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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 2a AD 2020/1 EAR Lic. em Matemática Lição 07 a Lição 10 Gabarito Coordenador: Romulo R. Rosa 1a Questão - [4,0 pontos] Mostrar os seguintes limites por meio da definição 7.2: (a) lim x→x0 x5 = x50 ; (b) lim x→x0 1 x2 = 1 x20 · SOLUÇÃO: (a) Seja ε > 0. Seja δ < min { ε 5(1 + |x0|)4 , 1 } . Daı́ em diante a argumetação é padrão, seguindo o exemplo 7.6. na lição 7. == Rascunho para encontrar delta que inclui as desigualdades que podem ser usadas na prova: |x5 − x50| = |x− x0||x4 + x0x3 + x20x2 + x30x+ x40| |x5 − x50| ≤ |x− x0| ( |x|4 + |x0||x|3 + |x0|2|x|2 + |x0|3|x|+ |x0|4 ) Se δ ≤ 1 então teremos |x− x0| < δ ≤ 1; como |x| − |x0| ≤ |x− x0| , teremos |x| < 1 + |x0|. Na desigualdade acima, usando |x| < 1+|x0| e, depois, usando |x0| < 1+|x0|, teremos o seguinte: |x5 − x50| < |x− x0| ( (1 + |x0|)4 + |x0|(1 + |x0|)3 + |x0|2(1 + |x0|)2 + |x0|3(1 + |x0|) + |x0|4 ) |x5 − x50| < |x− x0| · 5(1 + |x0|)4 Como queremos o segundo membro menor que ε, escolhemos delta assim: δ < min { ε 5(1 + |x0|)4 , 1 } . (b) Seja ε > 0. Seja δ < min { ε|x0|3 10 , |x0| 2 } . Daı́ em diante Daı́ em diante a argumetação é padrão, seguindo o exemplo 7.6. na lição 7. == Rascunho para encontrar delta que inclui as desigualdades que podem ser usadas na prova:∣∣∣∣ 1x2 − 1x20 ∣∣∣∣ = ∣∣∣∣x20 − x2x20x2 ∣∣∣∣ = |(x− x0)(x+ x0)| 1x20x2 . Se δ ≤ |x0|2 , teremos |x− x0| < δ ≤ |x0| 2 ; como |x| − |x0| ≤ |x− x0|, teremos |x| < 3|x0| 2 . Além disso temos também que |x0| − |x| ≤ |x0 − x| = |x− x0| < |x0|2 , donde |x0| 2 < |x|. Usando essas duas desigualdades, teremos:∣∣∣∣ 1x2 − 1x20 ∣∣∣∣ < |x− x0|(|x|+ |x0|) 1 x20 ( |x0| 2 )2 < |x− x0|5|x0|2 4|x0|4 = |x− x0| 10|x0|3 . Como queremos o segundo membro menor que ε, escolhemos delta assim: seja δ < min { ε|x0|3 10 , |x0| 2 } . 2a Questão - [3,0 pontos] Sejam I ⊂ R um intervalo e f : I → R uma função em I. Suponha que x0 ∈ I não é um extremo de I . Sob essas hipóteses mostre que: 1 (a) se f é crescente então lim x→x+0 f(x) = inf{f(x);x ∈ I, x > x0}; (b) se f é decrescente então lim x→x−0 f(x) = inf{f(x);x ∈ I, x < x0}. SOLUÇÃO (a) Por hipótese, se x ∈ I e x > x0 então f(x) > f(x0). Daı́, o conjunto A = {f(x);x ∈ I, x > x0} é limitado inferiormente por f(x0), e não-vazio já que x0 não é um extremo (à direita) de I . Logo, existe L = inf{f(x);x ∈ I, x > x0}. Resta mostrar que lim x→x+0 f(x) = L. De fato, seja ε > 0 dado. Então, L + ε não é cota inferior de A. Assim, existe xε ∈ I com xε > x0 tal que L+ ε > f(xε) > L. Seja δ = xε − x0 > 0. Se 0 < x− x0 < δ então x0 < x < xε . Daı́, como f é crescente então L < f(x) < f(xε) < L+ ε⇒ L− ε < f(x) < L+ ε. Portanto, se 0 < x− x0 < δ então então |f(x)− L| < ε. Logo, (a) é verdade. SOLUÇÃO (b) Por hipótese, se x ∈ I e x < x0 então f(x) > f(x0). Daı́, o conjuntoA = {f(x);x ∈ I, x < x0} é limitado inferiormente por f(x0) e não-vazio, já que x0 não é um extremo (à esquerda) de I . Logo, existe L = inf{f(x);x ∈ I, x < x0}. Resta mostrar que lim x→x−0 f(x) = L. De fato, seja ε > 0 dado. Então, L + ε não é cota inferior de A. Assim, existe xε ∈ I com xε < x0 tal que L + ε > f(xε) > L. Seja δ = x0 − xε > 0. Se 0 < x0 − x < δ então x0 > x > xε . Daı́, como f é decrescente então L < f(x) < f(xε) < L+ ε ⇒ L− ε < f(x) < L+ ε. Portanto, se 0 < x0 − x < δ então então |f(x)− L| < ε. Logo, (b) é verdade. 3a Questão - [3,0 pontos] Sejam I ⊂ R um intervalo e seja f : I → J uma função decrescente e contı́nua, onde J = f(I) é também um intervalo. Mostre que a função inversa de f , denotada por g : J → I , é decrescente e contı́nua. SOLUÇÃO: De fato, como f é injetiva em I , existe a função inversa g := f−1 : J → I . Por hipótese, se x1 < x2 então f(x1) > f(x2), que também denotaremos por y1 > y2. Agora, se existissem y1 < y2 tais que g(y1) ≤ g(y2), pelo fato de todo g(y) pertencer a I , po- derı́amos tomar x1 = g(y1) e x2 = g(y2), donde x1 ≤ x2 e y1 < y2, ou seja f(x1) < f(x2), o que contrariaria a hipótese. Logo g é decrescente também. Como g é decrescente, cada limite lateral é um supremo ou ı́nfimo de um subconjunto do in- tervalo I . Dado y0 ∈ J , existe x0 ∈ I tal que g(y0) = x0. Se existisse y0, não extremo, tal que lim y→y−0 g(y) > lim y→y+0 g(y), poderı́amos escrever o seguinte: inf{g(y) : y < y0} > sup{g(y) : y > y0}. Como f é inversa de g e J é um intervalo, poderı́amos reescrever os conjuntos: inf{x : f(x) < f(x0)} > sup{x : f(x) > f(x0)}. Como f é decrescente, os conjuntos seriam: inf{x ∈ I : x > x0} > sup{x ∈ I : x < x0}. Isso contrariaria a hipótese de I ser um intervalo, pois no caso de um intervalo terı́amos acima que inf = x0 = sup. Concluı́mos que lim y→y−0 g(y) = lim y→y+0 g(y) = x0, donde g é contı́nua em y0 ∈ J . 2
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