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FARMACODINÂMICA PROVA I BIANCA MELCHIORETTO INFLAMAÇÃO: a inflamação é um processo que envolve alterações vasculares e teciduais e estabelece uma resposta do organismo contra traumas mecânicos, invasões por agentes infecciosos, lesões térmicas e interações Ag/ AC. Esse processo é bem estabelecido em casos de inflamação aguda, já que nesse caso as condições são mais padronizadas, onde o tecido lesionado tende a ser transformado a normalidade ou é substituído por tecido conjuntivo. Caso haja alguma falha no processo inflamatório agudo, este pode evoluir para uma inflamação crônica, que tem por característica ser um processo de longa duração. A inflamação é dividida em duas fases: A) resposta vascular: nessa fase há o aumento da vascularização com a vasodilatação para aumentar a permeabilidade vascular facilitando a chegada de mediadores inflamatórios e células do sistema imune ao local da infecção/lesão, tendo como consequência maior a entrada de sangue e o extravasamento de liquido ocasionando edema. B) resposta celular: corresponde a quimiotaxia e agregação leucocitária. Os cinco sinais cardeais da inflamação estão intimamente relacionados a essas duas fases: Calor: esta relacionado ao aumento da vascularização do local, uma vez que o sangue tem como uma de suas funções a distribuição de calor para todo o organismo, sendo assim há um aumento da temperatura no local da lesão/infecção. Rubor: também se deve a dilatação dos vasos na região da lesão/infecção. Dor:alguns dos mediadores da inflamação acabam por diminuir o limiar dos nociceptores, tornando-os mais sensíveis a um estimulo externo = hiperalgesia. Edema: com a vasodilatação, há alteração da permeabilidade dos vasos e com isso há o extravasamento de líquido. Perda de função: com todas as alterações ocasionadas pelo processo inflamatório os órgãos podem ter sua função prejudicada deixado de exercê-las conforme a gravidade do processo. Além disso a inflamação pode ser classificada em: Aguda: processo de curta duração, onde ocorre a exsudação de líquidos e proteínas plasmáticas (PP) que levam ao edema, migração de leucócitos ao local para defesa devido a maior permeabilidade vascular; Crônica:processo de longa duração, onde há migração de linfócitos e macrófagos, angiogênese, fibrose e necrose tecidual. Sendo que, a crônica só ocorre caso a aguda não tenha ocorrido de maneira adequada, ou seja, não ocorreu reparação do tecido. As alterações no organismo ativam células do sistema imune inato e adaptativo que liberam mediadores da inflamação que realizam funções específicas ao longo do processo inflamatório com objetivo de combater o dano: Autacóides: São substâncias naturais do organismo que atuam em processos fisiológicos e patológicos (alérgicos e inflamatórios). Pertencem a esse grupo as aminas: histamina, serotonina (SHT), angiotensinas (vasodilatação), polipeptídeos/cininas:cininas, angiotensina,bradicinina e taquicinina) e prostanóides: eicosanóides derivados do ácido araquidônico, prostaglandinas (PG), leucotrienos e tromboxanos (tx). Ainda existem os radicais livres, superóxidos, NO (vasodilatador), PAF- fatores de agregação plaquetária, fatores de coagulação, neuropeptídeos e quimiocinas. Aminas Vasoativas: a histamina é a primeira substância a ser liberada, ou seja, é importante no inicio da inflamação/ fase aguda, por isso anti-histaminicos não são bons anti-inflamatórios, ela é encontrada armazenada em grânulos principalmente em mastócitos, plaquetas e basófilos, esses encontrados principalmente nos pulmões, pele e TGI,e é liberada em casos de trauma, frio e calor excessivo. Fç: é um importante mediador da fase vascular onde ocasiona dilatação arteriolar e aumento da permeabilidade vascular (de vênulas), causa a constrição de grandes artérias, contração do íleo podendo levar a diarreia como em situações de respostas alérgicas, constrição dos brônquios (leva a redução no fluxo de ar como no quadro de asma) e útero. Quando se liga a seus receptores tem a característica ativar fibras nervosas que levam ao prurido. Serotonina (SHT): possui ação semelhante a histamina, sendo liberada por mastócitos e plaquetas, é responsável em parte pela função de agregação de plaquetária para isolar o foco da inflamação (leva a liberação de colágeno, trombina e formação do complexo antígeno-anticorpo). Sistema Complemento: é uma cascata de ativação de proteínas solúveis (produzidas, por exemplo, pelo fígado) ativadas por vias que podem levar a vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular via histamina e mastócitos. Responsável também pela quimiotaxia, liberação de agentes responsáveis pela opsonização para fagocitose e aderência dos tecidos para isolar o local. Ainda não são alvos para fármacos contra a inflamação. Sistema Cinina: A bradicinina, por exemplo, com função semelhante a histamina pelo aumento da permeabilidade vascular e vasodilatação, via liberação de agentes como prostaglandinas e NO (vasodilatador), leva a contração de músculos lisos, é um importante mediador de dor inflamatório por ter a característica de diminuir o limiar dos nociceptores. Sistema de coagulação: responsável pela quimiotaxia, isolamento da resposta inflamatória pela ativação de trombina e formação de fibrina que é então responsável por formar o coágulo de fibrina, contribuindo para reparação do tecido lesionado, e pela liberação de fatores inflamatórios. Sistema Fibrinolítico: está relacionado a reparação dos tecidos. Citocinas:são peptídeos produzidos em condições tanto fisiológicas como patológicas e que tem por função modular a atividade de células inflamatórias ou ainda pode conter a inflamação. Todas são proteínas ou glicoproteínas, geralmente a produção se dá mediante a estímulo, ou seja, não estão prontas no organismo), todas as células do organismo são capazes de produzi-las porem células inflamatórias possuem essa capacidade aumentada. São os novos alvos para anti- inflamatórios (pesquisa), presentes na resposta imune também. EX/principais: quimiocinas, interleucinas, fatores de necrose tumoral (TNF) e os interferons. Existem citocinas inflamatórios e anti-inflamatórias, de modo que elas se modulem/regulem no organismo, as inflamatórias fazem a manutenção da inflamação enquanto as anti-inflamatórias fazem a modulação da inflamação. As Citocinas são pleiotrópicas, ou seja, são encontradas em todos os locais do organismo, são produzidas por diferentes tipos celulares, além de serem muitas vezes redundantes, onde diferentes citocinas possuem função semelhante. Um exemplo disso é a IL-1 e o TNF-alfa: são diferentes mas com funções semelhantes, são liberados por várias células em respostas sistêmicas de fase aguda, levando a mesmos sintomas como dor, sonolência, entre outros. Óxido nítrico (NO): é um gás liberado pelo endotélio, macrófagos, neurônios, condrocitos, neutrófilos e que esta envolvido no processo de vasodilatação por causar o relaxamento vascular, pode agir também como NT, tem atividade tumoricida e microbicida, reduz a agregação plaquetária. Esse gás é produzido pela oxidonitricosintetase endotelial, neuronal e induzida. Fator de ativação plaquetária:Este mediador químico é derivado dos fosfolipídeos de membrana de neutrófilos, monócitos, basófilos, células endoteliais e plaquetas, dentre outras, atuando diretamente sobre as células-alvo. Atua estimulando agregação plaquetaria, síntese de prostanoides, causam vasodilatação e broncoconstrição. O PAF pode promover a maior parte das reações inflamatórias, englobando o aumento de adesão dos leucócitos, a quimiotaxia, a degranulação leucocitária e os surto oxidativo, além de estimular a produção de outros mediadores químicos, especialmente, os eicosanoides. Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA) Os metabólitos do ácido araquidônico, também chamados de eicosanoides, podem mediar, praticamente, cada etapa do processo inflamatório agudo. Sua produção é intensificada nos locais da respostainflamatória. As principais células fontes de metabólitos do AA na inflamação são os leucócitos, mastócitos, células endoteliais e plaquetas. Os fosfolipídeos de membrana através de um estimulo (reação Ag/AC, trauma queimadura) dão origem ao AA a partir da ação da enzima fosfolipase A2, no citoplasma o AA formado sofre a ação de outras enzimas dando origem aos eicosanóides(prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos). O AA serve de substrato para duas vias principais onde são formados os eicosanoides: Via da ciclooxigenase: esta via resulta na produção de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxano. Prostaglandinas: esta associada a vasodilatação, inibição da agregação plaquetária e estão envolvidas na patogenia da dor por sensibilizar os nociceptores a ação da bradicinina, serotonina e histamina, e ainda esta associada a febre no processo inflamatório. Tromboxano: está relacionado com o processo de coagulação, uma vez que leva à vasoconstrição e promove a agregação plaquetária. COX-1: é uma enzima essencial constitutiva encontrada na maioria das células e tecidos (mucosa gástrica, plaquetas, rins, endotélio vascular, útero), ela esta relacionada com a produção de prostaglandinas, em menor quantidade, para a manutenção de funções fisiológicas (manter a homeostase). COX-2: é uma enzima fisiopatológica, sua produção é induzida por processo inflmatório e pela liberação de interleucinas (IL1,IL2 e TNF alfa) e formam prostaglandinas em grande quantidade que medeiam a inflamação, dor e febre. Encontradas em neutrófilos, monócitos, macrófagos e células endoteliais. COX-3: enzima relacionada com prostaglandinas associadas ao SNC, relacionada a febre e dor. Via da lipoxigenase: resulta na produção de leucotrienos e lipoxinas. Os leucotrienossão produzidos por neutrófilos e alguns macrófagos, sendo quimiotático para neutrófilos, regulam as moléculas de adesão dessas células, além de causar broncoespasmo, vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. As lipoxinas funcionam basicamente como inibidores da inflamação, ou seja, atuando como antagonistas endógenos dos leucotrienos, uma vez que inibem a adesão leucocitária no endotélio vascular e, consequentemente, a migração dessas células ao sítio inflamatório. Os prostanóides tem a capacidade de diminuir o limiar da dor, sensibilizando as fibras C aferentes e ainda potencializam o efeito álgico da bradicinina. Dor inflamatória: a lesão ou injúria celular estimulam uma resposta inflamatória que ocasiona então a liberação de mediadores inflamatórios como a prostaglandina e aminas simpatomiméticas que atuam sobre o nociceptorsensibilizand-o o que resulta em hiperalgesia por diminuição do limiar de excitabilidade desse receptor tornado-o mais sensível a estímulos que antes não eram suficientes para deflagar PA e gerar sensação de dor. Por exemplo: os monócitos e macrófagos ao reconhecerem antígenos liberam citocinas (IL1, IL6, IL8) que então ativam a produção do componente eicosanoide da dor culminando com a produção de prostaglandina que sensibiliza o nociceptor ocasionando dor, ou ainda a citocina ativa o componente simpático da dor que libera NA ou dopamina que também agem sobre o nociceptor sensibilizando (estimulam a produçãodeAMPc que junto ao Ca regula o nociceptor). Febre x hipertermina:A hipertermia, que é a elevação da temperatura do corpo, ocorre quando o organismo produz ou absorve mais calor do que consegue dissipar. A hipertermia difere da febre no fato de que nela o mecanismo de ajuste da temperatura do corpo permanece inalterado, ou seja, ocorre sem nenhuma mudança no centro termorregulador, ao contrário do que ocorre na febre. hipertermia:É uma síndrome provocada por exposição excessiva ao calor comdesidratação, perda de eletrólitos e falência dos mecanismos termorreguladores corporais. Febre:É uma resposta fisiológica na qual a temperatura corporal é aumentada devido a umreajuste do ponto preestabelecido de regulação do calor no hipotálamo (centro termorregulador). Na febreos mecanismos periféricos de perda e/ou conservação de calor encontram-se intactos. A temperatura normal é regulada pelo hipotálamo e deve haver um equilíbrio entre a perda e a produção de calor. Emcasos de infecções o LPS da parede celular bacteriana acaba induzindo a produção de citocinas pelos macrófagos, as quais induzem a produção de prostaglandina que causa então alterações no termostato do hipotálamo ocasionando a febre. A febre é importante no combate ao microrganismo por tornar o ambiente hostil dificultando a sobrevivência do mesmo. A febre não infecciosa (lesões) leva a alterações no organismo para centralizar o combate a enfermidade, através da diminuição do metabolismo recrutando forças, pelo fato de que algumas enzimas possuem temperatura ideal para agir (temp. normal do organismo). Importância da inflamação: se não houvesse a inflamação o organismo não teria uma resposta protetora para livra-lo da causa da patologia ou conseqüências da lesão, assim as infecções seguiriam e as feridas não cicatrizariam, o organismo teria suas defesas reduzidas e os microrganismos que não eram patogênicos teriam condições favoráveis para se proliferar gerando enfermidades. Porem em alguns casos a inflamação deve ser tratada, ou seja, quando o processo de defesa perde o controle e torna-se exacerbado podendo levar a um dano permanente do tecido, dificultando a cicatrização. ANTI-HISTAMÍNICOS: A histamina é rapidamente liberada e é mais importante no início da inflamação, portanto não é eficaz na manutenção da inflamação e por esse motivo fármacos que inibem a produção e ação da histamina não são bons anti-inflamatórios. A histamina é armazenada em grânulos no interior de mastócitos e basófilos e é prontamente liberada por exocitose frente a uma reação alérgica ou inflamatória em que há a produção de IgE, ativação do sistema complemento, meios físicos, proteínas com pequeno peso molecular (pólen), neuropeptídeos (subst P), calor, trauma, citocinas inflamatórias. Quando há reação de Ag x AC, ocorre a produção de IgE que se liga ao complexo Ag/AC e juntos interagem com o receptor FC£ existente na superfície do mastócito de alta afinidade. Normalmente a primeira resposta não gera uma liberação muito intensa, isso ocorre na segunda exposição que leva a uma agregação de receptores FC£. A ligação a esse receptor leva a um rompimento físico de fosfolipideos de membrana, elevação do AMPc, e influxo de Ca que serve de estimulo para a liberação de histamina por exocitose. A liberação da histamina pode levar a efeitos locais ou sistêmicos por se ligar em receptores específicos espalhados por todo o organismo, desencadeando vasodilatação com edema de tecido, perda de proteínas séricas, extravasamento de leucócitos, contração da musculatura lisa e prurido, ou seja, participa da resposta vascular e celular. Receptor H1: Na reação de hipersensibilidade normalmente é determinada pelo receptor H1 que se localiza na musculatura lisa, células endoteliais e no SNC.A interação da histamina com esse receptor leva as respostas de vasodilatação, aumentos da permeabilidade vascular e contração da musculatura lisa (exceto de vasos sanguineos). Esta acoplado a proteinaGq, que libera Ip3 e diacilglicerol. Receptor H2: localiza-se em células parietais gástricas (secreção gástrica), músculo