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AP 2 Gestão 2020

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
Avaliação (AP2) – 2020.2
Disciplina: Estágio Gestão Escolar		
Aluno(a): Ronaldo Ferreira Gomes 
Matrícula: 14212080164		Polo: Rocinha 
 
Estamos prestes a finalizar mais um ano letivo em meio a pandemia, depois de um ano totalmente atípico, muitos colégios ainda têm dúvidas de como será o ano letivo de 2021, pois, não se sabe se retornarão de forma presencial ou continuarão de forma remota. A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, no sentido de formalizar um padrão para um possível retorno presencial, elaborou um “plano de retorno” que deve ser observado por todas as escolas que retornarem de forma presencial. Sabe-se que, enquanto não houver uma vacina que proteja e transmita segurança para os envolvidos na educação, todo e qualquer tipo de precaução, no sentido de proteger, tantos alunos, professores e todos que trabalham em um ambiente escolar, deve primordial nas escolas.
Uma análise desse plano pode ser feito por seus segmentos:
· Protocolos sanitários
Inicialmente, foi determinado que as aulas só poderiam retornar quando o Sr. Governador do Estado do Rio de Janeiro autorizasse, porém, essa autorização já está concedida desde o dia 14/set/20. Cada prefeitura ficou então com a responsabilidade de autorizar ou não o retorno, o que ocasionou um verdadeiro descontrole por parte do Estado, pois, municípios ficaram com a autonomia de autorizar ou não, e o que se viu foi prefeitos autorizando o retorno e outros não autorizando. Cada um com seus procedimentos de segurança e a educação, como sempre, ficando prejudicada, pois alunos não sabiam se iriam ou não retornar às aulas presenciais. Ficou claro que faltou ao Governo do Estado uma posição concreta sobre a situação de retorno, e não simplesmente deixar por conta dos prefeitos. Não é o caso desses não terem competência para essa decisão, o problema é que, como o Estado tem municípios muito próximos, acabou ocasionando um confusão em relação ao retorno presencial, pois, por exemplo, enquanto o Município do Rio de Janeiro autorizava o retorno às atividades presenciais para os estudantes que estão concluindo os estudos nas diferentes etapas de ensino, ou seja, os alunos da 3ª série do ensino médio; dos 5º e 9º anos do ensino fundamental; e do último módulo da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Niterói não autorizava o retorno, e assim por diante, gerando assim, dentro de apenas um Estado da Federação, uma verdadeira confusão sobre o retorno ou não.
O documento estabelece também o uso obrigatório de máscara para todos os alunos, professores e funcionários, cabendo a cada instituição decidir como será a operacionalização. Nesse caso, é fundamental e totalmente correto essa exigência, pois o uso da máscara inibe a proliferação de vírus. Cada aluno, professor e funcionário fica responsável pelo revezamento e troca de suas máscaras, ficando a cargo da escola promover essa necessidade do uso e descarte, de forma segura, daquelas máscaras que não servem mais para o uso. Sanitização do espaço para o retorno, ficou meio vago, pois, só há a necessidade de sanitização para o retorno? E os outros dias? E quando os alunos forem embora, não há necessidade dessa sanitização? É claro que essa sanitização tem que ser diária e a cada troca de turno (se assim houver). Faltou essa clareza por parte do protocolo. Seguindo, o uso do termômetro para aferição de temperatura, apenas para uma segurança, pois, o certo é, caso tenha suspeita de contágio, sequer o aluno ou o profissional sair de sua residência. As reuniões também são fundamentais para passar todas as orientações para os envolvidos, sanando possíveis dúvidas quanto ao uso das dependências escolares. Dando um pulo para as comorbidades dos profissionais, uma boa parte dos professores e funcionários são pessoas de risco, entre elas, a idade acima de 65 anos, esses profissionais não são aconselhados a voltarem para suas atividades presenciais, ficando com o ensino remoto, cabe então ao estabelecimento de ensino montar uma estratégia para que os alunos não saiam prejudicados quanto as aulas desses possíveis professores. Quantos aos funcionários que se encaixarem nas comorbidades, esses devem continuar trabalhando de forma Home Office. Sobre a sondagem de pessoas já testadas, positivas ou negativas, é fundamental saber quais são os profissionais da educação e mesmo os alunos que já testaram positivos, servindo até para passar a experiência de ter tido contato com o vírus. E é fundamental que todos os envolvidos na comunidade escolar, informe, de forma imediata à secretaria do colégio caso ele ou