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Leitura Simultânea

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GLAUCIELY NITCHEPORENCO GUANDALINI
JÉSSICA RIBEIRO MARTINES
VITÓRIA ROBLEDO VELINI DE ANDRADE
LEITURA SIMULTÂNEA
Relatório Final de Pesquisa Didática: Leitura Simultânea apresentado como requisito parcial de permanência no Programa Bolsa Alfabetização das Faculdades FACCAT.
 
Orientadora: Profª. Drª. Luciana Ferreira Leal
Co-orientadora: Profª. Drª. Franciele Ruiz Pasquim
Faculdades FACCAT
Curso de Pedagogia
TUPÃ-SP
2019
	Figura 1: A capa do livro “Jabuti sabido e macaco metido” - Ana Maria Machado.........................
	p.13
	Figura 2: Montagem do mural, realizado pelas professoras dos 1º anos..........................................
	p.13
	Figura 3: A professora junto com seus alunos realiza a leitura das resenhas dos livros.....................
	p.14
	Figura 4: Os alunos Stella e Pedro Lucas realizando a votação do livro desejado.............................
	p.15
 LISTA DE FIGURAS
 SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 	04
1.LEITURA SIMULTÂNEA......................................................................................... 	06
2.PESQUISA DIDÁTICA: Leitura simultânea................................................	........... 08
2.1 Metodologia da pesquisa......................................................................................		 08
2.2 Entrevista realizada com a professora regente....................................................... 09
2.3 Plano de aula...........................................................................................................	10
2.4 Transcrição e análise da prática revisão textual.....................................................	15
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 	28
REFERÊNCIAS	...........................................................................................................	29
INTRODUÇÃO
A leitura simultânea é uma prática pedagógica que pode ser realizada desde a educação infantil até o ensino fundamental. Essa prática proporciona, por meio da leitura de livros, as crianças aprenderem a desenvolver o prazer de escutar a leitura em voz alta, pois ler e ouvir diferentes histórias é uma experiência individual e única que desencadeará emoções e conhecimentos a respeito da história que está sendo lida ou ouvida.
Sendo assim, na constante busca de melhorar e reafirmar a prática de boas situações de aprendizagem, este trabalho destina-se à pesquisa e análise de uma prática de leitura. 
Por meio desta pesquisa, será apresentado uma situação de leitura simultânea, em que mostrará uma sala de 1º ano do ensino fundamental expondo grande interesse durante a atividade, além das intervenções da professora que é essencial para despertar o interesse dos alunos e propor desafios para os mesmo durante a leitura, fazendo com que os estudantes adquiram interesses leitores durante todas as etapas.
Durante o “Programa Bolsa Formação – Escola Pública e Universidade”, em que participamos durante os anos de graduação em Pedagogia, nos proporcionou presenciar diversas práticas realizadas em sala de aula e no âmbito escolar, em que envolvem a escola em um todo, que é o caso da leitura simultânea.
No capítulo I, realizamos pesquisas bibliográficas, as quais possibilitaram o embasamento teórico, pois, como afirma Lakatos e Marconi (2006, p. 25) “[...] o estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar duplicações e certos erros, e representar uma fonte indispensável de informação, podendo até orientar as indagações”. Portanto, apresentaremos aspectos que se relacionam como a história da educação e o seu processo de ensino-aprendizagem durante o perpassar do tempo, as mudanças que foram necessárias para uma melhoria no processo de alfabetização. 
Realizamos estudos com bases aos textos e vídeos, que foram disponibilizados nas reuniões do projeto “Bolsa alfabetização” e que deram embasamento teórico para a análise da pesquisa. Participando de formações no HTPC da escola em que foi realizada. 
Como instrumento de coleta de dados, utilizamos um questionário, pois, conforme Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 48), “[...] O questionário é a forma utilizada mais ousada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja”. 
No segundo momento, passamos a realizar a pesquisa de campo, que pode ser definida conforme Lakatos e Marconi (1991, p. 186) como “[...] aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queria comprovar, e ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. Realizamos a pesquisa de campo, em que coletamos dados e informações acerca do tema “Leitura Simultânea”, assim como planejado e gravado durante a aula, que será aqui transcrita e analisada, em formato de vídeo. Averiguamos o uso de intervenções qualificadas para ampliar o repertório dos conhecimentos dos alunos e as atividades propostas em sala de aula, na qual contribuíram na construção da proficiência leitora aos alunos.
A pesquisa será realizada na escola “EMEIEF Nossa Senhora de Fátima”, em sala de 1° ano, Turma E, período da tarde, com a professora Kátia Schnoor.
1. LEITURA SIMULTÂNEA 
A leitura simultânea é uma prática social, em que possibilita os alunos a terem contatos com diferentes gêneros textuais. Um aspecto importante é que, durante a leitura, é necessário que a professora que realizará a prática, tenha pleno domínio do conteúdo do texto para o ensino correto de estratégias e de compreensão leitora, onde o professor e o aluno têm que se sentirem motivados para aprender e ensinar a ler.
Como podemos fazer diferentes coisas com a leitura, é necessário articular diferentes situações — oral, coletiva, individual e silenciosa, compartilhada — e encontrar os textos mais adequados para alcançar os objetivos propostos em cada momento. A única condição é conseguir que a atividade de leitura seja significativa para as crianças, corresponda a uma finalidade que elas possam compreender e compartilhar (SOLÉ, 1998, p. 90).
	Um fator essencial para que ocorra uma prática eficiente de leitura simultânea é que o professor ofereça aos seus alunos certos desafios, como por exemplo, escolher livros que eles não conheçam nada sobre o assunto e que provavelmente irão adquirir curiosidade e entusiasmo durante a leitura.
Assim, parece mais adequado utilizar textos não-conhecidos, embora sua temática ou conteúdo deveriam ser mais ou menos familiares ao leitor; em uma palavra, trata-se de conhecer e levar em conta o conhecimento prévio das crianças com relação ao texto em questão e de oferecer a ajuda necessária para que possam construir um significado adequado sobre ele (SOLÉ, 1998, p. 91).
