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BS e JD – Turma XVIII Cirurgia Abdome Agudo Inflamatório Introdução O abdome agudo pode ser dividido em dois, abdome agudo traumático e não traumático, sendo que ambos podem ser casos cirúrgicos ou clínicos. O abdome agudo não traumático é uma síndrome clínica caracterizada por surgimento súbito de dor de forte intensidade não associado a trauma com necessidade de assistência médica clínica/cirúrgica e duração em torno de 6 h, podendo estar associado a outras manifestações locais e ou sistêmicas de gravidade variáveis. Ele pode ser classificado em abdome agudo inflamatório, obstrutivo, perfurativo, hemorrágico, vascular/isquêmico. Abdome agudo inflamatório É uma dor de caráter insidiosa, inicialmente difusa, mal caracterizada (dor protopática) e torna-se localizada com a evolução do quadro (dor epicrítica), ou seja, é uma dor visceral que posteriormente evolui para uma dor parietal. Essa dor também é contínua e progressiva e vai aumentando de intensidade com o decorrer das horas. É importante salientar que a localização da dor, geralmente, sugere o diagnóstico etiológico e quando associado a um quadro álgico pode apresentar sintomas como, náuseas, vômitos, mau estado geral e febre. A febre é um sinal muito importante e frequente neste tipo de abdome agudo. Inicialmente, ela é baixa e eleva-se com a evolução do quadro ou com a presença de complicações. Com o evoluir do quadro pode ocorre parada de eliminação de gases e fezes, consequente ao íleo paralítico secundário à peritonite. A dor abdominal deve ser muito bem elucidada por uma anamnese e um exame físico bem feito, se alcançarmos um diagnóstico, inicia-se um tratamento. Se não, prossegue-se com uma investigação diagnóstica com exames complementares básicos como raio X, hemograma, PRC, ureia, creatinina, eletrólitos, amilase, lipase, Beta-HCG. Assim, com os resultados desse exame for possível realizar o diagnóstico, prossegue-se com o tratamento. Caso não seja possível, deve-se realizar exames complementares de imagem mais específicos, como USG, TC e RM. Por fim, se foi possível alcançar o diagnóstico, inicia-se o tratamento, caso contrário, deve-se partir para uma laparoscopia ou laparotomia, que pode servir como diagnóstico e tratamento. Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) É muito comumente associada a quadros de abdome agudo inflamatória, que consiste em uma temperatura corporal > 38°C ou < 36°C, associado a FC > 90, FR > 20 ou PaCO2 < 32 mmHg. Por fim, nos exames laboratoriais são encontrados leucócitos > 12000 ou < 4000 ou > 10% bastonetes. Sepse Quando ocorre a progressão da SIRS associado a um abdome agudo inflamatório infecciosa apresentamos uma sepse. Ela pode se tornar grave, quando a sepse for associada uma hipoperfusão tecidual ou disfunção orgânica, definidas pelos seguintes critérios: 1. Enchimento capilar > 3s. 2. Débito urinário < 0,5 ml/kg/h. 3. Lactato sérico elevado. 4. Confusão mental. 5. Plaquetas < 100000 ou CIVD. 6. SARA 7. Disfunção cardíaca Esse conceito de sepse grave não é mais utilizado sendo usado apenas sepse e choque séptico. Esse quadro de sepse grave ainda pode progredir e causar um choque séptico, sendo então uma sepse grave associada a uma hipotensão arterial. Apendicite Aguda É uma das principais causas por internação causada por abdome agudo inflamatório. É de extrema importância, porque ainda hoje a apendicite tem sido uma causa de morbimortalidade alta no país. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia A apendicite acomete principalmente crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos, tendo prevalência de 2:1 nos homens, sendo uma condição hereditária prevalente em raça branca e que nos EUA tem apresentado um custo de 1,5 milhões de dólares/anos. Anatomia O apêndice é uma continuidade do ceco que se localiza na confluência das tênias, sendo ligado ao ceco pela válvula de Guerlach, onde ocorre a produção de líquidos que entram e saem do apêndice cecal. Existem três tênias no ceco, a descendente interna, subcecal e a ascendente interna, sendo que a localização do apêndice varia entre elas. 44% descendente interna 26%subcecal 17% ascendente interna 13% retrocecal (sintomas localizados no dorso). Alguns livros abordam que esse é o mais comum, sendo cerca de 60%. Etiologia O apêndice é rico em folículos linfóides em sua camada sub-mucosa, o que explicaria o fato da principal etiologia de apendicite ser decorrente hiperplasia folicular linfóide (65%) que dificulta a drenagem do líquido que preenche o apêndice de retorno para o ceco pela válvula de Guerlach. Outra etiologia possível de apendicite é por fecalitos, em 35% dos casos, ou seja, as fezes que foram para o apêndice vão se petrificando e não conseguem migrar de volta para o