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Resumo endodontia
(odontologia)
Endodontia
Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul)
48 pag.
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Endodontia 
 
 
 
Aline Alves de Souza 
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Endodontia 
Introdução 
 “É a especialidade da odontologia que estuda 
a morfologia e a fisiologia da polpa dental humana e 
atua na prevenção, diagnóstico e tratamento das 
enfermidades da polpa e suas repercussões sobre os 
tecidos periapicais. Trata a dor do paciente.” 
A anatomia interna é estudada através de: 
• Desgaste (forma de acessar a cavidade pulpar 
pela coroa); 
• Radiografias e tomografias); 
• Exploração e diafanização (colorir o interior do 
dente). 
 
OBS: A endodontia trata apenas o canal radicular, o 
acesso é pela câmara pulpar, mas os materiais do 
curativo de demora ficam apenas no canal. 
 
Conceitos: 
Ápice → 2 ou 3 mm finais da raiz do dente 
(normalmente terço apical); 
Vértice → Ponto final do ápice (raiz); 
Forame → Circunferência que separa a terminação 
do canal cementário da superfície externa da raiz; 
Cavidade pulpar 
 O formato da cavidade pulpar reflete o 
contorno externo da coroa e da raiz, ou seja, a 
anatomia externa do dente; 
 
Divide-se em: 
→ Câmara pulpar (porção coronal): 
 
• É revestida por dentina; 
• Possui faces/paredes: V, L, M e D. 
• Possui divertículos: 
São projeções da câmara pulpar que abrigam os 
cornos pulpares. É composto por tecido duro 
(dentina), parte mineral do elemento dentário, eles 
seguem em direção a borda incisal e as pontas de 
cúspides dos dentes posteriores; 
• Possui cornos pulpares: 
São projeções da polpa. Tecido mole; 
OBS: Tratamento de canal quando bem feito não 
escurece o dente. O que escurece é a não remoção 
dos cornos pulpares (restos de polpa) da câmara 
pulpar, pois esse tecido depois necrosa. Cimento na 
câmara pulpar também escurece. 
• Teto e assoalho compõe a câmara pulpar de 
dentes posteriores; 
Uma vez que os anteriores possuem o canal contínuo. 
O teto é sempre removido para acessar o canal 
radicular, entretanto o assoalho deve permanecer 
intacto. Caso o assoalho seja removido, o dente terá 
que ser extraído. 
 
→ Canal radicular (porção radicular): 
 
• É revestido por dentina e cemento; 
• Dividido didaticamente em: Terço cervical, terço 
médio e terço apical; 
• Histologicamente é dividido em dois canais: 
o Canal dentinário – coberto por dentina, 
maior extensão; 
o Canal cementário – coberto por 
cemento, menos extensão. 
A junção entre o canal dentinário com o cementário 
é chamado de limite CDC, é o ponto de menor 
diâmetro do canal radicular (o fim do CR, revestido por 
cemento). 
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• Secção transversal: formato do canal radicular, 
podendo ser: ampulheta (mais difícil de tratar, é 
um canal único, embora não pareça), oval e 
circular. 
 O canal radicular apresenta-se na forma de 
dois cones invertidos; 
o Canal dentinário fecha em direção apical; 
o Canal cementário abre em direção apical; 
 
• Constrição apical: parte de menor diâmetro 
do canal; 
• Lateralidade do forame apical (distalização da 
raiz-vascularização): Na maioria dos dentes, o 
canal cementário não segue o canal 
dentinário e o forame apical emerge 
lateralmente ao vértice em aproximadamente 
3mm; 
 Com o decorrer do tempo, ocorre a 
deposição de dentina secundária, que causa a 
diminuição do diâmetro do canal dentinário e do limite 
CDC e a deposição de cemento reacional que vai 
aumentar o diâmetro do forame apical. 
 Assim, a curvatura normal distaliza para que a 
deposição de dentina e cemento não bloqueie a 
inervação e vascularização que vem da região distal 
da face. 
➢ Sistema de canais radiculares: 
Em todos os dentes há esse sistema, com os canais: 
• Principal: mais calibroso, segue todo o 
comprimento da raiz; 
• Colateral: paralelo ao principal, menos calibroso; 
• Lateral: parte do canal principal e emerge na 
superfície externa da raiz, no terço cervical; 
• Secundário: parte do canal principal e emergem 
na superfície externa da raiz, terço apical; 
• Reticular: faz a união entre dois ou mais canais; 
• Acessório: parte do canal secundário e emerge 
na superfície externa da raiz; 
• Recorrente: do canal principal para ele mesmo; 
• Intercanal: junção entre dois canais, geralmente 
principal e colateral; 
• Cavo-interradicular: parte da câmara pulpar e 
emerge na superfície externa da coroa, enche 
as raízes. Em dentes posteriores; 
• Delta apical: o canal não emerge em um único 
forame e sim em delta; 
 
Alterações anatomicas 
• Idade: canais muito finos, devido a deposição 
de dentina, mais difíceis de tratar; 
• Irritantes: cáries, excesso de restaurações e 
restauração muito profunda (diminuem a 
câmara pulpar); 
• Calcificações: dente que não teve a formação 
completa das raízes, sofreu trauma e 
necrose, então sofre calcificação e não tem 
canais radiculares; 
• Reabsorção interna: reabsorção da polpa para 
fora; 
• Dilaceração radicular: é uma curvatura 
excessiva; 
• Dens in Den: invaginação do tecido mineral; 
• Canais em forma de C; 
 
Diagnóstico 
 A maioria dos pacientes que faz endodontia 
queixa-se de dor. Geralmente tem presença de lesões. 
 E em determinadas próteses é feita uma 
endodontia profilática, para evitar um posterior quadro 
de dor. 
 É necessário colher informações: 
• Anamnese: tipo de dor 
o História médica: 
▪ Situações médicas prévias; 
▪ Uso de medicação; 
* Pacientes que utilizam corticoides são mais 
resistentes a dor do que pacientes que não utilizam 
nenhum tipo de medicamento* 
▪ Condições sistêmicas específicas (gestação); 
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*Nesse caso, entram as condições hormonais, então 
uma mulher gravida é muito mais sensível à dor do 
que uma mulher que não esteja gravida* 
▪ Alergias; 
▪ Profilaxia antibiótica; 
o História clínica: 
▪ Queixa principal; 
▪ Quando começou a dor? 
▪ Como é a dor? (pulsante, agulhada – dor 
que vem sozinha e passa); 
▪ Qual a intensidade da dor? 
▪ História do dente? 
▪ Sintomas (edema, sangramento, dor, etc) 
Inicio Quando começou a dor? 
Origem Espontânea; Provocada; 
Intensidade 
Duração Fugaz. Passageira; Constante. 
Frequência Ocasional; Intermitente; Constante. 
Localização Pontual; Irradiada; Difusa. 
Tipo Pulsátil; Sítio. 
 
• Exame clínico: inspeção, exploração e palpação 
(sinais na coroa). 
o Alteração de cor; 
 
Amarelo ou 
Acastanhado 
Metamorfose, cacica (trauma dental) 
Acinzentado Decomposição do tecido pulpar pós 
necrose. 
Avermelhado Imediatamente pós trauma 
(“hemorragia”) 
Reabsorções internas (próprio 
organismo degrada o dente) 
 
o Presença de cavidade de cárie; 
o Presença de contato prematuro/desgaste; 
o Alterações morfológicos; 
o Tumefação; 
o Presença de fístulas; 
o Mobilidade dental; 
o Bolsa periodontal. 
 
• Radiográfico: Sempre complementar; 
o Sempre associado com anamnese e exame 
clínico; 
o Radiografias periapicais, interproximais e 
oclusais; 
o Imagem bidimensional → diferentes 
incidências; 
• Testes clínicos: 
o Sensibilidade ao frio. Ex: Endo Ice (aplica-se 
com uma bolinha de algodão por 5s, se o 
paciente sentir dor a polpa está viva, se o 
paciente não sente nada a polpa está 
necrosada); 
o Sensibilidade ao calor – cone de guta percha 
(pouco utilizado, causa dano a polpa); 
o Teste de percussão vertical – dor é de 
origem periapical; 
o Teste depercussão horizontal – dor de 
origem periodontal. 
o Teste elétrico – se tiver circulação elétrica no 
dente a polpa está viva, se não tiver a polpa 
está necrosada. 
 
• Exames complementares: radiografias 
periapicais, interproximais e oclusais 
Instrumentos endodônticos 
→ Limas endodônticas: 
 
 
Partes: 
• Cabo: parte colorida, plástica. 11mmx3,5mm. Furo 
para passar o fio dental para não ocorrer a 
aspiração da lima; 
• Intermediário: parte metálica/lisa. Não trabalha 
dentro do canal. É ele que determina o 
comprimento nominal do instrumento. 
• Parte ativa: exercer função dentro do canal. 
Tem comprimento constante de 16mm. 
• Guia de penetração: ponta da lima, onde termina 
a ponta ativa. Em forma de lança para guiar a 
penetração dentro do canal; Pode ser ativa ou 
passiva, com ou sem corte na ponta; 
 
 
 
 
Dor Alteração pulpar 
Ausente Necrose 
Leve Normal/ Pulpite leve 
Exacerbada Pulpite aguda 
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→ Limas K – file: 
 
 
• Tem secção quadrangular; 
• Ângulo de corte de 90º; 
• Ângulo helicoidal de 30º a 45º; 
• São menos flexíveis; 
• Tem um quadrado vazio na ponta do cabo. 
 
→ Limas Flexofile: 
 
 
• Secção triangular; 
• Ângulo de corte 60º; 
• Ângulo helicoidal 30º a 45º; 
• São mais flexíveis; 
• Tem um quadrado preenchido na ponta do 
cabo. 
 
→ Limas Hedstroem: 
 
 
• Ótimas para limagem (alisamento e 
regularização das paredes); 
• Secção circulas; 
• Pequenos cones superpostos; 
• Excelente capacidade de corte. 
 
→ Espiral Lentulo: 
• Forma de espiral; 
• É adaptada no contra – ângulo, é utilizada para 
aplicação de curativos de demora no interior do 
canal (medicação intra – canal); 
• Movimentos de rotação. 
 
