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contestação com reconvenção divorcio

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AO JUÍZO DA ... VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE SÃO JOSÉ/SC 
 
Processo n. 
 
SUELEN APARECIDA DA SILVA, já qualificada nos autos da Ação ... 
proposta por JAMES DA SILVA, igualmente qualificada, Processo em trâmite neste r. 
juízo, autuado sob o n. ..., através de seu procurador infra firmado, com instrumento 
de procuração anexo e escritório profissional na Rua..., n. ..., Bairro..., Município ..., 
Estado..., CEP ..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar a 
respectiva CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO pelos fatos e fundamentos que 
passa a expor: 
 
 
DOS FATOS 
 
O autor ingressou com ação de divórcio, pleiteando a ruptura da relação 
conjugal, arguindo que o casal possuía como único bem o veículo inicialmente 
descrito, ano 2014, no valor de R$ 120.000,00, sendo que este não deve ser partilhado 
eis que fora adquirido com o valor próprio do seu trabalho. 
 
Os litigantes, casados desde outubro de 1989 pelo regime de comunhão 
universal de bens, não tiveram filhos e durante o período residiam no Município de São 
José/SC. 
Ocorre que, requerida nos longos anos do matrimonio se dedicou ao lar e 
aos afazeres domésticos, desta forma adquiriram o veículo em conjunto, mediante 
esforços de ambos, conforme demanda a reciprocidade do casamento. 
 
O réu pretende ainda arguir reconvenção pleiteando verbas alimentares e 
divisão do veículo em partes iguais, pois abdicou da sua carreira profissional para 
cuidar do lar, desta maneira com o termino do casamento, não terá como prover com 
as necessidades básicas de alimentação, saúde e moradia. 
 
 
DOS FUNDAMENTOS DA DEFESA 
 
 
PRELIMINARMENTE: 
 
1- DA INCOMPETENCIA 
 
Inicialmente cabe destacar que este juízo não é competente para julgar a 
presente demanda, uma vez que trata-se de divórcio litigioso, vejamos o art. 53 do 
CPC: 
 
Art. 53. É competente o foro: 
 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou dissolução de união estável: 
 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo 
domicílio do casal; 
 
Em razão disso, o juízo competente para julgar e processar tal demanda 
seria o domicílio da requerente conforme alínea “b” do artigo citado, desta maneira 
pugna-se pelo reconhecimento da incompetência relativa do juízo de São José para 
julgar, remetendo os autos para o juízo de Balneário Camboriú, atual domicilio da 
requerida. 
 
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA 
 
Necessário se faz o pedido de antecipação dos efeitos da tutela pretendida, sem 
o valor de R$ 1.800,00 referente à pensão alimentícia da requerida. 
 
Diante dos termos do art. 300, do Código de Processo Civil: 
 
Art. 300 A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo. 
 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir 
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir 
a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente 
não puder oferecê-la. 
 
Requer a antecipação dos efeitos da tutela pretendida demonstrando que os a 
requerida tem a real necessidade de alimentos. Tendo em vista que a requerida não 
possui emprego fixo, dificultando assim a sua sobrevivência. 
 
DO MÉRITO 
 
1- Da partilha dos Bens 
 
Diferentemente do que fora narrado pelo autor, o veículo foi adquirido com 
o esforço de ambos, pois sem o auxílio da requerida nas funções domésticas não 
seria possível adquirir o veículo, de forma que faz justo a partilha em partes 
igualitárias do bem. 
 
Reitera ainda a legitimidade do direito da querida, na certidão de 
casamento em anexo, com o regime de COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS, sendo 
assim, conforme dispões o artigo 1.667 do CC: 
 
Art. 1.667 O regime de comunhão universal importa a 
comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges 
e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. 
 
Resta claro que a requerida faz jus a partilha em quinhão igualitário do 
veículo em epígrafe, percebendo o valor de R$ 60.000,00 a título meação do bem 
adquirido na constância do casamento. 
 
2- Dos Alimentos ao Cônjuge 
 
Os alimentos, do ponto de vista jurídico, envolvem não apenas o alimento 
em si, mas também a condição social que o cônjuge possuía anteriormente ao divórcio, 
bem como o binômio necessidade-possibilidade, o qual sempre deve ser observado 
quando se discutir pensão alimentícia. 
 
Nesta perspectiva, afirma o doutrinador Beviláqua apud Cahali (2006, p. 
16) que 
 
“a palavra alimentos tem, em direito, uma acepção técnica, de mais larga 
extensão do que na linguagem comum pois compreende tudo o que é necessário à 
vida: sustento, habitação, roupa e tratamento de moléstias”. 
 
