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01 Embargos a Execução de Título Extrajudicial

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Embargos à Execução de Título Extrajudicial 
 
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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. SEGUNDA VARA CÍVEL 
DA COMARCA DE CANOAS ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMBARGOS A EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. 
DISTRIBUIÇÃO, EM APENSO, AO PROCESSO Nº 5006860-82.2019.8.21.0008. 
02ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CANOAS/RS. 
COM PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. 
 
 
 
 
Embargos à Execução de Título Extrajudicial e 
Tutela Antecipada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V.A. GÖETTERT & CIA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número 
87.438.719/0001-97, com sede à Rua Tiradentes, 290, Centro, Canoas/RS, CEP: 92010-260 e VALTER 
ANTONIO GÖETTERT, brasileiro, divorciado, empresário, inscrito no CPF sob o nº 181.555.100-34, 
residente e domiciliado à Rua Irmão Fernando Anatoli, número 206, Marechal Rondon, Canoas/RS, 
CEP:92020-140, ambos, qualificados, vêm, por intermédio de seu advogado, conforme instrumento 
de mandato incluso, a presença de VOSSA EXCELÊNCIA, respeitosamente e com a devida vênia, 
ajuizar os competentes e formais 
 
EMBARGOS A EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL C/C TUTELA ANTECIPADA 
 
em face do BANCO DO BRASIL S/A., sociedade de economia mista, inscrita no Cadastro Nacional de 
Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda sob o nº 00.000.000/0001-91, sediada no Setor de 
Autarquias Norte, Quadra 05, Lote B, Torre I, 8º andar, Edifício Banco do Brasil, em Brasília, Distrito 
Federal, endereço eletrônico: cenopserv.oficios@bb.com.br pessoa jurídica de direito privado, 
devidamente, inscrita no CNPJ de número, o que o faz nos seguintes termos e fundamentos 
jurídicos, a seguir declinados: 
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Preliminarmente! 
 
DA PREVENÇÃO JUDICIAL! 
 
 
EXCELÊNCIA, as executadas tempestivamente propõe os competentes Embargos à Execução que 
deverão ser distribuídos de forma conexa a esta execução de título extrajudicial. 
 
EXCELÊNCIA, como podemos bem depreender das informações e documentos juntados, foi 
proposto preteritamente pela Exequente, uma AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL que 
visa exigir a validade de cláusulas contratuais flagrantemente abusivas e em desacordo com as 
disposições de proteção ao código de defesa do consumidor. 
 
Importante destacar que os inúmeros aditivos somente foram assinados pelas executadas como 
forma de tentar cobrir o buraco provocado em sua conta corrente face as anomalias registradas 
quando da utilização do seu limite de cheque especial. 
 
Como restará evidenciado nestes autos processuais, após incontáveis anos de pagamentos de juros 
abusivos, as DEVEDORAS restaram impossibilitadas, verdadeiramente, de cumprirem com os seus 
inúmeros contratos aditivos que firmou com a Instituição Embargada. 
 
Ameaçadas de protestos e inscrições em bancos de registros negativos, diante da absurda e leonina 
dívida bancária que mês a mês se agigantava, apesar dos “religiosos” e periódicos pagamentos 
mensais, as devedoras se viram compelida a assinar um CONTRATO DE RENEGOCIAÇÃO, referente 
à repactuação global do contrato de abertura de conta corrente e limite de cheque especial e 
outros aditivos contratuais, onde, na época, inclusive, se acresceu neste instrumento de confissão 
outros tantos juros leoninos para fins de possibilitar o pagamento através da forma diferida. 
 
EXCELÊNCIA, COMO VEREMOS, ESTA RENEGOCIAÇÃO CERTAMENTE TAMBÉM ESTÁ DOTADA DE 
INÚMERAS NULIDADES E ABUSIVIDADES JURÍDICAS QUE, INCLUSIVE, SERÃO OBJETOS DE ANÁLISE 
POR ESTE DOUTO JUÍZO CÍVEL. 
 
Em face das dificuldades financeiras enfrentadas pelas Embargantes e, principalmente, diante da 
intransigência da Instituição Creditícia que jamais possibilitou uma negociação justa, equilibrada, de 
forma a facilitar o pagamento adequado da Embargante e a consequente quitação de sua dívida 
civil, é que hoje buscamos a intervenção deste ilustre e justo PODER JUDICIÁRIO com o fito precípuo 
de reivindicar o dirigismo estatal, o reequilíbrio contratual, infelizmente, viciado pelas inúmeras 
anomalias jurídicas impostas pela Instituição Embargada que tomou a Embargante como refém. 
Infelizmente, face vigência de abusivas cláusulas leoninas, fixadas unilateralmente pela Instituição 
de Crédito, embora periódicos e incontáveis pagamentos mensais, a dívida só fez aumentar. 
 