	O preparo do ambiente que será feito a leitura é de suma importância para o desenvolvimento da prática. Os professores escolheram diferentes estratégias de acordo com os seus critérios para a votação dos livros, que será escolhido pelos próprios alunos. Alguns professores optam em uma votação individual, onde chamam um aluno de cada vez e apresenta as resenhas de cada livro, considerado um tipo uma votação secreta, ou também, há as escolhas de maneira coletiva, onde reúne toda a sala e lê as resenhas de maneira coletiva, portanto, a votação é feita de modo coletivo, onde todos os alunos podem fazer a sua própria escolha. A leitura pode ser feita dentro ou fora da sala de aula.
	Antes da realização da prática em si, é fundamental que o professor elabore intervenções aos alunos, pois, é onde despertará o interesse destes em saber mais sobre a história que será contada. O primeiro passo é o antes da prática de leitura, que é anunciar a leitura que será feita, explicar
os motivos da escolha do livro selecionado, apresentar o contexto de produção do livro no todo, que é autor, título, portador, gênero e editora, trazendo informações complementares, que são: ilustrador, ler partes da introdução do texto e as demais informações que o docente considere essenciais para que os alunos saibam
Durante todas essas etapas, é importante que o docente realize discussões com os alunos, de maneira criativa e espontânea, dando espaço para que eles expressem suas opiniões sobre as primeiras impressões do livro que foi apresentado.
Portanto, motivar as crianças para a leitura não consiste em que o professor diga: "Fantástico! Vamos ler!". mas em que elas mesmas o digam — ou pensem. Isto se consegue planejando bem a tarefa de leitura e selecionando com critério os materiais que nela serão trabalhados, tomando decisões sobre as ajudas prévias de que alguns alunos possam necessitar, evitando situações de concorrência entre as crianças e promovendo, sempre que possível. Aquelas situações que abordem contextos de uso real, que incentivem o gosto pela leitura e que deixem o leitor avançar em seu próprio ritmo para ir elaborando sua própria interpretação (SOLÉ, 1998, p. 92).
	
	
 
 
ESTRATÉGIAS DE LEITURA 
	Ativação de conhecimento prévio e seleção de informações 
	
	Realização de inferências 
	
	Antecipação de informações 
	
	Localização de informações no texto 
	
	Verificação de inferências e antecipações realizadas 
	
	Articulação de índices textuais e contextuais 
	
	Redução de informação semântica: construção e generalização de informações 
Tabela 1- Retirado do texto: Sobre Leitura e a formação de Leitores: Qual é a chave que se espera? Kátia Lomba Bräkling.
Durante a prática, o professor tem que estar atento, pois todos os alunos devem ouvir a história, é indicado que essa leitura seja feita em roda. Quando o professor está realizando a leitura, é importante que realize entonação, pausas, emoção, encantamento, criar suspenses, entre outros. Isso tudo possibilitará a atenção maior dos alunos. De maneira alguma, o professor pode interromper a leitura para a explicação de uma palavra, apenas mostrar as ilustrações se caso for necessário. Essa é a etapa das rodas de leitura. Nas sessões de leitura, cada professor apresenta a história escolhida de forma a gerar suspense e interesse. Primeiro apresenta-se brevemente o autor. Depois o ilustrador e a coleção. O professor, então, faz questões que levem as crianças e fazer antecipações (levantar hipóteses) sobre a história. Faz-se, por fim, a leitura da história. Após a leitura, o professor conversa com as crianças sobre as antecipações que fizeram, sobre a história e cria, também, um espaço para que troquem opiniões e impressões sobre o enredo, os personagens etc. 
Quando os alunos retornarem para as salas, cada aluno irá dizer um comentário sobre o texto que escutou, lembrando que não pode dizer o final da história. Instigar as crianças para que cada um apresente seu ponto de vista comparando com as leituras, textos ou autores que já ouviram sobre o mesmo, salientando a curiosidade dos demais colegas da sala, para que possam ouvir as outras histórias depois, na próxima semana.
2- PESQUISA DIDÁTICA: LEITURA SIMULTÂNEA
2.1 METOLOGIA DA PESQUISA
Para a realização desta pesquisa, utilizamos de textos e pesquisas bibliográficas, pelos quais, foram as bases fundamentais para o embasamento desta pesquisa e a conclusão da mesma. As reuniões de formação que tivemos também foram primordiais para o desenvolvimento deste projeto. De acordo com Gil (1999, p. 43), “As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. 
Também realizamos uma pesquisa de campo com a professora regente, utilizando de uma coleta de dados por meio de questionários, pois, segundo Gil (1999, p. 128) é definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”
Por fim, foram efetuadas filmagens em uma escola da rede municipal de ensino da cidade de Tupã, em uma sala de primeiro ano, que possibilitou estudarmos e analisarmos uma prática de leitura simultânea. Pois, segundo Pinheiro (2005, p. 718) a filmagem é definida “como um recurso que possibilita a geração dos dados, o filme pode ser utilizado de diferentes maneiras como, por exemplo, filmar aspectos do fenômeno que se pretende pesquisar, para posteriormente, realizar a análise.” 
2.2 ENTREVISTA COM A PROFESSORA REGENTE
1. Em sua opinião, o que é uma atividade de revisão de textos e como ela pode ser proposta?
É uma leitura feita com várias turmas ao mesmo tempo, onde as próprias crianças escolhem e decidem qual leitura querem ouvir e participar.
Acredito que ela deveria ser proposta em determinados dias em que toda a escola pare para que essa atividade aconteça, talvez bimestral para que haja tempo suficiente para a preparação e socialização. 
2. Você considera essa prática importante? Por quê?
Sim. Pois as crianças demonstram interesse e tem a oportunidade de escolha. 
3. O que os alunos aprendem com essa atividade?
Aprendem a selecionar o tipo de leitura que mais gostam, a apreciar, a indicar ou recomendar outros. 
4. A proposição de revisão de textos pode ser realizada em uma classe de alfabetização? Uma classe em que os alunos ainda não sabem escrever nem ler convencionalmente?
Sim. As crianças não precisam saber ler, elas irão ouvir a história. 
5. A proposição de revisão de textos é uma atividade permanente em sua rotina? Qual o critério que você utiliza para selecionar as proposições?