ceco. E, por fim, 4% pode ser decorrente de corpos estranhos (parasitas, sementes, bário) e 1% por tumores de ceco, apêndice, tuberculose intestina, e doença de Crohn. Patogenia A patogênese da apendicite consiste de uma obstrução luminal que pode ser mecânica e funcional, impedindo o retorno do líquido intraluminar do apêndice de volta ao ceco acarretando uma obstrução luminal, o que compromete a circulação linfática e venosa. Somado a isso, quando ocorre a obstrução tem aumento da pressão distal devido a secreção mucosa e produção de gás pelas bactérias do lúmen, de forma que esse processo contribui para prejuízo na drenagem venosa. Assim, com essa obstrução linfática e venosa, inicia-se um quadro de inflamação que leva um edema e, posteriormente, a isquemia. Com o comprometimento da circulação arterial, ocorre uma gangrena e perfuração. O apêndice é vulnerável a obstrução devido ao seu pequeno diâmetro luminal em relação ao seu comprimento. O supercrescimento bacteriano dentro do apêndice resulta da estase bacteriana distal à obstrução. Assim, esse crescimento libera um inóculo bacteriano maior nos casos de apendicite perfurada. O tempo desde inicio da obstrução para perfuração é variável e pode levar de horas a dias. A flora dentro apêndice é semelhante à que se encontra no cólon, assim as infecções são considerada polimicrobianas e a cobertura antibiótica devem incluir gram negativos e anaeróbios, sendo as mais comuns Escherichia Coli, Bacteroides fragilis, enterococos e pseudomonas aeruginosa. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia As causas da obstrução luminal são variadas e incluem estase fecal e fecalitos, assim como hiperplasia linfoide, neoplasias, materiais de frutas e vegetais, bário ingerido e parasitas como áscaris. Sobre o tratamento clínico: Alguns estudiosos defendem o tratamento com antibioticoterapia, visto que a principal causa é decorrente da hiperplasia folicular linfóide. Contudo, alguns estudos mais recentes defendem que se o tratamento conservador quando bem sucedido independente do antibiótico, sendo muitas vezes mais eficaz e com drenagem eficiente. Poucos são os lugares que instituíram o tratamento conservador ou clínico para apendicite de causas não mecânicas, sendo ainda hoje mais utilizado videolaparoscopia. Quadro clínico A dor da apendicite tem componente visceral e somático, sendo essa dor causada pela distensão do apêndice e tem uma característica vaga inicial (visceral). No início a dor não se localiza no QID, sendo localizada lá a partir do momento em que a ponta se torna inflamada e irrita o peritônio parietal adjacente (somática) ou no momento em que ocorrer perfuração, resultando em peritonite localizada. A dor normalmente é vaga em região periumbilical ou epigástrica, podendo ser acompanhada de anorexia, náusea com ou sem vômitos, diarreia, constipação intestinal. À medida que a condição progride e a ponta do apêndice se torna inflamada, resultando em irritação peritoneal e localização da dor em QID. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia É importante avaliar também as manifestações atípicas, como no caso de apêndice retroperitoneal,onde ocorre uma forma mais subaguda, com dor no flanco ou lombar, enquanto que os pacientes com a ponta do apêndice na pelve têm dor suprapúbica sugestiva de infecção do trato urinário. Existem também causas de sintomas de obstrução do intestino delgado causada por abcessos interalças múltiplos como consequência de perfuração apendicular desconhecida. Exame Físico Pacientes permanecem imóveis devido a presença de peritonite localizada, que torna o movimento doloroso. Taquicardia e desidratação leve podem estar presentes, em vários graus. A febre pode estar presente, normalmente em baixo grau (< 38.5°C) até elevações mais altas, dependendo da gravidade da resposta inflamatória. O exame abdominal mostra um abdome silencioso com dor e defesa à palpação do QID. A localização da dor é no ponto de McBurney, que se localiza a um terço de distância entre a espinha ilíaca anterossuperior e o umbigo. A dor acompanhada de peritonite localizada é evidenciada pela descompressão dolorosa. Na peritonite difusa, há rigidez da parede abdominal, devida a espasmo involuntário da musculatura abdominal suprajacentee pe fortemente sugestiva de perfuração. Podem ser encontrados outros sinais como o de Rovsing, sinal do obturador, sinal do psoas, lembrando que eles são indicadores de peritonite localizada e não diagnóstico especifico de apendicite, mas ajudam a suportar o diagnóstico se houver suspeita clínica. Podem ser encontrados massa palpável ou dor se a ponta do apêndice estiver localizada na pelve ou se estiver presente um abcesso pélvico. Nas mulheres deve-se excluir doença pélvica, mas a dor com o movimento do colo do útero