alguém da família teste positivo, para que todos os procedimentos sejam tomados, principalmente os que estivem contato com esse que testou positivamente. Sobre evitar as aglomerações, em se tratando de crianças, seria uma tarefa bem árdua para o colégio, visto que, principalmente os menores, entenderem a necessidade de se evitar a aglomeração é um tanto quanto dificultoso. Para os maiores, essa conscientização fica mais fácil, pois estamos, no caso, lhe dando com pessoas que já conseguem enxergar, com mais clareza, a importância do distanciamento. Outro item importante é sobre o compartilhamento de objetos pessoais, fundamental que o colégio deixe isso claro, através de informes e cartazes espalhados pelo corredores que cada um deve ter o seu e não compartilha-lo com seu amigo. Os inspetores devem ser orientados a não deixarem que isso aconteça, orientando, principalmente os menores, da importância de se usar somente o seu objeto pessoal, cabe também ao colégio a manutenção de limpeza e higiene, principalmente do bebedouro, lacrando a bica que usa-se diretamente a boca para beber água, e deixando apenas o que serve para abastecer as garrafas e/ou copos com água. Para as escolas que tiverem um psicólogo para trabalhar com os alunos essa parte socioemocional, será de grande valia, pois os alunos precisam desse acompanhamento para entenderem a necessidade do isolamento e até desenvolver, novamente, o retorno, mesmo que gradual, ao convívio em sociedade.
· Espaços comuns
Cabe ao colégio ordenar, nas salas de aulas, o local específico onde cada aluno irá acomodar-se, não permitindo, de forma alguma, que não respeitem o limite mínimo de 1.5 m por aluno. O colégio também é responsável por orientar, principalmente na entrada e na saída, um distanciamento entre os pais que irão deixar ou buscar seus filhos. Para se tentar evitar essa aglomeração, poderia ser, já estabelecido nesse protocolo, um horário diferenciado de entradas e saídas dos alunos, assim, evitaria a aglomeração entre as turmas diferentes, o que já iria diminuir o fluxo de pessoas na porta de entrada do colégio. O colégio também deve oferecer locais onde os alunos, pais e funcionários possam higienizar suas mãos, lavando-as com água e sabão e, caso não haja essa possibilidade, espalhar pelo colégio álcool em gel para essa higienização. Isso é fundamental e foi muito bem colocado por esse protocolo. Orientação deve ser para que todos façam suas higienes ao chegar na unidade escolar, após uso de sanitários, tossir, espirar, manusear dinheiro, enfim, tudo que possa ser um ponto de contato com o vírus, deve ser higienizado e também a pessoa orientada a higienizar suas mãos. A limitação de acesso às dependências do colégio também se faz fundamental e de total responsabilidade da unidade escolar esse controle, não permitindo que se faça aglomeração dentro das dependências. Cabe ao colégio também disponibilizar uma alternativa para os alunos que não se sentirem seguros em relação ao retorno presencial, permanecerem de forma remota em suas casas, e caso haja um número alto de presentes, formar subgrupos de alunos, aqui cabe uma crítica, já que ficarão em salas diferentes, entende-se que terão também dois professores diferentes, assim, como ficariaessa carga horária do professor? Isso não fica claro no que tange a regência da sala. Parece que o protocolo se preocupa apenas com a formalidade e joga para o colégio a responsabilidade de se organizar para que essas aulas sejam produtivas. Mais uma crítica. Para os alunos remotos, qual aula assistiria? Mais um problema para o colégio resolver. Prosseguindo, fundamental que as janelas e portas mantenham-se abertas, para os colégios que tenham essa possibilidade, para aqueles que não podem, é fundamental sim que se faça uma redução da capacidade da sala para 50%. Outra questão pode ser levantada. Suponhamos que uma turma grande queira voltar e a sala não tenha a possibilidade de abrir suas janelas, irá se dividir a turma em duas ou mais salas. Como o colégio irá coordenar para que esses alunos tenham aulas com professores diferentes, sendo que estamos falando de uma mesma série? E os alunos remotos? Mais um problema para o colégio resolver. Para as unidades que disponibilizam de refeitório, é fundamental que haja uma diferenciação entre os recreios e orientem os alunos a permanecerem distanciados uns dos outros, entra ai o colégio com seus funcionários nessa fiscalização para que se mantenham afastado. Quanto aos alimentos, esses devem sim ser armazenados de forma adequada e segura e os funcionários necessitam ser orientados na forma correta de manusear cada alimento. É imprescindível que cada aluno use somente o seu talher, prato, copo e etc.
