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A Ética de Aristóteles e a Busca pela Felicidade

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● Filosofia - Aula 02/09 - Turma 3001
●
● Profa. Antônia Miguel
 
Aristóteles (384 - 322 a.C.) 
 
 
 
 
● Diferentemente de Platão, Aristóteles considera que a essência verdadeira 
das coisas naturais e dos seres humanos e de suas ações não está no 
mundo inteligível, separado do mundo sensível, onde as coisas físicas ou 
naturais existem e onde vivemos.
● As essências, diz Aristóteles, estão nas próprias coisas, nos próprios 
homens, nas próprias ações e é tarefa da Filosofia conhecê- las ali mesmo 
onde existem e acontecem. 
● Como conhecê-las? Partindo da sensação até alcançar a intelecção.
 
● A essência de um ser ou de uma ação é conhecida pelo pensamento, que 
capta as propriedades internas desse ser ou dessa ação, sem as quais ele ou 
ela não seriam o que são. 
● A metafísica não precisa abandonar este mundo, mas, ao contrário, é o 
conhecimento da essência do que existe em nosso mundo. 
● O que distingue a ontologia ou metafísica dos outros saberes (isto é, das 
ciências e das técnicas) é o fato de que nela as verdades primeiras ou os 
princípios universais e toda e qualquer realidade são conhecidos direta ou 
indiretamente pelo pensamento ou por intuição intelectual, sem passar pela 
sensação, pela imaginação e pela memória.
 
 
Teoria do Conhecimento de Aristóteles
 
 
A Ética segundo Aristóteles
● A ética de Aristóteles é conhecida como uma ética teleológica, ou seja, que 
visa a um fim (telos). Esse fim que almeja a ação ética é a felicidade. 
● Para Aristóteles, a finalidade do ser humano é alcançar um bem, porém, há 
muitos bens possíveis, quanto ao ser humano, há um bem maior.
● Ética e Política assumem lugar especial no pensamento de Aristóteles, 
configurando o que se denomina como grande tratado sobre comportamento 
humano.
● “Ética a Nicômaco” e a “Política” pode ser analisada a partir de quatro 
aspectos importantes que apontam para o mundo antigo. 
●
●
●
●
 
● Primeiro, a ética é considerada como algo natural, assim como a sociedade 
é um dado natural. 
● Para Aristóteles o ser humano é um animal racional e político.
● Segundo, todas as nossas escolhas e decisões visam alcançar um fim, 
alcançar um bem. toda arte e toda investigação, assim como toda ação e 
todo propósito, visam algum bem“.
● Uma ética finalista ou teleológica que deriva do grego telos, fim, propósito.
 
● Terceiro, a ética é racional. O intelecto exerceria uma uma função divina 
(perfeita), a nossa melhor parte, assim tudo deve ser subordinado à razão.
● Quarto, a ética vem da natureza. A natureza nos dá a virtude moral que se 
aperfeiçoa com o hábito.
● Isso significa que a ética em Aristóteles deve ser estudada considerando o 
mundo antigo em que a ética é concebida como algo natural, visa a um 
bem, subordina-se à razão e aperfeiçoa-se com o hábito.
 
● Ética e Política integram, portanto, o que Aristóteles chamou de “Ciências 
Práticas” que estudam a conduta humana, a construção do homem virtuoso 
e, consequentemente, do cidadão. 
● Desse modo,o pensamento filosófico aristotélico relacionou o homem 
moralmente bom com o bom cidadão.
● 
 
A Felicidade (eudaimonia)
● Para Aristóteles a finalidade do ser humano é alcançar um bem. Porém a 
muitos bem possíveis. Quanto ao ser humano, há um bem maior que é a 
finalidade. Todos buscam a felicidade!
● Aristóteles considerou a felicidade (eudaimonia) como o maior bem, a 
finalidade (telos) da vida humana. Assim, a felicidade seria o florescimento 
de uma vida boa, ou seja, bem sucedida e afortunada.
● O conceito de felicidade em Aristóteles aparece vinculada com a ética, pois 
a felicidade estaria ligada a uma função da alma.
●
●
●
●
 
● A atividade racional,”o exercício da mente é a finalidade especifica do 
homem está a sua realização final, a sua felicidade”
● Aristóteles afirmou que “o exercício ativo do elemento racional é a 
função própria do ser humano, é uma atividade da alma por via da 
razão”. Pensar esclarecido e responsável.
● Embora, a felicidade esteja vinculada ao exercício intelectual, ela 
demanda algumas condições: prática das virtudes, ter amigos, ter 
boa saúde, suficiência de bens materiais, viver numa sociedade 
justa e praticar a meditação filosófica.
 
