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2
UNIVERSIDADE PAULISTA
SERVIÇO SOCIAL
REGINA SOARES RIBEIRO DE JESUS – RA: 1765057
Violência contra mulher: Uma relação de desigualdade e de Gênero
São Paulo
2020
UNIVERSIDADE PAULISTA
SERVIÇO SOCIAL 
Violência contra mulher: Uma relação de desigualdade e de Gênero
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado junto à Universidade Paulista – UNIP, campus Tucuruvi, como parte dos requisitos para a obtenção do título de bacharel em Serviço Social 
Orientador: prof. Alexandre Cremonini Furniel
São Paulo
2020
	Soares Ribeiro de Jesus, Regina.
....VIOLÊNCIA CONTRA MULHER : UMA RELAÇÃO DE DESIGUALDADE E DE GÊNERO / Regina Soares Ribeiro de Jesus. - 2020.
....47 f. : il. color.
....Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao curso de Serviço Social da Universidade Paulista, São Paulo, 2020.
....Orientador: Prof. Alexandre Cremonini Furniel.
....1. Violencia. 2. Gênero. 3. Desigualdade. 4. Lei Maria da Penha. I. Cremonini Furniel, Alexandre (orientador). II. Título.
REGINA SOARES RIBEIRO DE JESUS	
Violência contra mulher: Uma relação de desigualdade e de Gênero
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado junto à Universidade Paulista – UNIP, campus Tucuruvi, como parte dos requisitos para a obtenção do título de bacharel em Serviço Social 
Aprovado em: 
BANCA EXAMINADORA 
__________________/__/____
 Prof.
Universidade Paulista – UNIP 
__________________/__/____
 Prof.
Universidade Paulista – UNIP 
__________________/__/____
 Prof.
Universidade Paulista – UNIP 
Resumo
Esta pesquisa tem como o tema principal mostrar a violência doméstica cometida contra a mulher baseada no gênero. Com o objetivo de mostrar como esta violência tem se perpetuado no Brasil nas suas mais complexas expressões. Através de uma metodologia básica e estratégica, com métodos hipotéticos dedutivos numa abordagem quantitativa com dados coletados através de uma pesquisa bibliográfica com leituras em livros, sites documentários. Será abordado nesta temática conceitos sobre a violência, compreender a violência baseada no gênero feminino. Traremos uma análise dos ciclos dessa violência e avaliar as consequências deixadas nas vítimas dessa violência. Diante da problemática expor as leis de enfrentamento a questão da violência contra mulher e as atribuições do serviço social na efetivação dos direitos dessas vítimas.
Palavras chaves: Violência, Gênero, Enfrentamento.
Abstract
The main theme of this research is to show domestic violence against women based on gender. In order to show how this violence has been perpetuated in Brazil in its most complex expressions. Through a basic and strategic methodology, with hypothetical deductive methods in a quantitative approach with data collected through a bibliographic search with readings in books, documentary sites. Concepts on violence will be addressed in this theme, Understanding violence based on the female gender. We will bring an analysis of the cycles of this violence and evaluate the consequences left on the victims of this violence. In view of the ploblematics, expose the law to confront the issue of violence against women and the duties of social service in the realization of the rights of these victims.
Key words: Violence, Gender, Coping.
Sumário
INTRODUÇÃO	7
1 CONCEITOS DA VIOLENCIA	9
1.1.	Violência baseada no gênero	10
1.2.	Gênero e o feminismo	14
1.3.	Tipos de violência sofrida pelas mulheres	17
1.4 Os ciclos da violência	22
2 CONSEQUENCIAS DA VIOLENCIA CONTRA MULHER	26
3 LEI MARIA DA PENHA (CONHECENDO A HISTÓRIA)	30
3.1 A lei Maria da Penha e medidas protetivas	33
3.2	A Lei Maria da Penha prevê dois tipos de medida de urgência	34
4 O SERVIÇO SOCIAL ATUANDO NO ENFRENTAMENTO DA QUESTAO DA VIOLENCIA DA MULHER	40
CONCLUSÂO	45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	47
	
INTRODUÇÃO
O interesse por essa temática surgiu através de noticiais exibidas diariamente na mídia sobre os casos de violências contra mulher. A violência contra mulher está relacionada a uma cultura machista que ainda vive enraizada em nosso país, decorrente de uma dominação de poder do homem e submissão da mulher.
 De acordo com a Declaração das Nações Unidas (ONUS), de 1949, sobre a Violência Contra a Mulher, aprovada pela Conferência de Viena em 1993, a violência se constitui em “[...] todo e qualquer ato embasado em uma situação de gênero, na vida pública ou privada, que tenha como resultado dano de natureza física, sexual ou psicológica, incluindo ameaças, coerção ou a privação arbitrária da liberdade.” (ADEODATO, 2006, p.2).
Segundo dados divulgados pelo G1 Monitor da Violência no dia 8/03/2019,indicam que a violência contra mulher continua sendo a mais cruel e evidente manifestação da desigualdade de gênero no Brasil. Dados também divulgados pelo G1 a cada dia, três mulheres são assassinadas pela condição de gênero no Brasil a estatística começou a ser calculada há exato cinco anos. 
Pesquisa do núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo mostra que 42% das agressões contra as mulheres ocorre na casa da vítima. Desde 2017 para 2019, o percentual de mulheres que dizem ter sido agredidas por pessoas conhecidas (companheiros ou ex-companheiros) aumentou de 61% para 76%.
 A violência cometida contra mulher torna-se uma violação de direitos humanos e liberdades fundamentais que não podemos ignorar ou disfarçar, requer políticas públicas e iniciativas eficazes que combatam toda forma de violência contra mulher. 
De acordo com Brasil El Pais 2019 foram implantadas no Brasil com objetivo de prevenir a violência baseada no gênero e aquelas cujo foco principal e proteger e assistir mulheres em situação de violência. No Brasil 300 iniciativas foram consideradas. Dessas 27% tem o de sensibilizar capacitar sobre a igualdade de gênero e violência e 22% pretende oferecer assistência a mulheres que já tenham sido vítimas de violência. E o restante divide-se em práticas de atenção a mulher.
 Ainda segundo Brasil El Pais entre as principais agencias esta os governos estaduais com 63,93%, e seguidos de organizações sem fim lucrativos (20,36%), e governos locais 7,5%. Quanto aos Estados que mais concentram iniciativas, em primeiro lugar está o Rio de Janeiro, com 10%, seguidos por Distrito Federal, com 7,86% e São Paulo com, 6,43%.
Diante dos dados apresentados vale apenas destacar a Casa Da Mulher Brasileira instituída pelo decreto nº8086/2013, em conformidades com a lei Maria da Penha 11.340/2006 como forma de radiar e coibir a violência contra mulher.
Portanto nos traz a indagação se as políticas de prevenção a violência contra mulher têm surtido o efeito esperado?
 Com os objetivos dessa pesquisa queremos identificar os tipos de violência avaliar as consequências deixadas nas vítimas. Analisar a importância da lei Maria da Penha ao combate essa questão e como o serviço social tem contribuído como instrumento de proteção as mulheres vítimas de violência.
 Apesar do aumento expressivo das iniciativas de intervenções no enfrentamento do tema apresentado a hipóteses de uma política vulnerável, há grandes limitações institucionais na implementação em pôr fim à violência contra mulher e identificou-se a falta de visibilidade e transparência para este tipo de informação.
 Diante da temática apresentada realizaremos uma metodologia básica estratégica com métodos hipotéticos dedutivos com uma abordagem qualitativa pesquisa bibliografia em leituras em livros, sites, documentários.
No primeiro iremos identificar o que é a violência doméstica baseada no gênero sofrida pelas mulheres
No segundo avaliar as consequências que são deixadas nas vítimas que sofrem esse tipo de violência
No terceiro capítulo analisar qual a importância da lei Maria da Penha para o combate a violência sofrida por essas mulheres.
E por fim no quarto compreender como o serviço Social tem contribuído para a proteção dasmulheres vítimas de violência.
1 CONCEITOS DA VIOLENCIA
O termo violência deriva do latim violência, ou seja, força ou vigor contra qualquer coisa ou ente. Entretanto violência é o uso da força que pode resultar em ferimento, tortura ou morte, ou uso de palavras que machucam as pessoas e o abuso de poder que se exerce sobre elas. 
Antes de compreender a violência cometida contra a mulher devemos conceituar o que venha ser o termo violência segundo alguns autores:
Para Viela (1977 apud AZEVEDO, 1985, p. 19): 
Violência é toda iniciativa que procura exercer coação sobre a liberdade de alguém, que tenta impedir-lhe a liberdade de reflexão, de julgamento, dedicação e que, termina por rebaixar alguém a nível de meio ou instrumento num projeto, que a absorve e engloba, sem trata-lo como parceiro livre e igual. A violência é uma tentativa de diminuir alguém, de constranger alguém a renegar-se a si mesmo, a resignar-se à situação que lhe é proposta, a renunciar a toda a luta, abdicar de si.
