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FARMÁCIA- 5º P Raquel Diniz FARMACOTÉCNICA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS -Boa conservação (sol. hipertônica); - Apropriados para fármaco hidrossolúveis; - Mascara sabores desagradáveis. -Cariogênico; -Alta concentração de glicose/contraindicado para pacientes diabéticos.* V A N TA G EN S D ESV A N TA G EN S CONSIDERAÇÕES GERAIS É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. (Farmacopeia Brasileira, BRASIL, 2010). Pode ser preparado com ou sem acréscimo de flavorizantes e princípios ativos: CLASSIFICAÇÃO SIMPLES Contêm flavorizantes, mas não princípios ativos e são chamados de veículos não medicamentosos. Têm como finalidade servir de veículo com sabor agradável para os fármacos que lhes são acrescentados no aviamento de prescrições ou na preparação de fórmulas padronizadas; Constituição: açúcar + água. Características: incolor, límpido e de densidade igual a 1,33. COMPOSTO Os xaropes que contêm agente terapêutico são chamados de XAROPES MEDICINAIS e são preparados combinando-se cada um de seus componentes como sacarose, água purificada, flavorizantes, corantes, com o fármaco e outras matérias primas indicadas. Exemplos: Analgésico - Meperidina (Demerol); Anticolinérgico – Diciclomina (Bentyl); Antiemético – Clorpromazina (Thorazine); Antitussígeno – Dextrometorfano (Delsym); Antiviral – Amantina HCL (Symmetrel); Descongestionante- Hidrocloreto de pseudoefedrina (Sudafed líquido pediátrico); Antipsicóticos – Citrato de lítio (Cibalith – S). COMPONENTES DOS XAROPES AÇÚCAR A sacarose é o açúcar mais empregado, embora em certos casos possa ser substituída no todo ou em parte por outros açúcares, como a dextrose, ou por não- açúcares, como sorbitol, glicerina e propilenoglicol; O característico “encorpamento” que a sacarose e outros agentes conferem ao xarope é essencialmente produto de uma viscosidade apropriada – essa qualidade, aliada à dos edulcorantes e flavorizantes, produz um tipo de preparação farmacêutica muito eficaz para mascarar o sabor dos fármacos. Quando o xarope é deglutido, apenas uma parte do fármaco dissolvido entra em conato com as papilas gustativas, e o restante é carreado pelo xarope viscoso que lhe serve de veículo, passando pelas papilas gustativas sem entrar em contato com elas; A maioria dos xaropes contém grande proporção de sacarose, em geral de 60 a 80%, não só devido ao sabor adocicado e à viscosidade, mas também devido à inerente estabilidade propiciada por essa concentração, o que não ocorre com as soluções diluídas de sacarose; CONSERVANTES ANTIMIC ROBIANOS A quantidade varia segundo a proporção de água disponível para a proliferação microbiana, a natureza e atividade conservante inerente do produto e a potência do próprio conservante; Mais usados e suas concentrações: Ácido benzóico – 0,1 a 0,2%; Benzoato de sódio – 0,1 a 0,2%; Combinações de metil, propil e butilparabenos – total aproximado de 0,1%; XAROPE OBSERVAÇÕES Xarope de cereja Sacarose + 47% de suco de cereja - esta o torna útil como veículo para medicamentos que exijam meio ácido. Xarope de cacau É uma suspensão de cacau em pó em veículo aquoso edulcorado e espessado com sacarose, glicose líquida e glicerina, e flavorizado com baunilha e cloreto de sódio – especialmente eficaz para a administração de medicamentos amargos a crianças. Xarope de laranja Sacarose + casca de laranja doce e ácido cítrico como fonte de sabor e acidez – bom veículo para medicamentos estáveis em meio ácido. Ora- Sweet e Ora-Sweet SF Veículos comercializados para o aviamento de receitas de xaropes - ambos têm pH entre 4 e 4,5 e são isentos de álcool. (o Ora- Sweet SF não tem açúcar). Xarope de framboesa Sacarose + 48% de suco de framboesa por volume – tem sabor agradável e é usado para disfarçar o sabor salgado ou ácido dos medicamentos salinos. Xaropes Constituem um excelente veículo xaroposo para medicamentos destinados a diabéticos e a outros pacientes cuja dieta precise ser controlada, restringindo- se a substâncias não glicogênicas. A solubilidade da sacarose em água é de 1 g em 0,5 mL. Em alguns casos, todas as substâncias gliocogênicas, como as citadas, são substituídas por substâncias não glicogênicas, como a metilcelulose ou a hidroxietilcelulose que não são hidrolisadas nem absorvidas. Frequentemente, usa-se o