Sim. Procuro selecionar livros que despertem o interesse das crianças, depende do ano, faixa etária, autor, título, com ou sem ilustração, o primeiro passo é identificar o público alvo, no caso, as crianças.
6. Se a resposta à pergunta anterior foi sim, a partir de que momento as propostas de atividades de revisão de textos passaram a fazer parte de sua rotina escolar? E o que mudou?
Há uns 2 anos, assim que foi proposta ela foi incluída na rotina, considero uma ótima modalidade de leitura. 
ANÁLISE DA ENTREVISTA
Pudemos analisar que a professora regente tem autonomia do tema e também se preocupa bastante na hora da seleção dos livros, prestando atenção em casa detalhe, para a leitura ser prazerosa e encantadora para os alunos. Foi possível verificar a importância da pratica de leitura simultânea, trazendo para o aluno novos estímulos de leitura, sempre o incentivando e despertando o habito de ler, até mesmo com os alunos que não leem de forma convencional já vão sendo familiarizados com a pratica que vem demonstrando sua extrema relevância.
A leitura simultânea é realizada bimestralmente para que o aluno tenha esse estimulo da forma mais constante possível, sempre tendo o professor como modelo de leitor, assim aprimorando seus gostos e comportamentos literários. 
Pode-se constar que todo esse projeto de leitura simultânea gera diversos benefícios para os alunos, principalmente no desenvolvimento cognitivo, cada vez mais aumentando sua capacidade de raciocínio e auxiliando para que a arte literária se torne um hábito cada vez mais comum na vida do pequeno leitor. 
2.3 PLANO DE AULA
Justificativa: 
Participar de uma comunidade de leitores, escolhendo leituras a realizar comentando o que leu, indicando livros, compartilhando dúvidas, preferências e impressões, é essencial para a formação de novos leitores. 
As crianças têm a oportunidade de escolher a história que vão ouvir, segundo suas preferencias históricas e não como de costume, pelo voto da maioria ou escolha pelo professor. O painel com as resenhas dos livros da sessão divulga o acervo da biblioteca e da escola, ampliando o repertorio
das crianças. O fato de as leituras acontecerem simultaneamente promove o envolvimento de toda a equipe de professores, pois cada um oferecerá uma leitura diferente no mesmo horário da rotina.
Objetivos:
· Compartilhar o efeito que a leitura produz;
· Voltar ao texto para esclarecer interpretações, tirar dúvidas ou para aprender apreciar novamente um trecho da qual gostou especialmente;
· Trocar informações sobre o autor, ilustrador e contexto;
· Evocar outro texto a partir do escutado.
Conteúdos: 
Critérios de escolha e de indicação leitura como fonte de prazer e interação entre leitores. 
Material Necessário: 
· Histórias escolhidas para leitura: A verdadeira história dos três porquinhos de Jon Scieszka; A árvore generosa de Shel Silverstein e Jabuti sabido e macaco metido da Ana Maria Machado;
· Papel cartão;
· Xerox da capa do livro e resenha.
Ano (período e escola):
· 2019, 1° Ano E; 
· Período vespertino;
· Escola EMEIEF Nossa Senha de Fátima.
Tempo estimado: 30 dias (um mês).
Duração da gravação: Aproximadamente 40 minutos. 
Desenvolvimento:
· Escolha e elaboração dos cartazes realizado pelos professores;
· Planejamento nas intervenções e mediação durante e depois da leitura, escolha do ambiente para realizar a leitura;
· Colagem do cartaz com a foto da capa do livro e a resenha, depois cada professor levará seus alunos para realizar a escolha do livro desejado;
· Cada aluno irá com o professor responsável pelo livro escolhido;
· Leitura do livro;
· Retornar à sala de aula sem dizer o final da história;
Momentos antes da gravação:
Antes de realizar a filmagem, a professora junto com as demais professoras dos 1º anos, realizaram um planejamento para marcar um dia adequado para todas realizarem a prática da leitura simultânea e as escolhas dos livros. Durante as seleções dos livros, as professoras se preocuparam em escolher aqueles livros na qual os alunos não tiveram ouvidos e prezando pela qualidade literária.
Após a escolha, a professora montou um mural com as propostas de leitura. Neste mural, em uma folha de cartolina foi colocado uma capa e a resenha do livro, para os alunos escolherem o livro desejado a ser ouvido. Em baixo se encontra uma folha branca na qual os alunos escrevem os próprios nomes. Esse mural foi realizado em uma parede no pátio da escola.
Depois a professora reuniu todos os alunos da sala sentados em um semicírculo, onde compartilhou com todos as propostas de leitura, lendo as resenhas com as crianças e conversando sobre as expectativas delas acerca de cada história. (Em nenhum momento a professora identificou o professor que lerá cada história, mas um leitor conhecido, tendem a escolher o próprio professor, perdendo-se o propósito da leitura simultânea. 
As crianças uma a uma foram instruídas a inscreverem para a sessão de leitura, algumas precisou ter o auxílio da professora, já outros leitores conseguiram escrever e ler sozinhos. Ao termino da votação os alunos se dirigiram até a sua sala.
No dia da sessão, a professora orientou seus alunos para qual sala se dirigir conforme a escolha que cada um fez no dia anterior, enquanto isso a professora também se preparou para receber os demais públicos até sua sala. A gravação e a leitura foram realizadas dentro da sala de aula.
Fonte:https://www.google.com/search?q=ana+maria+machado+jabuti+sabido+e+macaco+metido&sxsrf=ACYBGNQC66NpiKRgJKRc4x07BY0iLimVCA:1575589400765&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi4m63015_mAhWME7kGHVAoC98Q_AUoAXoECBIQAw#imgdii=5uGArm-KzEjEjM:&imgrc=moTRBEWE5Q_qCM:
Fonte: Acervo pessoal da autora (2019)
Fonte: Acervo pessoal da autora (2019)
Fonte: Acervo pessoal da autora (2019)
2.4 TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE DA PRÁTICA LEITURA SIMULTÂNEA 
MOMENTO DA ESCOLHA DOS LIVROS (ANTES)
ANTES DE INICIAR O PROCEDIMENTO DE LEITURA SIMULTÂNEA, A PROFESSORA REGENTE CONVERSA COM SEUS ALUNOS NA SALA DE AULA, EXPLICANDO O QUE SERÁ FEITO E COMO REALIZAR A ESCOLHA DOS LIVROS.
