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Os Conselhos Prossionais

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04/08/2020 Sumário Unidade2
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Aula 05
Os Conselhos Pro�ssionais
Nesta aula, discutiremos algumas dimensões institucionais da ética pro�ssional, pensando as
representações, a deontologia pro�ssional, abordando os códigos de ética.
A ética pro�ssional não é pensada apenas pelas pessoas que ocupam postos de che�a,
intelectuais ou órgãos do Estado. Também os pro�ssionais que nos representam nos
conselhos de classe têm um papel fundamental na construção dos códigos de ética que
cada pro�ssão segue e na �scalização de cada pro�ssão.
A Importância das Representações
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Essas diferem das entidades de classe, que, além de representar cada pro�ssão, são
responsáveis por prestar serviços para a classe que representa, como é o caso dos
sindicatos, que prestam serviços jurídicos e também atuam junto a negociações com as
entidades patronais. É comum que as entidades de classe tenham assento nas plenárias
dos conselhos de classe, o que faz com que haja interação entre os interesses sindicais e
a tarefa de �scalização e normatização interna de cada pro�ssão.
É muito importante que conheçamos os conselhos de classe, pois eles são responsáveis
pelas resoluções internas que regimentam o funcionamento de uma pro�ssão além de
serem bastante in�uentes na avaliação das leis federais que regulamentam as atividades
pro�ssionais. São órgãos fundamentais para a elaboração daquilo que chamamos de
deontologia pro�ssional.
A Deontologia Pro�ssional
A deontologia pro�ssional difere da deontologia que estudamos em anterior, na
Unidade 3. Enquanto esta está preocupada com o sentido do dever, a deontologia
pro�ssional expressa o conjunto de, pelo menos, princípios, deveres e proibições que
uma determinada pro�ssão deve seguir (CAMARGO, 1999, p. 32).
Normalmente a deontologia pro�ssional se expressa nos códigos de ética de cada
pro�ssão, que são elaborados pelos conselhos de classe e, no caso dos servidores
públicos, os códigos são sancionados pelos chefes do Executivo nas esferas federal,
estadual ou distrital e municipal.
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As grandes empresas privadas costumam também construir códigos de ética para seus
funcionários e, muitas vezes, os mesmos participam da elaboração de tais códigos.
A deontologia pro�ssional busca orientar e controlar a conduta pro�ssional, mas
também oferecer à sociedade uma espécie de parâmetro do que esperar de cada
pro�ssão.
Dialeticamente, a própria sociedade, de alguma maneira, determina o que esperar de
cada pro�ssão na medida em que ela indiretamente participa da construção dos códigos.
De modo que deveria ser conhecida não apenas pelo pro�ssional de cada pro�ssão, mas
por todos os membros da sociedade, para que soubessem os princípios, deveres e
proibições determinados para cada campo de trabalho, determinando, em vários casos,
consequências jurídicas para a atuação dos pro�ssionais (mostrando regras que, quando
descumpridas, podem ocasionar na perda do registro pro�ssional de uma pessoa).
Conhecendo os Códigos de Ética
VÍDEO
Para saber mais sobre deontologia pro�ssional, sua relação com a ética e com a
ética pro�ssional, veja o vídeo “Ética – negócios e vida”, realizado pela Organização
Bradesco para a capacitação de seus gestores. Nele, além da explicação dos
motivos pelos quais um funcionário deve conhecer o código de ética da empresa,
há uma interessante palestra do �lósofo e educador Mario Sergio Cortella, na qual
se discute, a partir de exemplos práticos apontados na primeira parte do vídeo,
sentidos pelos quais a deontologia está vinculada não apenas com a ética
pro�ssional, mas com a ética de uma maneira geral.
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Existem inúmeros códigos de ética, que variam em função da especi�cidade técnica de
cada uma das pro�ssões e também do impacto social das mesmas. As representações
sociais que se têm sobre as pro�ssões determinam várias das especi�cidades dos
códigos.
Normalmente, os códigos de ética apresentam em seu início os princípios éticos que
regem a pro�ssão que está em pauta no documento, as de�nições formais que serão
utilizadas no documento (por exemplo, para quais pro�ssionais e outros sujeitos o
código se aplica) e termos técnicos.
Os princípios expressam os valores que norteiam os códigos e fundamentam as normas
que aparecem nas partes seguintes do código, que são, ao menos os deveres, ou seja,
aquilo que os pro�ssionais são obrigados a fazer do ponto de vista moral no exercício de
sua atividade e as vedações ou proibições, aquilo que os pro�ssionais não devem fazer
enquanto desempenham as suas atividades de trabalho.
Exemplos de princípios são:
probidade ou integridade (que é a observância constante dos deveres morais),
imparcialidade (a proteção do preterimento da justiça em favor de interesses
pessoais), a boa-fé (valor ligado com a intensão correta) e honestidade (orientação
da ação pela retidão, pelo que é correto).
Exemplos de deveres são:
conhecer, cumprir, fazer cumprir e divulgar o código; manter a privacidade e
con�dencialidade dos dados com os quais tenha contato, salvo por força legal;
manter serviços essenciais em período de greve.
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Exemplos de vedações:
ser cúmplice de pessoas ou empresas que pratiquem o exercício ilegal da pro�ssão;
conivência com faltas éticas. Os códigos de ética trazem também a exigência da
formação de comissões de éticas nas empresas, determinam seu modo de
funcionamento, seus requisitos e indicam as sansões em caso de infrações éticas.
