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Bruno Martins Médico Interno de Medicina Nuclear2020 Gânglios da Base CONFIGURAÇÃO INTERIOR TELENCÉFALO Substância Cinzenta Substância Branca Córtex Cerebral Núcleos da base CONFIGURAÇÃO INTERIOR CONFIGURAÇÃO INTERIOR CONFIGURAÇÃO INTERIOR CORPO ESTRIADO Núcleo caudado Núcleo lenticular Corpo Estriado Gânglios da Base Os gânglios (núcleos) da base incluem o putamen, o núcleo caudado, o núcleo accumbens, o globo pálido, o núcleo subtalâmico e a s u b s t â n c i a n e g r a d o mesencéfalo rostral. Estas estruturas constituem no seu colectivo os núcleos da base, na medida em que danos nestas estruturas levam a diferentes tipos de p e r t u r b a ç õ e s n o movimento de natureza extra-piramidal. Gânglios da Base O putamen, o núcleo caudado e o núcleo accumbens partilham uma origem embriológica comum, aparência histológica idêntica e ligações similares. Um indício desta origem comum é passível de ser constatado ao nível da continuidade física registada entre estes núcleos superiormente à face orbital do lobo frontal – aí, a cabeça do núcleo caudado mistura-se com o núcleo accumbens, que por sua vez, se mistura com a porção anterior do putamen. Por outro lado, as pontes de substância cinzenta presentes ao longo da cápsula interna, por entre o putamen e o núcleo caudado, que conferem a esta região um aspecto estriado, constituem outro indicador da origem comum destes núcleos. Esta origem comum faz com que o putamen, o núcleo caudado e o núcleo accumbens constituam, no seu conjunto, o núcleo estriado. O núcleo estriado e o globo pálido, no seu colectivo, constituem o corpo estriado. Já o núcleo lentiforme (ou lenticular) engloba o conjunto formado pelo putamen e globo pálido, que apesar de apresentarem diferentes ligações, encontram-se fisicamente adjacentes (por isso, o conceito de núcleo lentiforme não tem qualquer significado funcional, apenas anatómico). Por motivos filogenéticos, por vezes também se apelida o caudado e o putamen de “neostriado”, o globo pálido de “paleoestriado” e a amígdala de “arquistriado”. Todavia, esta terminologia não é muito aplicada na espécie humana e é preferencialmente usada em outros animais. Gânglios da Base Apesar de os gânglios basais serem mais conhecidos pelo papel que desempenham ao nível do controlo motor, mediado pelas suas interacções com o córtex motor e estruturas subcorticais, sabe-se hoje em dia, que estes gânglios se encontram envolvidos em mais funções corticais, através de uma série de circuitos, que se iniciam através de projecções provenientes de uma região do córtex cerebral CORPO ESTRIADO Corpo Estriado Neo - Striatum Paleo- striatum Núcleo Caudado Putamen Globus Pallidus Núcleo Lenticular NÚCLEO CAUDADO □ 3 porções: • • • Cabeça Corpo Cauda NÚCLEO CAUDADO □ □ □ 2 faces 2 bordos 2 extremidades NÚCLEO CAUDADO □ Face ventricular NÚCLEO CAUDADO □ Face aderente NÚCLEO CAUDADO □ Bordo interno □ 3 segmentos: • • • Superior Médio Inferior NÚCLEO CAUDADO □ Bordo externo NÚCLEO CAUDADO □ Extremidade ântero-superior NÚCLEO CAUDADO □ Extremidade ântero-inferior NÚCLEO ACCUMBENS O núcleo caudado, o putamen e o estriado ventral recebem inputs provenientes do córtex cerebral, substância negra e área tegmental ventral adjacente, bem como dos núcleos intralaminares do tálamo. As projecções corticais são maioritárias, comparativamente às restantes, sendo que essas fibras se originam na maior parte das regiões corticais, atravessando as cápsulas interna e externa e terminando de forma sistemática no núcleo estriado. Contudo, o tipo de inputs que um dado núcleo da base recebe é diferente, assim como o tipo de outputs que envia. Não admira, portanto, que os diferentes núcleos da base estejam associados a funções distintas. A maior parte das projecções do putamen provêm do córtex motor e somato-sensitivo. Do mesmo modo, o putamen projecta (indirectamente), sobretudo, para as áreas corticais motora, pré- motora e motora suplementar. Isto faz com que os neurónios do putamen disparem em concordância com movimentos ou posições particulares e que estes estejam mais associados a funções motoras (ansa motora). NÚCLEO