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Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Curso de Medicina Disciplina de Seminário Integrador em APS Professora: Gisele Nader Aluno: Cauê Oliveira (Turma A – Grupo B1) ESTUDO DIRIGIDO – Atenção Primária à Saúde e SUS 1. Qual o entendimento do grupo sobre Atenção Primária à Saúde? Segundo o artigo, “internacionalmente tem-se apresentado ‘Atenção Primária à Saúde’ (APS) como uma estratégia da organização da atenção à saúde voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades.” Logo, APS é o primeiro contato da assistência continuada centrada na pessoa, sendo a linha de frente do SUS, já que engloba um tratamento específico que considera o histórico do paciente, bem como as particularidades e a realidade do indivíduo em relação à moradia, comunidade e sua condição financeira. Muitas vezes, é visto erroneamente como solução de problemas considerados “simples” comparados a cirurgias e demais complicações graves. Todavia, uma gripe, dor localizada, problemas nutricionais ou distúrbios psicológicos, por exemplo, podem causar uma cascata de impasses para o bem-estar da pessoa a longo prazo e é isso que a APS procura evitar. Para que isso seja viável, os profissionais devem conhecer o paciente em todos seus aspectos, pois o problema não é singular, mas sim o resultado de vários outros motivos. 2. Quais são os atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde e qual seu significado? Segundo Barbara Starfiels, a Atenção Primária à Saúde possui quatro atributos essenciais, sendo eles: • Primeiro Contato: é a “acessibilidade e o uso do serviço para cada novo problema ou novo episódio de um problema para os quais se procura o cuidado’’, logo, pressupõe que o paciente precisa ter acesso e conseguir ser ouvido quando houver algum problema, seja ele psicológico, físico, comportamental, entre outros. • Longitudinalidade: esse atributo “requer a existência do aporte regular de cuidados pela equipe de saúde e seu uso consistente ao longo do tempo, num ambiente de relação colaborativa e humanizada entre equipe, pessoa usuária e família”, assim, indica a necessidade de uma relação íntegra, contínua e periódica entre os profissionais da saúde e os pacientes. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Curso de Medicina Disciplina de Seminário Integrador em APS Professora: Gisele Nader Aluno: Cauê Oliveira (Turma A – Grupo B1) • Integralidade: este “supõe a prestação, pela equipe de saúde, de um conjunto de serviços que atendem às necessidades mais comuns da população adscrita, a responsabilização pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reconhecimento adequado dos problemas biológicos psicológicos e sociais que causam as doenças”, portanto, é necessário observar o paciente além de sua doença, considerando-o como um indivíduo detentor de características próprias e que está inserido em determinado contexto, tratando-o de modo a levar em consideração todas as situações que o envolvem. • Coordenação: refere-se à “capacidade de garantir a continuidade da atenção, através da equipe de saúde, com o reconhecimento dos problemas que requerem seguimento constante”, desse modo, pode ser entendido como o elo entre os três atributos citados anteriormente. 3. Qual a importância da Conferência de Alma-Ata? A I Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada no Cazaquistão em 1978, foi um grande passo no esforço em promover a prevenção e promoção da saúde global ao criar uma Política Internacional, ‘Saúde para Todos no Ano 2000’. A partir dessa perspectiva, o objetivo era atingir o maior nível de saúde possível até o ano 2000 por meio da APS e, para que isso ocorresse, primeiro definiu-se Atenção Primária à Saúde e, depois, foi elaborada uma proposta de organização desse serviço, que contava com diversos pontos, entre eles a instituição de serviços locais de saúde centrados nas necessidades da população, a perspectiva interdisciplinar, a participação social na gestão e controle das atividades. Em seguida, foram estabelecidas as Ações Mínimas necessárias para o desenvolvimento da APS, como a educação em saúde, focada na prevenção e proteção, a distribuição de alimentos e nutrição apropriada, o saneamento básico e tratamento da água, a saúde materno- infantil, o planejamento familiar, a imunização, a prevenção e controle de doenças endêmicas, o tratamento de doenças e lesões comuns e o fornecimento de medicamentos essenciais. Ainda, foi destacada a necessidade de sistemas de saúde universais, como o SUS no Brasil, e a importância da gestão desses sistemas. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Curso de Medicina Disciplina de Seminário Integrador em APS Professora: Gisele Nader Aluno: Cauê Oliveira (Turma A – Grupo B1) Logo, não se comete qualquer heresia ao afirmar que a Conferência de Alma-Ata foi de grande importância para afirmar a necessidade da Atenção Primária à Saúde, ao estabelecer padrões básicos desse serviço, antes não nomeados, e instaurar esse nível de atenção como uma área crucial para a promoção da saúde. 4. Qual o entendimento do grupo sobre o que é Sistema Único de Saúde? O Sistema Único de Saúde (SUS) surge do esforço realizado para diminuir a desigualdade em saúde, a fim de que esse recurso possa estar ao alcance de todos, promovendo, então, a saúde integral a nível nacional, desde à Atenção Primária e prevenção de doenças até atendimentos mais complexos como cirurgias, baseando-se nos princípios definidos na 8ª Conferência Nacional de Saúde. 5. Quais são os princípios doutrinários do SUS e o que significam? O SUS possui três princípios doutrinários, sendo o primeiro deles a universalidade, que diz respeito a todos terem direito de usufruir desse recurso, sem que haja qualquer discriminação ou seleção para isso e, também, está fundamentado no artigo 196 da Constituição Federal de 1988, que diz “a saúde é direito de cidadania e dever do Estado". Já, a equidade propõe que o SUS é um mecanismo que deve tornar e considerar todas as pessoas iguais, para isso, é necessário dar maior atenção àqueles com menos condições, logo, “o SUS deve tratar desigualmente os desiguais". Por fim, a integralidade refere-se ao olhar para o paciente como um indivíduo inserido em determinado contexto que irá influenciar totalmente no modo como devemos abordá-lo e ajudá-lo, ou seja, é "a visão do indivíduo como um todo".
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