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Nome: Patrine Pecker, Clara Freiras, Lara Kengeriski, Tatiara Muniz Turno: Manhã 1) No julgado do STJ foi recusada a interpretação analógica realizada pelo TJ-SC. Por quê? 2) O STJ entendeu que as regras sobre expediente forense e o protocolo não deveriam ser flexibilizadas. Explique os fundamentos de tal entendimento considerando o princípio da instrumentalidade das formas: Respostas: 1) Segundo Tércio Sampaio, analogia é quando uma norma, estabelecida com e para determinada facti species, é aplicável a conduta para a qual não há norma. Outrossim, para caber uma analogia tem de existir lacuna, uma brecha na lei, uma incompletude no ordenamento jurídico. Trata-se do processo de averiguação do sentido da norma, valendo-se da própria lei, através do método de semelhança. Como consta no voto da relatora, o parágrafo 3° do artigo 212 do CPC/15 ‘’quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciaria local’’ e, conforme o art. 1º da Resolução n. 07/2006 do Tribunal de Justiça de Santa Catarina dispõe, “o expediente da Secretaria do Tribunal de justiça e da Justiça de Primeiro Grau, bem como a jornada de trabalho dos servidores, é estabelecido, experimentalmente, a contar de 12 de junho de 2006, das 12 às 19 horas”. A relatora traz em seu voto as normas que tratam sobre o horário de funcionamento do protocolo, nas quais não há qualquer lacuna, ou seja, não há possibilidade de interpretação analógica, nem mesmo se considerarmos o protocolo postal, que foi o caso. Esse protocolo é um convênio para facilitar o protocolo e deve seguir as normas existentes. 2) No princípio da instrumentalidade das formas, o entendimento é de aplicá-lo como um instrumento para se atingir determinada finalidade (teleologia). Por isso, a instrumentalidade das formas é importante para que se resolvam os conflitos, mesmo que haja falta de solenidades e desde que não cause prejuízo às partes. O processo civil não é um fim em si mesmo, mas o instrumento pelo qual se faz valer o direito substancial das partes (Marcus Vinicius Rios Gonçalves). No caso concreto, se fosse entendido e aplicado, tal princípio beneficiaria o réu e prejudicaria o autor, tendo em vista que somente uma parte seria privilegiada. Portanto, não cabe sua aplicação, pois compromete a segurança jurídica, visto que esse princípio tem a função de efetiva prestação jurisdicional para quem dele necessita. Conforme consta no CPC/15: Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Depreende-se que a instrumentalidade das formas não é aplicada ao caso em questão, pois a intempestividade da contestação não está prevista dentre as possibilidades de enquadramento desse princípio.
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