LEVA TODOS OS ALUNOS PARA O PÁTIO E LÊ A RESENHA DAS TRÊS HISTÓRIAS, PELO QUAL AS CRIANÇAS PRESTAM ATENÇÃO NO QUE SERÁ ABORDADO EM CADA LIVRO E ESCOLHEM UMA HISTÓRIA QUE DESPERTOU MAIOR INTERESSE. ALGUNS ALUNOS JÁ CONSEGUEM LER A RESENHA DEMANEIRA INDIVIDUAL, QUE É O CASO DA ANA JÚLIA:
Ana Júlia: (Realiza a leitura da resenha da história) A verdadeira história dos três porquinhos. O livro: A verdadeira história dos três porquinhos mostra uma versão totalmente diferente do que já conhecemos e quem conta é o lobo mau. Ele, coitado, só queria uma xícara de açúcar para fazer um bolo de aniversário para a vovó loba, então, o lobo mau teve uma brilhante ideia, pedir aos seus vizinhos uma xícara de açúcar, e quem serão esses vizinhos?
PRÁTICA DE LEITURA SIMULTÂNEA (DURANTE) 
A PROFESSORA INICIA A LEITURA SIMULTÂNEA REALIZANDO O LEVANTAMENTO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS SOBRE O LIVRO.
Professora: (Segurando o livro na mão apresentando-o para os alunos na sala) Nessa leitura simultânea, o livro que eu escolhi é da Ana Maria Machado. Vocês conhecem a Ana Maria Machado? Alguém já leu o livro dela pra vocês? 
(Algumas crianças levantam a mão afirmando que já conhecem a autora).
Professora: Tá! Então, aqui fala um pouquinho que a Ana Maria Machado, ela foi muito premiada, ela ganhou vários prêmios porque ela escreveu muitos livros bons! Ela nasceu em 1941, então ela já tem setenta e oito anos, mas mesmo assim, ela ainda escreve. Ela foi jornalista, ela foi professora e ela gosta muito de escrever. 
É MUITO IMPORTANTE QUE A PROFESSORA APRESENTE A BIOGRAFIA DA AUTORA, ASSIM AS CRIANÇAS CONHECEM UM POUCO SOBRE A VIDA DA MESMA.
Professora: E olha que legal, além da Ana Maria Machado que escreveu esse livro: Jabuti Sabido e Macaco Metido, quem fez as ilustrações dele se chama Raul Gastão. Vocês vão vendo, conforme ou for passando as imagens, que ele é muito colorido, é um livro que chama a atenção pelas imagens, pelas cores. Toda vez que a gente for olhando para as imagens, a gente consegue entender melhor a história, sabia? Vocês vão entender conforme eu for lendo para vocês.
A PROFESSORA ENALTECE QUE AS ILUSTRAÇÕES SÃO IMPORTANTES PARA A COMPREENSÃO DA HISTÓRIA EM SI, DESTACANDO O QUÃO RELEVANTE O ILUSTRADOR É, PRINCIPALMENTE QUANDO OS DESENHOS SÃO DE ÓTIMA QUALIDADE VISUAL.
Professora: E eu escolhi esse livro porque eu gosto muito da Ana Maria Machado, além dos outros autores que eu já falei pra vocês que eu gosto, Ana Maria Machado escreve muito bem, então por isso que eu escolhi. E dentro desse livro tem uma coisa muito legal que todo mundo acha assim (A professora olha para a capa do livro). O que tem aqui na capa que vocês podem ver?
	É IMPORTANTE QUE A PROFESSORA TAMBÉM FALE SUA OPINIÃO A RESPEITO DA AUTORA E DO LIVRO QUE SERÁ LIDO.
Aluno: Macaco e Jabuti.
Professora: Isso! Todo mundo acha que o macaco é o mais sabido né?
Aluno: É!
Professora: E o Jabuti, o que falam do Jabuti, ou da tartaruga?
Aluno: Que ele é mais inteligente.
Professora: Hum... Mas quando a gente fala assim, do jabuti, da tartaruga, como que é o movimento deles?
Alunos: Devagar! Lento!
Professora: Devagar, mais lento, no ritmo deles. E o macaco não! O macaco pula de galho em galho, o macaco é esperto, ele corre, ele foge! Então tem um aqui que é o mais rápido e tem um que é um pouco mais devagar, mas vamos entender por que a autora colocou esses dois na história. Então vamos lá! Vamos conhecer essa história aqui do Jabuti Sabido e Macaco Metido? Então vamos lá!
É IMPORTANTE QUE A PROFESSORA REALIZE INTERVENÇÕES ANTES DA LEITURA, FAZENDO COM QUE OS ALUNOS TENHAM IDEIAS DE COMO SERÁ A HISTÓRIA.
Professora: Ah! Uma coisa importante!
Pedro: Atrás!
Professora: A contracapa, isso mesmo! O Pedro me lembrou. Quando eu faço leitura pela primeira vez do livro que vocês ainda não conheceram a história, eu gosto de ler aqui na contracapa, porque aqui no final, dá uma ideia de como vai ser essa história. Então vamos lá!
É ESSENCIAL EXPLORAR A ANATOMIA DO LIVRO ANTES DE REALIZAR A LEITURA, POIS ESTA TRAZ INFORMAÇÕES OU CURIOSIDADES SOBRE A HISTÓRIA OU ATÉ MESMO SOBRE
O PRÓPRIO AUTOR, DESPERTANDO MAIOR INTERESSEPELA LEITURA.
Professora (Leitura da contracapa do livro): Cada bicho da floresta se achava o mais esperto. Um dia resolveu fazer um concurso para tirar essa história a limpo. Escolheram o Curumim para juiz e até a onça, que queria impor sua vontade e participou. Na grande final restaram o discreto jabuti e o espertinho do macaco. Quem vencerá a disputa?
Alunos (alguns): Macaco!
Professora: Vamos ver! Vamos descobrir quem é que vai vencer essa disputa? Vamos lá!