Para Chauí (1985 apud AZEVEDO, 1985, p. 18) 
Violência é uma realização determinada das relações de força tanto em termos de classes sociais quanto em termos interpessoais. Em lugar de tomarmos a violência como violação e transgressão de normas, regras e leis, preferimos considerá-las sob dois outros ângulos. Em primeiro lugar, como conversão de uma diferença e de uma assimetria numa relação hierárquica de desigualdade, com fins de dominação, de exploração e de opressão. Isto é, a conversão dos diferentes em desiguais e a desigualdade em relação entre superior e inferior. Em segundo lugar, como a ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como uma coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silêncio de modo que, quando a atividade ou a fala de outrem são impedidas ou anuladas, há violência.
Para Teles e Melo (2003, p.15),
 Violência se caracteriza pelo uso da força, psicológica ou intelectual para obrigar outra pessoa a fazer algo que não está com vontade; é constranger, e tirar a liberdade, é incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo a sua vontade, sob pena de viver gravemente ameaçada ou até mesmo espancada lesionada ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem ao seu domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano.
Este tipo de violência e cometida de forma que muitas das vezes não se torna visível deixando vítima retraída e com medo do que lhe possa acontecer se contrariar seu agressor deixando seu estado emocional abalado.
Na análise de Stela Valéria Soares de Farias Cavalcanti (2007, p.29), a violência assim se define: È um ato de brutalidade, abuso, constrangimento, desrespeito, discriminação, impedimento, imposição, invasão, ofensa, proibição, sevícia, agressão física, psíquica, moral ou patrimonial contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela ofensa e intimidação pelo medo e terror. 
Segundo estudos da OMS – Organização Mundial de Saúde -, a violência pode ser classificada em três modalidades:
 Violência interpessoal: pode ser física ou psicológica, ocorrendo em espaços públicos ou privados. Nesta modalidade destacam-se a violência entre jovens, violência doméstica, violência praticado contra crianças e adolescentes e a violência sexual. Violência contra si mesmo: também denominada violência auto infligida, é um tipo de violência muito comum em todo o mundo. São os suicídios, as tentativas, as ideações de se matar e de se automutilar; 
 Violência coletiva: em sua classificação podemos incluir ainda duas outras espécies: violência social (ocorre em razão das desigualdades socioeconômicas em países desenvolvidos e subdesenvolvidos) e violência urbana (ocorre nas cidades seja em forma de crimes eventuais ou em razão do crime organizado). 
 Violência baseada no gênero 
Violência de gênero consiste em qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause ou custe a morte, ou sofrimento físico, sexual ou psicológico tanto no âmbito público ou privado. Podemos definir também a violência de gênero chamada de violência machista como qualquer ato contra uma mulher pelo simples fato de ser mulheres.
 O contexto histórico da categoria gênero está ligado ao Movimento Feminista e à produção de conhecimento. Até a década de 1970, ouvia-se falar mais sobre estudos feministas ou estudos da mulher. A partir dessa data, no Brasil, o movimento feminista passou a ter significativa inclusão no espaço público, a fazer exigências e reivindicações políticas — época da ditadura militar (CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL — CRESS, 2003).
 No período entre 1985 e 1990, a categoria gênero passou a ser utilizada de forma mais sistemática, entre as estudiosas aqui no Brasil, para destacar a construção social e histórica realizada sobre as características biológicas de uma determinada pessoa (CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL — CRESS, 2003). 
O conceito passa a ser utilizado de forma relacional, ou seja, os estudos feministas que enfocavam só as mulheres, agora, passam a reportar-se de forma explícita a homens e mulheres, passando a chamarem-se estudos de gênero ou das relações de gênero (CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL — CRESS, 2003). Segundo Faria (1997), esse conceito coloca claramente o ser mulher e o ser homem como uma construção singular, a partir do que é estabelecido, simbolicamente, como feminino e masculino, bem como dos papéis sociais destinados a cada um, no interior da sociedade.
 A partir de estudos que foram sendo desenvolvidos nos anos de 1990 alguns atores denominam a utilização de “Violência de gênero” como um conceito mais amplo que “Violência contra mulher” (Saffioti & Almeida,1995). 
 Para Brasil (1995), gênero, em um aspecto geral, é um termo que se refere a um sistema de papéis e de relações entre mulheres e homens, que não são determinados pela biologia, mas pelo contexto social, político e econômico
 De acordo com Scott (1995), a utilização da palavra gênero está, igualmente, para além da questão biológica. Sendo uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens e das mulheres, o uso de gênero dá ênfase a todo um sistema de relações que pode incluir o sexo, mas ele não é diretamente determinado por ele, nem determina diretamente a sexualidade.
Segundo Teles e Melo (2003), a violência de gênero pode ser compreendida como "violência contra a mulher", expressão trazida à tona pelo movimento feminista nos anos 70, por ser esta o alvo principal da violência de gênero. Enfim, são usadas várias expressões e todas elas podem ser sinônimos de violência contra a mulher.
 A dominação masculina segundo Bourdieu (1999) exerce uma “denominação” simbólica sobre todo o tecido social, corpos e mentes, discursos e práticas sociais e institucionais; (dês) historicistas diferenças e naturaliza as desigualdades entre homens e mulheres. Para Bourdieu a dominação masculina estrutura a percepção e a organização concreta e simbólica de toda vida social.
Durante muito tempo da nossa história as mulheres vêm sofrendo uma opressão desse sistema patriarcal uma dominação de submissão que é muito criticada pelos estudiosos de gênero. Os estudos de gênero sob a influência do movimento feminista permitem analisar os papeis que são atribuídas as mulheres na família, no trabalho no Estado. A violência de gênero ligada há um fundamento que vem desde a infância de que o ser masculino domina sobre o feminino e o papel atribuídos aos homens é a manutenção de poder frente as mulheres. Construindo uma violência de controle sobre as mulheres de homem que demonstre sua virilidade; a busca e manutenção de prestígio; a defesa de honra; demonstração de coragem; posição de chefia e mando de avidez ou cobiça material.
Diante desses fatos a sociedade passa ser patriarcal, modelo a qual a mulher está reservada as atividades domésticas, a reprodução, sendo exploradas e oprimidas; ao homem o papel de provedor, a força física e emocional, a última palavra de uma decisão. (PEDRO GUEDES 2010).
A violênciacontra mulher nem sempre teve uma visão de uma questão social, como um algo negativo. A mulher aceitava os termos impostos a ela compreendia como algo natural já que era considerada inferior, tinha obrigações, devia obediência e servidão ao homem e seu casamento. Inclusive essa visão era respaldada pelos médicos da época: “por ter ossos cartilagens ligamentos e fibras mais frágeis a mãe apenas carregava o ovo com o sexo fêmeo concorre para a propagação assim com sucede com os ovíparos” (DEL PRIORI 2013 p 114). 
 De acordo com Priori a mulher era vista como sexo frágil a visão não era de uma questão construída socialmente de forma que se tornasse algo negativo. Mas como para mulher passar por tais situação tido como normal já que ela era inferior ao homem, dentro do lar tem suas obrigações a cumprir para com seu marido servindo-o em total obediência. A violência era compreendida como uma espécie de” educação”, para disciplinar as mulheres que desrespeitassem seus homens, sejam eles maridos, pais ou outros.
 Esse” trabalho de reprodução esteve garantido, até recentemente, por três instância principais, a família, a igreja e a escola, que, objetivamente orquestrada tinham em comum o fato de agirem sobre estruturas inconsciente” e a família cabe o papel principal de reprodução da dominação e da visão masculina(BOURDIEU 2007 p 103)
Na obra “O segundo sexo, a experiência vivida “, Beauvoir (1967 p 9) apontou que:
Não se nasce mulher, torna-se mulher e assim, difundiu-se pela primeira vez a ideia de que os gêneros são construções sociais - produtos da seleção cultural. De acordo com a autora: Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade, sendo o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino (BEAUVOIR, 1967, p. 8).
Com esta obra, Beauvoir reivindicou - e objetivou desconstruir - o lugar da mulher ao “segundo sexo”. Joan Scott (1986), autor do artigo “Gênero: uma categoria útil para análise histórica” - que também se tornou referência obrigatória nesse campo - definiu gênero a partir de duas proposições: Na primeira, descrito como um elemento constitutivo das relações sociais, fundamentado nas diferenças percebidas entre os sexos; E na segunda, como forma primeira de significar as relações de poder, isto é, um meio de decodificar e compreender as relações complexas entre as diferentes formas de interação humana. 
Podemos concordar que a violência baseada no gênero tem sua estruturação nas relações que são construídas socialmente como declara a autora, a própria sociedade é quem define qual o papel que será exercido pelo homem ou pela mulher. Com a afirmação de que nós permitimos as diferenciações que há entre os sexos no nosso cotidiano, podemos também trazer a igualdade no nosso pronunciar, no agir, assim ir além do que me foi imposto ou determinado como o que seria o correto aos olhos da sociedade.
Gênero e o feminismo
 Portanto entendemos que a violência de gênero se constitui na submissão do homem sobre a mulher e da dominação que ele exerce sobre ela.
