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resumo de endodontia completo (endo I e II)

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Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
1 
 Sumário 
 
 ANATOMIA DENTAL INTERNA--------------------------------------------------Página 2 
 INSTRUMENTAIS -------------------------------------------------------------------Página 4 
 ESVAZIAMENTO --------------------------------------------------------------------Página 5 
 ODONTOMETRIA -------------------------------------------------------------------Página 6 
 ESVAZIAMENTO – POLPA VIVA-------------------------------------------------Página 7 
 ESVAZIAMENTO - POLPA MORTA ----------------------------------------------Página 8 
 PREPARO QUIMICO CIRURGICO-PQC------------------------------------------Página 9 
 SUBSTÂNCIAS QUIMICAS AUXILIARES – SQA--------------------------------Página 12 
 MEDICAÇÃO INTRACANAL – MIC-----------------------------------------------Página 17 
 OBTURAÇÃO--------------------------------------------------------------------------Página 20 
 ETIOPATOGENIA E DIAGNÓSTICO DAS ALTERAÇÕES PULPARES-------Página 24 
 ETIOPATOGENIA E DIAGNÓSTICO DAS ALTERAÇÕES PERIAPICAIS----Página 29 
 RECURSOS SEMIOTÉCNICOS E DIAGNÓSTICO-------------------------------Página 36 
 RETRATAMENTO ENDODÔNTICO-----------------------------------------------Página 40 
 RIZOGÊNESE INCOMPLETA--------------------------------------------------------Página 49 
 TRAUMATISMO DENDOALVEOLAR---------------------------------------------Página 58 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
2 
 ANATOMIA DENTAL INTERNA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERCONDUTO- Uma ramificação que interliga 2 condutos 
principais. 
 
CANAL RECORRENTE- Se inicia e termina no ramo ou no 
canal principal, podendo ocorrer em outras ramificações 
também. 
 
Cavidade pulpar- Com relação ao canal radicular, seu início confunde-se com o término da 
câmara pulpar nos dentes com 1 canal, a nível do colo anatômico, e nos dentes com mais de 1 
canal começa no assoalho da câmara pulpar. 
 
 
Cirurgia de acesso- permite a visualização e acesso aos canais 
• Acesso de forma livre e direta 
• Remoção de todo o teto da câmara pulpar 
• Visualizar sem danificar a entrada dos canais e assoalho pulpar 
• Expulsividade da parece mesial dos posteriores 
CANAL PRINCIPAL- Ocupa todo o eixo central, 
alcançando o apíce radicular. 
CANAL COLATERAL- Ocorre lateralmente ao canal 
principal, pode chegar a região periapical 
independente. 
CANAL LATERAL- É a ramificação que ocorre do 
canal principal para a região do periodonto, 
geralmente no terço médio do dente. 
CANAL SECUNDÁRIO- Derivando-se do canal 
principal ao nível do terço apical segue diretamente 
ao apice do dente. 
CANAL ACESSÓRIO- É toda ramificação que se inicia 
de uma outra ramificação e segue direto ao 
periodonto. 
CANAL DELTA APICAL- Formação estritamente 
cementaria do canal principal, determina a 
ocorrência de lâminas múltiplas. 
CAVO-INTER-RADICULAR- Ramificação que 
comunica a câmara pulpar a furca. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
3 
° Acesso a câmara pulpar (trepanação) 
° Ponto de eleição- Nos incisivos e caninos é feito pela face L/P 
 - Nos pré-molares e molares é feita pela face O 
° Pré-cavidade- Após a escolha do ponto de eleição, iniciaremos a pré-cavidade, tem uma 
forma específica para cada dente 
° Direção de trepanação- Depois de colocada no ponto de eleição, a broca deverá seguir a 
forma da pré-cavidade e se aprofundar em uma direção determinada, visando atingir a parte 
mais volumosa da câmara pulpar 
° Forma de contorno- Remoção do teto da câmara pulpar e varia de acordo com a anatomia 
° Forma de conveniência- Alisamento das paredes axiais; 
 -Remoção de projeções de dentina na entrada dos canais radiculares e; 
 -Desgaste de determinadas paredes. Forma final da cavidade de acesso 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABERTURA DO DENTE: 
Sequência: 
1. Brocas (#1012, #1014 ou 1016|) 
2. Broca endo Z 
3. Broca Largo 
 PONTO DE ELEIÇÃO FORMA DE CONTORNO TREPANAÇÃO 
INCISIVOS Abaixo do cíngulo (sup) 
Acima do cíngulo (inf) 
Triangular com base voltada 
para incisal 
45° em relação ao longo eixo do dente 
CANINOS Abaixo do cíngulo (sup) 
Acima do cíngulo (inf) 
Losangular na face P 
Elíptica no sentido V-P 
45° em relação ao longo eixo do dente 
PRÉ MOLAR 
SUPERIOR 
Face O, Centro do sulco 
principal 
Elíptica no sentido V-P Paralela em relação ao longo eixo do dente 
PRÉ MOLAR 
INFERIOR 
Face O, centro do sulco 
principal, porção mesial 
Circular no 1°PM 
Oval no 2°PM 
Paralela em relação ao longo eixo do dente 
MOLAR 
SUPERIOR 
Face O, centro da 
fosseta M no 1°M 
Fosseta central no 2°M 
Triangular com base voltada 
para vestibular 
Paralela em relação ao longo eixo do 
dente, com ligeira inclinação em direção a 
raiz palatina 
MOLAR 
INFERIOR 
Face O, centro do sulco 
principal 
Trapeizoidal com base maior 
voltada para a face M 
Paralela em relação ao longo eixo do dente 
Normalmente nos I e CS, PMI e raiz DV e P dos MS: 
Raízes ovaladas ou as vezes circular originando 1 
canal. 
Nos dentes ant inf, PMS, raiz M e D dos MI e raiz MV 
dos MS: 
Raízes achatadas no sentido MD ou proximal 
Pode originar 1 ou 2 canais, com 1 ou 2 forames 
independentes 
Porém, no terço apical o canal permanece circular. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
4 
HEDSTR
PARTE ATIVA SEMPRE 16 mm 
D0 D16 
PARTE ATIVA EM mm X 
CONICIDADE 
16mm X 0,02mm = 0,32mm 
D0 = 0,30 
D16 = 0,30+0,32 = 0,62 
INSTRUMENTAIS 
 Os instrumentos do tipo K são indicadas no preparo de canais normalmente retos, 
possuem secção transversal quadrangular. 
 
 Os instrumentos do tipo k-Flex são indicados nos preparos de canais curvos após a 
exploração e cateterismo inicial com uma lima tipo K de fino calibre, possuem maior 
eficácia de corte. 
 Secção triangular. 
 
 Os instrumentos do tipo H são indicados para o alisamento das paredes do canal e 
remoção de resíduos. Possuem uma boa capacidade de corte. 
 Apresenta pouca flexibilidade e podem fraturar com maior facilidade. 
 Deve ser usado apenas para pulpectomia em canais amplos e retos e na remoção de 
obturações na porção reta dos canais radiculares 
 Apresenta guia de penetração cônica ou sem corte, o que anula a capacidade de perfurar 
o interior do canal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
5 
ESVAZIAMENTO 
 
Tratamento endodôntico Esvaziamento 
Necessidade de remoção de um tecido pulpar vivo Pulpectomia 
Polpa apresenta mortificada PD 
Insucessos endodônticos 
Retratamentos 
Desobturação 
 
° Pulpectomia- envolve a extirpação do tecido pulpar vital 
° Ação desinfetante (PD)- após C.A., remover os restos necróticos e microbianos do interior da 
câmara pulpar e canal radicular, utilizando hipoclorito e uma lima de fino calibre. 
 
Manobra: 
❖ Anestesia; 
 
❖ Isolamento; 
 
❖ Embrocamento do campo operatório; 
 
❖ C.A.; 
 
❖ Esvaziamento da polpa viva (irrigando e aspirando com hipoclorito a 1%); 
 
❖ Remoção da polpa com curetas; 
 
❖ Esvaziamento até o CI, com uma lima de fino calibre, deslocar o tecido pulpar das paredes dentinárias, a 
lima deve transladar ao longo de todas as paredes do canal. Após o descolamento pulpar uma lima do tipo 
H é inserida para o corte e remoção do tecido pulpar até o CI, com movimento de pressão contra a parede 
V e tração O/I; 
 
❖ Instrumento compatível com a odontometria deve ser selecionado e inserido no canal, e dar continuidade 
aos passos odontométricos; 
 
❖ Radiografar para confirmação do CT;❖ Corte apical do tecido pulpar (deslocamento com lima do tipo K e corte com lima H). 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
6 
 ODONTOMETRIA 
Objetivo: 
• Determinar o comprimento de atuação; 
• Diminuir os traumas operatórios próximos aos tecidos periapicais; 
• Evitar a instrumentação e obturação incompletas; 
• Limite adequado de trabalho: anatomia X patologia. 
 
A JCDC localiza-se aquém do vértice anatômico, geralmente, cerca de 1mm 
Sequência: 
 Radiografia inicial- técnica do paralelismo; 
 Mensurar CAD- referência apical (vértice radiográfico) e O/I; 
 Subtrair 5mm do CAD como margem de segurança; 
 CI; 
 Esvaziamento até o CI; 
 Selecionar lima do tipo K com boa adaptação no CI; 
 Radiografar- técnica do paralelismo; 
 Mensurar X- medida da ponta do instrumento até o vértice radiográfico 
 Somar o X ao CI para obter o CT; 
 Esvaziamento até o CT; 
 Selecionar lima do tipo k com boa adaptação no CT (justa); 
 Radiografar- técnica do paralelismo. 
 
Dentes birradiculares e multirradiculares: 
• Durante a odontometria de dente birradiculares como 1°PMS, podemos ter a sobreposição 
das imagens radiográficas do canal V e P, deve realizar a técnica de Clark com modificação 
em torno de 20graus na angulação horizontal do feixe de RX, visando dissociar as raízes. 
Alteração da angulação para mesial (mesiorradial) a raiz L/P acompanhará a 
movimentação 
 
• Em dentes multirradiculares como os 1°MS, durante a odontometria, a técnica será a priori 
ortorradial, que permite visualizar as 3 raízes separadamente (M-V, D-V e P). 
 Apenas modificar a variação horizontal, quando houver suspeitas de um 4°canal, a variação 
de angulação será para a distal (distorradial). 
Técnica odontométrica- 
 Ingle modificada 
• Mensurar CAD 
• CI= CAD -5mm 
• Mensurar X em mm 
• CD= CI + X 
• CT= CD – 1 mm 
Mesurar CA 
Dificuldades anatômicas: 
- Limite JCDC; 
- Posição do forame apical (para-apical); 
- Curvatura apical (feixe-vásculo-nervoso); 
- Alterações apicais (idade). 
Dificuldades técnicas: 
- Imagem radiográfica; 
- Sobreposição de estruturas anatômicas. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
7 
 ESVAZIAMENTO – POLPA VIVA 
 
 Diagnóstico (RX Inicial); 
 Anestesia; 
 Isolamento Relativo e Absoluto Anestesia; 
 Cirurgia de acesso; 
 Exploração do Canal (Explorador Reto ou Lima K #15 de 21mm) 
 Preparo Cervical (Brocas de Largo); 
 Esvaziamento e Odontometria . 
 