Professora: Olha como que é bonita a ilustração, lembra que eu falei para vocês que o Raul Gastão ilustrou? Ele já começa aqui, mostrando um azul bem vivo, com os peixes. Onde será que é esse lugar? (A professora abre o livro e na primeira folha já contém uma ilustração).
A PROFESSORA SEMPRE DÁ ÊNFASE NAS ILUSTRAÇÕES DO LIVRO.
Alunos: O mar, um lago!
Professora: Um lago.
Aluno: Um rio.
Professora: Um rio!
Marcos: No mar.
Professora: Será que é um mar? Vamos descobrir então. Vamos lá!
Professora: Olha aqui novamente que imagem linda! 
Aluno: No rio.
Professora: O livro fala de animais, não fala? Onde vivem os animais?
Aluno: No rio.
Professora: Só no rio?
Alunos: Na floresta.
Professora: Na floresta... Vamos ver então.
AQUI A PROFESSORA FAZ COM QUE OS ALUNOS PENSEM NO CENÁRIO PELO QUAL DESENCADEARÁ A HISTÓRIA.
Professora: Começando... Olha aqui também que linda a ilustração.
(Começa a leitura do livro).
Professora: Jabuti, pode parecer bicho meio bobo, assim. Pesadão, devagar, mas não é nada disso, o índio bem que sabe, tanto sabe que conta um montão de histórias da esperteza de Jabuti e tanto conta que até muita gente que nem é índio aprendeu a contar também, até casos inventados, histórias feito essa aqui.
Diz que era uma vez um Jabuti, muito esperto, que morava lá no meio da mata, na beira do rio. Na mata, tinha bichos maiores, feito a anta, tinha bichos mais fortes, feito a onça, tinha bichos mais abraçadores, feito o tamanduá, tinha bichos mais fedorentos, feito o quati, mas não tinha bicho mais esperto que o Jabuti. (Mostra as ilustrações do que foi lido).
Professora: Vamos ver em! 
Uma coisa que acontece muito com quem não é esperto, imagine só! É justamente ficar se achando o mais esperto do mundo, e era isso que acontecia lá na mata. Cada bicho achava que era o suprassumo da esperteza por ali e que o Jabuti só tinha mesmo era fama.
Daí que resolveram fazer um concurso. Concurso bem concorrido de ver quem era o mais sabido e escolheram o homem para ser juiz, mas exatamente o Curumim, filhote de homem. 
Curumim chegou e viu os bichos todos reunidos, foi logo começando e perguntando: “Qual é a esperteza de vocês?” (Mostra as ilustrações do que acabou de ser lido).
Professora: Quem é esse Curumim aqui da história?
Alunos: O índio.
Professora: É o índio criança! Ele falou assim: É um filhote de homem, então era um Curumim filho de índio. Vamos ver o que o Curumim vai perguntar pra eles, primeiro perguntou assim: Qual é a esperteza de vocês?
Professora: (Continua a leitura) Cada um foi contando vantagem, a cotia inventava como tinha enganado a pata. O coelho lembrava como um dia conseguiu por cela na onça. A raposa se gabava de que, uma vez, se fingiu de bicho-folhagem. O Macaco desfiava uma porção de gabolices. Só o Jabuti não dizia nada. Quando o Curumim perguntou a ele foi desconversando: “Não sei nada disso, não!... Eu sou é muito bobo. Qualquer um me engana.” (Mostra novamente as ilustrações).
Professora: Por que será que o Jabuti falou isso? Que ele era bobo, qualquer um enganava ele será em?
Aluno: Por que é metido.
Professora: Será que é ele o metido então? Vamos ver! 
Professora (Continua a leitura): Curumim logo viu que aquilo era mesmo disfarce, danado de esperto, para ninguém prestar atenção nele. E aí mudou de conversa e disse assim: “Vamos fazer uma coisa? “Vou fazer uma pergunta bem difícil, quem acertar ganha o prêmio de esperteza.” “Qual é o prêmio?” 
Curumim pensou um pouquinho para ver qual era a melhor coisa daquela mata e respondeu: “Só pode ser fruta, as melhores frutas da floresta. Quem ganhar, escolhe quantas quiser!” (É mostrado as ilustrações).
Professora: Então, o que o Curumim resolveu fazer lá na mata para descobrir quem era o mais esperto?
Artur: Desafiar.
Professora: Desafiou os animais! Olha “vou fazer um concurso. Quem for mais esperto vai ganhar frutas”. Mas ele disse assim que quem ganhasse, poderia escolher quantas frutas quiserem. Vamos ver como ficou então? Quem será que vai ser o vencedor?
A PROFESSORA SEMPRE VOLTA EM ALGUNS MOMENTOS DA HISTÓRIA PARA ESCLARECER ALGUMAS PARTES, ASSIM É POSSÍVEL PERCEBER SE A HISTÓRIA ESTÁ FLUINDO DE MANEIRA AGRADAVÉL E SE AS CRIANÇAS ESTÃO PESTANDO ATENÇÃO NO QUE ESTÁ ACONTECENDO.
Professora: (Continua a leitura) Foi uma animação, um alvoroço, todos ficaram de acordo. Aí Curumim perguntou: “O que é o que é, que fica acima do céu?” A onça que era a mais forte fez questão de responder antes de todo mundo e gritou: “Ovo!” 
Professora: Por que será que ela falou que é o ovo?
Aluno: Porque está em cima da calda dela. 
Professora: Então vamos ver! (Dá continuidade na leitura) Ninguém entendeu, mas, é que ela achava, que toda pergunta que começa com o que é o que é, tem a mesma resposta: Ovo! Só porque quase sempre as adivinhações que ela tinha ouvido, eram assim: O que é o que é, uma casinha branca sem porta sem tranca, ou então: O que é o que é, uma casinha branca de bom parecer, não há carpinteiro que possa fazer, ou então: O que é o que é, que para melhor usar se tem que quebrar? Ou então: O que é o que é, dá vida a um tesouro, joga pra cima é prata, cai no chão é ouro.
Professora (Para a leitura para realizar uma explicação): Todas essas respostas eram o “ovo”, então por isso que a onça achava que tinha que ser ovo. 