● Vejamos a importância de tais condições:
● Prática das virtudes: influencia no caráter, eleva os sentimentos e educa os 
instintos;
● Ter amigos: não podemos viver sozinhos, necessitamos da experiência com 
o outro. Um circulo de amigos autênticos denota um bom caráter.
● Suficiência de bens materiais: possuir bens, na medida certa, sem excesso 
para não corromper a mente e viver numa sociedade justa.
● Meditação filosófica: representa a busca pela verdade, em sintonia com as 
condições anteriores. (a busca da verdade, evita propagar ideias do senso 
comum)
●
 
 
● Observação:
● Aristóteles foi o primeiro pensador que sustentou a felicidade como o bem 
supremo. Para alcançá-la, seria necessário viver de acordo com a razão e 
possuir alguns bens; 
● A ética cristã sustenta que a verdadeira felicidade não se consegue aqui na 
terra, mas no céu como prêmio a uma vida de acordo com os preceitos 
cristãos;
● Os filósofos iluministas e materialistas franceses sustentavam o direito de 
todo os homens serem felizes neste mundo, porém tratavam o homem de 
forma abstrata sem levar em conta as condições reais em que viviam.
●
 
● Qual o melhor modo de se viver?
● É praticando a virtude, viver na excelência moral.
● Não se trata de aplicação de regras ou princípios, a questão está em 
ser ou não uma pessoa virtuosa.
● Para alcançarmos a condição de uma pessoa virtuosa devemos 
cultivar bos hábitos. Desse modo, para sermos justos, precisamos 
que praticar a justiça, para sermos pessoas corajosas, precisamos 
agir de maneira corajosa.
● Portanto, a virtude moral exige a prática, a leitura de um código de 
ética não nos torna pessoas virtuosas.
 
● Nesse sentido, a educação moral relaciona-se diretamente com o 
hábito de praticar a virtude, o agir virtuoso, que não está 
relacionado com a promulgação de leis numa sociedade, mas com a 
prática, com a formação de caráter.
● O hábito é importante, mas precisa ser acompanhado do 
conhecimento e não se trata de um conhecimento qualquer, mas um 
tipo que o filosofo denomina de sabedoria prática. Um tipo de 
conhecimento que permite discernir, julgar e que o filósofo definiu 
como “um estado racional e verdadeiro de capacidade de agir em 
relação ao bem humano”.
●
●
 
● Para Aristóteles, o ethos diz respeito ao comportamento que resulta de 
um constante repetir-se dos mesmos atos. 
● Hábito. Modo de ser ou caráter que se vai adquirindo ao longo da 
existência. Ethos – hábitos - atos. 
●
●
 
● Para Aristóteles o ethos não é algo que já esteja no homem e sim aquilo 
que foi adquirido por meio de hábitos. 
● A ação expressa aquilo que foi assimilado previamente do exterior. Por 
isso não é inato. A ação ética surge de fora para dentro. São atos 
repetidos. 
● Em termos de Educação, temos o ensino – a formação de hábitos. Esse 
foi o ponto de partida para o uso posterior da palavra moral, os 
costumes que devem ser introjetados por meio da educação moral. 
 
● Observação:
● Moral vem do latim mos, moris, que significa maneira de se comportar 
regulada pelo uso. Daí vem costume, com as palavras do latim moralis, 
morale, relativo aos costumes. 
● Os costumes são diferentes em épocas e locais diferentes. A moral está 
vinculada ao sistema dominante, aos costumes daquela sociedade, e é 
relativa; já a ética é universal. 
● Se os hábitos são diferentes em culturas diferentes, os princípios universais, 
a busca do bem, a preservação da vida, etc., são constantes e estão 
acessíveis, em qualquer lugar onde o homem estiver, pois ali estará sua 
mente. 
 