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Pois abalroado por esta realidade triste, embora todos os esforços pessoais no sentido de cumprir 
com suas obrigações civis ainda que leoninas impostas pela Embargada, os Embargantes declaram-
se ‘cansados’ de tanto pagar e na mesma proporção ver sua dívida crescer. 
 
Assim, não tendo a quem mais recorrer, os Embargantes, hoje, se socorrem do PODER JUDICIÁRIO 
como a clamar por uma intervenção justa e adequada no caso concreto. 
 
 
Pagar o que é justo e por lei! 
 
Desejam os Embargantes uma intervenção judicial com o fito precípuo de reequilibrar a balança 
e PAGAR sim aquilo que por DIREITO e JUSTIÇA lhe for imposto. 
Os Embargantes são pessoas sérias, probas e honradas e não estão acostumados a militar perante 
os bancos judiciais. 
 
Infelizmente, neste caso em específico, frente o absurdo a que chegou a dívida civil, reconhecendo 
humildemente não haver viabilidade de se pagar esta importância absurda e ilegal, eivada de 
nulidades, se socorrem do JUDICIÁRIO para fins de buscar uma decisão de reequilíbrio ou quem 
sabe – em um ato de bom senso da Instituição Embargada – realizar um ACORDO razoável e justo 
que possa verdadeiramente fazer preponderar o bom senso. 
 
Se conseguirmos realizar um estudo acerca do todo montante que a empresa Embargante já pagou 
a Instituição Creditícia em busca da tentativa estéril de quitar o seu limite de cheque especial, 
afastando-se todas as anomalias jurídicas constantes nestes Instrumentos Comuns, fazendo 
preponderar apenas os limites legais, permitidos por norma, certamente, chegaríamos à conclusão 
de que a Embargante, talvez, já tenha quitado a dívida civil junto a Instituição de Crédito. 
 
É com este animus que a empresa Embargante visa IMPUGNAR a presente EXECUÇÃO e buscar 
revisar a presente conta corrente como forma de entregar a Instituição de Crédito aquilo que de 
fato foi usado/tomado a título de empréstimo e, agora, deve ser devolvido sem, contudo, os 
acréscimos abusivos, leoninos que só fomentaram a dívida civil de forma exorbitante, 
impossibilitando esta Embargante de honrar seus compromissos. 
 
Infelizmente, o Embargante foi vítima de uma crise financeira tremenda decorrente da grande 
inadimplência comercial de seu negócio, bem como a perda de parceiros de trabalho que 
comprometeram decisivamente suas finanças. Desde então, a Embargante luta a duras penas pela 
defesa de seus nomes e pela honra de cumprirem com aquilo que se comprometeram a adimplir. 
 
No caso em questão, o Embargante, desde logo, afirma que garantira a Instituição Credora, 
certamente, o valor do empréstimo tomado e seus acessórios legais, não podendo, contudo, em 
situação de penúria financeira, anuir com estas anomalias jurídicas contratuais que só fazem 
aumentar a sua dívida civil, desconsiderando todos os prontos pagamentos já efetuados por elas. 
 
CLAMAMOS POR INTERVENÇÃO JUDICIAL IMEDIATA E CONSEQUENTE PROCEDÊNCIA DESTES 
EMBARGOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
- O CONTROLE DAS TAXAS DE JUROS BANCÁRIOS PELO PODER JUDICIÁRIO - 
 
EXCELÊNCIA, enquanto a atenção da mídia está, não sem razão, voltada para os juros pagos pelo 
Governo Federal (a Taxa SELIC, atualmente em 17,75% ao ano), os encargos cobrados dos 
consumidores pelas instituições financeiras parecem passar despercebidos. 
 
Não se vê empenho efetivo em baixar essas taxas, que são muito maiores do que as pagas pelo 
Governo Federal. Aliás, as taxas de juros praticadas no Brasil estão entreas mais elevadas do 
mundo. 
Círculo vicioso 
 
Para se ter uma ideia, os juros e encargos bancários hoje são sinônimos de abusividade e afronta 
ao bom senso. Esta infeliz realidade gera um grande número de ações judiciais, exatamente porque 
juros elevados oneram demasiadamente o tomador do empréstimo, de sorte que sua renda ou a 
receita de sua atividade não consegue fazer frente aos juros cobrados, criando, assim, um círculo 
vicioso, pois quanto maior o índice de inadimplência, maior os juros cobrados, e, quanto maior a 
taxa de juros, maior a inadimplência. 
 