pode estar presente na apendicite também se houver irritação pélvicos pelo processo inflamatório adjacente. Exames Laboratoriais São usados para suportar a suspeita clínica, mas não provam diagnóstico. Pode ser observado leucocitose com desvio à esquerda, análise de urina pode apresentar esterase leucocitária, piúria. O teste de gravidez é mandatório para mulheres em idade fértil. Pode ser solicitado PCR, apesar da mesma não ser sensível nem especifica para apendicite. Exames de Imagem As radiografias simples são sempre solicitadas para avaliar a dor abdominal aguda, mas não são tão especificas ou sensíveis para apendicite. Mas podem ser observados a presença de fecalito calcificado em QID. Se houver pneumoperitônio deve-se atentar-se para outras causas de perfuração visceral, uma vez que isso não é usual na apendicite. A TC é o mais comum e mais efetivo, com alta sensibilidade e especificidade. É realizado um estudo contrastado endovenoso, podendo demonstrar um apêndice espessado, inflamado, com estriações circundantes indicativas de inflamação. O apêndice tem mais de 7 mm com parede espessada, inflamada e fixação mural ou sinal de alvo. O liquido ou ar periapendicular é altamente sugestivo de apendicite e sugere perfuração. A USG é aplicada na área da dor no QID e a compressão gradual é usada para colapsar o intestino circundante normal e para diminuir a interferência encontrada com o gás intestinal. O apêndice inflamatório fica aumentado, imóvel e não compreensível. A desvantagem desse exame é ser operador dependente, mas é optado em crianças ou gravidas ou casos onde não possa usado a TC. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia A RM é reservada principalmente para gestantes pois não apresenta contraste. Esse é preciso no diagnóstico de apendicite, sendo que os critérios são apêndice > 7 mm, espessamento > 2 mm e presença de inflamação. A desvantagem maior é relacionado ao custo mais elevado, artefatos de movimento, grande dificuldade na interpretação por não radiologistas, que podem ter experiencia limitada e disponibilidade limitada. Fases Evolutivas 1. Fase Inicial: é chamada de fase catarral ou edematosa, tem início cerca de 2 horas após o início dos sintomas. Aqui, observa-se uma redução do retorno venoso e linfático associado a uma proliferação bacteriana – inflamação. 2. Fase flegmonosa ou supurativa: é a progressão da doença quando o diagnóstico não é feito de forma precoce e a enfermidade é tratada. Ela ocorre cerca de 24 horas após o início dos sintomas. Nessa fase, tem-se uma maior proliferação bacteriana, com presença de exsudato mucopurulento e microinfiltrados purulentos na cavidade peritoneal. 3. Fase Gangrenosa: ocorre com 48 horas após o início dos sintomas, se não for tratado ou não corresponder ao tratamento clínico a enfermidade evolui para a perfuração. Tem-se um comprometimento arterial com isquemia, sendo observados microperfurações, lesões ulceradas, proliferação de anaeróbios e formação de fibrina e plastrão. 4. Fase perfurativa: ocorre a perfuração e liberação de líquido purulento para o peritônio. Nesse caso, inicia-se uma peritonite com presença de líquido purulento e formação de abcessos. Se o intestino e o omento conseguirem bloquear será formado um abcesso, caso ao contrário a infecção se alastra e gera peritonite. Classificação Laparoscópica É uma classificação destinada para as fases evolutivas de acordo com a laparoscopia (prova). Grau 0: normal. Fase I: hiperemia e edema. Fase II: exsudato fibrinoso. Fase III: necrose segmentar. Fase IVa: abcesso. Fase IVb: peritonite regional. Fase IVc: necrose da base de apêndice. Fase V: peritonite generalizada. Diagnóstico É um diagnóstico clínico que depende do reconhecimento completo dos sinais e sintomas, contudo, isso é difícil porque apenas 50% apresenta o quadro clínico habitual e, por isso, muitos casos necessitam de complementação por exames. Além disso, esse diagnóstico necessita ser urgente, a fim de evitar complicações, mortalidade entre outras. O principal fator para um bom diagnóstico depende de uma anamnese detalhada, exame físico minucioso, saber entender a combinação dos sintomas, tempo de progresso e identificar de maneira correra a dor em fossa ilíaca direita. Na história clínica, então, deve-se conhecer a dor abdominal, que pode ser epigástrica ou periumbilical em 6 a 12 horas, e evoluir e 12 a 24 horas para quadros de anorexia, náusea, vômitos e febre baixa. (essa parte está diferente no livro). A dor vem antes do vômito, pois esse é reflexo. O paciente pode apresentar também constipação instetinal e paradas de liberação de flatos (íleo paralítico por um quadro inflamatório). Alguns pacientes podem apresentar dor testicular e alguns sintomas urinários como hematúria, urgência, polaciúria, disúria, entre outros. No exame físico encontraremos dor na FID, sinal de Blumberg positivo, peristaltismo em FID, massa palpável em FID, distensão abdominal e sinal de Rovsing positivo. Inspeção podem ter algumas alterações em MMII e pés. Na ausculta ocorre redução dos RHA. Na percussão o mais marcante dor na FID e hipertimpanismo no abdome. Nas mulheres deve ser feito um exame físico ginecológico (toque vaginal) e toque retal Para ajudar o diagnóstico foi criado a escala de Alvarado, que é ultimo em crianças principalmente. Assim, resultados mais próximos de 8 a 10 emitem certeza absoluta de apendicite. