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Síndromes do comportamento alimentar - Capítulo 34 Dalgalarrondo

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Resumo: Síndromes Relacionadas ao Comportamento Alimentar.
Capítulo 34
Anorexia Nervosa: Seria a presença de pouco peso em relação à altura devido a uma baixa ingestão calórica que leva a uma constante perda de peso auto induzida. Essa perda de peso pode vir também de vômitos, purgação auto induzida, excesso de exercícios físicos, uso de anorexígenos, diuréticos ou laxantes. Para o diagnóstico, o índice de massa corporal deve ser menor do que 18,5 em adultos. 
O baixo peso e o corpo muito magro é visto pelo paciente de forma distorcida, este pensa estar com um peso normal ou mesmo obesas, em uma pessoa que, de fato, está extremamente magro. Este estado pode causar: suspensão da menstruação, hipercortisolemia relativa, resistência nutricionalmente adquirida ao hormônio do crescimento, baixo nível de fator 1 de crescimento insulina-like, queda da leptina, da insulina, da amilina e outras incretinas, queda importante da densidade óssea, e podem ocorrer fraturas e mudanças na microarquitetura dos ossos. 
Segundo o DSM-V, existem dois subtipos de anorexia nervosa, sendo eles: O Restritivo seria onde o paciente se torna e permanece anorética pela restrição de alimentos, podendo apresentar ou não sintomas obsessivos e compulsivos. E o tipo Compulsão alimentar purgativa, onde o paciente evita consumir alimentos calóricos e induz a perda de caloria através de vômitos autoinduzidos, uso de laxantes, exercícios físicos e outros. 
Bulimia Nervosa: Diz respeito a uma preocupação constante com o comer e o desejo intenso de se alimentar, onde o paciente apresenta episódios de Hiperfagia, que seriam ataques a comida e com a sensação de perda de controle ao comer. Além disso, esse fator acompanha a preocupação com o controle do peso corporal, desta forma, o paciente pode induzir vômitos, purgação, enemas e diuréticos, com a intenção de contornar o aumento de peso pelo descontrole ao comer. 
Os pacientes costumam apresentar uma quantidade de peso dentro do esperado em relação a sua altura, com poucas variações, para mais ou para menos. Entretanto, esse comportamento costuma estar presente na obesidade mórbida. Existem 4 tipos de gravidade: Leve (1 - 3 episódios por semana), Moderada (4 - 7 episódios por semana), Grave (8-13 episódios por semana), Extrema (mais de 14 episódios por semana). No transtorno de Compulsão Alimentar os pacientes apresentam episódios frequentes e recorrentes de comer compulsivo, pelo menos uma vez por semana, por vários meses. Possui a sensação subjetiva da perda de controle ao comer. Esses episódios são acompanhados pela sensação de culpa e repulsa, com muito sofrimento em relação aos seus comportamentos. Entretanto, após a compulsão alimentar não há comportamentos purgativos, como na bulimia nervosa. Transtornos do 
Comportamento alimentar: O transtorno de nome “pica”, considerado pelo DSM-5 e pelo CID-10, seria a ingestão contínua de substâncias que não são próprias para a alimentação. Por exemplo, citam-se a Geofagia (ato de comer terra ou argila), ingerir gesso, papel, plástico, alimentos crus, gesso e outros. Devem durar por volta de um mês para fins diagnósticos. Para o diagnóstico em crianças, esta deve ser maior que dois anos e sua ação não deve fazer parte da cultura em que vive, além de não fazer parte do período de desenvolvimento que a criança está. Esse transtorno causa muitos prejuízos e riscos à saúde, devido à natureza das substancias ingeridas. 
O transtorno de ruminação seria o comportamento repetido e intencional de regurgitar (do estômago para a boca novamente) o alimento ingerido. A pessoa pode simplesmente cuspir o alimento ou pode o engolir pela segunda vez. Para fins de diagnóstico, esse ato deve ocorrer frequentemente durantes as semanas, por um período de um mês. 
Obesidade: Não é classificado como um transtorno do comportamento alimentar, entretanto possui grande frequência na sociedade. Ela é uma condição complexa, que envolvem aspectos da genética, psicológicos, familiar e cultural. A obesidade é mais frequente em pessoas com baixo nível socioeconômico, em mulheres, em sociedades urbanas e industrializadas, além de culturas onde a atividade física não é comum. 
Em relação à Morbidade: há um aumento na prevalência de diabetes melitos tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono, problemas ortopédicos e dermatológicos. Em mulheres ocorrem irregularidades menstruais, hiperandrogenismo e infertilidade. Em homens ocorre diminuição dos níveis de testosterona e disfunção erétil. 
Em relação a Mortalidade: Ocorre por distúrbios cardiovasculares, respiratórios e endócrinos, assim como pelo risco aumentado de tumores de mama, útero, ovário, próstata, intestino grosso e vias biliares. Em relação a qualidade de vida: Tem sido demonstrado que o tratamento exitoso da obesidade mórbida (com cirurgia bariátrica ou tratamento clínico) tem importante efeito positivo sobre a qualidade de vida. 
REFERÊNCIAS:
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3ª edição. Artmed Editora, 2018.

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