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NOVA SÍNTESE HABILIDADES MÉDICAS (GINECOLOGIA)

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Habilidades Médicas 
 
MAMAS 
 
Objetivo: Compreender a etiologia,       
fisiopatologia, fatores de risco e         
prevenção do câncer de mama e mastalgia             
cíclica; 
 
CÂNCER DE MAMA 
ETIOLOGIA  
A maioria dos cânceres de mama é             
constituída por tumores epiteliais que se           
desenvolvem das células do interior dos           
ductos e lóbulos; menos comuns são os             
cânceres não epiteliais das células de           
suporte do estroma (p. ex.,         
angiossarcoma, sarcomas primários do       
estroma, tumor filoide). 
 
O câncer de mama é dividido em             
carcinoma in situ​ e ​câncer invasivo​. 
 
● Carcinoma in situ é a proliferação           
das células neoplásicas dentro dos         
ductos e lóbulos e sem a invasão do               
tecido estromal​. Há 2 tipos: 
○ Carcinoma ductal in situ       
(LCIS): cerca de 85% dos         
carcinomas in situ são desse         
tipo.  
■ LCIS é geralmente     
detectado apenas por     
mamografia.  
■ Pode envolver uma área       
pequena ou extensa da       
mama; se houver uma       
área extensa, focos     
invasivos 
microscópicos podem   
se desenvolver ao longo       
do tempo. 
● Carcinoma lobular in situ (CLIS)         
muitas vezes é multifocal e         
bilateral. Existem 2 tipos: clássico         
e pleomórfico.  
○ CLIS clássico não é maligno,         
mas aumenta o risco de         
desenvolver carcinoma   
invasivo em qualquer mama.  
■ Essa lesão palpável em       
geral é detectada por       
biópsia; raramente é     
visualizado em   
mamografia.  
○ CLIS pleomórfico tem um       
comportamento que se     
parece mais com CDIS; ele         
deve ser excisado para       
margens negativas. 
 
O ​carcinoma invasivo é originariamente         
um adenocarcinoma.  
● Cerca de 80% são do tipo ductal             
infiltrativo; a maior parte dos         
tumores restantes é do tipo lobular           
infiltrativo.  
● Formas histológicas raras incluem       
carcinomas medulares,   
metaplásicos, mucinosos e     
tubulares.  
● Carcinoma mucinoso tende a       
desenvolver em mulheres mais       
velhas e ser de crescimento lento.  
○ Mulheres com esses tipos de         
câncer de mama têm um         
Larissa Moitinho 
prognóstico muito melhor do       
que as mulheres com outros         
cânceres de mama invasivos. 
 
Câncer de mama inflamatório é câncer de             
crescimento rápido, muitas vezes fatal. 
● As células neoplásicas bloqueiam       
os vasos linfáticos na pele da           
mama; como resultado, a mama         
parece inflamada, e a pele parece           
mais espessa, semelhante à casca         
de laranja (peau d'orange).  
● Geralmente, o câncer de mama         
inflamatório se espalha para os         
gânglios linfáticos na axila.  
● Os linfonodos se parecem com         
nódulos duros. No entanto, muitas         
vezes nenhuma massa é sentida na           
própria mama porque esse tipo de           
câncer é disperso por toda a mama. 
 
A ​doença de Paget mamária ​(não           
confundir com a doença óssea metabólica,           
também chamada de doença de Paget) é a               
forma do CDIS que se estende sobre a pele                 
do mamilo e da aréola, ​manifestando-se           
como uma lesão da pele (p. ex., lesão               
eczematosa ou psoriafórmica).  
● As células malignas características,       
chamadas de células de Paget,         
estão presentes na epiderme.  
● Mulheres com doença de Paget do           
mamilo muitas vezes têm câncer         
subjacente invasivo ou in situ. 
 
FISIOPATOLOGIA 
O câncer de mama invade localmente e se               
dissemina através dos linfonodos       
regionais, da corrente sanguínea, ou de           
ambos. O câncer de mama metastático           
pode afetar qualquer órgão do corpo —             
mais comumente pulmões, fígado, ossos,         
cérebro e pele. 
 
A maior parte das metástases cutâneas           
ocorre na região da cirurgia mamária; as             
metástases de couro cabeludo também         
são comuns.  
● O câncer de mama metastático         
frequentemente surge anos ou       
décadas após o diagnóstico e o           
tratamento inicial. 
 
Receptores hormonais 
Os ​receptores de estrogênio ​e         
progesterona​, presentes em alguns       
cânceres de mama, são receptores         
nucleares de hormônios que promovem a           
replicação do DNA e a divisão celular             
quando estão ligados aos hormônios         
apropriados.  
● Assim, os fármacos que bloqueiam         
esses receptores podem ser úteis         
no tratamento de tumores que         
tenham esses receptores positivos.  
● Cerca de dois terços das pacientes           
na pós-menopausa com câncer       
apresentam tumor positivo para o         
receptor de estrogênio (RE+).  
● A incidência de tumores RE+ é mais             
baixa nas pacientes em       
pré-menopausa. 
 
Outro receptor celular é a ​proteína do             
receptor do fator de crescimento         
epitelial humano 2 ​(​HER2​, também         
Larissa Moitinho 
chamado ​HER2/neu ou ​ErbB2​); sua         
presença está relacionada a um         
prognóstico reservado em qualquer       
estágio do câncer.  
● Em cerca de 20% das pacientes           
com câncer de mama, os         
receptores de HER2 são       
superexpressos.  
● Fármacos que bloqueiam esses       
receptores são parte do tratamento         
padrão para essas pacientes. 
 
FATORES DE RISCO 
Além do sexo feminino (99% dos indivíduos             
afetados são mulheres), os maiores         
fatores de risco estão relacionados à           
hereditariedade, exposição ao estrogênio       
durante a vida e, em uma menor extensão,               
a fatores ambientais ou ao estilo de vida.  
Entre o grande número de fatores de risco               
identificados, estão: 
● Mutações hereditárias:   
Aproximadamente 5% a 10% dos         
carcinomas de mama ocorrem em         
pessoas com mutações     
hereditárias nos genes supressores       
de tumores.  
○ Para esses indivíduos, o risco         
de câncer de mama é de mais             
de 90%. 
● Parentes em primeiro grau com         
câncer de mama:     
Aproximadamente 15% a 20% das         
mulheres com câncer de mama têm           
um parente de primeiro grau (mãe,           
irmã ou filha) acometido, mas não           
portam uma mutação genética       
relacionada ao câncer de mama.  
○ Esse aumento de risco se         
deve, provavelmente, à     
associação de genes que       
aumentam a suscetibilidade     
de baixo risco e a         
participação de fatores     
ambientais.  
○ Estudos de associação     
extensa dos genomas estão       
sendo realizados para     
encontrar as variações     
genéticas envolvidas.  
○ É importante notar que o         
risco não aumenta se o único           
parente afetado pelo câncer       
for a mãe, na menopausa. 
● Raça/etnia​: A etnia mostra relação         
com o risco de câncer de mama.  
○ Mulheres brancas não     
hispânicas têm maior     
incidência nos Estados     
Unidos. A variação na       
frequência dos genes do       
câncer de mama entre os         
grupos étnicos é     
parcialmente responsável por     
essas diferenças.  
■ Por exemplo, mutações     
nos genes ​BRCA1 ​e       
BRCA2 ​são   
particularmente 
frequentes nas   
populações judaicas de     
linhagem étnica   
Ashkenazi. 
● Idade​: O risco do câncer de mama             
aumenta no decorrer da vida da           
mulher, alcançando seu pico entre         
Larissa Moitinho 
os 70 e 80 anos de idade e               
declinando vagarosamente depois     
disso. 
● Idade da menarca​: A menarca em           
mulheres com idade inferior aos 11           
anos aumenta o risco em 20%           
quando comparadas às mulheres       
com menarca após os 14 anos.  
○ A menopausa tardia também       
aumenta o risco. 
● Idade no nascimento do primeiro         
filho: Uma gravideza termo antes           
dos 20 anos diminui pela metade o             
risco quando comparada com       
mulheres nulíparas ou mulheres       
que têm mais de 35 anos quando             
deram à luz a primeira vez. 
● Doença mamária benigna: Uma       
biópsia mamária anterior revelando       
hiperplasia atípica ou alterações       
proliferativas aumenta o risco de         
carcinoma invasivo. 
● Exposição estrogênica​: A     
reposição hormonal da menopausa       
aumenta o risco de câncer de           
mama, particularmente quando     
estrogênio e progesterona foram       
administrados em conjunto por       
anos.  
○ A maioria dos casos é de           
carcinomas pequenos com     
RE-positivos.  
○ Ao contrário, os     
contraceptivos orais não     
parecem aumentar o risco de         
câncer de mama.  
○ A redução do estrogênio       
endógeno pela ooforectomia     
diminui o risco de       
desenvolvimento de câncer     
de mama em até 75%. 
○ Fármacos que bloqueiam os       
efeitos estrogênicos (p. ex.,       
tamoxifeno) ou a formação do         
estrogênio (p. ex., inibidores       
de aromatases) também     
diminuem o risco de tumores         
RE-positivos. 
● Densidade mamária​: Mulheres com       
mamas muito densas na       
mamografia têm de quatro a seis           
vezes mais riscos de       
desenvolverem carcinomas   
RE-positivos e RE-negativos     
quando comparadas às mulheres       
com menor densidade mamária.  
○ A alta densidade da mama         
pode ser hereditária e está         
relacionada a outros fatores       
de risco, como idade       
avançada no nascimento do       
primeiro filho, menor número       
de filhos e reposição       
hormonal na menopausa.  
○ A persistência de uma alta         
densidade da mama em       
mulheres idosas pode ocorrer       
devido à falha da involução         
normal da mama nesta fase. 
● Exposição à radiação​: A radiação         
torácica, secundária a tratamentos       
de câncer, exposição à bomba         
atômica ou a acidentes nucleares,         
resulta em maior incidência de         
câncer de mama.  
Larissa Moitinho 
○ O risco é maior com a           
exposição na idade jovem e         
com altas doses de radiação.  
○ Por exemplo, mulheres nos       
seus 10 anos e antes dos 20             
anos, que receberam     
radiação torácica para     
linfoma de Hodgkin, têm 20%         
a 30% de risco de         
desenvolverem câncer de     
mama nos próximos 10 a 30           
anos.  
○ Mulheres idosas submetidas     
à radiação não estão sujeitas         
a esse risco. 
● Carcinoma da mama contralateral       
ou de endométrio​:     
Aproximadamente 1% das mulheres       
com câncer de mama desenvolve,         
por ano, um carcinoma na mama           
contralateral. Carcinomas   
mamários e endometriais têm       
vários fatores de risco em comum,           
dos quais o mais importante é a             
exposição prolongada à     
estimulação estrogênica. 
● Dieta​: Grandes estudos têm       
falhado em demonstrar     
associações entre o risco de câncer           
de mama e a ingestão dietética de             
um tipo específico de comida.  
○ O consumo alto ou moderado         
de álcool aumenta o risco. 
● Obesidade​: Mulheres obesas com       
menos de 40 anos de idade têm             
menor risco em consequência de         
ciclos anovulatórios e níveis       
menores de progesterona.  
○ Em contraste, o risco       
aumenta para mulheres     
obesas na pósmenopausa, o       
que é atribuído à síntese de           
estrogênio em áreas com       
acúmulo de gordura. 
● Exercícios​: Provavelmente existe     
um pequeno efeito protetor nas         
mulheres que praticam atividades       
físicas. 
● Amamentação​: Quanto mais tempo       
a mulher amamentar, maior a         
redução do risco. A lactação         
suprime a ovulação e pode         
desencadear diferenciações   
terminais das células luminais. A         
menor incidência de câncer de         
mama em países em       
desenvolvimento pode ser     
explicada pela amamentação mais       
frequente e duradoura dos bebês. 
● Tóxicos ambientais: Existe uma       
preocupação de que os poluentes         
ambientais, como os pesticidas       
organoclorados, tenham efeitos     
estrogênicos em humanos.     
Possíveis interações com outros       
fatores de risco estão sendo         
investigadas, mas associações     
definitivas ainda precisam ser       
confirmadas. 
PREVENÇÃO 
Quimioprofilaxia com tamoxifeno ou       
raloxifeno pode ser indicada para as           
seguintes pacientes: 
● Idade > 35 anos e CLIS ou             
hiperplasia ductal ou lobular       
atípica. 
Larissa Moitinho 
● Presença de mutações de alto risco           
(p. ex., mutações BRCA1 ou BRCA2,           
síndrome de Li-Fraumeni). 
Entre os os 35 e os 59 anos de idade, o                     
risco de ter câncer em 5 anos é > 1,66% de                     
acordo com o modelo multivariado de Gail,             
que computa a idade atual da mulher, a               
idade da menarca, a idade no primeiro             
parto com feto vivo, o número de parentes               
de 1º grau com câncer de mama e               
resultado das biópsias de mama         
anteriores. 
 