→ Brocas de Gates Glidden: 
 
 
Utilizadas para fazer preparo cervical e aumentar a 
entrada do canal; 
• Gates 1 – calibre 50 
• Gates 2 – calibre 70 
• Gates 3 – calibre 90 
• Gates 4 – calibre 110 
• Gates 5 – calibre 130 
• Gates 6 – calibre 150 
 
→ Espaçadores digitais: 
 
 
São utilizados para realizar a obturação. 
Características dos instrumentos 
 
• Secção transversal: Quadrangular (90º) e 
triangular(60º), que determina o ângulo de corte, 
sendo que o triangular corta mais por ter o 
ângulo menor – quanto menor o ângulo, maior 
o corte. 
• Flexibilidade x massa: Quanto maior a massa, 
menos flexível o instrumental; A lima triangular 
é mais flexível; 
• Ângulo helicoidal: Não é de corte. Determina o 
movimento que vai possibilitar maior corte, a 
melhor cinemática a ser utilizada para realizar a 
modelagem, pra cortar dentina; Ângulo formado 
entre o longo eixo do instrumento e a lâmina de 
corte; Quanto mais hélices maior será o ângulo, 
menos hélices ângulo menor. Entre 30 e 40 
graus; 
Normas de estandardização 
• Numeração: 06 a 140. Número na lateral do cabo, 
representa em centésimo de milímetros o 
menor diâmetro da parte ativa, que coincide 
com a base da guia de penetração; Ex: Se tenho 
instrumento 10, o menor diâmetro da parte ativa 
é 0,10; 
• Cor do cabo: Do menor para o maior: branco, 
amarelo, vermelho, azul, verde e preto. Rosa, 
cinza e roxo. 
• Comprimento da parte ativa: A parte laminar 
deve ter um comprimento padrão de 16mm; 
• Diâmetro do instrumento: A diferença entre o 
maior (d16) e menor (d0) diâmetro da parte ativa 
é 0,32mm; 
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• Conicidade dos instrumentos ou TAPER: Quanto 
maior o taper mais cônico o instrumento. A cada 
mm de comprimento que avançamos na parte 
ativa em direção ao cabo do instrumento tem-
se um aumento de 0,02mm de diâmetro; O d16 
= 0,32 + d0. 
Flexibilidade dos instrumentos 
A flexibilidade proporciona uma melhor adaptação do 
instrumento aos contornos do canal. Depende da: 
• Composição da liga (níquel-titânio são mais 
flexíveis); 
• Forma da secção transversal; 
• Processo de fabricação (por desgaste e torção 
são menos flexíveis que as por usinagens); 
• Calibre (quanto mais fina, mais flexível). 
Os instrumentos podem ser feitos de duas ligas: 
• Aço inoxidável: memória plástica, deforma, 
menor diâmetro. Até o calibre 30 conseguem 
acompanhar a curvatura do canal, a partir do 
calibre 35 as limas são mais rígidas e não 
acompanham a curvatura, podendo criar um 
novo canal e impedir o tratamento endodôntico 
eficaz. 
• Níquel – titânio: memória elástica, não deforma, 
maior diâmetro. 
Classificação dos instrumentos 
1. Segundo a série: 
I. Extra série: 006 (Rosa), 008 (Cinza) e 010 
(Roxo); 
2. Cor do cabo X número X série: 
I. 15 (Branco), 20 (Amarelo), 25 (Vermelho), 30 
(Azul), 35 (Verde), 40 (Preto) = 1ª SÉRIE; 
II. 45 (Branco), 50 (Amarelo), 55 (Vermelho), 60 
(Azul), 70 (Verde),80 (Preto) = 2ª SÉRIE; 
III. 90 (Branco), 100 (Amarelo), 110 (Vermelho), 120 
(Azul), 130 (Verde), 140 (Preto) = 3ª SÉRIE; 
3. Segundo o emprego: 
I. Exploradores: são os primeiros instrumentos 
utilizados quando começa a entrada no canal; 
pequeno calibre (preferencialmente lima 10 e 
15); secção triangular e são flexíveis; 
II. Extirpadores: remover polpa (introdução no 
canal – rotacionar – tracionar), tem pequena 
conicidade; secção transversal circular; 
utilizados em canais amplos e retos. OBS: esse 
instrumento nunca deve ser utilizado para 
remover bolinhas de algodão ou restos de 
polpa necrosada em canais atresicos ou com 
curvatura acentuada; 
III. Modeladores: são as limas (k – file e Flexofile). 
Movimentos 
Não necessariamente é preciso escolher apenas um 
movimento, deve-se fazer associações. Tem a função 
de limpar e alisar as paredes, deixar o canal mais amplo 
para conseguir obturar. 
• Alargamento ou rotação: Indicado para canais 
retos. (inserido, rotacionado e removido do 
canal); 
• Limagem: inserido, pressionado contra uma 
parede e faz movimento de vai e vem. O 
movimento deve ser contínuo, uniforme e 
repetido de maneira circunferencial contra todas 
as paredes do canal; 
• Rotação e tração: inserido, rotacionado e 
removido do canal tracionando/raspando em 
uma das paredes; 
• Oscilação: Inserido, feito o movimento de 
oscilação para direita e esquerda no sentido 
horário e retirado. 
Substituição dos instrumentos 
Deve ser realizada quando for observada qualquer 
alteração de forma: 
• Distorção de lâminas; 
• Enrolamento das espirais; 
• Dobras em ângulo vivo (acontece 
principalmente com instrumentos extra – série); 
• Corrosão/oxidação (uso de hipoclorito para 
irrigação); 
• Perda de corte por tempo de uso; 
• Esterilização produz alteração superficial; 
Monitorar a integridade dos instrumentos e descartar 
quando houver distorção das espirais da parte ativa. 
OBS: Instrumentos de níquel – titânio não deformam, 
por isso os fabricantes recomendam descartar após 5 
vezes de uso, o instrumento pode fraturar a qualquer 
momento depois desse tempo de uso. 
 
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Acesso ao canal em dentes 
anteriores 
O acesso é a primeira fase operatório do tratamento 
endodôntico, consiste em: 
• Abertura coronária; 
• Esvaziamento da câmara pulpar; 
• Localização e preparo da entrada dos canais. 
O acesso pode ser feito em dentes com ou sem 
vitalidade pulpar. Se for mal feito, provavelmente, o 
resto do tratamento não será eficiente. 
→ Requisitos: 
• Inspeção visual do dente – forma e posição 
(giroversão, apinhamento) o dente precisa 
seguir a direção do longo eixo dental; 
• Conhecer formas e as dimensões da cavidade 
pulpar; 
• Conhecimento de anatomia; 
• Adaptar este conhecimento à idade do 
dente/alterações (ex: calcificação); 
o Com o passar da idade ou a presençade 
alterações irritantes, vai ocorrendo deposição 
de dentina secundária e a cavidade pulpar vai 
ficando mais atrésico. 
o Calcificação (nódulos pulpares) com o passar 
do tempo ou pela ocorrência de algum 
trauma ocorre deposição de sais de Ca na 
cavidade pulpar gerando a calcificação desta. 
o Reabsorção interna. 
• Radiografia: indicativo radiográfico de dois canais 
radiculares sobrepostos – canais que começam 
radiolúcidos e terminam radiopaco. Os incisivos 
inferiores tem mais probabilidade de ter dois 
canais radiculares. 
 
→ Objetivos: 
• Remover a parede (coroa) P/L da câmara 
pulpar; 
• Criar condições de visão e iluminação adequada; 
• Proporcionar acesso retilíneo ao canal, o 
instrumento deve entrar facilmente; 
• Facilitar o preparo e a obturação; 
• Reduzir o risco de erros e acidentes. 
 
→ Abertura coronária: 
O objetivo é um acesso livre e direto a câmara pulpar 
e ao orifício de entrada dos canais. Para se ter um 
acesso livre para câmara precisa: 
• Ponto inicial (penetração da broca para 
abertura): 
Na face palatal/lingual de 1 a 2 mm do cíngulo, em 
direção ao bordo incisal. 
 
• Direção de abertura (a partir do ponto inicial, 
atingir a porção mais volumosa da câmara): 
o Broca deve formar um ângulo de 45º ao 
longo do eixo do dente; 
o Perfura esmalte e dentina; 
o Atinge a câmera (cai no vazio); 
 
Cuidados: É necessário cuidar com a inclinação da raiz 
do dente no sentido M-D para não perfurar osso. 
Cuidar para não atravessar o dente com a broca no 
sentido V-P/L, pois existem canais muito atrésicos que 
o CD não sente ‘cair no vazio’ e continua perfurando 
com a broca. 
 
• Brocas: Carbide esférica AR. Ponta diamantada 
esférica AR. Calibre compatível com a câmara, a 
broca deve ser levemente menor que a câmara 
pulpar. 
Dica: para visualizar se a broca tem calibre compatível 
com a câmara pulpar, coloca-se a broca sobre a 
radiografia. 
• Forma de conveniência: forma final que a 
obturação vai ter. 
 
I: triangular com bordas arredondadas, base voltada 
para incisal, vértice na ponta incisal. Movimento de 
tração partindo da câmara pulpar (remover parede 
P/L). Broca Carbide esférica BR. 
 
 
 
 
 
 
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C: forma de ‘ponta de lança’ (entra e traciona parede), 
semelhante à dos incisivos. Base do triangulo mais 
arredondada voltada para o bordo incisal. 
 
 
 
 
 
→ Procedimento: 
Realização do movimento de tração: entrar com a 
broca na câmara pulpar e começar a tracionar para 
remover a parede P/L. 
Fazer movimentos de tração até que sejam retirados 
todos os divertículos, a sonda exploradora tem que 
deslizar sem nenhuma interferência. 
OBS: É muito importante retirar todos os divertículos 
no preparo do acesso, pois se sobra um divertículo, 
ocorre o acúmulo de sangue e restos de tecidos na 
câmara e nos túbulos dentinários que podem 
escurecer a coroa. 
Não é necessário se preocupar com a forma de 
conveniência, pois ela será automaticamente obtida 
com a remoção da parede P/L. 
→ Esvaziamento da câmara pulpar: 
Tem o objetivo de remover todo o conteúdo da 
câmara pulpar, deixando livre o acesso a entra do 
canal. 
• Dentes com polpa viva: Presença de polpa 
coronal na câmara pulpar; Utilização de curetas 
(afiadas), cuidar para não lesionar a parede da 
câmara; Irrigação com Hipoclorito de sódio de 1 
à 5% (NaOCI1%); Irrigação com água oxigenada 
se houver muito sangramento ou se o paciente 
for alérgico ao hipoclorito de sódio. 
• Dentes despolpados: Câmara pulpar vazia com 
restos teciduais e conteúdos tóxicos (bactérias); 
Irrigação com hipoclorito de sódio de 1 a 5% 
(NaOCI1%); Na presença de restos teciduais ou 
qualquer outro tipo de conteúdo, o uso de 
curetas é recomendado. 
 