cardíaco, mastócitos e SNC com ação estimulatória. Esta acoplado a proteinaGs que aumenta AMPc. A histamina constitui um dos principais mediadores que causam a diminuição do fluxo de ar na primeira fase da asma brônquica, no intestino leva a contração (comum em pacientes com crise alérgica terem episódios de diarreia) e no útero leva a contração de sua musculatura (exceto em ratas). Outros efeitos importantes da mesma é a estimulação da secreção gástrica (fato esse relacionado a ulcera péptica), leva prurido (liga-se a receptores que se acreditam serem relacionados a dor, portanto há quem considere o pruridocomo uma dor leve), leva a vasodilatação, aumento da frequência cardíaca e débito cardíaco, além de ser mediadora de reações de hipersensibilidade tipo I. Em relação a quantidade de receptores a histamina nos tecidos das diferentes espécies, em ruminantes se localizam principalmente no trato respiratório, em equinos, suínos e gatos no trato respiratório e intestinos, e em cães no fígado e vasos hepáticos. Então Anti-histamínicos são fármacos que diminuem ou inibem a ação da histamina no organismo através antagonismo competitivo por seus receptores (H1, H2, H3 e H4) principalmente o H1, mas não inibem a sua produção e liberação no organismo. Anti-histamínicos antagonistas de H1 são os mais comuns (antialérgicos), eficazes no tratamento de respostas alérgicas, e são divididos em anti- histamínicos de primeira e de segunda geração. Os de primeira geração são constituídos de moléculas menores que são capazes de atravessar a BHE chega ao SNC podendo desencadear sonolência. Exemplos desses fármacos são: Etanolaminas - Difenidramina, Dimenidrinato, Clemastina, Doxilamina Etilenodiaminas – Tripelenamina, Pirilamina Alquilaminas - Clorfeniramina, Dextroclorofeniramina (contra anafilaxia) Piperazinas – Hidroxizina Fenotiazinas – Prometazina,Alimemazina Os de segunda geração são constituídos de moléculas maiores sendo incapazes de atravessar a BHE, não causando a sonolência (não atingem o SNC). Exemplos desses podem ser Peperidinas (Loratadina, Desloratadina e Cetirizina). Uso clínico: Esses fármacos são utilizados no tratamento de reações alérgicas por picada de insetos, rinites alérgicas e urticárias (não são indicados para tratar de choque anafilático pois a histamina já se ligou a seus receptores e eles competem para se ligar nos mesmos, não sendo então tão eficazes), alguns são usados para sedação e indução do sono (primeira geração), para cinetose (enjoo causado por movimento – líquido vestibular) pela ação anticolinérgica sobre receptores muscarínicos (como Dimenidridato – Dramin e Prometazina). Farmacocinética: São bem absorvidos via oral (mais rápido em poligástricos), alta lipossolubilidade o que pode fazer com que penetrem na BHE como já explicado, como efeitos colaterais podem levar a sonolência e redução do estado de alerta e reflexos, além de potencializar a ação de depressores do SNC de primeria geração apenas), podem levar a incoordenação motora, doses elevadas podem levar a convulsões, hipertermia, excitação e morte, distúrbios do TGI após uso prolongado, possível efeito teratogênico, entre outros. Anti-histamínicos para receptor H2: são divididos em 1ª, 2ª e 3º geração, suas principais ações são no controle da secreção gástrica (serão estudados posteriormente); Outra maneira para controlar reações alérgicas é prevenir ou diminuir a liberação de histamina (como glicocorticoides), antagonismo competitivo, ação sobre produção e metabolismo da histamina, entre outros. A histamina promove broncoconstrição via ação em receptores H1 e edema de glote pela vasodilatação também via receptores H1. Se for feito então um anti-histamínico H1, ela ira bloquear essa ação através de um mecanismo de antagonismo competitivo. Já o Fenoterol é um fármaco que se liga a receptores B-adrenérgicos B1 no coração e grandes vasos, e B2 na musculatura lisa como dos brônquios, levando a dilataçãoportanto, é um antagonista fisiológico da histamina contra a broncoconstrição. Adrenalina também pode ser usada pois age em alfa e beta, fazendo então antagonismo fisiológico contra a histamina, tanto como contra a broncoconstrição como contra a vasodilatação. Os Corticoides também podem ser usados em emergências pois vão agir diminuindo a liberação da histamina. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS: São fármacos que tem atividade analgésica, anti-inflamatória e antipirética. Os anti-inflamatórios não esteroidais tem atividade inibitória específica sobre enzimas associadas à produção de eicosanóides( prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos). Sua ação maior é sobre a dor somática do que visceral, perifericamente tem ação anti-inflamtória e centralmente tem ação analgésica e antitérmica. Mecanismo de ação: eles tem ação sobre radicais livres fazendo a remoção, e por serem ácidos fracos possuem afinidade por tecidos inflamados e além de ter a excreção facilitada em urina alcalina. Esses fármacos fazem a inibição de formação de mediadores inflamatórios da cascata do ácido araquidônico, inibindo a ação das enzimas COX e lipoxigenase(LOX). A COX 1 é primariamente fisiológica e expressa e ativa mais no estômago, útero e rins e atua protegendo a mucosa gástrica, fluxo sanguineo renal e a hemostasia vascular. Já a COX 2 é induzida por mediadores como citocinas e tem atividade inflamatória relacionada a dor e febre. E a inibição da COX impede a formação de prostaglandinas e tromboxanos. Já a inibição da enzima LOX, encontrada nos pulmões, plaquetas e células brancas sanguineas, impede a formação de leucotrienos. Ações complementares: inibição da agregação plaquetária (tromboxanos), inibição da síntese de histamina e antagonismo da bradicinina (PGs), estabilização de membranas lisossômicas, inibição do sistema complemento, inibição da fagocitose e prevenção do acúmulo leucocitário. Dor: a dor periférica esta associada a bradicinina, histamina, PGE e PGI agindo em receptores nociceptivos onde o estimulo é conduzido até o tálamo. Ela pode ser controlada pelos AINEs que tem ação periférica (espinhal e supraespinhal) ou narcóticos de ação central. Febre: os leucócitos liberam pirógenos endógenos (citocinas) que fazem a liberação de PG e IL 1 que no hipotálamo ocasionam o aumento do limiar térmico estimulando a piloereção, vasoconstrição e tremores para o aumento da temperatura corporal. Então os AINEs são utilizados para evitar a febre através da inibição da COX e de IL 1 reajustando o limiar térmico ao normal. Classificação: 1)estrutura química: os AINEs são ácidos fracos por uma questão lógica. No local da inflamação há destruição celular e restos celulares que deixam o ambiente mais ácido e substâncias ácidas terão a penetração facilitada nesses tecidos favorecendo sua ação antiinflamatória. Além disso eles se ligam com grande facilidade a proteínas plasmáticas e sabe-se que no exsudato inflamatório há muita proteína favorecendo a deposição de fármaco no local. Essa afinidade pode dar origem a interações medicamentosas por meio do deslocamento de outros fármacos. E não devem ser administrados juntos a outros AINEs ou corticosteróides. A)Derivados do Ácido Carboxílico Salicilatos: AAS, ácido salicílico Ácidos Acéticos: Diclofenaco, Indometacina Ácidos Propiônicos: Ibuprofeno, Flurbiprofeno, Carprofeno, Cetoprofeno Ácidos Aminonicotínicos: Flunixinmeglumine Fenamatos: Ácido mefenâmico, Ácido meclofenâmico B)Derivados do Ácido Enólico Pirazolonas: Fenilbutazona, Dipirona Oxicans: Piroxicam, Meloxicam Inibidores seletivos de COX-2 (Cele-, Rofe-, Dera-, Lumira-, Firo-, Pare-, Valdecoxibe) Inibidores de COX e LOX (LicofelonaeTepoxalina) 