As pacientes devem ser informadas dos           
riscos antes de iniciar a quimioprevenção. 
 
Os riscos do tamoxifeno incluem: 
● Câncer uterino 
● Complicações tromboembólicas 
● Cataratas 
● Possivelmente acidente vascular     
cerebral 
● Os riscos são maiores para as           
mulheres mais velhas. 
 
Raloxifeno parece ser tão eficaz quanto o             
tamoxifeno em mulheres na       
pós-menopausa e tem menor risco de           
câncer uterino, complicações     
tromboembólicas e catarata. O raloxifeno,         
como o tamoxifeno, pode aumentar a           
densidade óssea. O raloxifeno deve ser           
considerado uma alternativa ao       
tamoxifeno nas mulheres na       
pós-menopausa. 
 
 
 
MASTALGIA CÍCLICA 
ETIOLOGIA  
Embora a etiologia da mastalgia cíclica não             
tenha sido estabelecida, algumas       
evidências mostram que elevados níveis         
hormonais, baixos níveis de progesterona,         
ou taxas anormais de estrogênio e de             
progesterona estão envolvidos em sua         
etiopatogenia. 
Fisiologicamente, uma ligação direta entre         
suscetibilidade da mama ao estrogênio na           
ocorrência de mastalgia cíclica é sugerida           
por várias observações:  
1. Sua bilateralidade e periodicidade       
de acordo com as ​diferentes fases           
do ciclo menstrual​;  
2. Ocorrência ou exacerbação após a         
exposição a estrogênios contidos       
tanto nos ​contraceptivos orais e         
como na terapia de reposição         
hormonal​;  
3. Desaparecimento após a supressão       
ovariana cirúrgica, química ou       
terapia antiestrogênica .  
 
A presença de estrogênio é condição           
fundamental para mastalgia cíclica, mas         
não há correlação entre níveis elevados e             
presença de sintomas​. 
● Parece estar mais relacionada a         
níveis de gonadotrofinas.  
Observa-se ainda que as pacientes com           
mastalgia geralmente apresentam     
liberação de prolactina facilitada​, com         
picos noturnos mais elevados e valores           
altos pela manhã na​ fase lútea​. 
Larissa Moitinho 
● Na fase lútea, existe uma         
intensificação da proliferação     
epitelial.  
O ​estradiol ​exerce ação vasodilatadora e           
a ​progesterona ​aumenta a       
permeabilidade vascula​r, facilitando a       
passagem de líquido para o espaço           
intersticial. 
● Chegam a ser mobilizados 100 mm3           
de água para o estroma,         
aumentando o volume das mamas         
em cerca de 1.530 mm3 .  
● Dependendo da quantidade do       
acúmulo de líquido intersticial,       
pode surgir ​desconforto     
acompanhado de ​sensação de       
peso​ ou de ​distensão dasmamas​.  
O ​estresse emocional leva ao surgimento           
e/ou agravamento dos sintomas, uma vez           
que ocasiona o ​aumento da liberação           
central de opioides (serotonina)​,       
reduzindo a liberação de dopamina, o           
que, consequentemente, leva ao       
aumento da liberação de prolactina.  
Em relação ao fator metabólico, o ​perfil             
lipídico de mulheres com mastalgia         
frequentemente é alterado, ocorrendo       
elevação dos níveis de ácidos graxos           
saturados e redução das gorduras         
poli-insaturadas.  
● Os ácidos graxos essenciais       
(AGE)​, gorduras poli-insaturadas,     
estão presentes na membrana       
celular como ácidos graxos livres e           
triglicerídeos ou são esterificados a         
fosfolipídios e colesterol,     
competindo com os ácidos graxos         
saturados na incorporação para a         
membrana.  
● Esses ácidos poli-insaturados,     
além de conferir às membranas         
propriedade de flexibilidade e       
fluidez, influenciam a atividade dos         
receptores ligados a elas.  
Outro agente que metabolicamente pode         
gerar maior sensibilidade do tecido efetor           
mamário ao estímulo hormonal são as           
xantinas ​e ​metilxantinas​, quando       
ingeridas em excesso.  
● Elas são encontradas nos       
chocolates e achocolatados,     
refrigerantes (principalmente   
aqueles à base de coca), chás (preto             
e mate), ginseng, coco e café.  
● As xantinas e metilxantinas inibem         
a enzima fosfodiesterase,     
aumentando a concentração AMP       
cíclico nas células mamárias, em         
resposta à maior liberação de         
catecolaminas; consequentemente   
estimulam a proliferação epitelial       
que seria responsável pela       
sintomatologia dolorosa 
 
FISIOPATOLOGIA 
Durante o ciclo menstrual, nos primeiros           
dias da fase estrogênica, inicia-se a           
proliferação de ductos e de alvéolos​.  
● Não há formação de lúmens         
intra-alveolares e o estroma       
conjuntivo se adensa.  
● A proliferação epitelial se       
intensifica ao ser instalada a fase           
lútea, atingindo o pico no auge das             
Larissa Moitinho 
produções de estradiol e de         
progesterona, em torno do 25º dia. 
O ​estradiol ​exerce ação ​vasodilatadora​,         
semelhante a da histamina sobre a           
microcirculação do parênquima.  
A ​progesterona ​aumenta a       
permeabilidade vascular​, facilitando a       
passagem de líquido para o espaço           
intersticial. 
Dependendo da quantidade do acúmulo de           
líquido intersticial, pode surgir       
desconforto acompanhado de sensação de         
peso ou de distensão das mamas.  
● Sobrevindo a menstruação, há       
regressão da proliferação     
conjuntiva e epitelial, a apoptose é           
marcante, o fluído intersticial é         
reabsorvido, o volume volta ao         
normal e a sensação de         
desconforto difuso desaparece. 
Na ​renovação cíclica​, surgem ​setores de           
condensação epitelial (com formação de         
dilatações ducto-alveolares), que resultam       
em pequenas unidades constituídas de         
dilatações envolvidas por uma túnica de           
fibroblastos, formando nodularidades     
milimétricas, que, algumas vezes, podem         
ser percebidas pela palpação.  
● Terminações nervosas sensitivas     
comprimidas pelo tecido conjuntivo       
causam dor em agulhada, em         
pontada ou latejante, em pontos         
isolados, ou esparsos em uma ou           
nas duas mamas.  
● Pode ocorrer ainda associação do         
desconforto com presença de       
nodularidades na mama.  
Durante, ou logo após a menstruação, tais             
micronódulos se desfazem, os elementos         
epiteliais e conjuntivos desaparecem e são           
substituídos por novas células, à medida           
que se renova o ciclo mamário. Essas             
modificações estruturais são fisiológicas e         
explicam por que o exame clínico e a               
mamografia são prejudicados pela dor e           
pelo aumento de densidade da mama na             
semana que antecede a menstruação.  
● O período ideal para o exame das             
mamas é a primeira fase do ciclo             
menstrual, quando só há       
proliferação celular e ausência dos         
mecanismos propostos para     
explicar a dor na segunda fase do             
ciclo.  
A ​mastalgia cíclica​, enfim, resulta de           
processo ​fisiológico molecular​, ​celular ​e         
bioquímico. 
 