 
 
 
→ Localização e preparo da entrada dos canais: 
Em dentes unir radiculares (I e C) o canal está em 
continuidade da câmara pulpar, localizado com a sonda 
Weston (nº6). 
Principalmente em dentes superiores posteriores 
existe uma situação chamada de ombro palatino, que 
impede de ter um acesso direto ao canal, é necessário 
realizar um desgaste compensatório (desgaste de 
projeções de dentina por P/L) com as pontas 
diamantadas (não tem corte na ponta, apenas nas 
laterais). 
OBS: Quando se está usando uma broca tronco 
cônica para desgastar o ombro palatino, deve-se 
cuidar para não desgastar a borda incisal. 
→ Desgaste compensatório: 
 
Desgaste da parede L/P nos incisivos inferiores, o 
desgaste da parede lingual facilita a localização de um 
possível segundo canal. 
• Facilita o uso de instrumentos; 
• Diminui a fadiga de instrumentos; 
• Modelagem mais segura; 
• Facilita o acesso ao terço apical. 
Resumidamente, normas gerais para uma abertura 
endodôntica bem-sucedida: 
1. Analisar as radiografias atentamente; 
2. Selecionar as brocas esféricas compatíveis com 
o tamanho da câmara pulpar; 
3. Determinar a direção de abertura para atingir a 
porção mais volumosa da câmara; 
4. Após ‘cair no vazio’ - movimento de tração – 
remoção da parede P/L; 
5. Usar brocas de BR caso não se sinta seguro; 
6. Evitar o movimento de pressão – desgaste 
excessivo; 
7. Evitar movimento pendular para não fraturar a 
broca; 
8. Verificar constantemente a existência de 
remanescente de teto e divertículos da câmara 
pulpar com o auxílio de uma sonda exploradora 
número 5. 
 
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Acesso ao canal em dentes 
posteriores 
→ Objetivos: 
• Luminosidade e visibilidade dos canais; 
• Facilitar o uso dos instrumentos. 
 
→ Pontos importantes: 
Ponto inicial, direção de abertura e forma de 
conveniência. 
É importante saber a anatomia interna, fazer o exame 
clínico e a análise radiográfica. 
OBS: O esvaziamento é feito principalmente em 
dentes com polpa viva, que é retirada com curetas 
para ter uma boa visualização. 
Pré – molares superiores 
Ponto inicial: porção central do sulco principal (centro 
do dente). 
Broca: sempre compatível com a câmara pulpar 
(geralmente esférica 2 ou ponta diamantada ‘0’2 em 
AR). 
Direção de abertura: quase perpendicular ao longo 
eixo do dente, com leve inclinação para face palatina, 
pois é a porção mais volumosa da câmara pulpar 
(aproximadamente 10°). 
Forma de conveniência: elipse, com longo eixo no 
sentido vestíbulo-palatal. 
 
 
 
 
OBS: Preservar as cristas marginais e as pontas de 
cúspides, pois o desgaste pode fragilizar a estrutura 
dental. 
Pré – molares inferiores 
Ponto inicial: Porção central do sulco principal; (ponte 
de esmalte). 
 
 
 
 
Direção de abertura: paralela ao longo eixo do dente. 
Caso a cúspide lingual seja atrofiada, a broca deve ser 
um pouco inclinada para a face vestibular 
(aproximadamente 10°) e caso a cúspide vestibular seja 
atrofiada, a broca deve ser um pouco inclinada para a 
face lingual. 
 
Forma de conveniência: circular. 
 
 
 
 
Molares superiores 
Ponto inicial: Fosseta central da face oclusal; 
 
 
 
 
OBS: Nunca se inicia o acesso pelo centro do dente, 
pois deve-se preservar a ponte de esmalte. Então o 
acesso deve ser feito para mesial da ponte do esmalte 
na fosseta central. 
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Direção de abertura: paralela ao longo eixo, levemente 
inclinada para o canal mais volumoso, que é o canal 
palatino. 
 
 
 
 
Forma de conveniência: trapézio com base maior para 
vestibular (dois canais) e a base menor para palatino. 
 
OBS: sempre é realizado um desgaste compensatório 
para remover o excesso de dentina na entrada do 
canal mesial, que permite um tratamento endodônticomelhor. 
Molares inferiores 
Ponto inicial: fosseta central da face oclusal. 
 
 
 
Direção de abertura: broca levemente inclinada para 
o canal mais volumoso (distal). 
 
Forma de conveniência: trapézio com base maior para 
mesial (dois canais) e a base menor para distal. 
 
 
 
OBS: Desgaste compensatório. 
Principais cuidados 
Não perfurar o assoalho pulpar, pois se ocorrer a 
perfuração cria-se uma via de contaminação. 
Câmara pulpar calcificada, tornando mais difícil sentir o 
‘vazio’. 
Variação anatômicas. 
Preparo do canal radicular: 
exploração e odontometria 
São os procedimentos mecânico e químico realizados 
no interior do canal, com o objetivo de limpar e 
preparar o canal para receber a obturação. 
• Procedimento mecânico: Instrumental e solução 
irrigadora. 
• Procedimento químico: antimicrobianos, anti-
inflamatórios e solução irrigadora. 
O reparo consiste em várias etapas: 
1. Exploração do canal: 
Deve ser observado o número de canais, a direção, o 
calibre e a possibilidade de acesso ao terço apical. É 
possível ter uma ideia de como o canal é através da 
radiografia, a limagem deve ser feita lentamente para 
identificar as características do canal. 
Em dentes com polpa viva, a endodontia é feita até o 
limite CDC. É deixado um pouco de resto de polpa 
viva no limite CDC, porque ele realiza um reparo mais 
rápido da região e ajuda na redução do desconforto 
do paciente. Essa região é chamada de COTO 
APICAL, para preservar essa região de possíveis 
alterações radiográficas é reduzido 3mm na hora de 
colocar o instrumento. 
 
 
 
CTEx = CAD – 3mm 
CTEx – comprimento de trabalho de 
exploração (quanto o instrumento entra 
dentro do canal) 
CAD – comprimento aparente do dente 
(da borda incisal até o ápice do dente) 
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Os dentes despolpados não possuem coto apical, mas 
a contaminação dentro do canal é muito grande. 
Então, para prevenir possíveis alterações e não levar 
microrganismos para a região de periápice, o CAD é 
reduzido 3mm do seu tamanho normal. 
 
• Seleção do instrumento: (de acordo com o 
CTEx) 
É necessário ter pequeno calibre e secção triangular 
para penetrar o canal com mais facilidade, acompanhar 
a forma anatômica e diminuir risco de 
compactação/extravasamento do conteúdo. 
▪ Calibrar = cursores – sempre 
precisa ter no mínimo dois, pois um 
púnico cursor é muito flexível. 
▪ Pré-curvatura (seguir a curvatura já 
existente) ultrapassa obstáculo no interior do 
canal. 
• Inundar a câmara pulpar com solução 
irrigadora; 
• Movimento oscilatório de pequena amplitude. 
 
2. Odontometria: 
 
 
Fornece o comprimento do dente, pode ser feita de 
duas formas (radiográfica e eletrônica). Não é 100% 
confiável, mas possui qualidade, sem distorção. 
Radiografia com o instrumento, calibrado no CTEx, 
dentro do canal 
• Método de Bregman: limitado apenas para 
canais retos 𝐶𝐴𝐷 (22𝑚𝑚)𝐶𝐷 (𝑥) 𝑥 𝐶𝐴𝐼 (21𝑚𝑚)𝐶𝑅𝐼 (18𝑚𝑚) 
CAD – Comprimento aparente do dente 
CD – Comprimento do dente 
CAI – Comprimento aparente do instrumento 
CRI – Comprimento real do instrumento 
 
• Método de Ingle: usado na clínica 
Ponta do instrumento até a ponta do dente. 
1º exemplo: CTEx + X (o que faltou até o ápice, o 
que ficou aquém) = CD (se for maior que 3mm tem 
que ser feito a radiografia de novo). 
 
 
 
 
 
2º exemplo: CD = CTEx (tamanho do instrumento vai 
até o ápice, é do mesmo tamanho que o dente). 
3º exemplo: CD = CTEx – X (o instrumento foi além 
do canal, sobrou). 
 
 
 
 
 