2) seletividade a COX: a COX 1 é fisiológica, e da origem a prostaglandinas que são benéficas ao organismo protegendo a mucosa gástrica e garantindo a vascularização e perfusão renal, já a COX2 é inflamatória, ou seja, da origem a prostaglandinas que estão associadas ao processo inflamatório podendo ocasionar dor, febre etc. Então a seletividade a Cox é importante pois a inibição da COX 1 pode levar a efeitos colaterais como ulceras gástricas e problemas renais, já a inibição da COX é desejável para se conseguir os efeitos de analgesia e antipirético por exemplo. A seletividade basicamente é determinada pela estrutura das COX 1 e 2, ambas possuem um canal longo e estreito com uma curva em grampo ao final, a COX 2 possui uma substituição de valina que cria uma mudança conformacional no canal tornando-o mais largo. Os AINEs inibem a COX pelo bloqueio do canal dessas enzimas previnindoo metabolismo do ácido araquidônico. Os não seletivos tem uma conformação estrutural mais estreita capaz de bloquear os canais da COX 1 e 2. Já os seletivos para COX 2 tem uma configuração mais larga permitindo que bloqueiem apenas o canal da COX 2 que é maior. Inibidores seletivos da COX-1: Aspirina (em baixas doses) Inibidores não-seletivos da COX: Aspirina (em altas doses), Piroxicam, Indometacina, Diclofenaco, Ibuprofeno, Flunixinmeglumine Inibidores seletivos da COX-2 (preferenciais):Meloxicam, Nimesulida Inibidores altamente seletivos da COX-2: Celecoxibe, Rofecoxibe, Firocoxibe Seletividade para COX-2: lumiracoxibe>etoricoxibe>rofecoxibeevaldecoxibe>celecoxibe Ácido Acetilsalicílico (Aspirina®) Derivados do salgueiro (Salixalba): salicina, tem ação antiinflamatória, analgésica, antipirética, antitrombótica (TXA2), e pode inibir a via da LOX. A aspirina tem boa absorção por v.o. e média ligação a proteínas plasmáticas. Efeitos colaterais: inibição de PGs protetoras da mucosa gástrica (COX 1)podendo levar a gastrite, úlcera gástrica e distúrbio de hemostasia (prolongamento do sangramento devido a inibição da produção de tromboxanos). Intoxicação: a meia vida do salicilato é de 37,5 h em gatos e de 8,5 h em cães, ou seja, a eliminação do fármaco nos gatos é mais lenta pois eles tem deficiência na enzima glicuroniltransferase responsável pela conjugação do salicilato com o ácido glicurônico retardando a metabolização hepática. Então em altas doses o ácido acetilsalicílico pode levar aos sinais de intoxicação: melena decorrente de hemorragia gástrica, sialorréia, vômito, hiperpnéia e depressão central que resulta em ventilação inadequada levando a acidose respiratória. Além de Acidose metabólica –pela presença de salicilatos e metabólitos Outros Salicilatos: Ác. Salicílico (uso tópico- queratolítico), Diflunisal (artrite reumatóide), Salsalato, Salicitato de Sódio (sem ação na dor visceral). Ácidos acético: Diclofenaco: tem ação dual, ou seja, atua na COX e na LOX tendo ação analgésica e antiinflamatória. Tem altos índices de intoxicação pois humanos utilizam e acabam dando para cães e gatos, porém o uso deve ser abolido. Idometacina: tem maior potencial anti-inflamatório e antitérmico que a fenilbutazona, ela é mais utilizada em laboratório para modelo de estudo de úlceras. Pode ter efeitos neurológicos em eqüinos. Ácidos propiônicos: Ibuprofeno: inibe COX 1 e 2 de forma irreversível e tem potência semelhante à fenilbutazona. Não é indicado o uso em animais, em cães causa toxicidade gastrointestinal e renal grave em doses que nem alcançariam a eficácia antiinflamatória. Pranoprofeno, Naproxeno, Flurbiprofeno: inibem COX 1 e 2 de forma irreversível são mais potentes que indometacinae tem uso tópico (ocular) Carprofeno, Fenoprofeno: são usados para artrite reumatóide,miosite, osteoartrite(carprofeno), odontologia. Cetoprofeno:sem seletividade, usado em Cães, gatos, equinos, bovinos como analgésico no controle da dor aguda. Pirazolonas: Fenilbutazona: inibe a COX irreversívelmente, tem ação antioxidante contra superoxidos, produz úlceras, discrasias sanguíneas, hepato e nefrotoxicidade. A administração é i.v, o uso perivascular ocasiona flebite e inflamação de tecidos adjacentes. Indicações: artrites, osteoartrite crônica, claudicações e distúrbios musculoesqueléticos. FlunixinMeglumine: é um analgésico e anti-inflamatório largamente utilizado em Medicina Veterinária, indicado em lesões musculoesqueléticas, cólicas eqüinas, choque endotóxico, gastrenterites, mastites...tem por ação a inibição da COX, inibe migração leucocitária e a liberação de cininas. Pode prevenir efeitos cardiovasculares antes de endotoxemias, regula débito sangüíneo gastrintestinal e no choque endotóxicodeeqüinos: mantém a pressão arterial e evita a vasodilatação. INIBIDORES COX-2 SELETIVOS (Celecoxibe, firocoxibe, rofecoxibe) São altamente seletivos paraCOX 2, portanto há menor freqüência de efeitos gastrintestinais, tem atividadereparadorasobrecartilagememartrose e ainda podem ser seguros em pacientes cirúrgicos, em uso de anticoagulantes ou com distúrbios de sangramento. Inibidores da COX com fraca ação antiinflamatória: Paracetamol(acetaminofeno) e Dipirona(metamizol) Esses fármacos tem Preferência por COX cerebral que seria a COX 3 e estão mais associados a dor e febre. Paracetamol: tem baixa atividade anti-inflamatória e parede perder a atividade em meio ácido ou rico em peróxidos. Não é aprovado para o uso em cães e gatos devido a toxicidade pela deficiência no processo de glicorunidação tendo a formação de um metabólito tóxico, a N-acetil-p-benzoquinoneimina que faz a conversão de hemoglobina em metahemoglobina a qual não é capaz de se ligar ao oxigênio de maneira eficiente e ainda casiona necrose hepatocelular. As hemáceas do gato são mais suscetíveis ao dano oxidativo devido a depleção de glutationa, assim os gatos possuem mais comumente sinais relacionados à produção de metahemoglobina. Sinais clínicos: edema de face, cianose e meta-hemoglobinemia, anemia, hemoglobinúria e icterícia. Dipirona: pode estar associada a escopolamina e tem fraca ação anti-inflamatória, tem baixa ligação a proteínas plasmáticas e é rapidamente metabolizada. Utilizada no controle da dor visceral suave ou ponderada e como antipirético. Meloxicam: é um inibidor preferencial por COX2 indicado no controle da dor crônica em tecidos moles ou musculoesqueléticos incluindo osteoartrite em cães, também é eficaz no controle da dor pós operatória em cães com cirurgia ortopédica ou em tecidos moles. Os AINE inibidores da COX são ácidos fracos, lipossolúveis, e podem ser administrados por várias vias, possuem baixo volume de distribuição e metabolização hepática. Interações medicamentosas: não devem ser administrados com outros AINEs ou corticosteróides. Além disso eles podem reduzir a ação da furosemida e dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) que estimulam a síntese de prostaglandina para aumentar o fluxo sanguineo renal, produzem vasodilatação e causam natriurese. Efeitos colaterais e tóxicos Sinais clínicos = apatia, hipo ou anorexia, regurgitação ou emese, melena, hematoquesia, sensibilidade abdominal, palidez de mucosas, desidratação e até peritonite, inibiçãoda agregação plaquetária e aumento do tempo de sangramento, alteração dos testes defunção renal e icterícia e ainda interação com outras drogas. O aparecimento de úlceras e falência renal aguda (oligúria e azotemia) ocorrem porque fármacos não seletivos inibem a COX 1 fisiológica que produz prostaglandinas que estimulam a secreção de muco gástrico e causam vasodilatação renal, sem elas, pode ocorrer lesões na mucosa e baixa perfusão renal. Os COX 2 seletivos podem ter efeitos cardiovasculares pelo fato de inibidores seletivos não bloquearem