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Texto-base_Conteúdo 13 - Artigo científico e Relatório

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1 
 
UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 
 
 
 METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO 
 
TEMA 13: Artigo científico e relatório científico 
 
ESCRITA ACADÊMICO-CIENTÍFICA E ESTILO 
 
 
 
Quando falamos sobre o estilo de escrita do artigo científico e do relatório técnico-
científico, devemos levar em consideração, inicialmente, a própria cultura de escrita 
científica. A ciência, como um todo, possui procedimentos padronizados de escrita. De 
fato, enquanto texto dissertativo, em suas mais variadas possibilidades, o texto científico 
costuma apresentar os seguintes elementos: sequencialidade, formalidade, 
impessoalidade, objetividade, clareza, concisão, autoridade, além dos clássicos 
princípios pragmáticos de textualidade, a saber, coerência e coesão. No entanto, o estilo 
composicional dos diversos gêneros pode mudar, a depender de aspectos objetivos, isto 
é, aspectos que dizem respeito ao próprio gênero em si, e também de aspectos 
subjetivos, os quais dizem respeito ao estilo do seu autor. O artigo científico, a depender 
do seu tipo, da área ou do periódico em que será publicado pode aceitar maior ou menor 
obediência a alguns dos aspectos acima levantados. Por exemplo, os artigos de revisão 
teórica, em algumas áreas das Ciências Humanas, costumam flexibilizar a exigência de 
escrita em 3ª pessoa do singular, permitindo o uso da 1ª pessoa do plural (nós) como 
pessoalidade retórica, a saber, estratégia de pessoalidade operada pelo autor, mas que, 
na verdade, revela igualmente uma impessoalidade estruturante do próprio fazer 
científico. Vejamos como esses e outros elementos da escrita científica são trabalhados 
quando aplicados, especificamente, ao artigo científico e ao relatório. 
 
 
É importante conhecer as características da escrita científica para que possamos 
balizar a nossa atitude científica na produção do conhecimento. Veja o que dizem Lubisco 
e Vieira (2013, p.23): 
[...] é certo que o sucesso de uma pesquisa acadêmica envolve diversos fatores, 
desde a adequada delimitação do problema, estabelecimento dos pressupostos, 
delimitação do objeto de investigação, definição de objetivos, até a definição de 
sua abrangência teórica, entre outros aspectos explorados em disciplina 
específica e no projeto de pesquisa. Deverá levar em conta, também, a formação 
acadêmica do interessado, sua afinidade com o assunto, seu conhecimento e 
curiosidade sobre determinado problema, intenção ou ideia. Passa ainda pela 
escolha de uma boa estratégia de busca de informações, onde serão definidos 
1 Introdução 
1. Escrita científica 
 
 
2 
 
UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 
os descritores (termos ou palavras-chave) representativos do tema de pesquisa 
(assunto) e as fontes de informação mais relevantes. 
 