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia Nos exames laboratoriais serão encontrados leucocitose (> 12000), que precisam estar associados a uma história de dor abdominal migratória para FID, de forma que nesse caso teremos um valor preditivo positivo para apendicite acima de 90%. É importante entender também que sucessivas coletas de leucograma não aumentam a possibilidade de diagnóstico de apendicite e podem confundir o raciocínio clínico. Dosagem de eletrólitos (Na, K, Cl, Mg), DM tipo 1 (pedir glicemia de jejum), lactato sérico (verifica perfusão vascular), amilase, gasometria, creatinina, ureia, EAS, lipase, gama GT, bilirrubina, TGO, TGP, fosfatase alcalina, Beta-HCG. A rotina radiológica de abdome agudo, consiste na presença de alguns sinais radiológicos como fecalito emFID, escoliose antálgica, alça sentinela (empilhamento de moedas), apagamento da sombra do psoas e nível líquido em FID. É interessante lembrar que esse exame deve estar associado a uma história clínica e apresentar uma escala de alvarado maior que 8. Outro exame que pode ser abordado é a USG onde serão apresentados os seguintes critérios: A USG é um exame de fácil realização, não invasivo, não expõe o paciente à radiação, sendo um exame dinâmico que permite a compressão do local a ser avaliado, observa de certa forma a vascularização local e é relativamente barato. O único ponto importante, é que esse exame depende do operador para sua maior eficácia. A TC é um exame padrão outro para detectar apendicite e deve apresentar os seguintes critérios: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A apendicite deve ser considerada em todos os pacientes com dor abdominal aguda. Nas crianças, além da apendicite, deve-se considerar a presença de adenite mesentérica (frequente após viral), gastroenterite aguda, intussuscepção, diverticulite de Meckel, doença inflamatória intestinal e, em meninos, torsão testicular. A nefrolitíase e infecção do trato urinário pode se manifestar como uma dor em QID. Nas mulheres em idade fértil, o diagnóstico diferencial deve ser feitos com problemas ginecológicos, como ruptura de cistos ovariano, mittelschmerz (dor no meio do ciclo ocorrendo com a ovulação), endometriose, torsão ovariana, gravidez ectópica, DIP. Nos idosos devem ser feito a diferenciação com diverticulite aguda e doença maligna e nos pacientes neutropênicos deve-se procurar tiflite (enterocolite neutropênica). BS e JD – Turma XVIII Cirurgia Apêndice cecal: tumor carcinoide Ceco e Cólon: Ca – doença diverticular Hepatobiliar: colecistite aguda Instetino Delgado: Meckel e Crohn Trato urinário: litíase e pielonefrite Útero/Ovário: torção de ovário e DIP Outros: adenite mesentérica e peritonite primária Tratamento Vídeo-aula: O tratamento não cirúrgico ele diferencia de acordo com o estágio, se temos uma apendicite não perfurada podemos realizar uma antibioticoterapia profilática (cefalosporina de 2° geração) - antibioticoprofilaxia. Agora, se a apendicite estiver complicada deve-se realizar uma antibioticoterapia conforme a cobertura da flora local. O problema de tratamento medicamentoso é que se ele não for funcional e necessitar de operação os riscos serão maiores. 1. Uso profilático: apendicite agida no momento da indicação cirúrgica, inicia-se a primeira dose de cefalosporina EV 6/6 horas por 2 a 4 doses. Nesse caso será realizado a cobertura para germes gram negativos (E. colli) e anaeróbios. 2. Uso terapêutico: quando ocorre já uma complicação realiza-se duas 2 amostras de secreção purulenta, sendo 1 para gram e outra para cultura geral. O esquema então será de 5 a 7 dias podendo usar diversos antibióticos. Além desse tratamento, temos o cirúrgico que consiste na laparoscopia ou laparotomia. Comparando as duas temos: AL - Laparoscopia A cirurgia aberta é melhor para controle de infecção profunda. A escolha depende da experiência do cirurgião. Condições que podem ser encontrada na laparoscopia, diferente de uma apendicite são apêndice não inflamado, doença de crohn, divertículo de Meckel, apendicectomia incidental e mucocele. O livro aborda a preferencia por laparoscopia, pois a mesma permite avaliação de todo o espaço peritoneal, excluindo