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1 Evolução do pensamento administrativo e gestão estratégica de pessoas

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Gestão de Pessoas
1. Evolução do pensamento administrativo e gestão estratégica de pessoas
1.1 Ideias em evolução
	As ideias em Administração, como em todas as ciências, evoluem. O pensamento administrativo tem vivido vários momentos caracterizados por preocupações diferentes.
	Não se moderniza uma organização apenas com máquinas, laboratórios ou equipamentos sofisticados, de última geração.
1.2 Estágios do pensamento administrativo 
	As ideias, os conceitos e, consequentemente, as preocupações com a administração das organizações vêm evoluindo. Podemos identificar claramente quatro estágios bem caracterizados: empirismo, eficiência, eficácia e efetividade.
 O primeiro estágio é o empirismo: Características: criatividade, Bom senso, intuição, Capacidade e habilidade administrativas dons inatos, Administração sem base científica, despreparo técnico.
	Precede a orientação científica da administração. Baseia-se na intuição, no bom senso e na criatividade, e considera capacidades e habilidades administrativas como dons inatos. Antigamente, as organizações eram administradas sem qualquer base estruturada ou científica.
 Depois veio a era da eficiência: idealizada por Taylor e Fayol(1920). Características: Primeiro estágio da Administração Científica, Henry Ford Linha de produção, Empresas voltadas para dentro estruturação e racionalização, Preocupação métodos, processo e normas, Foco: processo, Papeis bem definidos, Fazer as coisas corretas, Exagero leva à burocratização.
	Foi o primeiro estágio da Administração científica. Henry Ford foi o grande “prático”, pois concebeu e implementou a linha de produção em sua fábrica de automóveis. Naquele momento, a organização era voltada para dentro de si mesma, se estruturava e se racionalizava, centrando sua preocupação nos métodos, processos e normas de trabalho. 
 No entanto, a eficiência por si só não basta. Surgiu, assim, a eficácia: Características: Resultados curto prazo Sobrevivência, Peter Druker(1950) Sistema APO, Nível ideal atingir metas, Fazer as coisas certas, Foco; produtos e serviços .
	A preocupação é com resultados de curto prazo para garantir a sobrevivência. As ideias de eficácia foram consolidadas por Peter Drucker, que concebeu os sistemas de administração por objetivos (APO). A organização atinge seu nível ideal e satisfatório de eficácia quando alcança os resultados desejados e atinge suas metas, que são definidas por produtos ou serviços. O foco da empresa se volta para seus produtos e serviços.
 Chegamos, então, ao quarto estágio desse processo evolutivo: efetividade- Theodore Levitt(1970): Características: Visão de resultado: curto, médio e longo prazos, Garantir futuro organizacional se perpetuar, Valorização da criatividade, bom senso, intuição(empirismo), Alcance dos resultados planejados (eficácia), Organização lógica e racional (eficiência), Garantir a satisfação das necessidades presentes e futuras dos clientes, Funcionário competentes alto desempenho voltados para o futuro visão recursos disponíveis, melhoria produtividade e imagem otimização resultados Mudanças como oportunidades, estrutura racional e flexível com processo transparentes e participativos.
	A efetividade trata de garantir a visão de resultados a curto, médio e longo prazos. Nesse quarto estágio, a preocupação é garantir o futuro da organização. Para tanto, entre outras coisas, deve-se tomar cuidado com a euforia dos resultados em curto prazo que, muitas vezes, pode comprometer a organização de forma definitiva quanto à sua capacidade de se perpetuar na sociedade. Para alcançar esse estágio, exige-se que o foco da organização se volte para a satisfação das necessidades presentes e futuras dos clientes.
	Para atingir os estágios mais avançados do pensamento administrativo, dois fatores são de extrema importância. 
Primeiro: é fundamental que a organização saiba conquistar e manter clientes, tornando-os fiéis. Isso ocorrerá a partir do momento em que eles se sintam totalmente satisfeitos em suas necessidades momentâneas e seguros quanto ao atendimento das necessidades futuras. Para isso, três aspectos cognitivos são importantes: 
Segundo: a organização precisa contar com colaboradores competentes para o futuro, motivados pelo futuro e comprometidos com o futuro. Competentes para o futuro, isso é, em contínuo processo de aprendizagem e autodesenvolvimento. Verdadeiramente motivados, reconhecendo que o seu trabalho permite a sua realização pessoal e profissional. Comprometidos com a busca dos resultados desejados pela organização a curto (eficácia), médio e longo prazos (efetividade), os colaboradores vão garantir a satisfação plena das necessidades dos clientes e a organização poderá alcançar crescentes níveis de produtividade, melhorando sua imagem e prestando melhores serviços.
	Para isso, é preciso manter uma estrutura racional e flexível com processos gerenciais transparentes e participativos, voltados para a contínua otimização de resultados. Também é preciso permanecer atento às mudanças de forma a amenizar o impacto das ameaças e a aproveitar plenamente as oportunidades. Esse comportamento organizacional requer pessoas qualificadas e valorizadas com altos níveis de desempenho. Todos os colaboradores devem ter consciência da importância do uso dos recursos disponíveis. Esse esforço organizacional só pode ser desenvolvido, entre outras coisas, com: 
• exercício contínuo do pensamento estratégico; 
• planejamento competente, gerando comprometimento; 
• diretrizes claras e objetivas; 
• desempenho gerenciado; 
• comunicação eficaz, clara e objetiva; 
• decisões participativas e dinâmicas; 
• autonomia e alçadas compatíveis (empowerment); 
• informações precisas; 
• qualidade e produtividade; 
• competência, motivação e comprometimento; 
• humanização (respeito, dignidade e justiça); 
• postura de seriedade e profissionalismo.
1.3 Uma nova era
	Hoje, identificamos um novo estágio no processo evolutivo do pensamento administrativo, uma nova consciência nos negócios. Esse novo pensar indica que o indivíduo e seus talentos são decisivos no sucesso do negócio. Somente respeitando o ser, uma empresa conseguirá fazer para que possa ter. Stephen Covey (2002) afirma que, para ter, é preciso primeiro fazer, e para fazer é preciso primeiro ser. Portanto, se queremos obter algum resultado, precisamos primeiro nos comportar de modo a produzir esse resultado, e para ter tal comportamento precisamos ser o tipo de pessoa capaz de agir assim. Na era da consciência, as organizações devem preparar a si mesmas e aos indivíduos que as compõem, para que sejam capazes de se comportar de modo a obter os resultados esperados. Como diz Fredy Kofman (2005), a consciência deve transcender a inteligência; não se deve agir somente com racionalidade cognitiva, mas com desenvolvimento emocional e espiritual.
 	A era da consciência nos faz valorizar cinco aspectos fundamentais do indivíduo: felicidade, plenitude, liberdade, paz e amor. O desejo natural do ser humano é a felicidade. A era da consciência nos negócios nos indica que devemos nos esforçar, como indivíduos e como organização, para atingir tal felicidade – praticando o amor, conquistando a paz, usufruindo a liberdade para alcançarmos a plenitude para, então, chegarmos a ela. 
	Independentemente de conseguir ou não um resultado, estamos felizes quando nosso comportamento se orienta para a busca de nossos ideais. É a felicidade do esforço totalmente coerente com os nossos valores. Se buscarmos os nosso ideais em nosso dia a dia, e se eles estiverem de acordo com os valores da organização em que atuamos, trabalharemos motivados e felizes.

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