Segundo Ribeiro a violência de gênero pode ser entendida como “violência contra a mulher”, expressão trazida à tona pelo movimento feminista nos anos 70, por ser a mulher alvo principal da violência de gênero (2013, pg.36)
Através dos movimentos feministas entrelaça a luta contra a desigualdade e dos direitos das mulheres. Em estudos do movimento feministas no Brasil colônia entre (1500 e 1822) eram poucas as conquistas realizadas pelas mulheres que neste cenário estavam vivendo sobre uma cultura enraizada pelo patriarcalismo.
De acordo com Pinto (2010);
O feminismo acontece a partir das últimas décadas do século XIX, quando as mulheres, primeiro na Inglaterra, organizavam-se para lutar por seus direitos, sendo que os primeiros deles que se popularizou foi o direito ao voto (PINTO 2010, pg.15 ).
As mulheres conquistam através do movimento feminista o direito de votar que só era permitida ao homem, com várias reivindicações para chamar atenção das demais mulheres e da sociedade.
O sufrágio feminino foi uma luta específica e longa em englobou as mulheres de todas as classes. E se caracterizou como um movimento feminista por denunciar a exclusão das mulheres nas participações das decisões pública (ALVES PITANGU,1985).
No Brasil também as mulheres também lutavam pelo direito de votar que foi conquistado no ano de 1932. As mulheres se fortalecem e incorporam movimentos feministas por ideologias anarquistas e socialistas por meios de lutas sindicais na defesa de melhores salários, condições de higiene, combate as discriminação e abusos submetidas por sua condição de gênero (COSTA 2005, pg. 3).
Neste cenário as mulheres eram tidas como incapazes de exercer qualquer atividade na esfera pública, não podendo nem reger sua própria vida, viviam exclusivamente para cuidar do lar de seu marido e filhos. A mulher era submetida a uma dominação praticamente totalizadas, no lar, na vida pública diante da sociedade e até mesmo na sua sexualidade não tinha domínio.
Na contra mão de tudo isso surge o movimento feminista: O feminismo surge como um movimento libertário em que as mulheres lutam não só por seus direitos igualitários civis e sociais, mas por uma autonomia de decidir sobre a sua vida e seu corpo (PINTO, 2010, p. 16). 
Quem pode negar as mulheres se expressarem livremente? Quem pode fechar os olhos para situações nas quais as mulheres são as principais vítimas? Por que ainda negar-lhes o pode de decidir sobre o próprio corpo? Para começar, homens e mulheres podem e deveriam se declarar feministas. A sociedade justa precisa ser construída por todos. “Feminista” é um bom adjetivo para se definir, para chamar alguém seja homem ou mulher. Acredite (GONÇALVES, 2019, pg. 13, 14). 
 Por muito tempo as mulheres eram invisíveis historicamente falando, deixadas de lado por um olhar machista e preconceituoso de uma cultura social patriarcal.
Louro (1997) nos afirma que a desigualdade social associada entre o masculino e o feminino, ou seja, as diferenças de gênero são caracterizadas através das distinções biológicas. Portanto os conceitos das desigualdades entre o feminino e o masculino estão atribuídos ao sexo, e as suas características sexuais que diferenciam o homem da mulher. 
O termo “gênero” na sua acepção gramatical, designa os indivíduos de sexos diferentes (masculino/feminino) ou coisas sexuadas (ARAÚJO, 2005, p. 42). Porém, ao ser utilizado pela literatura feminista, é caracterizado como noção de cultura que situa - se na esfera social.
 Entretanto, Louro (1997) conceitua gênero ao modo como as características sexuais são compreendidas e representadas, ou, então, como são traduzidas para a prática social e tomadas parte do processo histórico (LOURO, 1997, p. 22). 
A autora ainda salienta que, a concepção acerca do termo “gênero” se diferencia entre as sociedades, a um dado momento histórico e no interior de uma dada sociedade ao se considerar os diversos grupos que se constituem (LOURO, 1997, p. 23).
 Foi neste contexto que o movimento feminista renascia. Cuja a maior bandeira levantada por esse movimento foi a busca pela igualdade e o respeito as diferenças existentes na época.
Através da luta das melhores pela igualdade existe ocorrências de violências contra as mulheres em seus lares. Quando decidem romper com as imposições a elas impostas, quando decidem trabalhar fora, estudar neste sentido podemos observar que mesmo com garantia de seus direitos conquistados, as lutas dos movimentos feminista campanhas contra a violência contra mulher é necessário criar mecanismos educacionais que rompam com a cultura patriarcal institucionalizada na nossa sociedade.
Enquanto as próprias mulheres acreditarem que nasceram somente para cumprir seu papel de mulher. Por mais que leis sejam criadas para garantir direitos das mulheres e se afirmasse contra a violência masculina nada poderá ser mudado. O feminismo precisaria ir alémdo reformismo e pensar em revolução. O patriarcado só terá fim com o fim do gênero da colocação do homem e da mulher na sociedade 
Tipos de violência sofrida pelas mulheres
A violência contra mulher pode se manifestar de várias formas e com diferentes graus de severidade, estas violências se reproduzem isoladamente ou fazem parte de uma ordem crescente de episódios, que pode levar ate a morte dessas vítimas
Neste contexto algumas dessas violências cometidas contra mulher:
• Violência Física; compreende atos que agridem o físico, mediante o uso da força física ou utilizando instrumentos com o escopo de ofender a mulher em sua integridade ou a saúde corporal; pode apresentar marcas lesões internas, externas ou ambas.
Segundo concepções mais recentes, o castigo repetido, não severo também é considerado como uma violência física.
A violência física pode ser manifestada de várias formas: Tapas, empurrões, socos, mordidas, chutes, queimaduras, cortes, estrangulamentos, lesões por armas ou objetos.
 Obrigar a tomar medicamentos desnecessários ou inadequados, álcool, drogas ou outras substâncias, inclusive alimentos, tirar de casa a força, amarrar arrastar, tirar a roupa, abandonar em lugares desconhecidos.
Danos a integridade corporal decorrentes de negligência (omissão de cuidados e proteção com agravos evitáveis como situação de perigo, doença gravidez, alimentação, higiene, entre outros.
Agressão contra mulheres cometidas ‘ex’ aumenta 3 vezes em 8 anos segundo dados da pesquisa Data Senado em parceria Observatório da Violência Contra Mulher. Segundo site Data Senado percentual de mulheres agredidas por ex-companheiros subiu de 13% para 37% entre 2011 e 2019. Incluindo em situações em que os agressores eram ex-maridos e ex-namorados no momento do ataque. Números representa um aumento de 284% dos casos. 
• Violência Sexual; é compreendida como qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual indesejada, utilizando de intimidação, ameaça, coação ou uso da força; no casamento ou em outros relacionamentos. 
A expressão “débito conjugal” inferiu, ao longo dos tempos, que a mulher “tivesse o dever de submetesse ao desejo sexual do par” (Dias 2019).
 Essa estrutura social levou ao não reconhecimento da prática de estupro dentro do casamento ou dos relacionamentos amorosos, sob o argumento de se tratar de exercício regular do direito. Aliás, ainda conforme a autora, “sempre houve resistência em admitir a possibilidade de ocorrência de violência sexual no âmbito dos vínculos familiares”, o que torna os casos de violência sexual na esfera doméstica difíceis de serem comprovados e até mesmo de virem à tona, por existir um vínculo de convivência e, muitas vezes, de afeto entre abusador e vítima. 
Sobre isso, discorre Olga (2014, p. 9):
 Estimulados por filmes, livros e programas de TV, fantasiamos que a violência contra a mulher aconteça quase como um assalto: cometida num beco suspeito por um monstro desconhecido e encapuzado que some na noite escura. Casos com tais características acontecem, é claro. Mas esse cenário é apenas um recorte de uma realidade. O risco que corremos ao nos ater a ele é reproduzir um imaginário de que a violência só pode ser praticada por alguma espécie de pessoa sem humanidade, sem habilidades sociais, distante, portanto, do nosso círculo de convivência. Mas a verdade é que essa pessoa, na maioria das vezes, está mais perto do que imaginamos.
 
A violência sexual e cometida na maioria das vezes por pessoas conhecida das mulheres envolvendo o vínculo conjugal (esposo e companheiro) no espaço doméstico que contribui para que ninguém o veja.
Este tipo de violência acontece nas várias classes sociais e nas diferentes culturas. Diversos atos sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes circunstâncias e cenários. Dentre eles podemos citar:
Estupros dentro dos casamentos e namoros, estupros cometidos por estranhos.
Investidas sexuais indesejadas ou assédio sexual, inclusive exigência de sexo como pagamento de favores. 
Abuso sexual de mulheres incapazes mentalmente e fisicamente, abusos no casamento e coabitação forçada.
Negação do direito usar anticoncepcionais, preservativos ou de adotar outras medidas de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.
Aborto forçado, atos violentos contra a integridade sexual das mulheres, inclusive mutilação genital feminina e exames obrigatórios de virgindade.
Prostituição forçada e tráfico de mulheres com fim de exploração sexual. Agressões como estas provocam nas vítimas, sentimento de culpa, vergonha, de medo, o que faz as decidir, na maioria das vezes ocultar o fato. 
 • Violência Psicológica; compreende toda agressão que afete a psique da pessoa, deixando-a em estado de perturbação, distorcer omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre sua memória ou sanidade, angústia e instabilidade emocional. Por violência psicológica, entende-se agressão emocional (tão ou mais grave que a física).