outras patologias intrabdominais, é mais simples de ser realizada em obesos, alta em poucas horas após a operação. COMPLICAÇÕES Fístula Digestiva Infecção do sítio cirúrgico Abcesso cavitário Deiscência de sutura SIRS Sepse BS e JD – Turma XVIII Cirurgia Fonte: Sabiston O tratamento para apendicite aguda não complicada é a realização de apendicectomia imediata. O paciente deve realizar reanimação hídrica e administração de antibióticos de amplo espectro contra anaeróbios e gram-negativos. Na apendicectomia aberta o paciente é colocado em posição supina, a incisão pode ser obliqua com separação muscular ou transversal ou mediana conservadora. O ceco então é segurado pelas tênias e trazido até a ferida para visualização do apêndice. O mesoapêndice é seccionado e o apêndice é amarrado e seccionado. O coto depois é cauterizado ou invertido com uma técnica em bolsa de tabaco ou em Z. por fim, o abdome é lavado e a ferida é fechada em camadas. Na laparoscopia o paciente é colocado em posição supina, a bexiga é esvaziada e o abdome é acessado na zona do umbigo. São colocados duas portas de trabalho, uma no QIE e na área suprapúbica ou linha média supraumbilical. São usadas pinças atraumáticas para levantar o apêndice e mesoapendice onde ele é seccionado e suturado com endoloops ou por um grampeador endoscópico. O tratamento da apendicite complicada é semelhante ao da não complicada, contudo, tem-se que estar preparado para a necessidade de reanimação mais agressiva nesses casos. Além de ter bastante atenção para a retirada do material infeccioso e fecalitos. Os antibióticos devem continuar por 4 a 7 dias após a operação e alimentação oral pode ser retornada após o retorno dos ruídos intestinais e eliminação de gases. Se houver o paciente desenvolver febre, leucocitose, dor e atraso no retorno da função intestinal, a possibilidade de abcesso pós-operatório deve ser levada em consideração e pode fazer TC para diagnóstico e colocar dreno percutâneo na cavidade do abcesso. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia Colecistite Anatomia A ampola de Vater contém a porção mais distal do colédoco e insere-se na parede do duodeno. O ducto pancreático também se junta à ampola e pode fundir-se com o ducto biliar antes de passar pela parede do duodeno ou dentro da parede do duodeno, ou ter um orifício separado para dentro da ampola. A porção mais inferior do colédoco está envolvida pela cabeça do pâncreas. Superior à porção intrapancreática, o colédoco divide-se nos segmentos retroduodenal e supraduodenal. O ponto de união do ducto cístico estabele o limite anatômico entre o ducto hepático comum (acima) e o ducto biliar comum (ducto colédoco) abaixo. O ducto cístico drena a vesícula biliar, que é dividida em colo, infundíbulo ou bolsa de Hartmann, corpo e fundido. A vesícula reserva cerca de 50 a 60 ml de bile como reserva extra-hepática. É aderida a superfície inferior do fiago e é envolvida por ele, porém algumas podem se fixar no ligamento mesentérico e predispor ao volvo. Mas no geral, ela é fixada no fígado e forma uma depressão na face interna do mesmo, sendo denominada de fossa da vesícula biliar servindo como marco divisório entre lobo esquerdo e direito. O ducto cístico une-se ao biliar em um ângulo agudo em relação ao ducto biliar comum e pode variar de 1 a 5 cm. No colo da vesícula biliar, assim como no cístico, encontram-se dobras da mucosa em formato espiral denominadas de válvula de Heister, que tem objetivo de impedir que os cálculos biliares entrem no ducto biliar comum, apesar da distensão e da pressão intraluminal. A bolsa de Hartmann pode ocultar o ducto hepático comum ou hepático direto, expondo essas estruturas a risco quando realizada a colecistectomia. Acima do cístico se encontra o ducto hepático comum, drenando o sistema de ductos hepáticos esquerdo e direito. A confluência dessas estruturas ocorre na placa hilar que é uma extensão da cápsula de Glisson. A ausência de estruturas vasculares sobre os ductos biliares nesse local possibilita a exposição da bifurcação por meio da incisão dessa superfície na base do segmento IV, afastando o fígado dessas estruturas, procedimento conhecido como rebaixamento da placa hilar, que geralmente é utilizado para expor as vias biliares extra-hepáticas proximais visando a sua ressecção ou reconstrução. Etiologia Ela se divide basicamente em duas: colecistolitíase(90 a 95%) e aguda acalculosa (5 a 10%). Alguns fatores de risco devem ser levados em contas, como a colecistite alitiásica em pacientes com AIDS, ou em uso de imunossupressores, DRC, hepatopatias, entre outros, apresentam grandes chances de complicação. Algumas drogas podem estar associada. Colecistite Aguda É a segunda etiologia mais comum no âmbito cirúrgico do AA inflamatório. A colecistite aguda pode ser litiásica, a forma mais comum, associada à litíase biliar, ou alitiásica. ➔ Litíase biliar, colelitíase ou Colecistolitíase: 90-95% da etiologia. 