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A importância da inovação para a sobrevivência das organizações

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A importância da inovação para a 
sobrevivência das organizações 
Kamila Mota 31 de julho de 2008 Sem comentários 5.368 views 1 like 
O processo estratégico de inovação é muito mais que o desenvolvimento de novas 
tecnologias, produtos e serviços. Envolve a criação de novos modelos de negócios, novas 
formas de atender necessidades dos consumidores, novos processos organizacionais, novos 
meios de competir e cooperar no ambiente empresarial. 
A importância da inovação, de uma maneira geral, é percebida como essencial para a 
sobrevivência num cenário cada vez mais competitivo e globalizado, entretanto poucas 
empresas exercem algum tipo de iniciativa para colocá-la em prática. Existem duas causas 
para que isto não ocorra com tanta freqüência: a visão ultrapassada sobre inovação e 
desconhecimento de ferramentas que ajudam colocá-la em prática. 
Moysés Simantob, professor da FGV, co-fundador e coordenador doFórum de Inovação da 
FGV, conta nesta entrevista para a FNQ em Revista mais detalhes sobre inovação. 
Em que contexto inovação tem a ver com estratégia? 
Penso inovação como uma mudança que gera um padrão de desempenho novo ou superior 
para a empresa e estratégia como a capacidade de alinhar esforços de um time para a 
implementação de uma iniciativa. A inovação como estratégia central da empresa orienta 
investimentos, define o foco de pesquisas e de novos desenvolvimentos a partir do ponto 
de vista do mercado. A intenção da inovação é a criação de valor para o negócio, enquanto 
a estratégia ordena e disciplina as condições necessárias para se chegar lá. Vejamos hoje 
o que ocorre com empresas que estão liderando mercados, a inovação está no DNA, se 
manifesta tanto em áreas técnicas como em áreas de relacionamento com clientes. Se a 
inovação é estratégia da empresa não importa onde ela se origina, se vem estimulada de 
dentro ou de fora da empresa, todos se sentem co-responsáveis em sustentar uma posição 
de líder e brigam por isso com afinco, dando o melhor de si, dotados com autonomia, 
paixão e imaginação em tudo que fazem. 
Quais são os principais campos de ação da inovação? 
Qualquer um em que seja possível alterar o status quo, criar novas regras, questionar 
ortodoxias e convenções, romper com o pensamento vigente em busca de novos pontos de 
vista. Classicamente há muitas tipologias em que a inovação é classificada. Nós do Fórum 
de Inovação da FGV, gostamos de trabalhar com aquela que nomeia inovações de 
produto/serviço, processo, gestão e conceito de negócio, onde a inovação tecnológica é 
subjacente a todas as anteriores, uma vez que se pode notar tanto tecnologias aplicadas a 
https://fnq.org.br/comunidade/author/kamilamota/
https://fnq.org.br/comunidade/a-importancia-da-inovacao-para-a-sobrevivencia-das-organizacoes/#respond
produtos e serviços (com tecnologia de telefonia móvel para serviços financeiros), quanto 
para automação de processos (com sistemas integrados de gestão). 
As empresas, normalmente, inovam visando o lucro? Quais outros aspectos que devem ser 
visionados pela inovação? 
Em nosso segundo livro da série Organizações Inovadoras Sustentáveis , Prof. Barbieri e eu 
nos ativemos ao conceito da sustentabilidade. Junto com vários outros autores e com o 
foco no estudo de caso da Embrapa questionamos: Mas o que é uma organização inovadora 
sustentável e qual sua importância econômica e social? Como transpor esse conceito para 
práticas gerenciais? E para que inovar? Encontrar respostas a questões centrais como essas 
nos pareceu relevante, sobretudo, no momento presente em que os problemas particulares 
das organizações não podem mais ser pensados em seus próprios contextos e precisam ser 
posicionados, cada vez mais, no contexto planetário. Dessa forma, uma agenda empresarial 
que contemple o chamado Triple bottom line, isto é, a destinação econômica aliada à 
socioambiental pela organização passa a gozar de maior aceitação e prestígio pelas boas 
práticas da governança corporativa e pelos preceitos da responsabilidade social à medida 
que as pressões sociais crescerem. 
Inovar significa correr riscos? 
