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O papel do Psicologo

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Fundamentação teórica
A atuação do psicólogo nas instituições militares e de forças auxiliares é recente no país. No Estado do Ceará, por exemplo, a Assessoria de Assistência Biopsicossocial (Abips), órgão de Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS) que visa, entre outros, prestar serviço de atendimento psicológico, atuar em calamidades públicas, participar e promover eventos de prevenção de saúde e bem estar dos agentes de segurança pública e de seus familiares, foi criado em 2017. Sabe-se da importância do servidor público para a sociedade, em especial os policias militares, civis e bombeiros militares, também é do conhecimento de todos o ambiente estressante (resgate de vidas, combate ao crime organizado etc.) a que esses servidores são expostos e por conta disso o resultado é o adoecimento dos mesmos. De acordo com Sales e Sá (2016, p.183, apud Borges, 2018, p. 8), “[...] dentre os fatores elencados como causas dos adoecimentos, aparecem prioritariamente às condições insalubres próprias do trabalho policial militar”. Entre os fatores mais falados estão: escalas exaustivas, desgaste físico, estresse, e sofrimento, pelo risco de morte que a profissão carrega. Outros elementos envolvidos são: medo de obter alguma lesão; incerteza de julgamentos morais dos outros; tédio de atividades repetitivas; confusão entre interesses pessoais e os da corporação, e a má remuneração (FERREIRA; MENDES, 2001, apud BORGES, 2018, p. 8).
As síndromes e transtornos mais comuns são: o burnout, ansiedade, depressão, estresse e ideação suicida.
Os trabalhos realizados pelos psicólogos da Abips têm por base a Psicologia da Saúde (P S).
A Psicologia da Saúde é um campo de atuação que se desenvolveu recentemente a partir da década de 1970, quando os estudos e aplicações, buscavam compreender e atuar sobre a inter-relação entre comportamento e saúde e comportamento e doenças. (Miyazaki, Domingos & Caballo, 2001; Barros, 2002, apud Almeida e Malagris, 2011). Segundo Barros (1999), a P S está interessada diretamente pela forma como o sujeito vive e experimenta o seu estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Igualmente são objetos de estudos da Psicologia da Saúde os funcionamentos psicológicos que implicam em ajustes emocionais sem que aja alterações no estado de saúde, como por exemplo, a gravidez e o envelhecimento (Barros, 1999). 
De acordo com Trindade e Teixeira (2002), a finalidade principal da Psicologia da Saúde é compreender como é possível, através de intervenções psicológicas, contribuir para a melhoria do bem-estar dos indivíduos e das comunidades.
Este campo do saber resgata a concepção do Homem como um todo, no qual não se pode dissociar a mente do corpo. Ela atribui ênfase a psique ao buscar, através dela, a causa e o processo de cura da enfermidade. Se distingue da Saúde Comportamental – que procura, por meio de teorias, sanar as questões emergenciais dos pacientes – e da Medicina Comportamental – a qual tenta prevenir as doenças partindo do entendimento de que elas são causadas por comportamentos errôneos.
Portanto, a P S é um campo de atuação que visa a promoção e manutenção da saúde e a prevenção da doença, por meio da aplicação do saber e das técnicas psicológicas, bem como a pesquisa e o ensino.
Esse campo de atuação, como citado anteriormente, é recente, mais recente ainda, e por isso, desafiador é o trabalho dos psicólogos da saúde realizado em órgãos públicos como, por exemplo, o SSPDS, o mais comum é ver esses profissionais trabalhando em hospitais, clínicas e departamentos acadêmicos de faculdades e universidades. A desafio é maior porque num órgão de segurança pública, como é o caso do SSPDS, a estrutura física tem que ser adequada, a equipe multidisciplinar formada, a rotina de trabalho tem que ser criada, e isso tudo demanda tempo. Além desses fatores, o saber adquirido na graduação e especialização tem por foco a atuação em hospitais e clínicas onde já existem um ambiente mais propicio a atuação desses profissionais, logo, adequar o conhecimento teórico a prática profissional em outras instituições e órgãos, constitui uma das maiores dificuldades dos psicólogos da saúde.
Tendo em vista uma melhor qualidade de vida e de trabalho para os servidores, mesmo em meio a tantos fatores estressantes, os psicólogos da Abips realizam companhas de conscientização e prevenção do risco de adoecimento decorrentes da profissão em delegacias e quarteis, atendimento clínico com terapias em grupo e individual, realizam intervenções breve, acompanhamento e encaminhamento em casos de idealização suicida e outras síndromes e transtornos, bem como avaliações psicológicas para ingresso, promoção e desligamento do Ciopaer. 
Com apenas três anos de criação, um pequeno grupo de profissionais e uma grande demanda, afinal são pouco mais de 9 psicólogos para aproximadamente 40.000 servidores das forças auxiliares, a Abips tem um longo e desafiador caminho a percorrer para alcançar o objetivo para qual foi fundada, mas a iniciativa, bem como, o trabalho que já tem sido realizado deve ser reconhecido, incentivado e financiado por parte das autoridades públicas. 
Referencias:
ALMEIDA, Raquel Ayres de, MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes. A prática da psicologia da saúde. Rio de Janeiro: UFRJ, 2011.
Barros, T. M. (1999). Psicologia e Saúde: Intervenção em hospital geral. Aletheia [online], 10, 115-120.
BORGES, Camila Duarte Brandão, GONÇALVES, Kauana Marcelino, NICARETTA, Bárbara Aparecida, NOGUEIRA, Maíra Souza. A importância do psicólogo nas instituições militares de forças auxiliares. 2018.
Info Escola. Psicologia da Saúde. Disponível em: <https://www.infoescola.com/psicologia/psicologia-da-saude/>. Acesso em 26 de novembro de 2020.
Trindade, I., & Teixeira, J. A. C. (2002). Psicologia em serviços de saúde: Intervenção em centros de saúde e hospitais. Análise Psicológica [online], 20, 1, 171-174.

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