FATORES DE RISCO 
● Alimentação. 
● Fatores hormonais. 
● Estresse. 
 
 
Objetivo: Elencar e compreender os         
exames complementares relacionados a       
mama e a classificação do BI- RADS; 
 
USG  
O principal dos exames complementares         
da mamografia é o ultrassom.  
Ele é usado para avaliar alterações que             
podem ser sentidas, mas não puderam ser             
visualizadas na mamografia ou para para           
distinguir entre cistos com líquido (na           
Larissa Moitinho 
maioria das vezes benignos) e massas           
sólidas (com mais chance de ser câncer). 
Muitas vezes, os médicos também usam o             
ultrassom para guiar o posicionamento de           
uma agulha em uma biópsia. 
 
A ultrassonografia utiliza ondas sonoras de           
alta frequência para a formação da           
imagem, sem uso de radiação ionizante           
em seu processo.  
● O exame não requer nenhuma         
preparação especial . 
A ultrassonografia das mamas pode ser           
indicada nos seguintes casos: 
 
● Pacientes jovens (abaixo dos 40         
anos) com queixa de alteração         
palpável 
● Pacientes com alterações vistas na         
mamografia que necessitam de       
avaliação complementar 
● Pacientes com tecido mamário       
denso na mamografia, com o         
intuito de aumentar a sensibilidade         
na detecção de câncer de mama 
● Pacientes com histórico familiar de         
câncer de mama 
● Pacientes que necessitam de       
avaliação de implantes de silicone 
● Pacientes que não podem ser         
expostas a exames com radiação         
ionizante, como gestantes. 
 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
Outra indicação frequente é a do exame de               
ressonância magnética (RM).  
 
A RM utiliza um forte campo           
eletromagnético, em vez de radiação, para           
formar imagens detalhadas da mama,         
tornando possível visualizar cortes       
transversais que podem ser vistos de           
vários ângulos.  
● Além disso, esse teste cria imagens           
de partes moles do corpo, que são             
difíceis de serem observadas       
utilizando outros exames de       
imagem. 
 
A ressonância é indicada para mulheres já             
diagnosticadas com câncer de mama, a           
fim de determinar, com maior precisão, o             
tamanho do tumor e a possível existência             
de outras lesões mamárias.  
● O exame também é indicado junto           
com a mamografia anual para         
diagnóstico do câncer de mama em           
mulheres com alto risco da doença.  
 
Porém, não é usado como um teste de               
rastreamento de forma isolada porque         
pode perder alguns tipos de câncer           
diagnosticados apenas com a mamografia. 
● Além disso, com a RM, a           
probabilidade de encontrar algo       
que não seja câncer (o que é             
denominado falso positivo) é maior,         
implicando na realização de       
exames e biópsias desnecessárias. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO BI-RADS 
A sigla BI-RADS, que significa Breast           
Imaging and Reporting Data System,         
remete a um sistema criado pelo Colégio             
Larissa Moitinho 
Americano de Radiologia, e adotado pelo           
Colégio Brasileiro de Radiologia e         
Diagnóstico por Imagem (CBR). 
● Ele é utilizado para padronizar os           
laudos de mamografias. 
 
 
MÉTODOSCONTRACEPTIVOS 
 
Objetivo: Entender como funciona o DIU,           
sua indicações, contraindicações e seu         
acompanhamento; Compreender os tipos       
de métodos contraceptivos existentes no         
SUS; 
 
DIU 
O dispositivo intrauterino – DIU é um             
objeto pequeno de plástico flexível, em           
forma de T, que mede aproximadamente 31             
mm, ao qual pode ser adicionado cobre ou               
hormônios que, inserido na cavidade         
uterina, exerce função contraceptiva.  
● É um dos métodos de planejamento           
familiar mais usados em todo o           
mundo. 
A sua aceitação vem aumentando e as             
pesquisas mais recentes mostram que os           
DIU mais modernos, medicados com cobre           
ou com levonorgestrel, são seguros e           
muito eficazes.  
● A seleção adequada da usuária e a             
inserção cuidadosa, realizada por       
profissional treinado e experiente,       
melhoram a eficácia, a       
continuidade de uso e a segurança           
do método. 
Tipos e modelos  
1. DIU com cobre​: é feito de polietileno               
estéril radiopaco e revestido com         
filamentos e/ou anéis de cobre, enrolado           
em sua haste vertical, sendo que o             
modelo TCu-380 A também tem anéis de             
cobre em sua haste horizontal.  
● Atualmente os modelos TCu380 A e           
MLCu-375 são os mais usados.  
2. DIU que libera hormônio: é feito de               
polietileno e a haste vertical é envolvida             
por uma cápsula que libera         
continuamente pequenas quantidades de       
levonorgestrel. O sistema intrauterino       
(SIU) de levonorgestrel – LNG-20 é desse             
tipo. 
 
Mecanismo de ação 
Os estudos sugerem que o DIU atua             
impedindo a fecundação porque torna         
mais difícil a passagem do         
espermatozóide pelo trato reprodutivo       
feminino, reduzindo a possibilidade de         
fertilização do óvulo.  
● O DIU de cobre afeta os           
espermatozóides e os óvulos de         
várias maneiras.  
● Eles estimulam reação inflamatória       
pronunciada ou reação à presença         
de corpos estranhos no útero.  
Larissa Moitinho 
● Poucos espermatozoides chegam     
às trompas de Falópio, e os que             
chegam, com toda probabilidade,       
não são aptos para fertilizar um           
óvulo. 
Os mecanismos de ação do DIU de cobre               
não são ainda completamente       
conhecidos, embora a maioria dos         
pesquisadores acredite que os       
dispositivos com cobre atuem       
principalmente na prevenção da       
fertilização, na forma de muitas ações           
como as seguintes (MAGALHÃES; PETTA;         
ALDRIGHI, 2005): 
● Provoca reação inflamatória pela       
presença de corpo estranho na         
cavidade uterina.  
● Há liberação aumentada de       
prostaglandinas por macrófagos e       
neutrófilos.  
● Precipitação de espermatozoides     
por reações imunológicas. • 
● Assincronia no desenvolvimento     
endometrial. • 
● Alterações enzimáticas no     
endométrio: diminuição da amilase       
(menor sobrevida do     
espermatozóide), diminuição da     
fosfatase alcalina (dificuldade na       
motilidade espermática) e aumento       
da anidrase carbônica (implantação       
dificultada).  
● Alterações no muco cervical.  
● Fagocitose de espermatozoides     
por macrófagos. 
Eficácia 
O DIU TCu-380 A é o mais eficaz dos DIU                   
com cobre e seu efeito depois da             
inserção dura 10 anos.  
● A taxa de falha é de 0,6 a 0,8 por 100                     
mulheres, no primeiro ano de uso.           
Nos anos seguintes, a taxa anual de             
gravidez é ainda menor. 
O índice de gestações, expulsão e           
remoção por motivos médicos diminui a           
cada ano de uso. 
● As concentrações de cobre no trato           
genital superior caem rapidamente       
depois da remoção do DIU e a             
recuperação da fertilidade é       
imediata. 
Duração de uso  
A duração de uso do DIU difere segundo o                 
modelo: o TCu-380 A está aprovado para             
10 anos e o MLCu-375 para cinco anos.  
● A efetividade do método se         
mantém durante todo o período de           
uso. Não há necessidade de         
períodos de “descanso” para inserir         
um novo DIU após a mulher ter             
usado o anterior por um longo           
período. 
Efeitos secundários 
São efeitos secundários comuns (5 a 15%             
dos casos): 
● Alterações no ciclo menstrual       
(comum nos primeiros três meses,         
geralmente diminuindo depois     
desse período). 
● Sangramento menstrual   
prolongado e volumoso. 
● Sangramento e manchas (spotting)       
no intervalo entre as       
menstruações. 
Larissa Moitinho 
● Cólicas de maior intensidade ou           
dor durante a menstruação. 
Outros efeitos secundários (menos de 5%           
dos casos) são: 
● Cólicas intensas ou dor até cinco           
dias depois da inserção. 
● Dor e sangramento ou manchas         
podem ocorrer imediatamente     
após a inserção do DIU, mas           
usualmente desaparecem em um       
ou dois dias. 
 