 Esta violência é cruel e silenciosa, pois a mulher agredida, humilhada e subjugada, geralmente, não fala sobre tais atos, além disso, a sociedade é muito passiva em relação à violência psicológica, uma vez que não deixa marcas visíveis aos olhos, a violência psicológica inclui:
Insultos constantes, humilhação, desvalorização, chantagens, isolamentos de amigos e familiares, ridicularização, rechaço, manipulação afetiva, exploração. Negligencias (atos de omissão a cuidados e proteção, contra agravos evitáveis, como, situações de perigo, doenças, gravidez, alimentação higiene, entre outros). Ameaças, privação arbitraria da liberdade (impedimento de trabalhar, estudar, cuidar da aparência pessoal, gerenciar o próprio dinheiro, brincar etc.)
Confinamentos doméstico, críticas pelo desempenho sexual, omissão de carinho, negar atenção e supervisão.
Da mesma forma, entende “o maltrato físico é facilmente identificável e aceito socialmente como um prejuízo a mulher, o abuso não-físico ou psicológico não deixa marcas aparentes e, muitas vezes, é tão sutil que nem a própria vítima é capaz de reconhecê-lo”(ROVINSKI, 2004, pg.8).
Segundo autor a violência contra mulher é praticada fisicamente todos podemos comtemplar que houve a agressão pelas marcas que ficam expostas, na sua visão a vítima tem uma dificuldade para reconhecer que está passando por uma situação de violência.
 Portanto chegamos a concluir através do parecer do autor e dos dados pesquisado, por mais que a violência psicológica seja sutil e invisível aos nossos olhos aquela vítima está sofrendo com tal situação. Por ser de difícil percepção também torna uma violência como a mais dificuldade de combater deixando marcas insuperáveis.
 • Violência patrimonial; são todos os atos destrutivos ou omissão do (a) agressor (a) que afete a saúde emocional e afete sobrevivência dos membros família inclui:
Roubo, destruição de bens de bens pessoais (roupas, objetos, documentos, animais de estimação e outros) ou bens de sociedade conjugal (residência, moveis e utensílios domésticos, terras e outros.)
Recusa de pagar pensão alimentícia ou de participar nos gastos básicos do núcleo familiar.
 Hermann (2008, p. 107) declara o seguinte acerca dessa modalidade de violência: 
A violência patrimonial é forma de manipulação para subtração da liberdade à mulher vitimada. Consiste na negação peremptória do agressor em entregar à vítima seus bens, valores, pertences e documentos, especialmente quando esta toma a iniciativa de romper a relação violenta, como forma de vingança ou até como subterfúgio para obrigá-la a permanecer no relacionamento da qual pretende se retirar. 
• Violência moral; compreende qualquer conduta que consista em calúnia depreciar a imagem e honra, difamação e injuria como espalhar boatos e falsas acusações. Essa violência também pode ocorrer pela internet. Um exemplo; fotos publicadas intimas da vítima como ato de vingança.
Compreendemos que muitos homens por não aceitarem a separação como forma de honra para não ferir seu ego difamamsuas vítimas, fazem falsas acusações, com tal atitude procuram demonstrar sua superioridade diante de todos. Os atos de violência contra mulher são variados estes mencionados em nosso estudo são os principais deles vivenciados pelas mulheres. 
1.4 Os ciclos da violência 
 Primeira fase: Aumento da tenção
 Esse primeiro momento, o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes, chegando a ter acessos de raiva. Ele também humilha a vítima, faz ameaças e destrói os objetos. A mulher tenta acalmar o agressor, fica aflita e evita qualquer conduta que possa “provocá-lo”. As sensações são muitas tristezas, angústia, ansiedade, medo e desilusão são apenas algumas delas.
Em geral, a vítima tende a negar que isso está acontecendo com ela, esconde os fatos das demais pessoas e, muitas vezes, acha que fez algo de errado para justificar o comportamento violento do agressor ou que “ele teve um dia ruim no trabalho”, por exemplo. Essa tensão pode durar dias ou anos, mas como ela aumenta cada vez mais, é muito provável que a situação levará à Fase 2.
Segunda fase: Ato de violência
 Esta fase corresponde a explosão do agressor, ou seja, falta de controle chega ao limite que leva ao ato violento. Aqui toda a tensão acumulada na fase 1 se materializa em violência verbal, física, psicológica, moral e patrimonial. Mesmo tendo consciência de que o agressor está fora de controle e tem o poder destrutivo grande em relação à sua vida o sentimento da mulher é de paralisia e impossibilidade de reação. Aqui ela sofre tensão psicológica severa. Neste momento ela pode tomar decisões; as mais comuns são buscar ajuda, denunciar, esconder-se na casa de amigos pedir ajuda ou até mesmo suicidar-se. Neste momento há um distanciamento do agressor.
Terceira fase: Ato de violência
Pode ser compreendida pelo momento em que o agressor diz estar arrependido de suas ações e pede perdão para a companheira tentando minimizar ou anular seu comportamento agressivo. O homem tenta justificar sua agressão por motivos externos como excesso de trabalho ou bebida. O objetivo desta fase é responsabilizar a companheira e fazer com que ela não sinta mais raiva pelas agressões sofridas. Essa fase também pode ser caracterizada por um comportamento mais amoroso e carinhoso do companheiro. Este se comporta de forma agradável, amável, ajuda nas tarefas domésticas, mostra-se apaixonado e realiza diversos esforços para tranquilizar a esposa levando-a, inclusive, a pensar que é ela quem detém o poder da relação.
 Neste momento, as mulheres acreditam que podem corrigir esse homem e que com seu amor, paciência e dedicação ele voltará a ser aquele homem gentil por quem se apaixonaram. É geralmente neste momento que as mulheres agredidas retiram as queixas. Entretanto, esta falsa esperança faz com que as mulheres tornem se mais tolerantes à agressão. Tais comportamentos podem ser percebidos como uma manipulação perversa a fim de manter a relação conjugal. Esta mudança de atitude pode ser explicada pelo medo do abandono, medo de perder a mulher. Contudo, é este mesmo medo que impulsionará o agressor a retomar o controle da vítima e reiniciar mais uma vez o ciclo da violência. 
“O primeiro investimento que a mulher faz na relação é esse; investimento maciço, na confiança, no afeto, é por isso que ela constrói uma parceria” (Lenira da Silveira, psicólogo da Casa Eliane de Grammont).
 A violência contra a mulher não parte do nada há um ciclo que indica que esta violência está ocorrendo. Segundo a Psicóloga Lenira pelo fato de a mulher construir sua relação baseado na confiança, no afeto estas mulheres ficam anos até se conscientizar que está nesta situação. Com sua experiência e especialização no atendimento as mulheres elas acreditam de que esse agressor vai mudar.
No ciclo da violência vemos esta situação bem explicita, pelo o agressor ter um comportamento bom para com ela com os filhos, acredita-se que é apenas um momento ruim que não ira acontecer novamente fará tudo certo para que seu agressor não fique nervoso, orienta os filhos, tira lhe os sapatos agrada de todas as formas possíveis que não venha provocar seu ato violento.
Podemos compreender que o ciclo continua a vítima já pode observar que realmente não é somente um momento ruim sim que ela está sofrendo uma violência por parte daquele que ela imaginou que tinha um vínculo afetivo e companheirismo.
Diante dos fatos da violência analisamos que a mulher com muita relutância procura ajuda, denuncia a violência sofrida. Nesta circunstância o agressor se mostra arrependido faz juras de amor, que não queria feri-la demonstra bom comportamento por um determinado tempo até que a vítima acredita que realmente ele tenha mudado, é apenas uma estratégia de manipulação e poder controlar novamente a situação, um ciclo que aparentemente não tem fim.
2 CONSEQUENCIAS DA VIOLENCIA CONTRA MULHER
A violência contra mulher traz muitas consequências e afeta todas as áreas de sua vida. É um drama recorrente, que destrói a autoestima, abala autonomia, aprisiona, traz consequências de uma estrutura pessoal, familiar e social. Os atos violentos resultam na vida das mulheres em um ano de vida saudável a cada cinco anos de submissão.
As consequências da violência cometida contra as mulheres muitas das vezes esta associada a problemas socias; como desemprego, as desigualdades sociais, uso do álcool, de drogas, faz com que essas mulheres tenham uma qualidade de vida inferior, aumenta os custos com cuidado da saúde, a ausência do trabalho e na escola além de desestruturar sua vida pessoal no âmbito familiar e social.
Segundo Fonseca (2012), a maior prevalência da violência contra a mulher vem causando danos sérios na saúde da vítima, tanto emocionais como psicológicos. Ainda de acordo com Fonseca (2012) a maioria das mulheres que sofrem violência permanecem no relacionamento, sofrendo constrangimentos e coagidas pelos parceiros a continuar na mesma residência. Dentre as consequências desta violência, Fonseca atenta para diversos danos à saúde da mulher, tais como distúrbios gasto intestinais, lesões físicas, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, sentimentos de desvalia e culpa, baixa autoestima, depressão, ansiedade, suicídios.