Esvaziamento do canal 
É o preparo químico. Eliminação de irritantes como 
microrganismos e tecido pulpar vivo ou necrótico. 
No momento em que a polpa é retirada o paciente 
para de sentir dor. 
Limas: Em canais finos e curvos o esvaziamento é 
realizado com o uso sequencial de 2 ou 3 limas. 
CTEs = CD – 1mm 
Calibrar o instrumento no CTEs. 
Extirpa-nervos: Em canais amplos e retos, o tecido 
pulpar pode ser removido com o uso de extirpa 
nervos. 
NUNCA utilizar em canais atrésicos e curvos, pois ele 
pode ficar preso e fraturar dentro do canal. Não pode 
ser empregado no CTEs, pois poderá levar ao 
rompimento da polpa além do desejado. 
CTEs (extirpa nervos) = CD – 3mm 
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Técnica: 
• Introduzir o EN e realizar movimentos de 
rotação no sentido horário; 
• Sentir que a polpa está presa nas projeções do 
instrumento; 
• Remover do canal; 
• Irrigar abundantemente. 
Atenção: O calibre do EN deve estar adequado ao 
calibre do canal, der ficar folgado, pois não tem ação 
na dentina. 
Maior calibre: Risco de fratura no interior do canal. 
Menor calibre: Dilacerações da polpa. 
Modelagem do canal 
Facilita a limpeza e provém espaço para a colocação 
do material obturador. 
Mantém ou desenvolve uma conicidade contínua 
afunilada da entrada do canal até o ápice, ou seja, 
confecciona um canal cônico com menor diâmetro 
apical e maior diâmetro coronária. 
CTM = CD – 1mm 
Seleção do instrumento: depende principalmente da 
morfologia e do diâmetro do canal radicular. 
• Canais curvos: Limagem 
• Canais retos: Rotação 
Calibração dos instrumentos: Sempre conferir a 
medida na régua antes de introduzir no canal (após 
calibrar). 
Técnica: COROA ÁPICE 
Os instrumentos trabalham em ordem decrescente, 
ou seja, do mais calibroso (limas da 2ª séria) para o 
menor calibroso (1ª série); 
Os instrumentos trabalham em comprimentos 
diferentes, sempre aumentando o comprimento, ou 
seja, penetrando mais profundamente no interior do 
canal. 
Começar com limas da 2ª séria em ordem 
decrescente (#80, #70, #60, #55, #50 E #45) e 
em seguida limas da 1ª série (#40, #35, #30, #25, 
#20 e #15) com movimentos 5 vezes com cada lima. 
Realizar movimentos de limagem (vai e vem contra as 
paredes dentinárias) até que a lima se encontra solta 
dentro do canal. 
Sempre passar instrumento de fino calibre (calibrado 
no CTM) entre cada lima da modelagem. 
Irrigar o canal radicular, antes e após a introdução de 
cada lima. 
OBS: Todos os instrumentos trabalham no mesmo 
comprimento (calibrados no CTM) 
Modelagem do CTM: 
1. Trabalhar os instrumentos em ordem 
decrescente de calibre até que o cursor 
toque na borda de referência (IA); 
2. Limpar as limas de modelagem com uma 
Irrigar gaze umedecida e passar uma lima de 
fino calibre (IP) entre cada lima da modelagem; 
3. Utilizar o IA até que fique folgado; 
4. Trabalhar em ordem decrescente até o 
cursor tocar a borda de referência (IM); 
5. Irrigar; limpar as limas e passar uma de fino 
calibre (IP) entre cada lima; 
6. Concluído a modelagem, o canal radicular 
deve ser irrigado e seco por aspiração; 
7. Devem ser utilizados os cones de papel 
absorvente, de diâmetro corresponde ao 
último instrumento utilizado; 
8. O canal está pronto para receber a 
medicação intracanal de ser obturado; 
9. Sempre corretamente selado. 
OBS: A modelagem no CTM consiste no uso 
sucessivo de instrumentos, do menor calibre para o 
maior, criando uma matriz apical “STOP”, que servirá 
como anteparo para o material obturador. 
Instrumento anatômico (IA): 
É o primeiro que tocou no bordo de referência com 
o cursor. Selecionar aquela que se ajusta as paredes 
do canal no terço apical. O instrumento deve 
apresentar uma pequena retenção ao ser trabalhado 
no interior do canal. Utiliza-se os instrumentos em 
ordem crescente. 
Instrumento de memória (IM): 
É o último instrumento utilizado. Será utilizado como 
obturador na próxima sessão. 
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Princípiosque regem a modelagem: 
• Grau de curvatura do canal; 
• Espessura da parede de dentina no terço apical; 
• Contaminação do canal. 
Informações importantes: 
• O bordo de referência utilizado na odontometria 
deve ser utilizado durante toda a modelagem. 
• Os cursores devem ter um bom contato para 
não causar uma penetração além ou aquém do 
planejado. 
• A irrigação é fundamental durante os 
procedimentos de acesso ao canal, exploração, 
odontometria, esvaziamento e modelagem. 
• A irrigação deve ser abundante durante a 
modelagem, sempre antes de cada instrumento 
trabalhar e após a instrumentação. 
• O grau de modelagem é muito importante 
durante essa etapa, pois quando a dentina é 
removida das paredes do canal, a raiz fica 
enfraquecida. 
• A amplitude de modelagem de canais curvos 
está sempre relacionada com o grau de 
curvatura. 
Irrigação 
É o ato de lavar a cavidade pulpar com solução 
adequada durante as diversas fases do tratamento. 
Complementa a limpeza obtida com o esvaziamento 
e a modelagem. 
Tem ação mecânica (água arrasta resíduos das 
etapas anteriores) e química (funções do hipoclorito). 
Objetivos: 
• Umectação: capacidade de molhamento de uma 
substância. Facilita a ação dos instrumentos, 
principalmente no terço apical. Lubrifica, 
mantém úmido. 
• Limpeza: Remoção de raspas (dentina) de 
detritos gerados pela instrumentação. Observar 
o turvamento do líquido e a coloração durante 
a irrigação. Tem função de reduzir o número 
de bactérias e neutralizar o conteúdo do canal. 
• Desinfecção: DESPOLPADOS. Reduz o número 
de bactérias e neutralizar o conteúdo do canal. 
OBTURAÇÂO NÂO IRRIGA! 
Irrigar antes, durante e depois menos na obturação! 
Propriedades ideias: 
• Baixo coeficiente de viscosidade: 
É a consequência da força de coesão entre as 
moléculas. Quanto menor a viscosidade maior fluidez, 
molhamento e capilaridade. Quanto maior a 
temperatura e agitação das moléculas, mais distantes 
elas ficam, menor viscosidade. 
• Baixa tensão superficial: 
É a força de coesão entre as moléculas na superfície 
de um líquido. Maior umectação, menor tensão. 
• Ação dissolvente da matéria orgânica: 
Mais facial desintegrar e remover os detritos. Maior 
temperatura e menor poder dissolvente. 
• Ação antisséptica (impedir proliferação de 
microrganismos). 
• Biocompatibilidade (não ser irritante, favorece o 
reparo ou não o dificultar); 
• Neutralização de produtos tóxicos; 
• Baixo custo; 
• Não gerar alteração de cor; 
• Ser de fácil aplicação; 
• Ser de fácil aquisição; 
• Favorecer a obturação. 
 
→ Soluções irrigadoras: 
 
• Hipoclorito de sódio: 
o Dissolve a matéria orgânica e neutraliza os 
produtos tóxicos; 
o São agressivos aos tecidos periapicais, por 
isso, independente da concentração, não são 
biocompatíveis; 
o Não agride os tecidos periodontais; 
o Irrigar somente o interior do canal radicular. 
Por isso é importante uma correta 
odontometria e calibração da agulha de 
irrigação; 
o Baixo custo; 
o Fácil de encontrar; 
o Fácil aplicação; 
o Em contato com a matéria orgânica o 
hipoclorito de sódio se transforma em 
hidróxido de sódio e ácido hipocloroso. 
 
 
 
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• Hidróxido de cálcio: 
o Apresenta baixa viscosidade; 
o Baixa tensão superficial; 
o Ação de saponificação: quando em contato 
com a matéria orgânica, transforma a gordura 
em sabão; 
o Capacidade dissolvente: desnaturação de 
proteínas bacterianas e proteínas do tecido 
pulpar. Quanto mais Na(OH), maior o pH e 
maior o poder dissolvente; 
o Neutralização de produtos tóxicos: 
diretamente relacionado ao poder dissolvente 
da substância. Quanto maior a dissolução, 
menor a tensão superficial e viscosidade, mais 
fácil remover o conteúdo do canal, o que 
diminui a toxicidade. 
 
• Ácido hipocloroso: 
o Poder antisséptico; 
o Função bactericida, desodorizante e 
descolorante; 
o Instável, quando exposto a luz se decompõe 
em cloro e oxigênio; 
o Ação desodorizante: oxigênio condensa e 
purifica os gases que vem da putrefação; 
o Ação clareadora; 
o Quanto mais HCIO mais instável a solução, 
menor o pH e menor a capacidade dissolvente; 
Cuidados: material instável, armazenar em frasco 
escuro, bem fechado e em ambiente fresco. Vitalidade 
de 120 a 180 dias depois de aberto. 
Concentrações: 
o Liquido de Dakin – 0,5% 
o Solução de Milton – 1,0% 
o Soda clorada – 5,0% 
 
→ Detergentes: 
São substâncias tensoativas (diminuem a tensão 
superficial do liquido ao qual são adicionadas). 
Por não apresentarem poder antisséptico, são 
indicados para dentes com polpa viva (conseguem 
retirar matéria orgânica, mas não destroem bactérias). 
Classificações: 
o Neutros: muito viscosos 
o Catiônicos: agressivo aos tecidos vivos 
o Aniônicos: são os mais utilizados. 
• Possuem a cauda lipofílica/hidrofílica; 
• Umectação: devido à baixa tensão superficial e 
baixa viscosidade permite rápido molhamento, 
inclusive de istmos e reentrâncias. 
• Adsorção: incorporação de uma superfície a 
outra; 
• Emulsificação: envoltas em carga negativa, 
repelem-se das partículas em suspensão 
 
→ Gluconato de clorexidina: 
• É o mais antimicrobiano de amplo espectro; 
• Maior substantividade; 
• Não dissolve matéria orgânica; 
• Pode causar manchamento depois de um 
certo tempo de uso. 
 
→ Soro fisiológico: Efeito neutralizante. 
 
→ Água destilada: Diluente do preparo de soluções. 
 
→ Solução de hidróxido de cálcio (água de cal): 
• Pó de hidróxido de cálcio + água destilada; 
• Ação hemostática e antisséptica; 
• Possui alta tensão superficial, não penetra 
bem no canal e por isso não é utilizado para 
irrigação; 
• Muito utilizado na etapa de curativos. 
 
→ Água oxigenada: 
• Liberação de O2; 
• Ação clareadora; 
• Ação hemostática; 
• Ação bactericida (bactérias anaeróbias); 
• Não é utilizado para irrigar, mas pode ser 
utilizado durante o acesso com função de 
estancar sangramentos. 
 
→ EDTA 17%; 
Instrumentos: 
Utiliza-se: seringa Luer 5ml; Agulhas hipodérmicas; 
Cânulas de aspiração. 
OBS: As agulhas de aspiração possuem grande calibre 
e geralmente vem pré curvadas. Já as agulhas de 
irrigação possuem pequeno calibre. 
 
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Técnica de irrigação 
→ Simples: irrigar e a solução é aparada com gaze. 
→ Com aspiração: irriga e suga ao mesmo tempo. 
• Pressão positiva: agulha irrigadora penetra mais 
profundamente que a cânula de aspiração 
(mais utilizada). 
• Pressão negativa: a cânula aspiradora penetra 
mais profundamente que a agulha irrigadora 
(exsudação persistente). 
• Pressão absoluta: cânula aspiradora penetra no 
canal para secagem do canal e remoção de 
exsudato de patologias. 
Calibrar a agulha: CTM – 2 mm 
Princípios de irrigação: 
• Tirar o ar; 
• Não obstruir a luz do canal; 
• Permitir refluxo; 
• Vai e vem agitando a solução; 
• Pressionar levemente o êmbolo; 
• Irrigar antes, durante e após. 
 