● A ética em Aristóteles, não é apenas um conceito, mas uma postura 
diante da vida. 
 
A Teoria do Justo Meio● A Teoria do justo-meio de Aristóteles, pressupõe o homem na busca 
da felicidade da pólis. Ou seja, o homem é parte da cidade e sua 
felicidade depende da felicidade da cidade. 
● Portanto, o homem feliz é aquele que chega à cidadania. Para que isso 
ocorra, o homem tem que buscar a excelência, ser virtuoso, ele tem 
que agir conforme as virtudes (justo-meio). 
●
 
● Para ser virtuoso, o homem tem que usar sua virtude intelectual na 
ação, atuando na obtenção da virtude moral. Inteligentemente, o 
homem evita os vícios por falta e por excesso e atinge o justo-meio (a 
virtude). 
● Por exemplo: entre a vaidade (vício por excesso) e a modéstia (vício 
por falta) está o respeito próprio (justo-meio). 
● Para Aristóteles não é possível chegar no justo-meio fora da ação. 
Claro é também que, para calcular inteligentemente sua ação, o 
homem tem de ter alma.
 
Ética Prudencial (ética da decisão prudencial)
● É uma maneira de ser que revela um modo de vida segundo a moral e 
a dignidade humana, como base na experiência de vida e pelo juízo de 
uma pessoa prudente.
● Uma pessoa prudente é capaz de definir os meios adequados para 
uma boa conduta. Uma conduta que tem como ponto de partida a ideia 
de fazer o bem.
●
●
 
Como a prudência deve orientar a prática? 
● Aristóteles sugere a aplicação da equidade, pois o excesso ou a 
falta, os extremos denotam deficiência moral, já o meio termo, a 
excelência moral.
● A ética da decisão prudencial, em Aristóteles, recomenda aplicar a 
“régua de Lesbos” que nos ajuda a verificar a equidistância entre 
excesso e a falta em cada caso particular. Dessa forma, em cada 
situação particular teremos um meio termo ou justo meio através de 
 uma avaliação ponderada, segundo as circunstâncias.
●
 
● Como a finalidade da vida em sociedade é a política, na concepção de 
Aristóteles, o ser humano deverá agir como sabedoria, de maneira prudente 
e buscar a justiça, cujo objetivo é o bem comum a todos os cidadãos. 
● Ser justo significa cumprir a lei, mas também agir com moderação e garantir 
a igualdade e a liberdade a todos os cidadãos.
●
 
 
Justiça e Vida Boa
● Para Aristóteles, justiça e vida boa, estão interligados, mas é uma 
forma de pensar “vida boa” diferente da noção do senso comum.
● O termo “vida boa” significa bem estar social. 
Significa que, na cidade, cada um recebe o que lhe é devido, de 
acordo com seu mérito e isso não está vinculado ao poder aquisitivo 
ou à suposta beleza física, por exemplo. 
● O mérito dependerá da excelência, uma aptidão. 
 
A Justiça como Virtude
● A justiça, no pensamento aristotélico, é compreendida como uma 
virtude (areté), e como tal, localiza-se no meio-termo (mesotés). 
● Ela se difere das demais virtudes e se coloca em posição superior 
por ser uma virtude que manifesta na aplicação da excelência moral 
em relação às outras pessoas, não em relação a si mesmo.
 
● Para Aristóteles
● “A justiça é a forma perfeita de excelência moral porque ela é a prática 
efetiva da excelência moral perfeita.” 
● “Ela é perfeita porque as pessoas que possuem o sentimento de 
justiça podem praticá-la não somente a sim mesmas como também em 
relação ao próximo.” 
● “A ação justa se é reconhecida pelo seu contrário, ou seja, pela ação 
injusta, pois, “muitas das vezes se reconhece uma disposição da alma 
graças a outra contrária, e muitas vezes as disposições são idênticas 
por via das pessoas nas quais elas se manifestam”. 
 