Infelizmente os Poderes: Executivo e Legislativo não adotam medidas práticas e efetivas para trazer 
a taxa de juros cobrada da população a um percentual aceitável e para conter o excessivo lucro do 
sistema financeiro. Não estamos olvidando a existência de um ou outro programa de microcrédito, 
em que as taxas cobradas são reduzidas, visto que são linhas de financiamento mais voltadas para 
o assistencialismo que propriamente como via alternativa ao mercado de crédito. 
 
Ao consumidor que se sentir lesado, resta apenas alternativa de buscar amparo no Poder 
Judiciário, em que poderá frear a cobrança dos juros abusivos. 
 
Há pouco menos de um ano, o Superior Tribunal de Justiça decidiu ser possível e legítimo o Poder 
Judiciário verificar “em cada caso, o abuso alegado por parte da instituição financeira”; o 
que, em outras palavras, permite ao consumidor insurgir-se contra a cobrança de juros abusivos. 
 
Ao permitir a verificação, em cada caso, da abusividade dos juros, o egrégio SUPERIOR TRIBUNAL 
DE JUSTIÇA demonstra evidente sinal de que a surrada tese defendida pelas instituições financeiras 
de que gozariam de direito à cobrança de juros ilimitados está ultrapassada. E não há de ser 
diferente, porque, segundo a Lei Federal 8.884/94, o aumento arbitrário dos lucros constitui 
infração da ordem econômica, independentemente de culpa. 
 
O Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, estabelece em seu artigo 4º que a Política Nacional 
das Relações de Consumo tem por objetivo, entre outros, a proteção dos interesses econômicos dos 
consumidores; a transparência, a boa-fé, a harmonia e o equilíbrio das relações entre fornecedor e 
consumidor, assim como visa a proibir e reprimir a eficientemente todos os abusos praticados no 
mercado de consumo. 
 
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Por isso, veda expressamente o fornecedor de exigir do consumidor vantagem manifestamente 
excessiva e reputa ilegais as cláusulas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em 
desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a boa-fé e a equidade. 
 
Dentre estes princípios legais, é fácil verificar que a cobrança de juros pelas instituições financeiras 
não escapa ao controle do Poder Judiciário, nem está imune à imposição de limites, sendo que este 
haverá de ser fixado sempre que se verifique a incidência de juros abusivos, caso a caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo comprovado de Abuso 
Para se ter uma ideia dos abusos praticados, recentemente, tivemos a oportunidade de presenciar 
um caso amplamente divulgado pela Revista Época (edição: 04/2008) de uma dívida que era de 
pouco mais de R$ 1.600,00 e que, em 13 meses, saltou para R$3.800,00, ou seja, aumentou em 
137%, o que equivale a uma taxa mensal de 10,5% ao mês, isso em pleno ano de 2007. 
 
Importante frisar que, no ano de 2007, conforme dados do Banco Central do Brasil 
(www.bacen.gov.br) a Caderneta de Poupança – fonte primária de captação de recursos para 
financiamentos – apresentou rendimento extremamente inferior aos juros cobrados pelos bancos, 
não ultrapassando a 9% (nove por cento) ao ano, aí incluídos os juros de 6% ao ano mais a correção 
monetária. 
 
 
Questiona-se 
 
Ora, como, então, negar que a cobrança de juros na ordem de 8%, 9% ou 10% ao 
mês não seria iníqua ou abusiva, se a remuneração da poupança não passou neste 
período de 9% ao ano, ou apenas 0,75% ao mês? 
 
É evidente que o custo do empréstimo não está resumido à taxa paga ao investidor e nem 
pretendemos aqui demonstrar a taxa de juros ideal. Entretanto, um fato revela-se notório: as taxas 
de juros são abusivas. 
 
Hoje, a tese de que as Instituições Financeiras não estão submetidas ao Código de Defesa do 
Consumidor não mais procede, tendo em vista que os Tribunais há algum tempo consolidaram o 
entendimento de que “tratando-se de empréstimo tomado por consumidor final, a operação 
creditícia realizada pelo banco submete-se às disposições do Código de Defesa do 
Consumidor, na qualidade de prestador de serviços especialmente contemplado no art. 3º, 
§ 2º, do citado diploma legal.” 
 
