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Habilidades Médicas MAMAS Objetivo: Compreender a etiologia, fisiopatologia, fatores de risco e prevenção do câncer de mama e mastalgia cíclica; CÂNCER DE MAMA ETIOLOGIA A maioria dos cânceres de mama é constituída por tumores epiteliais que se desenvolvem das células do interior dos ductos e lóbulos; menos comuns são os cânceres não epiteliais das células de suporte do estroma (p. ex., angiossarcoma, sarcomas primários do estroma, tumor filoide). O câncer de mama é dividido em carcinoma in situ e câncer invasivo. ● Carcinoma in situ é a proliferação das células neoplásicas dentro dos ductos e lóbulos e sem a invasão do tecido estromal. Há 2 tipos: ○ Carcinoma ductal in situ (LCIS): cerca de 85% dos carcinomas in situ são desse tipo. ■ LCIS é geralmente detectado apenas por mamografia. ■ Pode envolver uma área pequena ou extensa da mama; se houver uma área extensa, focos invasivos microscópicos podem se desenvolver ao longo do tempo. ● Carcinoma lobular in situ (CLIS) muitas vezes é multifocal e bilateral. Existem 2 tipos: clássico e pleomórfico. ○ CLIS clássico não é maligno, mas aumenta o risco de desenvolver carcinoma invasivo em qualquer mama. ■ Essa lesão palpável em geral é detectada por biópsia; raramente é visualizado em mamografia. ○ CLIS pleomórfico tem um comportamento que se parece mais com CDIS; ele deve ser excisado para margens negativas. O carcinoma invasivo é originariamente um adenocarcinoma. ● Cerca de 80% são do tipo ductal infiltrativo; a maior parte dos tumores restantes é do tipo lobular infiltrativo. ● Formas histológicas raras incluem carcinomas medulares, metaplásicos, mucinosos e tubulares. ● Carcinoma mucinoso tende a desenvolver em mulheres mais velhas e ser de crescimento lento. ○ Mulheres com esses tipos de câncer de mama têm um Larissa Moitinho prognóstico muito melhor do que as mulheres com outros cânceres de mama invasivos. Câncer de mama inflamatório é câncer de crescimento rápido, muitas vezes fatal. ● As células neoplásicas bloqueiam os vasos linfáticos na pele da mama; como resultado, a mama parece inflamada, e a pele parece mais espessa, semelhante à casca de laranja (peau d'orange). ● Geralmente, o câncer de mama inflamatório se espalha para os gânglios linfáticos na axila. ● Os linfonodos se parecem com nódulos duros. No entanto, muitas vezes nenhuma massa é sentida na própria mama porque esse tipo de câncer é disperso por toda a mama. A doença de Paget mamária (não confundir com a doença óssea metabólica, também chamada de doença de Paget) é a forma do CDIS que se estende sobre a pele do mamilo e da aréola, manifestando-se como uma lesão da pele (p. ex., lesão eczematosa ou psoriafórmica). ● As células malignas características, chamadas de células de Paget, estão presentes na epiderme. ● Mulheres com doença de Paget do mamilo muitas vezes têm câncer subjacente invasivo ou in situ. FISIOPATOLOGIA O câncer de mama invade localmente e se dissemina através dos linfonodos regionais, da corrente sanguínea, ou de ambos. O câncer de mama metastático pode afetar qualquer órgão do corpo — mais comumente pulmões, fígado, ossos, cérebro e pele. A maior parte das metástases cutâneas ocorre na região da cirurgia mamária; as metástases de couro cabeludo também são comuns. ● O câncer de mama metastático frequentemente surge anos ou décadas após o diagnóstico e o tratamento inicial. Receptores hormonais Os receptores de estrogênio e progesterona, presentes em alguns cânceres de mama, são receptores nucleares de hormônios que promovem a replicação do DNA e a divisão celular quando estão ligados aos hormônios apropriados. ● Assim, os fármacos que bloqueiam esses receptores podem ser úteis no tratamento de tumores que tenham esses receptores positivos. ● Cerca de dois terços das pacientes na pós-menopausa com câncer apresentam tumor positivo para o receptor de estrogênio (RE+). ● A incidência de tumores RE+ é mais baixa nas pacientes em pré-menopausa. Outro receptor celular é a proteína do receptor do fator de crescimento epitelial humano 2 (HER2, também Larissa Moitinho chamado HER2/neu ou ErbB2); sua presença está relacionada a um prognóstico reservado em qualquer estágio do câncer. ● Em cerca de 20% das pacientes com câncer de mama, os receptores de HER2 são superexpressos. ● Fármacos que bloqueiam esses receptores são parte do tratamento padrão para essas pacientes. FATORES DE RISCO Além do sexo feminino (99% dos indivíduos afetados são mulheres), os maiores fatores de risco estão relacionados à hereditariedade, exposição ao estrogênio durante a vida e, em uma menor extensão, a fatores ambientais ou ao estilo de vida. Entre o grande número de fatores de risco identificados, estão: ● Mutações hereditárias: Aproximadamente 5% a 10% dos carcinomas de mama ocorrem em pessoas com mutações hereditárias nos genes supressores de tumores. ○ Para esses indivíduos, o risco de câncer de mama é de mais de 90%. ● Parentes em primeiro grau com câncer de mama: Aproximadamente 15% a 20% das mulheres com câncer de mama têm um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) acometido, mas não portam uma mutação genética relacionada ao câncer de mama. ○ Esse aumento de risco se deve, provavelmente, à associação de genes que aumentam a suscetibilidade de baixo risco e a participação de fatores ambientais. ○ Estudos de associação extensa dos genomas estão sendo realizados para encontrar as variações genéticas envolvidas. ○ É importante notar que o risco não aumenta se o único parente afetado pelo câncer for a mãe, na menopausa. ● Raça/etnia: A etnia mostra relação com o risco de câncer de mama. ○ Mulheres brancas não hispânicas têm maior incidência nos Estados Unidos. A variação na frequência dos genes do câncer de mama entre os grupos étnicos é parcialmente responsável por essas diferenças. ■ Por exemplo, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 são particularmente frequentes nas populações judaicas de linhagem étnica Ashkenazi. ● Idade: O risco do câncer de mama aumenta no decorrer da vida da mulher, alcançando seu pico entre Larissa Moitinho os 70 e 80 anos de idade e declinando vagarosamente depois disso. ● Idade da menarca: A menarca em mulheres com idade inferior aos 11 anos aumenta o risco em 20% quando comparadas às mulheres com menarca após os 14 anos. ○ A menopausa tardia também aumenta o risco. ● Idade no nascimento do primeiro filho: Uma gravideza termo antes dos 20 anos diminui pela metade o risco quando comparada com mulheres nulíparas ou mulheres que têm mais de 35 anos quando deram à luz a primeira vez. ● Doença mamária benigna: Uma biópsia mamária anterior revelando hiperplasia atípica ou alterações proliferativas aumenta o risco de carcinoma invasivo. ● Exposição estrogênica: A reposição hormonal da menopausa aumenta o risco de câncer de mama, particularmente quando estrogênio e progesterona foram administrados em conjunto por anos. ○ A maioria dos casos é de carcinomas pequenos com RE-positivos. ○ Ao contrário, os contraceptivos orais não parecem aumentar o risco de câncer de mama. ○ A redução do estrogênio endógeno pela ooforectomia diminui o risco de desenvolvimento de câncer de mama em até 75%. ○ Fármacos que bloqueiam os efeitos estrogênicos (p. ex., tamoxifeno) ou a formação do estrogênio (p. ex., inibidores de aromatases) também diminuem o risco de tumores RE-positivos. ● Densidade mamária: Mulheres com mamas muito densas na mamografia têm de quatro a seis vezes mais riscos de desenvolverem carcinomas RE-positivos e RE-negativos quando comparadas às mulheres com menor densidade mamária. ○ A alta densidade da mama pode ser hereditária e está relacionada a outros fatores de risco, como idade avançada no nascimento do primeiro filho, menor número de filhos e reposição hormonal na menopausa. ○ A persistência de uma alta densidade da mama em mulheres idosas pode ocorrer devido à falha da involução normal da mama nesta fase. ● Exposição à radiação: A radiação torácica, secundária a tratamentos de câncer, exposição à bomba