLA2 (fosfolipase A2) c/ liberação PGI2 (prociclinas); permeabilidade microvascular (vênulas pós capilares); dor: estimulação terminais nervosas sensoriais – tipo C; contrai musculo liso intestinal e uterino. HISTAMINA: É uma amina biologicamente ativa encontrada em quase todos os tecidos humanos. É liberada no proprio local de ação e não tem glândulas especificas de armazenamento, como os hormônios têm. Também não é liberada pelo sistema nervoso, mas tanto a histamina como outros autacoides podem agir como neurotransmissores. Em humanos é um importante mediador de reações alérgicas e inflamatórias, possui importante papel na secreção de acido gástrico e atua como neurotransmissor e neuromodulador. Encontra-se principalmente na pele, mucosa do TGI (mecanismo de secreção de acido gástrico), pulmão e medula óssea. A histamina é um dos iniciadores da resposta inflamatória, sintetizada e armazenada nos grânulos de mastócitos e basófilos. Estas células migram continuamente através dos tecidos. Principais depósitos: mastócitos (tecido) e basófilos (sangue); epiderme; células da mucosa gástrica e brônquica; neurônios do SNC; células de tecidos em regeneração ou crescimento rápido. HISTAMINA – ANTAGONISTAS (ANTI-HISTAMINICOS) As drogas utilizadas para atenuar ou diminuir os efeitos da histamina se dividem em três grupos: antagonistas competitivos seletivos ou inversos dos receptores H1-4, inibidores da liberação de histamina e antagonistas fisiológicos da histamina. Inibidores da liberação de histamina: CROMOGLICATO: inibe a resposta alérgica imediata a um estimulo antigênico, porem não alivia resposta alérgica uma vez desencadeada. O fármaco diminui a atividade dos mastócitos, impedindo a liberação de seus mediadores inflamatórios após estimulo antigênico, por isso é considerado um agente estabilizador dos mastócitos. A liberação de mediadores de outras células imunológicas também é inibida. O seu mecanismo não é muito conhecido, mas pode envolver a inibição do transporte de íons cloreto, que, por sua vez, afeta a regulação do cálcio, impedindo a liberação de mediadores dos grânulos intracelulares. É também indicada para asma alérgica ou induzida pelo exercício físico. Possui o melhor perfil de segurança do que qualquer outra medicação para asma devido a sua baixa absorção sistêmica. É administrado via inalação; menos de 10% do fármaco que alcança as vias respiratórias inferores sofrem absorção sistêmica, e menos de 1% que alcança o TGI é absorvido. Antagonistas fisiológicos da histamina: ADRENALINA/EPINEFRINA: promovem efeitos opostos ao da histamina, promovendo broncodilatação por afinidade aos receptores beta 2 nos brônquios e vaso constrição por afinidade aos receptores alfa 1 em vasos o que a histamina traz o efeito de vasodilatação Antagonistas competitivos da histamina: Antagonistas dos receptores H1 antagonizam respostas induzidas pela histamina, com exceção da secreção gástrica. O antagonismo competitivo reversível é o mais comum e mais importante do antagonismo e tem duas características principais: na presença do antagonista a curva da concentração do efeito do antagonista é deslocado para a direita sem a mudança da inclinação ou do seu efeito máximo, a razão da dose aumenta linearmente com a concentração do antagonista. Farmacocinética: por via oral são bem absorvidos pelo TGI e alcança concentrações plasmáticas máximas em 2 a 3 horas. A duração do efeito varia, dependendo do fármaco especifico utilizado. São excretados por via renal e leite materno. Os anti-histamínicos H1 são mais uteis no tratamento de distúrbios alérgico para aliviar os sintomas de rinite, conjuntivite, urticaria e prurido, pois bloqueiam fortemente o aumento de permeabilidade capilar necessário para formação de edemas e pápulas. 1° geração: a estrutura básica consiste em dois anéis aromáticos (lipofílicos) ligados a uma arcabouço de tilamina substituído, são neutros em pH fisiológico e atravessam a barreira hematoencefalica. Meia vida curta 4-6 horas. 