Igualmente improcedente é a tese sustentada de que o Código de Defesa do Consumidor não 
poderia ser aplicado aos bancos, por suposta violação de seu artigo 1924, como se fez com o 
ajuizamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 25915, pela CONFEDERAÇÃO NACIONAL 
DO SISTEMA FINANCEIRO – CONSIF, questionando a aplicação do Código de Proteção do 
Consumidor às atividades de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária. 
 
http://www.bacen.gov.br/
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Isso porque o artigo 192, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003, manteve 
patente que a lei complementar nela referida terá por finalidade organizar o sistema financeiro, 
traçando regras que deem solidez ao sistema financeiro interno, delineando atividades permitidas 
às instituições autorizadas a operar como bancos, estabelecer critérios para aquisições e 
investimentos mais relevantes de um banco; traçar normas que limitem a formação de ramificações 
corporativas capazes de expor o banco a riscos indevidos; fixar requisitos mínimos de adequação de 
capital, de controle de riscos. 
 
A organização do sistema financeiro, contudo, além de adequar-se aos Princípios Essenciais do 
Direito, não pode deixar de atender ao seu maior primado: “promover o desenvolvimento 
equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade”, expressão já constante no caput do 
artigo 192 da Constituição Federal, e mantida pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003. 
 
 
Sistema Financeiro Saudável 
 
Portanto, a lei complementar é destinada a garantir um sistema financeiro saudável, buscando 
promover o desenvolvimento equilibrado do País servindo a coletividade e, consequentemente, não 
permitindo o crescimento dos bancos à custa de encargos financeiros abusivos. Esta é, portanto, 
a finalidade da norma, fato que não pode ser esquecido pelo julgador ao aplicar a lei. 
 
Ademais, o artigo 5º, inciso, XXXII, da Constituição Federal, delega para lei ordinária a proteção 
do consumidor frente a todo e qualquer fornecedor e sem nenhuma ressalva. Por que, então, 
somente as instituições financeiras e afins seriam agraciadas com uma legislação especial a regular 
seu relacionamento com os respectivos clientes? Que fator justificaria a existência de um sistema 
contratual exclusivo para as instituições financeiras, a ponto de não violar o princípio da isonomia? 
 
Ora, em que pese ser relativo o conceito de clareza, conforme adverte Carlos Maximiliano, bem 
como ser de reservada ou pouca utilidade o aforismo interpretatio cessat in claris, não nos cabe 
divagar ao definir o alcance do artigo 192 da Constituição Federal, pois é absolutamente explícito 
seu sentido. Se o referido dispositivo legal esta a tratar de autorização, estruturação e 
funcionamento do sistema financeiro, porque haveríamos de enxergar aí limitação à proteção e 
defesa do consumidor por meio de lei ordinária? 
 
Efetivamente tal limitação não há, pois cumpri a lei complementar traçar normas de consentimento 
para funcionamento de bancos, fixar critérios de organização. Não há, portanto, limitação 
constitucional nenhuma para aplicação do chamado Código de Defesa do Consumidor e seus 
princípios aos contratos bancários, até porque é a própria ConstituiçãoFederal que estabelece em 
uma de suas cláusulas pétreas que a defesa do consumidor se dará por lei ordinária e cujo escopo é 
o de assegurar o equilíbrio das relações jurídicas da coletividade. 
 
As referidas normas, portanto, completam-se. Daí por que ter o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 
em outra recente decisão, acolhido o pedido de um consumidor de Minas Gerais e determinado ao 
banco não só lhe devolver os valores cobrados a maior, como também que estes valores fossem 
atualizados monetariamente pelas mesmas taxas cobradas pelo banco, buscando manter o 
equilíbrio da relação jurídica. 
 
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Neste julgamento, a decisão do STJ assentou que “O montante do indébito a ser restituído deverá 
ser composto não apenas pelo valor cobrado indevidamente (principal), mas também por 
encargos que venham a remunerar o indébito à mesma taxa praticada pela instituição 
financeira no empréstimo pactuado (acessório). Se, em contrato de cheque especial pactuado 
à taxa de 11% ao mês, a instituição financeira cobrou valor de seu correntista indevidamente, 
deverá restituí-lo acrescido da mesma taxa, isto é, 11% ao mês.” 
 
Enfim, a cobrança de juros exagerados praticada pelas instituições financeiras é matéria claramente 
sujeita ao controle do Poder Judiciário, o que autoriza todo mutuário que se sentir lesado ou que 
esteja pagando juros exorbitantes pedir judicialmente a revisão judicial do seu débito ou até mesmo 
a devolução do que tiver sido pago a maior. 
Pois, fulcrados nestes PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA é que clamamos pela tutela do PODER JUDICIÁRIO. 
 