Complicações 
● Gravidez ectópica​: a gravidez       
ectópica ocorre em menos de 1,5           
por 1.000 mulheres/ano/uso e, das         
gestações ocorridas em usuárias       
do DIU, 3 a 5% são ectópicas. 
○ Por essa razão a ocorrência         
de atraso menstrual deve ser         
investigada de forma a avaliar         
a possibilidade de gravidez e         
sua localização. 
● Gravidez tópica​: embora o DIU de           
cobre apresente taxa de gravidez         
bastante baixa, a ocorrência de         
gestações em mulheres com DIU         
demanda condutas adequadas, de       
acordo com a localização do saco           
gestacional em relação ao DIU e da             
idade gestacional no momento do         
diagnóstico.  
○ Se a gestação não ultrapassa         
as 12 ou 13 semanas e os fios               
do DIU são visíveis no exame           
especular, deve ser retirado       
delicadamente por tração     
contínua e suave.  
○ Nos casos de fios não visíveis           
ao exame especular, a       
histeroscopia realizada por     
profissional experiente e     
cuidadoso pode resolver boa       
parte dos casos.  
○ Explicar à mulher que existe a           
possibilidade de   
abortamentos espontâneos   
após a remoção do DIU, em           
50% dos casos.  
○ Nos casos de gestações mais         
avançadas, as tentativas de       
retirada devem ser evitadas. 
○ Nesses casos, é importante o         
aconselhamento da gestante,     
ressaltando que aquela     
gestação possui um risco       
aumentado de abortamento,     
trabalho de parto prematuro       
e infecções.  
○ Trata-se de gravidez de alto         
risco e a mulher deve ser           
encaminhada para atenção     
pré-natal de alto risco       
(MAGALHÃES; PETTA;   
ALDRIGHI, 2005). 
● Perfuração​: é uma complicação       
rara (0,1%) que geralmente ocorre         
na inserção. 
○ Tem na técnica cuidadosa de         
inserção a sua principal       
prevenção.  
○ No momento da perfuração, a         
paciente sente uma forte dor         
e o procedimento de inserção         
deve ser imediatamente     
interrompido.  
Larissa Moitinho 
○ Se a perfuração ocorrer       
durante a histerometria, o       
DIU não deve ser colocado e           
deve-se postergar a inserção       
para um mês após.  
○ O DIU deve ser removido por           
meio de tração delicada dos         
fios, o que resolve a grande           
maioria dos casos. Se o DIU           
ficou na cavidade abdominal,       
encaminhar a mulher para       
serviço de maior     
complexidade visando à     
retirada cirúrgica,   
preferencialmente por   
laparoscopia (MAGALHÃES;   
PETTA; ALDRIGHI, 2005;     
BRASIL, 2002b). 
● Expulsão​: nesse caso a mulher         
deve procurar o serviço de saúdeo             
quanto antes para inserir novo DIU           
ou escolher outro método       
anticoncepcional. 
● Dor ou sangramento: o DIU deve           
ser retirado em caso de hemorragia           
abundante com impacto     
hemodinâmico e/ou na série       
vermelha. 
● ​Infecção​: as infecções bacterianas         
parecem ser devidas à       
contaminação da cavidade     
endometrial, no momento da       
inserção do DIU, e a ocorrência de             
doença inflamatória pélvica aguda       
(DIPA) é bastante rara, após dias da             
inserção.  
○ A ocorrência de infecções       
associadas ao uso de DIU         
parece estar relacionada ao       
comportamento sexual da     
usuária e de seu parceiro, e           
não ao dispositivo, por si só.  
 
INDICAÇÕES 
 
Larissa Moitinho 
 
 
 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
O DIU não pode ser colocado em mulheres               
que apresentem: 
● Anormalidades anatômicas do     
útero. 
● Infecção ginecológica ativa. 
● Gravidez presente ou suspeita       
(mulheres grávidas não podem usar         
DIU, pois há elevado risco de           
aborto). 
● Câncer uterino(mulheres com     
câncer do endométrio ou do colo do             
útero não devem utilizar o DIU). 
● Sangramento ginecológico de     
origem não esclarecida (antes da         
implantação do DIU, qualquer       
sangramento anormal deve ser       
investigado). 
Larissa Moitinho 
O DIU de cobre, especificamente, também           
é contraindicado a mulheres com alergia à             
cobre. Já o DIU de Mirena não deve ser                 
utilizado por mulheres que tiveram câncer           
de mama nos últimos 5 anos ou doenças               
hepáticas, devido aos hormônios. 
 
MANUTENÇÃO 
Consultas de retorno: 
● Avaliar o uso correto, efeitos         
secundários e fornecer as       
orientações que se fizerem       
necessárias. 
● Deve haver fácil acesso ao         
acompanhamento e agenda aberta       
para consultas em caso de         
intercorrências. 
● A ultrassonografia de rotina não é           
necessária já que o diagnóstico só           
indica a retirada do DIU caso este já               
se encontre parcialmente no canal         
cervical (BRASIL, 2002c). 
● Primeiro retorno após a primeira         
menstruação depois da inserção. 
● Retornos subsequentes a cada seis         
meses no primeiro ano.  
● Demais retornos anuais. 
● Nos retornos, acompanhar o prazo         
de duração do DIU e da data de               
remoção; avaliar e pesquisar       
condições clínicas que possam       
indicar a descontinuação do       
método; e avaliar a aceitabilidade         
do método. 
 
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS   
OFERECIDOS PELO SUS  
Os métodos anticoncepcionais reversíveis       
adquiridos atualmente pelo Ministério da         
Saúde para serem oferecidos à rede de             
serviços do SUS são: 
● Pílula combinada de baixa       
dosagem ​(etinilestradiol 0,03 mg +         
levonorgestrel 0,15 mg). 
● ​Minipílula​ (noretisterona 0,35 mg). 
● Pílula anticoncepcional de     
emergência (levonorgestrel 0,75     
mg). 
● Injetável mensal (enantato de       
norestisterona 50 mg + valerato de           
estradiol 5 mg). 
● Injetável trimestral (acetato de       
medroxiprogesterona 150 mg). 
● Preservativo masculino. 
● Diafragma. 
● DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre). 
 
 
PÍLULA COMBINADA DE BAIXA       
DOSAGEM 
Os anticoncepcionais orais combinados       
contêm dois hormônios sintéticos, o         
estrogênio e o progestogênio,       
Larissa Moitinho 
semelhantes aos produzidos pelo ovário         
da mulher.  
● São mais conhecidos como pílula.  
● No Brasil, a pílula é o método             
anticoncepcional reversível mais     
utilizado.  
Mecanismo de ação 
Inibem a ovulação e tornam o muco             
cervical espesso, dificultando a       
passagem dos espermatozoides.     
Provocam ainda alterações nas       
características físico-químicas do     
endométrio, mantendo-o fora das       
condições para a implantação do         
blastócito, e interferem na motilidade e           
na qualidade da secreção glandular         
tubária. 
 
 
Efeitos secundários  
Os principais efeitos secundários que         
podem estar relacionados com o uso da             
pílula são:  
● Alterações de humor, como       
depressão e menor interesse       
sexual, que são pouco comuns. 
● Náuseas, vômitos e mal-estar       
gástrico (mais comum nos três         
primeiros meses).  
● Cefaleia leve. 
● Leve ganho de peso. 
● Nervosismo. 
● Acne (pode melhorar ou piorar, mas           
geralmente melhora). 
● Tonteira.  
● Mastalgia. 
● Alterações do ciclo menstrual:       
manchas ou sangramentos nos       
intervalos entre as menstruações,       
especialmente quando a mulher se         
esquece de tomar a pílula ou toma             
tardiamente (mais comum nos três         
primeiros meses), e amenorreia.  
● Cloasma.  
Outras alterações físicas possíveis:  
● A pressão arterial aumenta alguns         
pontos (mm Hg). Quando o aumento           
se deve aos anticoncepcionais       
orais combinados, a pressão       
arterial cai rapidamente após a         
interrupção do uso deles. 
Complicações  
● Acidente vascular cerebral.  
● Infarto do miocárdio.  
● Trombose venosa profunda.  
Todas essas complicações acontecem       
com maior frequência em fumantes de           
qualquer faixa etária.  
 
Riscos  
● Não são recomendados para       
lactantes, pois afetam a qualidade         
e quantidade do leite.  
● Muito raramente, podem causar       
acidentes vasculares, tromboses     
venosas profundas ou infarto do         
miocárdio, sendo que o risco é           
maior entre fumantes (mais de 15           
cigarros/dia) com 35 anos ou mais.  
● Podem aumentar o risco para         
tumores de fígado, sendo       
extremamente raros os tumores       
malignos.  
● De acordo com a informação         
atualmente disponível, a pílula não         
aumenta o risco para câncer de           
Larissa Moitinho 
colo uterino e de mama, porém           
novos estudos são necessários       
para se obter conclusões mais         
precisas. 
○ Além disso, existem ainda       
dúvidas sobre a possível       
aceleração da evolução de       
cânceres preexistentes com     
o uso da pílula.  
Pontos-chave  
● Proporcionam ciclos menstruais     
regulares, com sangramento     
durante menos tempo e em menor           
quantidade.  
● Diminuem a frequência e a         
intensidade das cólicas menstruais       
(dismenorreias) e dos ciclos       
hipermenorrágicos.  
● Diminuem a incidência de gravidez         
ectópica, doença inflamatória     
pélvica (DIP), câncer de endométrio,         
câncer de ovário, cistos funcionais         
de ovário, doença benigna da mama           
e miomas uterinos.  
● Muito eficazes quando em uso         
correto.  
● Não há necessidade de pausas para           
“descanso”.  
● Podem ser usadas desde a         
adolescência até a menopausa.  
● A fertilidade retorna logo após a           
interrupção de seu uso.  
● Não previnem contra DST/HIV/Aids. 
 
 
MINIPÍLULA 
Os anticoncepcionais orais apenas de         
progestogênio contêm uma dose muito         
baixa de progestogênio. Eles não contêm           
estrogênio.  
● Também são conhecidos como       
minipílulas.  
● São os anticoncepcionais orais       
mais apropriados para a mulher que           
amamenta. Porém mulheres que       
não estão amamentando também       
podem usá-los. 
Mecanismo de ação 
As minipílulas apresentam mecanismo de         
ação e eficácia diferentes dos descritos 
para as pílulas combinadas.  
Livres do componente estrogênico e com           
menores doses de progestógenos, inibem         
a ovulação em 15 a 40% dos casos. Sua                 
ação é mais pronunciada sobre o           
endométrio ​e o muco cervical (promovem           
o espessamento do muco cervical,         
dificultando a penetração dos       
espermatozoides).Por isso, seu efeito         
contraceptivo é mais baixo em relação às             
pílulas combinadas (ALDRIGHI;     
SAUERBRONN; PETTA, 2005b). 
Larissa Moitinho 
 
A ausência do componente estrogênico         
permite sua utilização nas situações em           
que há contraindicação ao uso desse           
esteroide, como as doenças       
cardiovasculares, tabagismo e     
amamentação. 
 