 A da violência contra mulher também traz outras consequências como; distúrbios do sono, alimentação inadequada, falta de energia, dores no corpo, escoriações, síndrome do pânico, tristeza, solidão, além dos danos físicos os danos psicoemocionais piores deles podendo deixar sequelas para vida toda dessas vítimas.
As consequências da violência contra mulher se tornam tão forte que afeta toda a família. As crianças também sofrem violência quando suas mães sofrem violência. Muitas delas podem não apanhar mas estão presenciando suas mães sofrerem, com isso trazem consequências na suas vidas voltam a fazerem xixi na cama, quando muitas já largaram essa prática e tem entre 5 e 6 anos de idade, têm dificuldades de se desenvolverem na escola, se tornam agressivas, querem fugir de casa.
Portanto torna-se em uma questão muito grave, quando uma criança cresce num ambiente hostil, em que vê sua mãe sofrendo sendo agredida, violentada assimilará esse comportamento e provavelmente será um adulto violento. Onde o ciclo deveria ser interrompido, pelo contrário continuará existindo.
A violência contra mulher também traz consequências na economia do país dados da AUN (Agência Universitária de Notícias.)
O Instituto Maria da Penha em união com a Universidade Federal do Ceará desde 2016, com intuito de estudar profundamente a violência contra mulher e a sua influência na economia do País. Em 2019 na sua terceira edição o coordenador do Projeto José Raimundo Carvalho, professor titular da UFC, esteve na FEA (Faculdade de Economia e Administração) em conjunto a Maria da Penha a fim de compartilhar seus resultados e apresentar a pesquisa de condições socioeconômica e Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
Segundo a pesquisa, diversas estimativas apontam que o Brasil perde1,2% do PIB em consequência da violência contra a mulher. “Estimamos que por ano o país deixa de faturar um bilhão de reais com absenteísmo no mercado de trabalho motivado por violência doméstica. Para aqueles que ainda não sabem agredir uma mulher custa muito caro para a economia”.
A pesquisa apontou diferenças salariais nas mulheres que foram vítimas de violência em relação as que não foram. E foi levantado um dado que diz respeito a autonomia das mulheres que foram entrevistadas: 23% das que sofreram violência doméstica afirmam ter recusado ou desistido da oferta de trabalho por oposição do parceiro. Esse número cai para 10% entre as que não foram vítimas de violência.
Para compreendermos melhor essa questão de como a violência doméstica contra mulher traz não somente consequência física e psicoemocional, mas afeta a economia. publicado no Nexo entrevista feita por Anita Abala no dia 29/09/2018 a economista e advogada especialista em violência doméstica, direito da família e direito econômico Viviane Rodrigues de Oliveira.
Como a violência doméstica afeta a economia?
Segundo Rodrigues falar de economia é falar de mercado de trabalho. Não existe mercado de trabalho economicamente sustentável sem a força de trabalho da mulher. Quando a mulher é agredida, ela é retirada do mercado de trabalho em consequências a esta agressão seja ela física, emociona, psicológica, sexual ou patrimonial. Ocorre assim uma perda de renda e de poder aquisitivo. Muitas vezes a renda daquela mulher é a renda total daquela família. É o movimento do ciclo, perda do poder aquisitivo leva a perda da capacidade contributiva da mulher e do interesse por parte do mercado.
Por que isso acontece?
De acordo com Rodrigue a mulher agredida se afasta do trabalho. A pesquisa diz que essa mulher se afasta do trabalho por 18 dias, em média. Se ela tem carteira assinada, passando de 15 dias de afastamento ele pede auxílio do INSS, então há um ônus para a empresa e para o Estado. Esta mulher agredida também vai se utilizar do SUS (Sistema Único de Saúde) por exemplo. 
Quando ela retorna para o mercado de trabalho, e quando a empresa não a demite pelas faltas, gradativamente vai deixando de agregar novas funções dentro daquela empresa porque ela já está estigmatizada como mulher violentada. Empresa nenhuma vai dar uma melhoria salarial para aquela mulher, e quando ela sai dessa empresa e retorna para o mercado de trabalho, ela continua estigmatizada.
Esta mulher é vítima duas vezes, ela é vítima da violência e agora e é vítima do mercado de trabalho. 
A violência no sentido amplo consome, mas de 10% do nosso PIB, gerando um prejuízo de R$ 85 milhões. Como país violento, deixamos de receber incentivo estrangeiro, a nossa moeda perde o valor. Só a violência doméstica consome 3%. O estado não está preocupado ainda com a perda na economia, com a diminuição da receita.
Essa perda bilionária é um tipo de discriminação de gênero?
Com certeza. A violência doméstica não só deprecia o capital humano feminino, como também reduz o empoderamento feminino intrinsicamente. Quando essa mulher tem essa força de trabalho menosprezada dentro do mercado do trabalho, ela não volta a ele com a mesma autoestima, e aí começa o ciclo da mulher, que se adapta a qualquer função, mesmo fora da capacidade laborativa dela.
O nosso país caiu na posição 11 no ranking de igualdade de gênero; O brasil ocupa a 90ª posição entre 140 países. Nos temos muito ainda a fazer. Nos recebemos em média 26,5% a menos de um salário de um homem em que ocupa a mesma posição. Somos 50% da força de trabalho, ocupamos 43% dos postos de trabalho, e só temos 10% de representatividade parlamentar.
Qual o perfil da mulher que mais sofre com essa violência e perda econômica?
Normalmente são as mulheres que tem o menor poder aquisitiva e que, ainda tenham uma renda familiar maior que a do companheiro que trabalha no mercado informal dependem dele, não só financeira, mas psicológica ou afetivamente. Em geral são mulheres das classes C, D e E. Não que não aconteça nas classes A e B, mas a violência é, mas relatada nas classes de pode aquisitivo menor, onde a violência o impacto é sentido de forma mais gritante. 
Outro paradoxo é que a mulher agredida sai do mercado de trabalho, não consegue voltar, e vai então para a informalidade. E aí há de novo uma queda do poder aquisitivo dessa mulher, Vira um ciclo: ela leva menos receita para dentro casa, levando menos receita, pode passar por uma nova agressão. 
A violência doméstica do Brasil é institucionalizada, como resultado de uma sociedade patriarcal. Portanto uma solução perpassaria a necessidade de um diálogo, multidisciplinar, entre sociedade, governo, mercado e economia. É imprescindível a conscientização não só da sociedade, mais de todo o pode estatal, no sentido de implementar políticas afetivas de combate e prevenção, em um cenário ousado, quem sabe irradiar a violência. 
Diante deste contexto podemos observar como a violência contra as mulheres no âmbito doméstico trazem consequências em todas as áreas da vida de uma mulher e muitas dessas consequências deixam de ser percebidas pela sociedade e muitas vezes pela própria vítima. 
3 LEI MARIA DA PENHA (CONHECENDO A HISTÓRIA)
 Com o intuito de uma maior compreensão como se deu o reconhecimento e a necessidade de se formular a lei Maria da Penha vamos descortinar sobre a sua trajetória de vida até a sua efetivação e as principais mudanças até o presente momento segundo pesquisa Instituto Maria da Penha (IMP).
 Maia Fernandes (Fortaleza-CE 1º de fevereiro de 1945) é farmacêutica bioquímica se formou na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará em 1966, concluindo seu mestrado em Parasitologia em análise clínica na Faculdade de Ciências Farmacêutica Universidade de São Paulo 1977.
Tudo deu início em São Paulo no ano 1974 Maria da Penha conheceu o colombiano Marcos Antônio na época ele fazia seus estudos de pós-graduação em Economia na mesma instituição.
Naquele ano eles começaram a namorar, e Marco Antônio demonstrava ser muito amável, solidário e educado com todos em sua volta. O casamento aconteceu em 1976. Após o nascimento da primeira filha e da finalização do mestrado de Maria da Penha, eles se mudaram para a fortaleza, onde nasceram as outras duas filhas do casal foi a partir desse momento que a história mudou.
As agressões começaram a acontecer, ele agia sempre com intolerância, se exaltava com facilidade e tinha comportamentos explosivos, não só com Maria da Penha, mas com as próprias filhas. O medo era constante as tensões eram diárias e as atitudes violentas se tornavam cada vez mais frequentes. Foi no ano de 1983 que Maria da Penha foi vítima da primeira tentativa de homicídio por Marco Antônio. Primeiro ele deu um tiro em suas costas enquanto ela dormia. Com o resultado desse terrível agressão Maria da Penha ficou paraplégica devido as lesões serem irreversíveis na terceira e quarta vértebra torácicas, laceração na dura-máter e destruição de um terço da medula à esquerda constam se ainda outras complicações físicas e traumas psicológicos. 
Acordei de repente com um forte estampido dentro do quarto. Abri os olhos. Não vi ninguém. Tentei mexer-me, mas não consegui. Imediatamente fechei os olhos e um só pensamento me ocorreu: “Meu Deus, o Marco me matou com um tiro”. Um gosto estranho de metal se fez sentir, forte, na minha boca, enquanto um borbulhamento nas minhas costas me deixou ainda mais assustada. Isso me fez permanecer com os olhos fechados, fingindo-me de morta, pois temia que Marco me desse um segundo tiro. (FERNANDES, 2010, p. 36, grifo do autor).