 
 
 
 
DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
- SUA APLICABILIDADE E DECLARAÇÃO DE OFÍCIO DAS NULIDADES - 
 
EXCELÊNCIA, as regras atinentes à proteção contratual contidas no Código de Defesa do 
Consumidor são indubitavelmente aplicáveis a todos os contratos bancários, como se depreende 
da leitura do § 2° do artigo 3° deste citado Diploma Protetivo do Consumidor. 
 
Eis o citado artigo: 
 
§ 2° - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Quanto a Embargante, data máxima vênia, não há dúvida que esta exerce uma atividade 
remunerada. 
 
Os recursos que capta para serem utilizados na concessão de mútuos, financiamentos da compra 
de bens e arrendamento mercantil, etc., retornam ao seu patrimônio, devidamente, acrescidos da 
remuneração que entende conveniente, o que – data vênia – caracteriza essas atividades como de 
crédito. 
 
O contrato posto a exame se enquadra, inequivocamente, nesta categoria (Contrato Particular de 
Confissão de Dívida, Composição de Dívida, Forma de Pagamento e Outras Avenças). 
 
Ora, EXCELÊNCIA, como sabemos, dispõe o artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, em seu 
inciso IV, que são nulas de pleno direito as cláusulas que "estabeleçam obrigações consideradas 
iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam 
incompatíveis com a boa-fé ou a equidade". 
 
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Segue o § 1°, inciso III, do mesmo dispositivo que se presume exagerada a vantagem que "se 
mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e 
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso." 
 
*Importante! 
 
Cabe atentar que da boa exegese deste dispositivo, a tutela pretendida incide sobre o próprio objeto 
do negócio jurídico, como indica a referência à excessiva onerosidade, já no momento da celebração 
do pacto. Ou seja, declarada a nulidade da estipulação, o vício contamina a própria 
quitação fornecida pelo consumidor, em momento posterior, assim como todos os 
negócios jurídicos que se seguirem e que tenham por objeto a repactuação ou novação da 
dívida. 
 
No contrato sob exame, a taxa de juros utilizada sempre foi em muito superior ao permissivo legal; 
data máxima vênia, excedeu abusivamente o limite do razoável e sequer chega perto da 
remuneração paga aos proprietários dos recursos utilizados por qualquer banco em suas 
operações de crédito, salientando-se que a média da inflação, no período da contratação, não foi 
certamente superior a 12% (doze por cento) ao ano. 
 
Nenhuma atividade econômica no país e nenhum investimento honesto são 
capazes de proporcionar essa lucratividade absurda exigida pela 
Embargada. 
 
Pagar uma taxa de juros dessa ordem constitui um sacrifício ruinoso ou quase isto para qualquer 
um que se dedique a uma atividade lícita e, o que é pior, sem qualquer justificativa sob o aspecto 
econômico, salvo ajudar a conferir aos bancos, por exemplo, a qualidade de maiores beneficiários 
do Plano Real. 
 
EXCELÊNCIA, como sabemos, os lucros bancários crescem assustadoramente em nosso 
Ordenamento Pátrio. E este fato se deve precipuamente a diferença entre o dinheiro que os bancos 
pegam no mercado e quanto ganham ao emprestar para empresas e pessoas físicas. 
 
Em recente pesquisa, se constatou que o ganho bruto dos bancos brasileiros com financiamentos 
para empresas é de 30% (trinta por cento) e chega a 60% (sessenta por cento) nos casos das pessoas 
físicas. 
 
Em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos ou Inglaterra, por exemplo, esse ganho fica 
entre 5% ao ano e dificilmente ultrapassa os 10% ao ano. 
(http://jbonline.terra.com.br/papel/economia/2001/11/20/joreco20011120006.html). 
 
Esta lucratividade absurda se repetiu no ano de 2008. Segundo informa o próprio Banco Central, o 
lucro dos bancos, cresceu 62,5% relativamente a 2007, consolidando uma política de transferência 
de renda do setor não financeiro para o financeiro que teve início com o Plano Real e cuja 
permanência é um obstáculo definitivo para o crescimento do país. 
http://jbonline.terra.com.br/papel/economia/2001/11/20/joreco20011120006.html
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EXCELÊNCIA, essa situação adquire relevo de particular gravidade no que diz respeito 
à economia popular. 
 
Prática Corriqueira 
 
PIOR, é que não há como o consumidor escapar deste tipo de violência à economia das famílias, 
afinal todas as instituições financeiras se utilizam dos mesmos patamares de remuneração absurda, 
a despeito de terem custos variáveis - fato que torna risível os argumentos dos Bancos de que o 
consumidor deveria ter procurado outra Instituição. 
 