atômica ou a acidentes nucleares, resulta em maior incidência de câncer de mama. Larissa Moitinho ○ O risco é maior com a exposição na idade jovem e com altas doses de radiação. ○ Por exemplo, mulheres nos seus 10 anos e antes dos 20 anos, que receberam radiação torácica para linfoma de Hodgkin, têm 20% a 30% de risco de desenvolverem câncer de mama nos próximos 10 a 30 anos. ○ Mulheres idosas submetidas à radiação não estão sujeitas a esse risco. ● Carcinoma da mama contralateral ou de endométrio: Aproximadamente 1% das mulheres com câncer de mama desenvolve, por ano, um carcinoma na mama contralateral. Carcinomas mamários e endometriais têm vários fatores de risco em comum, dos quais o mais importante é a exposição prolongada à estimulação estrogênica. ● Dieta: Grandes estudos têm falhado em demonstrar associações entre o risco de câncer de mama e a ingestão dietética de um tipo específico de comida. ○ O consumo alto ou moderado de álcool aumenta o risco. ● Obesidade: Mulheres obesas com menos de 40 anos de idade têm menor risco em consequência de ciclos anovulatórios e níveis menores de progesterona. ○ Em contraste, o risco aumenta para mulheres obesas na pósmenopausa, o que é atribuído à síntese de estrogênio em áreas com acúmulo de gordura. ● Exercícios: Provavelmente existe um pequeno efeito protetor nas mulheres que praticam atividades físicas. ● Amamentação: Quanto mais tempo a mulher amamentar, maior a redução do risco. A lactação suprime a ovulação e pode desencadear diferenciações terminais das células luminais. A menor incidência de câncer de mama em países em desenvolvimento pode ser explicada pela amamentação mais frequente e duradoura dos bebês. ● Tóxicos ambientais: Existe uma preocupação de que os poluentes ambientais, como os pesticidas organoclorados, tenham efeitos estrogênicos em humanos. Possíveis interações com outros fatores de risco estão sendo investigadas, mas associações definitivas ainda precisam ser confirmadas. PREVENÇÃO Quimioprofilaxia com tamoxifeno ou raloxifeno pode ser indicada para as seguintes pacientes: ● Idade > 35 anos e CLIS ou hiperplasia ductal ou lobular atípica. Larissa Moitinho ● Presença de mutações de alto risco (p. ex., mutações BRCA1 ou BRCA2, síndrome de Li-Fraumeni). Entre os os 35 e os 59 anos de idade, o risco de ter câncer em 5 anos é > 1,66% de acordo com o modelo multivariado de Gail, que computa a idade atual da mulher, a idade da menarca, a idade no primeiro parto com feto vivo, o número de parentes de 1º grau com câncer de mama e resultado das biópsias de mama anteriores. As pacientes devem ser informadas dos riscos antes de iniciar a quimioprevenção. Os riscos do tamoxifeno incluem: ● Câncer uterino ● Complicações tromboembólicas ● Cataratas ● Possivelmente acidente vascular cerebral ● Os riscos são maiores para as mulheres mais velhas. Raloxifeno parece ser tão eficaz quanto o tamoxifeno em mulheres na pós-menopausa e tem menor risco de câncer uterino, complicações tromboembólicas e catarata. O raloxifeno, como o tamoxifeno, pode aumentar a densidade óssea. O raloxifeno deve ser considerado uma alternativa ao tamoxifeno nas mulheres na pós-menopausa. MASTALGIA CÍCLICA ETIOLOGIA Embora a etiologia da mastalgia cíclica não tenha sido estabelecida, algumas evidências mostram que elevados níveis hormonais, baixos níveis de progesterona, ou taxas anormais de estrogênio e de progesterona estão envolvidos em sua etiopatogenia. Fisiologicamente, uma ligação direta entre suscetibilidade da mama ao estrogênio na ocorrência de mastalgia cíclica é sugerida por várias observações: 1. Sua bilateralidade e periodicidade de acordo com as diferentes fases do ciclo menstrual; 2. Ocorrência ou exacerbação após a exposição a estrogênios contidos tanto nos contraceptivos orais e como na terapia de reposição hormonal; 3. Desaparecimento após a supressão ovariana cirúrgica, química ou terapia antiestrogênica . A presença de estrogênio é condição fundamental para mastalgia cíclica, mas não há correlação entre níveis elevados e presença de sintomas. ● Parece estar mais relacionada a níveis de gonadotrofinas. Observa-se ainda que as pacientes com mastalgia geralmente apresentam liberação de prolactina facilitada, com picos noturnos mais elevados e valores altos pela manhã na fase lútea. Larissa Moitinho ● Na fase lútea, existe uma intensificação da proliferação epitelial. O estradiol exerce ação vasodilatadora e a progesterona aumenta a permeabilidade vascular, facilitando a passagem de líquido para o espaço intersticial. ● Chegam a ser mobilizados 100 mm3 de água para o estroma, aumentando o volume das mamas em cerca de 1.530 mm3 . ● Dependendo da quantidade do acúmulo de líquido intersticial, pode surgir desconforto acompanhado de sensação de peso ou de distensão dasmamas. O estresse emocional leva ao surgimento e/ou agravamento dos sintomas, uma vez que ocasiona o aumento da liberação central de opioides (serotonina), reduzindo a liberação de dopamina, o que, consequentemente, leva ao aumento da liberação de prolactina. Em relação ao fator metabólico, o perfil lipídico de mulheres com mastalgia frequentemente é alterado, ocorrendo elevação dos níveis de ácidos graxos saturados e redução das gorduras poli-insaturadas. ● Os ácidos graxos essenciais (AGE), gorduras poli-insaturadas, estão presentes na membrana celular como ácidos graxos livres e triglicerídeos ou são esterificados a fosfolipídios e colesterol, competindo com os ácidos graxos saturados na incorporação para a membrana. ● Esses ácidos poli-insaturados, além de conferir às membranas propriedade de flexibilidade e fluidez, influenciam a atividade dos receptores ligados a elas. Outro agente que metabolicamente pode gerar maior sensibilidade do tecido efetor mamário ao estímulo hormonal são as xantinas e metilxantinas, quando ingeridas em excesso. ● Elas são encontradas nos chocolates e achocolatados, refrigerantes (principalmente aqueles à base de coca), chás (preto e mate), ginseng, coco e café. ● As xantinas e metilxantinas inibem a enzima fosfodiesterase, aumentando a concentração AMP cíclico nas células mamárias, em resposta à maior liberação de catecolaminas; consequentemente estimulam a proliferação epitelial que seria responsável pela sintomatologia dolorosa FISIOPATOLOGIA Durante o ciclo menstrual, nos primeiros dias da fase estrogênica, inicia-se a proliferação de ductos e de alvéolos. ● Não há formação de lúmens intra-alveolares e o estroma conjuntivo se adensa. ● A proliferação epitelial se intensifica ao ser instalada a fase lútea, atingindo o pico no auge das Larissa Moitinho produções de estradiol e de progesterona, em torno do 25º dia. O estradiol exerce ação vasodilatadora, semelhante a da histamina sobre a microcirculação do parênquima. A progesterona aumenta a permeabilidade vascular, facilitando a passagem de líquido para o espaço intersticial. Dependendo da quantidade do acúmulo de líquido intersticial, pode surgir desconforto acompanhado de sensação de peso ou de distensão das mamas. ● Sobrevindo a menstruação, há regressão da proliferação conjuntiva e epitelial, a apoptose é marcante, o fluído intersticial é reabsorvido, o volume volta ao normal e a sensação de desconforto difuso desaparece. Na renovação cíclica, surgem setores de condensação epitelial (com formação de dilatações ducto-alveolares), que resultam em pequenas unidades constituídas de dilatações envolvidas por uma túnica de fibroblastos, formando nodularidades milimétricas, que, algumas vezes, podem ser percebidas pela palpação. ● Terminações nervosas sensitivas comprimidas pelo tecido conjuntivo causam dor em agulhada, em pontada ou latejante, em pontos isolados, ou esparsos em uma ou nas duas mamas. ● Pode ocorrer ainda associação do desconforto com presença de nodularidades na mama. Durante, ou logo após a menstruação, tais micronódulos se desfazem, os elementos epiteliais e conjuntivos desaparecem e são substituídos por novas células, à medida que se renova o ciclo mamário. Essas modificações estruturais são fisiológicas e