a síntese plaquetária de tromboxano A2, mas bloquearem seletivamente o efeito benéfico vascular da prostaciclina responsável por evitar agregação plaquetária e pela vasodilatação. Como tratamento deve-se fazer a interrupção do medicamento, usar medidas de descontaminação. No caso de úlceras usar sucralfato, antagonistas H2 e omeprazol. A falência renal aguda pode ser revertida por medidas suporte e evitando diuréticos. Inibidores de Leucotrienos: os leucotrienos são substâncias oriundas da via da lipoxigenase (LOX) que fazem quimiotaxia de neutrófilos, causam boncoespasmo (contração da musculatura lisa dos bronquios), vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, e regulam as moléculas de adesão de neutrófilos e macrófagos. Então alguns inibidores da síntese de leucotrienos funcionam como agentes antiasmáticos, sendo antagonistas dos receptores do LTD4 que é um tipo de leucotrieno que causa vasoconstrição e boncoconstrição. Zafirlucaste é um exemplo de antagonistas dos receptores do LTD4 usado em casos de asma sensível ao AAS Montelucaste(Singulair®) é Profilaxia e tratamento crônico da asma Inibidoresda 5-lipoxigenase( enzima que dá origem aos leucotrienos)-Zileutina, Tepoxalina –Bloqueia broncoespasmoinduzido por Ag, Pode inibir a inflamação tardia (LTB4) DMSO Antioxidante, Lipossolúvel, Usado em cães e equinos Potencial tóxico e teratogênico Glicosaminoglicanos: Poli e monossulfatados, ácido hialurônico e polissulfato de pentosana São indicados para tratamento da osteoartrite primária ou secundária, podendo promover aumento da síntese de matriz cartilaginea pelos condrocitos e inibir as ações degenerativas de alguns mediadores inflamatórios. Novos alvos Inibidores do NF-κBque é um fator nuclear envolvido na transcrição de citocinas, receptores, COX, regula a expressão da cadeia leve de linfócitos B, tendo papel-chave nas respostas imune e inflamatória –Antagonismo deste fator: potente alvo para novas drogas usadas no tratamento de asma Inibidores de citocinas –Receptores solúveis e seus inibidores São anticorpos que se ligam as citocinas e inibem a ligação delas a outros componentes inflamatórios, ou seja, atuam como antagonistas de receptores de citocinas. Fator de necrose tumoral -a (TNF-a) e interleucina-1 (IL-1) são citocinas pró-inflamatórias que medeiam as respostas inflamatórias associadas com agentes infecciosos e outras tensões celulares. Inibidores da Janus quinase:As janusassociatedkinases (JAK) são uma família de enzimas envolvidas na transmissão de sinais de múltiplas citocinas, hormonais ou fatores de crescimento. As JAK, encontram-se ligadas fisicamente ao domínio intracelular destes receptores transmembranares. A ligação de um ligando ao domínio extracelular destes conduz a uma alteração conformacional que, subsequentemente, altera a posição das JAK, permitindo a sua ativação e fosforilação. As JAK ativadas fosforilam os resíduos de tirosina presentes nas caudas citoplasmáticas do receptor, possibilitando a ligação de proteínas responsáveis pela transdução do sinal (proteínas STAT - signaltransducersandactivatorsoftranscriptions) e ativação da transcrição. Uma vez ligadas, as proteínas STAT tornam -se substrato das JAK e a transferência do grupo fosfato entre elas origina a dimerização das STAT. A fosforilação dos resíduos de tirosina das STAT é essencial à sua ativação, dimerização e ligação ao ácido desoxirribonucleico (ADN) no núcleo da célula, ativando, a transcrição de genes específicos que controlam determinados processos celulares como a proliferação, a diferenciação e a apoptose.Esta regulação da expressão gênica explica o papel crucial da via de sinalização JAK/STAT nas respostas inflamatórias e imunológicas. A ativação excessiva da via de sinalização JAK/STAT é o mecanismo básico subjacente a várias patologias, frequentemente associadas a um prognóstico muito reservado. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS( glicocorticóides, AIE, corticosteróide ou corticóide): Os glicocorticóides são hormônios sintetizados pelas adrenais, na zona fasciculada, a partir de colesterol. Além disso, a adrenal produz hormônios sexuais e os mineralocorticóides. A síntese e liberação é maior no período da manhã em humanos e em animais não há evidências de picos circadianos mas indica-se administrar pela manhã em cães e em gatos no período da noite. A produção ocorre quando há necessidade desses hormônios, além de situações que envolvem fatores psicológicos como estresse, ou ainda em situações de frio ou calor excessivo. Controle e regulação hormonal: o controle se dá pelo eixo HPA onde uma menor concentração de corticosteróides faz um feedback positivo estimulando o hipotálamo a liberar CRH (hormônio liberador de corticotrofina) que por sua vez estimula a hipófise a liberar ACTH (hormonioadrenocorticotropico) que na adrenal estimula a produção e liberação de glicocorticoides a partir de colesterol. No caso de altas concentrações haverá feedback negativo diminuindo o estimulo para a produção. Corticóides exógenos: possuem estrutura semelhante a dos corticosteróides endógenos, imitam a ação dos mesmos, e possuem diferenças quanto alipossolubilidade.Ex: Betametasona, Dexametasona, Prednisolona, Prednisona, Metilprednisolona, Hidrocortisona, Triancinolona, Budesonida, Fluticasona, Beclometasona e Resocortol. Farmacocinética: são extremamente lipossolúveis o que permite uma melhor absorção, são sais solúveis para facilitar a interação com o organismo e não ficarem retidos por serem muito lipossolúveis. Possuem baixa ligação a proteínas plasmáticas então não há muita interação medicamentosa. Sofrem biotransformação hepática alguns são pró-farmacos (prednisona vira prednisolona-gatos tem dificuldade em metabolizar prednisona) e a excreção pode ser biliar ou renal. Podem ser admistrados V.O, IM, IV. Efeitos farmacológicos: se comparados aos glicocorticóides endógenos, os fármacos tem atividade anti-inflamatória e imunossupressora mais intensas e menor afinidade por receptores de atividade meniralorreguladora. Mecanismo de ação: os hormônios glicocorticóides entram na célula alvo através da membrana plasmática, sozinhos por serem lipossolúveis, onde se ligam aos receptores esteróides intracitoplasmáticos. O complexo formado pelo esteróide e receptor para o núcleo e se associa ao DNA alterando a transcrição genética e, por fim, a produção de proteínas que controlam uma grande serie de processos celulares. Principais efeitos:esses agentes são utilizados principalmente por seus efeitos anti-inflamatórios e imunossupressor no entretanto, essas propriedades não são seletivas e os corticosteróides podem afetar outros sistemas do corpo. Os principais efeitos metabólicos são gliconeogênese, catabolismo de proteínas e lipólise: 1- interferem no metabolismo hepático de glicose aumentando a gliconeogênese e a síntese de glicogênio hepático regulando de maneira natural para manter os níveis de glicose, aumentam o catabolismo de gordura, quando diminui a quantidade de glicose para as células estimula a mobilização de ácidos graxos, eleva o catabolismo protéico, diminui a absorção intestinal de Ca e promove hipercalúria, incrementa a diurese, aumenta a secreção de glicose pelo fígado e aumenta a sensibilidade do fígado para glucagon e catecolaminas. 2-músculo: doses fisiológicas mantem a função muscular, já doses terapêuticas podem provocar perda de massa muscular e fraqueza. 3-tecido adiposo: o uso crônico pode ocasionar a lipólise acompanhada de redistribuição de gordura no organismo. 