EXCELÊNCIA, é espantoso que se pretenda legitimar o que não passa de atentado contra a 
economia popular com base na Lei n°4.595/64, que confere ao Conselho Monetário Nacional a 
competência para "Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos 
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços 
bancários ou financeiros (...)" 
 
Liberdade não significa abuso 
 
A ausência de regulamentação limitativa não significa liberdade irrestrita, sob pena de se 
colocar o Poder Judiciário como garante da injustificável supremacia de um setor da 
economia sobre os demais, o que em nada contribui para melhorar sua imagem perante a 
opinião pública e, em última análise, para conferir legitimidade à sua atuação. 
 
Como leciona o jurista italiano Gustavo Zagrebelsky, integrante daquela Corte 
Constitucional: 
“A defesa da legalidade por parte dos tribunais é a garantia do mundo no qual estamos e da 
sua ordem. A tarefa do juiz é conservar esta ordem e, se queremos conservá-la, é porque a 
consideramos digna de ser preservada no presente, para valer também no futuro. Mas às vezes 
a justiça segundo o direito aparece 'ao avesso'. Se o mundo em que estamos é indigno da 
nossa boa consideração; se o húmus do qual se nutrem a sua legalidade e os seus juízes é 
arbítrio dos mais fortes, engano e humilhação dos mais débeis, a justiça autêntica deverá ser 
força que protege não da ilegalidade, mas da legalidade.O juiz fiel ao arbítrio adubado pela 
legalidade é destinado a produzir injustiça." 
 
Código de Defesa do Consumidor 
 
EXCELÊNCIA, da boa exegese do contrato de consumo cabe salientar que alguma de suas cláusulas 
pode ser qualificada como ilícita ou se encontra entre aquelas que o artigo 51 do Código de Defesa 
do Consumidor qualifica como "nulas de pleno direito" e, em caso afirmativo, há de se decretar 
a nulidade, independentemente de provocação de qualquer das partes. 
 
E tal obrigação decorre das disposições contidas no artigo 166, Inciso VII, combinado com o artigo 
168, parágrafo único, ambos do novo Código Civil, que regula a matéria da mesma maneira que o 
legislador de 1916, senão vejamos: 
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Artigo 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
Artigo 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer 
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. 
 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer 
do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo 
permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
 
Portanto, a 'nulidade de pleno direito' a que se refere o artigo 51 do CDC é a 'nulidade' do nosso 
Código Civil. Como tal, pode ser decretada de ofício pelo juiz e alegada em ação ou defesa por 
qualquer interessado, sendo a sanção jurídica prevista para a violação de preceito estabelecido 
em lei de ordem pública e interesse social. 
 
E se tratando de nulidade absoluta, tem incidência o disposto no art. 169 do novo Código Civil, que 
não se afasta, sob este aspecto, do regime estabelecido no Código Civil de 1916. 
 
Há quem pense que o controle judicial do conteúdo dos contratos traz o risco de introduzir o caos 
na vida em sociedade, pela insegurança jurídica daí resultante. Para quem reza por essa cartilha, 
não há relevância no fato de que os detentores de poder econômico possam ser os responsáveis 
pela configuração do conteúdo do contrato e, nessa tarefa, defendam de modo escandalosamente 
imoderado os próprios interesses. 
 
É juridicamente irrelevante, de igual forma, se a manifestação de vontade foi livre, isenta de coação 
ou qualquer outro vício. Ainda assim, prevalece o interesse público em retirar toda a eficácia do ato 
jurídico, interesse que se sobrepõe ao da força obrigatória dos contratos. Dito de outra forma: do 
contrato não podem, evidentemente, irradiar-se efeitos que importem em desconsideração de 
vedação legal expressa, pelo simples fato de que as partes assim o convencionaram, pois não é 
possível querer, eficazmente, o que a lei proíbe. 
 
Não haveria sentido, aliás, em pensar na manutenção de uma ordem jurídica - qualquer ordem 
jurídica, por mais rudimentar que seja -, se seus destinatários pudessem dispor diversamente do 
que determina lei de ordem pública. E o Magistrado, por certo, é a última pessoa que 
poderia admitir tamanha aberração, por mais apaixonado que esteja pela autonomia 
privada. 
 