5-10% dos casos vão ser de colecistite aguda acalculosa ou alitiásica. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia O ponto cístico, onde temos o sinal de Murphy positivo -> compressão sobre a vesícula biliar. O sinal de Murphy é a parada da inspiração durante a palpação profunda do HD sobre o ponto cístico. Os fatores de risco que merecem atenção é a colecistite alitiásica associada ao paciente imunodeprimido, portador de AIDS, em uso de imunossupressores, portador de IRC dialítica, hepatopatas, uma vez que eles têm grande chance de complicação. Também há facilidade maior em desenvolver uma colecistite aguda alitiásica em casos de pacientes internado em uso de alimentação por sonda, usuários de drogas como hormônios, progesterona, estrogênio. A litíase biliar é mais comum em pacientes do sexo feminino, acima de 40 anos, com pelo menos um filho e com ganho de peso. São os 4 F = Fat, Fair, Female, Fertile, Forty. Ainda, na gravidez, há um retardo do esvaziamento de bile, pela sua compressão, podendo haver a formação da colecistite aguda, sendo a colecistite na gravidez a segunda causa mais comum de AA. Na grande maioria das cirurgias, a operação é da colecistite crônica litiásica assintomática, tendo diagnóstico de colecistite crônica associada à litíase biliar, se inicia com uma colecistite aguda. Assim, a repetição dos quadros de colecistite agudam leva a cronificação, tendo como evento final a colecistite crônica. Um dos sintomas é a cólica biliar. Fisiopatologia Se dá pela obstrução do ducto cístico -> dificulta a passagem e drenagem da bile da vesícula biliar para a via biliar extra hepática. Essa obstrução pode ser mecânica, pela presença de um cálculo no infundíbulo (parte final) do ducto cístico, ou então pelo espessamento da bile e uma compressão extrínseca, fazendo com que haja aumento da pressão intra vesicular, deixando a bile presa na vesícula. Dependendo da causa, pode-se desenvolver a cólica biliar. O mecanismo fisiopatológico mais comum é o bloqueio do canal cístico, que quando ocorre por causa de cálculo obstrutivo, sendo diagnostico de colecistite aguda calculosa. A diferenciação entre cólica biliar e colecistite aguda é o bloqueio não resolvido do ducto cístico. Na cólica biliar, a obstrução é temporária e autolimitada e já na colecistite aguda, a obstrução não se resolve, surgindo inflamação, com edema e hemorragia subserosa. A infecção da bile é um fenômeno secundário, sendo que o primário é a obstrução não resolvida do ducto cístico. Sem a resolução da obstrução, a vesícula evolui para isquemia e necrose. A colecistite aguda pode tornar-se uma colecistite gangrenosa aguda e, quando complicada por infecção com organismos de formação gasosa, constitui colecistite enfisematosa aguda. ESTÁGIOS 1- Colecistite aguda edematosa, fase inicial, que dura 2 a 4 dias após início dos sintomas álgicos. Aqui temos fluido intersticial com dilatação capilar e linfática, parede edemaciada, histologia com edema na subserosa. 2- Colecistite Necrotizante, que é a persistência dos sintomas ou seu não tratamento, de 3 a 5 dias após início dos sintomas álgicos. Temos presença de edema, áreas de hemorragia com necrose, obstrução do fluxo sanguíneo, na histologia temos trombose e oclusão vascular. 3- Colecistite supurativa, a continua progressão da doença, seja ela litiásica ou alitiásica, 7 a 10 dias após início de sintomas, sem que haja tratamento. Teremos presença de leucócitos, áreas de necrose e supuração com presença de pus. A vesícula já está grossa por causa da fibrose. Na histologia temos presença de abscessos intramurais. 4- Colecistite crônica, ocorre após vários episódios de colecistite, há atrofia de mucosa e fibrose da parede. O paciente pode melhorar do processo agudo pela própria desobstrução da passagem da bile e vai tendo crises de repetição até que ele consegue ser operado, mas já em estado crônico. FORMAS ESPECÍFICAS - Colecistite Acalculosa, 5 – 10% dos casos BS e JD – Turma XVIII Cirurgia - Colecistite Xantulogranulomatosa - Colecistite Enfisematosa, formação de gases entre a parede da vesícula e a borda hepática, o que é possível observar pelo RX de abdome. Os gases são produzidos por bactérias anaeróbias, sendo um caso grave de colecistite - Torção da vesícula biliar Quadro Clínico É uma dor abdominal epigástrica ou em hipocôndrio direito, com duração superior a 4-6 horas, que requer atenção médica, seja ela clinica ou cirúrgica. Pode haver irradiação para o dorso, ombro direito, ser acompanhada por náuseas, vômitos e febre. Há dificuldade na palpação do HD pelo paciente, a vesícula pode estar palpável (Murphy positivo, com especificidade