No entanto Marco Antônio declaro a polícia que tinha sido uma tentativa de assalto, versão que posteriormente foi desmentida pela perícia. Quatro meses depois Maria da Penha voltou para a casa- após duas cirurgias, internações e tratamentos, ele a manteve em cárcere privado durante 15 dias e tentou eletrocutá-la durante o banho.
Contudo Maria da Penha compreendeu os diversos feitos de seu ex-marido:ele insistiu para que a investigação do suposto assalto não fosse levado adiante, fez com que ela assinasse uma procuração que o autorizava a agir em seu nome, inventou uma história trágica sobre a perda do automóvel do casal, tinha várias cópias de documentos autenticados por Maria da Penha e ainda foi descoberta a existência de um amante.
Depois de ter seu sofrimento conhecido em todo mundo é que Maria da Penha viu o Brasil reconhecer a necessidade de criar uma lei que coibisse a violência doméstica contra as mulheres. Ela virou símbolo desta luta dando as mulheres outra possibilidade de enfrentamento a questão da violência. 
Cientes de todo o ocorrido e da grave situação a família e os amigos de maria da Penha conseguiram dar apoio jurídico a ela e providenciaram a sua saída de casa sem que isso pudesse configurar abandono de lar; e assim não levaria o risco da perda da guarda de suas filhas.
Segundo Instituto Maria da Penha (IMP), em 1998, foi encaminhado por entidades de defesa dos direitos da mulher a Comissão Internacional dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma petição contra o Estado brasileiro, referente ao paradigmático caso de impunidade em relação a violência doméstica por ela sofrida (caso Maria da Penha 12.051).
 Em 2001, tal comissão em seu Informe nº 54, responsabilizou o Estado brasileiro por negligência, omissão e tolerância no que tange à violência contra as mulheres. No mês de outubro de 2002, faltando apenas seis meses para a prescrição do crime Marco Antônio foi preso e cumpriu apenas 1/3 da sua pena que fora condenado.
 Foi depois que o Brasil teve o conhecimento da história e do sofrimento vivido por Maria da Penha reconheceu a necessidade da criação de uma lei que coibisse a violência doméstica contra as mulheres. Maria da Penha se tornou um símbolo das lutas das mulheres no combate e outras possibilidades de enfrentamento da violência contra as mulheres. 
 Podemos percebe que a história de Maria da Penha quebra um paradigma de que a violência doméstica só ocorre nas famílias que tem um menor poder aquisitivo. Portanto a violência cometida contra as mulher está além de uma vida de precariedade, este fato ocorrido nos traz a reflexão, de que a violência contra a mulher esta baseada no fato de ser mulher, da autoridade que o homem exerce sobre ela não há uma razão clara o porque Marco Antônio cometeu essas agressões contra Maria da Penha, aparentemente apenas se tornou agressivo. Não há relatos dos dados mencionados pela vítima de que o agressor fazia uso de drogas vícios de álcool que é uma das maiores causas porque ocorre as agressões contra as mulheres.
Podemos observar que no caso Maria da Penha os interesses eram financeiros que advinha de uma traição cometida por Marco, foi uma violência premeditada por ele na intenção de ter acesso aos seus bens. Segundo estudos Maria da Penha levou 12 anos para ver se agressor ser condenado por ineficácia, omissão e tolerância do Estado em tratar os casos de violência contra a mulher. 
3.1 A lei Maria da Penha e medidas protetivas
Art.1º Esta lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e prevenir a violência domestica e familiar contra a mulher nos termos do art. 8º artigo 226 da Constituição Federal , da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência. 
Conforme a Lei Maria da Penha art. 2º
Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. (Artigo 2º, Lei Maria da Penha nº 11.340/2006) (Brasil, 2006).
A Lei Maria da Penha surge com a necessidade de reafirmação dos direitos das mulheres, uma vez que desde a Constituição Federal/88 já estavam estabelecidos os direitos fundamentais a todas as pessoas, sem discriminação de raça, sexo, religião, cultura entre outros. 
Mas com toda a trajetória da mulher no mundo fez com que fosse esquecida e tachada como um “sexo frágil” e sem direitos de opinar, ter escolhas e se impor perante a sociedade. Após muitas conquistas e lutas pelos seus ideais, a mulher hoje tem o seu espaço na sociedade que durante muitos anos foi de uma sociedade machista.
Conforme lei Maria da Penha artigo 3º
Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. (Artigo 3º, Lei Maria da Penha nº 11.340/2006) (Brasil, 2006).
 Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Toda a mulher tem o seu direito reconhecido de forma que ela possa desfrutar, de sua liberdade de expressão e segurança e que não seja coagida a vivenciar esses direitos. As mulheres foram ganhando se espaço; na escola, na política principalmente com o direto de exercer sua cidadania conquistada através do voto, no mercado de trabalho uma conquista pela igualdade.
3.2 A Lei Maria da Penha prevê dois tipos de medida de urgência
Foi sancionada a Lei 13.827 de 13 de maio de 2019, que traz a alteração da Lei 11.340/2006 com objetivo de aplicar, medidas protetivas e urgentes pelas autoridades judiciais e policial, à mulher em situação de violência, doméstica e familiar e a de seus dependentes.
Já as medidas para auxiliarem as vítimas estão regulamentadas no art.23 e 24 da lei Maria da Penha vejamos;
Com a nova emenda na lei irá possibilitar um atendimento as mulheres vítimas de violência com maior agilidade nas decisões que serão tomadas por autoridades da justiça e da polícia. Ela também prevê que há um risco de vida da mulher em situação de violência na sua integridade física e de seus dependentes. Este agressor será afastado de imediato do convívio no lar; pela autoridade judicial, pelo delegado de polícia, quando o município não for sede de monarca, ou pelo policial, quando o município não for sede comarca ou não houver delegado disponível no momento da agressão. Outra mudança prevê que, quando as medidas forem determinadas por delegado ou policial, o juiz precisa ser comunicado no prazo máximo de 24 horas e ele decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
Antes, a autoridade policial tinha um prazo de 48 horas para remeter ao juiz os dados da ocorrência de agressão e, só depois disso, o juiz decidiria quais medidas de proteção seriam aplicadas. O novo texto estabelece ainda que o juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, “com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetiva.
Em primeiro lugar, asmulheres buscam o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRM) em sua cidade. Lá elas podem buscar orientações para entender melhor a situação pela qual estão passando, obter informações sobre Lei Maria da Penha de como romper o ciclo da violência. Dessa forma, as mulheres vão se empoderar e decidir o melhor momento de fazer a denúncia.
Nos locais em que não existe esse equipamento, é possível acionar o Ligue180 um serviço disponibilizado pelo Governo Federal, que funciona 24 horas por dia durante todos os dias da semana. Por meio desse canal, a mulher pode saber onde existe um Centro de Referência de Atendimento à Mulher ou uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), bem como conseguir outras informações que precisar. É possível também dirigir-se diretamente a uma DEAM, sobretudo se a mulher estiver sob ameaça ou sofrendo violência física.
Todos esses passos são muito importantes para quem é vítima da violência de gênero. E quando a mulher revela as agressões que sofre, ela dá um passo importante para quebrar o ciclo. Essa atitude, muitas vezes difícil, ajuda a diminuir o seu isolamento e solidão; por isso, deve ser apoiada e incentivada. O primeiro passo para o acolhimento da mulher em situação de violência é dar crédito aos seus relatos. Mensagens positivas e palavras de apoio vão dar segurança e melhorar a autoestima da vítima, podendo ser preciosas para encorajá-la a sair dessa situação: “Você não está sozinha”, “Eu me preocupo com você e, juntas, vamos buscar a sua segurança e bem-estar”, “Eu acredito em você”, “A sua vida é importante para nós”, “Nenhuma a menos”, “O que você deseja fazer? Como posso te ajudar?”.
Ainda como medidas protetivas de atenção as vítimas de violência foi criado em 2009 o Instituto Maria da Penha com o papel de estimular e contribuir para a aplicação integral da lei, como implantar, monitorar, e desenvolver as melhores práticas e politicas públicas para o seu comprimento, promovendo a construção de uma sociedade sem violência domestica e familiar contra a mulher.
A instituição tem como disposição apoiar a sociedade na questão e gênero e atuar para: promover, apoiar ações sociais que elevem os níveis de qualidade de vida, física, emocional, intelectual, das mulheres. Contribuir para diminuir as ações de indiferença, banalização e omissão nas questões de gênero, as quais reforçam a cultura da violência contra a mulher.
Visa desenvolver um trabalho estratégico de conscientização sobre os conceitos ligados a cultura de gênero e violência sexista, bem como incentivar o debate para a promoção de investimentos social capaz de garantir os direitos de cidadania, justiça, trabalho, emprego e geração de renda da mulher e da família. 
 A visão do Instituto Maria da Penha tem como objetivo contribuir e fortalecer mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, conforme o art. 1 da Lei 11.340/2006.