explicam por que o exame clínico e a mamografia são prejudicados pela dor e pelo aumento de densidade da mama na semana que antecede a menstruação. ● O período ideal para o exame das mamas é a primeira fase do ciclo menstrual, quando só há proliferação celular e ausência dos mecanismos propostos para explicar a dor na segunda fase do ciclo. A mastalgia cíclica, enfim, resulta de processo fisiológico molecular, celular e bioquímico. FATORES DE RISCO ● Alimentação. ● Fatores hormonais. ● Estresse. Objetivo: Elencar e compreender os exames complementares relacionados a mama e a classificação do BI- RADS; USG O principal dos exames complementares da mamografia é o ultrassom. Ele é usado para avaliar alterações que podem ser sentidas, mas não puderam ser visualizadas na mamografia ou para para distinguir entre cistos com líquido (na Larissa Moitinho maioria das vezes benignos) e massas sólidas (com mais chance de ser câncer). Muitas vezes, os médicos também usam o ultrassom para guiar o posicionamento de uma agulha em uma biópsia. A ultrassonografia utiliza ondas sonoras de alta frequência para a formação da imagem, sem uso de radiação ionizante em seu processo. ● O exame não requer nenhuma preparação especial . A ultrassonografia das mamas pode ser indicada nos seguintes casos: ● Pacientes jovens (abaixo dos 40 anos) com queixa de alteração palpável ● Pacientes com alterações vistas na mamografia que necessitam de avaliação complementar ● Pacientes com tecido mamário denso na mamografia, com o intuito de aumentar a sensibilidade na detecção de câncer de mama ● Pacientes com histórico familiar de câncer de mama ● Pacientes que necessitam de avaliação de implantes de silicone ● Pacientes que não podem ser expostas a exames com radiação ionizante, como gestantes. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Outra indicação frequente é a do exame de ressonância magnética (RM). A RM utiliza um forte campo eletromagnético, em vez de radiação, para formar imagens detalhadas da mama, tornando possível visualizar cortes transversais que podem ser vistos de vários ângulos. ● Além disso, esse teste cria imagens de partes moles do corpo, que são difíceis de serem observadas utilizando outros exames de imagem. A ressonância é indicada para mulheres já diagnosticadas com câncer de mama, a fim de determinar, com maior precisão, o tamanho do tumor e a possível existência de outras lesões mamárias. ● O exame também é indicado junto com a mamografia anual para diagnóstico do câncer de mama em mulheres com alto risco da doença. Porém, não é usado como um teste de rastreamento de forma isolada porque pode perder alguns tipos de câncer diagnosticados apenas com a mamografia. ● Além disso, com a RM, a probabilidade de encontrar algo que não seja câncer (o que é denominado falso positivo) é maior, implicando na realização de exames e biópsias desnecessárias. CLASSIFICAÇÃO BI-RADS A sigla BI-RADS, que significa Breast Imaging and Reporting Data System, remete a um sistema criado pelo Colégio Larissa Moitinho Americano de Radiologia, e adotado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). ● Ele é utilizado para padronizar os laudos de mamografias. MÉTODOSCONTRACEPTIVOS Objetivo: Entender como funciona o DIU, sua indicações, contraindicações e seu acompanhamento; Compreender os tipos de métodos contraceptivos existentes no SUS; DIU O dispositivo intrauterino – DIU é um objeto pequeno de plástico flexível, em forma de T, que mede aproximadamente 31 mm, ao qual pode ser adicionado cobre ou hormônios que, inserido na cavidade uterina, exerce função contraceptiva. ● É um dos métodos de planejamento familiar mais usados em todo o mundo. A sua aceitação vem aumentando e as pesquisas mais recentes mostram que os DIU mais modernos, medicados com cobre ou com levonorgestrel, são seguros e muito eficazes. ● A seleção adequada da usuária e a inserção cuidadosa, realizada por profissional treinado e experiente, melhoram a eficácia, a continuidade de uso e a segurança do método. Tipos e modelos 1. DIU com cobre: é feito de polietileno estéril radiopaco e revestido com filamentos e/ou anéis de cobre, enrolado em sua haste vertical, sendo que o modelo TCu-380 A também tem anéis de cobre em sua haste horizontal. ● Atualmente os modelos TCu380 A e MLCu-375 são os mais usados. 2. DIU que libera hormônio: é feito de polietileno e a haste vertical é envolvida por uma cápsula que libera continuamente pequenas quantidades de levonorgestrel. O sistema intrauterino (SIU) de levonorgestrel – LNG-20 é desse tipo. Mecanismo de ação Os estudos sugerem que o DIU atua impedindo a fecundação porque torna mais difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduzindo a possibilidade de fertilização do óvulo. ● O DIU de cobre afeta os espermatozóides e os óvulos de várias maneiras. ● Eles estimulam reação inflamatória pronunciada ou reação à presença de corpos estranhos no útero. Larissa Moitinho ● Poucos espermatozoides chegam às trompas de Falópio, e os que chegam, com toda probabilidade, não são aptos para fertilizar um óvulo. Os mecanismos de ação do DIU de cobre não são ainda completamente conhecidos, embora a maioria dos pesquisadores acredite que os dispositivos com cobre atuem principalmente na prevenção da fertilização, na forma de muitas ações como as seguintes (MAGALHÃES; PETTA; ALDRIGHI, 2005): ● Provoca reação inflamatória pela presença de corpo estranho na cavidade uterina. ● Há liberação aumentada de prostaglandinas por macrófagos e neutrófilos. ● Precipitação de espermatozoides por reações imunológicas. • ● Assincronia no desenvolvimento endometrial. • ● Alterações enzimáticas no endométrio: diminuição da amilase (menor sobrevida do espermatozóide), diminuição da fosfatase alcalina (dificuldade na motilidade espermática) e aumento da anidrase carbônica (implantação dificultada). ● Alterações no muco cervical. ● Fagocitose de espermatozoides por macrófagos. Eficácia O DIU TCu-380 A é o mais eficaz dos DIU com cobre e seu efeito depois da inserção dura 10 anos. ● A taxa de falha é de 0,6 a 0,8 por 100 mulheres, no primeiro ano de uso. Nos anos seguintes, a taxa anual de gravidez é ainda menor. O índice de gestações, expulsão e remoção por motivos médicos diminui a cada ano de uso. ● As concentrações de cobre no trato genital superior caem rapidamente depois da remoção do DIU e a recuperação da fertilidade é imediata. Duração de uso A duração de uso do DIU difere segundo o modelo: o TCu-380 A está aprovado para 10 anos e o MLCu-375 para cinco anos. ● A efetividade do método se mantém durante todo o período de uso. Não há necessidade de períodos de “descanso” para inserir um novo DIU após a mulher ter usado o anterior por um longo período. Efeitos secundários São efeitos secundários comuns (5 a 15% dos casos): ● Alterações no ciclo menstrual (comum nos primeiros três meses, geralmente diminuindo depois desse período). ● Sangramento menstrual prolongado e volumoso. ● Sangramento e manchas (spotting) no intervalo entre as menstruações. Larissa Moitinho ● Cólicas de maior intensidade ou dor durante a menstruação. Outros efeitos secundários (menos de 5% dos casos) são: ● Cólicas intensas ou dor até cinco dias depois da inserção. ● Dor e sangramento ou manchas podem ocorrer imediatamente após a inserção do DIU, mas usualmente desaparecem em um ou dois dias. Complicações ● Gravidez ectópica: a gravidez ectópica ocorre em menos de 1,5 por 1.000 mulheres/ano/uso e, das gestações ocorridas em usuárias do DIU, 3 a 5% são ectópicas. ○ Por essa razão a ocorrência de atraso menstrual deve ser investigada de forma a avaliar a possibilidade de gravidez e sua localização. ● Gravidez tópica: embora o DIU de cobre apresente taxa de gravidez bastante baixa, a ocorrência de gestações em mulheres com DIU demanda condutas adequadas, de acordo com a localização do saco gestacional em relação ao DIU e da idade gestacional no momento do diagnóstico. ○ Se a gestação não ultrapassa as 12 ou 13 semanas e os fios do DIU são visíveis no exame especular, deve ser retirado