Tratamento Fase 1ª 2ª 
Pulpectomia Esvaziamento 
da câmara 
pulpar 
 
NaOCL 
1% 
 
H2O2 3% - 
Sangramento 
Demais fases NaOCL 
1% 
 
Detergentes 
Despolpado Esvaziamento 
da câmara 
pulpar e 
exploração 
 
NaOCL 1 a 5% 
 
Demais fases NaOCL 
1% 
Clorexidina 
 
 
 
Curativo de demora ou 
medicação intracanal 
É uma medicação colocada na cavidade pulpar, entre 
as sessões necessárias do tratamento até a conclusão 
deste. 
Situações clínicas: 
• Indisponibilidade de tempo; 
• Fadiga do paciente; 
• Condição clínica da polpa; 
• Protocolo profissional. 
Vantagens: 
• Previne ou reduz a inflamação periapical; 
• Neutraliza produtos tóxicos; 
• Solubiliza a matéria orgânica; 
• Elimina os microrganismos que sobreviveram ao 
preparo do canal e/ou impede sua proliferação;• Atua como barreira física impedindo a 
contaminação ou recontaminação; 
• Combate a exsudação persistente; 
• Controla a reabsorção inflamatória; 
• Estimula o repara, ou seja, permite que as 
células do organismo formem tecido 
mineralizado com o objetivo de fechar o forame 
apical. 
OBS: a colocação de medicação intracanal em dentes 
com lesões periapicais permite o reparo, ou seja, a 
neoformação de osso. 
Dentes com polpa viva 
Reduzir ou inibir o processo inflamatório. Favorecer o 
processo de reparo ao nível do coto apical. 
Curativo em dentes com polpa viva: 
→ Otosporin: 
Associação de hidrocortisona (corticoide) e sulfato de 
neomicina e sulfato de polimixina B (antibióticos). 
• Corticoide: reduz a atividade metabólica das 
células, por isso se deixar o medicamento mais de 
7 dias no canal radicular as células acabam 
necrosando. 
 
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• Antibiótico: o antibiótico é colocado no 
medicamento de maneira profilática, pois durante 
o tratamento do canal radicular pode ser que 
entrem bactérias neste e como o corticoide 
diminui a atividade metabólica das células, elas não 
conseguem defender o canal das bactérias que 
entram. 
Justificativa de uso: 
• Reduz a intensidade da inflamação; 
• Previne a sintomatologia pó – operatória; 
• Preserva a integridade do coto apical e dos 
tecidos periapicais; 
• Favorece o reparo. 
Indicação: 
Intracanal, após a modelagem, em dentes com polpa 
viva ou com pericementite. 
Técnica de emprego: 
1. Canal seco; 
2. Colocar a solução em um tubete anestésico 
estéril, e adaptar o tubete em uma seringa 
carpule; 
3. Calibrar a agulha (descartável no CTM; 
4. Introduzir a agulha no canal e depositar o 
medicamento cuidadosamente, sem pressão, 
até perceber o refluxo na câmara pulpar; 
5. O Otosporin não age a distância, por isso, é 
necessário o preenchimento completo do canal 
e contato com o coto apical; 
6. Remover o excesso e secar a câmara pulpar; 
7. Aplicar uma bolinha de algodão seca e estéril na 
entrada do canal; 
8. Selamento provisório com CIV ou Cavitec. 
Tempo de uso: 
• Recomendável por 72 horas; 
• Permanência máxima no canal por 7 dias. 
Pois após esse período o medicamento pode levar a 
necrose do coto apical por liquefação. 
 
→ Formocresol: 
Semelhante ao Tricresol, porém com toxicidade 
reduzida. 
 
 
Indicações: 
• Odontopediatria (casos de pulpotomia de dentes 
decíduos); 
• Dentes com polpa viva, nos casos em que o uso 
de Otosporin e do Hidróxido de cálcio não estão 
indicados. (ex: canal não foi modelado e não tem 
mais tempo pra continuar a sessão); 
Os cuidados, técnica de emprego e tempo de uso são 
iguais aos do Tricresol! 
Dentes despolpados 
Necrose da polpa – perda da capacidade de defesa – 
infecção (canal principal, sistema de canais e túbulos 
dentinários). 
Objetivos: 
• Complementar a desinfecção; 
• Favorecer o reparo. 
Curativo em dentes despolpados: 
→ Tricresol Formalina (TCF): 
Fixador tecidual e potente agente microbiano; 
Atua tanto pelo contato direto como a distância, em 
virtude da liberação de vapores ativos. 
Justificativa de uso: 
• Age sobre o conteúdo do canal; 
• Reduz o número de microrganismos; 
• Promove a neutralização mediata do conteúdo 
do canal; 
• Transforma as toxinas (agressivas) em toxóides 
(conteúdo não irritante). 
Indicações: 
• Medicação prévia na câmara pulpar, antes de 
qualquer intervenção no canal (não foi 
modelado) – neutralização mediata do 
conteúdo do canal; 
• Casos em que há fístula; 
• Sintomatologia prévia; 
 
 
 
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Cuidados: 
• Usar somente o cheirinho do TCF; 
• A ação não é seletiva ao conteúdo dos canais, 
sendo tóxicos também as células do ligamento; 
• Se utilizado em grande quantidade, pode atingir 
os tecidos periapicais e ocasionais 
sintomatologias pós-operatórias; 
Técnica de emprego: 
1. Irrigar e secar a cavidade pulpar; 
2. Selecionar uma bolinha de algodão seca e 
estéril, de tamanho compatível com o orifício 
de entrada do canal; 
3. Agitar o frasco que contém o medicamento; 
4. Com uma pinça clínica, apreender a bolinha e 
umedecer levemente na pequena porção da 
solução que fica retida na tampa do frasco; 
5. Remover o excesso de líquido da bolinha de 
algodão com o auxilio de uma gaze estéril 
(deixar só o cheirinho); 
6. Colocar a bolinha de algodão na entrada do 
canal; 
7. Selar a cavidade com CIV ou Cavitec. 
Tempo de uso: 
Recomendável de 24 a 48 horas. Não há limite de 
tempo de uso. 
Possui ação não seletiva ao conteúdo do canal, por 
isso, quando utilizado em grande quantidade libera 
vapores, mata as células dos tecidos periapicais e 
pode ocasionar sintomatologia pós-operatória. 
→ Paramonoclorofenol Canforado: 
A cânfora potencializa a atividade antimicrobiana, 
confere o medicamento maior poder de penetração 
na dentina e nas ramificações do canal, além de 
diminuir a ação irritante e cáustica do PMCF. 
Justificativa de uso: ação antisséptica. 
Indicações: medicação intracanal no tratamento dos 
dentes despolpados. 
Desvantagens: 
• Pouca ação a distância (age por contato direto); 
• Neutralizado pela matéria orgânica. 
 
Técnica de emprego: 
1. Irrigar e secar a cavidade pulpar; 
2. Selecionar um cone de papel 2 números acima 
do calibre do instrumento que confeccionou o 
stop apical; 
3. A ponta do cone deve ficar de 2 a 3mm aquém 
do stop; 
4. Com uma pinça, apreender o cone de papel e 
umedecer levemente no medicamento; 
5. Remover o excesso com gaze; 
6. Levar o cone a cavidade pulpar e cortar para 
que sua extremidade mais calibrosa fique ao 
nível da entrada do canal OU colocar o cone de 
papel seco no canal e levar o paramono e uma 
bolinha de algodão (o cone será umedecido por 
capilaridade); 
7. Na câmara pulpar, sobre o cone, colocar uma 
bolinha de algodão, seca e estéril e selar a 
cavidade de acesso. 
Tempo de uso: 
Desejável até 7 dias. Não há limite de tempo de uso. 
Dentes com polpa viva e despolpados 
→ Hidróxido de cálcio: 
Base forte, obtida a partir do aquecimento do 
carbonato de cálcio; 
• pH extremamente alcalino (12,5); 
• Pó branco de baixa solubilidade; 
• Empregado como medicação intracanal em 
forma de pasta. 
Indicações: 
• Após a modelagem do canal radicular; 
• Tratamento de dentes com polpa viva e 
despolpados. 
Justificativa de uso: 
• Ação antisséptica e antimicrobiana; 
• Ação indutora da calcificação. 
As funções desse material estão relacionadas com a 
dissociação do Ca(OH)2 em íons cálcio e íons hidroxila 
(desinfecção). 
 
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Em contato com a dentina, os íons HO alcançam o 
interior dos túbulos dentinários e elevam o pH da 
dentina, ou seja, cria-se um ambiente desfavorável a 
sobrevivência da maioria dos microrganismos 
(alcalinização do meio). 
Propriedade bactericida: ocorre devido a liberação de 
íons hidroxila e sua difusão através da dentina e do 
sistema de canais radiculares. De forma geral os 
microrganismos não sobrevivem a um pH 9,5. 
O hidróxido de cálcio tem função de descontaminar o 
canal radicular pela ação dos íons hidroxila e quanto 
esse estiver limpo (sem a presença de bactérias), o 
cálcio presente na medicação fornece condições para 
que as células do nosso organismo reparem lesões 
periapicais existentes e formem tecido mineralizado 
no forame. 
Propriedades: 
• Ação antimicrobiana (alcalinização do meio); 
• Boa tolerância tecidual; 
• Ação higroscópica sobre o exsudato 
inflamatório; 
• Ação neutralizadora de endotoxinas bacterianas(LPS); 
• Cria um ambiente favorável a formação de 
tecido mineralizado; 
• Ação anti-hemorrágica; 
• Propriedades físicas de preenchimento do canal; 
• Ação dissolvente de matéria orgânica. 
Preparo da pasta de hidróxido de cálcio: 
• Lado despolido de uma placa de vidro 
esterilizada; 
• Colocar o pó de hidróxido de cálcio puro (pró-
análise) + gotas de propileno glicol; 
• Juntar o pó ao liquido e espatular por 5 a 10 
minutos – a pasta deve ficar fluida e de 
consistência cremosa. 
Técnica de emprego: 
1. Irrigar e secar a cavidade pulpar; 
2. Calibrar a agulha no CTM; 
3. Se possível, introduzir no canal até esse 
comprimento; 
4. Adicionar o êmbolo da seringa; 
 
5. Na medida em que for depositando a pasta, 
retirar a seringa lentamente; 
6. Em seguida, empregar a espiral Lentulo para 
levar a pasta em toda a extensão. Para isso: 
ajustar a rotação do micromotor no sentido 
horário; 
7. Selecionar uma Lentulo com diâmetro menor 
que o último instrumento que confeccionou o 
stop; 
8. Calibrar a espiral para trabalhar 2mm aquém do 
CTM; 
9. Levar uma pequena quantidade de pasta em 
suas espirais; 
10. Introduzir a espiral vagarosamente até alcançar 
o comprimento determinado; 
11. Como motor acionado, executar movimento de 
vai e vem por três vezes e remover a Lentulo 
lentamente, ainda em movimento; 
12. Confirmar o preenchimento do canal 
(radiografia); 
13. Ao final, a câmara pulpar deve ser 
completamente limpa. A presença de resíduos 
da pasta nas paredes da cavidade favorece a sua 
dissolução pela saliva e permite a infiltração de 
microrganismos pela interface dente – material 
restaurados; 
14. Aplicar uma bolinha de algodão seca na entrada 
do canal; 
15. Realizar o selamento coronário com CIV ou 
Cavitec. 
Tempo de uso: 
Polpa viva: não há limite 
Despolpados: 
7 dias (tempo útil) nos casos em que não há lesão 
periapical ou esta é pequena. 
30 dias (tempo ideal) nos casos em que há lesão 
periapical média ou grande. 
OBS: Quanto mais tempo a medicação é deixada no 
canal radicular, mais tempo o hidróxido de cálcio tem 
para penetrar nos túbulos e agir para realizar 
descontaminação e permitir o reparo. 
Para que o Ca(OH)2 exerça sua função, o canal deve 
apresentar-se modelado, limpo e seco. Lembrando 
que, em caso de dentes despolpados, a lama 
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dentinária deve ser removida antes da colocação da 
medicação. 
Necessidade de troca da pasta de hidróxido de cálcio: 
Critérios clínicos Critérios radiográficos 
Surgimento de 
sintomas; 
Queda do selamento. 
 