Portanto, em nada importa, por conseguinte, o animus da parte ao subscrever pacto fadado a ser 
total ou parcialmente anulado. Qualquer um dos contratantes pode até ter pensado em tirar 
proveito da situação que viria a ser criada futuramente, mas o que deve necessariamente prevalecer 
é o interesse público em reprimir a utilização de cláusulas abusivas. Mesmo porque, do 
ponto de vista da conveniência de repressão, procurar sobrepor-se à contraparte, privilegiando 
apenas os próprios interesses e impondo onerosidade excessiva, é o comportamento mais danoso 
e, consequentemente, mais digno de censura. 
 
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Diante do bom e exaustivo DIREITO aqui narrado, se requer a consequente e justa 
PROCEDÊNCIA DESTES EMBARGOS. 
 
 
POSSIBILIDADE DE REVISÃO DO CONTRATO 
- CONTRATO DE ABERTURA DE CONTA CORRENTE COM LIMITE DE CHEQUE ESPECIAL - 
 
O parágrafo 2º do artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor, ao conceituar serviço para fins de 
aplicação de suas regras, inclui neste preceito, expressamente, as atividades de natureza bancária, 
financeira e de crédito. Os conceitos de consumidor e fornecedor enunciados nos artigos 2º e 3º, 
caput, ainda, autorizam a caracterização dos contratos bancários como relação de consumo, o que 
impõe a aplicação da legislação respectiva nesta espécie contratual. 
 
Este entendimento assentou-se na jurisprudência sendo consolidado pela súmula nº 297 do egrégio 
Superior Tribunal de Justiça, sendo desnecessária, portanto, maior digressão sobre o tema. 
 
Autorizada a aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos bancários e de concessão 
de crédito em geral, não há como negar a revisão judicial dos mesmos. 
 
A reconhecida vulnerabilidade do consumidor impôs a edição de uma disciplina jurídica que, com 
vista a superar esta carência e estabelecer um equilíbrio nos pactos firmados entre consumidor e 
fornecedor, dispôs sobre regras de proteção daquele, criando meios de defesa específica, 
estabelecendo direitos básicos e limitando algumas práticas de mercado. 
 
E mais, a defesa do consumidor foi elencada entre os direitos e garantias fundamentais na 
Constituição Federal de 1988 (art. 5º, XXXII). 
 
Nesse contexto foi editado o código consumerista, que autoriza expressamente “a modificação das 
cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais”, independentemente, da 
ocorrência de fatos supervenientes à avença, prerrogativa esta enunciada como direito básico do 
consumidor (art. 6º, V). 
 
Tal previsão, considerado o caráter de ordem pública e interesse social do Código de Defesa do 
Consumidor, impede a adoção irrestrita da regra consagrada no princípio pacta sunt servanda e 
autoriza a revisão judicial dos contratos de consumo. 
 
DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA 
 
Quanto à comissão de permanência, como sabemos, não é possível sua cobrança, já que no contrato 
(como veremos), o banco Embargado, unilateralmente, definiu o percentual de sua incidência 
(Comissão de Permanência), e não pode o credor, unilateralmente defini-lo, como dispõe o artigo 
115 do Código Civil. 
 
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A Colenda 4ª Turma do egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, no julgamento do Recurso 
Especial nº 54.989-0, Rel. o Min. Sálvio de Figueiredo, assim decidiu: 
 
Direitos: Comercial e Econômico. Arrendamento mercantil (leasing) Prestações. Reajuste. Cláusula 
potestativa. Recurso desacolhido. 
 
I - É vedada a estipulação arbitrária, pelo credor, de índice não pactuado pelos contratantes. 
II - Configura-se a potestatividade da cláusula quando se relega ao exclusivo arbítrio de uma das 
partes todo o efeito da manifestação da vontade, não possibilitando à outra parte a interferência 
volitiva nessa formação. 
A comissão de permanência se caracteriza, a teor do disposto no inciso IX do artigo 4º da Lei nº 
4.595, como remuneração de operação de serviços bancários e serviços financeiros. Tenho a posição 
de que a remuneração da operação se inclui nos juros reais e deve observar o limite estabelecido 
pelo sistema jurídico. 
 
Interpretação diversa permitiria a coexistência de juros pré-fixados e juros, o que, em essência, é a 
comissão, pós-fixados, em claro e evidente anatocismo. Nesse sentido temos o entendimento do 
Egrégio Tribunal de Justiça do nosso Estado preconizando: 
 
AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE CRÉDITO COM 
GARANTIA FIDUCIÁRIA. (...) 
II - DISCIPLINA JURÍDICA DAS OBRIGAÇÕES DE DAR IN PECUNIA E 
PREÇO DO DINHEIRO NOS NEGÓCIOS DE CONSUMO (...) 
CLAUSULAÇÃO DE ENCARGOS MORATÓRIOS. 
Nulidade absoluta da cláusula de comissão de permanência (...) 
Apelo provido. (AC nº 70000896753, Rel. Des. Aymoré Roque Pottes de Mello, 
julgado em 29-6-2000).Dos Requerimentos 
 
 
Pelo todo exposto acima, as Embargantes, na melhor forma de direito e em tempo 
hábil, respeitosamente, comparecem a presença de Vossa Excelência, para que no uso 
de Vossa “ex professo” se digne a: 
 
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DA PREVENÇÃO JUDICIAL! 
 