delicadamente por tração contínua e suave. ○ Nos casos de fios não visíveis ao exame especular, a histeroscopia realizada por profissional experiente e cuidadoso pode resolver boa parte dos casos. ○ Explicar à mulher que existe a possibilidade de abortamentos espontâneos após a remoção do DIU, em 50% dos casos. ○ Nos casos de gestações mais avançadas, as tentativas de retirada devem ser evitadas. ○ Nesses casos, é importante o aconselhamento da gestante, ressaltando que aquela gestação possui um risco aumentado de abortamento, trabalho de parto prematuro e infecções. ○ Trata-se de gravidez de alto risco e a mulher deve ser encaminhada para atenção pré-natal de alto risco (MAGALHÃES; PETTA; ALDRIGHI, 2005). ● Perfuração: é uma complicação rara (0,1%) que geralmente ocorre na inserção. ○ Tem na técnica cuidadosa de inserção a sua principal prevenção. ○ No momento da perfuração, a paciente sente uma forte dor e o procedimento de inserção deve ser imediatamente interrompido. Larissa Moitinho ○ Se a perfuração ocorrer durante a histerometria, o DIU não deve ser colocado e deve-se postergar a inserção para um mês após. ○ O DIU deve ser removido por meio de tração delicada dos fios, o que resolve a grande maioria dos casos. Se o DIU ficou na cavidade abdominal, encaminhar a mulher para serviço de maior complexidade visando à retirada cirúrgica, preferencialmente por laparoscopia (MAGALHÃES; PETTA; ALDRIGHI, 2005; BRASIL, 2002b). ● Expulsão: nesse caso a mulher deve procurar o serviço de saúdeo quanto antes para inserir novo DIU ou escolher outro método anticoncepcional. ● Dor ou sangramento: o DIU deve ser retirado em caso de hemorragia abundante com impacto hemodinâmico e/ou na série vermelha. ● Infecção: as infecções bacterianas parecem ser devidas à contaminação da cavidade endometrial, no momento da inserção do DIU, e a ocorrência de doença inflamatória pélvica aguda (DIPA) é bastante rara, após dias da inserção. ○ A ocorrência de infecções associadas ao uso de DIU parece estar relacionada ao comportamento sexual da usuária e de seu parceiro, e não ao dispositivo, por si só. INDICAÇÕES Larissa Moitinho CONTRAINDICAÇÕES O DIU não pode ser colocado em mulheres que apresentem: ● Anormalidades anatômicas do útero. ● Infecção ginecológica ativa. ● Gravidez presente ou suspeita (mulheres grávidas não podem usar DIU, pois há elevado risco de aborto). ● Câncer uterino(mulheres com câncer do endométrio ou do colo do útero não devem utilizar o DIU). ● Sangramento ginecológico de origem não esclarecida (antes da implantação do DIU, qualquer sangramento anormal deve ser investigado). Larissa Moitinho O DIU de cobre, especificamente, também é contraindicado a mulheres com alergia à cobre. Já o DIU de Mirena não deve ser utilizado por mulheres que tiveram câncer de mama nos últimos 5 anos ou doenças hepáticas, devido aos hormônios. MANUTENÇÃO Consultas de retorno: ● Avaliar o uso correto, efeitos secundários e fornecer as orientações que se fizerem necessárias. ● Deve haver fácil acesso ao acompanhamento e agenda aberta para consultas em caso de intercorrências. ● A ultrassonografia de rotina não é necessária já que o diagnóstico só indica a retirada do DIU caso este já se encontre parcialmente no canal cervical (BRASIL, 2002c). ● Primeiro retorno após a primeira menstruação depois da inserção. ● Retornos subsequentes a cada seis meses no primeiro ano. ● Demais retornos anuais. ● Nos retornos, acompanhar o prazo de duração do DIU e da data de remoção; avaliar e pesquisar condições clínicas que possam indicar a descontinuação do método; e avaliar a aceitabilidade do método. MÉTODOS CONTRACEPTIVOS OFERECIDOS PELO SUS Os métodos anticoncepcionais reversíveis adquiridos atualmente pelo Ministério da Saúde para serem oferecidos à rede de serviços do SUS são: ● Pílula combinada de baixa dosagem (etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel 0,15 mg). ● Minipílula (noretisterona 0,35 mg). ● Pílula anticoncepcional de emergência (levonorgestrel 0,75 mg). ● Injetável mensal (enantato de norestisterona 50 mg + valerato de estradiol 5 mg). ● Injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona 150 mg). ● Preservativo masculino. ● Diafragma. ● DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre). PÍLULA COMBINADA DE BAIXA DOSAGEM Os anticoncepcionais orais combinados contêm dois hormônios sintéticos, o estrogênio e o progestogênio, Larissa Moitinho semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher. ● São mais conhecidos como pílula. ● No Brasil, a pílula é o método anticoncepcional reversível mais utilizado. Mecanismo de ação Inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides. Provocam ainda alterações nas características físico-químicas do endométrio, mantendo-o fora das condições para a implantação do blastócito, e interferem na motilidade e na qualidade da secreção glandular tubária. Efeitos secundários Os principais efeitos secundários que podem estar relacionados com o uso da pílula são: ● Alterações de humor, como depressão e menor interesse sexual, que são pouco comuns. ● Náuseas, vômitos e mal-estar gástrico (mais comum nos três primeiros meses). ● Cefaleia leve. ● Leve ganho de peso. ● Nervosismo. ● Acne (pode melhorar ou piorar, mas geralmente melhora). ● Tonteira. ● Mastalgia. ● Alterações do ciclo menstrual: manchas ou sangramentos nos intervalos entre as menstruações, especialmente quando a mulher se esquece de tomar a pílula ou toma tardiamente (mais comum nos três primeiros meses), e amenorreia. ● Cloasma. Outras alterações físicas possíveis: ● A pressão arterial aumenta alguns pontos (mm Hg). Quando o aumento se deve aos anticoncepcionais orais combinados, a pressão arterial cai rapidamente após a interrupção do uso deles. Complicações ● Acidente vascular cerebral. ● Infarto do miocárdio. ● Trombose venosa profunda. Todas essas complicações acontecem com maior frequência em fumantes de qualquer faixa etária. Riscos ● Não são recomendados para lactantes, pois afetam a qualidade e quantidade do leite. ● Muito raramente, podem causar acidentes vasculares, tromboses venosas profundas ou infarto do miocárdio, sendo que o risco é maior entre fumantes (mais de 15 cigarros/dia) com 35 anos ou mais. ● Podem aumentar o risco para tumores de fígado, sendo extremamente raros os tumores malignos. ● De acordo com a informação atualmente disponível, a pílula não aumenta o risco para câncer de Larissa Moitinho colo uterino e de mama, porém novos estudos são necessários para se obter conclusões mais precisas. ○ Além disso, existem ainda dúvidas sobre a possível aceleração da evolução de cânceres preexistentes com o uso da pílula. Pontos-chave ● Proporcionam ciclos menstruais regulares, com sangramento durante menos tempo e em menor quantidade. ● Diminuem a frequência e a intensidade das cólicas menstruais (dismenorreias) e dos ciclos hipermenorrágicos. ● Diminuem a incidência de gravidez ectópica, doença inflamatória pélvica (DIP), câncer de endométrio, câncer de ovário, cistos funcionais de ovário, doença benigna da mama e miomas uterinos. ● Muito eficazes quando em uso correto. ● Não há necessidade de pausas para “descanso”. ● Podem ser usadas desde a adolescência até a menopausa. ● A fertilidade retorna logo após a interrupção de seu uso. ● Não previnem contra DST/HIV/Aids. MINIPÍLULA Os anticoncepcionais orais apenas de progestogênio contêm uma dose muito baixa de progestogênio. Eles não contêm estrogênio. ● Também são conhecidos como minipílulas. ● São os anticoncepcionais orais mais apropriados para a mulher que amamenta. Porém mulheres que não estão amamentando também podem usá-los. Mecanismo de ação As minipílulas apresentam mecanismo de ação e eficácia diferentes dos descritos para as pílulas combinadas. Livres do componente estrogênico e com menores doses de progestógenos, inibem a ovulação em 15 a 40% dos casos. Sua ação é mais pronunciada sobre o endométrio e o muco cervical (promovem o espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos espermatozoides).Por isso, seu efeito