Segundo Aristóteles, 
Somente a educação ética, ou seja, a criação do hábito do comportamento 
ético, o que se faz com a prática à conduta diuturna do que é deliberado pela 
reta razão (ortòs lógos) à esfera das ações humanas, pode construir o 
comportamento virtuoso.
A semântica do termo ética (éthos) indica o caminho para sua compreensão: 
ética significa hábito, em grego. Aqui, o importante é a reiteração da prática 
virtuosa; nesse sentido, ser justo é praticar reiteradamente atos voluntários de 
justiça.
Está-se, destarte, a recorrer, novamente, ao capital valor da educação (paideia) 
como bem maior de todo Estado (pólis).
 
Para Aristóteles, o Homem é por natureza um animal político. A origem do 
Estado se dá de maneira instintiva, natural. Segundo ele, quem vive fora do 
Estado ou não precisa dele ou é Deus, ou um animal.
O Estado deve tornar possível a vida feliz, só o Estado torna possível a 
completa realização de todas as capacidades humanas. A finalidade do 
Estado é o Bem Comum. O que irá tornar possível a relação entre o homem e 
a política é a Justiça. 
Para a realização da justiça, é preciso que haja vontade, o sujeito irá praticar 
determinado ato não porque foi condicionado a isso, mas sim porque ele 
próprio optou.
 
Aristóteles desenvolveu um conceito de justiça distributiva a qual se refere a todo 
tipo de distribuição feita pelo Estado, seja de dinheiro, honras, cargos, etc. 
Refere-se às repartições nas quais se consideram aspectos subjetivos, méritos, 
qualificações, desigualdades etc. 
A justiça distributiva confere a cada um o que lhe é devido, dentro de uma razão de 
proporcionalidade participativa, pela sociedade, evitando os extremos tanto do 
excesso como da falta.
 
O conceito de justiça distributiva implica outro conceito desenvolvido por Aristóteles, a 
equidade. Na realização de uma lei ou da justiça, pode ocorrer o injusto, daí nasce o 
conceito da equidade. 
A equidade indica um direito que, embora não formulado pelos legisladores, acha-se 
difundido na consciência das pessoas. Uma lei quando feita tem sua aplicação 
generalizada.
 O fato é que a lei é para todos, mas nem todos os casos devem ser punidos com o 
máximo de justiça. A equidade nasce do fato de que se deve tratar de maneira desigual os 
desiguais.
A equidade, portanto, é a adequação da lei ao caso concreto, atendidas suas 
peculiaridades, tendo em vista o caráter genérico e abstrato da atividade do legislador, 
atribuindo ao juiz a ponderação proporcional da norma à situação fática.
 
Em suma, a justiça distributiva é um meio termo com quatro termos na relação: 
dois sujeitos comparados entre si e dois objetos. Será justo, portanto se atingir 
a finalidade de dar a cada um aquilo que lhe é devido, na medida de seus 
méritos.
Nesse caso, a justiça corretiva se difere da distributiva no sentido de que esta 
utiliza como critério de justa repartição aos indivíduos os méritos de cada um, 
enquanto aquela visa o “restabelecimento do equilíbrio rompido entre os 
particulares: a igualdade aritmética.”
 
Conforme Aristóteles, a justiça corretiva
“é a que desempenha função corretiva nas relações entre as pessoas. Esta última se 
subdivide em duas: algumas relações são voluntárias e outras são involuntárias; são 
voluntárias a venda, a compra, o empréstimo a juros, o penhor, o empréstimo sem juros, o 
depósito e a locação (estas relações são chamadas voluntárias porque sua origem é 
voluntária); das involuntárias, algumas são sub-reptícias (como o furto, o adultério, o 
envenenamento, o lenocínio, o assassino traiçoeiro, o falso testemunho), e outras são 
violentas, como o assalto, a prisão, o homicídio, o roubo, a mutilação, a injúria e o ultraje.” 
A aplicação da justiça corretiva fica ao encargo do juiz (dikastés), que é o mediador de todo 
o processo. O juiz é considerado para Aristóteles, a personificação da justiça, pois, “ir ao 
juiz é ir à justiça, porque se quer que o juiz seja como se fosse a própria justiça viva (…) é 
uma pessoa equidistante e, em algumas cidades são chamados de ‘mediadores’, no 
pressuposto de que, se as pessoas obtêm o meio-termo, elas obtêm o que é justo.” 
 