Eficácia 
● Para a lactante​: é muito eficaz           
quando usada de forma correta e           
consistente, com taxa de falha de           
aproximadamente 0,5 em cada 100         
mulheres em um ano. A eficácia em             
uso típico também é alta, com taxa             
de falha de aproximadamente uma         
gravidez para cada 100 mulheres         
em um ano. 
○ A alta eficácia durante a           
lactação explica-se porque a       
lactação, especialmente   
quando exclusiva e nos       
primeiros seis meses,     
oferece alta taxa de       
proteção. 
● Para a não lactante​: a eficácia em             
uso correto e consistente não é tão             
alta quanto à da pílula combinada.           
Não existe muita informação sobre         
a eficácia desse método em uso           
típico fora da lactação, mas a           
maioria dos autores concorda que a           
taxa de gravidez é mais alta do que               
a das pílulas combinadas.  
○ Os estudos disponíveis     
mostram resultados muito     
variáveis.  
○ A taxa de gravidez da         
minipílula é influenciada pela       
maneira como é tomada.  
Efeitos secundários 
Os principais efeitos secundários que         
podem estar relacionados com o uso da 
minipílula são: 
● Alterações no fluxo menstrual. 
● Cefaleia. 
● Sensibilidade mamária. 
Para as mulheres que não estão           
amamentando, os efeitos secundários       
mais comuns são as alterações no fluxo             
menstrual: ​spotting ​(manchas),     
amenorréia​, que pode ocorrer durante         
vários meses, ​fluxo menstrual       
abundante​ ou ​prolongado​. 
OBS: ​Para as lactantes, as alterações           
menstruais podem não ser percebidas ou           
não representam incômodo, porque       
essas mulheres habitualmente não têm         
ciclos regulares. 
● As minipílulas podem prolongar a         
amenorreia durante a     
amamentação. 
 
Riscos 
O risco mais importante é a falha             
anticoncepcional.  
● Para minimizar o risco de gravidez,           
deve ser tomada sempre na mesma           
hora, todos os dias.  
● Algumas horas de atraso já são           
suficientes para aumentar o risco         
de gravidez em mulheres que não           
estão amamentando. Esse risco       
aumenta significativamente se ela       
se esquece de tomar duas ou mais             
Larissa Moitinho 
pílulas (HATCHER; RINEHART;     
BLACKBURN; GELLER; SHELTON,     
2001). 
As usuárias desse método apresentam         
maior risco de gravidez ectópica do que             
as usuárias de anticoncepcional oral         
combinado e de DIU, porém o risco é               
menor do que entre as que não estão               
usando nenhum método     
anticoncepcional (HATCHER; RINEHART;     
BLACKBURN; GELLER; SHELTON, 2001). 
 
Pontos-chave 
● Podem ser usadas por lactantes a             
partir de seis semanas após o           
parto.  
● A quantidade e a qualidade do leite             
materno não são prejudicadas. 
● Não apresentam os efeitos       
colaterais do estrogênio.  
● Não aumentam o risco de         
complicações relacionadas ao uso       
de estrogênio, tais como infarto do           
miocárdio ou acidente vascular       
cerebral. 
● Menor risco de efeitos colaterais         
relacionados ao uso de       
progestogênio, tais como acne e         
aumento de peso, do que com o uso               
de anticoncepcionais orais     
combinados. 
● Podem ajudar a prevenir doenças         
benignas de mama, câncer de         
endométrio, câncer de ovário,       
doença inflamatória pélvica.  
● Boa escolha para as lactantes que           
desejam um anticoncepcional oral.  
● Muito eficazes durante a       
amamentação.  
● Dosagem bastante reduzida.  
● Não diminui a produção do leite           
materno.  
● Não apresentam os efeitos       
colaterais do estrogênio.  
● Quando usadas fora da       
amamentação, alterações   
menstruais são comuns,     
especialmente ciclo menstrual     
irregular e sangramento nos       
intervalos. Isso não constitui perigo         
ou sinal de perigo.  
● Não protegem contra     
DST/HIV/Aids. 
 
INJETÁVEL MENSAL 
Os anticoncepcionais injetáveis mensais       
são combinados e, em suas diferentes           
formulações, contêm um éster de um           
estrogênio natural, o estradiol e um           
progestogênio sintético, diferentemente     
dos anticoncepcionais orais combinados,       
nos quais ambos os hormônios são           
sintéticos. 
 
Mecanismo de ação 
Inibem a ovulação e tornam o muco             
cervical espesso, impedindo a passagem 
dos espermatozoides. Provocam, ainda,       
alterações no endométrio. 
 
Eficácia 
São muito eficazes. A taxa de falha desse               
método varia de 0,1% a 0,3%, durante o               
primeiro ano de uso. 
Larissa Moitinho 
A recuperação da fertilidade após o uso             
de injetáveis mensais é rápida, quando           
comparada com os que contêm somente           
progestogênio (injetável trimestral). Em       
média, o retorno da ovulação acontece           
em 60 a 90 dias após a última injeção. 
 
Efeitos secundários 
● Alterações do ciclo menstrual:       
manchas ou sangramento nos       
intervalos entre as menstruações,       
sangramento prolongado e     
amenorreia. 
● Ganho de peso. 
● Cefaleia. 
● Náuseas e/ou vômitos. 
● Mastalgia. 
 
Riscos 
● Embora não existam dados sobre         
os efeitos dos anticoncepcionais       
injetáveis mensais sobre a       
composição e a quantidade do leite           
materno, seu uso entre as lactantes           
deve ser evitado, pelo menos até o             
sexto mês após o parto. 
● Para evitar o risco de doença           
tromboembólica no período     
puerperal, não devem ser utilizados         
antes dos 21 dias após o parto,             
entre não lactantes. 
● Podem causar acidentes     
vasculares, tromboses venosas     
profundas ou infarto do miocárdio,         
sendo que o risco é maior entre             
fumantes (mais de 20 cigarros/dia),         
com 35 anos ou mais. 
● A eventual relação entre o uso           
desses contraceptivos e risco de         
câncer ginecológico e mamário tem         
sido pouco estudada. Porém o seu           
uso poderia acelerar a evolução de           
cânceres preexistentes.  
Pontos-chave  
● Diminuem a frequência e a         
intensidade das cólicas menstruais.  
● A fertilidade retorna em tempo         
mais curto do que com os injetáveis             
trimestrais. 
● Ajudam a prevenir problemas, tais         
como gravidez ectópica, câncer de         
endométrio, câncer de ovário,       
cistos de ovário, doença       
inflamatória pélvica, doenças     
mamárias benignas e miomas       
uterinos.  
● Método muito efetivo  
● O padrão menstrual altera-se       
menos do que com os injetáveis           
trimestrais.  
● Possivelmente menos riscos     
estrogênicos porque contêm     
estrogênios naturais. 
● Não protegem contra     
DST/HIV/Aids. 
 
INJETÁVEL TRIMESTRAL 
O acetato de medroxiprogesterona é um           
método anticoncepcional injetável     
apenas de progestogênio. É um         
progestogênio semelhante ao produzido       
pelo organismo feminino, que é liberado           
lentamente na circulação sanguínea. É         
também conhecido como acetato de         
Larissa Moitinho 
medroxiprogesterona de depósito –       
AMP-D. 
Mecanismo de ação  
Inibe a ovulação e espessa o muco             
cervical, dificultando a passagem dos         
espermatozoides por meio do canal         
cervical.  
● O AMP-D nãointerrompe uma         
gravidez já instalada.  
Eficácia  
São altamente eficazes. A taxa de falha             
desse método é de 0,3% durante o             
primeiro ano de uso, com injeções           
regulares a cada três meses.  
O retorno da fertilidade, em média, pode             
levar quatro meses após o término do             
efeito (sete meses após a última injeção).             
Em geral, as mulheres engravidam entre 9             
e 16 meses após ter recebido a última               
injeção.  
● Essa demora no retorno da         
fertilidade não está relacionada       
com o tempo de uso. 
 