Efeito da terapêutica; 
Desaparecimento da 
pasta. 
 
Obturação dos canais 
radiculares 
A obturação é o retrato da endodontia. 
Objetivos: 
Selar o canal ou sistema de canais em todo seu 
volume e extensão, ou seja, toda parte do canal que 
foi modelada deverá ser obturada; 
Estimular e/ou permitir o reparo dos tecidos 
periapicais. 
OBS: os medicamentos aplicados nas etapas 
anteriores da endodontia diminuem os microrganismos 
do canal radicular e estimulas as células do nosso 
organismo a formar tecido mineralizado (cementóide) 
no ápice do canal para promover o selamento 
biológico deste e consequentemente repara a lesão 
periapical (reparo ideal). Quando este tecido 
mineralizado não é formado, pode existir a formação 
de um tecido fibroso na mesma região (reparo 
aceitável). 
Evitar a penetração e a estagnação dos fluidos 
tissulares apicais (exsudato inflamatório é rico em 
proteínas plasmáticas). 
OBS: Se houver espaços vazios no interior do canal – 
exsudato penetra – proteínas sofrem deterioração – 
gera produtos irritantes – manutenção da inflamação 
– esses produtos servem de nutrientes para as 
bactérias. 
Impedir a reinfecção do canal por bactérias 
remanescentes (que sobreviveram ao preparo 
químico – mecânico – instrumentos e 
irrigação/curativo). 
OBS: aproxidamente 50% dos canais de dentes 
despolpados tratados endodônticamente, mesmo com 
o uso de solução irrigadoras e curativos de demora, 
permanecem contaminados. As bactérias ficam em 
áreas inacessíveis a instrumentação (ramificação do 
canal principal, túbulos dentinários, istmos). Se a 
obturação dor realizada tridimensionalmente, as 
bactérias remanescentes ficarão enclausuradas nessas 
áreas e, sem substrato disponível, perdem a 
capacidade de se manterem vivas. 
Limitação apical da obturação: 
1mm aquém do CD (no CTM) 
CD – 1 = CTM 
Toda extensão do canal que foi modelada deve ser 
obturada. Assim, o material obturador fica contido no 
interior do canal e não atinge os tecidos periapicais, 
além de permitir que haja a deposição de cemento 
(reparo ideal) ou de tecido conjuntivo fibroso (reparo 
aceitável) junto ao forame. 
Em dentes despolpados, a obturação nesse limite 
selará toda a extensão do canal dentinário, 
favorecendo a desinfecção. 
Condições essenciais para a obturação: 
• Canal limpo e modelado; 
• Ausência de sinais e sintomas (dor revela que 
ainda há um processo inflamatório periapical que 
precisa ser controlado); 
• Ausência de umidade (umidade altera a 
capacidade seladora dos cimentos endodônticos) 
– canal pode estar úmido devido a exsudação 
persistente, vinda de uma lesão periapical ou por 
que o canal foi sobre instrumentado; 
• Selamento íntegro. 
Tratamento endodôntico: 
• Canais com polpa viva: pode ser feito em uma 
única sessão. 
• Canais despolpados: tem que ser feito em mais 
de uma sessão, para colocação do curativo de 
demora. 
 
 
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Materiais obturadores 
Requisitos biológicos desejáveis: 
• Ser biocompatível ou apresentar boa tolerância 
tecidual; 
• Ser bacteriostático; 
• Ser reabsorvível, quando acidentalmente 
extravasado; 
• Estimular e/ou permitir o reparo; 
• Não provocar resposta imune. 
Requisitos físicos – químicos desejáveis: 
• Ser estéril ou de fácil esterilização; 
• Ser de fácil manipulação e introdução nos 
canais; 
• Apresentar tempo de trabalho adequado 
(material plástico); 
• Permitir um bom selamento; 
• Ter boa adaptação as paredes do canal; 
• Apresentar adesividade a dentina; 
• Ser estável dimensionalmente; 
• Não sofrer solubilização no interior do canal; 
• Ser insolúvel e impermeável aos fluidos 
tissulares; 
• Ser radiopaco; 
• Não alterar a cor dos dentes; 
• Ser de fácil remoção, quando indicado. 
Classificação e apresentação: 
• Materiais empregados em estado sólido: cones 
de prata e de guta-percha; 
• Materiais empregados em estado plástico: 
pastas e cimentos. 
Cones de guta percha 
São feitos a mão, por isso possuem tamanhos 
diferentes. 
Vantagens: 
• Podem ser compactados. 
• Podem ser plastificados com o uso de calor ou 
de solventes especiais. 
• É inerte e não alergênico. 
• É estável dimensionalmente, desde que não seja 
plastificada. 
 
 
• Não causa alteração de cor da coroa dental. 
• É radiopaco e facilmente removido, quando 
necessário. 
Desvantagens: 
• Tem pouca rigidez, não tem adesividade à 
dentina. 
• Pode ser deslocada sob pressão. 
• Se plastificada com o calor ou solvente, contrai 
ao esfriar ou após a volatização do solvente. 
Cimentos 
Age como agente de união (preenche os espaços 
entre os cones de guta-percha principal e os 
acessórios e entre eles e as paredes do canal). 
• Preenchem espaços, facilitando a introdução dos 
cones de guta percha no canal; 
• Atuam como lubrificantes; 
• Obturam canais laterais; 
‘'Mais importante do que o material para a obturação 
dos canais radiculares, é a técnica empregada para 
realiza-la no nível considerado ideal’’. 
Tipos de cimento: 
• Resinosos: Sealer 26, AH Plus 
A base de óxido de zinco e eugenol: Endofil, 
Endometazone 
A base de hidróxido decálcio: Sealapex, Sealer 26 
Manipulação: 
A correta manipulação pode atenuar o poder irritante 
do cimento (vindo do eugenol - veículo); 
Os cimentos que possuem eugenol devem ser 
manipulados de forma a incorporar a maior quantidade 
possível de pó, sem, logicamente, interferir no seu 
escoamento e consistência. Isso resultara em uma 
menor quantidade de eugenol livre, o que tornará o 
cimento menor irritante. 
Se maior quantidade de pó for aglutinada, o tempo de 
presa será menor, o que também diminui o poder 
irritante do cimento 
 
 
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Técnicas de obturação 
• Técnica do cone único; 
• Técnica do cone invertido; 
• Técnica do cone moldado; 
• Técnica de McSpadden; 
• Técnicas que empregam a guta-percha 
plastificada (obtura II, Ultrafil, System B, Microseal, 
Thermafil, Densfil, Successfil); 
• Técnica da compactação lateral. 
 
• Técnica de compactação lateral: 
1. Selecionar um cone estandardizado, de calibre 
semelhante ao do último instrumento que 
preparou o stop apical; 
2. Recobrir o cone com cimento obturador e levar 
ao canal de forma que ocupe toda a extensão 
preparada; 
3. Com o auxílio dos espaçadores, exercer 
pressão apical e lateral; 
4. O cone cimentado é compactado contra uma 
das paredes do canal (Compactação lateral); 
5. Remover o espaçador e inserir um cone 
acessório besuntado em cimento no espaço 
criado; 
6. Usar o espaçador e colocar cones acessórios até 
o momento em que o espaçador quase não 
entra no canal (entra o espaço correspondente 
à coroa do dente e mais alguns milímetros); 
7. Radiografar (Rx de qualidade da obturação - para 
ver se a obturação está densa e homogênea e 
sem espaços); 
8. Compactar verticalmente a guta-percha; 
9. Remover todo o material obturador da câmara 
pulpar com bolinhas de algodão umedecidas em 
álcool 
10. Selar a cavidade; 
 
Fatores que influenciam a qualidade da obturação: 
• Preparo do canal: 
Quanto maior a conicidade do canal (modelagem), 
melhor e mais fácil a obturação; 
Movimento de rotação no preparo do stop ajuda a 
manter a conformação circular dos canais no terço 
apical e melhor adaptação do cone de guta-percha; 
OBS: movimento de rotação só poderá ser usado em 
canais retos 
• Irrigação final e secagem: 
• Função de remover smear layer para permitir 
maior penetração e melhor embricamento do 
material obturador nas ramificações do canal e 
nos túbulos dentinários; 
 
Seleção do cone principal 
• Cone principal deve ter o mesmo calibre do IM 
(instrumento memória); 
• Levar o cone ao canal, calibrado no CTM, e 
avaliar sua adaptação. Se o cone estiver bem 
adaptado, você sentirá o seu travamento no 
canal. Se isso não ocorrer, tente a adaptação de 
cones de numeração inferior ou superior. Se 
essa tentativa também não for bem-sucedida, 
fabrique um cone, seccionando pequenas fatias 
da sua extremidade com uma lâmina tipo Gilete 
ou de bisturi. Verifique, a todo instante, se o cone 
tinge o CTM; 
• Após selecionar o cone, deixa-lo no canal e 
realizar uma radiografia para avaliar seu nível de 
adaptação (Rx da prova do cone); 
• Enquanto processa a radiografia, fazer 
desinfecção do cone por alguns minutos em um 
pote Dappen estéril com solução de hipoclorito 
de sódio 5%; 
Seleção do espaçador digital 
O canal deve estar limpo e vazio. 
Selecionar um espaçador que consiga chegar mais 
próximo ao CTM 
Verificar a profundidade de penetração no canal. O 
ideal é que ele penetre em toda a extensão do 
preparo. 
Caso o espaçador vermelho seja selecionado, será 
usado o cone B7/R7. Caso o espaçador azul seja 
selecionado, será usado o cone B8/R8. 
Manipulação do cimento: 
• Usar a parte despolida da placa de vidro; 
• Manipular o cimento de acordo com as 
instruções do fabricante. 
 