2º geração: são ionizados em pH fisiológico e não atravessam apreciavelmente a barreira hematoencefalica, por isso não causa efeito de sedação. Por ser metabolizado pela enzima CYP pode haver interação medicamentocom outros medicamentos, como cetoconazol. Meia vida mais prolongada 12-24 horas. Alguns anti-histamínicos, por possuírem estrutura semelhante entre as aminas biogênicas, podem apresentar atividade anti- colinergica, alfa-bloqueadora (anti adrenérgica e colinérgica), anti-serotoninérgica. A diferença entre a loratadina e a desloratadina é que a desloratadina é um metabolito da loratadina por isso é mais polar e uma maior dificuldade de penetrar a barreira hematoencefalica, portanto causa menos sonolência. Aplicações clinicas: reações alérgicas agudas, dermatite atópica, de contato, picada de inseto. Os de 1º geração podem ser usados para cinetose (enjoo de movimento), náuseas de gravidez e distúrbios relacionados ao labirinto. Áreas do cerebelo são ricas em receptores M1 e H1, o bloqueio desses receptores promove importante efeito antiemético. Sedação, pois o bloqueio de receptores H1 reduz a ação da histamina no centro de vigília no hipotálamo, produz redução do estado de alerta semelhante ao estado do álcool. Efeitos adversos: sedação, fadiga, tonturas, incoordenação motora e feitos anticolinérgicos (boca seca, tremor, vista turva, dilatação pupilar, retenção urinaria, constipação). O bloqueio alfa-adrenérgicos associado a alguns anti- histamínicos de primeira geração predispõem ainda mais os indivíduos idosos a quedas. Antagonistas dos receptores H2 diferem quanto a sua estrutura, visto que contem um anel imidazol intacto e uma cadeia lateral sem carga. Esses agentes atuam como antagonistas competitivos e reversíveis da ligação histamina aos receptores H2 nas células parietais gástricas e, portanto, reduzem a secreção de acido gástrico. As indicações clinicas incluem a doença de refluxo acido e a doença ulcerosa peptica. A CIMETIDINA e RANITIDINA são dois dos antagonistas dos receptores H2 mais comumente utilizados. Um efeito adverso da cimetidina envolve a inibição do metabolismo de fármacos mediado pelo citocromo P450, podendo resultar em elevações indesejáveis dos níveis plasmáticos de certos fármacos administrados. Os receptores H2 são expressos no SNC e no musculo cardíaco; entretanto, as doses terapêuticas dos antagonistas do H2 são suficientemente baixas, de modo que os efeitos adversos cardiovasculares e do SNC são insignificantes. Farmacologia dos receptores H3 fornecem uma inibição por retroalimentação de certos efeitos da histamina no SNC e nas células ECL (enterocromafins). Os antagonistas desse receptor induzem um estado de vigília e melhoram a atenção, e acredita-se que esses efeitos sejam mediados pela hiperestimulação do receptores H1 corticais. Os fármacos incluem TIOPERAMIDA, CLOBENPROPIT, CIPROXIFAN e PROXIFAN. Farmacologia dos receptores H4 a semelhança com o H3 acoplam-se á Gi/o, diminuindo as concentrações intracelulares de AMPc. Os receptores H4 são seletivamente expressos em células de origem hematopoiética, particularmente mastócitos, basófilos e eosinófilos, existem considerável interesse em elucidar o papel dos receptores no processo inflamatório. FARMACOLOGIA DA ÚLCERA PÉPTICA Refere-se a uma perda da integridade do revestimento do estomago ou do duodeno. As principais causas de formação das úlceras pépticas são anti-inflamatórios (AINEs), infecção H. pylori e síndrome Zollinger-Ellison. As ulcera pépticas são causadas por um desequilíbrio entre os fatores protetores e fatores lesivos da mucosa gastrointestinal. Os principais fármacos utilizados no tratamento de ulceras pépticas e acidez gástrica, são redutores de secreção de HCL (antagonistas de receptores H2 e inibidores de H,K- ATPEASE); derivados de prostaglandinas; modificadores da secreção de muco e compostos de bismuto. Mecanismo da secreção gástrica: A secreção gástrica é controlada pelas vias neuro-humoral, ou seja, neuro-hormonal. os mediadores mais importantes da secreção gástrica são a ACh (em receptores M3), histamina e gastrina. O acido clorídrico é secretado no estomago pelas células parietais, que se localizam nas glândulas oxínticas do fundo e do corpo gástrico. A histamina, que é liberada pelas células enterocromafim- símiles (ECL), liga-se a receptores H2 sobre a célula parietal. A ativação dos receptores H2 estimula a adenilil ciclase e aumenta o monofosfato de adenosina cíclico (AMPC) intracelular. Por sua vez, o AMPC ativa proteína cinase depende de AMPC que fosforila a H + /K + - ATPASE na membrana apical da célula. A fosforilação do trocador ativa a saída de H + da célula parietal para luz gástrica. Enquanto um canal de Cl - da membrana apical acopla o efluxo de cloreto com o efluxo de próton, o que forma o HCL ao final do processo. A gastrina é