ESTRIADO NÚCLEO ESTRIADO Já as projecções do núcleo caudado provêm, sobretudo, das áreas do córtex de associação, sendo que, o tamanho e a localização da cabeça do caudado parecem indicar que a presença de um protagonismo das projecções do córtex pré-frontal. Paralelamente, o núcleo caudado projecta, sobretudo, para o córtex pré-frontal, o que faz com que poucos neurónios deste núcleo respondam a movimentos ou posições. Daqui se conclui que o núcleo caudado está, sobretudo, envolvido em funções cognitivas (ansa cognitiva). Por seu turno, o núcleo accumbens e porções adjacentes do núcleo caudado e núcleo putamen recebem inputs provenientes, não apenas do córtex límbico, mas também do hipocampo e da amígdala (ou seja, do sistema límbico). De facto, todas as regiões que recebem projecções límbicas são reconhecidas como uma divisão separada do núcleo estriado que é designada por estriado ventral, que participa na ansa límbica. Globo PÁLIDO Os eferentes do núcleo estriado constituem uma série de fascículos mielinizados que convergem topograficamente no globo pálido. A maior parte destas fibras são estriato-pálidas, podendo terminar a nível do globo pálido interno, ou ao nível do globo pálido externo. Contudo, existem ainda outras fibras que atravessam o globo pálido, para terminar ao nível da substância negra. Os dois segmentos do globo pálido apresentam inputs similares, mas os outputs provenientes das duas porções são substancialmente diferentes. O globo pálido externo recebe inputs inibitórios provenientes do estriado, assim como inputs excitatórios provenientes do núcleo subtalâmico. Subsequentemente, o globo pálido externo projecta para a maior parte dos outros constituintes dos gânglios basais, estabelecendo ligações inibitórias (GABAérgicas). A porção reticular da substância negra actua analogamente a uma porção do globo pálido interno. Tal como o globo pálido interno, a substância negra reticular recebe inputs provenientes do núcleo estriado, globo pálido externo e núcleo subtalâmico, e projecta para os núcleos ventral anterior, ventral lateral e dorsomedial do tálamo. De facto, a porção reticular da substância negra constitui uma via mais importante para que se dê a transmissão de informação desde o núcleo caudado até ao tálamo, comparativamente à via associada ao globo pálido. NÚCLEO AMIGDALINO NÚCLEO AMIGDALINO v v v v NÚCLEO LENTICULAR Corte horizontal NÚCLEO LENTICULAR □ □ □ 3 Faces 3 Bordos 2 extremidades Corte coronal NÚCLEO LENTICULAR □ Face externa Corte coronal NÚCLEO LENTICULAR □ Face supero-interna Corte horizontal Corte coronal Corte coronal NÚCLEO LENTICULAR □ Face inferior NÚCLEO LENTICULAR □ Bordos • • • Superior Inferior Interno Corte horizontal Corte coronal NÚCLEO LENTICULAR □ Extremidades • • Posterior Anterior NÚCLEO LENTICULAR □ Configuração interior • • 3 Segmentos 2 lâminas Corte coronal CLAUSTRUM OU ANTE-MURO Corte coronal Corte horizontal ASPECTOS FUNCIONAIS • F. Cortico-estriadas • F. Tálamo-estriadas • F. Nigro-estriadas • F. Troncocerebro-estriadas • F. Estriato-palidais • F. Palido-fugais ASPECTOS FUNCIONAIS CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Distúrbios • • • Hipercinéticos Hipocinéticos Mistos □ Coreia de Huntington • • • Movimentos coreicos Demência Sintomas comportamentais CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Coreia de Huntington • • • Movimentos coreicos Demência Sintomas comportamentais CORRELAÇÕES CLÍNICAS CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Coreia de Sydenham Streptococcus pyogenes Neo-Estriado Dopamina Substância Nigra GABA/acetilcolina/substância P CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Hemibalismo ÁreasMotoras do Córtex Globus Pallidus interno Tálamo GABA Núcleo Subtalâmico CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Parkinson CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Parkinson CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Parkinson – Sinais e Sintomas Hipocinéticos • Bradicinesia • Rigidez Hipercinéticos • Tremor de repouso • • Instabilidade postural; Marcha parkinsónica. CORRELAÇÕES CLÍNICAS □ Atetose
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