contraceptivo é mais baixo em relação às pílulas combinadas (ALDRIGHI; SAUERBRONN; PETTA, 2005b). Larissa Moitinho A ausência do componente estrogênico permite sua utilização nas situações em que há contraindicação ao uso desse esteroide, como as doenças cardiovasculares, tabagismo e amamentação. Eficácia ● Para a lactante: é muito eficaz quando usada de forma correta e consistente, com taxa de falha de aproximadamente 0,5 em cada 100 mulheres em um ano. A eficácia em uso típico também é alta, com taxa de falha de aproximadamente uma gravidez para cada 100 mulheres em um ano. ○ A alta eficácia durante a lactação explica-se porque a lactação, especialmente quando exclusiva e nos primeiros seis meses, oferece alta taxa de proteção. ● Para a não lactante: a eficácia em uso correto e consistente não é tão alta quanto à da pílula combinada. Não existe muita informação sobre a eficácia desse método em uso típico fora da lactação, mas a maioria dos autores concorda que a taxa de gravidez é mais alta do que a das pílulas combinadas. ○ Os estudos disponíveis mostram resultados muito variáveis. ○ A taxa de gravidez da minipílula é influenciada pela maneira como é tomada. Efeitos secundários Os principais efeitos secundários que podem estar relacionados com o uso da minipílula são: ● Alterações no fluxo menstrual. ● Cefaleia. ● Sensibilidade mamária. Para as mulheres que não estão amamentando, os efeitos secundários mais comuns são as alterações no fluxo menstrual: spotting (manchas), amenorréia, que pode ocorrer durante vários meses, fluxo menstrual abundante ou prolongado. OBS: Para as lactantes, as alterações menstruais podem não ser percebidas ou não representam incômodo, porque essas mulheres habitualmente não têm ciclos regulares. ● As minipílulas podem prolongar a amenorreia durante a amamentação. Riscos O risco mais importante é a falha anticoncepcional. ● Para minimizar o risco de gravidez, deve ser tomada sempre na mesma hora, todos os dias. ● Algumas horas de atraso já são suficientes para aumentar o risco de gravidez em mulheres que não estão amamentando. Esse risco aumenta significativamente se ela se esquece de tomar duas ou mais Larissa Moitinho pílulas (HATCHER; RINEHART; BLACKBURN; GELLER; SHELTON, 2001). As usuárias desse método apresentam maior risco de gravidez ectópica do que as usuárias de anticoncepcional oral combinado e de DIU, porém o risco é menor do que entre as que não estão usando nenhum método anticoncepcional (HATCHER; RINEHART; BLACKBURN; GELLER; SHELTON, 2001). Pontos-chave ● Podem ser usadas por lactantes a partir de seis semanas após o parto. ● A quantidade e a qualidade do leite materno não são prejudicadas. ● Não apresentam os efeitos colaterais do estrogênio. ● Não aumentam o risco de complicações relacionadas ao uso de estrogênio, tais como infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. ● Menor risco de efeitos colaterais relacionados ao uso de progestogênio, tais como acne e aumento de peso, do que com o uso de anticoncepcionais orais combinados. ● Podem ajudar a prevenir doenças benignas de mama, câncer de endométrio, câncer de ovário, doença inflamatória pélvica. ● Boa escolha para as lactantes que desejam um anticoncepcional oral. ● Muito eficazes durante a amamentação. ● Dosagem bastante reduzida. ● Não diminui a produção do leite materno. ● Não apresentam os efeitos colaterais do estrogênio. ● Quando usadas fora da amamentação, alterações menstruais são comuns, especialmente ciclo menstrual irregular e sangramento nos intervalos. Isso não constitui perigo ou sinal de perigo. ● Não protegem contra DST/HIV/Aids. INJETÁVEL MENSAL Os anticoncepcionais injetáveis mensais são combinados e, em suas diferentes formulações, contêm um éster de um estrogênio natural, o estradiol e um progestogênio sintético, diferentemente dos anticoncepcionais orais combinados, nos quais ambos os hormônios são sintéticos. Mecanismo de ação Inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos espermatozoides. Provocam, ainda, alterações no endométrio. Eficácia São muito eficazes. A taxa de falha desse método varia de 0,1% a 0,3%, durante o primeiro ano de uso. Larissa Moitinho A recuperação da fertilidade após o uso de injetáveis mensais é rápida, quando comparada com os que contêm somente progestogênio (injetável trimestral). Em média, o retorno da ovulação acontece em 60 a 90 dias após a última injeção. Efeitos secundários ● Alterações do ciclo menstrual: manchas ou sangramento nos intervalos entre as menstruações, sangramento prolongado e amenorreia. ● Ganho de peso. ● Cefaleia. ● Náuseas e/ou vômitos. ● Mastalgia. Riscos ● Embora não existam dados sobre os efeitos dos anticoncepcionais injetáveis mensais sobre a composição e a quantidade do leite materno, seu uso entre as lactantes deve ser evitado, pelo menos até o sexto mês após o parto. ● Para evitar o risco de doença tromboembólica no período puerperal, não devem ser utilizados antes dos 21 dias após o parto, entre não lactantes. ● Podem causar acidentes vasculares, tromboses venosas profundas ou infarto do miocárdio, sendo que o risco é maior entre fumantes (mais de 20 cigarros/dia), com 35 anos ou mais. ● A eventual relação entre o uso desses contraceptivos e risco de câncer ginecológico e mamário tem sido pouco estudada. Porém o seu uso poderia acelerar a evolução de cânceres preexistentes. Pontos-chave ● Diminuem a frequência e a intensidade das cólicas menstruais. ● A fertilidade retorna em tempo mais curto do que com os injetáveis trimestrais. ● Ajudam a prevenir problemas, tais como gravidez ectópica, câncer de endométrio, câncer de ovário, cistos de ovário, doença inflamatória pélvica, doenças mamárias benignas e miomas uterinos. ● Método muito efetivo ● O padrão menstrual altera-se menos do que com os injetáveis trimestrais. ● Possivelmente menos riscos estrogênicos porque contêm estrogênios naturais. ● Não protegem contra DST/HIV/Aids. INJETÁVEL TRIMESTRAL O acetato de medroxiprogesterona é um método anticoncepcional injetável apenas de progestogênio. É um progestogênio semelhante ao produzido pelo organismo feminino, que é liberado lentamente na circulação sanguínea. É também conhecido como acetato de Larissa Moitinho medroxiprogesterona de depósito – AMP-D. Mecanismo de ação Inibe a ovulação e espessa o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides por meio do canal cervical. ● O AMP-D nãointerrompe uma gravidez já instalada. Eficácia São altamente eficazes. A taxa de falha desse método é de 0,3% durante o primeiro ano de uso, com injeções regulares a cada três meses. O retorno da fertilidade, em média, pode levar quatro meses após o término do efeito (sete meses após a última injeção). Em geral, as mulheres engravidam entre 9 e 16 meses após ter recebido a última injeção. ● Essa demora no retorno da fertilidade não está relacionada com o tempo de uso. Efeitos secundários ● Alterações menstruais: são comuns, incluindo manchas ou sangramento leve (o mais comum), sangramento volumoso (raro) ou amenorreia (bastante comum, ocorre em mais de 50% dos casos do segundo ano em diante). Apenas cerca de 10% das usuárias de acetato de medroxiprogesterona de depósito têm ciclos regulares durante o primeiro ano de uso. ● Sangramentos irregulares ocorrem com mais frequência durante os primeiros seis meses; após esse período, tornam-se menos frequentes, podendo chegar à amenorreia. ● A porcentagem de mulheres em amenorreia pode chegar a 50%, após o primeiro ano de uso, e a 70% após três anos de uso. ● Nesses casos, não há necessidade de tratamento, mas uma orientação adequada deve ser reforçada para as usuárias, no sentido de tranquilizá-las quanto a essa ocorrência. ● Aumento de peso: esse aumento é de, aproximadamente, 1,5 a 2 kg ao fim do primeiro ano de uso. No entanto, algumas usuárias continuam ganhando peso, mesmo após o primeiro ano. Controle dietético pode auxiliar na prevenção do ganho de peso. ● Cefaleia, sensibilidade mamária, desconforto abdominal, alterações do humor, náuseas, queda de cabelos, diminuição da