 Para isso, contamos com o apoio da sociedade civil organizada e de instituições comprometidas com o seu papel de transformador social. Sua missão Enfrentar, por meio de mecanismos de conscientização e empoderamento, a violência doméstica e familiar ética, justiça, honestidade, solidariedade, comprometimento, transparência.
http://www.institutomariadapenha.org.br/quem-somos.html
3.3 Lei Maria da Penha x sua ineficiência
Com os grandes avanços da lei Maria da Penha ainda há muito para ser feito. As medidas protetivas vêm com intuito de garantir a segurança e proteger suas vítimas, mas isso não está acontecendo, pois, suas medidas não têm sido compridas como determina a lei. 
 Num ato de desespero a autora da Lei 11.340/06 declarou que” deveria ter uma lei prendesse imediatamente em virtude de ameaça. Só assim diminuiria os ataques contra as mulheres”. É muito triste e lamentável relato da protagonista da lei incita a ineficiência da lei. Nota-se que houve falhas na aplicação da lei;
Uma mulher foi morta com sete tiros. em Belo horizonte. O crime aconteceu dentro do salão de beleza. De acordo com as testemunhas ela teria pedido proteção a polícia por causas das ameaças, de morte pelo seu ex-marido identificado como Fabio Wiliam de 30 anos, borracheiro autor dos disparos.
Outro caso semelhante foi de Joyce uma jovem morta em Salvador pelo o homem com quem convivia. Joyce vinha sendo perseguido pelo seu marido por três meses. Compareceu a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), onde prestou queixa de ameaças de morte, na tentativa de se livrar das perseguições, mas isso não adiantou. Segundo uma amiga da vítima se a polícia tivesse ido atrás do agressor, esta tragédia poderia ter sido evitada.
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/lei-maria-penha-x-ineficacia-das-medidas-protetivas.htm
 Entretanto em conjunto com a lei 11340/2006 no enfrentamento a essa violência esta as DEAM Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.” As atividades das DEAM’s têm carácter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, apuração, investigação, enquadramento legal as quais devem ser pautadas no respeito aos direitos humanos e nos princípios do Estado Democrático de direito. (Coordenadoria da Mulher Secretaria de Tecnologia da Informação e comunicação do TJSE).
Diante dos casos apresentados mesmo com o avanço da lei 11.340/2006 essas vítimas não foram alcançadas tendo um fim trágico. A medida protetiva que são solicitadas pela vítimas de agressão nas delegacias de polícia que são encaminhadas ao juiz que tem 48 horas para determinar sua aplicação após o pedido não foi o suficiente para proteger essas mulheres de seus agressores observa-se a lei existente mas não tem uma forma de realmente impedir a efetivação do ato com os agressores livres elas estão expostas ao perigo diariamente.
As mulheres começaram agir, indo nas delegacias vencendo o medo e denunciando seus agressores e buscando ajuda como determina a lei a garantir sua proteção. Porém verificamos falhas na sua aplicabilidade, o poder publico nao cria mecanismos em especial o executivo que visa proteçao as vitimas como casa de abrigo em que elas possam assistidas por profissionais capacitados para uma possivel reabilitação ao convívio social. Deve-se então o poder público adotar medidas de suporte as vitimas, implantndo ações voltadas ao combate a violência, garantindo o pleno exercicio da cidadania e o reconhecimento dos direitos humanos.
Contudo no advento da lei Maria da Penha as delegacies especializadas no atendimento o governo federal lança uma campanha no enfrentamento da violência contra mulher pois tem sido uma questão com muitos obstáculos a ser vencidos.
 Segundo dados registrados no site do Governo Federal em novembro de 2018, o Presidente da República Michel Temer assinou um decreto que institui o Sistema Nacional de Politica para as mulheres o (Sinapom) Sistema Nacional de Combate a Violência Domestica Contra Mulheres (PNaVid) são politicas que visam realizar ações para ampliar as políticas de públicas voltadas as mulheres. O Governo Federal por meio do Ministério dos Direitos Humanos integra Campanha “Você tem voz”. Devido ao aumento de denúncias recebidas pelo Ligue 180, também foram registrados 400 mil acessos no vídeo de ação, disponível nas redes sociais.
Ainda segundo o site do Governo Federal em novembro de 2018 frisado pelo Ministro dos Direitos Humanos Gustavo Rocha, que “não podemos tolerar a violência de todas as formas, sobretudo contra a mulher a violência de hipótese nenhuma pode ser tolerada”. 
 De acordo os dados coletados pelo site Governo Federal no dia 25/11/018 foram registrados 306 denúncias. No dia seguinte 464. Em comparação as denuncias registradas no domingo entre segunda feira houve um aumento de 41% no domingo e 63% na segunda – feira. No que se refere as ligações recebidas foram atendidas 4.697 no domingo e 5642 na segunda – feira. Houve um aumento de 34% no domingo e 42% na segunda – feira.
Segundo o ministro Gustavo Rocha ainda precisa ser feita muita coisa, declara que com a conscientizaçãoconseguiremos mudar esse cenário, e que em breve possamos falar sobre outro cenário relacionado a mulher de uma forma positiva que não seja a violência.
No entanto com o a pesquisa realizada podemos verificar que o governo tem articulado medidas e investido no melhoramento das políticas públicas para o enfrentamento da questão da violência cometida contra as mulheres. Ainda de acordo com o MDH houve inauguração de novas unidades da Casa da Mulher Brasileira, que é um espaço humanizado de um atendimento multidisciplinar as mulheres em situação de violência. O plano nacional de combate a violência doméstica tem seus princípios, diretrizes, com objetivos que irá condicionar estratégias de combate a violência doméstica que será implementada pelos três governos; estado, município e Distrito Federal. O governo, o estado articulam caminhos para a intervenção nos casos de violência contra a mulher. 
4 O SERVIÇO SOCIAL ATUANDO NO ENFRENTAMENTO DA QUESTAO DA VIOLENCIA DA MULHER
O Serviço Social atua no combate doméstica inserido nas instituições que prestam atendimento à mulher vítima de violência, após a reconceituação da profissão e a defesa de um projeto ético-político em favor da construção de uma sociedade mais justa, a profissão tem sido reconhecida, valorizada e requisitada.
 A lei que regulamenta o serviço social 8662/93 aponta no seu artigo 4 que o serviço tem sua competência orientar os indivíduos dos mais diferentes grupos sociais no sentido de recursos e de fazer uso do mesmo grupos de atendimento na defesa de seus direitos, são competências do assistente social encaminhar providencias prestar orientação a indivíduos grupos e a população.
O assistente social, por ter como objeto de trabalho a questão social, pode atuar em diversas áreas. Uma delas é o atendimento às vítimas de violência doméstica. A violência doméstica atinge milhares de mulheres em todo o mundo e no Brasil. Ao longo deste trabalho já explicitamos os tipos de violência que atingem as mulheres, fizemos uma breve apresentação de como ela ocorre e de que modo a construção de uma cultura patriarcal pode piorar esse tipo de fenômeno. Expusemos ainda os avanços legislativos alcançados em prol da defesa e segurança das mulheres, com o advento da Lei Maria da Penha.
 Trataremos agora da atuação do assistente social frente a esse fenômeno social. Um dos maiores desafios para os assistentes sociais no combate a violência é construir uma efetiva rede de atendimento interdisciplinar, considerando essa como a articulação das ações entre as instituições e seus profissionais, que possam efetivamente amparar as vítimas da violência. E, claro, as dificuldades não ficam apenas no âmbito da assistência. Os serviços disponíveis, tanto na saúde, como na assistência e a segurança pública atendem com déficit as mulheres vítimas de violência. O assistente social trabalha nas instituições que prestam atendimento às vítimas de agressão. É preciso lembrar que, após o Movimento de Reconceituação, a profissão mudou seu foco de investigação e debate, orientando suas ações na busca de uma sociedade igualitária. Dessa forma, o Serviço Social foi ganhando espaço dentro da divisão sociotécnica do trabalho, e vem sendo cada vez mais requisitado para atuar nas mais variadas áreas. O Serviço Social trabalha embasado em três dimensões: a dimensão ético política, a dimensão teórico-metodológica e a dimensão técnico-operativo
O Movimento de Reconceituação vem, portanto, questionar as estruturas sociais, sugerindo um Serviço Social com uma prática vinculada às lutas e interesses de classes populares. Ao se estabelecer a possibilidade do vínculo da prática do Serviço Social com as classes populares indica-se a perspectiva de transformação social enquanto exigência da própria realidade social dada a situação de dominação e exploração político econômica em que vivem essas classes. Tal perspectiva implica para o serviço social colocar como horizonte com as classes populares, indica de sua pratica o movimento de transformação da própria realidade (SILVA,2006, p.8).
 No que concerne a dimensão ético-política, os profissionais trabalham orientando as mulheres a pensar e refletir sobre seu papel na sociedade e sobre seus direitos, buscando, dessa forma, se inserir na luta por políticas sociais que efetivamente atendam as mulheres vítimas de violência e não apenas deem soluções paliativas. O próprio Código de Ética da profissão é um marco, que orienta ainda a postura que o profissional deve ter com seus usuários. A dimensão teórico-metodológica é fundamental, na medida em que norteia as ações profissionais, mas também orienta no sentido de possibilitar a criação de estratégias que visem superar as dificuldades apresentadas no cotidiano de trabalho.
