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Pré-Modernismo: Contexto histórico No início do século XX, o Brasil vivia uma intensa transformação política com a consolidação do regime republicano. A esperança de um Brasil moderno com condições sociais mais justas, de igualdade perante a lei e a participação política popular foi frustrada. Surgiram vários conflitos sociais, de contestação e reprovação das novas políticas republicanas, como a greve dos operários em São Paulo, a Revolta da Chibata, a Guerra de Canudos e a Revolta da Vacina. No contexto histórico do pré-modernismo, os escritores brasileiros adotaram uma postura liberal e passaram a fazer críticas aos problemas sociais enfrentados pela população. A linguagem formal advinda do arcadismo e a preocupação estética foram deixadas de lado e os temas históricos, sociais e políticos ganharam espaço. Características Investigação e denúncia dos problemas sociais (miséria, abismos sociais, conflitos); Aproximação da obra literária ao contexto sociopolítico-econômico; marginalização dos personagens principais (caipira, mulato, sertanejo); Linguagem informal em oposição à língua formal do arcadismo; Sincretismo estético de escolas literárias como o realismo e o simbolismo; naturalismo (descrição minuciosa dos personagens e dos cenários); regionalismo (valorização da cultura popular brasileira); Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana; Linguagem coloquial, simples; Estética literária marcada por valores do Naturalismo. *importante: por não se tratar de uma escola literária, mas sim um período de transição, as características acima não estão presentes nas obras de todos os escritores pré-modernistas. Cada escritor possui seu próprio estilo e suas próprias temáticas de destaque. Principais escritores Lima Barreto (1881-1922) Escritor carioca, autor de uma obra critica veiculada aos temas sociais, o escritor rompe com o nacionalista ufanista e faz críticas ao positivismo. Sua obra que merece destaque é o “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1911); escrito numa linguagem coloquial. Augusto dos Anjos (1884 – 1914) Poeta paraibano, publicou apenas uma obra. O autor consiste em um ponto fora da curva na poesia brasileira, pois apresenta um tom único em sua produção. O gosto pelo soneto, pela morte, a linguagem cientificista, o mórbido, o grotesco e a angústia cósmica são as principais características do autor. Entre os pré-modernistas, talvez seja o que mais mereça essa classificação devido à mistura de estilos e à sua singularidade linguística. Obras de destaque: Eu (1912). Monteiro Lobato (1882-1948) Escritor paulista, Em 1918 publica “Urupês”(1918, contos) uma coletânea regionalista de contos e crônicas. Já em 1919 publica “Cidades Mortas” (1919, contos) livro de contos que retrata a queda do Ciclo do Café. Graça Aranha (1868-1931) Foi um escritor e diplomata maranhense. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua obra que merece destaque é “Canaã” publicada em 1902. A obra aborda a migração alemã no estado do Espírito Santo. Outras obras que merecem destaque: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925). Euclides da Cunha (1866-1909) Escritor carioca, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo, poeta e engenheiro brasileiro. Publicou “Os Sertões: Campanha de Canudos” em 1902, a qual é dividida em três partes: A Terra, o Homem, A Luta. A obra regionalista retrata a vida do sertanejo. Publicou também a Guerra de Canudos (1896-1897) João Simões Lopes Neto (1865 – 1916) Escritor gaúcho, foi um grande regionalista. Sua escrita foca-se no universo gauchesco e na visão sobre o gaúcho, com uma linguagem regional (manteve a cor local sem romper com a norma urbana culta) e uma expressão artística criada a partir dela. Dominou a técnica de produção de contos e abraçava o drama humano em suas narrativas. Obras de destaque: Cancioneiro guasca (1910); Contos gauchescos (1912); Lendas do Sul (1913); Casos do Romualdo (1952, edição póstuma).