4-feto: induz a síntese de surfactante nos pulmões antes do nascimento então pode ser administrado para diminuir a severidade da síndrome de angustia respiratória fetal. Além disso pode induzir o parto no terço final da gestação em vacas e no inicio tem efeito teratogênico. 5-pele: diminui a síntese de colágeno e ácido hialurônico, então há diminuição da espessura dérmica, retardando a cicatrização e renovação celular. Favorece a hiperqueratose e hiperpigmentação. 6-rim: promovem aumento da reabsorção de Na e geração de bicarbonato. Promovem maior secreção de K e Cl nos túbulos renais distais. 7-coração: tem atuação sobre os receptores beta-adrenergicos sensibilizando o sistema vascular à ação pressora das catecolaminas, então aumenta a pressão arterial pela somatória de efeitos nos sistemas cardiovascular e renal(absorção de Na). 8-ossos: reduzem a absorção e da reabsorção renal de cálcio, inibem a atividade dos osteoblastos e aumento da atividade dos osteoclastos e o uso prolongado pode causar osteoporose, além do bloqueio do efeito da calcitonina. 9-SNC: pode levar a euforia ou depressão. 10-TGI: causa aumento da secreção de HCl, pepsina e suco pancreático. No fígado há aumento da atividade as fosfatase alcalina esteróide-induzida. 11- sangue: há aumento no número de hemáceas (eritrocitose) resultante do decréscimo da fagocitose dessas células e isso aumenta as chances de acidente vascular. 12- doses maiores estabilizam as membranas celulares e organelas e impedem a liberação de mediadores inflamatórios. 13-sistemaimune e inflamação: ocasionam uma diminuição na produção e ação das citocinas (incluindo muitas interleucinas e TNF), quimiocinas e outros fatores pró-inflamatórios. Além disso, diminui a produção de eicosanóides (PGs), pois inibem a enzima fosfolipase A2 que produz ácido araquidônico que é precursor para a síntese de eicosanóides. Nas áreas de inflamação aguda eles diminuem o influxo e a atividade dos leucócitos. Nas áreas de inflamação crônica diminuem a atividade nas células mononucleares, diminuem a proliferação de vasos sanguinea e a fibrose. Não são indicados na infecção por que eles inibem o acúmulo de neutrófilos e monócitos no sitio de inflamação e redução da atividade fagocitária (reduzem a expressão de receptores Fc), bactericida e processamento de antígeno. São indicados em quimioterapias por diminuírem a atividade de células tumorais. Indicações terapêuticas: Enfermidades endócrinas: insuficiência de adrenal (aguda ou crônica) ou hiperplasia congênita adrenal com o objetivo de repor os corticosteróides que seriam produzidos pela adrenal em condições normais. No hipoadrenocorticismo há produção insuficiente da glândula adrenal. Enfermidade não endócrinas: doenças autoimunes e imunomediadas, processos alérgicos (estabilização de membranas), choque, traumas e edemas cerebroespinhais, câncer e hepatite crônica ativa. Seleção de fármacos: Cortisol e cortisona – são menos potentes e utilizadosem casos de reposição de hormônios Prednisona, prednisolona e metilprednisolona– tem atividade antiinflamatória considerável, t ½ intermediário e baixa atividade MC –primeira escolha como antiinflamatório e imunossupressor. Dexametasona e betametasona–baixa atividade mineralocorticóide, alta atividade antiinflamatória, t ½ longo e grande atividade supressora do crescimento –terapia antiinflamatória aguda (choque e edema cerebral). Contraindicações: são contra-indicados em animais com processo ulcerativo e cicatrizante; gastrite e úlcera gástrica pois eles diminuem a produção de PGs que protegem a mucosa gástrica agravando o quadro; em animais com diabetes mellitus por aumentarem ainda mais as concentrações de glicose; pancreatite pois eles podem causar lesão nas células beta do pâncreas; doenças infecciosas por serem imunossupressores, e micoses sistêmicas. Além disso não é indicado o uso pós- cirurgico. Efeitos adversos:esses efeitos estão relacionados à estimulação de uma série de alterações metabólicas induzidas por esses agentes ao nível fisiológico e associado à atrofia do córtex das adrenais devido a supressão do HPA. Esses efeitos sãoocasionados pelo uso prolongado, interrupção abrupta do tratamento pois a adrenal não teve tempo para se adaptar a produzir hormônios e ainda pela administração de altas doses. Os principais efeito são: poliúria, podipsia, hiperglicemia, síndrome de cushing (hiperadrenocorticismo), hipoadrenocorticiso iatrogênico, retenção de líquidos e gastrites. Precauções: uso em dias alternados para uma menor supressão do eixo HPA, redução gradativa da dose, manutenção com doses baixas, pulsoterapia (dose de ataque). Então a escolha do corticosteróide depende do uso clinico e de propriedades do fármaco, se será utilizado para terapia de reposição ou inespecífica e ainda ter conhecimento das contraindicações. SISTEMA DIGESTÓRIO: O trato gastrointestinal tem a função de armazenar, digerir e absorver os nutrientes e eliminar os resíduos. Ele é constituído por músculo liso, vasos sanguíneos e glândulas e possui controle neural e hormonal. Existem 2 plexos, o miontérico e o plexo submucoso que recebem fibras parassimpáticas pré-ganglionares do nervo vago que são principalmente colinérgicas e excitatórias. As fibras simpáticas que chegam são, em grande parte, pós-ganglionares e, além de inervarem diretamente os vasos, o musculo e algumas células glandulares, podem possuir terminações nos plexos, onde inibem a secreção de acetilcolina. Secreção gástrica:as principais secreções exócrinas consistem em pepsinogênio pelas células principais e ácido clorídrico pelas células parietais. O muco é secretado pelas células secretoras de muco (mucosa) encontradas entre as células superficiais por toda a mucosa gástrica. Íons bicarbonato também são secretados e aprisionados no muco, criando um gradiente de pH de 1-2 na luz e 6-7 na superfície da mucosa. Assim o muco e o bicarbonato formam uma camada que protege a mucosa contra o suco gástrico. As prostaglandinas E e I produzidas no local estimulam a secreção de muco e bicarbonato tendo função protetora também e distúrbios nessas funções secretórias ou protetoras podem desencadear o aparecimento de ulceras gástricas. Regulação da secreção: a regulação é um alvo especifico para a ação de fármacos, e existem 3 estimulos principais que atuam sobre as células parietais. 1) gastrina: É um hormônio peptídico sintetizado nas células endócrinas da mucosa. Ela estimula a secreção de ácido pelas células parietais, e é secretada por estimulação do alimento e inibida quando em pH ácido (2,5) 2) acetilcolina: é um neurotransmissor liberado por neurônios e estimula receptores muscarinicos das células parietais e nas células que contem histamina. 