Pulpectomia: 
• Após a pulpectomia até o CI, selecionar instrumento do tipo K; 
• Calibrar o instrumento tipo K na medida do CI; 
• Radiografar (técnica da bissetriz excêntrica); 
• Selecionar instrumento do tipo K na medida do CT; 
• Radiografar para confirmação; 
• Descolamento com lima K de calibre fino; 
• Corte com lima H até o CT; 
• Levar a lima H contra umas das paredes e tracionar. 
 
 
 
 
 
 
Na remoção do tecido pulpar vivo hígido ou inflamado, distar 1,0 mm do vértice radiográfico, visando 
dessa forma manter um remanescente tecidual pulpar (coto pulpo-periodontal) que se preservado irá 
contribuir para o processo de reparação, por contribuir com o selamento biológico. Também evitaremos 
invadir a área do delta apical, tendo assim uma menor ferida cirúrgica após o corte do tecido pulpar. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
8 
 ESVAZIAMENTO - POLPA MORTA 
ANTES DE INSERIR A LIMA PARA REALIZAÇÃO DA ODONTOMETRIA NO CI, ESVAZIAMENTO: 
Penetração Desinfetante até o CI 
 
1. Penetração Desinfetante DA CÂMARA PULPAR: 
• Esvaziamento do conteúdo necrótico da câmara pulpar 
• Preencher com NaOCl 1% 
• Irrigar e aspirar com NaOCl 1% 
 
2. Penetração Desinfetante ATÉ O CI (Comprimento Inicial): 
• LIMA K fina calibrada no CI (para agitar o conteúdo necrótico/microbiano) 
• Canal radicular inundado com Hipoclorito de Sódio 1%. 
• Avançar de 2 em 2 mm, irrigar e aspirar, inundar e repetir quantas vezes for necessário até 
chegar no CI 
Após o esvaziamento até o CI calibrar o instrumento do tipo K e radiografar. 
Antes de inserir a lima da odontometria no possível CT, esvaziamento até o CT estimado 
 
3. Penetração Desinfetante até o CT ESTIMADO: 
• LIMA K fina calibrada no CT (para agitar o conteúdo necrótico/microbiano) 
• Canal radicular inundado com Hipoclorito de Sódio 1%. 
• Avançar de 2 em 2 mm, irrigar e aspirar, inundar e repetir quantas vezes for necessário até 
chegar no CT 
• Após esvaziamento até o CT, seguir com a odontometria para confirmar o CT 
No mínimo instrumento # 15 
• Anestesia; 
• Isolamento; 
• Embrocamento do campo operatório; 
• C.A.; 
• Esvaziamento da PM; 
• Irrigar e aspirar; 
• Inundar com hipoclorito e selecionar lima do tipo K de fino calibre (#10) Para agitar a substância; 
• A PD até o CI deve ser realizada de forma gradativa (2 em 2mm) sempre renovando a substância química; 
• Concluindo o esvaziamento até o CI, instrumento compatível com a odontometria deve ser selecionado e 
inserido no interior do canal e dar continuidade aos passos odontometricos; 
• No CT realizar o esvaziamento da porção apical (PD gradativa até o CT); 
• Selecionar o instrumento que se adapte ao CT; 
• Radiografar para confirmar. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
9 
PREPARO QUIMICO CIRURGICO-PQC 
 
Após a determinação do CT, partiremos para o PQC, utiliza-se conjuntamente instrumentos 
manuais/automatizados e SQA. 
O canal deve apresentar ligeiramente cônico com as paredes lisas e divergentes no sentido O/I. 
 
o canal radicular deve estar repleto da SQA (Hipoclorito de Sódio) antes da introdução 
de qualquer lima 
 
PQC em canais retos – preparo seriado: 
 Para a modelagem, o corte do tecido dentinário durante o PQC em canais retos deve ser 
realizado com limas do tipo K. 
Esse instrumento deve estar adaptado as paredes do canal, no CT, sem estar justo nem 
folgado demais. Após a escolha do primeiro instrumento, iremos padronizar que para 
dentes portadores de polpa viva trabalharemos com esse primeiro instrumento e mais três 
(1°+ 3) e para polpa mortificada o primeiro e mais quatro (1°+ 4). 
Em canais retos realizaremos ainda, com uma lima de calibre imediatamente superior a 
última utilizada no PQC, uma manobra de preparo apical (PA). Desta forma, para dentes 
portadores de polpa viva trabalharemos com o primeiro instrumento, mais três e mais o 
de preparo apical (1°+ 3+ PA) e para polpa mortificada o primeiro, mais quatro e mais o 
de preparo apical (1°+ 4+ PA). 
Questões anatômicas também precisam ser avaliadas ao se escolher o instrumento de 
início e término do PQC, por exemplo, em incisivos laterais superiores, instrumentos 
com calibres superiores ao 40 podem alterar a anatomia original da porção apical, sendo, 
portanto, contraindicados. 
 
 
 
 
Cuidados na INSTRUMENTAÇÃO!! 
• Apoiar a lima por inteiro na parede do canal 
• Instrumentar todas as paredes por igual sem criar sulcos 
• NUNCA girar a lima/ fazer movimento de rotação 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
10 
 
protocolo de irrigação final deve ser realizado e o mesmo consiste em uma 
irrigacão/aspiração com: 
• 5 mL de Hipoclorito de Sódio; 
• Posteriormente 5 mL de EDTA; 
• Nova irrigação/aspiração com mais 5 mL de Hipoclorito de Sódio. 
 
PQC em Canais Curvos – PREPARO ESCALONADO 
 Já para canais curvos, a modelagem será realizada com limas do tipo K flexível, 
previamente pré-curvadas. 
 No preparo escalonado os instrumentos com calibres #15, #20 e #25 irão trabalhar 
como em um preparo seriado, todos alcançando o CT, renovando sempre a SQA e 
avançando-se na série conforme o instrumento apresentar-se ligeiramente folgado no 
interior do canal. Durante a modelagem pra suavizar a curvatura presente, a ação de corte 
da lima deve ser dada com maior ênfase na parede anti-curvatura. 
 À partir do instrumento de calibre #30, dado a maiorrigidez, em virtude da maior 
massa de metal, os mesmos serão recuados do CT gradativamente de 1 em 1 mm (recuo 
Deve ser realizado o movimento de penetração, que consiste em movimentos de ¼ de 
volta para a direita e ¼ de volta para a esquerda com ligeira pressão em direção apical, 
atingindo assim o comprimento de trabalho previamente determinado. 
 
Alcançando-se o CT, inicia-se a ação propriamente dita. Após a penetração da lima até o 
CT, ela deve ser pressionada contra uma parede do canal radicular e tracionada 
(realizando o corte), mas não no seu longo eixo e sim de forma oblíqua ou em diagonal, 
movimento conhecido como viés; evitando assim a formação de sulcos e obtendo-se um 
preparo mais homogêneo e com paredes lisas. Durante a realização desse movimento, a 
lima deve trabalhar em todas as paredes do canal e não deve ser removida mais do que 
3 mm da sua referência. A SQA deve ser frequentemente renovada, raspas de dentina 
que embotam a lima devem ser removidas com auxílio de uma gaze estéril e a mudança 
de uma lima para a próxima da série se dará apenas quando a mesma estiver 
ligeiramente folgada no interior do canal. 
 
O movimento de retirada dos instrumentos do interior do canal envolve tração no seu 
longo eixo. Após se trabalhar com a sequência de limas estabelecidas, realiza-se ao final 
o preparo apical, manobra que criará um batente apical que servirá de apoio para o 
futuro cone de obturação. Para o preparo apical, com uma lima de calibre 
imediatamente superior à última utilizada no PQC, após atingir o CT, emprega-se 
movimento de ¼ de volta para a direita, e tração no longo eixo, seguido de ¼ de volta 
para a esquerda e tração no longo eixo, devendo esse movimento ser repetido por du as 
a três vezes ou até a lima entrar e sair do CT sem resistência. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
11 
programado), evitando dessa forma possíveis alterações na anatomia do terço a pical. A 
lima #30 irá trabalhar no CT-1mm, posteriormente a lima #25 (lima memória) deverá ser 
repassada, ou seja, recapitulada até o CT, minimizando a transição do preparo existente 
após o recuo. A lima #35 irá atuar no CT-2mm, nova recapitulacão com a lima #25 no CT e 
a lima #40 no CT-3mm, sempre procedendo a recapitulação com a lima #25 no CT. Ao 
término do escalonamento, busca-se em dentes portadores de polpa viva uma finalização 
com uma lima #30 no CT e nos dentes portadores de polpa mortificada #35. 
 protocolo de irrigação/aspiração ao término do escalonamento. 
 