de 79-92%). Icterícia pode estar presente e, 20% dos pacientes, ela acontece pela dificuldade da bile passar pela via biliar extra hepática em direção ao duodeno, onde se encontra o ducto de Vater. Laboratório pode mostrar leucocitose discreta, com discreta elevação das enzimas transaminases TGO/TGP, isso pela proximidade do fígado com a vesícula. Pode ainda haver discreta elevação de bilirrubina, fosfatase alcalina e amilase. Fonte: Sabiston As modificações inflamatórias na parede da vesícula produzem febre, dor no QSD, dificuldade na inspiração (sinal de Murphy), dor com leve pressão abaixo da margem costal direita. O sinal de Murphy diferencia a colecistite aguda da cólica biliar. Se presença de icterícia intensa deve-se suspeitar de uma colangite, com obstrução do colédoco ou síndrome de Mirizzi, na qual uma inflamação ou cálculo no colo da vesícula levam o problema para todo o sistema biliar, com obstrução do ducto hepático comum. O diagnóstico laboratorial pode ser confirmado pela presença de fosfatase alcalina, bilirrubina, transaminase elevadas moderadamente e leucocitose. Diagnóstico CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS São os critérios de Tokyo, dividido em três sinais: ▪ A: Sinais de inflamação local – pesquisa por dor, com sinal de Murphy; presença de massa, dor à palpação no QSD e maior sensibilidade no exame físico. ▪ B: Sinais sistêmicos de inflamação – febre, PCR elevado e leucocitose ▪ C: Achados da imagem, melhor exame é o USG de abdome, limitado quando paciente se alimentou, pois isso pode gerar contração da vesícula. Os achados de imagem são: Sinal de Murphy ecográfico (paciente se queija de dor durante a passagem do material da USG); espessamento da parede vesícula > 4 mm; distensão vesicular > 8 mm no maior diâmetro ou > 4mm no menor diâmetro; cálculo impactado; coleção pericolecística; sinal do aro (aumento de radioatividade ao redor da fossa vesicular); edema da parede vesicular. Se houver dilatação das vias biliares deve-se suspeitar de obstrução então pesquisa-se uma colangioressonância. A presença de um sinal A+B, associado à clínica compatível, teremos suspeita de colecistite aguda, confirmação que é feita por um exame de imagem, sendo assim, diagnóstico definitivo: um item A+ um item B+ C. Será litiásica se eu conseguir ver o cálculo nos exames de imagem e alitiásica se não. Após confirmação de diagnóstico, eu defino a gravidade: 1- Leve, Grau I – não há presença de disfunção orgânica; permite colecistectomia segura e com baixo risco de complicações 2- Moderada, Grau II – Se disfunção orgânica, mas com achados que denotam dificuldade para realização de colecistectomia. Critério:Leucocitose > 18.000; Massa palpável em QSD; sintomas > 72 horas; inflamação local marcante, com peritonite biliar, abscesso pericolecístico, abscesso hepático, colecistite gangrenosa, colecistite enfisematosa. Aqui, de qualquer forma, a cirurgia deve ser feita o mais rápido possível. 3- Grave, Grau III – associação com disfunção orgânica, sendo essencial fazer uma relação entre risco e benefício, pelo aumento da morbimortalidade em razão da disfunção orgânica. Além disso é importante diferenciar se a disfunção está relacionada ou não à colecistite. A partir disso analiso se é melhor esperar a melhora do paciente ou fazer a cirurgia. São disfunções: - Cardíaca: hipotensão que exige uso de drogas vasoativas, DOPA ou DOBUTA BS e JD – Turma XVIII Cirurgia - Neurológica, RNC - Respiratório pO2/FiO2 < 300 - Renal: oligúria, Cr > 2 - Hepática, INR > 1,5 - Hematológicas, plaquetas < 100.000 (plaquetopenia) Prognóstico Mortalidade de 0-10%, o que depende das condições do paciente como idade, presença de comorbidades, estágio evolutivo da doença, bem como a resposta do paciente ao meu tratamento. A mortalidade na colecistite aguda pós operatória e na alitiásica é de 23-40%. As chances de recorrência após tratamento conservador é de 2,5 a 22%. Possíveis complicações: perfuração; peritonite biliar; abscesso pericolecístico; fístula biliar; SIRS; sepse. Tratamento O QUE O PROFESSOR DISSE QUE FAZ -> Independente da fase, faz-se o tratamento cirúrgico o mais breve possível, na alitiásica com falha de tratamento clínico analgésico. Nas formas graves, muitas vezes faz-se apenas a drenagem, espera paciente estabilizar e faz cirurgia. Usar antibióticos para gram negativa e positiva, quinolona, cefalosporina 1°, penicilina e inibidor beta lactâmico. Deve-se realizar o mais precoce possível a operação, contudo, antigamente, falava-se em tratar clinicamente e operar em cerca de dois meses. Das complicações possíveis: - Síndrome de Mirizzi: obstrução do ducto hepático comum por cálculo impactado no infundíbulo. Essa consequência pode evoluir para uma ulceração, fazendo uma comunicação entre a vesícula biliar