libido, acne. Riscos ● Redução da densidade mineral óssea: a provável influência do AMP-D sobre o osso tem sido estudada, uma vez que a densidade óssea pode ser alterada pelo seu uso. ● Quando usado na menacme (menarca), o bloqueio do eixo Larissa Moitinho hipotálamo-hipófiseovário causa supressão na produção de estrogênio, que aumenta a reabsorção óssea. ● As alterações provocadas pelo AMP-D, em geral, parecem ser leves, sendo necessários mais estudos até que esse efeito seja totalmente esclarecido e seu risco completamente definido (PETTA; BASSALOBRE; ALDRIGHI, 2005). ● Alteração do metabolismo lipídico: algumas pesquisas demonstram mudanças nos níveis de triglicerídeos e colesterol e redução do HDL-colesterol. ● Existe a preocupação de que os baixos níveis de HDL-colesterol estejam relacionados com a maior formação de ateromas e coronariopatias. ● O uso do AMP-D em mulheres com ● coronariopatia ou que tenham risco aumentado para arteroesclerose não deve ser a primeira opção (PETTA; BASSALOBRE; ALDRIGHI, 2005). Pontos-chave ● Diminui a incidência de gravidez ectópica, câncer de endométrio, doença inflamatória pélvica (DIP), mioma uterino. ● Pode ajudar a prevenir câncer de ovário e cistos de ovário. ● Pode ajudar a diminuir a frequência de crises de falcização, em portadoras de anemia falciforme, por promover estabilização da membrana das hemácias. ● Pode ajudar a diminuir a frequência de crises convulsivas, em portadoras de epilepsia. ● Muito eficaz e seguro. ● Alterações no ciclo menstrual são comuns. ● Atraso no retorno da fertilidade. ● Pode ser usado durante a amamentação. ● Não tem as contraindicações dos contraceptivos orais e injetáveis combinados, por não possuir o componente estrogênico. ● Não protege contra DST/HIV/Aids. PRESERVATIVO MASCULINO Consiste em um envoltório de látex, poliuretano ou silicone, bem fino, porém resistente, que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação, impedindo o contato com a vagina, assim como impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis e vice-versa. ● É um método que, além de evitar a gravidez, reduz o risco de transmissão de DST/HIV/Aids. Mecanismo de ação Os condons ajudam a prevenir tanto a gravidez quanto as DST/HIV/Aids. Usados corretamente, eles não permitem que os espermatozoides e os microorganismos contidos no sêmen entrem em contato com a vagina; também impedem que os Larissa Moitinho microorganismos da vagina penetrem no pênis. Eficácia É importante destacar que o condom deve ser usado corretamente, em todas as relações sexuais, para ser altamente eficaz. Muitos homens não usam o condom adequadamente ou não o usam em todas as relações sexuais. Nesses casos, eles correm o risco de engravidar a parceira, de contrair ou de transmitir uma DST. O condom é o único meio de proteção contra a transmissão sexual do HIV. Efeitos secundários ● Alergia ao látex. ● Irritação vaginal devido à fricção, quando se usa preservativo não lubrificado. Benefícios não contraceptivos ● Ausência de efeitos sistêmicos. ● Redução de risco de transmissão do HIV e de outras DST. ● Redução da incidência das complicações causadas pelas DST. ● Podem proteger as mulheres da doença inflamatória pélvica (DIP). ● Previnem ou detêm o desenvolvimento de anormalidades nas células do colo uterino, que podem levar ao câncer cervical. ● Na fase inicial da gestação, podem prevenir a infecção do líquido amniótico, que pode desencadear parto prematuro. Podem ser usados para prevenir DST durante a gravidez. ● Auxiliam a prevenir a ejaculação precoce, pois reduzem um pouco a sensibilidade. DIAFRAGMA O diafragma é um método vaginal de anticoncepção que consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo, com borda flexível, que recobre o colo uterino. ● Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por profissional de saúde treinado para determinar o tamanho adequado a cada mulher. ● O produto de fabricação nacional está disponível nos tamanhos: 60 mm, 65 mm, 70 mm, 75 mm, 80 mm e 85 mm. Mecanismo de ação O diafragma impede a penetração dos espermatozoides no útero e trompas. Eficácia A eficácia depende do uso do diafragma de forma correta, todas as vezes em que a mulher tenha relação sexual. Em uso rotineiro, não consistente, são pouco eficazes: a taxa de gravidez é de 20 para cada 100 mulheres, no primeiro ano de uso. Larissa Moitinho Usados correta e consistentemente são eficazes: a taxa de gravidez é de 6 para cada 100 mulheres, no primeiro ano de uso. Efeitos secundários Raramente ocorrem. ● Ocasionalmente, pode haver irritação vaginal devido aos agentes espermicidas empregados. ● Nesse caso, aconselha-se mudança do produto. ● O posicionamento inadequado ou a manutenção do diafragma na vaginapor período superior a 24 horas poderá acarretar irritação da mucosa vaginal e infecções urinárias. Benefícios não contraceptivos ● Ausência de efeitos sistêmicos. ● Prevenir algumas DST (cervicites) e suas complicações. ● Possivelmente auxilia na prevenção do câncer de colo de útero. Pontos-chave ● É um método controlado pela mulher. ● Previne algumas DST e complicações por elas causadas, especialmente gonococos e clamídia. ● Não protege contra HIV, HPV, herpes genital e tricomonas porque não recobre a parede vaginal e a vulva. ● Previne a gravidez, se utilizado correta e consistentemente. INTESTINO GROSSO Objetivo: Entender a etiologia, fisiopatologia, fatores de risco e prevenção do câncer de colorretal, hemorroidas e fissura anal; CANCÊR COLORRETAL ETIOLOGIA O CCR ocorre mais frequentemente como uma transformação nos pólipos adenomatosos. ● Cerca de 80% dos casos são esporádicos, e 20% têm um componente hereditário. ● Os fatores predisponentes incluem colite ulcerativa crônica e colite de Crohn; o risco de câncer aumenta proporcionalmente à duração dessas doenças. Pacientes em populações com alta incidência de câncer colorretal ingerem dietas pobres em fibras que são ricas em proteína animal, gordura e carboidratos refinados. ● Os carcinógenos podem ser ingeridos na dieta, mas é mais provável que sejam produzidos por ação bacteriana sobre substâncias da dieta ou secreções biliares ou intestinais. O mecanismo exato é desconhecido. Larissa Moitinho O CCR dissemina-se por extensão direta pela parede abdominal, metástase hematogênica, metástase para linfonodos regionais e invasão perineural. FATORES DE RISCO ● Idade igual ou acima de 50 anos. ● Obesidade. ● Inatividade física. ● Tabagismo prolongado. ● Alto consumo de carne vermelha ou processada. ● Baixa ingestão de cálcio. ● Consumo excessivo de álcool. ● Alimentação pobre em frutas e fibras. ● Existem fatores de origem hereditária que aumentam o risco, os quais incluem histórico familiar de câncer colorretal e/ou pólipos adenomatosos. ● Algumas condições genéticas como a polipose adenomatosa familiar e o câncer colorretal hereditário sem polipose. ● Histórico de doença inflamatória intestinal crônica (colite ulcerativa ou doença de Crohn) . ● Diabetes tipo 2. ● E ainda fatores como a exposição ocupacional à radiação ionizante. PREVENÇÃO ● Ingestão de água. ● Dieta rica em fibras. ● Atividade física. ● Exame de sangue oculto nas fezes. HEMORROIDAS FISIOPATOLOGIA Hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam. ● Durante o movimento intestinal, essas veias dilatam-se e retraem-se, geralmente voltando ao tamanho normal. ● No entanto, o esforço repetido para evacuar, seja por intestino preso (obstipação) ou fezes endurecidas, pode dificultar o processo de drenagem do sangue e provocar a formação de hemorroidas. As hemorroidas podem ser externas ou internas. Quando externas, assemelham-se às varizes ou a pelotas de sangue e são visíveis na borda do ânus. Quando internas, localizam-se acima do esfíncter anal e causam sintomas mais agudos. FATORES DE RISCO ● Obstipação, vulgarmente conhecida como prisão de ventre; ● Gravidez: em virtude da pressão que o feto exerce sobre as veias da parte inferior do abdome; ● Obesidade: o excesso de peso também aumenta a pressão nas veias abdominais; ● Vida sedentária: diminui o estímulo para a