Lima #15 CT 
Lima #20 CT 
Lima #25 CT 
Lima #30 CT -1mm 
Lima #25 CT (recapitulação) 
Lima #35 CT -2mm 
Lima #25 CT (recapitulação) 
Lima #40 CT -3mm 
Lima #25 CT (recapitulação) 
Polpa viva 
Polpa morta 
Lima #30 no CT 
Lima #35 no CT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Canais curvos não faz P.A 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
12 
SUBSTÂNCIAS QUIMICAS AUXILIARES - SQA 
A partir do início do tratamento endodôntico pela cirurgia de acesso, preparo da entrada 
do conduto, odontometria e modelagem, o desgaste das estruturas dentais (esmalte e 
dentina) produzem uma lama dentinárias, também denominada magma dentinário. 
 As substâncias químicas auxiliares (SQA) são utilizadas para ajudar a remoção de magma 
dentinários, esvaziamento do conduto radicular, independente da condição pulpar. Nos 
casos de polpa com vitalidade pulpar, o conteúdo removido durante o esv aziamento é 
diferente das situações de polpa mortificada. A infecção está presente na necrose 
pulpar, daí a necessidade de uma penetração desinfetante com auxílio de uma solução 
irrigadora, neutralizando este conteúdo e evitando transportar microrganismos para 
região apical. 
Objetivos das soluções irrigadoras: 
• Facilitar a ação do instrumento 
• Alterar o pH do meio 
• Controlar infecção 
• Neutralizar conteúdo presente nas 
infecções endodônticas 
• Remover matéria orgânica (restos pulpares) 
e inorgânica (detritos, raspas dentinárias) 
Agentes antimicrobianos: 
• Hipoclorito de sódio 
• Clorexidina 
Associação de 
fármacos: 
• Endo- PTC 
• EDTA- T 
• Endo-PTC 
• EDTA-T 
Agentes desmineralizantes: 
• EDTA 17% 
• Ácido cítrico 15% 
Irrigação e aspiração 
• Antes da MIC 
• Antes da 
obturação 
HIPOCLORITO DE SÓDIO PROPRIEDADES 
O hipoclorito de sódio pertence ao grupo dos 
compostos halogenados e é um dos agentes 
irrigantes mais utilizados na terapia 
endodôntica. É utilizado em diferentes 
concentrações definidas pela quantidade de cloro 
liberável em cada 100 ml. A variação da 
concentração do hipoclorito vai influenciar na 
atividade bacteriana como também no potencial 
irritativo da solução. As concentrações variam 
de: 
• 0,5% Líquido de Dakin; 
• 1,0% Solução de Milton; (utilizamos esse) 
• 2,5% Licor de Labarraque; 
• 5,25% Solução de Grossman. 
Quanto maior a concentração do cloro, maior seu 
potencial de dissolução de material orgânico, 
melhor atividade microbiana, como desvantagem 
há diminuição da biocompatibilidade. 
• Baixa tensão superficial; 
 
• Atividade antimicrobiana (atua na 
molécula albuminóide do 
protoplasma microbiano); 
 
• Solvente de matéria orgânica; 
 
• Desodorizante; 
 
• Clareadora; 
 
• Lubrificante; 
 
• Detergente (saponificação de 
lipídios). 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
13 
 
É oportuno ressaltar que a efetividade de uma solução depende de seu íntimo contato 
(capacidade de umectação), do tempo para sua ação. O hipoclorito de sódio em contato 
com a matéria orgânica sofre diferentes reações químicas como: 
- Reação de Saponificação: O hipoclorito atua como solvente de matéria orgânica e de 
gordura, transformando esses ácidos graxos (óleos e gorduras) em sais ácidos graxos 
(sabão) e glicerol (álcool), que reduz a tensão superficial da solução. 
- Reação de Neutralização de Aminoácidos: O hipoclorito neutraliza aminoácidos 
formando água e sal, degradando ácidos graxos, com redução do pH da solução 
remanescente. 
- Reação de Cloraminação: o ácido hipocloroso entra em contato com a matéria orgânica 
age como solvente, liberando cloro nascente que em contato com proteínas (aminas) 
formam as cloraminas. Esse processo faz com que a substância afete o metabolismo 
celular. 
 
O cloro apresenta ação antimicrobiana através da inibição enzimática bacteriana. A 
efetividade antimicrobiana do hipoclorito de sódio pela interferência dos íons hidroxila 
sobre a membrana citoplasmática bacteriana. O elevado pH do hipoclorito de sódio 
interfere na integridade da membrana citoplasmática, promovendo alterações e inibição 
enzimáticas irreversível. 
 
 A principal desvantagem do uso do hipoclorito de sódio no tratamento endodôntico 
vem da sua toxicidade para com os tecidos biológicos, e seu uso descuidado produz 
complicações sempre indesejáveis. 
O hipoclorito de sódio pode ser aplicado como agente antimicrobiano durante todas as 
fases do preparo do canal radicular, incluindo a desinfecção do campo operatório, durante 
a instrumentação dos canais radiculares, esvaziamento do sistema de canal radicular antes 
de determinar o comprimento de trabalho, no preparo químico-cirúrgico, com medicação 
intracanal, na desinfecção de cones de obturação, na remoção de guta-percha durante 
retratamento. 
Algumas situações podem alterar a qualidade da solução, como por exemplo: 
• o pH da solução alterado; 
• a concentração de cloro correta; 
• armazenamento e temperatura são importantes e devem ser considerados. 
O hipoclorito deve ser armazenado em recipiente leitoso ou vidro âmbar para não sofrer 
deterioração por ação da luz. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 CLOREXIDINA PROPRIEDADES 
A clorexidina é um composto halogenado 
uma vez que contém cloro em sua molécula. 
É um agente catiônico que atua por adsorção 
na parede celular do microrganismo e causa 
derrame de componentes intracelulares. 
Sendo uma base forte, em baixas 
concentrações, a clorexidinatem efeito 
bacteriostático; no entanto, em 
concentrações mais elevadas, a clorexidina 
tem efeito bactericida. O digluconato de 
clorexidina possui leve caráter ácido, com pH 
variando de 5,5 a 6,0. A indicação da 
clorexidina é também como solução 
irrigadora durante os procedimentos 
endodônticos. Quando comparado ao 
hipoclorito de sódio apresenta 
desvantagens, oferecendo melhor 
biocompatibilidade como vantagens. 
A clorexidina pode ser encontrada sob a 
forma líquida (solução aquosa) ou gel, em 
concentrações que variam de 0,2 a 2% 
• Solução incolor e inodora 
• Estável em pH 5 – 8 
• Apresenta atividade antimicrobiana 
contra bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas em pH 5,5 – 7,0. 
• Sua propriedade de substantividade 
(liberação lenta) pode durar até 12 
semanas. 
• Não tem capacidade de dissolver tecidos 
orgânicos, mas a utilização de uma forma 
em gel mantem os detritos em 
suspensão. 
• Não possui ação clareadora 
• Adsorção à superfície bacteriana 
• Inibição da atividade enzimática 
• Promove a ruptura da membrana 
citoplasmática 
• Liberação dos componentes 
citoplasmáticos 
• Precipitação dos componentes 
citoplasmáticos 
A associação de hipoclorito de sódio com clorexidina forma uma precipitação química 
com pigmentação de cor castanha-alaranjada, NÃO DEVE MISTURAR OS DOIS!! 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
15 
 
 
 
 EDTA 17% Propriedades 
Os quelantes são substâncias que possuem a propriedade de 
fixar íons metálicos de uma determinada estrutura molecular, 
por reação físico-química. A dentina é um complexo molecular 
possuindo em sua composição íons cálcio, que em contato 
com quelante, os cristais de hidroxiapatitia sofrem alteração 
na sua microestrutura, sofrendo desintegração. Quando os 
componentes inorgânicos remanescentes são removidos, os 
condutos se apresentam mais limpos. A eficiência dos agentes 
quelantes dependem de fatores como tempo de aplicação, pH 
e concentração da solução. O quelante específico para o íon 
cálcio é o etilenodiaminotetracético (EDTA), o mais comum 
utilizado na terapia endodôntica para remoção do smear 
layer ou magma dentinários após limpeza dos canais. A 
presença do smear layer pode interferir na adesividade do 
material obturador com as paredes do canal radicular, bem 
como na eficácia da medicação intracanal. 
• Agente desmineralizante; 
 
• Ácido fraco; 
 
• Ação quelante; 
 
• Remoção de matéria inorgânica; 
 
• Utilizado após o PQC completo 
(antes da MIC e da obturação) 
Aumento de permeabilidade 
dentinária e abertura dos 
túbulos). 
 
 
O EDTA 17% tem indicação antes da medicação intracanal e da obturação (antes e após a prova 
do cone), seguindo o protocolo de irrigação: 
• Calibrar a agulha de irrigação em 3mm aquém do CT; 
• Irrigação com 5ml da solução de hipoclorito de sódio 1%; 
• Irrigação com 5ml EDTA17%; 
• Novamente irrigação com 5ml da solução de hipoclorito de sódio 1%; 
• Aspirar no interior do canal com a ponta fina do sugador endodôntico; 
• Secagem dos condutos com as cânulas grossa e fina e utilizar cones de papel absorvente 
esterilizados. 
(movimento intermitente de vai e vem) 
Nunca deve realizar movimento de pressão apical com a seringa, pois pode causar acidentes devido ao 
extravasamento da substância. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
16 
 
IRRIGAÇÃO E ASPIRAÇÃO 
São fenômenos físicos realizados simultaneamente, representada pela corrente líquida no 
interior no interior da cavidade pulpar e pela sucção de fluídos e partículas sólidas 
 
OBJETIVOS: 
• Redução do número de microrganismos; 
• Remoção de detritos; 
• Manter em suspensão as partículas presentes no interior dos canais radiculares, facilitando 
sua remoção através da aspiração; 
• Manter umedecidas e lubrificadas as paredes dos canais radiculares facilitando ação dos 
instrumentos. 
Fatores que influenciam a eficiência da irrigação e aspiração: 
• Anatomia do canal radicular; 
• Calibre das cânulas de irrigação; 
• Volume da solução utilizada; 
• Renovação constante da solução. 
 
KIT IRRIGAÇÃO/ ASPIRAÇÃO 
• Pontas p/ irrigação Navi Tip , autoclaváveis; 
• Seringa plástica de 5 cc com êmbolo de silicone autoclavável; 
• Luer Vaccum, intermediário plástico autoclavável; 
• Cânulas de Aspiração. 
 
 
 
 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
17 
 MEDICAÇÃO INTRACANAL – MIC 
O que é MIC? 
Consiste na aplicação de um medicamento no interior do canal radicular que visa exercer 
algum efeito terapêutico. 
 
Objetivos: 
• Combater M.O. que resistiram a sanificação; 
• Modular o processo inflamatório; 
• Barreira físico-quimica contra a reentrada de M.O.; 
• Inativar produtos microbianos; 
• Estimular a reparação por tecido mineralizado. 
 
A escolha da medicação a ser utilizada dependerá: 
• Do estado patológico da polpa (PV/PM); 
• Da fase do tratamento endodôntico (PQC completo/incompleto); 
• Do tempo em que a medicação ficara no canal (curto/longo). 
 