secretada na corrente sanguínea pelas células G do antro gástrico (se liga ao CCK2), enquanto a ACh é liberada dos nervos pós-ganglionares. Esses secretados ligam- se a seus receptores respectivos na célula parietal e, desse modo, aumentam os níveis intracelulares de cálcio (por via IP3), o cálcio liga-se á calmodulina e estimula a adenilil ciclase. O cálcio também ativa a proteína cinase C que fosforila e ativa os trocadores de próton e potássio para aumentar a secreção de prótons. Enquanto a histamina, a gastrina e a ACh aumentam a secreção de acido pelas células parietais, as células D secretoras de somatostatina e as prostaglandinas limitam a extensão da secreção gástrica de acido. A somatostatina diminui a secreção acida através de três mecanismos 1) inibição da liberação de gastrina das células G por um mecanismo parácrino; 2) inibição de liberação de histamina das células ECL e dos mastócitos; e 3) inibição direta da secreção de acido gástrico pelas células parietais. A prostaglandina E2 (PGE2) intensifica a resistência da mucosa á lesão tecidual a 1) reduzir a secreção gástrica basal e estimulada de acido; e 2) aumentar a secreção de bicarbonato pelas celular epiteliais (neutralização do acido), a produção de muco, a renovação celular e o fluxo sanguíneo local. Antagonistas do receptor H2 da histamina: Causam a redução da secreção acida basal (em jejum), assim como a secreção noturna e pós prandial (em torno de 60- 70%). São esses CIMETIINA, RANITIDINA, NIZATIDINA, FAMOTIDINA. Inibem competitivamente a ação da histamina. Estes são rapidamente absorvidos pelo intestino delgado. Farmacocinética: As concentrações plasmáticas são alcançadas dentro de 1 a 3 horas. A eliminação desses envolve tanto a excreção renal quanto o metabolismo hepático, exceção da NIZATIDINA que é eliminada primariamente pelos rins. Os efeitos adversos incluem diarreia, cefaleia, dor muscular e fadiga; podem causar confusão mental se administrados IV (CIMETIDINA E RANITIDINA). Interações medicamentosas: o cetoconazol, precisa de um meio acido para a sua absorção gástrica, o que associado com um antagonista H2 apresentara a redução de sua captação pelo ambiente alcalino. A CIMETIDINA inibe muitas enzimas do citocromo P450 e, por conseguinte, pode interferir no metabolismo hepático de diversos fármacos. Por exemplo, a cimetidina pode diminuir o metabolismo da lidocaína, fenitoína, quinidina, teofilina e varfarina, propranolol, diazempam, anti depressivos tricíclicos e carbamazepina permitindo o acumulo a níveis tóxicos desses fármacos, além também de ser excretada no leite materno. USO CLÍNICO: gastrite, ulcera gástrica e duodenal, prevenção da ulcera de estresse e outras condições indicada para a redução da acidez gástrica. Inibidores da bomba de prótons (H/K – ATPASE): Tem ação superior na supressão da secreção de acido e na promoção da cicatrização de ulceras pépticas. O OMEPRAZOL é o protótipo dessa classe. Vários outros também foram desenvolvidos como: ESOMEPRAZOL (enantiomero S do omeprazol), RABEPRAZOLo LANSOPRAZOL e o PANOPRAZOL. Todos estes são pro-fármacos que exigem a sua ativação no ambiente acido do canalículo da célula parietal. As formulações orais são de revestimento entérico para prevenir sua ativação prematura. O pro-fármaco é convertido em sua forma sulfenamida ativa no ambiente canalicular acido, e a sulfenamida reage com um resíduo de cistina da bomba de prótons, formando uma ligação dissulfeto covalente, assim inibindo a bomba de prótons (irreversível), levando a uma suspensão prolongada e quase completa da secreção de acido. Para remocar a bomba leva cerca de 18 horas para sintetizar novas bombas. Farmacocinética: o RABEPRAZOL e LANSOPRAZOL parecem ter um inicio de ação significativamente mais rápido do que os demais. Indicado para administração antes das refeições. USO CLÍNICO: tratamento de ulceras associadas a H. pylori (inibem o crescimento) e hemorrágicas e síndrome de Zollinger-Ellison (hipersecreção acida). Interações com benzodiazepínicos e varfarina. Por inibir citocromo P450. AINEs: o trato gastrointestinal constitui o alvo mais comum dos efeitos adversos do uso de AINEs. Os AINEs são ácidos orgânicos fracos, no ambiente acido do estomago, esses fármacos são compostos neutros que podem atravessar a membrana plasmática e penetrar nas células epiteliais gástricas. No ambiente intracelular neutro, os fármaco são reionizados e retidos. A consequente