 
Efeitos secundários 
● Alterações menstruais: são     
comuns, incluindo manchas ou       
sangramento leve (o mais comum),         
sangramento volumoso (raro) ou       
amenorreia (bastante comum,     
ocorre em mais de 50% dos casos             
do segundo ano em diante).  
Apenas cerca de 10% das usuárias de             
acetato de medroxiprogesterona de       
depósito têm ciclos regulares durante o           
primeiro ano de uso.  
● Sangramentos irregulares ocorrem     
com mais frequência durante os         
primeiros seis meses; após esse         
período, tornam-se menos     
frequentes, podendo chegar à       
amenorreia.  
● A porcentagem de mulheres em         
amenorreia pode chegar a 50%,         
após o primeiro ano de uso, e a 70%                 
após três anos de uso.  
● Nesses casos, não há necessidade         
de tratamento, mas uma orientação         
adequada deve ser reforçada para         
as usuárias, no sentido de         
tranquilizá-las quanto a essa       
ocorrência. 
● Aumento de peso​: esse aumento é           
de, aproximadamente, 1,5 a 2 kg ao             
fim do primeiro ano de uso. No             
entanto, algumas usuárias     
continuam ganhando peso, mesmo       
após o primeiro ano. Controle         
dietético pode auxiliar na       
prevenção do ganho de peso. 
● Cefaleia, sensibilidade     
mamária, desconforto abdominal,     
alterações do humor, náuseas,       
queda de cabelos, diminuição da         
libido, acne. 
Riscos 
● Redução da densidade mineral       
óssea: a provável influência do         
AMP-D sobre o osso tem sido           
estudada, uma vez que a densidade           
óssea pode ser alterada pelo seu           
uso. 
● Quando usado na menacme       
(menarca), o bloqueio do eixo         
Larissa Moitinho 
hipotálamo-hipófiseovário causa   
supressão na produção de       
estrogênio, que aumenta a       
reabsorção óssea.  
● As alterações provocadas pelo       
AMP-D, em geral, parecem ser         
leves, sendo necessários mais       
estudos até que esse efeito seja           
totalmente esclarecido e seu risco         
completamente definido (PETTA;     
BASSALOBRE; ALDRIGHI, 2005). 
● Alteração do metabolismo lipídico:       
algumas pesquisas demonstram     
mudanças nos níveis de       
triglicerídeos e colesterol e redução         
do HDL-colesterol.  
● Existe a preocupação de que os           
baixos níveis de HDL-colesterol       
estejam relacionados com a maior         
formação de ateromas e       
coronariopatias.  
● O uso do AMP-D em mulheres com 
● coronariopatia ou que tenham risco         
aumentado para arteroesclerose     
não deve ser a primeira opção           
(PETTA; BASSALOBRE; ALDRIGHI,     
2005). 
Pontos-chave 
● Diminui a incidência de gravidez         
ectópica, câncer de endométrio,       
doença inflamatória pélvica (DIP),       
mioma uterino. 
● Pode ajudar a prevenir câncer de           
ovário e cistos de ovário. 
● Pode ajudar a diminuir a frequência           
de crises de falcização, em         
portadoras de anemia falciforme,       
por promover estabilização da       
membrana das hemácias. 
● Pode ajudar a diminuir a frequência           
de crises convulsivas, em       
portadoras de epilepsia. 
● Muito eficaz e seguro. 
● Alterações no ciclo menstrual são         
comuns. 
● Atraso no retorno da fertilidade. 
● Pode ser usado durante a         
amamentação. 
● Não tem as contraindicações dos           
contraceptivos orais e injetáveis       
combinados, por não possuir o         
componente estrogênico.  
● Não protege contra DST/HIV/Aids. 
 
PRESERVATIVO MASCULINO 
Consiste em um envoltório de látex,           
poliuretano ou silicone, bem fino, porém           
resistente, que recobre o pênis durante o             
ato sexual e retém o esperma por ocasião               
da ejaculação, impedindo o contato com           
a vagina, assim como impede que os             
microorganismos da vagina entrem em         
contato com o pênis e vice-versa.  
● É um método que, além de evitar a               
gravidez, reduz o risco de         
transmissão de DST/HIV/Aids. 
 
Mecanismo de ação 
Os condons ajudam a prevenir tanto a             
gravidez quanto as DST/HIV/Aids. Usados         
corretamente, eles não permitem que os           
espermatozoides e os microorganismos 
contidos no sêmen entrem em contato           
com a vagina; também impedem que os             
Larissa Moitinho 
microorganismos da vagina penetrem no         
pênis. 
 
Eficácia 
É importante destacar que o condom           
deve ser usado corretamente, em todas 
as relações sexuais, para ser altamente           
eficaz. Muitos homens não usam o           
condom adequadamente ou não o usam           
em todas as relações sexuais. Nesses           
casos, eles correm o risco de engravidar a               
parceira, de contrair ou de transmitir uma             
DST. O condom é o único meio de               
proteção contra a transmissão sexual do           
HIV. 
 
Efeitos secundários 
● Alergia ao látex. 
● Irritação vaginal devido à fricção,           
quando se usa preservativo não         
lubrificado. 
Benefícios não contraceptivos 
● Ausência de efeitos sistêmicos. 
● Redução de risco de transmissão         
do HIV e de outras DST. 
● Redução da incidência das       
complicações causadas pelas DST. 
● Podem proteger as mulheres da         
doença inflamatória pélvica (DIP). 
● Previnem ou detêm o       
desenvolvimento de anormalidades     
nas células do colo uterino, que           
podem levar ao câncer cervical. 
● Na fase inicial da gestação, podem           
prevenir a infecção do líquido         
amniótico, que pode desencadear       
parto prematuro. Podem ser       
usados para prevenir DST durante a           
gravidez. 
● Auxiliam a prevenir a ejaculação         
precoce, pois reduzem um pouco a           
sensibilidade. 
 
DIAFRAGMA 
O diafragma é um método vaginal de             
anticoncepção que consiste em um         
capuz 
macio de látex ou de silicone côncavo,             
com borda flexível, que recobre o colo             
uterino. 
● Existem diafragmas de diversos       
tamanhos, sendo necessária a       
medição por profissional de saúde         
treinado para determinar o       
tamanho adequado a cada mulher.  
● O produto de fabricação nacional         
está disponível nos tamanhos: 60         
mm, 65 mm, 70 mm, 75 mm, 80 mm                 
e 85 mm. 
 
Mecanismo de ação 
O diafragma impede a penetração dos           
espermatozoides no útero e trompas. 
 
 
 
Eficácia 
A eficácia depende do uso do diafragma             
de forma correta, todas as vezes em que               
a mulher tenha relação sexual. 
Em uso rotineiro, não consistente, são           
pouco eficazes: a taxa de gravidez é de 20                 
para cada 100 mulheres, no primeiro ano             
de uso. 
Larissa Moitinho 
Usados correta e consistentemente são         
eficazes: a taxa de gravidez é de 6 para                 
cada 100 mulheres, no primeiro ano de             
uso. 
 
Efeitos secundários  
Raramente ocorrem.  
● Ocasionalmente, pode haver     
irritação vaginal devido aos agentes         
espermicidas empregados.  
● Nesse caso, aconselha-se mudança       
do produto.  
● O posicionamento inadequado ou a         
manutenção do diafragma na       
vaginapor período superior a 24           
horas poderá acarretar irritação da         
mucosa vaginal e infecções       
urinárias.  
 
Benefícios não contraceptivos  
● Ausência de efeitos sistêmicos. 
● Prevenir algumas DST (cervicites) e         
suas complicações.  
● Possivelmente auxilia na prevenção       
do câncer de colo de útero.  
 
Pontos-chave  
● É um método controlado pela         
mulher.  
● Previne algumas DST e       
complicações por elas causadas,       
especialmente gonococos e     
clamídia.  
● Não protege contra HIV, HPV,         
herpes genital e tricomonas porque         
não recobre a parede vaginal e a             
vulva.  
● Previne a gravidez, se utilizado         
correta e consistentemente. 
 
INTESTINO GROSSO 
 
Objetivo: Entender a etiologia,       
fisiopatologia, fatores de risco e         
prevenção do câncer de colorretal,         
hemorroidas e fissura anal; 
 
CANCÊR COLORRETAL 
ETIOLOGIA  
O CCR ocorre mais frequentemente como           
uma transformação nos pólipos       
adenomatosos.  
● Cerca de 80% dos casos são           
esporádicos, e 20% têm um         
componente hereditário.  
● Os fatores predisponentes incluem       
colite ulcerativa crônica e colite de           
Crohn; o risco de câncer aumenta           
proporcionalmente à duração     
dessas doenças. 
Pacientes em populações com alta         
incidência de câncer colorretal ingerem         
dietas pobres em fibras que são ricas em               
proteína animal, gordura e carboidratos         
refinados.  
● Os carcinógenos podem ser       
ingeridos na dieta, mas é mais           
provável que sejam produzidos por         
ação bacteriana sobre substâncias       
da dieta ou secreções biliares ou           
intestinais. O mecanismo exato é         
desconhecido. 
 
Larissa Moitinho 
O CCR dissemina-se por extensão direta           
pela parede abdominal, metástase       
hematogênica, metástase para linfonodos       
regionais e invasão perineural. 
 
FATORES DE RISCO 
●​ Idade igual ou acima de 50 anos. 
● Obesidade. 
● Inatividade física. 
● Tabagismo prolongado. 
● Alto consumo de carne vermelha ou             
processada. 
● Baixa ingestão de cálcio. 
● Consumo excessivo de álcool. 
● Alimentação pobre em frutas e fibras. 
● Existem fatores de origem hereditária           
que aumentam o risco, os quais incluem             
histórico familiar de câncer colorretal e/ou           
pólipos adenomatosos. 
● Algumas condições genéticas como a           
polipose adenomatosa familiar e o câncer           
colorretal hereditário sem polipose. 
● ​Histórico de doença inflamatória         
intestinal crônica (colite ulcerativa 
ou doença de Crohn) . 
● ​Diabetes tipo 2. 
● E ainda fatores como a exposição             
ocupacional à radiação ionizante. 
 
 
PREVENÇÃO 
● Ingestão de água. 
● Dieta rica em fibras. 
● Atividade física. 
● Exame de sangue oculto nas fezes. 
 
HEMORROIDAS 
FISIOPATOLOGIA 
Hemorroidas são veias ao redor do ânus ou               
do reto que se inflamam ou dilatam.  
● Durante o movimento intestinal,       
essas veias dilatam-se e       
retraem-se, geralmente voltando     
ao tamanho normal.  
● No entanto, o esforço repetido para           
evacuar, seja por intestino preso         
(obstipação) ou fezes endurecidas,       
pode dificultar o processo de         
drenagem do sangue e provocar a           
formação de hemorroidas. 
 