POLPA VIVA 
 
A pulpectomia consiste na remoção do tecido pulpar através de um corte cirúrgico, o que 
provoca uma agressão ao tecido pulpoperiodontal (coto pulpar) e, comando ao trauma do PQC 
e da obturação radicular, promove uma reação inflamatória. 
 Nos casos das infecções na porção coronária pulpar, utiliza-se uma associação de anti-
inflamatório e antibióticos para um melhor controle da sanificação do sistema de canais 
radiculares conseguida no PQC nos casos de PV. 
O medicamento OTOSPORIN é uma suspensão aquosa que apresenta na composição um anti-
inflamatório corticosteróide e 2 antibióticos: 
• Hidrocortisona -10mg/ml (corticosteróide); 
• Sulfato de neomicina -5mg/ml (antibiótico); 
• Sulfato de polimixina B -10.000 UI/m (antibiótico). 
 
O corticóide minimiza a sintomatologia pós-operatória modulando o processo inflamatório 
Os antibióticos previnem uma recontaminação por M.O. 
Ca(OH)2- veículo aquoso= 10 dias 
Callen (SS WHITE)- veículo viscoso= 30 dias 
Calen PMCC (SS WHITE)- veículo oleoso= 
60 dias 
PV= PQC completo e incompleto-= OTOSPORIN 
Exceção: PQC completo= Ca(OH)2 (medicação 
para curativo de demora mais de 10 dias) 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
18 
 Independentemente da etapa do tratamento endodôntico, com o PQC completo ou não, e 
em intervalos de sessões de até 10 dias a MIC empregada é o OSTOPORIN. 
 
 Para intervalos maiores que 10 dias o curativo de demora indicado é o Hidróxido de cálcio 
‘Ca(OH)2’ em veículo viscoso 
 
 
 A solubilidade do Ca(OH)2 manipulado com veículo viscoso é mais lenta, portanto, pode 
ser utilizado em casos de intervalo de 30 dias. 
 
 Quando realizado a pulpotomia ou a pulpectomia alta, ou a pulpectomia até o CT, indica-
se sempre o OTOSPORIN. 
 
POLPA MORTA 
O medicamento mais utilizado é o Ca(OH)2, pode se manipulado em veículo aquoso, viscoso e 
oleoso. 
O tipo de veículo influência na velocidade de difusão de medicamento, quanto mais viscoso e 
oleoso, mais lenta é a sua dissociação e maior o seu tempo de ação. 
Antes do PQC completo- hipoclorito de sódio 1% - pode ser usado por até 10 dias 
Depois do PQC completo- pasta de Ca(OH)2 em veículo aquoso 
 
• O Ca(OH)2 só é utilizado em casos de PV com PQC completo, quando o intervalo entre as 
sessões é maior que 10 dias; 
• O hipoclorito é um medicamento aquoso; 
• O hipoclorito é um medicamento aquoso, por isso só pode ser utilizado em PM com PQC 
completo com retorno de 10 dias; 
• O Callen só é utilizado nos casos de PV com PQC completo quando o retorno for maior que 
10 dias e até 30 dias, para manter a sanificação dos canais radiculares, e não por 
apresentar sintomatologia; 
• O uso de corticosteróides da associação da MIC, é utilizado com o objetivo de diminuir a 
resposta inflamatória nos casos de pulpectomia. 
 
Métodos de aplicação da MIC: 
Antes da aplicação da MIC, utiliza-se o protocolo de irrigação e aspiração, em seguida faz a 
secagem dos canaisradiculares com cânulas grossas e finas e cones de papel absorvente do 
mesmo calibre da última lima do PQC, respeitando o CT. 
Nos casos onde não foi realizado o PQC completo, a irrigação é feita somente com hipoclorito. 
 
PM= PQC incompleto= NaOCL 1% 
 PQC completo= Ca(OH)2 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
Otosporin: 
• Agitar o frasco; 
• Preencher a seringa com 1ml (5 gotas); 
• Calibrar a cânula endo Z 2 a 3mm aquém do CT com STOP; 
• Colocar a cânula dentro do canal até a referência; 
• Aplicar o OSTOPORIN no canal retrocedendo a cânula até fluir na câmara pulpar; 
• Remover o excesso do OSTOPORIN da câmara pulpar com bolinha de algodão estéril; 
• Realizar o selamento provisório= umedecer uma bolinha de algodão com PMCC, colocar 
na entrada do canal, cobrir a bolinha com cimento restaurador provisório a base de 
oxido de zinco (tipo cortisol) (1mm de altura) e restaurar com CIV (5mm de altura). 
Medicamento antimicrobiano para garantir uma barreira extra no selamento. 
Hipoclorito de sódio 1%: 
• Preencher a seringa com 1ml 
• Calibrar a cânula endo Z 2 a 3mm aquém do CT com STOP 
• Colocar a cânula dentro do canal até a referência 
• Aplicar no canal recuando a cânula em direção a coroa, até fluir na câmara pulpar 
• Remover o excesso do hipoclorito da câmara pulpar com bolinha de algodão estéril 
• Realizar o selamento provisório= umedecer uma bolinha de algodão com PMCC, colocar 
na entrada do canal, cobrir a bolinha com cotosol (1mm) e restaurar com CIV (5mm) 
• Medicamento antimicrobiano para garantir uma barreira extra no selamento. 
Pasta de hidróxido de cálcio: 
Ultracal-ultradent 
• Utilizar a cânula do comprimento compatível com o comprimento do canal 
• Calibrar a agulha 
• Colocar a cânula dentro do canal 
• Aplicar o ULTRACAL no canal retrocedendo a cânula até fluir na câmara pulpar 
• Remover o excesso do ULTRACAL da câmara pulpar com bolinha de algodão 
• Realizar o selamento provisório 
 POLPA VIVA POLPA MORTA 
PQC COMPLETO OTOSPORIN Hidróxido de cálcio 
PQC IMCOMPLETO OTOSPORIN Hipoclorito 
+ 10 DIAS Hidróxido de cálcio Hidróxido de cálcio 
+ 30 DIAS CALLEN CALLEN 
OBJETIVOS • Atuar como barreira físico-química 
contra a infecção por 
microrganismos dos fluídos bucais e 
periodontais; 
• Modular o processo inflamatório; 
• Manter a sanificação do canal 
obtida pelo PQC. 
• Atuar como barreira físico-química contra a 
infecção ou reinfecção por microrganismos 
dos fluidos bucais e periodontais; 
• Impedir a proliferação de microrganismos que 
sobreviveram ao preparo químico-mecânico 
(Ação antimicrobiana); 
• Controlar exsudato persistente; 
• Neutralizar produtos tóxicos; 
• Estimular a reparação por tecido mineralizado. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
20 
 OBTURAÇÃO 
Devemos preencher o espaço anteriormente ocupado pela polpa, permitindo uma 
reparação biológica e possibilitando a volta do dente às suas funções normais, 
impedindo a infiltração de exsudatos, consequentemente impedindo a reinfecção do 
sistema de canais radiculares, criando um ambiente favorável para cicatrização 
periapical. 
CONDIÇÕES PARA OBTURAÇÃO DO CANAL RADICULAR: 
Recomenda-se obturar o canal radicular de 48 horas (polpa viva) a 72 horas (polpa 
mortificada) após o término do PQC. Para tal, o dente não pode apresentar: 
• Dor; 
• Mobilidade; 
• Não deve ter edema; 
• Não pode ter exsudato dentro do canal radicular. 
 
REQUISITOS DO MATERIAL OBTURADOR 
• Radiopacidade: ser visível nas radiografias. 
• Fácil manipulação e remoção: deve ser de fácil espatulação e solúvel em solvente. 
• Não sofrer alterações volumétricas: deve permanecer dimensionalmente estável ou 
expandir-se levemente quando tomar presa. 
• Insolúvel aos fluídos bucais: o cimento não deve desintegrar-se quando em contato com 
fluídos bucais ou apicais. 
• Adaptar-se às paredes do conduto ou adesividade: esta é a propriedade mais desejável em 
um cimento, promovendo um íntimo contato com a superfície dentinária. 
• Ação antibacteriana: cimentos com alta ação antibacteriana também podem ser tóxicos aos 
tecidos periapicais, sua ação deve limitar-se a evitar o favorecimento de crescimento 
bacteriano. 
• Bem tolerado pelos tecidos periapicais: todo cimento e seus componentes não podem 
causar qualquer tipo de destruição tecidual ou morte celular. Os cimentos apresentam uma 
maior toxicidade quando da sua manipulação inicial que tendem a diminuir após a sua presa 
e com o passar do tempo 
• Ausência de manchamento: não devem causar manchamento futuros na coroa, atualmente 
os cimentos a base de OZE e aqueles que contém materiais pesados, como a prata, podem 
causar manchamento da dentina alterando a cor do dente, mas também é verdade que essa 
possibilidade só acontece quando existe falha na limpeza da câmara pulpar após a 
obturação. 
VANTAGENS DA GUTA PERCHA: 
• Não sofre contração * Biocompatível com os tecidos periapicais; 
• Impermeável; * Não mancha os tecidos dentais; 
• Não favorece crescimento bacteriano; * Pode ser mantida estéril; 
• Radiopaca; * Fácil remoção do interior do canal. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
21 
Existe uma consistência ideal para o cimento tipo Grossman, essa consistência seria 
em ponto de fio. Essa consistência é recomendada porque caso o cimento fique 
espesso demais, a adaptação do cimento nas paredes do canal radicular será menor, 
reduzindo o vedamento dos túbulos dentinários. 
TÉCNICA DE OBTURAÇÃO 
• Anestesia: anestesiar o paciente com no mínimo de 1 tubete de anestésico local; 
• Isolamento absoluto; 
• Embrocamento: com clorexidina a 2% ou iodo povidine; 
• Remoção do selamento provisório; 
• Novo embrocamento; 
• Remoção da medicação: através de irrigação com hipoclorito de sódio a 1%; 
• Protocolo de irrigação com EDTA e hipoclorito de sódio a 1% (Milton). 
SELEÇÃO DO CONE PRINCIPAL: 
• O primeiro cone selecionado deve ser o cone correspondente a última lima do PQC ou 
a lima do P.A, ou seja, deverá ter o mesmo calibre da última lima utilizada no preparo 
do canal, que chegou até o CT. Todavia, nem sempre a estandardização das limas 
coincide com a dos cones principais. Visto isto, teremos que executar testes para 
comprovar a adaptação desse cone a toda superfície do canal, principalmente a 
adaptação ao ápice do dente a ser obturado. 
 
Os testes a realizar são: teste visual, teste táctil e teste radiográfico. 
 