Professora (Continua a leitura): Se não fosse resposta da onça, todo mundo tinha caído na gargalhada, mas dela, o pessoal tinha um medo danado! (Mostra as ilustrações das páginas que foram lidas).
Aluno: As unhas dela.
Professora: O que o Curumim perguntou mesmo? Quem lembra?
Professora: O que é o que é... está acima do céu. Vamos ver quem vai acertar! 
Professora (Continua a leitura): Por isso fizeram de conta que não tinham ouvido nada! Só o Curumim falou, disse que estava errado. Cada bicho foi dando uma resposta, um dizia que era nuvem, outro achava que era um urubu, outro respondia que era arco-íris, lua, sol, estrela, tudo que no alto brilhava. Ninguém acertava! Até que o Macaco disse: “É Deus!” E o Jabuti disse: É o acento agudo do É”.
Professora (Para a leitura): Quem será que acertou? O Macaco disse que era Deus, o Jabuti falou que era o acento agudo do É. O que é isso? Acento agudo do É?
Pedro: É um traço.
Professora: Um traço? Em cima de qual letra?
Alunos: Do E.
Professora: Então, o Curumim perguntou: O que é o que é, que está acima do céu. Essa é a palavra céu, não é? (Neste momento a professora escreve a palavra CÉU na lousa). E o Jabuti disse: O acento agudo no É, mas o Macaco disse que era Deus, e agora? Quem acertou? (Mostra as ilustrações das páginas lidas).
Aluno: O que falou que era a nuvem.
Professora: Mas lembra lá que o Curumim falou que quem tinha falado nuvem, lua, estrela, sol, tinha errado? 
Pedro: Ah então tem que falar céu! 
Professora: Vamos ver então quem será que acertou.
QUESTIONA OS ALUNOS SOBRE OS ACONTECIMENTOS DA HISTÓRIA.
Professora (Continua a leitura): Ficou a maior discussão, uns achando que podia ser qualquer uma das respostas, outras garantindo que só um tinha razão e o Curumim falou pedindo atenção: “Vamos desempatar na escolha do prêmio, quantas frutas você quer macaco? Quantas você quer Jabuti?” (Mostra as ilustrações).
Professora: Agora que eu quero ver quem vai dar a resposta certa.
Professora (Continua a leitura): O macaco muito guloso, logo propôs: “Agora não quero nenhuma, que estou de barriga cheia, vou guardar para amanhã de manhã, e aí vou querer todas as frutas que eu conseguir comer em jejum.”
Professora: O que significa isso? Ele vai estar em jejum? O que
é isso? 
Aluno: É dieta.
Professora: Dieta?
Professora: Jejum é quando nós estamos sem comer nada. De manhã, quando a gente acorda, nosso estômago está vazio, então nós estamos em jejum e foi isso que o Macaco falou, ele não queria aquela hora porque a barriga estava cheia, mas no outro dia de manhã, em que ele estivesse em jejum, comeria tudo naquela hora, porque a barriga estaria vazia.
Professora: O Macaco disse isso, olha a resposta do Jabuti (Continua a leitura): O Jabuti nem se apressou e foi com calma que falou “Quero uma”. Todos se espantaram: “Uma?” Ele confirmou: “Isso mesmo, juntem todas as frutas que tiverem e contem todas, uma é minha, podem ficar com as outras” (Mostra as ilustrações).
Professora: E agora? Quem foi mais esperto?
Aluno: O Macaco!
Professora: O Macaco queria todas as frutas que ele pudesse comer, porque ele estaria em jejum e o jabuti falou que só queria uma? Que estranho né? Vamos ver.
Professora (Continua a leitura): No dia seguinte, bem cedo, lá estavam os bichos reunidos, na frente de uma pilha de frutas enorme, tinha goiaba, tinha coco, tinha manga, tinha banana, fruta do conde e pitanga, tinha abacaxi, carambola, tinha sapoti e graviola, tinha jenipapo, tamarindo e cajá, tinha caju, jaca e maracujá, tudo quanto é fruta boa que der para se imaginar. O macaco, que não comia desde a véspera, foi logo avisando: “Eu começo.” (A professora mostra a ilustração da parte que foi lida).
Professora: E começou mesmo, rindo, achando que, depois que acabasse com todas as frutas que conseguisse comer em jejum, não ia sobrar nada para o jabuti. 
Mas, quando ia descascar a segunda banana para botar na pança, ouviu logo o jabuti com sua voz bem mansa: (Mostra as ilustrações do livro).
Professora: O que será que o jabuti vai falar pra ele em?
Pedro: Dá uma!
Professora: Será que ele vai pedir uma também? Vamos ver!
Professora (Continua a leitura): “Pode ir parando. Acabou a sua vez.” “Como acabou? Ainda estou começando...” “Nada disso. Você podia comer tudo o que conseguisse, em jejum. Só que agora não está mais em jejum, porque já comeu uma banana. Acabou.”
Foi uma gargalhada geral, todos rindo do guloso. O macaco foi embora, de cara feia, furioso. Curumim anunciou: “Agora é a vez do jabuti. Vamos contar as frutas, para ele tirar a dele. E começou a contar: Uma, duas, três...” (Mostra as ilustrações).
“Pode ir parando”, interrompeu o jabuti. “Deixa eu pegar a minha, essa aí que você chamou de UMA. E pegou. Depois disse: “Vamos, conte!” (É mostrado as ilustrações para todos os alunos).
Marcos: Uma maça!
Professora (Continua a leitura): Quando Curumim recomeçou e disse de novo: “UMA...” O jabuti interrompeu outra vez: “Uma? Então é minha...” E assim foi até o fim. Curumim não conseguiu contar, porque, toda vez que ele dizia UMA, o jabuti pegava a fruta para ele e dizia: “É minha. Só quero UMA.” 
Alunos: Delícia, fruta!
Professora: Será que o jabuti comeu mesmo só uma?
Aluna: Não!
Professora: Porque toda vez que o Curumim ia contar uma, o jabuti falava “opa”, essa aí é minha, e o Curumim começava de novo a contar, UMA... e o jabuti falava: Essa aí também é minha. Todas que você chamar de UMA é minha, olha como o jabuti foi mais esperto, não foi?