DISTRIBUIR OS PRESENTES EMBARGOS POR DEPENDÊNCIA A AÇÃO DE EXECUÇÃO DE 
TÍTULO EXTRAJUDICIAL E, POSTERIORMENTE, SE RECONHECER A PREVENÇÃO DA 02ª VARA 
CÍVEL DE CANOAS/RS, EIS QUE TRATAM-SE DAS MESMAS PARTES, MESMO OBJETO E 
CAUSA DE PEDIR, PORTANTO DEVENDO SEREM AS JUDICIAIS APENSADAS PARA FINS 
PRECÍPUOS DE JULGAMENTO ÚNICO, EVITANDO-SE, ASSIM, DECISÕES CONFLITANTES 
ACERCA DE UM MESMO CASO JUDICIAL. 
 
Da Suspensão da Execução! 
 
REQUER SEJA DECLARADA A SUSPENSÃO PROCESSUAL DESTA AÇÃO EXECUTIVA DE TÍTULO 
EXTRAJUDICIAL, ATÉ FINAL JULGAMENTO DESTES EMBARGOS. 
 
 
Da Tutela urgente! 
 
Clamamos por uma intervenção judicial forte, urgente com o fito precípuo de 
reequilibrar a balança, evitar estes ABUSOS praticados de forma arbitrária pela 
Embargada e, por certo, PAGAR sim aquilo que por DIREITO e JUSTIÇA nos for imposto; 
até porque a empresa Embargante é pessoa séria, proba e honrada e não está 
acostumado a militar perante os bancos judiciais. 
 
EXCELÊNCIA, é preciso dar um basta a todas estas flagrantes nulidades praticadas pela 
Instituição Bancária em tela. Chega de vermos prosperar a desonra, a injustiça ou de 
presenciarmos, cada vez mais, agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus em nosso 
Ordenamento. Chega de desanimar-nos da virtude, de rir da honra ou de ter vergonha de 
ser honesto. 
 
CLAMAMOS, ASSIM, POR VOSSO SEMPRE JUSTO E ADEQUADO PRONUNCIAMENTO COMO 
FORMA DE FAZER CESSAR ESTA AGRESSÃO INJUSTA PRATICADA PELA CREDORA 
CONTRA O EMBARGANTE. 
 
E, POSTERIORMENTE: 
 
I – Ordenar a citação da parte adversa para, querendo, IMPUGNAR os presentes EMBARGOS A 
EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL, sob pena de revelia ou confissão ficta. 
 
II – LIMINARMENTE, DEFERIR EM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, com força no artigo 273 do nosso 
Código de Processo Civil Brasileiro, a proibição/vedação da PENHORA ONLINE sobre as contas dos 
devedores, pelo menos, até a apresentação correta e eficaz dos cálculos desta execução pela 
Credora sem as anomalias aqui detalhadamente descritas, BEM COMO A JUSTIÇA GRATUITA! 
 
III - A condenação da instituição bancária EMBARGADA ao pagamento das Custas Processuais, 
Honorários de Advogado e demais cominações legais. 
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IV. Deferir a justiça gratuita as embargantes, eis que impossibilitadas verdadeiramente de 
adimplirem com as custas processuais deste contencioso civil face total impossibilidade 
financeira, como faz prova a declaração de hipossuficiência juntada aos autos e seu fiel atestado 
de pobreza, o qual desde já afirma, sob as penas da LEI. 
 
V. Clamamos pelo deferimento de prazo de 20 (vinte) dias para a juntada das matrículas de 
imóveis e avaliações que, desde já, voluntariamente juntados aos autos para a garantia real desta 
execução. 
 
 
Dá-se a CAUSA o valor de R$ 200.000,00. 
(Duzentos mil reais). 
 
 Nestes Termos, por ser de DIREITO. 
 Pede e Aguarda DEFERIMENTO. 
 
 Canoas/RS, 24 de novembro de 2020. 
 
 
 
 
 Coimbra Advogados 
 pp. Dr. Gustavo Cam’Marano Coimbra. 
 OAB/RS, Nº 47.895.

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