 Teste visual: deve ser feito através da medição do cone principal que deve 
corresponder a mesma medida do comprimento de trabalho e coloca-lo dentro do 
canal radicular e atingir o ponto de referência adotado durante o PQC. 
Enquanto o teste visual não for aprovado, não podemos passar para o próximo teste. 
Uma vez aprovado no teste visual, devemos executar o teste táctil: 
 Teste táctil: Tracionamento do cone principal em direção contraria ao ápice, com a 
finalidade de perceber se está acontecendo o travamento do cone principal na região 
apical. Após ter sido aprovado no teste táctil, devemos realizar o teste radiográfico: 
 Teste radiográfico: é realizado através da tomada radiográfica do dente com o cone 
principal na posição quando da realização do teste táctil. Esse teste confirma a 
adaptação do cone principal na região periapical e a certeza do correto limite adotado 
no CT. 
Podem existir situações adversas na PROVA DO CONE, quando da realização dos testes 
visual, táctil e radiográfico, como por exemplo: 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
22 
 
O CONE NÃO ATINGE O CT 
• Testar outros cones de mesmo calibre• Retificar o PA 
• Testar cone de menor calibre 
• Refazer o PQC 
O CONE ATINGE O CT MAS NÃO TRAVA. 
• Devemos testar outros cones de mesmo calibre 
• Testar cones de calibre maior 
• Caso o cone de calibre maior não chegue no CT, devemos 
cortar com uma lâmina de bisturi, de milímetro em 
milímetro, o cone que anteriormente não travava, até 
obter o travamento do cone na medida do CT e no ponto 
de referência adotado para o PQC 
• Refazer o PA 
 
Após a aprovação dos testes da prova do cone, devemos colocar o cone principal e os 
cones acessórios ou secundários em um dappen com hipoclorito de sódio a 1% para a 
desinfecção. 
O protocolo de irrigação será refeito 
O próximo passo será a secagem do canal radicular com cânula de aspiração (maior calibre, 
seguido pela cânula de menor calibre), cone de papel estéril do mesmo calibre do cone 
principal, pois o conduto deve manter-se seco para receber o cimento com o cone principal 
e cones acessórios. 
 
INÍCIO DA OBTURAÇÃO 
• Placa de vidro despolida; 
• Espátula 24 flexível; 
• Cimento (pó e líquido); 
• Espaçadores digitais (calibrados 2 a 3mm aquém da medida do CT); 
• Cones secundários. 
 PINCELAMENTO DAS PAREDES DO CANAL 
Com o espaçador digital calibrado ou com o cone principal, devemos levar o cimento ao 
interior do canal, realizando um pincelamento com este cimento das paredes do canal. 
COLOCAÇÃO DO CONE PRINCIPAL 
Colocar o cone principal com cimento de Grossman, na medida do CT. 
 
CONDENSAÇÃO LATERAL: 
Devemos inserir os espaçadores para criar espaços para colocação de outros cones 
secundários e iniciar a condensação lateral, compactando a guta percha contra as paredes 
do canal radicular, até o preenchimento completo do espaço do canal radicular. na 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
23 
condensação lateral, a colocação dos espaçadores segue a sequência do espaçador de 
maior calibre para o de menor calibre. 
Quando não couber mais cones secundários no interior do canal, devemos realizar uma 
radiografia para estabelecer a qualidade da obturação, verificando se não há nenhum 
espaço dentro do canal radicular onde falte cimento ou cone secundário. Esta radiografia 
é chamada de radiografia do penacho ou radiografia de qualidade da obturação. 
Após a radiografia de qualidade, devemos realizar o corte do penacho na entrada do canal 
radicular. Este corte vai remover o excesso de cones que estão além da entrada do canal 
radicular e compactar a obturação. Deve ser feito 2mm além da coroa clínica, em direção 
à porção apical. 
 
CONDENSAÇÃO VERTICAL: 
Deverá ser realizada na sequência do corte do penacho, com a finalidade de eliminar todos 
os possíveis espaços dentro do canal radicular bem como a compactação da guta percha, 
dessa vez, no sentido apical. Essa compactação deverá ser realizada com os condensadores 
apicais ou também chamados de calcadores de Paiva. Deve ser realizado imediatamente 
após cada corte do penacho, utilizando o calcador frio, um número menor que o calcador 
utilizado para o corte. O objetivo é preencher todos os espaços que existam no canal 
radicular, onde podem acontecer crescimento e contaminação bacteriana. 
 
LIMPEZA DA CÂMARA PULPAR E ENTRADA DO CANAL 
A limpeza da câmara pulpar deve ser realizada com álcool 92% a 98%, par a retirada de 
todo cimento excedente na câmara pulpar como também de restos de cones de guta 
percha para evitar o manchamento ou o escurecimento da coroa clínica do dente. O 
escurecimento do dente tratado endodônticamente é considerado uma iatrogenia 
 
SELAMENTO PROVISÓRIO 
Colocação de uma camada fina de cimento temporário (Cimpat, Cavit, Coltosol ou similar) 
na entrada do canal radicular, para evitar a colocação de material restaurador dentro do 
canal radicular, facilitando assim qualquer trabalho posterior a ser realizado neste dente. 
Preencher o restante da cavidade com Ionômero de Vidro. 
Posteriormente deveremos realizar a restauração definitiva neste dente. 
Após a restauração provisória, retiramos o isolamento absoluto e realizaremos o Rx final, 
com posicionador, para observar a qualidade da obturação e limites pré-estabelecidos. 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
24 
ETIOPATOGENIA E DIAGNÓSTICO DAS ALTERAÇÕES PULPARES 
 
Polpa- É um tecido conjuntivo frouxo, de origem mesodérmica, altamente vascularizado 
que apresenta terminações nervosas livres responsáveis pela sensibilidade 
ao dente. Estruturalmente a polpa está formada por 4 camadas ou zonas: 
 Camada Periférica ou Camada odontoblástica – Apresenta células odontoblásticas 
que estão justapostas na periferia de toda a câmara coronária em proximidade da 
dentina, e os prolongamentos odontobásticos se estendem adentro da dentina via 
túbulos dentinários. Próximo aos odontoblastos, estão presentes fibras mielínicas 
(Delta A e Delta B) descrita como dor somática profunda e visceral, caracterizada como 
dor aguda, localizada e de curta duração. 
 
 Camada Acelular ou de Weil – Apresenta material extracelular (matriz), constituído 
por uma parte não estrutural, denominada de substância estrutural amorfa, 
constituída de polissacarídeos (ac hialurônico), glicoproteínas (fibronectina) e, por 
outra porção fibrosa apresentando fibras colágenas (tipo I), fibras elásticas (parede 
das arteríolas) e fibras reticulares (colágeno tipo III). 
 
 Camada Rica em Células - Apresenta fibroblastos, mastócitos e células mesenquimais 
indiferenciadas que podem se diferenciar em fibroblastos. 
 
 Camada Central – Apresenta vasos sanguineos (arteríolas e vênulas) e fibras nervosas 
amielínicas tipo C, descrita como somática profunda e musculoesquelética, 
caracterizada como dor profunda, difusa e de lenta duração. 
 
Dentina - A dentina coronária e radicular primária, formada na erupção do dente, é um 
tecido mineralizado (70% de matéria inorgânica) que apresenta túbulos dentinários 
preenchidos com prolongamentos dos odontoblastos da polpa (20% matéria orgânica e 
10% de água). Na região próxima a junção amelo-dentinária e em direção radicular, os 
túbulos não apresentam mais os prolongamentos odontoblásticos, apenas fluído 
dentinário. Estruturalmente a dentina presente entre os túbulos é nomeada de dentina 
intertubular, mais calcificada que a dentina que forra as paredes dos túbulos, nomeada de 
dentina peritubular. Entre a camada de odontoblastos e a dentina mineralizada, temos a 
pré-dentina (matriz não mineralizada de 25 a 30um de espessura) responsável pela 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
25 
formação de dentina à qualquer estímulo normo-fisiológico ou supra-fisiológico. Portanto, 
a dentina ainda pode ser secundária ou terciária dependendo do estímulo: 
▪ Secundária ou Reacional – Formada através do intermédio de pequenos estímulos ao 
longo da vida, normo-fisiológico. 
▪ Terciária ou Reparadora – Formada à partir do estímulo nocivo, modificando o volume 
e a forma da câmara pulpar, supra-fisiológico . 
 Assim, o complexo dentino-pulpar tem a principal função de manter a vitalidade do dente 
e consequentemente proteger de toda injúria, agente irritante ou agressor que acometa 
o dente. Portanto, a polpa é a primeira barreira defensiva. 
 
FUNÇÕES DA POLPA: 
▪ formativa - responsável pela formação da dentina primária 
▪ nutritiva - A vascularização mantém a vitalidade tecidual 
▪ sensorial - As fibras nervosas conferem a sensibilidade ao dente 
▪ defesa - Formação da dentina secundária ou terciária dependendo do 
estímulo, cotidiano ou nocivo ao dente, respectivamente. A inflamação do tecido 
pulpar é o primeiro passo para a reparação. 
 
RESPOSTA PULPAR: 
▪ Esclerose dentinária : A dentina esclerosada é a obliteração de túbulos dentinários. É 
o primeiro mecanismo de defesa quando a cárie atinge a dentina e a finalidade é evitar 
o avanço dos microrganismos e seus sub-produtos para dentro do tecido pulpar. A 
mineralização dos túbulos paralisa o processo patológico por algumas vezes,porém 
não definitivamente. 
▪ Dentina reparadora: Caso a cárie vença essa primeira barreira defensiva (dentina 
esclerosada), o complexo dentino-pulpar ou mais especificamente os odontoblastos 
iniciam outro mecanismo de defesa - a formação de dentina reparadora na direção da 
cárie, modificando a forma da câmara pulpar. Essa dentina formada é uma dentina 
osteóide com defeitos de calcificação e menos túbulos, feita às pressas. 
▪ Microcirculação afetada: Quando a agressão atinge mais de ¾ da altura da dentina, 
os odontoblastos se atrofiam e a formação de dentina reparadora é paralisada. Na 
sequência, a reação inflamatória do tecido conjuntivo pulpar é inevitável. A 
microcirculação pulpar fica comprometida podendo ser de caráter inflamatório 
reversível ou irreversivel. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
26 
A inflamação do tecido pulpar é igual como de qualquer outro tecido conjuntivo, e 
apresenta as seguintes fases: 
▪ Vascular: vasoconstricção e vasodilatação 
▪ Celular: migração de leucócitos por quimiotaxia. 
▪ Mediadores químicos: produtos da lise de células: cininas, bradicininas, fator 
complemento 
 
PATOLOGIAS PULPARES AGUDAS: 
 
▪ Aguda reversível - A pulpite aguda reversível consiste em uma inflamação leve - 
hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo) que pode regredir desde que seja eliminado 
a causa. Tem como característica dor localizada, de curta duração e provocada ao 
frio, calor e doces. Clinicamente apresenta lesão cariosa em dentina e/ou exposição 
dentinária radicular. O tratamento de escolha é conservador: proteção do complexo 
dentino-pulpar e restauração definitiva. 
 