Gerenciar riscos não é reduzir perdas em desenvolvimentos de projetos que podem não dar 
certo. Se a empresa pretende assegurar 100% de certeza de sucesso para um novo 
empreendimento, é melhor não iniciá-lo. Parte do processo de inovar está associada a 
descobertas imprevistas que advêm do próprio processo de empreender. O fracasso é parte 
do processo de aprendizado, que uma vez superado, abrevia o caminho para o sucesso. 
Como funciona a dinâmica da inovação? 
Dependerá do contexto, do tipo de organização, da realidade de mercado, da maturidade, 
dos propósitos, das intenções, da cultura e de tantos outros fatores que envolvem a 
inovação. Genericamente falando, a dinâmica da inovação respeita uma certa disciplina, 
normalmente segue um processo formal, mas também pode ocorrer informalmente, cria 
uma certa sistematização de práticas, procedimentos, pressupostos que orienta o fluxo 
criativo, demandas de clientes e insigths por uma espécie de sistema de filtros, de tal 
forma que estes insigths, frutos de pesquisas, análises e tendências deem condições de 
transformar idéias em experimentos, experimentos em oportunidades e estes em 
iniciativas-piloto, lançadas no mercado para efeito comercial. Se o resultado dessa 
dinâmica gerar valor para a organização pode-se dizer que se trata de uma dinâmica de 
inovação, caso contrário, será uma dinâmica apenas inventiva. O resultado é pressuposto 
da inovação. 
Como uma organização pode inovar e criar vantagem competitiva ao mesmo tempo? 
O mantra organizacional é reduzir o tempo da fase de ideação para a fase de 
comercialização. Faz-se isso pelo conhecimento. Ao acelerar o lançamento de novos 
produtos e serviços as empresas melhoram a pontaria e a assertividade em satisfazer 
necessidades de clientes não atendidos. A interação freqüente com o mercado aumenta a 
chance de inovações potenciais tornarem-se reais e o hábito em manter um fluxo contínuo 
de idéias provoca e mantém acesa a chama da cultura inovadora. A vantagem pela 
competição talvez possa ser alcançada pela expansão do saber. Visito organizações que 
detêm muito conhecimento, mas têm dificuldade em transformá-lo em riqueza. Ouvi certa 
vez que há dois tipos de informação de difícil uso: a informação em excesso e a escassez 
dela. Cabe às empresas dotar seu pessoal com a competência necessária para refletir, 
discernir e agir. 
A inovação exige uma mudança cultural. Como disseminar e gerir isto por toda a 
organização? 
Noto em alguns casos de empresas estudadas que existe uma causa, algo que mobiliza e 
engaja seres humanos em torno de um propósito comum. Alguns casos chegam perto de 
verdadeiros celeiros de deformação mental, outros estão mais aptos a dotar as pessoas de 
instrumentos necessários para cumprirem determinadas tarefas funcionais. Não são bons 
exemplos, mas existem. Os bons exemplos, evita os normóticos, instaurando espaços que 
tiram as pessoas da inércia e da atrofia cerebral. São organizações em que o prazer vem 
primeiro que o dever, a arte e a ciência convivem bem juntas, a colaboração e o respeito 
recíproco deram lugar à competição e à politicagem e a autonomia para fazer acontecer é 
celebrada. 
Para uma inovação ser bem sucedida, o que é necessário? 
Conhecimento, mercado, aceitação e sorte. 
Empresas que inovam podem ter retorno sobre investimentos maiores que empresas com 
estratégias seguidoras em relação à inovação? 
A vantagem da pioneira em inovação é chegar à frente dos concorrentes e assegurar uma 
condição de monopólio temporário, com o benefício de cobrar Premium price e assim 
auferir maior margem de lucratividade aos acionistas. Muitas indústrias se beneficiam 
dessa condição, mas não conseguem sustentar a posição por muito tempo. Vivem de um 
lançamento inovador que lhes garante boa margem e se esquecem de buscarcontínuas 
inovações incrementais ou radicais que reinventariam as bases de competição para se 
manterem na frente. Há coisas interessantes acontecendo na órbita dos produtos, como 
oferta de crédito, garantias maiores, serviços e atendimentos que criam uma melhor 
experiência de compra. Enfim, seja qual for a posição adotada é preciso evitar os picos e 
vales de lucratividade, assegurando maior estabilidade aos processos empresariais. 
Qual seria o melhor caminho para aprimorar a atuação brasileira em inovação? 
Uma inovação do tipo radical, que integrasse e pensasse ciência, tecnologia, inovação e 
educação em sua multidimensionalidade. 
 
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