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ÚLCERA PERFURADA DR. SILVIO Pode ser gástrica (maior risco de câncer) ou duodenal. -Incidência vem aumentando. -Alto índice de mortalidade no início. -Atualmente cirurgia + antibioticoterapia reduzem a letalidade/mortalidade. -A incidência aumenta com a idade e é maior no sexo masculino. -Vem aumentando nas mulheres e diminuindo nos homens (devido ao aumento da idade e mudança de hábito, como tabagismo e etilismo). -Perfuração de úlcera duodenal: ocorre no final da tarde e início da noite. -Perfuração de úlcera gástrica: próximo ao meio dia e meia noite. *Mikulicz: foi o primeiro a operar a úlcera perfurada em 1980. FATORES DE RISCO -Tabagismo: aumenta em 10x o risco de úlcera péptica perfurada. -Uso de AINES: aumenta 8x o risco de úlcera 30% responsável do total das úlceras perfuradas. -Sem história prévia/não tem antecedente (gastrite crônica, uso de medicamentos, entre outros) e tem úlcera perfurada. 90% das úlceras duodenais estão localizadas na parede anterior do bulbo duodenal (isso é importante pois essas úlceras não tamponam, elas perfuram, vão para peritônio livre e o paciente evolui até o último estágio se não for tratado). 60% das úlceras gástricas - Mais comum na região antro-pilórica (lesão ácido dependente). Se na região anterior o gás vai para peritônio e pode apresentar Pneumoperitônio. Se na região posterior vai para retroperitônio – não possui pneumoperitônio e pode não ter irritação peritoneal. **Obs.: ÚLCERA NÃO PERFURADA: EDA+ biópsia e pesquisa de H.pilory. Tratar por 8 semanas com Omeprazol (mas geralmente ela se fecha com 2 semanas). QUADRO CLÍNICO -Quadro precoce e súbito devido a irritação peritoneal pelo ácido extravasado (“parece uma facada”). -Dor abrupta epigástrica irradiada para os ombros (quando ela perfura, pois tem irritação do nervo frênico). -Ao exame físico: prostrado, flexão dos joelhos (para tirar a tensão intra-abdominal que estimula os receptores da dor, ocupa uma posição fetal/antálgica), febril (tem infecção), queda do estado geral, taquicardia, ansiedade, hipotensão (portanto esse paciente está caminhando para o choque), dispneia, associada a irritação peritoneal generalizada com abdome em tábua. Perda da macicez hepática (Sinal de Jobert – entra conteúdo livre)). Na ausculta tem perda da contratilidade intestinal, portanto ruídos hidroaéreos diminuídos ou ausentes. Pode ter abdome em tábua. A perfuração pode ocorrer em abdome livre ou ser bloqueada: -Até 6 horas depois do início da dor: caso não complicado. -Após 6 horas: pode surgir material purulento. -Após 12 horas: aumenta 8x a morbimortalidade. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -Perfuração em outro segmento do trato digestório. -Quadros inflamatórios: colecistite, apendicite, pancreatite (se fura na parede anterior e vai para dentro da cavidade, da goteira e vai para fossa ilíaca, quando tem pancreatite, ela produz muita secreção e essa secreção acaba extravasando para o peritônio e indo para fossa ilíaca – principalmente em bebedores de destilados. EXAMES LABORATORIAIS: -Hemograma: Leucocitose (no começo tem apenas leucocitose, mas pode evoluir com desvio). -Gasometria: Acidose metabólica (perde ácido, sai conteúdo gástrico). -Distúrbio hidroeletrolítico. -Função renal alterada. -Amilase sérica elevada em boa parte dos casos. RAIO X SIMPLES DE ABDOME -70% dos casos: injetar ar. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA -Padrão-ouro: Exame mais sensível para a detecção do pneumoperitôneo, podendo em determinadas situações revelar o sítio. ESÔFAGO – ESTÔMAGO – DUODENOGRAMA -Não baritado (pois se cair na cavidade pode matar o paciente). Tem que usar iônico. *úlcera terebrante (ocorre na parede posterior): tamponada/bloqueada por órgãos sólidos que estão na região. Mas o paciente continua tendo dor. TRATAMENTO -95% dos pacientes portadores de úlcera péptica necessitam de cirurgia, principalmente se tiver pneumoperitônio. -Úlcera gástrica: não esquecer da biopsia, pode fazer neoplasia = tem que tirar a borda e mandar para anatomopatológico). -Parede duodenal anterior: sutura + epiplonplastia; antrectomia à Billroth II. -Úlceras profundas do corpo gástrico e grande curvatura podem ser tratadas com ressecção em cunha. *Úlcera em fundo