▪ Pulpite aguda irreversível - A pulpite aguda irreversível é um estágio mais avançado 
da inflamação. Uma quantidade maior de exsudato se difunde sobre o tecido pulpar 
exercendo pressão sobre vasos e nervos. Como a polpa está inserida em paredes 
mineralizadas de dentina, a dor torna-se espontânea, violenta e contínua. A circulação 
de retorno vai tornando-se dificultada e a polpa não tem como voltar mais à 
normalidade, o processo torna-se irreversível. No estágio final da inflamação, a 
congestão está no seu auge, e a dor pode ser aliviada momentaneamente ao estímulo 
de frio, devido à vasoconstricção. Com a estagnação da circulação de retorno, o 
caminho natural da polpa é a necrose tecidual - morte pulpar. O tratamento é a 
pulpectomia. 
 
PATOLOGIAS PULAPARES CRÔNICAS: 
▪ Pulpite irreversível assintomática - A pulpite irreversível assintomática é uma 
inflamação crônica indolor, resultado da ação de irritantes de intensidade moderada, 
de ação lenta, gradual e progressiva. A polpa se mantém viva e sem dor, no entanto, a 
resposta aos estímulos térmicos pode ser normal. Normalmente está associada em 
casos de trauma ou á cáries profundas que após sua remoção expõe a polpa. O 
tratamento é radical, pulpectomia. 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
27 
As patologias pulpares crônicas podem apresentar algumas diferenças: 
 
▪ Hiperplasia pulpar - Na hiperplasia pulpar o tecido pulpar pode apresentar um 
aumento de volume (pólipo pulpar), câmara pulpar aberta e rizogênese incompleta. O 
processo vascular é moderado e a resposta pulpar apresenta reações proliferativas 
com tecido de granulação neoformado. Não apresenta dor, mas um desconforto ao 
morder alimentos mais sólidos está associado. Em estágios mais avançados a polpa 
pode estar mortificada. O tratamento para polpa viva é a apicigênese e quando a polpa 
está mortificada, a apicificação. 
 
▪ Reabsorção Interna - Essa inflamação de origem pulpar altera a estrutura mineral do 
dente. O tecido pulpar inflamado sofre uma mutação metaplásica com ativação de 
odontoclastos ou células gigantes que reabsorvem a parede da câmara pulpar ou canal 
radicular em direção externa da raiz. Essa condição normalmente é assintomática e 
frequentemente é um achado radiográfico em um exame de rotina. Na câmara pulpar 
pode causar alteração de cor por transparência, avermelhada, por isso nomeada de 
mancha rósea. O tratamento indicado é a pulpectomia, na tentativa de interromper o 
processo de reabsorção. Quando detectada tardiamente pode ter ocorrido a necrose 
pulpar ou a reabsorção das paredes dentinárias, determinando a exodontia. 
 
▪ Reabsorção Externa - Nessa alteração inflamatória, ocorre a reabsorção da parede externa 
radicular, que também é assintomática e detectável radiograficamente. Pode ser inflamatória 
ou substitutiva. Quando inflamatória apresenta pequenas lacunas de reabsorção 
arredondadas na superfície radicular. Quando substitutiva, á medida que ocorre a reabsorção 
da parede dentinária, um tecido com características ósseas é formado, que pode levar a 
anquilose. O tratamento é a pulpectomia, no entanto, em casos mais avançados onde há 
necrose pulpar, a tentativa é o tratamento de penetração desinfetante ou ainda a exodontia 
quando a reabsorção torna impossível a permanência do dente na boca. 
 
▪ Nódulo pulpar - A polpa, em um mecanismo ainda desconhecido, apresenta calcificação 
localizado de forma arredondada ou pontiaguda na câmara pulpar, obstruindo muitas vezes a 
entrada dos canis radiculares. É assintomática na grande maioria das vezes e detectável 
radiograficamente. Não há necessidade de tratamento. A pulpectomia só é recomendada, caso 
a sintomatologia esteja presente. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
28 
▪ Calcificação difusa - Um tecido calcificacado, parcial ou total, preenche a câmara 
pulpar e/ou o canal radicular. História de trauma dental é a maioria da causa dessa 
patologia. Em algumas situações ocorre alteração cromática da coroa, no entanto é 
assintomática e detectável radiograficamente. 
 
 
 
 
AGUDAS 
PULPITE REVERSÍVEL- Infamação leve- hiperemia que pode regredir se a causa for eliminada 
Característica: 
- Dor localizada, de curta duração 
- Provocada ao frio, calor e doces 
Clinicamente: Apresenta cárie em dentina e/ou exposição dentinária radicular 
Tratamento: conservador, proteção do complexo dentino-pulpar, restauração definitiva 
 
PULPITE IRREVERSÍVEL SINTOMÁTICA- Estágio + avançado da inflamação 
Característica: 
 
- Dor espontânea, violenta e contínua 
- Combatida com analgésicos 
- A dor pode ser aliviada momentaneamente ao estímulo do frio nos estágios finais 
- No estágio inicial, a dor é combatida por analgésico e pode doer com o frio 
- Responde ao teste de vitalidade com declínio lento no estágio inicial e rápido nos finais 
Tratamento: Pulpectomia 
 
CRONICAS 
AS PATOLOGIAS PULPARES CRÔNICAS PODEM APRESENTAR ALGUMAS DIFERENÇAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS: 
Patologias pulpares: 
- Agudas 
- Crônicas 
 
Pulpites: 
- Pulpite reversível 
- Pulpite irreversível assintomática 
- Pulpite irreversível sintomática 
Pulpite irreversível assintomática- indolor, associados em casos de trauma ou á cáries profundas 
Tratamento: Pulpectomia 
Hiperplasia pulpar ou pólipo- Apresenta um aumento de volume (pólipo pulpar), câmara pulpar aberta e 
rizogêneze incompleta. 
Não apresenta dor, mas um desconforto com alimentos sólidos 
Em estágios mais avançados a polpa está mortificada 
Tratamento: PV= Apicigênese, PM= Apicificação 
 
Reabsorção interna- Inflamação que altera a estrutura mineral do dente 
-Assintomático 
-Pode ser inflamatória ou substitutiva, polpa viva ou morta. 
- Podem causar alterações de cor por transparência, avermelhada (mancha rósea) 
Tratamento: Pulpectomia 
Se detectada tardiamente pode haver necrose pulpar ou reabsorção das paredes dentinárias e o tratamento 
seria a exodontia 
 
Nódulo pulpar- Assintomático, não há necessidade de tratamento 
Pulpectomia só é indicado se houver sintomatologia 
 
Calcificação difusa- Um tecido calcificado, parcial ou total, preenche a câmara pulpar e/ou canal radicular. 
Causado por trauma dental 
Pode ocorrer alteração cromática da coroa, é assintomático 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
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Etiopatogenia e diagnóstico das alteraçõesperiapicais 
 
PATOLOGIAS PERIAPICAIS (POLPA MORTA) 
 
As condições periapicais são diferentes das pulpares, pois o periápice apresenta muito 
mais resistência ao processo da doença, e o processo de cicatrização possui características 
próprias. 
O periápice não apresenta as mesmas limitações à evolução do edema como a polpa. Além 
disso, a vascularização colateral é muito mais rica, bem como a rede de capilares, e há 
possibilidades de estabelecer contato íntimo e rápido com a medula óssea. Tudo isso 
permite uma mobilização mais rápida e melhor dos elementos defensivos (células de 
defesa) em torno da região apical, no intuito de permitir que a resposta inflamatória 
ocorra com maior facilidade. 
 As reações periapicais sobrevêm após qualquer tipo de mortificação pulpar, toda vez em 
que o estímulo ultrapassar o limiar de tolerância, instala-se a reação inflamatória, cuja 
evolução sofrerá variações, de acordo com a incidência de múltiplos fatores. Assim, a 
evolução da reação apical para formas aguda ou crônica depende da intensidade do 
agente agressor, das condições anatomoclínicas da coroa, do ápice e do estado de higidez 
dos tecidos periapicais. 
 A qualidade da interação desses fatores é que determinará a instalação, bem como a 
evolução para esta ou aquela forma de processo patológico. 
O mecanismo pelo qual se formam as lesões apicais passou a ser melhor entendido após 
experiências de Fish sobre infecção óssea. Que se divide em zonas: 
 1° denominada zona de infecção, estão sediados os microorganismos ao lado do 
infiltrado inflamatório prevalentemente neutrofílico. 
 2° zona de contaminação, é marcante a presença de infiltrado crônico linfo-
plasmocitário e observa-se a destruição de células ósseas, de modo que as lacunas 
apresentam-se vazias. Não há microorganismos nessa área e, assim sendo, a 
destruição é explicada pelas toxinas provenientes da zona de infecção. 
 3° zona de irritação, verifica-se com mais frequência à presença de histiócitos e 
osteoclastos. As toxinas que aí chegam, estando mais diluídas, permitem a 
sobrevivência das células mencionadas. A trama colágena é destruída ao mesmo 
tempo em que os osteoclastos reabsorvem o osso adjacente. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
30 
Segundo Fish, o resultado dessa dupla atividade destrutiva é a abertura de uma brecha no 
osso, em torno do centro da lesão. O espaço formado é preenchido por neutrófilos e até 
isto acontecer há o perigo de extensão da necrose. 
 4° zona de estimulação, predominam osteoblastos e fibroblastos. É a zona mais 
periférica da lesão, onde as toxinas estão a tal ponto diluídas que passam a se 
comportar como estimulante da atividade celular, favorecendo a produção de fibra 
colágena e de novo osso, que se organiza irregularmente. 
A zona de infecção engloba o canal radicular, que aloja microrganismos cuja proliferação 
é garantida pelos tecidos pulpares em decomposição e pelas condições de temperatura 
ideal ao desenvolvimento microbiano. Circundando esta área, encontraremos as outras 
com as características já descritas. As reações que ocorrem nas zonas de contaminação, 
irritação e estimulação decorrem da ação de toxinas produzidas no interior do canal e as 
diferenças entre elas se explicam pela diluição da toxina, cada vez maior, a partir do centro 
da lesão, a ponto de, na última zona, chegar tão diluída que perde seu poder necrosante, 
passando a se comportar como um agente estimulador da atividade celular. Fish ressalta 
o fato de a área de reabsorção óssea periapical não ser uma área infectada, mas sim, uma 
área indicadora de destruição tecidual causada por irritante produzido no interior do canal 
radicular. 
A inflamação periapical é um fenômeno que se mantém às custas da causa que a originou 
que são os produtos tóxicos sediados no canal radicular. Assim, suprimida a fonte, pelo 
correto tratamento endodôntico, a lesão periapical, desaparecerá, a menos que o quadro 
histopatológico oportuno (cistos, reabsorções apicais extensas e reabsorções laterais) 
esteja presente. Após terapia endodôntica bem-sucedida ocorre a reparação periapical. 
As alterações periapicais - Necrose Pulpar dividem-se em: 
 