Os códigos de ética são documentos importantes para o exercício responsável de sua
pro�ssão. Procure conhecer o código de ética da pro�ssão para a qual você está se
formando e procure já incorporar à sua prática, mesmo estando você em formação, os
valores que lhe serão exigidos quando você estiver em atuação no mercado de trabalho.
Os códigos de ética estão normalmente disponíveis nos sítios eletrônicos dos conselhos
de classe das respectivas pro�ssões. Busque-os, conheça-os e faça dele um roteiro de
construção de valores já no seu processo de formação.
Busque também conhecer os códigos de ética empresariais, que são realizados por
empresas privadas (como foi o caso do apresentado na sugestão do vídeo dada
anteriomente nesta aula) e o impacto delas na atuação pro�ssional. Esses são mais
variáveis, mas importantes de seres conhecidos, inclusive antes de se candidatar a um
trabalho nessas empresas.
Encaminhando Questões Finais
SAIBA MAIS
Para compreender o contexto de construção dos códigos de ética empresariais,
desde a perspectiva da Responsabilidade Social das empresas, seus conteúdos,
estruturação, leia o artigo: “Os códigos de ética e disciplina empresariais e seu
impacto na dinâmica da sociedade e na cidadania empresarial”, do professor de
Direito Diego Richard Ronconi. O artigo está disponível clicando aqui.
http://jus.com.br/artigos/5530/os-codigos-de-etica-e-disciplina-empresariais-e-seu-impacto-na-dinamica-da-sociedade-e-na-cidadania-empresarial/
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Como você deve ter percebido, percorremos um caminho que foi desde conceitos mais
abstratos, por meio de uma introdução geral à Ética, no qual, a partir da perspectiva
�losó�ca, traçamos uma distinção entre ética e moral.Abordamos rapidamente um
histórico da ética e buscamos visualizar como a ética é conceituada fora das discussões
�losó�cas. Buscamos também apontar alguns dos elementos fundamentais da ética
�losó�ca: a moralidade, os critérios de valoração e uma de�nição de sujeito moral.
Percorremos também as divisões clássicas da ética �losó�ca (metaética, ética normativa
e ética aplicada) para �nalizar esta introdução mais geral descrevendo algumas das
principais teorias éticas contemporâneas, como a ética do dever, o utilitarismo, a ética
das virtudes o contratualismo.
Saindo de de�nições �losó�cas, fomos nos aproximando teoricamente de noções
fundamentais da ética para o cotidiano, abordando as intrincadas relações que os seres
humanos, as sociedades e a própria ética estabelecem com os valores, buscando
entender como a experiência da moralidade em nosso cotidiano tenciona a distinção
entre ética e moral, o que faz com que muitas vezes elas sejam entendidas como
sinônimos e discutimos a problemática da eticidade de nossas ações. Vimos, ainda, uma
abordagem da legalidade dos atos em relação às normas e à legitimidade dos mesmos
ante as nossas comunidades ou sociedades. Discutimos, ainda, as relações entre direitos,
deveres e responsabilidade social (dos indivíduos e das empresas) no contexto da
abordagem ética das experiências cotidianas. E, na relação com as mesmas experiências
cotidianas, buscamos nos aproximar das discussões sobre alguns grandes desa�os e
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problemas éticos do cotidiano, que atravessam praticamente toda a experiência moral: a
relação com a diferença de perspectivas, ações e interesses e também as reações
negativas frente a estas, sobretudo na forma do preconceito e da discriminação.
Nos aproximando, ainda mais, da experiência concreta, abordamos alguns aspectos da
ética pro�ssional e empresarial, buscando compreender seus contextos de surgimento,
as múltiplas e complexas relações entre os pro�ssionais e o mercado de trabalho.
Procuramos entender alguns problemas éticos vivenciados no mundo do trabalho e que
são preocupações da ética pro�ssional.
Por �m, chegamos à nossa última unidade, discutindo algumas projeções da ética
pro�ssional no cotidiano das empresas, buscando compreender as relações
interpessoais, a problemática gestão dos recursos humanos e a atuação em equipe – e
suas tensões nas relações com os con�itos – para, en�m, visualizarmos como essas
discussões tomam concretude nas ações dos conselhos pro�ssionais e nos códigos de
ética.
Ao que parece, a �loso�a não é tão distante do mundo assim (pelo menos sua dimensão
de re�exão sobre a prática) como pode querer fazer acreditar a anedota de que a
�loso�a seria aquilo com ou sem o qual o mundo continua tal e qual.
Esse percurso é apenas um convite para que possamos nos aprofundar nessas
discussões que tomaram corpo há mais de vinte séculos no Ocidente e que prosseguem
atuais e vitais. Elas são as nossas questões, que seguem abertas.
A�nal, não é nunca de�nitiva a tentativa de resposta à pergunta “como viver bem?” ou
“como ser um bom pro�ssional?”.
Questões que �cam abertas estão ainda relacionadas com as tensas relações entre ética
e política ou ética e religião. Sabendo que há diversas posturas políticas e algumas são
hegemônicas e outras não, como pensar a determinação ética da política e as
determinações políticas dos valores morais? Da perspectiva religiosa, sabemos que há
várias religiões e ainda a possibilidade de que alguém não professe religião alguma.
Como, então, pensamos nas determinações e imposições de valores de uma
determinada religião sobre os valores de uma sociedade que sustenta diversas crenças
religiosas? E como as transformações dos valores morais in�uenciados pela política
afetam as práticas religiosas? Rapidamente falamos sobre as relações entre economia e
moralidade quando problematizamos a globalização. Se hoje o trabalho é a atividade
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mais importante da vidas das pessoas, como economia e ética se determinam
mutuamente e, sobretudo, como a economia determina a transformação dos valores
morais?

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