álcool na preparação para ajudar a dissolver certas matérias primas, mas normalmente ele não está presente no produto final em quantidade que possa ser considerada suficiente para a conservação (15 a 20%). *Para pacientes diabéticos existe uma alternativa no preparo do xarope utilizando-se “sugar free”. FARMÁCIA- 5º P Raquel Diniz FARMACOTÉCNICA FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS FLAVORIZANTES Devem ter hidrossolubilidade suficiente, já os xaropes são preparações aquosas; Geralmente são produtos sintéticos ou naturais- óleos essenciais (óleo da laranja), vanilina e outros. CORANTES Devem ser hidrossolúveis, não reativos com os outros e de cor estável nas faixas de pH e nas condições de intensidade de luz a que o xarope provavelmente estará exposto durante o tempo em que estiver armazenado.; São usados para tornar o xarope mais atraente e, em geral, combinam com o flavorizante empregado – verde com menta, marrom com chocolate. MANIPULAÇÃO DISSOLUÇÃO COM AQUEC IMENTO Método utilizado quando se deseja rapidez e quando seus componentes não são prejudicados ou volatizados pelo aquecimento; PROCESSO: 1. Água purificada + açúcar (dissolve - se 1 g em 0,2 mL de água); 2. Aquecimento (80ºC); 3. Adição de substâncias termoestáveis no xarope quente; 4. Esfriar a temperatura ambiente; 5. Ajustar volume com água. INVERSÃO O calor facilita a dissolução rápida do açúcar e de outros componentes; no entanto, não se deve usar calor em excesso, já que a sacarose, que é um dissacarídeo, pode ser hidrolisada e convertida em monossacarídeos, dextrose (glicose) e frutose (levulose): A reação hidrolítica é conhecida como inversão e a combinação dos dois monossacarídeos como açúcar invertido. Sua velocidade aumenta muito em presença de ácidos, visto que o íon hidrogênio atua como catalisador da reação. DISSOLUÇÃO POR AGITA ÇÃO SEM AQUECIMENTO Método usado para evitar a inversão da sacarose. Em pequena escala, a sacarose e outros podem ser dissolvidos em água purificada colocando-se as matérias primas num recipiente de maior capacidade que o volume do xarope, o que permite a perfeita agitação da mistura. PROCESSO: 1. Sacarose + adjuvantes; 2. Dissolução na água purificada (dissolve - se 1 g em 0,5 mL de água); 3. Agitação vigorosa da mistura (misturadores ou agitadores mecânicos ). VANTAGENS: evita a inversão da sacarose; maior estabilidade. DESVANTAGENS: não destrói MO's presentes na água/sacarose; xarope menos corado. ACRÉSCIMO DE SACAROS E Líquido contendo substâncias ou apenas flavorizados; 1. Tintura, extrato fluido (imiscível em preparação aquosa); 2. Adição de sacarose; 3. Preparo do xarope. PERCOLAÇÃO A sacarose pode ser percolada para se preparar o xarope ou o próprio componente medicinal pode ser percolado, formando neste caso, uma solução extrativa, à qual pode ser adicionado sacarose ou xarope. ADITIVAÇÃO DOS XAROPES Incorporação do ativo no momento do preparo; Incorporação do ativo no xarope pronto: Sólidos; Líquidos; Associados. ALTERAÇÕES Agentes atmosféricos – oxigênios e anidrido carbônico; Aquecimento – facilita a hidrólise, caramelização da sacarose e alteração do fármaco (açúcar invertido = 1 mol de glicose + 1mol de frutose); Exposição à luz – alteração do fármaco e catálise; Interações dos componentes do xarope – reação entre fármaco e adjuvantes; Proliferação microbiana; CONTROLE DE QUALIDADE CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS - líquido límpido, viscoso e de sabor agradável; CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS - teor de sacarose, açúcar invertido e dosagem do princípio ativo; CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: Polarimetria; Viscosidade: 190 cP - 20 °C; Densidade (usar densímetros ou picnômetros): 1,30 - 1,33 a 25 °C; ACONDICIONAMENTO Frascos de vidro ou plástico; Tampas de material plástico. Às vezes uma pequena quantidade de álcool é acrescentada ao xarope para garantir a total dissolução de flavorizantes pouco hidrossolúveis. A adição de agentes termolábeis ou substâncias voláteis - óleos flavorizantes e álcool - deve ser feita somente após a dissolução do açúcar e a solução ter sido rapidamente resfriada à temperatura ambiente. Se tiver excesso de água (d<1,30) – contaminação por MO’s Se tiver excesso de açúcar (d>1,33) - cristalização
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