Neste sentido, dispõe o ordenamento jurídico pátrio, precisamente no 
Código Civil de 2002, artigo 1.694, caput, quanto aos cônjuges, que estes possuem o 
direito de pedir alimentos reciprocamente, quando deles necessitarem para manter 
mesma condição social, bem como para atender às necessidades de sua educação. 
 
Desse modo, se após o divórcio um dos ex-cônjuges não puder nem tiver 
como se sustentar, ou quando a dissolução da vida matrimonial ocasionar grandes 
prejuízos a uma das partes, de modo a modificar sua condição de vida social, serão 
cabíveis os alimentos. 
 
Estes, por sua vez, podem ser requeridos tanto pelo homem quanto pela 
mulher. Isto está em conformidade com o princípio da igualdade de direitos e deveres 
entre o homem e a mulher, previsto no artigo 5º, inciso I, da Constituição Federal de 
1988. No entanto, se a parte demandante exercer alguma atividade profissional, de 
modo que possa sustentar-se, dificilmente terá seu pedido deferido pelo magistrado. 
Conforme o exposto, pode-se observar tal posicionamento na seguinte jurisprudência 
do TJ–DF: 
 
48372362 – APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO. PRELIMINAR DE 
CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO ACOLHIMENTO. PEDIDO DE ALIMENTOS 
CÔNJUGE. NECESSIDADE. POSSIBILIDADE. 01. A prova é dirigida ao juiz e 
compete a ele aquilatar a necessidade de sua produção ou não, sem que o 
indeferimento de uma ou outra pretensão acarrete cerceamento de defesa. 02. Embora 
a Lei Civil admita que, com o divórcio, qualquer um dos cônjuges possa pleitear 
alimentos, mostra-se indispensável a comprovação inequívoca da necessidade dos 
mesmos, bem como as possibilidades financeiras do obrigado. 03. Preliminar rejeitada. 
Recurso improvido. Unânime. (TJ-DF; Rec 2009.09.1.017253-9; Ac. 525.268; Quinta 
Turma Cível; Rel. Des. Romeu Gonzaga Neiva; DJDFTE 12/08/2011; p. 108). 
 
Sendo assim, do ponto de vista fático, é perfeitamente possível o 
deferimento de alimentos à ex-mulher, por exemplo, que passou a vida conjugal inteira 
apenas trabalhando dentro de casa, ou seja, sendo “do lar” enquanto que o ex-marido 
era o responsável pelo sustento da casa, de forma que após a dissolução do 
casamento aquela não tenha como se manter. Tal prestação visaria conceder àquela, 
no mínimo, um pouco de dignidade. 
 
 
 
 
1- DOS FUNDAMENTOS DA RECONVENÇÃO 
 
 
Considerando tratar-se de pedido que versa sobre os alimentos, mister 
seja analisado o presente contrapedido, nos termos do art. 343 do CPC que pelos 
fundamentos a seguir expostos. 
 
Durante a constância do casamento a requerida dedicou-se sua vida 
exclusivamente ao lar. E agora se encontra em situação complicada financeiramente. 
Tendo certa dificuldade de se inserir-se no mercado de trabalho, tendo em vista o 
período de afastamento. 
 
Ora Vossa Excelência vem pedir alimentos no valor de R$: 1.800,00 qual 
totaliza 10% dos rendimentos do autor conforme documentos em anexo, para ajudar 
nas despesas e seu sustento, mais a parcela devida do automóvel no valor de R$ 
60.000,00. 
 
Portando, com base na documentação probatória exposta,preza pelo 
reconhecimento da necessidade alimentar da requerida, condenando o réu ao 
pagamento vitalício dos alimentos e valor do veiculo. 
 
2- Dos Pedidos: 
 
Ante o exposto, requer: 
 
 
1. Após o processamento regular do feito, seja(m) julgado(s) 
IMPROCEDENTE(S) o(s) pedido(s) deduzido(s) pelo autor, pelos 
fundamentos anteriormente apresentados, condenando-se o requerente ao 
pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios; 
2. O DEFERIMENTO da antecipação de tutela, com o consequente conceder o 
pagamento dos alimentos à requerida 
3. o acolhimento da preliminar arguida de INCOMPETENCIA DO JUIZO, 
remetendo os autos para o juízo competente. 
4. Sejam julgados procedentes os pedidos deduzidos em reconvenção para o 
fim de obrigar o autor ao pagamento dos alimentos a favor da requerida 
mensalmente no valor de R$ 1.800,00, ao pagamento de R$ 60.000,00 
referente a meação do veículo ... ano 2014, placa ... e condenar o autor ao 
pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios; 
5. A produção de todas as provas em direito permitidas, em especial prova 
documental, em especial a prova documental e oitiva de testemunhas. 
 
Dá-se à Reconvenção o valor de R$ 81.600,00 
 
Nestes Termos, 
 
Pede Deferimento. 
 
Local.., data... 
 
ADVOGADO...OAB...

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