As hemorroidas podem ser externas ou           
internas. Quando externas,     
assemelham-se às varizes ou a pelotas de             
sangue e são visíveis na borda do ânus.               
Quando internas, localizam-se acima do         
esfíncter anal e causam sintomas mais           
agudos. 
FATORES DE RISCO 
● Obstipação, vulgarmente   
conhecida como prisão de ventre; 
● Gravidez: em virtude da pressão         
que o feto exerce sobre as veias da               
parte inferior do abdome; 
● Obesidade: o excesso de peso         
também aumenta a pressão nas         
veias abdominais; 
● Vida sedentária: diminui o estímulo         
para a digestão dos alimentos e a             
irrigação sanguínea do ânus; 
● Componente genético: casos de       
hemorroidas na família podem       
indicar predisposição para     
desenvolver a doença, porém, é         
possível o seu desenvolvimento       
Larissa Moitinho 
sem que haja precedentes       
familiares; 
● Dieta pobre em fibras e pouca           
ingestão de líquidos; 
● Sexo anal: pode produzir fissuras         
numa região que tem muitos vasos           
sanguíneos. 
PREVENÇÃO 
● Evite o papel higiênico que irrita e             
aumenta a inflamação. Lave a         
região anal e seque com toalha de             
algodão; 
● Procure adotar uma dieta saudável         
à base de alimentos ricos em fibras             
e frutas frescas; 
● Beba muito líquido, porém evite as           
bebidas alcoólicas; 
● Respeite a necessidade de       
evacuar; 
● Lembre-se: banheiro não é       
biblioteca. Permaneça sentado no       
vaso sanitário somente o tempo         
necessário para evacuar. Se não         
conseguir naquele momento, tente       
mais tarde. Procure relaxar. Muito         
esforço afetará as veias que podem           
já estar enfraquecidas; 
● Evite permanecer muito tempo na         
mesma posição. Caminhe sempre       
que possível, inclusive no local de           
trabalho; 
● Banhos de assento mornos e         
compressas de gelo ajudam a         
aliviar os sintomas e a eliminar o             
inchaço. 
 
FISSURA ANAL 
ETIOLOGIA  
Acredita-se que as fissuras anais resultem           
da laceração por fezes largas ou duras ou               
por fezes soltas frequentes. O trauma (p.             
ex., relação sexual anal) é uma causa rara.               
A fissura pode causar espasmo do           
esfíncter anal interno, diminuindo o fluxo           
sanguíneo e perpetuando a fissura. 
 
FISIOPATOLOGIA 
A fissura anal consiste numa solução de               
continuidade do revestimento do canal         
anal e manifesta-se por dor associada à             
defecação e rectorragias. 
● A dor anal é percepcionada de             
forma e intensidade variáveis,       
como uma sensação de rasgadura,         
de ardor ou queimadura,       
frequentemente severa, por vezes       
incapacitante, sendo   
caracteristicamente desencadeada   
pela passagem das fezes.  
A proctalgia pode persistir por tempo           
variável, de forma contínua ou         
recrudescente após período de alívio         
transitório, durando alguns minutos até         
algumas horas, acabando por       
desaparecer até à próxima dejecção.  
● A dor pode ser localizada ao ânus             
ou apresentar irradiação para as         
regiões lombar, nadegueira e coxas         
bem como para os órgãos genitais e 
urinários.  
● As rectorragias caracterizam-se     
pela presença de sangue vermelho         
vivo nas fezes, na sanita ou no             
papel higiénico. 
 
FATORES DE RISCO 
Larissa Moitinho 
● Defecar fezes grandes ou duras e           
secas 
● Prisão de ventre e esforço durante           
as evacuações 
● Diarreia crônica 
● Sexo anal 
● Inflamação da área retal causada         
pela doença de Crohn ou outra           
doença inflamatória do intestino. 
 
Objetivo: Compreender a diferença entre         
melena e hematoquezia e elencar as           
principais doenças que causam esses         
sintomas; 
 
MELENA 
São fezes enegrecidas e mal cheirosas e             
tipicamente indicam sangramento     
digestivo alto, mas o intestino delgado e o               
cólon direito também podem ser suas           
fontes. 
● Cerca de 100 a 200 mL de sangue               
no trato digestório superior são         
necessários para produzir melena,       
a qual pode persistir por vários dias             
depois de cessado o sangramento.  
● Fezes negras que não contêm         
sangue oculto podem ser       
secundárias à ingestão de ferro, debismuto e vários alimentos, e não           
devem ser confundidas com       
melena. 
HEMATOQUEZIA 
Consiste na passagem de grande         
quantidade de sangue pelo reto e           
geralmente indica sangramento digestivo       
baixo, mas pode ter origem em           
sangramentos altos vultosos com trânsito         
intestinal acelerado que leva o sangue           
através do intestino. 
 
 
 
Objetivo: Entender os exames       
complementares relacionados a     
hematoquezia: colonoscopia, 
retossigmoidoscopia e anuscopia     
(ressaltar o toque retal). 
 
COLONOSCOPIA 
É um exame endoscópico que possibilita a             
visualização do intestino grosso: reto,         
cólon sigmóide, descendente, transverso,       
ascendente e ceco e da porção final do               
intestino delgado: íleo terminal.  
● Ela é solicitada no intuito de           
diagnosticar e, quando possível,       
tratar doenças que acometem o         
trato gastrointestinal baixo.  
Larissa Moitinho 
● É realizado pela introdução de um           
aparelho flexível (fibroscópio) com       
iluminação central que permite a         
visualização do revestimento     
mucoso de todo o trajeto         
examinado do tubo digestivo.  
● O exame pode ser realizado com           
sedação ou anestesia, utilizando       
medicação administrada por uma       
veia para permitir que você relaxe e             
adormeça.  
● As principais indicações para       
realização do exame são: avaliação         
de alteração do ritmo intestinal,         
sangramento digestivo baixo e       
rastreamento e prevenção de       
câncer de cólon.   
● A colonoscopia permite a detecção         
e tratamento de lesões       
pré-malignas e de câncer de cólon           
em fase inicial, que se apresentam           
ao exame como lesões elevadas         
(pólipos), planas ou deprimidas,       
passíveis de serem retiradas       
endoscopicamente durante o     
exame.  
● O exame pode ser realizado em           
regime de hospital-dia ou de         
internação hospitalar. 
RETOSSIGMOIDOSCOPIA 
Retossigmoidoscopia é um tipo de         
procedimento médico realizado para       
averiguar as condições físicas da porção           
final do intestino grosso.  
● Isso é feito por meio da inserção de               
um tubo flexível com uma câmera           
na ponta no ânus do paciente.   
● A retossigmoidoscopia é bastante       
similar à colonoscopia, sendo que         
ambos exames se diferenciam mais         
no preparo do que na realização em             
si. 
A retossigmoidoscopia serve para avaliar         
o estado de saúde da porção final do               
intestino grosso do paciente, avaliando,         
por exemplo, a presença de pólipos,           
verrugas ou fissuras que podem causar           
algum dano a sua saúde ou evoluir para               
uma condição maligna no futuro, como o             
câncer de cólon e reto. 
● A retossigmoidoscopia é ideal,       
também, para avaliar secreções       
que saem do intestino grosso, além           
de checar a presença de condições           
como a colite, a esquistossomose e           
a Doença de Crohn, por exemplo. 
 
ANUSCOPIA 
É um exame para avaliar o canal anal. 
● Com utilização de um equipamento         
chamado de anuscópio, um       
pequeno espéculo que é       
introduzido no ânus a fim de           
examinar o canal anal.  
● O paciente fica deitado em         
decúbito lateral esquerdo (de lado         
com as pernas dobradas).  
● É realizado sob sedação       
endovenosa e local, com emprego         
de gel tópico para que o paciente             
não sinta dor. 
Doenças examinadas 
● Hemorróidas; 
● Fissuras; 
● Fistulas; 
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● Condilomas por HPV; 
● Abscessos anais; 
● Prolapsos retais; 
● Plicomas.; 
● Tumores; 
● Dermatite perianal; 
 
Normalmente, o médico pede o exame 
quando o paciente apresenta os seguintes 
sintomas:   
● Dor anal; 
● Saída de secreção; 
● Ardência; 
● Prurido (coceira); 
● Percepção de prolapso; 
● Anormalidades ao exame de toque; 
● Sangramentos; 
● Alterações cutâneas anais; 
● Distúrbios evacuatórios. 
 
TOQUE RETAL 
O exame de toque retal se tornou popular               
por ser o mais indicado para identificar             
alterações que podem ser sinal de câncer             
de próstata, mas ele também pode avaliar             
diversas condições. O procedimento é         
rápido (dura em média 10 segundos) e             
indolor e não traz riscos à saúde. 
O toque retal possibilita identificar sinais           
de doenças na próstata, como prostatite           
(inflamação da próstata), hiperplasia       
(aumento da próstata) e câncer de           
próstata, mas são necessários outros         
exames para confirmar o diagnóstico,         
como de urina e sangue (PSA). O médico               
também pode examinar problemas como         
fissuras anais​, ​hemorroidas ​e ​outras         
alterações no reto, uretra, ânus e canal             
vaginal. 
● Na maioria dos casos, o exame é             
feito quando há suspeita de alguma           
doença ou inflamação. 
 