Levando o cimento ao canal: 
• Besuntar o instrumento memória ou espaçador, 
calibrado no CTM, e levar uma pequena 
quantidade de cimento ao canal (executar 
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movimento de rotação, recobrir as paredes do 
conduto com uma pequena camada de 
cimento). 
• Se houver sobreinstrumentação ou o dente 
apresentar forame amplo, levar o cimento 
somente com o cone principal no momento da 
sua cimentação 
Cimentação do cone: 
• Aprender o cone com a pinça na medida no 
CTM (na medida em que o cone obteve 
travamento - conferir na régua metálica); 
• Secar o cone com uma gaze estéril; 
• Besuntar o cone com cimento; 
• Introduzir o cone lentamente no canal até que 
ele atinja o CTM. 
 
Compactação lateral: 
• Introduzir o espaçador entre o cone principal e 
uma das paredes do canal, exercendo pressão 
lateral e apical. 
• Se o cone principal estiver bem adaptado, o 
espaçador não penetrará em toda a extensão 
do canal, mesmo que esteja calibrado no CTM; 
• Manter o espaçador no canal. Com a pinça, 
apreender um cone acessório e besuntar no 
cimento. Numa manobra quase que simultânea, 
retirar o espaçador do canal e introduzir o cone 
acessório. 
• Reutilizar o espaçador e procurar preencher o 
canal com a maior quantidade possível de cones 
acessórios. 
• Quando o espaçador e os cones não 
penetrarem além do terço cervical do canal, 
fazer uma radiografia para avaliar a qualidade da 
obturação (Rx pré-final). 
• Se a obturação estiver de boa qualidade e 
homogênea, proceder a compactação vertical. 
Caso existam falhas no preenchimento introduzir 
mais material obturador no canal. 
Compactação vertical: 
• Selecionar um compactador de paiva de 
diâmetro adequado as dimensões da entrada do 
canal; 
• Aquecê-lo na chama da lamparina e cortar os 
cones ao nível da entrada do canal, ou seja, 
remover excessos; 
 
• Com o compactador resfriado, pressionar o 
material em direção apical para regularizar a 
superfície de corte (compactação vertical). 
 
Limpeza da câmara pulpar e selamento coronário: 
• Com uma bolinha de algodão embebida em 
álcool, remover os resíduos de material 
obturador da câmara pulpar para evitar 
escurecimento da coroa dental; 
• Secar a câmara; 
• Restaurar a cavidade de acesso; 
• Fazer uma radiografia do dente sem o 
isolamento absoluto (Rx final - com posicionador). 
 
Quelantes em endodontia 
Após a modelagem, vai existir uma grande camada de 
Smear Layer. Os quelantes vão limpar e liberar a 
entrada dos túbulos dentinário, para possibilitar que a 
solução irrigadora penetre e elimine as bactérias. 
São compostos capazes de fixar íons metálicos 
(cálcio, potássio, sódio e magnésio). Os quelantes 
retiram os minerais dos ossos e dos dentes, deixando-
os mais fracos (desmineralização). Esse processo não 
é tão forte a ponto de provocar algum prejuízo, como 
os ácidos por exemplo. 
Função: desmineralização da dentina por quelação 
com íons e remover o Smear Layer. 
EDTA – Ácido etilenodiamino 
tetra – ácetico 
• Comercializado em forma de pasta e solução 
aquosa; 
• OH básico: 7,3 por causa do OH; 
• Autolimitante: o EDTA se liga com os íons cálcio 
do dente por meio dos íons OH presentes em 
sua composição (ligação de quelação), contudo, 
essa ligação é limitada. Ou seja, a partir do 
momento em todos os íons OH se ligarem ao 
cálcio, acaba a ação EDTA; 
• Antisséptico; 
• Biocompatível; 
• Evitar contato direto com periápice, para isso 
deve-se calibrar a agulha no CTM = CD – 1mm; 
• Sempre armazenado em frasco plástico e 
utilizar seringas plásticas por causa da quelação 
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do agrupa OH com silicato de Ca+ presente no 
vidro e perde sua capacidade ação. 
Indicações: 
• Modelagem de canais atrésicos: 
Se temum canal atrésico, o EDTA desmineraliza 
dentina ao redor liberando mais espaço. Porém deve-
se ter cuidado, pois pode formar degraus. 
o Sempre explorar o canal com limas finas #8 
ou #10; 
o Levar a solução na câmara pulpar; 
o Agitar a solução por 1 minuto, com limas, para 
que a porção de EDTA que está quelando o 
cálcio possa ser renovado e assim, tenha mais 
solução de EDTA agindo na parede de 
dentina; 
o Aguardar 2 minutos (totalizando 3 minutos); 
o Renovar a solução 5 vezes (por ser 
autolimitante) – ou até que julgue necessário. 
OBS: É preciso ter muito cuidado com a moldagem 
de canais atrésico, pois a desmineralização da dentina 
não é seletiva, ou seja, não consegue desmineralizar 
só a dentina que está no interior do canal. Podendo 
causar formação de degrau na modelagem (sempre 
utilizar lima fina, pré-curvada e respeitar a curvatura 
do canal). 
 
• Remoção de Smear layer – irrigação: 
Principal indicação, usado em todos os casos, para 
remoção de bactérias do canal e para selamento. 
 
OBS: É muito importante agitar a solução. Tudo que 
entra em contato com a hidroxila está quelando, 
porém a solução que está no meio não entra em 
contato com nada, então para potencializar a ação do 
EDTA, deve-se agitar com uma lima fina. 
 
Protocolo de irrigação final com EDTA: 
1. Após a modelagem, aplicar 5ml de EDTA 
com seringa plástica e agulha calibrada em 
CTM – 2mm; 
2. Irrigação lenta, movimento da agulha de vai e 
vem; 
3. Aspiração de EDTA; 
4. Irrigação com 3ml de solução de hipoclorito 
de sódio 1%; 
5. Aspiração do hipoclorito de sódio. 
 
Contraindicações: 
• Tentar alcançar o CD com EDTA – pode causar 
degrau e perfuração; 
• Tentar localizar canais calcificados – pode 
resultar em um novo canal; 
• Tratamento em dentes com rizogênese 
incompleta – por que as paredes radiculares são 
muito finas: pequena quantidade de dentina ou 
dentes com paredes radiculares muito finas; 
• Tratamento de perfurações radiculares – para 
não ampliar a perfuração. 
ATENÇÃO: Se o canal teve sangramento, por 
qualquer motivo, NÃO IRRIGAR COM EDTA, para 
evitar mais sangramento! 
Tratamento de dentes 
despolpados 
Quando diagnosticado dente necrosa/despolpado, 
significa que a polpa está morta, fazendo com que o 
paciente perca a sensibilidade do dente. Dentro do 
canal, encontra-se um aglomerado de microrganismos, 
toxinas e restos de tecido pulpar, chamados de 
conteúdo tóxico – séptico – necrótico. 
• Tóxico – os microrganismos liberam toxinas que 
vão inflamar o interior do canal, aumentando a 
pressão e o calor provocando um quadro de 
dor. Além desse tipo de dor, pode estar sendo 
formado um exsudato purulento pressionando o 
ligamento periodontal, causando ainda mais dor, 
mesmo com a polpa necrosada. 
• Séptico – cheio de microrganismos. 
• Necrótico -restos de polpa necrosada. 
Radiograficamente não é possível fazer o diagnóstico 
de dente despolpado, somente com o exame clínico, 
pois radiograficamente são iguais. 
OBS: Sangue não vem pela cavidade nesse caso (a 
não ser que tenha exsudato purulento). Se aparecer 
sangue, normalmente há algum erro no diagnóstico. 
Diagnóstico – dente necrosado: 
• Teste de vitalidade negativo (paciente não sente 
dor ao teste endoice); 
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• Presença ou não de lesão periapical – mesmo 
que o dente não possua lesão, pode estar 
despolpado; 
• Dor contínua, por conta do excesso de pressão 
(após o acesso a câmara pulpar a dor para). 
Tratamento proposto: 
• Necropulpectomia 1: 
o Não tem lesão periapical; 
o Paciente reclama de dor contínua; 
o Radiograficamente não tem alterações; 
o Teste de vitalidade negativo: necrosado. 
 
• Necropulpectomia 2: 
o Paciente com lesão apical; 
o Não precisa necessariamente sentir dor; 
o Radiograficamente possui lesão periapical, 
pode ou não ser circunscrita. 
OBS: Pulpectomia ou biopulpectomia é a remoção do 
tecido pulpar vivo, sem lesão periapical 
Etapas do tratamento 
endodôntico 
1. Acesso ao canal radicular: 
• Abertura coronária; 
• Localização e preparo dos canais radiculares. 
 
2. Neutralização do conteúdo do canal: 
Reduzir a quantidade de matéria orgânica em 
decomposição, microrganismos e de seus produtos. 
Reduz o risco de empurrar os detritos da polpa 
(debris) para o forame apical. 
Objetivo: diminuir gradativamente a contaminação até 
chegar no ápice do dente, que é a região mais crítica 
(diminuir a contaminação cervical – região mais 
contaminada), terço médio e apical, devagar, para 
evitar que entre com a lima e empurre todo o 
conteúdo para o periápice. A lima sempre deve ser 
selecionada e calibrada conforme o CTEx. 
• Imediata: é feita no mesmo momento do acesso, 
com penetração de desinfectantes. 
o Inundar a câmara com hipoclorito 5% + IP; 
o Instrumento calibrado no CTEx, penetrar no 
terço cervical do canal e deixar a solução agir, 
agitando; 
o Aspirara, retirar a solução contaminada; 
o Inundar a câmara pulpar novamente com 
hipoclorito; 
o Utilizar o instrumento calibrado no CTEX, 
penetrar no terço médio do canal e deixar a 
solução agir; 
o Aspirar; 
o Inundar novamente, com hipoclorito de sódio; 
o Com o instrumento calibrado no CTEX, 
penetrar no terço apical (CD – 3mmm) e 
deixar a solução agir; 
o Aspirar; 
o Finalizo a neutralização imediata. 
 
• Mediata: é feita entre o acesso e a próxima 
consulta. Em casos de dentes com fístula e/ou 
que necessita de reconstrução coronária. 
o Acessa, faz procedimento 
o Coloco o tricresol formalina (molhar a bolinha 
de algodão, apertar com uma gaze para tirar 
o excesso e deixar só o “cheirinho”). 
o Fecha o dente e volta a agir 72h depois; 
o Em dentes com fístula, está muito mais 
contaminado, a presença do tricresol vai 
neutralizar o canal e reduzir a contaminação. 
 