Ética e Felicidade
Aristóteles está sobretudo preocupado em demonstrar, por suas investigações, que a 
noção de felicidade (eudaimonía) é uma noção humana, e, portanto, humanamente 
realizável. 
O caminho? A prática ética. A ciência prática, que cuida da conduta humana, tem esta 
tarefa de elucidar e tornar realizável, factível, aharmonia do comportamento humano 
individual e social. 
Assim, constitui a vida humana na busca de algo que está no humanamente possível, o 
que Aristóteles acredita ser a felicidade (eudaimonia), pois a noção de felicidade é 
criação humana, sendo plenamente alcançável e obtida pela razão teleológica.
A razão é a faculdade que distingue os seres humanos dos demais seres vivos. É por 
meio dela que o indivíduo se guia teleologicamente, como forma de obter o bem 
supremo, ou seja, a eudaimonía.
 
Segundo Aristóteles, a felicidade é “a atividade conforme a excelência”, e é esta “que 
torna o homem capaz de praticar ações nobilitantes […]”. 
A excelência por sua vez se classifica em excelência intelectual e excelência moral:
“certas formas de excelência são intelectuais e outras são morais (a sabedoria, a 
inteligência e o discernimento são intelectuais, e a liberalidade e a moderação, por 
exemplo, são formas de excelência moral).” 
A excelência intelectual se deve tanto o seu nascimento quanto o seu crescimento à 
instrução (experiência e tempo), enquanto à excelência moral é produto do hábito 
(ethós). 
Portanto, ninguém é virtuoso por natureza, pois isso é fruto de práticas reiteradas de 
ações moralmente boas e do consequente desenvolvimento de uma disposição da alma 
para o agir excelente, e não do aprimoramento das habilidades naturais.
 
● O meio de aquisição da virtude é ponto de fundamental importância nesse 
sentido. De fato, não sendo a virtude nem uma faculdade, nem uma 
paixão inerente ao homem, encontra-se neste apenas a capacidade de 
discernir entre o justo e o injusto, e de optar pela realização de ações 
conformes a um ou a outro.
●
 
● Deve-se renovar a ideia de que a virtude, assim como o vício, adquire-se pelo 
hábito, reiteração de ações em determinado sentido, com conhecimento de 
causa e com o acréscimo da vontade deliberada. A própria terminologia das 
virtudes chamadas éticas deve-se ao termo hábito (éthos).
● 
●
●
 
● Portando, para Aristóteles, a capacidade racional de deliberação é inerente 
ao homem, o que lhe permite agir aplicando a razão prática na orientação de 
sua conduta social. 
● Conhecer em abstrato (teoricamente) o conteúdo da virtude não basta, como 
à exaustão já se disse, ao phrónimos, sendo de maior valia a atualização 
prática e a realização da virtude.
●
●
 
QUADRO SINÓTICO (fonte: Danilo Marcondes)
● Aristóteles, inicialmente discípulo de Platão, rompe com os ensinamentos do mestre após a 
sua morte e desenvolve o seu próprio sistema, rejeitando a teoria das ideias e o dualismo 
platônico.
● Como alternativa propõe, em sua Metafísica, uma concepção de real que parte da 
substância individual, composta de matéria e forma.
● Aristóteles valoriza o saber empírico e a ciência natural, e desenvolve uma concepção 
fortemente sistemática de saber, de grande influência na Antiguidade.
● Valoriza igualmente as questões metodológicas, e desenvolve uma lógica que marca 
profundamente toda a tradição até o período moderno.
 
● Referências
Iniciação a Historia da Filosofia. Danilo Marcondes
BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de filosofia do direito. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Ética e Justiça em Aristóteles - Âmbito Jurídico. https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-89/etica-e-
justica-em-aristoteles/
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