digestão dos alimentos e a irrigação sanguínea do ânus; ● Componente genético: casos de hemorroidas na família podem indicar predisposição para desenvolver a doença, porém, é possível o seu desenvolvimento Larissa Moitinho sem que haja precedentes familiares; ● Dieta pobre em fibras e pouca ingestão de líquidos; ● Sexo anal: pode produzir fissuras numa região que tem muitos vasos sanguíneos. PREVENÇÃO ● Evite o papel higiênico que irrita e aumenta a inflamação. Lave a região anal e seque com toalha de algodão; ● Procure adotar uma dieta saudável à base de alimentos ricos em fibras e frutas frescas; ● Beba muito líquido, porém evite as bebidas alcoólicas; ● Respeite a necessidade de evacuar; ● Lembre-se: banheiro não é biblioteca. Permaneça sentado no vaso sanitário somente o tempo necessário para evacuar. Se não conseguir naquele momento, tente mais tarde. Procure relaxar. Muito esforço afetará as veias que podem já estar enfraquecidas; ● Evite permanecer muito tempo na mesma posição. Caminhe sempre que possível, inclusive no local de trabalho; ● Banhos de assento mornos e compressas de gelo ajudam a aliviar os sintomas e a eliminar o inchaço. FISSURA ANAL ETIOLOGIA Acredita-se que as fissuras anais resultem da laceração por fezes largas ou duras ou por fezes soltas frequentes. O trauma (p. ex., relação sexual anal) é uma causa rara. A fissura pode causar espasmo do esfíncter anal interno, diminuindo o fluxo sanguíneo e perpetuando a fissura. FISIOPATOLOGIA A fissura anal consiste numa solução de continuidade do revestimento do canal anal e manifesta-se por dor associada à defecação e rectorragias. ● A dor anal é percepcionada de forma e intensidade variáveis, como uma sensação de rasgadura, de ardor ou queimadura, frequentemente severa, por vezes incapacitante, sendo caracteristicamente desencadeada pela passagem das fezes. A proctalgia pode persistir por tempo variável, de forma contínua ou recrudescente após período de alívio transitório, durando alguns minutos até algumas horas, acabando por desaparecer até à próxima dejecção. ● A dor pode ser localizada ao ânus ou apresentar irradiação para as regiões lombar, nadegueira e coxas bem como para os órgãos genitais e urinários. ● As rectorragias caracterizam-se pela presença de sangue vermelho vivo nas fezes, na sanita ou no papel higiénico. FATORES DE RISCO Larissa Moitinho ● Defecar fezes grandes ou duras e secas ● Prisão de ventre e esforço durante as evacuações ● Diarreia crônica ● Sexo anal ● Inflamação da área retal causada pela doença de Crohn ou outra doença inflamatória do intestino. Objetivo: Compreender a diferença entre melena e hematoquezia e elencar as principais doenças que causam esses sintomas; MELENA São fezes enegrecidas e mal cheirosas e tipicamente indicam sangramento digestivo alto, mas o intestino delgado e o cólon direito também podem ser suas fontes. ● Cerca de 100 a 200 mL de sangue no trato digestório superior são necessários para produzir melena, a qual pode persistir por vários dias depois de cessado o sangramento. ● Fezes negras que não contêm sangue oculto podem ser secundárias à ingestão de ferro, debismuto e vários alimentos, e não devem ser confundidas com melena. HEMATOQUEZIA Consiste na passagem de grande quantidade de sangue pelo reto e geralmente indica sangramento digestivo baixo, mas pode ter origem em sangramentos altos vultosos com trânsito intestinal acelerado que leva o sangue através do intestino. Objetivo: Entender os exames complementares relacionados a hematoquezia: colonoscopia, retossigmoidoscopia e anuscopia (ressaltar o toque retal). COLONOSCOPIA É um exame endoscópico que possibilita a visualização do intestino grosso: reto, cólon sigmóide, descendente, transverso, ascendente e ceco e da porção final do intestino delgado: íleo terminal. ● Ela é solicitada no intuito de diagnosticar e, quando possível, tratar doenças que acometem o trato gastrointestinal baixo. Larissa Moitinho ● É realizado pela introdução de um aparelho flexível (fibroscópio) com iluminação central que permite a visualização do revestimento mucoso de todo o trajeto examinado do tubo digestivo. ● O exame pode ser realizado com sedação ou anestesia, utilizando medicação administrada por uma veia para permitir que você relaxe e adormeça. ● As principais indicações para realização do exame são: avaliação de alteração do ritmo intestinal, sangramento digestivo baixo e rastreamento e prevenção de câncer de cólon. ● A colonoscopia permite a detecção e tratamento de lesões pré-malignas e de câncer de cólon em fase inicial, que se apresentam ao exame como lesões elevadas (pólipos), planas ou deprimidas, passíveis de serem retiradas endoscopicamente durante o exame. ● O exame pode ser realizado em regime de hospital-dia ou de internação hospitalar. RETOSSIGMOIDOSCOPIA Retossigmoidoscopia é um tipo de procedimento médico realizado para averiguar as condições físicas da porção final do intestino grosso. ● Isso é feito por meio da inserção de um tubo flexível com uma câmera na ponta no ânus do paciente. ● A retossigmoidoscopia é bastante similar à colonoscopia, sendo que ambos exames se diferenciam mais no preparo do que na realização em si. A retossigmoidoscopia serve para avaliar o estado de saúde da porção final do intestino grosso do paciente, avaliando, por exemplo, a presença de pólipos, verrugas ou fissuras que podem causar algum dano a sua saúde ou evoluir para uma condição maligna no futuro, como o câncer de cólon e reto. ● A retossigmoidoscopia é ideal, também, para avaliar secreções que saem do intestino grosso, além de checar a presença de condições como a colite, a esquistossomose e a Doença de Crohn, por exemplo. ANUSCOPIA É um exame para avaliar o canal anal. ● Com utilização de um equipamento chamado de anuscópio, um pequeno espéculo que é introduzido no ânus a fim de examinar o canal anal. ● O paciente fica deitado em decúbito lateral esquerdo (de lado com as pernas dobradas). ● É realizado sob sedação endovenosa e local, com emprego de gel tópico para que o paciente não sinta dor. Doenças examinadas ● Hemorróidas; ● Fissuras; ● Fistulas; Larissa Moitinho ● Condilomas por HPV; ● Abscessos anais; ● Prolapsos retais; ● Plicomas.; ● Tumores; ● Dermatite perianal; Normalmente, o médico pede o exame quando o paciente apresenta os seguintes sintomas: ● Dor anal; ● Saída de secreção; ● Ardência; ● Prurido (coceira); ● Percepção de prolapso; ● Anormalidades ao exame de toque; ● Sangramentos; ● Alterações cutâneas anais; ● Distúrbios evacuatórios. TOQUE RETAL O exame de toque retal se tornou popular por ser o mais indicado para identificar alterações que podem ser sinal de câncer de próstata, mas ele também pode avaliar diversas condições. O procedimento é rápido (dura em média 10 segundos) e indolor e não traz riscos à saúde. O toque retal possibilita identificar sinais de doenças na próstata, como prostatite (inflamação da próstata), hiperplasia (aumento da próstata) e câncer de próstata, mas são necessários outros exames para confirmar o diagnóstico, como de urina e sangue (PSA). O médico também pode examinar problemas como fissuras anais, hemorroidas e outras alterações no reto, uretra, ânus e canal vaginal. ● Na maioria dos casos, o exame é feito quando há suspeita de alguma doença ou inflamação. PULMÕES Objetivo: Compreender a etiologia, fisiopatologia, fatores de risco e prevenção do câncer de pulmão, tuberculose e bronquiectasia; CÂNCER DE PULMÃO ETIOLOGIA A causa mais importante do câncer de pulmão, responsável por cerca de 85% dos casos, é o tabagismo. O risco de câncer difere de acordo com a idade, intensidade e duração do tabagismo. ● O risco de câncer de pulmão aumenta com a exposição combinada a toxinas e tabagismo. ● Outros fatores de risco confirmados ou possíveis incluem poluição atmosférica, fumar maconha, exposição a tabagismo passivo e a agentes carcinógenos (p. ex., amianto, radiação, arsênio, cromatos, níquel, éteres clorometílicos, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, gás mostarda ou emissões de fornos de carvão