3. Exploração: 
Acontece junto com a neutralização, é mais cuidadosa 
que na pulpectomia. A irrigação precisa ser abundante 
e com constante renovação. 
4. Odontometria: 
Mesmos critérios e técnicas que na pulpectomia. 
CTEx = CAD – 3mm. 
5. Esvaziamento: 
Remoção de um tecido sem estrutura e 
desorganizado. 
CTEs = CD (APENAS NESTE CASO!) 
A contaminação do canal está no canal inteiro, em 
dentes despolpados, o esvaziamento tem como 
objetivo remover toda a contaminação bacteriana. Por 
isso o esvaziamento serve para limpar toda a 
extensão do canal. 
Utilizar sempre limas, pelo menos 3 instrumentos 
utilizados para limpar o 1mm que não vai ser modelado, 
ou seja, usar o IF + 2 instrumentos. 
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IF – Instrumento foraminal: faz o esvaziamento nesse 
1mm que não vai ser modelado (tem que travar no 
forame apical). Vai manter o forame apical 
desobstruído pelo conteúdo tóxico – séptico – 
necrótico. Ao invés de ser utilizado no CTM, é utilizado 
no CD. 
6. Modelagem: 
Remove contaminação e prepara para obturação. 
Basicamente igual a pulpectomia. 
Não é feita no dente inteiro, sempre os instrumentos 
calibrados em CTM = CD – 1mm, para criar o batente 
apical “stop apical”. 
Função: limpar o canal e ampliar para receber a 
obturação. 
Utilizar solução irrigadora de forma abundante 
(hipoclorito de sódio). 
Amplitude de modelagem é determinada pela 
espessura da parede de dentina, curvatura do canal e 
a presença de contaminação. Por ser um dente muito 
contaminado deve-se tentar ampliar o máximo 
possível, pois as bactérias entram pelos túbulos 
dentinário e quanto mais remove dentina, mais 
remove bactérias. 
Entre cada instrumento da modelagem, o IF é utilizado 
como se fosse o IP, contudo, não é dispensado o uso 
do IP. 
7. Irrigação final: EDTA + Hipoclorito de sódio, 
função de remoção do Smear layer, intensifica 
ação do curativo de memória.8. Curativo de demora: 
Hidróxido de cálcio: para auxiliar na descontaminação 
dessa região. O que varia é o tempo que vai ficar 
nesse dente, dependendo do tamanho da lesão. 
7 dias há 1 mês – não tem resultado em menos de 7 
dias, sabendo que está em um meio que possui 
infecção, ou seja, o pH é menor que 7 (ácido). Nesse 
caso o hidróxido de cálcio age neutralizando esse meio 
através dos agrupamentos OH no interior dos túbulos 
dentinário. 
Em até 7 dias: pode usar paramonoclorofenol 
canforado ou hidróxido de cálcio. 
Depois de 7 dias: hidróxido de cálcio: 
Em até 1 mês: dentes com polpa viva – hidróxido de 
cálcio, Otosporin e formocresol. Dentes despolpados 
– tricresol até o dia da modelagem, hidróxido de cálcio 
e paramonoclorofenol canforado. 
9. Obturação: 
• Paciente não pode ter sinais e sintomas; 
• Canal limpo e seco; 
• Não pode estar úmido; 
• O selamento deve ser íntegro (do curativo de 
demora); 
• Canal modelado; 
Se o selamento caiu, deve-se remover, remodelar, 
recolocar curativo e só na próxima sessão é feito a 
obturação. 
10. Proservação: 
Mais importante que em dentes com polpa viva, pois 
envolve microrganismos que devem ser combatidos 
de forma efetiva. 
Existem bactérias resistentes que não são removidas 
totalmente do canal, mesmo fazendo o tratamento de 
forma adequada. Para isso deve-se tomar todos os 
cuidados, para não dificultar ainda mais o processo de 
eliminação da bactéria. 
De 6 em 6 meses, após um ano, anual. 
• Lesão regredindo, paciente sem sintomas: 
liberado. 
• Lesão ativa: retrata. 
• Lesão grande, não reduziu: continuar 
radiografando até ter certeza se é uma cicatriz 
óssea e não uma lesão ativa. 
Importante ter uma comparação da lesão com uma 
radiografia anterior. 
OBS: O cirurgião dentista não é responsável pelos 
microrganismos presentes na lesão, mas altamente 
responsável pelos que são levados ao nosso campo 
operatório. 
Se ainda houver alguma lesão, não necessariamente 
quer dizer que a endodontia não funcionou, pode ser 
que o organismo do paciente não tenha tido a 
capacidade de fazer neoformação óssea, ou então 
pode ser uma cicatriz óssea e não uma lesão ativa. 
 
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Alterações pulpares e 
doenças da polpa 
O tecido pulpar é um tecido conjuntivo frouxo situado 
no interior da câmara pulpar e canais radiculares. 
Ambiente que limita a sua capacidade de se aumentar 
em volume durante os episódios de vasodilatação e 
de aumento da permeabilidade vascular. O volume 
total de sangue na cavidade não pode ser aumentado. 
Na sua periferia, encontra—se uma camada de células 
altamente especializadas, os odontoblastos (células 
responsáveis pela formação de dentina). 
Características dos tecidos sadios: esmalte, dentina e 
polpa. 
• Sensibilidade espontânea ausente, os túbulos 
dentinários estão íntegros; 
• Ausência de mobilidade, cavitação; 
• Imagem radiolúcida nos limites do esmalte e 
imagem raidiolúcida apical; 
• Resposta tardia ao teste de frio, não há 
inflamação; 
• Passagem de luz alógena sem mancha; 
• Estrutura mineralizada hígida no esmalte. 
Agentes etiológicos causadores das alterações 
pulpares: 
• Bacterianos: toxinas e enzimas associadas a carie 
dentária. Na carie do esmalte, ainda que 
incipiente, pode haver difusão de produtos 
bacterianos para a dentina e até mesmo para a 
polpa. 
 
 
 
 
 
• Físicos: 
o Mecânicos: traumáticos (fratura coronária) 
o Iatrogênicos: preparo da cavidade 
o Patológicos: atrição, abrasão e erosão. 
 
• Químicos: ácidos empregados no 
condicionamento dentinopulpar. 
Mecanismos de defesa da polpa frente às agressões: 
As alterações frente aos agentes agressores 
determinam graus variados de resposta. A polpa tenta 
promover o bloqueio a estas injúrias por meio de 
mecanismos como: 
• Mecanismo regressivo: 
Quando ocorre envelhecimento da polpa. Pode ser 
por alterações dimensionais da cavidade pulpar 
(hiperprodução de dentina) ou por alterações 
estruturais da polpa (células, vascularização, inervação 
e calcificação). 
• Mecanismos inflamatórios: 
Caries incipientes de esmalte podem levar a alterações 
pulpares nas áreas correspondentes a dentina 
subjacente 
Pulpites 
(ponto de vista histológico) 
A evolução da cárie crônica: 
• Pulpite aguda serosa foca e subclínica: 
• Começa apresentando uma alteração 
vascular localizada; 
• Quadro inflamatório focal; 
• Sem formação de exsudato purulento (não 
há interação entre neutrófilos e bactérias); 
• Quadro assintomático, subclínico; 
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• Não pode ser diagnosticado clinicamente! 
Com a constante penetração de produtos bacterianos 
na área, ocorre uma discreta concentração de 
leucócitos mononucleares (macrófagos, linfócitos e 
plasmócitos). Esta fase denomina-se: 
 
• Pulpite crônica focal e subclínica: 
• Não é diagnosticada clinicamente; 
• Há pequeno grau de destruição da camada 
de odontoblastos. 
Se houver eliminação do agente agressor, ocorre 
reparo! 
Se a cárie evoluir: 
• Novo surto de exsudação plasmática, mais 
amplamente difundida, embora ainda localizada; 
• Vasos dilatados; 
• A camada odontoblástica está mais ou menos 
desorganizada, podendo estar interrompida. 
Este quadro pode ser diagnosticado como: 
• Pulpite aguda serosa: 
• Exuberante exsudato, sem um significativo 
infiltrado inflamatório neutrófilo; 
• Ausência de destruição tecidual; 
• Desorganização da estrutura da polpa; 
• Deposição focal de dentina reacional. 
O que pode acontecer? 
• Reparo após a remoção da cárie; 
• Evoluir – Pulpite aguda purulenta parcial. 
A persistência da causa, implica na instalação gradual 
de um infiltrado inflamatório polimorfonuclear, e sua 
interação com as bactérias e subprodutos resulta em 
um derramamento de enzimas proteolíticas (pus). 
Pequenos focos de liquefação tecidual; 
Micro abcessos pulpares. 
• Pulpite aguda purulenta parcial: 
Acúmulo de pus delimitado por densa concentração 
de polimorfonucleares (neutrófilos). 
A evolução depende de três situações: 
1. Polpa não exposta e a cárie crônica evoluindo 
– necrose parcial da polpa – necrose total da 
polpa – Pulpite aguda purulenta generalizada 
(necrose por liquefação) há mais focos de 
abcessos. 
2. Cárie crônica foi removida, polpa exposta 
(acidental ou propositalmente) – tratamento 
conservador (observar as características de 
reversibilidade da polpa). 
3. Dentina sobrejacente sucumbe pela 
fragilidade, expondo a polpa – drenagem do 
pus estabelecido – forma-se uma úlcera 
pulpar recoberta por uma pseudomembrana 
– Pulpite crônica ulcerada. 
• Pulpite crônica ulcerada: 
Evolui pra 4 possibilidades: 
• Manutenção da Pulpite crônica ulcerada (saliva 
“dilui” ação das bactérias); 
• Necrose da polpa: Necrose ou tamponamento – 
reagudização – Pulpite aguda purulenta – 
necrose; 
• Reparo pulpar (através do tratamento); 
• Evolui para: 
 
• Pulpite crônica hiperplásica: pólipo pulpar 
• Crianças e adultos jovens, com boa 
resistência orgânica; 
• Cavidade de cárie ampla; 
• Rizogênese incompleta ou forame apical 
amplo; 
• Microbiota de baixa virulência associada; 
O tecido de granulação subjacente pode tornar-se 
exuberante e ocupar toda a cavidade cariosa. 
• Coloração varia de rosa pálido e vermelho 
brilhante; 
 
• Sangramento facilmente se estabelece. 
É necessário saber diferenciar pólipo pulpar, gengival 
e periodontal. 
 
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A evolução da cárie aguda: 
Caracteriza-se pela sua súbita instalação e velocidade 
de envolvimento dos tecidos duros.

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