Professora: (Retoma a leitura): De uma em uma, ficou com toda a pilha. Fruta de sobra, para ele dividir com os amigos e com toda a família. (Mostra as ilustrações do que foi lido).
Alunos: Hum... Delícia!
Aluno: Ele pegou para comer tudinho.
Professora: E olha aqui de novo a imagem que eu falei para vocês do Raul Gastão, toda colorida, da floresta, dos animais. E agora, dá pra saber quem é o sabido e quem é o metido?
DURANTE TODA A LEITURA É POSSÍVEL PERCEBER QUE OS ALUNOS SE PRENDEM BASTANTE NAS ILUSTRAÇÕES, FAZENDO COM QUE ASSIMILEM O QUE ACABOU DE SER LIDO COM AS IMAGENS.
Pedro: O jabuti é o mais sabido e o macaco é o mais metido.
Professora: Por que será que o jabuti foi o mais sabido?
Aluno: Porque ele foi o mais esperto.
Professora: O mais esperto? Fala Pedro.
Pedro: Como o índio chama?
Professora: O Curumim?
Pedro: É, o Curumim falava uma e o jabuti pegava.
Professora: Sim. E o macaco, o que aconteceu com ele?
Pedro: Ele comeu só duas e o jabuti falou que era a vez dele.
Professora: Será que ele comeu duas? Lembra que falou assim na história: Ele estava em jejum, não tinha comido nada, ele pegou uma banana e comeu, nessa hora que ele comeu a banana já não estava mais em jejum, e aí quando ele foi pegar a segunda banana o jabuti interrompeu: Opa! Você já pegou, não está mais em jejum! Então por isso que o macaco quis ser o mais esperto, mas na verdade, o jabuti que foi. 
A PROFESSORA QUESTIONA OS ALUNOS APÓS A LEITURA DA HISTÓRIA, TIRANDO DÚVIDAS E DISCUTINDO OS ACONTECIMENTOS.
Professora: A história é legal?
Alunos: Sim!
Professora: (Segurando o livro com a capa de frente aos alunos) Quando vocês chegarem na sala de vocês, vocês podem até falar assim: Olha, eu gostei da história ou então, tem uma parte lá que não gostei muito, mas não contem o final, porque quando chega no final, que a gente descobre quem foi mais esperto e quem foi mais metido, não foi? 
Professora: Muito bem!
A PROFESSORA DEIXA CLARO QUE NÃO PODE CONTAR O FINAL DA HISTÓRIA, PORQUE NÃO TERIA MAIS SENTIDO SE DESCOBRISSE O QUE ACONTECE NO FINAL, MAS É IMPORTANTE QUE AS CRIANÇAS CONTEM PARTES DA HISTÓRIA QUE GOSTARAM OU NÃO, PARA DESPERTAR A CURIOSIDADE DAS OUTRAS PESSOAS EM CONHECER A HISTÓRIA.
APÓS A LEITURA(DEPOIS):
Professora: Vocês lembram do combinado? Vocês não vão contar o final da história. Cada um foi para algum lugar, alguns ouviram a história do jabuti e do macaco, outros ouviram a história do lobo, dos porquinhos e os outros da árvore generosa.
AQUI A PROFESSORA, QUESTIONA OS ALUNOS PARA QUE ELES INTERAJAM FALANDO SOBRE A HISTÓRIA QUE FOI OUVIDA, MAS SEMPRE RESSALTANDO QUE NÃO PODE CONTAR O FINAL.
Professora: Ana Júlia, qual história que você ouviu?
Ana Júlia: A verdadeira história dos três porquinhos.
Professora: Você não vai contar o final, mas você pode falar alguma coisa assim pra nós, que foi mais interessante, vamos ouvir!
Ana Júlia: Os porquinhos não quiseram dar o açúcar pro lobo.
Professora: Qual parte que você gostou mais? Que foi aquela que você não esperava e você ficou admirada de ouvir? 
Ana Júlia: Que ele ia conseguir o açúcar. 
Professora: E Artur, qual história você ouviu?
Artur: A árvore generosa.
Professora: A árvore generosa! Nós temos que ouvir o Artur! Não vai contar o final, mas você pode contar alguma parte que você gostou, ou uma hora que aconteceu alguma coisa que você não esperava que ia acontecer, que você achou interessante.
Artur: Uma parte que o menino cortou a árvore inteira.
Professora: O menino cortou a árvore inteira? Nossa que dó. E foi bom ficar lá ouvindo e ouvir outra professora ler? 1:32
Artur: (balança a cabeça afirmando que sim).
Professora: Tá! Ana Clara, qual história que você ouviu? 
Aluna: A verdadeira história do lobo.
Professora: Os três porquinhos, que tinha o lobo. Você percebeu alguma coisa de diferente que a Ana Júlia percebeu, que você viu de outro jeito ou alguma parte que você tenha gostado mais?
NESTE MOMENTO É POSSIVEL OBSERVAR A AUTONOMIA DAS CRIANÇAS EM CONTAR PARTES DA HISTÓRIA QUE ESCOLHERAM OUVIR, AVIVANDO A CAPACIDADE DE COMPREENSÃO DE UMA HISTÓRIA.
Aluna: Eu percebei que o lobo tinha comido os dois porquinhos, menos um.
Professora: Hum... Tá! Parece a história que a gente conhece dos três porquinhos?
Alunos (todos): Não!
Aluna: Não é pra falar!
Professora: Diferente, não é? Não conta!
Professora: Quem foi a outra pessoa que foi na árvore generosa?
(Alguns alunos levantam a mão).
Professora: Breno! Conta pra gente! Tem mais gente né? 
Breno: Eu gostei da parte que o menino, porque ele era muito pequeno e ele tinha amor na árvore, só que quando ele ficou adulto, ele pediu pra árvore uma casa e cortou o galho da árvore, ele foi pedir um barco e cortou o tronco e a árvore fez um banco pra ele sentar.
Professora: Muito bem!
Breno: Só que faltava um pedaço da árvore.
Professora: E a Maria Clara?
Maria Clara: Teve uma parte que o menino amava a árvore e a árvore amava o menino.
Professora: Olha que bonito! O menino amava a árvore e a árvore amava o menino.