lesão intracelular é responsável pela lesão gastrointestinal local associada ao uso de AINE. Assim como também provocam lesão sistêmica do revestimento gastrointestinal devido a diminuição da síntese de prostaglandinas na mucosa, uma vez que o mecanismo dos AINEs inibem a COX-1 (ciclo-oxigenase-1), que produz as prostaglandinas gástricas, o que pode levar a ulceração da mucosa gástrica. O uso dos inibidores da bomba de prótons permite o uso continuo de AINE em pacientes com ulcera péptica conhecida. Antiácidos: Neutralizam o excesso de acidez do estomago, assim alivia o sintoma da dispepsia. Reagem com o acido para formar agua e sais. Os mais utilizados são: HIDROXIDO DE ALUMINIO e HIDROXIDO DE MAGNESIO. O íon hidróxido reage com o hidrogênio no estomago, formando agua, enquanto o magnésio e alumínio reagem com bicarbonato nas secreções pancreáticas e com fosfatos da dieta, formando sais. Os dois são melhores quando administrados juntos, pois evitam os efeitos adversos como diarreia osmótica (magnésio) e constipação (alumínio) O bicarbonato de sódio reage com o HCL, formando agua, dióxido de carbono e sal. Os antiácidos que contem bicarbonato de sódio apresentam grandes quantidades de sódio. Nos pacientes com hipertensão ou sobrecarga hídrica , os antiácidos contendo sódio podem resultar em retenção significativa de sódio. O carbonato de cálcio é menos solúvel que o bicarbonato de sódio. Reage com acido gástrico, produzindo cloreto de cálcio e dióxido de carbono, é também indicado para suplementação de cálcio para osteoporose. Efeito rebound: o aumento do pH gastroduodenal estimulando a produção de gastrina o que resulta em uma excreção compensatória de acido e pepsina. Agentes de revestimento: promovem a defesa da mucosa. As prostaglandinas podem ser utilizadas no tratamento de ulceras pépticas, especialmente quando induzidas por AINEs, visto que inibem a síntese de prostaglandinas e, consequentemente, interrompem as funções gastroprotetoras das PGE2. O MISOPROSTOL é um análogo de prostaglandinas utilizado na prevenção de ulceras pépticas induzidas por AINEs. Os efeitos adversos mais frequentes são desconforto e diarreia. Contraindicado para gestantes devido a produção de contrações uterinas, passivas de aborto. Mecanismo: como análogo da PGE1 atua diretamente em receptores IP3 inibindo a secreção basal de acido; promove inibição de adenilato, diminuindo a contração intracelular de AMPC; é um potente vasodilatador por isso aumenta a circulação na região gástrica o que contribui para cicatrização; aumenta a produção de muco e bicarbonato. Farmacocinética: a sua dose aprovada é de 800 mcg/dia. O SUCRALFATO é um complexo de sulfato de sacarose + hidróxido de alumínio. Ação local: barreira que protege a mucosa da ação do HCL e da pepsina. O SUCRALFATO tem pouca capacidade de modificar o pH gástrico. Na verdade, no ambiente acido do estomago, esse complexo forma um gel viscoso que se liga a proteínas de carga positiva, aderindo, assim, as células epiteliais gástricas. O gel protege a superfície luminal do estomago de degradação pelo acido e pela pepsina (ativada pelo ambiente acido do estomago para inicio do desdobramento das proteínas para peptídeos simples). Farmacocinética: como o sucralfato é pouco solúvel, ocorre pouca absorção sistêmica, com ausência de toxicidade. Além disso, pode se lugar a fármacos como antibióticos da quinolona, fenitoina e varfarina limitando a absorção. Fica ligado no tecido por cerca de 6 horas. O BISMUTO ou SALICILATO DE BISMUTO MONOBÁSICO é também um agente de revestimento utilizado na doença ulcerativa péptica. Os sais de bismuto combinam-se com glicoproteínas do muco, formando uma barreira que protege a ulcera contra lesão adicional pelo acido e pela pepsina. Os agentes que contem bismuto podem estimular a excreção de bicarbonato e prostaglandinas E2 da mucosa e, por conseguinte, também protegem a mucosa da degradação pelo acido e pepsina. Foi constado que impede o crescimento de H. pylori. Para o tratamento de ulceras induzidas por H. pylori envolve uma terapia tripla: 2 antibióticos + inibidor de bomba de próton. Antibióticos: ciatromicina, amoxicilina, matronidazol, tetraciclina, furasolidona, levofloxacino. Inibidor de bomba de prótons: omeprazol, lansoprazol ou pantoprazol. Exemplo: IBP + amoxicilina 1 g + claritromicina 500 mg – 2x ao dia por 14 dias.
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