O conjunto dos instrumentos utilizados pelos assistentes sociais é bastante diverso. Para escolher qual será o mais adequado para o enfrentamento das demandas apresentadas, o profissional necessita articular sua escolha às dimensões teórica e ético-política. Isso se faz necessário devido ao dia a dia profissional ser um espaço muitas vezes limitado, impondo, dessa forma, desafios ao assistente social, tornando a reflexão, a investigação e a criticidade elementos constantemente utilizados para articular essas dimensões. Para uma atuação diretamente na realidade das questões sociais o conhecimento e fundamental, pois é ele que permite ao profissional uma dimensão das possibilidades de sua intervenção. O profissional deve planejar quais caminhos a serem tomados quando se depara com os usuários que estão precisando de seu direcionamento nas múltiplas expressões. Os assistentes sociais têm suma importância no atendimento a mulheres que sofrem de violências sexuais com medidas emergenciais no acompanhamento por uma equipe multidisciplinar; com médicos, defensoria, psicólogo os assistentes sociais dentre outras profissões, para que essas vítimas possam enfrentar as sequelas pelas violências sofridas.
 Na utilização dos instrumentais, é imprescindível uma postura ética, que vise respeitar a mulher vítima de violência, assegurando o sigilo profissional em todos os atendimentos realizados pelo assistente social e a equipe interdisciplinar. A posição teórico-metodológica do profissional guiará o atendimento para a tentativa de se estabelecer estratégias que possam efetivamente combater a violência.
 As entrevistas e reuniões em grupos são instrumentos em que podemos constantemente exercitar nossa ética profissional, pois são espaços de troca e escuta em que o profissional precisa assegurar não só o sigilo dos relatos, mas também não conceber julgamentos de valores, criando assim um ambiente de respeito e confiança. Os relatórios, pareceres sociais e a acolhida da documentação das vítimas requer o compromisso assumido pelo Código de Ética¹ , quando em seus princípios fundamentais garante a defesa intransigente dos direitos humanos e a recusa do arbítrio e do autoritarismo, pois nestes documentos são relatadas as situações de vida das mulheres e suas famílias, os riscos sociais a que estão expostos e os direitos sociais que visam romper com as situações violentas.
1 Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais foi aprovado em 15 de março de 1993, com as alterações introduzidas pelas resoluções CEFESS n.º 290/94 e 293/94
 Cabe ao assistente social não somente colher a vítima, mas também depois de prestar os primeiros atendimentos as condições de trabalho do assistente social nem sempre são favoráveis e normalmente possuem um orçamento reduzido. Além disso, as intervenções nas situações de violência sempre causam um grande desgaste físico e psicológico nos profissionais. Devido a isso, os assistentes sociais necessitam ter clareza na apropriação dos instrumentais fazendo sempre uma ponte com as orientações teórico-metodológicas pautadas no projeto ética político da profissão. O intuito é atuar junto às vítimas de violência doméstica, estimulando não só a denúncia, mas também a intervenção no que concerne ao esclarecimentodos direitos, o encorajamento e o incentivo do registro da violência sofrida, na orientação sobre os exames de corpo de delito que precisam ser realizados como forma de prova contra a agressão sofrida.
 Além de realizar dinâmicas e reuniões para resgatar a autoestima e estimular as mulheres a se abrirem e a entender que este não é um problema exclusivo e que elas podem superar essa situação. E ainda na elaboração de pareceres, no encaminhamento das vítimas aos programas assistenciais e para as ações da rede de saúde, e por fim exercitar o trabalho em rede nos diversos tipos de atendimento necessários à mulher vítima de violência doméstica. 
 É valido ressaltar que o acompanhamento e orientação devem ser estendidos ao agressor quando possível, visando à reflexão sobre os condicionantes que podem levar a violência intrafamiliar, para assim buscar formas de modificar as relações de dominação/subordinação, desrespeito, desigualdade, ausência de diálogo, dependência financeira. Diante de um cenário de precarização das políticas públicas e redução de investimentos sociais, é imprescindível que o assistente social esteja constantemente se qualificando, para poder acompanhar, atualizar e explicar as mudanças da realidade social. Além disso, é importante a produção de conhecimento, que serve como base de estudo para a intervenção profissional, pois o assistente social atua sempre sobre um objeto de trabalho, e para tal atuação ocorrer de forma eficaz é preciso o conhecimento da realidade para apreender as relações sociais de cada meio. 
Faz-se necessário para junto com a rede de atendimento socioassistencial combater efetivamente a violência e tentar impedir a reincidência dela dentro dos lares. Os programas que visam atender as mulheres em situação de violência ainda são precários e tem tido a mínima atenção, ou seja, o governo investe pouco na rede de atendimento, preconizando instituições e programas de apoio às vítimas. O que se pode perceber é um desalinho entre o que as mulheres buscam no acolhimento, o atendimento que os profissionais do Serviço Social querem oferecer e o que o governo disponibiliza para que a intervenção aconteça. E quem perde com isso não são apenas os usuários dos serviços, mas também os profissionais que se desdobram com a rotina desgastante. Trabalhar com os novos dilemas familiares, e, com isso, considerando a questão da violência, a dependência química, somado ao crescimento da pobreza e aos recursos cada vez mais escassos destinados para as políticas sociais, se configura como mais um dos desafios para o fazer profissional do assistente social. 
Portanto em meio a tantos desafios que enfrenta o profissional do seviço social ele procura estabelecer ações que promova a essa mulheres vitima de violência novas perspectiva de mudança na sua vida pessoal, no seio familiar e social. Cabe ao assistente social garantir as essas mulheres resgatar seus direitos que foram violados pela situação de violência sofrida.
CONCLUSÂO
Neste trabalho de pesquisa abordamos o assunto de muita repercursão no Brasil a violência contra a mulher no âmbito doméstico baseada no gênero. Neste trabalho de conclusão de curso foi analisado os conceitos da violência praticada contra as mulheres. Com esse estudo anlisamos os ciclos dessa violência os tipos de violência no âmbito fisico, social, emocional e psicológico. Também abordamos com nossa pesquisa de estudo as consequências geradas nas vidas das mulheres em situação de violência. Com objetivo de conhecer e as lei de enfrentamento dessa violência e como o profissional do serviço social contribuiu na atuação para a proteção dessas vítimas.Tinha como proposta analisar se as políticas e leis de combate a violência foram realmente eficazes a esta questão. No decorrer de minha pesquisa podemos analisar que a violência baseada no gênero não é um fato novo mais que vem de uma cultura educacional conservadora que os homens devem ser verdadeiros chefes de familia provendo e mantendo sua familia para que não falte nada suprindo assim a suas necessidades. As mulheres esta a condição de cuidar dos filhos da casa sendo submissa ao seu marido, Com objetivos dessa pesquisa foi constato, porque muitas dessas mulheres não conseguem mas se relacionar socialmente que as mulheres vitimas de violência tem serias consequências na sua vida. Constata que o serviço social contribuiu para o enfrentamento da questão da violência contra a mulher nas orientações com palestras educativas, com acolhimento necessário as a essas vítimas comprindo com compromisso etico e político da profissão. Chegando a conclusão de que houve um grande avanço no combate a essa violência mas também as leis e as políticas públicas ainda precisam de muitas melhoria para sua eficacia. Compreende se que é necessário muito mais que politicas públicas para romper com a violência e sim de uma reeducação da sociedade brasileira. Apesar da aplicação de leis mais severas contra essa demanda ha uma necessidade de trazermos a concientização com ações que façam com que a sociedade tenha um olhar critico a violência doméstica e de que é um problema social e que a violência doméstica praticada contra a mulher é um problema de todos. E nós como futuros profissionais formularmos ações que promovam métodos de proteção no combate a violência doméstica cometida contra as mulheres, não somente o que ja esta disposto nas legislação mas com medidads paliativas que possam melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem de viol~encia pois muitas dessas vítimas não conseguem mais voltar ao convívio social pelas consequências geradas pela violência. Ha um grande desafio para o enfrentamento dessa questão mas com o conhecimento adquirido na vida academica poderemos ajudar essas vítimas a voltarem ao convívio com sua familia, com amigos ao trabalho e recuperar sua dignidade que havia se rompido pela situação de violência em que se encontravam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
Dados de violência contra a mulher são a evidência da desigualdade de gênero no Brasil. G1, 2019. Disponível em: < https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/03/08/dados-de-violencia-contra-a-mulher-sao-a-evidencia-da-desigualdade-de-genero-no-brasil.ghtml> Acesso em: 22 de Mar. 2020
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GUIMARÃES, Maria; PEDROZA, Regina. Violência contra a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. 2015. 11f. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Soares, Bárbara. Enfrentando a Violência contra a mulher. 2055. 63f. Trabalho de pesquisa – Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2005.
FILHO, Gisálio Cerqueira. A Questão Social No Brasil. Ed. Civilização Brasileira. 1982.
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FILHO, G. C. A Questão Social No Brasil. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1982.
INSTITUTO Maria da Penha. Instituto Maria da Penha, 2018. Disponivel em: <http://www.institutomariadapenha.org.br/violencia-domestica/ciclo-da-violencia.html>. Acesso em: 30 abr. 2020.

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