Professora: Fala Eloá, o que você achou da história? Era a árvore generosa também?
Eloá: Sim! Se o menino ficava feliz a árvore também ficava feliz.
Professora: Olha que legal, o menino ficava feliz e a árvore ficava feliz, que legal!
Professora: Fala Pedro! Qual história você ouviu?
Pedro: O jabuti e o macaco!
Professora: O jabuti sabido... E o macaco metido. Conta aí pra eles, não o final “hein”! 
Pedro: Quando o índio mandava o jabuti pegar.
Professora: Mandava uma o quê?
Pedro: A fruta!
Professora: É uma estratégia dele né! Um plano. Tá!
Professora: Quem mais tinha ouvido a...?
Professora: Fala Marcos! Qual você ouviu? 
Marcos: Do jabuti.
Professora: O que você gostou mais na história do jabuti?
Marcos: Que...
Pedro: Não prestou atenção, ficou falando.
Professora: Você disse que queria falar, então conta para nós!
Marcos: Eu gostei da parte do...
Professora: Deixa eu ver a...
Marcos: Ela era da adivinha
Professora: Ah! Ela era da adivinha? Muito bem.
Professora: Fala Maria Heloísa.
UM ASPECTO IMPORTANTE É QUE NESSE MOMENTO QUANDO UMA CRIANÇA CONTA UMA PARTE DA LEITURA QUE ESCUTOU, ACABA DESPETANDO NOS OUTROS COLEGAS A CURIOSIDADE E VONTADE DE TAMBÉM CONHECER AS OUTRAS HISTÓRIAS QUE FORAM LIDAS EM SESSÃOS DIFERENTES.
Maria Heloísa: É a do lobo.
Professora: Você é a história do lobo?
Aluna: A minha também. 
Professora: Então conta para nós o que você gostou mais. Não quer contar? Não?
Professora: Fala Isadora! Qual foi sua história? Precisa todo mundo escutar!
Isadora: Eu gostei que ele sobrou as casas.
Professora: Muito bem!
Professora: A Estela quer contar o que achou, se achou interessante? A parte que gostou mais?
Pedro: Não conta o final!
Professora: Não quer falar? E a Júlia?
Júlia: Eu gostei da parte que o lobo pede açúcar para os porquinhos.
Professora: E a Laura, qual foi a história?
Laura: Do jabuti sabido...
Pedro: Macaco!
Laura: Macaco metido.
Professora: Qual parte você gostou mais, o que tinha de interessante na história?
Laura: Eu gostei da parte em que o jabuti foi o mais sabido.
Professora: Mais sabido! Quando o jabuti foi o mais sabido.
Professora: Deixa eu ver, e você Maria Eduarda? Qual história você ouviu? Não quer falar? Tá bom. 
NO DECORRER DESSA PRATICA É POSSÍVEL OBSERVAR O AVANÇO DOS ALUNOS E A AUTONOMIA EM ESCOLHEREM SEUS PRÓPRIOS LIVROS E HISTÓRIAS QUE QUEIRAM OUVIR. POR FIM SEU DESENVOLVIMENTO NA PARTE LITERÁRIA ATINGIRA MUITOS OBJETIVOS POSITIVOS. OBTENDO UMA GRANDE PARTICIPAÇÃO ATIVA NA ESCOLHA DE LIVROS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a conclusão desta pesquisa, tivemos uma grande oportunidade de nos aprimorarmos na prática de leitura simultânea, onde adquirimos conhecimentos a respeito dessa prática e que será de essencial importância para a nossa formação e desenvolvimento das nossas praticas pedagógicas.
Gostaríamos de agradecer a Profª Drª Luciana Leal e a Profª Drª. Franciele Pasquim, por nos proporcionar as reuniões e formações durante todo o ano em que estivemos presentes no programa Bolsa Formação – Escola pública e universidade, em que nos concedeu a oportunidade de vivenciarmos na prática diversas experiências que contribuíram gradualmente para a aquisição dos nossos saberes pedagógicos. 
	Desejaríamos agradecer a escola EMEIEF Nossa Senhora de Fatima por nos acolher durante esse percurso e nos apoiar para a realização desta pratica, especialmente para a professora regente Katia Shnoor, por permitir que desenvolvêssemos a filmagem e a pesquisa em sua sala.
Agradecemos também a equipe gestora da escola, a diretora Carla Ortega e as coordenadoras Gislanine Claudino e Aline Marquetti por todo o apoio e formação. 
Concluímos que, a leitura simultânea é uma prática que deve sempre ser realizada no ambiente escolar, geralmente uma vez por bimestre, pois é de extrema importância para a formação leitora dos alunos, proporcionando que os estudantes tenham contato com diferentes tipos de textos/livros e que expandam seus conhecimentos através da leitura. De acordo com Rojo (2004, p. 7):
[...] a escola e a educação básica são lugares sociais de ensino-aprendizagem de conhecimento acumulado pela humanidade – informações, indicações, regras, modelos –, mas também, e fundamentalmente, de formação do sujeito social, de construção da ética e da moral, de circulação das ideologias. Falar na formação do leitor cidadão é justamente não olhar só uma das faces desta moeda; é permitir a nossos alunos a confiança na possibilidade e as capacidades necessárias ao exercício pleno da compreensão. Portanto, trata-se de nos acercarmos da palavra não de maneira autoritária, colada ao discurso do autor, para repetí-lo “de cór”; mas de maneira internamente persuasiva, isto é, podendo penetrar plasticamente, flexivelmente as palavras do autor, mesclar-nos a elas, fazendo de suas palavras nossas palavras, para adotá-las, contrariá-las, criticá-las, em permanente revisão e réplica.
REFERÊNCIAS
BRÄKLING, Kátia Lomba. Sobre leitura e formação de leitores: qual é a chave que se espera. Portal Educarede. Sessão “O assunto é”. Disponível em: www.educarede.org.br, 2005.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
PINHEIRO, E. M.; KAKEHASHI, T. Y.; ANGELO, M. O uso de filmagem em pesquisas qualitativas. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 5, p. 717-722, 2005.
ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: See: CenP, p. 853, 2004.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Trad. Claudia Schilling, 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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