· Desinfecção
 A higienização é a arma mais poderosa contra esse terrível vírus, e todos os envolvidos devem estar cientes da necessidade da mesma. A higienização sozinha consegue eliminar o vírus que estejam em superfícies, e limpar de forma contínua os ambientes utilizados pelos alunos e funcionários é de suma importância, principalmente os locais onde as crianças irão permanecer, pois essas são mais “inocentes” quanto aos malefícios da não higienização.
· Comunidade Escolar
Os pais e responsáveis devem ser os fiéis ajudadores das unidades escolares na prevenção de contágio com o vírus. Esses devem estar conscientes de suas responsabilidades e ajudarem, no que for preciso, principalmente orientando seus filhos para que cumpram todas as determinações impostas pelo colégio e pelas autoridades. Uma crítica a essa parte é apenas quando se dar a liberdade para que as unidades façam seus protocolos de segurança, o perigo é que uns sejam mais incisivos e rigorosos em seus protocolos e outros mais relevantes. O certo seria o Estado estabelecer sempre os critérios.
· Transporte escolar
Como já dito, cada um tem a sua responsabilidade de manter os ambientes limpos e higienizados. Caso o transporte seja da unidade escolar, essa tem a responsabilidade de orientar seus motoristas da importância da conservação da limpeza do transporte. A crítica aqui fica no sentido de que deveria não ser autorizado o uso de transporte escolar, visto que, mesmo com as janelas abertas, haveria a aproximação dos alunos no decorrer da viagem. Cada responsável teria que levar e buscar seus filhos, principalmente os pequenos.
· Protocolos Pedagógicos
Os protocolos pedagógicos aqui foram bem mais voltados para a parte da higienização e limpeza, pois a parte pedagógica mesmo foi totalmente alterada e dificilmente será adaptada de forma que os alunos não fiquem prejudicados em seus conteúdos programáticos. Parece que, ao mesmo tempo que há um protocolo para o retorno, mesmo que gradual, das aulas presenciais, parece que o mesmo protocolo sugere que o aluno permaneça em sua residência tendo aulas remotas, pois tudo aquilo que, de forma complementa o ensinamento, são proibidos, como as aulas de campo, educação física entre outros. O aluno, mesmo voltando de forma presencial, continuará “isolados” dos seus colegas e sem poder ter atividades extra classe, que tanto enrique o currículo do aluno.
	Muito há de ser feito ainda para que realmente voltemos a normalidade, não somente na parte da educação, mas em todas as áreas, embora as aulas tenham sido a primeira a parar e, até agora, ainda não voltou a sua totalidade. O futuro ainda é incerto, não pode-se afirmar que em 2021 as aulas já serão presencial ou permanecerão da forma que está ou ainda se haverá a adesão mais incisiva do ensino híbrido. Como foi dito no início do trabalho, enquanto não houver uma vacina que transmita segurança para todos os envolvidos, a educação ficará prejudicada e nossa futura geração comprometida, com um aprendizado defasado, que poderá trazer consequências terríveis e irreversíveis. Tudo por conta de um vírus que chegou sem avisar nada e não tem previsão de ir embora.

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