3)histamina: é um hormônio local que estimula as células parietais pela ligação a receptores H2. Além disso, as prostaglandinas E2 e I atuam inibindo a secreção ácida. ÚLCERAS PÉPTICAS: A úlcera péptica é uma lesão da mucosa gastrointestinal, que ocorre principalmente no estômago e no duodeno. Caracteriza-se pela mucosa exposta ao ácido gástrico, podendo expor vasos sanguíneos havendo hemorragia. Ela ocorre por desequilíbrios entre fatores agressivos (ácido, AINE que anulam mecanismos protetores e stress) e fatores defensivos (muco, bicarbonato e prostaglandinas). Fármacos utilizados para inibir ou neutralizar a secreção de ácido gástrico: Antagonistas de receptores H2: ranitidina, cimetidina, nizatidina e famotidina.Eles inibem competitivamente as ações da histamina em todos os receptores H2, porém sua principal aplicação clinica consiste na sua atuação como inibidores da secreção de ácido gástrico, diminuindo o volume de ácido gástrico e a concentração de H. Uso clínico: úlcera péptica, esofagite de refluxo, gastrites Inibidores da bomba de prótons:Omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol. Atuam através da inibição irreversível da H/K/ATPase que constitui a etapa final da secreção ácida e inibe acentuadamente a secreção de ácido gástrico. É inativo em pH neutro, mas, por ser uma base fraca, acumula-se no meio ácido dos canalículos das células parietais estimuladas, onde é ativado. Uso clínico: úlcera péptica, esofagite de refluxo, gastrites Antiácidos: NaHCO3, CaCO3, Hidróxido de Mg2+ e Hidróxido de Al3+. Neutralizam o ácido gástrico, com consequente elevação do pH gástrico e inibição da atividade péptica, que cessa ao redor de pH 5. Uso clínico: dispepsia, alívio sintomático na úlcera péptica, tratamento de hiperfosfatemia, gastrite aguda. Protetores gástricos: Potencializam os mecanismos de proteção da mucosa e/ou proporcionam uma barreira física sobre a superfície da úlcera, ou seja, atuam nos fatores de proteção. A) Sucralfato:Adere às células epiteliais e à base da úlcera, estimula síntese de PG, inibe hidrólise de proteínas da mucosa, estimula produção local de fator de crescimento epidermal, inibe a pepsina. Uso clínico: prevenção de úlceras induzidas por AINE. Possui Sinergia com anti-H2 e os antiácidos prejudicam sua ação. B)Quelato de bismuto: Adsorve pepsina, aumenta a síntese de PG e estimula a secreção de bicarbonato para proteger a mucosa e revestir a base da úlcera. Uso clínico: adjuvantes contra esofagites e gastrites, H. pylori (Gram – gastrite crônica). C) Misoprostol: é um análogo estável da PG que tem ação direta sobre a célula parietal aumentando o fluxo sanguíneo e a secreção de muco e bicarbonato. Uso clínico: prevenção de úlceras induzidas por AINE.Atualmente, comercialização proibidano Brasil (aborto por contrações uterinas). Regulação da Motilidade Gastrointestinal Mecanismos Neurais: Inervação Extrínseca SNA e Inervação Intrínseca SNE Mecanismos hormonais: por células endócrinas do estômago, intestino e pâncreas. CATÁRTICOS: Auxiliam o trânsito intestinal, favorecendo a defecação. Usos clínicos: constipação aguda não dietética, remoção de tóxicos, pré- cirúrgico/radiográfico, evitar tenesmo (prenhez avançada, prolapso) Quanto a intensidade de ação podem ser classificados em purgantes que aceleram a passagem do alimento através do intestino fazendo com que as fezes fiquem com consistência diarreica, já os laxantes deixam as fezes com consistência pastosa. A) Emolientes ou lubrificantes:Óleo mineral, óleos vegetais. Tem efeito laxante, por alterarem a consistência das fezes lubrificand e amolecendo auxiliando a defecação. B) Formadores de massa: Metil-celulose, ágar-celulose, farelo de linhaça, Psyllium. São resíduos de plantas/celulose/ fibras que não são degradados pelos processos normais de digestão e tem a capacidade de reter água na luz intestinal e amolecem as fezes e aumentam a motilidade GI. Efeitos Adversos (poucos): Reações alérgicas, Flatulências, Cuidar com diabéticos pois alguns podem conter açúcar, Reabsorção de outras drogas pode ser prejudicada e casos de obstrução. C) Salinos e osmóticos Salinos:sais de Mg2+ e fosfatos, lactulose, glicerina, sorbitol, manitol e sulfatos de Na+ . São solutos pouco absorvidos que mantém, por osmose, um volume aumentado de líquido na luz do intestino aumentando assim o transito intestinal. Doses laxativas 6 a 8 h e doses purgativas 3 h. Efeitos Adversos: Lax fosfato –causa hiperfosfatemia; Soluções hipertônicas - desidratação (tomar bastante líquido) e Mg2+ - pode gerar toxicidade em pacientes com insuficiência renal. D) Irritantes ou estimulantes:Óleo de rícino, Sene, Aloe, Casca Sagrada, Agarol. Irritam a mucosa GI e aumentam o peristaltismo. Contra-indicados em constipação crônica, coprostase, desidratação, obstrução intestinal, prenhez avançada. PRÓ-CINÉTICOS: aumentam a motilidade do TGI. Uso clínico:Hipomotilidade e/ou dilatações do tubo digestório que não sejam causadas por obstrução mecânica ou que tenham origem metabólica. Cisaprida: estimula a liberação de Ach no plexo mioenterico e aumenta a motilidade, efeito serotoninérgico. Pode causar diarréia. Humanos – arritmias cardíacas Metoclopramida, bromoprida, dromperidona: Ação dopaminérgico, porém mecanismo pró- cinético é incerto. Ranitidina e nizatidina: Além do efeito em H2 , possível inibição de acetilcolinesterase. Eritromicina: Doses mais baixas que as usadas como antibióticos. Ação semelhantes à motilina em gatos, e serotoninérgicas em cães. Carbacol, betanecol, neostigmina: Efeitos parassimpáticos acentuados. ANTIDIARRÉICOS OU CONSTIPANTES: A diarreia envolve aumento da motilidade, aumento de secreção, diminuição da absorção de líquidos e perda de eletrólitos e água. A causa primária é importante para o tratamento. Pode ser ocasionada por agentes infecciosos e toxinas por exemplo. Anticolinérgicos:Atropina, escopolamina. Inibem motilidade GI e diminuem secreções. Os Efeitos adversos se devem a ação desses fármacos em outros sistemas. Opióides (não narcóticos):Elixir paregórico, difenoxilato, loperamida. Geram menor motilidade propulsiva o estímulo é direto na absorção de líquidos e eletrólitos. Bismuto: é um Subsalicilato usado no tratamento e prevenção da diarreia enterotoxigênica, que causa Inibição de PG e AMPc ,e ainda diminuía a secreção de líquido. Sulfasalazina: usada no tratamento deColites crônicas. ASulfapiridina + 5ASAanti PG e anti LT, antioxidante, interfere com quimiotaxia, função fagocitária, citocinas, Ig. PROTETORES E ADSORVENTES Adstringentes: precipitam as proteínas do citoplasma de enterócitos, formando uma camada impermeável a toxinas, bactérias e alcalóides. Ácido tânico, caolim, pectina. Adsorventes: através de forças eletrostáticas, atraem outras substâncias, fixando-as sobre sua superfície. Carvão ativado, montmorilonita. VÔMITO: Também chamado de emese, é a eliminação vigorosa de conteúdo gástrico pela boca. Pode ser uma Resposta fisiológica ou um efeito indesejável pois pode ocasionar irritação, gastrite, ulceras, alterações eletrolíticas e alcalose dependendo do conteúdo eliminado. O centro do vômito controla os movimentos inter-relacionados do musculo liso e do musculo estriado. Os impulsos provenientes da zona de gatilho passam para o centro do vômito que então controla e integra as funções viscerais e somáticas envolvidas no vômito. A zona de gatilho é sensível a estímulos químicos e contitui o local de ação de certas drogas como apomorfina, morfina e os glicosídeos cardíacos, que alcançam a ZQD através da corrente sanguínea e atravessam a BHE que é relativamente permeável na vizinhança da ZQD. A cinetose é o reflexo ocasionado por certos tipos de movimentação e está relacionada ao aparelho vestibular. Os principais NT envolvidos no controle do vêmoto são Ach, histamina, 5-hidroxitriptamina e a dopamina. EMÉTICOS: Uso clínico: Eliminação de agentes tóxicos não-corrosivos e é importante para o esvaziamento gástrico para indução de anestesia geral. Ação Central: Morfina e Apomorfina, Xilazina. Estimulam a ZQD mas podem causar sedação Ação Periférica: Irritantes. Solução Hipersaturada de NaCl, H2O2 3%, Xarope de Ipeca, Sulfatos de Zinco e Cobre, ambos 1%. ANTI-EMÉTICOS: são indicados em casos de vômito profuso e prolongado, distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido-básicos, em casos de desconforto e para a prevenção de vômitos presumíveis (viagens).Não são necessários em casos devômitos intermitentes, na Ausência de desconforto, e quando a correção de desequilibrios pode ser controlada facilmente. São contraindicados em casos deobstrução GI, Toxicidade GI, Hipotensão sistêmica. Antagonistas da D2:Metoclopramida, Domperidona, Bromoprida, Butirofenonas (haloperidol, droperidol). Atuam na ZQD, fazem o bloqueio