*Periodontite Apical Aguda * Periodontite Apical Crônica 
rompida a barreira defensiva, instala-se a Periodontite Apical Aguda que, de início, se 
caracteriza por hiperemia, seguida de exsudação plasmática e acúmulo de células 
inflamatórias. As terminações nervosas em grande número nessa região sofrem os efeitos 
da congestão vascular, que se manifestam clinicamente por dores de caráter aguda, 
provocada, sensação de dente extruído, sensibilidade principalmente à percussão vertical, 
sem a presença de edema. Assim, a inflamação constitui uma reação defensiva e 
inespecífica quanto á natureza do irritante, podendo ser subdividida em: 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
31 
 
PERIODONTITE APICAL AGUDA 
 É uma manifestação inflamatória aguda, invariavelmente posterior a uma agressão anterior e devido á multiplicidade 
dos agentes causais. 
pode evoluir para a cura e o exemplo é dado pelos inúmeros dentes com polpa morta que não apresentam qualquer 
sintomatologia clínica ou mesmo evidência radiográfica. A evolução para outras formas de alterações apicais depende 
diretamente da intensidade e tempo de duração do agente agressor. Desse modo, ela pode evoluir para a supuração 
constituindo o Abscesso Apical Agudo, cuja principal característica clínica é a presença de edema, sendo que a via de 
drenagem pode ser: 
 canal radicular; 
 através do ligamento 
 via trans-óssea 
e a presença clínica de dor violenta, pulsátil, difusa e sensibilidade principalmente à percussão horizontal e vertical. 
ABSCESSO APICAL AGUDO 
A drenagem do pus, provocada ou espontânea, pelo canal radicular, condiciona o desaparecimen to dos fenômenos 
inflamatórios agudos em pouco tempo; as lesões transformam-se, tornam-se crônicas. 
 Quando a supuração se faz através do ligamento, observa-se tumefação inflamatória da mucosa gengival, relacionada 
ao alvéolo.A saída do pus pelo colo do dente assinala o final da fase aguda, passando o processo, daí para diante, para a 
cronicidade. Porém, o pus pode externar-se por via trans-óssea; infiltra-se pelos interstícios do osso sem que este 
participe efetivamente do processo (osteoflegmão). Em seguida, desloca e perfura o periósteo (abscesso subperióstio). 
Neste momento, no tecido conjuntivo frouxo, para fora da cadeia purulenta, produz-se linfocelulite circunscrita ou 
difusa (flegmão). Percorrendo sempre o trajeto por vias de menor resistência, a coleção purulenta pode caminhar pelos 
tecidos moles, localizando-se submucosa ou subcutânea.Finalmente, a exteriorização do pus, marcando o término da 
fase aguda, deixa como sequela uma fístula mucosa ou cutânea, segundo a abertura se dê, respectivamente, ao nível do 
tegumento mucoso ou cutâneo. A partir do momento em que ocorre a fistulização, o abscesso cronifica-se. 
 Constitui o abscesso o mesmo processo patológico iniciado pela periodontite apical aguda e sua evolução até a 
supuração, que é marcantemente dolorosa, isto é, a dor e o edema caracterizam o quadro clínico do Abscesso Apical 
Agudo. Independentemente da forma de instalação do abscesso, após sua evolução podem ocorrer sequelas capazes de 
evoluir às expensas próprias, usualmente se arranjando em estruturas crônicas. 
 O processo perirradicular sendo um acidente microbiano de curso agudo apresenta, felizmente, pouca ou quase 
nenhuma complicação venosa ou septicêmica. Isto pode ser explicado graças ao bloqueio das vias linfáticas pela 
estafilocoagulase produzida pelos estafilococos que são o principal agente microbiano dos acidentes agudos 
supurados. Os estreptococos, ao contrário, quando presentes elaboram um princípio fibrínolítico que destrói e 
impede a formação de fibrina. 
Além disso, o Abscesso Apical Agudo pode desenvolver-se como agudização da: 
 PeriodontiteApical Crônica; 
 Abscesso Apical Crônico e Granuloma de dentes mortificados, sem ou com tratamento endodôntico 
prévio; 
 infecção primária ou secundária respectivamente, recebendo a nomenclatura de Abscesso Fenix (o que 
ressurgiu). 
Radiograficamente apresenta rarefação óssea periapical difusa ou circunscrita, clinicamente apresenta como 
sinal a presença de edema intra ou extraoral e com sintomas dolorosos característicos do Abscesso Apical 
Agudo. 
PERIODONTITE APICAL AGUDA TRAUMÁTICA 
 Passagem acidental de um instrumento além do forame; 
 Agentes químicos, como SQA, hipoclorito ou o tecido pulpar em decomposição; 
 Fragmentos de dentina necrosada; 
 Medicação além do forame apical. 
Existe uma condição peculiar e que merece atenção, onde a presença de um contato prematuro pode causar um 
trauma no periodonto, caracterizando uma periodontite apical aguda traumática, onde a polpa pode apresentar-se 
com ou sem vitalidade. Portanto, a periodontite apical aguda traumática é a única patologia periapical onde a polpa 
pode estar viva. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
32 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
A inflamação crônica sucede invariavelmente da aguda. Ora é sequela do Abscesso Apical 
Agudo, ora é evolução direta da Periodontite Apical Aguda. Neste caso, a manifestação 
clínica da fase aguda, no que tange à dor, é quase que invariavelmente de nível subclínico. 
A inflamação aguda representa o desequilíbrio entre os agentes agressores e os 
mecanismos de defesa da região perirradicular; 
A crônica, por sua vez, traduz equilíbrio dos irritantes sediados no canal e os mecanismos 
de defesa. 
As lesões crônicas nada mais são do que processo inflamatório com características bem 
definidas e de acordo com a sua evolução podem agrupar como segue. 
 
 
PERIODONTITE APICAL CRÔNICA 
Caracteriza-se pela predominância de infiltrado linfo-plasmocitário, exibindo reabsorções ósseas, 
cementárias e, às vezes, até da dentina apical. 
 Com o passar do tempo, a lesão que se confinava à área perirradicular pode expandir-se, acarretando 
modificações estruturais decorrentes de peculiaridades dos tecidos próprios da região ao se arranjar 
frente aos agentes agressores, originando quadros histopatológicos particulares que recebem 
denominações diferentes. 
 Em alguns casos, a reação inflamatória crônica se instala estabilizando-se em seguida, após ligeiro 
aumento de volume, criando condições para nele se alojar um infiltrado bem típico de ssa patologia. 
 A prática clínica demonstra a todo instante radiografias de dentes com polpa mortificada, cuja imagem 
radiográfica não evidencia lesões ósseas mostrando, na maioria das vezes, ligeiro aumento do espaço 
do periodonto apical. Isto caracteriza, do ponto de vista clínico, a Periodontite Apical Crônica, que 
ainda clinicamente é assintomática. 
 
ABSCESSO APICAL CRÔNICO 
 
Processo inflamatório crônico supurativo, de evolução lenta e quase sempre assintomático. 
 O pus formado, quando em pequena quantidade, é drenado de forma intermitente pelo canal 
radicular. Em determinadas condições o pus não consegue ser eliminado pela via referida, exigindo que 
a drenagem se dê através de trajeto fistuloso com abertura cutânea ou mucosa. 
 Acredita-se que o trajeto fistuloso se forma durante a fase aguda, sem deixar de lado a possibilidade 
da sua formação na fase crônica desde que fatores circunstanciais estejam envolvidos, tais como bolsas 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
GRANULOMA 
Processo inflamatório no periodonto apical. 
O granuloma constitui inflamação crônica proliferativa das células do ligamento, que se forma 
geralmente em resposta a agentes irritantes de baixa intensidade e localizados no canal radicular. 
 É, pois, uma típica reação defensiva, oposta à invasão do organismo, quase sempre por germes e 
toxinas. Condicionado à ação de irritantes de baixa intensidade, o granuloma tem início através de 
hiperemia e edema do periodonto apical. 
 A contínua passagem de irritantes, do canal para o tecido perirradicular acarreta a formação de 
infiltrado inflamatório crônico, rico em linfócitos, plasmócitos e histiócitos. A reabsorção óssea se 
verifica, trazendo como consequência à formação de tecido de granulação com acentuada proliferação 
fibroblástica, aumento do número de vasos e fibras. 
 No interior da cápsula fibrosa existem as chamadas "células de espumas" - macrófagos possuidores de 
matéria lipoide - consequência da degeneração gordurosa da região e que podem levar à formação de 
cristais de colesterol. 
 Todo granuloma contém certa quantidade de células epiteliais talvez provenientes dos restos epiteliais 
de Mallassez ou de possíveis invaginações do epitélio oral, nos casos de fístulas. 
Com a continuada presença da inflamação crônica, estas células podem se proliferar, formando ilhotas 
epiteliais, as quais, por sua vez, ao se desintegrarem em sua porção central, originarão o cisto radicular. 
Vários fatores, tais como a idade da lesão, intensidade do agente agressor e a resposta tecidual influem 
nas características do granuloma. Assim, quando a evolução é lenta, permitindo que o organismo lance 
mão de seus recursos, o osso adjacente pode tornar-se mais compacto, circunscrevendo a lesão e 
radiograficamente observa-se rarefação óssea periapical circunscrita ou uma imagem de anel 
radiopaco. 
 Do ponto de vista microbiológico, o granuloma é, na grande maioria das vezes, estéril, desde que, 
sendo tecido de defesa, constitui local de destruição de microorganismos e não de sua proliferação. 
 Os granulomas periapicais possuem radiograficamente diâmetro aproximado de 5mm. 
periodontais e perdas ósseas. Portanto a maior característica clínica do Abscesso Apical Crônico é a 
presença de fístula. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
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Funções dos tecidos periapicais 
 Nutritiva 
 Sensitiva e motora 
 Defesa 
Ao contrário do tecido pulpar, permite circulação colateral abundante. 
 
