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VICTORIA CHAGAS 1 Paladar ANATOMIA A gustação é primariamente uma função da língua, mas regiões da faringe, do palato e da epiglote têm alguma sensibilidade A ponta da língua é a mais sensível para o sabor doce, o fundo para o amargo, e as bordas laterais para o salgado e o azedo. Entretanto, isso não significa que sentimos o sabor “doce” apenas na ponta da língua. A maior parte da língua é sensível a todos os sabores básicos. ▪ Língua → é um órgão muscular dividido em oral (papilas) e faríngea (base da língua). A inervação da língua é composta por: - Inervação motora → Hipoglosso (NC VXII) - Inervação sensitiva → Nervo trigêmeo (NCV) - Inervação sensitiva gustatória → 2/3 anteriores pelo nervo facial (NC VII), 1/3 posterior pelo nervo glossofaríngeo (NC IX) e base + faringe e epiglote pelo nervo vago (NC X) ▪ Botões gustativos → Estruturas que detectam estímulos gustatórios - Maioria estão nas papilas, mas podem estar em outras regiões da língua, no palato, nos lábios e na garganta. - Os botões são estruturas ovais embutidas no epitélio da língua e da boca - Possuem 3 tipos de células: (1) Células gustatórias – continuamente substituídas (vida média de 10 dias) (2) Células basais (3) Células de suporte VICTORIA CHAGAS 2 TRANSDUÇÃO GUSTATÓRIA Os sabores básicos que elas são receptivas: ✓ Salgado → NaCl ✓ Ácido → HCl ✓ Doce → frutose, sacarose ✓ Amargo → K+, Mg2+ ✓ Umami → aminoácidos Quando um composto químico ativo essa célula, seu potencial de membrana se altera (despolarização). Essa despolarização promove a abertura de canais de Ca++ dependentes de voltagem. O Ca++ entra no citoplasma e promove a liberação do neurotransmissor, que depende do tipo de sabor: - Salgado, azedo (ácido) e amargo: SEROTONINA - Doce, amargo e umami: TRIFOSFATO DE ADENOSINA (ATP) ▪ Salgado 1) Indivíduo come uma comida com NaCl 2) Concentrações de Na+ fora da célula aumentam 3) Na+ se difunde para dentro da célula 4) Despolarização 5) Abertura dos canais de Ca2+ 6) Liberação de neurotransmissor (Serotonina) ▪ Azedo 1) HCL 2) HCL se dissolve na água, liberando H+ 3) H+ se liga a canais de K+ bloqueando a sua entrada 4) Despolarização 5) Abertura de canais iônicos do tipo TRP 6) Liberação de neurotransmissores (Serotonina) ▪ Amargo 1) Receptores T1R e T2R associados a proteína G 2) Proteína G estimula a fosfolipase C 3) Aumento da produção de IP3 4) IP3 ativa os canais de Na+ 5) Despolarização 6) IP3 também faz com que exista a liberação de Ca2+ presente em vesículas intracelulares 7) Liberação de neurotransmissor (ATP) ▪ Doce (igual ao amargo, difere nos receptores) 1) Receptores T1R2 e T1R3 ▪ Umami (igual ao amargo, difere nos receptores) 2) Receptores T1R1 e T1R3 VICTORIA CHAGAS 3 VIAS CENTRAIS Botões gustatórios→ axônios gustatórios primários (NC VII, IX e X)→ núcleo gustatório no tronco encefálico→ tálamo (sinapse no VPM – núcleo ventral posteromedial)→ córtex gustatório primário (área 36 de Brodmann) ipsilateral. Fibras também podem seguir para o giro pós-central (sensibilidade) e para a região insular (ínsula→ amígdala – memória gustatória) VICTORIA CHAGAS 4 LESÕES Ageusia → perda total da gustação Hipogeusia → perda parcial da gustação Disgeusia → sentir um gosto que não é o real Parageusia → interpretação errônea do estímulo Fantogeusia → percepção de gosto na ausência de estímulo gustativo Facial: perda da sensibilidade para o salgado e azedo predominantemente Glossofaríngeo: perda da sensibilidade para o azedo e amargo Núcleo VPM: perda da percepção gustatória (Ageusia) Lesões centrais como no hipotálamo, núcleos da base e amigdalas: desinteresse por alimentos ou alteração nas preferencias alimentares