PULMÕES 
 
Objetivo: Compreender a etiologia,       
fisiopatologia, fatores de risco e         
prevenção do câncer de pulmão,         
tuberculose e bronquiectasia; 
 
CÂNCER DE PULMÃO 
ETIOLOGIA  
A causa mais importante do câncer de             
pulmão, responsável por cerca de 85% dos             
casos, é o tabagismo. 
O risco de câncer difere de acordo com a                 
idade, intensidade e duração do         
tabagismo. 
● O risco de câncer de pulmão           
aumenta com a exposição       
combinada a toxinas e tabagismo.  
● Outros fatores de risco       
confirmados ou possíveis incluem       
poluição atmosférica, fumar     
maconha, exposição a tabagismo       
passivo e a agentes carcinógenos         
(p. ex., amianto, radiação, arsênio,         
cromatos, níquel, éteres     
clorometílicos, hidrocarbonetos   
aromáticos policíclicos, gás     
mostarda ou emissões de fornos de           
carvão de coque, cozimento       
primitivo e locais primitivos de         
aquecimento).  
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● Ainda é necessário determinar o         
risco de câncer de pulmão         
associado a sistemas eletrônicos       
de entrega de nicotina (p. ex.,           
e-cigarros). 
O risco de câncer cai após o abandono do                 
hábito de fumar, mas nunca retorna ao             
estado basal.  
● Cerca de 15 a 20% das pessoas que               
desenvolvem câncer de pulmão       
nunca fumaram ou fumaram       
minimamente. 
 
Se e quanta exposição ao radônio           
doméstico aumenta o risco de câncer de             
pulmão é controverso. 
● Suspeita-se também que a doença         
pulmonar obstrutiva crônica     
(DPOC), deficiência de     
alfa1-antitripsina e fibrose     
pulmonar podem aumentar a       
suscetibilidade ao câncer de       
pulmão.  
● As pessoas cujos pulmões são         
afetados por outras doenças       
pulmonares (p. ex., tuberculose)       
têm potencialmente maior risco de         
câncer de pulmão. A 
● lém disso, fumantes ativos que         
ingerirem suplementos de     
betacaroteno podem ter maior       
risco de desenvolver câncer de         
pulmão. 
 
FISIOPATOLOGIA 
Mais de 95% de todos os casos de câncer                 
de pulmão consiste de um dos quatro tipos               
histológicos mais frequentes:     
espinocelular (ou escamoso),     
adenocarcinoma, carcinoma de grandes       
células ou carcinoma de pequenas células.  
● Entre os tumores primários do         
pulmão com menor frequência       
temos sarcomas, tumores com       
elementos sarcomatóides (câncer     
de células gigantes,     
carcinossarcomas, blastoma   
pulmonar) e outras neoplasias       
(câncer mucoepidermóide, câncer     
adenocístico, linfomas e     
plasmocitoma primários do     
pulmão). 
Alguns dados ocidentais apontam para         
uma mudança na frequência dos tiposhistológicos.  
● Até a década de 80, o câncer de               
pulmão mais frequente nos       
Estados Unidos da América era o           
carcinoma espinocelular. Depois     
desta época, o adenocarcinoma       
passou a ser o tipo histológico mais             
frequente.  
● O carcinoma de pulmão de         
pequenas células chegou a ser         
responsável por aproximadamente     
20% dos casos de câncer de           
pulmão, contudo a incidência deste         
tipo histológico vem decaindo.  
● Paralelamente, a incidência do       
carcinoma bronquioloalveolar vem     
aumentando, tanto em tabagistas       
como em não tabagistas. 
 
FATORES DE RISCO 
● O tabagismo e a exposição passiva           
ao tabaco são principais fatores de           
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risco para o desenvolvimento do         
câncer de pulmão. 
● Exposição ocupacional a agentes       
químicos ou físicos (asbesto, sílica,         
urânio, cromo e radônio). 
● Altas doses de suplementos de         
betacaroteno em fumantes e       
ex-fumantes. 
 
PREVENÇÃO 
● Não fumar. 
● Não se expor a agentes. 
● Não ficar no mesmo ambiente que           
os fumantes. 
 
TUBERCULOSE 
ETIOLOGIA  
Tuberculose refere-se propriamente     
apenas a doenças causadas pelo         
Mycobacterium tuberculosis (do qual os         
seres humanos são o principal         
reservatório). Doença semelhante às vezes         
resulta de M. bovis, M. africanum e M.               
microti—que juntas com M. tuberculosis         
são conhecidas como o complexo         
Mycobacterium tuberculosis. 
 
Tuberculose ocorre quase exclusivamente       
por inalação de partículas em suspensão           
(núcleos de gotículas) que contêm o M.             
tuberculosis. A disseminação ocorre       
principalmente durante tosse, canto e em           
outras manobras respiratórias forçadas       
que a pessoa com TB pulmonar ou laríngea               
ativa e cujo escarro contém         
microrganismos significativos   
(tipicamente o suficiente para tornar a           
amostra positiva). Pessoas com lesões         
cavitárias pulmonares são especialmente       
infectantes por causa do alto número de             
bactérias contidas na lesão. 
 
Núcleos de gotículas (partículas com         
diâmetro < 5 μ) contendo bacilos de             
tuberculose podem flutuar em correntes         
de ar em cômodos durante várias horas,             
aumentando a chance de disseminação.         
No entanto, quando essas gotículas caem           
em uma superfície, é difícil suspendê-las           
novamente (p. ex., varrendo o chão,           
sacudindo roupas de cama) como         
partículas respiráveis. Embora tais ações         
possam ressuspender as partículas de pó           
contendo bacilos de tuberculose, estas         
partículas são demasiado grandes para         
alcançar as superfícies alveolares       
necessárias para iniciar a infecção.         
Contato com fômites (p. ex., superfícies,           
alimentos e respiradores pessoais       
contaminados) não parecem facilitar a         
disseminação. 
 
O grau de contágio dos pacientes com             
tuberculose pulmonar ativa não tratada é           
muito variável. Certas cepas de M.           
tuberculosis são mais contagiosas e os           
pacientes com baciloscopia positiva são         
mais contagiosos do que aqueles com           
resultados positivos apenas na cultura.         
Pacientes com doença cavitária (que está           
intimamente associada à quantidade de         
micobactérias no escarro) são mais         
contagiosos do que os outros. 
 
Fatores ambientais também são       
importantes. A transmissão aumenta pela         
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exposição frequente ou prolongada a         
pacientes não tratados que dispersam         
grande volume de bacilos da tuberculose           
em espaços superlotados, fechados e         
pouco ventilados; assim, pessoas que         
vivem em condições precárias ou em           
instituições têm mais risco.       
Aproximadamente um quarto dos contatos         
domésticos adquirem a infecção. 
 
Portanto, as estimativas de contágio         
variam muito; alguns estudos sugerem que           
apenas 1 em cada 3 pacientes com TB               
pulmonar não tratada infecta algum         
contato próximo; a OMS estima que cada             
paciente não tratado pode infectar 10 a 15               
pessoas por ano. Mas a maioria das             
pessoas infectadas não desenvolve a         
doença ativa. 
 
O contágio diminui rapidamente quando o           
tratamento eficaz começa; organismos       
são menos infecciosos, mesmo se         
persistirem no escarro, e a tosse diminui.             
Estudos de contatos domiciliares indicam         
que a transmissibilidade termina 2         
semanas depois de os pacientes iniciarem           
o tratamento eficaz. 
 
O contágio de microrganismos por         
aerossol, após irrigação de feridas         
infectadas, é menos comum em         
laboratórios de micobacteriologia ou em         
salas de autópsia. 
 
FISIOPATOLOGIA 
A tuberculose pode ocorrer em 3 estágios:, 
● Infecção primária 
● Infecção latente 
● Infecção ativa 
Bacilos M. tuberculosis causam       
inicialmente uma infecção primária, que         
raramente resulta em doença aguda. A           
maioria das infecções primárias (95%) é           
assintomática e seguida por uma fase           
latente (dormente). Um percentual variável         
de infecções latentes posteriormente é         
reativado, com sinais e sintomas de           
doença, e, em alguns casos, por uma             
doença ativa. 
 
Normalmente a infecção não é         
transmissível na fase primária e nunca é             
contagiosa na fase latente. 
 
FATORES DE RISCO 
alguns dos fatores de risco associados à             
infecção por tuberculose, são: 
● Diabetes. 
● Tabagismo. 
● Uso de álcool e uso de outras             
drogas. 
● HIV. 
 
PREVENÇÃO 
A vacina do bacilo Calmette-Guérin (BCG),           
feita de uma cepa atenuada de M. bovis , é                   
administrada a > 80% das crianças do             
mundo, em especial em países de alto             
risco. A eficácia média global é           
provavelmente de apenas 50%. BCG reduz           
claramente a taxa de TB extratorácica em             
crianças, especialmente meningites por       
tuberculose, e pode prevenir a infecção           
por TB. 
 
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BRONQUIECTASIA 
ETIOLOGIA  
A bronquiectasia é mais bem considerada           
como o ponto final comum de várias             
doenças que causam inflamação crônica         
das vias respiratórias.  
● A bronquiectasia pode afetar       
muitas áreas do pulmão       
(​bronquiectasias difusas​) ou pode       
aparecer apenas em 1 ou 2 áreas             
(​bronquiectasias focais​). 
A ​bronquiectasia difusa se desenvolve         
mais frequentemente em pacientes com         
defeitos genéticos, imunológicios ou       
anatômicos que afetam as vias         
respiratórias.  
● Nos países desenvolvidos, a       
princípio, muitos casos parecem       
ser idiopáticos, em parte porque         
provavelmente o início é tão lento           
que o problema desencadeador não         
pode ser identificado no momento         
em que a bronquiectasia é         
reconhecida.  
● Com os exames genéticos e         
imunológicos aprimorados mais     
recentes, vários estudos     
descrevem a descoberta de uma         
etiologia nesses casos idiopáticos       
após uma avaliação cuidadosa e         
sistemática. 
 
Fibrose cística (FC) é comumente         
associada a essa doença, e FC           
previamente não diagnosticada pode ser         
responsável por até 20% dos casos           
idiopáticos.  
● Mesmo pacientes heterozigotos,     
que normalmente não têm       
manifestações clínicas da FC,       
podem ter maior risco de         
bronquiectasias. 
Imunodeficiências​, como a     
imunodeficiência variável comum (CVID),

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