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Processo Penal 1 - Tópicos 8 e 9-21-30

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Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 a) Noção 
 Trata-se de prisão processual que tem por característica o fato de não 
depender de ordem judicial. 
 
 Obs. 1 – Natureza jurídica pré 2011: prisão cautelar (prisão processual). 
 Obs. 2 – Natureza jurídica pós 2011: pré-cautelar - art. 310 do CPP. 
 Obs. 3 – Eugênio Pacelli: função da prisão em flagrante é a de evitar a 
fuga do infrator, auxiliar na colheita da prova e impedir a consumação do 
delito. 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 b) Fases da prisão em flagrante: 
 
 • 1ª fase – captura; 
 
 • 2ª fase – condução coercitiva; 
 
 • 3ª fase – lavratura do auto de prisão em flagrante; 
 
 • 4ª fase – recolhimento ao cárcere; 
 
 • 5ª fase – comunicações. 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 c) Sujeitos do flagrante 
 
 c.1) Sujeito ativo 
 Existe o flagrante facultativo, onde qualquer do povo pode prender. 
 Temos, ainda, o flagrante obrigatório, que á aquele realizado pela 
autoridade policial, que tem o dever de prender. (art. 301 do CPP). 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 c) Sujeitos do flagrante 
 c.2) Sujeito passivo 
 Em regra, qualquer pessoa. Exceções: 
 - Presidente da República – não está sujeito a nenhuma prisão cautelar; 
 - Imunidades Diplomáticas – Chefes de Estado, Chefes de Governo; 
 - Magistrado e Promotor – só podem ser presos em flagrante de crime 
inafiançável. O mesmo vale para Deputados Federais, Senadores e 
Deputados Estaduais. 
 - Advogado - só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável 
(na função!) 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 d) Modalidade de Prisão em Flagrante 
 d.1) Flagrante do CPP – art. 302. Temos: 
 Flagrante próprio, perfeito, real ou verdadeiro – art. 302, I e II, CPP; 
 Está cometendo ou acabou de cometer o crime. 
 Flagrante impróprio, irreal ou quase-flagrante – art. 302, III, CPP ; 
 Perseguido logo após. 
 Flagrante presumido, ficto ou assimilado – art. 302, IV, CPP. 
 Encontrado logo após. 
CAPÍTULO II 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 “Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão 
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
 I - está cometendo a infração penal; 
 II - acaba de cometê-la; 
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, 
em situação que faça presumir ser autor da infração; 
 IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele autor da infração.” 
 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 d.2) Flagrante de leis especiais 
 
 Flagrante retardado, virtual ou ação controlada – art. 8º, da Lei 12.850/13 (Lei da Organização 
Criminosa) 
 Não precisa de autorização judicial! 
 “Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à 
ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e 
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de 
provas e obtenção de informações. 
 § 1o O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz 
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
 § 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter informações que possam 
indicar a operação a ser efetuada. 
 § 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público 
e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações. 
 § 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca da ação controlada.” 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 d.2) Flagrante de leis especiais 
 
 Entrega vigiada - Art. 53 da Lei n. 11.343/06 (Lei de Drogas). 
 Precisa de autorização judicial e oitiva do MP! 
 
 “Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são 
permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os 
seguintes procedimentos investigatórios: 
 I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos 
especializados pertinentes; 
 II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros 
produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de 
identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
 Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam 
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.” 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 d.3) Flagrante da doutrina e da jurisprudência 
 Preparado 
 Há intervenção na vontade. Não é válido ! 
 Súmula 145 do STF – “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela 
polícia torna impossível a sua consumação.” 
 Esperado 
 Não há intervenção na vontade. 
 É válido! 
 Prisão em Flagrante – art. 301 a 310, CPP 
 e) Formalidades do Flagrante 
 
 Autoridade 
 A autoridade com atribuição para a lavratura do flagrante é a do local 
da captura. 
 não é só a autoridade policial que pode lavrar o flagrante! 
 
 Súmula 397 do STF - O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, 
compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado 
e a realização do inquérito.

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