gástrico tem que pensar em neoplasia, mesmo elas sendo mais comuns na região antro-pilórica pode ser soltado o fundo e com um retrogranpeador retira a parte com a úlcera. **Se úlcera crônica pode formar CALO (borda muito endurecida) indicado Gastrectomia parcial retirar antro-piloro secção do NERVO VAGO (diminui a acidez) NTRECTOMIA + VAGOTOMIA. DUODENO: *Porções do duodeno: são 4 porções superior, descendente (COLÉDOCO), horizontal e ascendente. *Não é obrigatório fazer biopsia em úlceras duodenais, pois não é comum se tornar neoplasia, diferente da gástrica, que tem grandes chances de se tornar neoplasia. *Quando fizer rafia da ulcera duodenal: muito cuidado para não estenosar o duodeno (abre em um sentido e fecha no outro – “sutura em boca de palhaço“ para ampliar a passagem, pois uma rafia em dois planos, principalmente se for pequeno, faz estenose e tem a síndrome do mal esvaziamento gástrico – empachamento/plenitude pós-prandial, pirose). *Existem casos de úlceras de parede anterior de duodeno, que podem fazer um orifício muito grande e assim vai cair em cima da via biliar, portanto nesse caso pode fazer gastrectomia retira o antro (responsável pelo esvaziamento, produção de gastrina e indiretamente leva a produção de acido) – retira a produção de ácido, se deixar vai corroer no local em que faz anastomose – antrectomia + vagotomia é melhor reconstruir com Y-Roux (encosta a alça no estômago, formando um Y, ele é melhor que a BII, pois ocorre mais em idosos e a sobrevida deles é pequena, que não vai ter risco de câncer). **BILLROTHS 2 – se banhar anastomose com bile pode causar ÚLCERA DE BOCA ANASTOMÓTICA. **Y DE ROUX – Não causa úlcera. *Se juntar o que restou do estômago com o duodeno vai aumentar a velocidade da passagem do alimento causando a SÍNDROME DE DUMPING. *Quando faz vagotomia denerva a vesícula também – pode ter cálculos daqui alguns anos. *Obs.: bariátrica pode causar hérnia INTERNA. TRATAMENTO CLÍNICO DA ÚLCERA PÉPTICA PERFURADA tem que ter certeza que é tamponada. Se estiver perfurada o tratamento não pode ser clínico -Monitorização hemodinâmica. -Sonda nasogástrica. -Antibioticoterapia de amplo espectro. -Inibidores da bomba de prótons. -Profilaxia para tromboembolismo (principalmente porque é mais comum em idosos). *Pacientes com mais de 70 anos de idade respondem mal ao tratamento clínico. *A mortalidade associada ao quadro perfurativo pode atingir 25%, lembrando que os pacientes idosos são os mais suscetíveis a perfuração. CONTRAINDICAÇÕES AO TRATAMENTO CLÍNICO -Úlceras gástricas perfuradas. -Uso de corticosteroides. -Perfuração livre e peritonite difusa. -Paciente em tratamento antiácido ativo pré-perfuração. -Incerteza diagnóstica. *Rafia de úlcera perfurada: sutura feita em 2 planos, com fio inabsorvível e coloca um pet de epiplon em cima. *Tem que lavar até que a água (soro aquecido) saia bem limpa, não existe uma quantidade adequada, é preciso lavar muito para evitar complicações, presenças de coleções, evolução purulenta. *Sempre observar o aspecto do paciente. *Paciente entrou com quadro de dor abdominal difusa, usuário de drogas, chegou no PS instável, foi feito RX e identificado pneumoperitonio, no CC o paciente tinha conteúdo purulento (mais de 12 horas no início da dor) e não foi lavado o necessário. Depois da cirurgia, evoluiu com náuseas, vômitos, diarreia, subfebril, não aceitou dieta, dor abdominal, DB -, na TC foi encontrado coleção em pelve, foi preciso ser reaberto para lavar e retirar o pus. O paciente não tinha história previa, sem antecedentes, jovens, vai contra todos os quesitos da úlcera péptica perfurada. OBS: Paciente com hérnia que não reduz, portanto, hérnia encarcerada, com cor da pele ligeiramente violácea, que significa que houve estrangulamentoda hérnia. Além disso tinha hérnia inguino-escrotal, é operada pois atrapalha para deambular. Na hérnia inguinal, nenhuma intercorrência, na umbilical tinha uma alça de delgado que ficou dentro do saco herniário, do pertuito inguinal e vasos sangrando. Ao sair da cirurgia, o paciente vomitou sangue e ficou confuso e evoluiu para falência cardíaca e anisocoria sofreu AVC. HDA: sangramento acima de qualquer ponto do ângulo de Treitz. *Se fosse por baixo, seria melena.
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