CISTO 
O cisto radicular desenvolve-se nas vizinhanças do ápice, tem a forma de uma bolsa de parede epitélio-fibrosa contendo no 
seu interior líquido ou massa semifluida. 
 Como resultado da inflamação existente na região perirradicular, células epiteliais localizadas nas circunvizinhanças se 
proliferam formando uma grande massa epitelial. Desde que as células situadas no centro dessa "massa" acham-se longe do 
suprimento nutritivo representado pelos vasos sanguíneos, acabam por se degenerar, originando uma pequena cavidade 
coberta por epitélio. 
 Como as células são ricas em proteínas, a pressão osmótica intra-cistica torna-se maior que a externa, atraindo, dessa 
maneira, fluidos teciduais para o interior da cavidade, aumentando seu volume. Recém -formado, ocupa a parte central do 
osso. Lentamente cresce e depois exterioriza-se. Discrimina-se, portanto, uma fase diplóica que vai desde seu aparecimento 
até alcançar as tábuas ósseas compactas, seguida de outra deformação, que coincidi com o abaulamento das corticais ósseas, 
motivado pelo aumento do cisto. Radiograficamente observa-se rarefação óssea periapical circunscrita semelhante ao 
granuloma. Embora não seja possível realizar diagnóstico radiográfico diferencial entre cisto e granuloma, sendo somente o 
exame histopatológico capaz de dar um diagnóstico com segurança. Normalmente os cistos periapicais possuem 
radiograficamente diâmetro superior a 10mm e, o deslocamento dos dentes vizinhos eventualmente constitui a primeira 
manifestação clínica do cisto radicular, o qual apresenta um crescimento lento, porém agressivo. 
Tanto o granuloma quanto o cisto, apresentam-se como alterações periapicais decorrentes da morte e contaminação do tecido 
pulpar e que apenas podem ser diagnosticadas por meio de análises anatomopatológicas. 
 Clinicamente são assintomáticas e por isso devem ser diagnost icadas como periodontite apical crônica. 
 Os achados radiográficos característicos de umaou outra alteração, conforme descritos anteriormente servem como indícios 
para classificar uma periodontite apical crônica sendo sugestiva de granuloma ou sugestiva d e cisto. 
Periodontite apical aguda ou sintomática: 
- Traumática 
- Microbiana 
- Abcesso apical agudo 
Periodontite apical crônica ou assintomática: 
- Granuloma 
- Abcesso apical crônico 
- Cisto 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
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Periodontite apical aguda: 
 Microbiana- 
 Dor provocada e ou espontânea 
 Localizada 
 Percussão vertical +++ 
 Percussão horizontal + 
 Palpação apical positiva 
 Mobilidade +/- 
 Sensação de dente extruído 
 Analgésico pouco eficaz 
Tratamento microbiana: 
 
 PD/PQC/MIC Ca(OH)2 
 Selamento provisório 
 Ajuste oclusal 
 Analgésico/Anti-inflamatório 
 
Abcesso apical agudo 
 Dor contínua, pulsátil e irradiada 
 Edema 
 Percussão V +++ 
 Percussão H ++ 
 Palpação apical +++ 
 Mobilidade 
 Analgésico pouco eficaz 
 Sensação de dente extruido 
 Presença de tumefação 
 Trismo 
 Comprometimento sistêmico 
 Pode ter fistula (difícil) 
 Radiograficamente: Pode apresentar 
aumento do espaço perirradicular e/ou 
rompimento da lâmina dura (imagem apical 
de “esfumaçamento”, não é circunscrito). 
Tratamento: 
 PD 
 Drenagem via canal 
 PQC → MIC Ca(OH)2 
 Selamento provisório 
 Ajuste oclusal 
 Antibiótico, anti-inflamatório e analgésico 
 
 
Periodontite apical crônica: 
 Assintomático. 
 As vezes pode doer ao mastigar alimentos mais sólidos 
 Radiograficamente:Apresenta rarefação óssea periapical difusa ou 
circunscrita. 
Tratamento: 
PD 
Periodontite apical aguda ou sintomática: 
- Traumática 
- Microbiana 
- Abcesso apical agudo 
Periodontite apical aguda: 
Traumática- 
 Dor provocada, localizada 
 Percussão V + 
 Percussão H ++ 
 Analgésico eficaz 
 Sensação de dente extruído 
 Aumento do espaço pericementário 
 Radiograficamente: aumento do espaço 
perirradicular e pode ter rompimento da 
lâmina dura. 
 
Tratamento traumática 
PV: 
 Remoção do trauma 
 Ajuste oclusal 
 Analgésico/Anti-inflamatório 
PM: 
 PD/OD/PQC/MIC Ca(OH)2 
 Analgésico/Anti-inflamatório 
 
 ultrapassar a lima de 2 a 3mm além 
do CT para fazer a drenagem via 
canal e pode prescrever antibiótico. 
Abcesso apical crônico: 
 Assintomático ou com ligeiro desconforto à percussão. 
 Presença de Fístula. 
 Radiograficamente pode apresentar rarefação óssea periapical difusa ou 
circunscrita. 
Tratamento: 
PD 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
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Recursos semiotécnicos e diagnóstico 
 
PERCUSSÃO VERTICAL: 
 O teste de percussão vertical avalia o periodonto. 
 A percussão é realizada por meio de toques na superfície incisal ou oclusal do dente, 
inicialmente pressionando com o dedo e se a resposta não for conclusiva repetir com a ponta 
do cabo do espelho clínico, incidindo em posição paralela à coroa. 
 O teste começa com pressão digital pois se o dente apresenta inflamação ou mobilidade, o 
paciente pode não suportar o trauma com o cabo do espelho. 
 Os dentes vizinhos e de controle também devem ser submetidos à percussão do mesmo modo, 
incialmente pressão digital e depois toques com a ponta do cabo do espelho. Vale lembrar que 
o paciente não deve ser informado qual dente está sendo avaliado (controle ou suspeito). 
 
PERCUSSÃO HORIZONTAL: 
O teste de percussão horizontal obedece a mesma sequência da percussão vertical, primeiro, 
pressão digital e depois toques com a ponta do cabo do espelho, porém o local de aplicação é 
diferente. 
 O toque incide na posição perpendicular da coroa, ou seja, na face vestibular do dente. Se uma 
resposta dolorosa é obtida pela percussão no sentido horizontal, pode-se suspeitar de 
inflamação periodontal. 
 Ao mesmo tempo em que o dente está sendo submetido à percussão, sua mobilidade deve ser 
examinada pela colocação suave de um dedo na superfície lingual/palatina do dente e 
compressão da superfície vestibular com a ponta do cabo do espelho. 
 O grau de mobilidade pode ser visualizado e percebido pela percepção tátil. Um periodonto 
saudável permite uma movimentação de apenas uma fração de milímetro. 
 A mobilidade aumentada é geralmente resultado da doença periodontal, porém na situação 
clínica de abscesso apical aguda, o dente pode apresentar mobilidade. 
Dentes com mobilidade avançada, determinada por perda de suporte ósseo são candidatos 
desfavoráveis ao tratamento endodôntico. 
 
TESTES DE VITALIDADE PULPAR: 
São componentes úteis na estruturação do diagnóstico clínico, são eficazes para testar o 
estado de normalidade, de inflamação ou de necrose pulpar. 
 A partir do conhecimento de que as alterações pulpares relacionam -se com alterações 
vasculares, ou seja, modificações na pressão interna pulpar, agentes que promovam 
mudanças nas mesmas, através da vasoconstrição ou vasodilatação, são recursos 
expressivos na determinação de um estado clínico tecidual (inflamatório ou saudável, 
porém vital). 
Outros agentes são capazes de estimular as fibras nervosas, o que não significa 
necessariamente que o dente esteja com vitalidade pulpar. 
 As fibras nervosas são as últimas estruturas a entrarem em degeneração, e em dentes 
com necrose pulpar, pode ocorrer sensibilidade quando fibras nervosas são estimuladas. 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
37 
A dor é um sintoma que identifica uma polpa em estado de inflamação. Essa dor pode ser 
estimulada por agentes térmicos, elétricos e mecânicos. 
 As respostas pulpares aos estímulos térmicos fornecem informações valiosas sobre o 
estado de saúde pulpar, quando do estabelecimento de alterações vasculares da polpa 
dentária. 
 
TESTE TÉRMICO 
A estimulação térmica com frio pode ser executada com bastão de gelo (pouco confiável 
pelo rápido derretimento em dias de calor) e com gás refrigerante (dicloro 
difluormetano). Estes agentes promovem diminuição da temperatura intrapulpar, 
estimulando terminações nervosas pulpares a partir de alterações vasculares 
(vasoconstrição). Quanto maior a redução da temperatura, maior o estímulo na polpa. A 
resposta frente a estes estímulos pode variar de exacerbação (piora) ou alívio da dor. 
Para aplicação do teste a frio com gás refrigerante deve-se seguir a sequência: 
 
 O paciente irá levantar o braço oposto ao operador, assim que sentir dor causado pelo teste. E 
abaixará o braço conforme a dor for regredindo de intensidade. 
 Utilizar isolamento relativo. 
 Secar os dentes com gaze. 
 Aplicar o gás em um cotonete e em seguida aplicar na região de menor espessura do dente (terço 
cervical da coroa) 
 Aplicar em um dente vizinho inicialmente. 
 Aplicar no dente suspeito. 
 Se o dente não responder, contar até 10. 
 Repetir o teste se necessário. 
 
 TESTE ELÉTRICO 
 O teste elétrico possibilita a resposta pulpar a partir da estimulação elétrica sobre as 
fibras nervosas presentes na polpa dentária. Obtida a partir de uma resposta neural. Este 
teste não permite informações sobre o suprimento sanguíneo pulpar , fato determinante 
da vitalidade pulpar, porém, objetiva estimular a sensibilidade. 
 
 
Drª Caroline Parrillo 
 
 
 
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 TESTE DA ANESTESIA 
O teste da anestesia permite em situações difíceis como dor difusa e/ou dor reflexa, por 
bloqueio de condução, auxiliar na identificação de dente responsável pela origem da dor. 
O paciente muitas vezes não consegue identificar a origem da dor, mesmo após a 
realização dos testes térmicos. Para realizar qualquer procedimento para aliviar a dor, 
deve-se identificar o dente patológico. Neste caso de dor reflexa não é tão simples, pois a 
dor está refletindo para outras regiões. O teste da anestesia é realizado para identificar o 
dente algógeno. 
A anestesia será intraligamentar, com deposição de pequena quantidade

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