Perceba, com base no que postulam as autoras, que um texto científico demanda 
um estilo característico, uma linguagem própria e métodos de pesquisa bem definidos. E, 
claro, uma afinidade com o tema investigado. Com os gêneros artigo científico e relatório 
técnico-científico não é diferente. Tais gêneros costumam se valer do estilo 
composicional dos textos científicos, tais como elencado por Cervo e Bervian (1983, p. 
1). 
Impessoalidade: no geral, escreve-se o texto científico utilizando a 3ª pessoa, 
evitando, assim, referências pessoais. A depender do tipo de artigo científico, isso 
pode ser flexibilizado. Em geral, os artigos dissertativos de caráter mais expositivo, 
como os de revisão teórica, costumam apresentar uma estrutura mais impessoal. 
No entanto, há alguns artigos originais que, por nele constar a própria tese, 
inovadora, de um intelectual, pode permitir o uso de uma maior marcação de 
pessoalidade, ainda que a formalidade seja elemento obrigatoriamente mantido. 
Objetividade: o texto científico precisa ser objetivo ao lidar com as informações, é 
preciso se ater aos dados e fatos apresentados. Evita-se, assim, interpretações 
subjetivas e verdades pessoais. É preciso observar sempre o que os dados 
revelam e proceder com interpretações objetivas. 
Coerência/logicidade: é preciso selecionar os operadores argumentativos de 
acordo com o tema trabalhado de modo coerente e com encadeamento lógico 
entre as ideias. Normalmente, parte-se de argumentos mais amplos para os mais 
específicos. Lembre-se, no entanto, que essa não é uma regra geral. A coerência 
do texto depende da harmonia que se estabelece entre o tema e os argumentos, 
atentando-se, sempre, para o formato requisitado pelo gênero textual em questão. 
Informatividade: corresponde à seleção das informações apresentadas no texto 
de maneira a abranger a totalidade do conteúdo abordado. É preciso selecionar as 
fontes de informação de maneira criteriosa, pois estas precisam ser confiáveis. 
Seleção do vocabulário: é um requisito fundamental para a escrita científica. 
Cada área de especialidade possui um vocabulário específico, dominá-lo é 
fundamental para que o texto atinja o objetivo proposto ante o público. Deve-se 
evitar termos de difícil compreensão e de sentido figurado, assim como o uso de 
gírias e expressões excessivamente coloquiais, ampliando a compreensão 
daquele(a) não especialista na área. As metáforas precisam ser utilizadas 
moderadamente. Quanto ao texto do artigo propriamente dito, deve-se buscar 
concisão e precisão na informação. Precisão é essencial, pois muitos termos têm 
 
 
3 
 
UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 
significados específicos em uma área específica, os quais podem diferir de seu 
uso corriqueiro. 
 
Modéstia: faz parte da ética acadêmica. Ao apresentar determinados resultados, 
não se deve invalidar os estudos anteriores. As críticas podem e devem ser feitas, 
são parte do fazer científico. Quando publicamos determinado resultado, estamos 
colocando-o à prova para ser validado ou refutado. No entanto, não se pode 
desmerecer os estudos anteriores, mesmo que apresentem dados divergentes, 
pois servem como base para pesquisas futuras. Desse modo, o uso de 
modalizadores é bem-vindo ao se apresentar os resultados. 
Imparcialidade: a escrita científica deve ser imparcial e se ater a informações 
obtidas de fontes concretas e confiáveis. Não se pode forçar os dados para que 
caibam na teoria que escolhemos adotar para nossa pesquisa. Deve-se buscar o 
inverso, os dados são os condutores do estudo. Você, enquanto pesquisador(a), 
deve interpretá-los à luz da teoria que melhor represente a realidade estudada. 
Veja, abaixo, a síntese das informações apresentadas sobre a escrita científica. 
 
Quadro 7 – Escrita científica 
 
Fonte: Adaptado de Cervo e Bervian (1983) 
Considerações 
 
Com base nas informações apresentadas, foi possível conhecer alguns elementos 
que caracterizam a escrita científica e, consequentemente, que configuram igualmente o 
estilo de escrita do artigo e do relatório científicos. É importante ressaltar, no entanto, que 
cada gênero textual demanda características específicas, além, é claro, do estilo pessoal 
 
 
4 
 
UNIDADE IV • <Título da Unidade IV> 
de cada autor. Essas informações funcionam mais como elementos norteadores e não 
como regras rígidas e inflexíveis. Conhecendo as características dos diferentes gêneros 
textuais que integram o universo acadêmico, você poderá encontrar seu próprio estilo de 
escrita que definirá a sua identidade acadêmica. 
 
 
 
 
A REDAÇÃO CIENTÍFICA. Normas para elaboração de dissertações e de teses. PPG Ciência 
do Solo: UFRGS, 2003. (Adaptado). Disponível em: https:// 
www.ufrgs.br/agronomia/joomla/files/PPGSOLO/RECOMENDAES__REDAO_ 
CIENTIFICA_v4.pdf. Acesso em: 12 jul. 2019. 
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Mc 
Graw Hill, 1983. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sônia Chagas. Manual do estilo acadêmico: trabalhos 
de conclusãode curso, dissertações e teses. 5. ed. Salvador: EDUFBA, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS

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