de receptores de dopamina no SNC, e são utilizados em casos de emese leve a moderada. Efeitos adversos: hipotensão, sedação, distúrbios do movimento. Fenotiazinas: Proclorperazina, Clorpromazina. Ativa contra agentes que estimulam diretamente a ZQD como antagonistas de receptores D2 , H1 , H2 e M e, em altas doses ,atua no centro do vômito (α2). Tem menor efeito na Hipotensão / sedação (não como acepromazina). Antagonistas 5HT3:Ondansetron, Granisetron, Tropisetron, Dolasetron. Ação central e periférica via receptores de serotonina. São usados para emese grave (quimioterapia antineoplásica) e no tratamento de vômitos causados por agentes citotóxicos. A 5HT é liberada no SNCou intestino e atua como transmissor na emese. Antagonistas H1: Prometazina, Dimenidrinato, Difenidramina. Pouca ou nenhuma ação sobre substâncias que atuam diretamente na ZQD. São eficazes na cinetose e contra os vômitos causados por substâncias que atuam localmente no estomago. Antagonistas M1:Atropina, Butilescopolamina (Hioscina), Propantelina, Isopropamida. Antagonizam a Ach, a hioscina é ineficaz contra substância que atuam na ZQD, e é eficaz contra náusea, vômito de origem labiríntica e substância que estimulam diretamente o estômago. Muitos efeitos adversos. Antagonista NK1: Maropitant. Para cinetose também (dose maior), Emese central e periférica. Ele inibe a via comum final envolvida na ativação do reflexo do vômito no SNC. Outros agentes:Glicocorticóides, Vitamina B6, Citrato de sódio, Gelo picado / Água gelada e Bebidas gasosas. FÁRMACOS DIGESTIVOS: Favorecem os processos digestivos, suprimindo ou complementando as secreções GI. Enzimas digestivas: Proteases (papaína = mamão), Pancreatina e Pancreolipase (obtidas do pâncreas suíno, utilizado no tratamento de insuficiência pancreática, auxiliando na digestão de proteínas e lipídeos). Coleréticos: aumentam o volume e a secreção da bile. Ácidos: estimulam o fluxobiliar. Sais biliares: emulsificam os lipídeos na dieta. Uso em várias síndromes de má-digestão, caracterizadas por esteatorréia. Colagogos:Sulfato de magnésio, sorbitol, gema de ovo. Promovem contração da vesícula biliar, conseqüentemente a liberação da bile. FÁRMACOS USADOS NO MANEJO DA DOENÇA HEPÁTICA Ácido ursodesoxicólico: Cães com hepatite crônica e gatos com colangitelinfocítico-plasmocítica. Mecanismo de ação: Diminui a absorção intestinal e suprime a síntese e armazenamento hepáticos de colesterol. Por ser hidrofílico, acredita-se que proteja o fígado dos efeitos danosos de ácidos biliares hidrofóbicos, que são retidos nos distúrbios colestáticos. Colchicina: usado no tratamento de gota em humanos, Amiloidose e fibrose hepática crônica. Há evidências empíricas de alguns estudos de casos de que a colchicina pode melhorar a função hepática e retardar a progressão da fibrose. Lactulose: é formada por galactose e frutose, as duas forma ácido lático, fórmico e acético que atuam como acidificantes neutralizando a amônia. Reduz as concentrações de amônia no tratamento da encefalopatia hepática. Zinco: Reduz a toxicidade do cobre em hepatopatias específicas Penicilamina: é um Quelante usado na Intoxicação por cobre, chumbo. Outros:Silimarina, S-adenosilmetionina FARMACOLOGIA DO RUMEN: Os Ruminantes possuem os Pré-estômagos (20% PV adulto) onde existem microrganismos simbiontes que contribuem para o melhor aproveitamento da celulose e Energia através da Fermentação formando AGV. Isso garante uma grande capacidade (volume) e lenta passagem de ingesta e mistura constante (movimentos ruminais e saliva) e lá há um ambiente líquido e tamponado por pH ótimo entre 5,5 e 7 (saliva) e a remoção dos produtos finais de fermentação se da pela absorção e eructação. Motilidade ruminorreticular: TIPO A: acontece para trás, associado a mistura, e acontece de um a três movimentos / min, sendo aumentando durante a alimentação. TIPO B: acontece para frente, associada a eructação (problemas podem levar ao timpanismoruminal). Eventos mecânicos nos pré-estômagos: Fechamento do sulco reticular (goteira esofágica), se estende da abertura do cárdia ao orifício reticulomasal,e o seu fechamento durante a amamentação (resposta reflexa) permite passagem direta de líquido ao abomaso. Motilidade Ruminoreticular:tem controle no bulbo (núcleo vago dorsal) é importante para o relaxamento dos esfíncteres esofágicos e expulsão dos gazes produzidos com a fermentação, ruminação: regurgitação e remastigação. Salivação:é um meio líquido que garante o crescimento bacteriano. Os bovinos produzem de 100 a 200 litros por dia; os ovinos: 10 litros por dia. A glândulasparótidas produzem saliva com HCO3 e PO4 e as sublinguais/ submandibulares/ salivares: saliva com muco. Fatores que aumentam a velocidade de produção salivar: alimentação, ruminação, forragem próxima ao cárdia e dobra ruminorreticular. Animal adulto: alterações de drogas no rumen: Ativação:miserotoxina (açúcar nitrogenado tóxico, encontrado no leite da ervilhaca, transformado em produto tóxico) glicosídeos microbianos (liberam cianeto tóxico – mandioca brava). Inativação:Isoflavonas presentes nos trevos (fitoestrógenos), Cloranfenicol, Digitálicos, Oxalato (oxalaseruminal). Absorção de drogas no RúmenRetículo (R/R): a grande quantidade de liquido ruminal acaba diluindo os medicamentos administrados por via oral, além disso, o pH é em torno de 5,5 a 6,8 (bases x ácidos). A Distribuição de drogas no R/R é diminuída pois há diluição tendo como consequência menor concentração nos tecidos e plasma, etnão o rumen e reticulo podem funcionar como reservatório de drogas tornando a posologia complicada pois 20% PV são cavidades gástricas. Tratamento das disfunções dos pré-estômagos: Causas: mudança brusca na dieta, demandas de produção, acasalamento, manejo... Nenhum agente ruminatório é ideal: depende do estado do animal e outras ações farmacológicas das drogas disponíveis Ex: estricnina, metoclopramida. Ruminatórios: são medicamentos que estimulam os movimentos do rumen e retículo. Usos clínicos: atonia ruminalFármacos: fisostigmina, carbacol, tártaro emético; amargos (estimulam a salivação). Timpanismo é o Acúmulo excessivo de gazes e incapacidade de eructar, que pode acontecer pela produção inadequada de saliva, processo inflamatórios, e há a formação excessiva de espuma (bolhas gasosas) Ex: ingestão de leguminosas.Tratamento: - sonda gástrica,antiprotozoários (dimetridazol, metronidazol), silicone/surfactantes, detergentes, terebentina, óleos vegetais (v.o.). Antifermentativos ou antizimóticos: Inibem MO no rumen previnem ou diminuem a fermentação da celulose e, conseqüentemente, diminuem a produção de gazes. Usos clínicos:timpanismo gasoso dos ruminantes, timpanismo do ceco em eqüinos. Terebentina (misturada com óleo de linhaça), Formalina, ác. salicílico (v.o.), hidrato de cloral, álcool etílico 30%, sulfas e antibióticos. Antiespumantes: Aumentam a tensão superficial dos líquidos digestivos, impedindo a formação de bolhas ou rompendo as já formadas. Uso clínico:timpanismo espumoso. Antifiséticos ou antiespumantes: terebentina /formalina: antifermentativos e antiinflamatórios; Silicones: Ruminol (silicone e metilcelulose, em suspensão), Timpanol (silicone em solução) e Timpacur (simeticone). óleo de linhaça (catártico);detergente caseiro (100 ml v.o.). Equino: Funções do intestino grosso na fermentação são semelhantes às do rumen. Ação gástrica é prévia. A Saliva não auxilia (em compensação, grandes quantidades de líquido, ricos em tampões de bicarbonato e fosfato, são secretadas pelo íleo e transferidas ao ceco, imitando assim as ações das glândulas salivares dos ruminantes).
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