com o ducto colédoco, formando uma fístula biliar. Em outras situações, posso ter uma migração do intestino delgado no intuito de bloquear essa infecção, fazendo adesão do intestino com a vesícula, fazendo uma ulceração por compressão -> migração do cálculo da vesícula para o intestino delgado, que vai se impactar da valva íleo cecal, iniciando um quadro de abdome agudo obstrutivo, por íleo biliar. Assim, quando paciente apresentar íleo biliar é necessário procurar por essas alterações. - Íleo Biliar - CA vesícula - Fístula biliar - Colecistite enfisematosa por bactérias anaeróbias que formas gás CIRURGIA -> colecistectómica precoce, um método seguro de escolha, com bom custo efetivo e rápido retorno às atividades de vida diária. O momento ideal para indicação é logo após a admissão hospitalar, uma vez que vai ter menos perda de sangue, menos tempo operatório, menor taxa de complicações, menor tempo de internação e menor custo. A preferência é pelo método vídeo laparoscopia ao invés do convencional, exceto em casos onde não há devida identificação das vias biliares. A preferencia pela VL é devido: menor custo, menor tempo de hospitalização, recuperação mais rápida, o que por voltar mais precocemente as suas atividades, compensa o investimento (eu entendi que a VL é mais cara). Aqui, a VL é superior a aberta. O QUE MANDA O GUIA DE TOKYO -> Já o guideline de Tokyo indica de acordo com o quadro: BS e JD – Turma XVIII Cirurgia Tratamento de escolha: ▪ GRAU I – CVL precocemente ▪ GRAU II – colecistectomia precoce. Se inflamação grave (>72h, parede>8mm; leucocitose>18.000). fazer drenagem percutânea ou cirúrgica ▪ GRAU III – Drenagem seguida de colecistectomia RECOMENDAÇÃO DA ATB (antibiótico terapia) ▪ GRAU I – cobertura para germes gram negativos ▪ GARU II E III – a medida que se intensifica a gravidade eu amplio o espectro. Lembrar que a presença de gás ou tipo enfisematosa, isso indica bactérias anaeróbias, sendo necessária cobertura para esse tipo. A ATB deve ser associada, claro, ao tratamento cirúrgico, a fim de haver resolução completa. DRENAGEM DA VESÍCULA Pode ser feita transhepática percutaanea, colocando-se um catéter na vesícula biliar, faço punção e esvazio a vesícula, com posterior abordagem cirúrgica. Recomenda-se a aberta quando não consegue fazer o pneumoperitôneo, não sendo bom para pacientes com comorbidades, e que não toleram o pneumoperitôneo e no SUS que não tem acesso a VL. Quanto tempo após a drenagem devo fazer laaroscopia? O mais precoce possivel, ainda durante a internação do paciente, assim que houver melhora da iinflamação, o que reduz o risco cirúrgico. Ainda são necessários estudos. Fonte: Sabiston A colecistectomia seja aberta ou laparoscopica, é o tratamento de escolha para colecistite aguda. Atualmente, estudos demonstram que pode realizar a cirurgia por via laparoscópica na fase inicial do processo (1° semana), apresnetnaod morbimortalidade internação igual ou superior a uma colecistectomia aberta.2 Apesar disso a terapia não cirúrgica ainda é uma opção viável para pacientes que apresentam uma fase de evolução demorada e deve ser decidida individualmente. BS e JD – Turma XVIII Cirurgia No tratamento, suspende a ingesta oral dos pacientes e inicia-se a reposição hídrica intravenosa e a antibioticoterapia parenterais. Utiliza-se antibioticos de amploespecto devido a presença de gram -, gram +, anaeróbios e aeróbios. Pode ser usado também sedação com opiáceos para controle da dor. Como o processo inflamatório ocorre na porta hepática, a conversão precoce para colecistectomia aberta deve ser considerada quando a delineação da anatomia não está clara ou quando a intervenção cirurgica não pode ser feita via laparoscópica. No caso de inflamação substancial, uma colecistectomia parcial, cortando a vescícula transversalmente no infundíbulo com cauterização da mucosa remanescente (técnica de Thorek), é aceitável para evitar lesão do colédoco. Alguns pacientes apresentam colecistite aguda, mas têm risco cirúrgico proibitivo. Para esses pacientes, a drenagem percutânea da vesícula deve ser considerada. Frequentemente realizada sob orientação de USG sob efeito de anestesia local com alguma sedação, este tipo de procedimento pode funcionar como uma medida comtemporizadora drenando a bile infectada. A drenagem percutânea possibilita melhora nos sintomas e da fisiologia, autorizando a postergação da colicestectomia para 3 a 6 meses, mas sob observação médica. Em pacientes com drenos de colecistostomia, quando a fluoroscopia mostra um ducto cístico patente, o dreno de colecistostomia pode ser removido e a decisão para colecistectomia ser determinada pela capacidade do paciente de tolerar intervenção cirúrgica. O dreno mais usado é o dreno de Kehr.
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