de coque, cozimento primitivo e locais primitivos de aquecimento). Larissa Moitinho ● Ainda é necessário determinar o risco de câncer de pulmão associado a sistemas eletrônicos de entrega de nicotina (p. ex., e-cigarros). O risco de câncer cai após o abandono do hábito de fumar, mas nunca retorna ao estado basal. ● Cerca de 15 a 20% das pessoas que desenvolvem câncer de pulmão nunca fumaram ou fumaram minimamente. Se e quanta exposição ao radônio doméstico aumenta o risco de câncer de pulmão é controverso. ● Suspeita-se também que a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), deficiência de alfa1-antitripsina e fibrose pulmonar podem aumentar a suscetibilidade ao câncer de pulmão. ● As pessoas cujos pulmões são afetados por outras doenças pulmonares (p. ex., tuberculose) têm potencialmente maior risco de câncer de pulmão. A ● lém disso, fumantes ativos que ingerirem suplementos de betacaroteno podem ter maior risco de desenvolver câncer de pulmão. FISIOPATOLOGIA Mais de 95% de todos os casos de câncer de pulmão consiste de um dos quatro tipos histológicos mais frequentes: espinocelular (ou escamoso), adenocarcinoma, carcinoma de grandes células ou carcinoma de pequenas células. ● Entre os tumores primários do pulmão com menor frequência temos sarcomas, tumores com elementos sarcomatóides (câncer de células gigantes, carcinossarcomas, blastoma pulmonar) e outras neoplasias (câncer mucoepidermóide, câncer adenocístico, linfomas e plasmocitoma primários do pulmão). Alguns dados ocidentais apontam para uma mudança na frequência dos tiposhistológicos. ● Até a década de 80, o câncer de pulmão mais frequente nos Estados Unidos da América era o carcinoma espinocelular. Depois desta época, o adenocarcinoma passou a ser o tipo histológico mais frequente. ● O carcinoma de pulmão de pequenas células chegou a ser responsável por aproximadamente 20% dos casos de câncer de pulmão, contudo a incidência deste tipo histológico vem decaindo. ● Paralelamente, a incidência do carcinoma bronquioloalveolar vem aumentando, tanto em tabagistas como em não tabagistas. FATORES DE RISCO ● O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são principais fatores de Larissa Moitinho risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. ● Exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos (asbesto, sílica, urânio, cromo e radônio). ● Altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes. PREVENÇÃO ● Não fumar. ● Não se expor a agentes. ● Não ficar no mesmo ambiente que os fumantes. TUBERCULOSE ETIOLOGIA Tuberculose refere-se propriamente apenas a doenças causadas pelo Mycobacterium tuberculosis (do qual os seres humanos são o principal reservatório). Doença semelhante às vezes resulta de M. bovis, M. africanum e M. microti—que juntas com M. tuberculosis são conhecidas como o complexo Mycobacterium tuberculosis. Tuberculose ocorre quase exclusivamente por inalação de partículas em suspensão (núcleos de gotículas) que contêm o M. tuberculosis. A disseminação ocorre principalmente durante tosse, canto e em outras manobras respiratórias forçadas que a pessoa com TB pulmonar ou laríngea ativa e cujo escarro contém microrganismos significativos (tipicamente o suficiente para tornar a amostra positiva). Pessoas com lesões cavitárias pulmonares são especialmente infectantes por causa do alto número de bactérias contidas na lesão. Núcleos de gotículas (partículas com diâmetro < 5 μ) contendo bacilos de tuberculose podem flutuar em correntes de ar em cômodos durante várias horas, aumentando a chance de disseminação. No entanto, quando essas gotículas caem em uma superfície, é difícil suspendê-las novamente (p. ex., varrendo o chão, sacudindo roupas de cama) como partículas respiráveis. Embora tais ações possam ressuspender as partículas de pó contendo bacilos de tuberculose, estas partículas são demasiado grandes para alcançar as superfícies alveolares necessárias para iniciar a infecção. Contato com fômites (p. ex., superfícies, alimentos e respiradores pessoais contaminados) não parecem facilitar a disseminação. O grau de contágio dos pacientes com tuberculose pulmonar ativa não tratada é muito variável. Certas cepas de M. tuberculosis são mais contagiosas e os pacientes com baciloscopia positiva são mais contagiosos do que aqueles com resultados positivos apenas na cultura. Pacientes com doença cavitária (que está intimamente associada à quantidade de micobactérias no escarro) são mais contagiosos do que os outros. Fatores ambientais também são importantes. A transmissão aumenta pela Larissa Moitinho exposição frequente ou prolongada a pacientes não tratados que dispersam grande volume de bacilos da tuberculose em espaços superlotados, fechados e pouco ventilados; assim, pessoas que vivem em condições precárias ou em instituições têm mais risco. Aproximadamente um quarto dos contatos domésticos adquirem a infecção. Portanto, as estimativas de contágio variam muito; alguns estudos sugerem que apenas 1 em cada 3 pacientes com TB pulmonar não tratada infecta algum contato próximo; a OMS estima que cada paciente não tratado pode infectar 10 a 15 pessoas por ano. Mas a maioria das pessoas infectadas não desenvolve a doença ativa. O contágio diminui rapidamente quando o tratamento eficaz começa; organismos são menos infecciosos, mesmo se persistirem no escarro, e a tosse diminui. Estudos de contatos domiciliares indicam que a transmissibilidade termina 2 semanas depois de os pacientes iniciarem o tratamento eficaz. O contágio de microrganismos por aerossol, após irrigação de feridas infectadas, é menos comum em laboratórios de micobacteriologia ou em salas de autópsia. FISIOPATOLOGIA A tuberculose pode ocorrer em 3 estágios:, ● Infecção primária ● Infecção latente ● Infecção ativa Bacilos M. tuberculosis causam inicialmente uma infecção primária, que raramente resulta em doença aguda. A maioria das infecções primárias (95%) é assintomática e seguida por uma fase latente (dormente). Um percentual variável de infecções latentes posteriormente é reativado, com sinais e sintomas de doença, e, em alguns casos, por uma doença ativa. Normalmente a infecção não é transmissível na fase primária e nunca é contagiosa na fase latente. FATORES DE RISCO alguns dos fatores de risco associados à infecção por tuberculose, são: ● Diabetes. ● Tabagismo. ● Uso de álcool e uso de outras drogas. ● HIV. PREVENÇÃO A vacina do bacilo Calmette-Guérin (BCG), feita de uma cepa atenuada de M. bovis , é administrada a > 80% das crianças do mundo, em especial em países de alto risco. A eficácia média global é provavelmente de apenas 50%. BCG reduz claramente a taxa de TB extratorácica em crianças, especialmente meningites por tuberculose, e pode prevenir a infecção por TB. Larissa Moitinho BRONQUIECTASIA ETIOLOGIA A bronquiectasia é mais bem considerada como o ponto final comum de várias doenças que causam inflamação crônica das vias respiratórias. ● A bronquiectasia pode afetar muitas áreas do pulmão (bronquiectasias difusas) ou pode aparecer apenas em 1 ou 2 áreas (bronquiectasias focais). A bronquiectasia difusa se desenvolve mais frequentemente em pacientes com defeitos genéticos, imunológicios ou anatômicos que afetam as vias respiratórias. ● Nos países desenvolvidos, a princípio, muitos casos parecem ser idiopáticos, em parte porque provavelmente o início é tão lento que o problema desencadeador não pode ser identificado no momento em que a bronquiectasia é reconhecida. ● Com os exames genéticos e imunológicos aprimorados mais recentes, vários estudos descrevem a descoberta de uma etiologia nesses casos idiopáticos após uma avaliação cuidadosa e sistemática. Fibrose cística (FC) é comumente associada a essa doença, e FC previamente não diagnosticada pode ser responsável por até 20% dos casos idiopáticos. ● Mesmo pacientes heterozigotos, que normalmente não têm manifestações clínicas da FC, podem ter maior risco de bronquiectasias. Imunodeficiências, como a imunodeficiência variável comum (CVID),
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