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Sociedade, poder e bem comum

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SOCIEDADE, PODER E 
BEM COMUM
Fonte principal:
Norberto Bobbio
Que é sociedade?
• De acordo com Bobbio, a abordagem do 
tema sociedade – e sociedade civil, de 
modo especial – passa pelo 
enfrentamento da grande dicotomia:
PÚBLICO
X
PRIVADO
• O que se encontra implícito nessa 
dicotomia:
– Pertença à coletividade x pertença ao 
indivíduo
– Poder central superior x poderes periféricos 
inferiores
• Dicotomias correspondentes:
– Sociedade de iguais (econômica) e sociedade de 
desiguais (política)
– Lei (Direito Público) e Contrato (Direito Privado)
– Justiça Comutativa (troca “justa”) e Justiça 
Distributiva (segundo o “mérito” ou “necessidade”)
Estado de Natureza
Esfera Econômica
Sociedade Civil
Estado Civil
Esfera Política
Estado Político
Axiologia e primazia
Primazia do Privado
• Instituições principais: 
família, propriedade, 
contrato, testamentos.
• Demonstra-se na 
resistência que o direito 
de propriedade opõe à 
ingerência do poder 
soberano (direito de 
expropriação dos bens do 
súdito por motivos de 
utilidade pública).
Primazia do Público
• Fundamento: o todo vem 
antes das partes; 
irredutibilidade do bem 
comum à soma dos bens 
individuais.
• Significa o aumento da 
intervenção estatal na 
regulação coativa dos 
comportamentos dos
• indivíduos e dos grupos 
infra-estatais.
• Publicização do privado:
– processo de subordinação dos interesses do 
privado aos interesses da coletividade 
representada pelo Estado que invade e 
engloba progressivamente a sociedade civil.
• Privatização do público:
– Revanche dos interesses privados através da 
formação dos grandes grupos que se servem 
dos aparatos públicos para o alcance dos 
próprios objetivos
Público x Privado: outro significado
• Público: aquilo que é manifesto, aberto ao 
público, feito diante de espectadores.
• Privado: aquilo que se diz ou se faz
• num restrito círculo de pessoas e, no 
limite, em segredo.
“Sociedade civil”
• Negativamente, por "sociedade civil" 
entende-se a esfera das relações sociais 
não reguladas pelo Estado, entendido 
restritivamente e quase sempre também 
polemicamente como o conjunto dos 
aparatos que num sistema social 
organizado exercem o poder coativo.
• Uma primeira acepção: são as várias 
formas de associação, existentes antes do 
Estado, que os indivíduos formam entre si 
para a satisfação dos seus mais diversos 
interesses, associações às quais o Estado 
se superpõe para regulá-las mas sem 
jamais vetar-lhes o ulterior 
desenvolvimento e sem jamais impedir-
lhes a contínua renovação.
• Uma segunda conotação, axiologicamente 
Positiva, passa a indicar o lugar onde se 
manifestam todas as instâncias de 
modificação das relações de dominação, 
formam-se os grupos que lutam pela 
emancipação do poder político, adquirem 
força os assim chamados contra-poderes.
• Em uma terceira compreensão, 
“sociedade civil” representa o ideal de 
uma sociedade sem Estado, destinada a 
surgir da dissolução do poder político.
• Sociedade civil é o lugar onde surgem e se 
desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, 
ideológicos, religiosos, que as instituições 
estatais têm o dever de resolver ou através da 
mediação ou através da repressão.
• A sociedade civil ocupa o espaço reservado à 
formação das demandas (input) que se dirigem 
ao sistema político e às quais o sistema político 
tem o dever de responder (output).
• Na esfera da sociedade civil inclui-se 
habitualmente também o fenômeno da 
opinião pública, entendida como a 
pública expressão de consenso e de 
dissenso com respeito às instituições, 
transmitida através da imprensa, do rádio, 
da televisão etc.
• Marx faz da sociedade civil o lugar das relações 
econômicas, ou melhor, das relações que 
constituem "a base real sobre a qual se eleva uma 
superestrutura jurídica e política”, "sociedade civil" 
passa a significar o conjunto das relações 
interindividuais que estão fora ou antes do Estado, 
exaurindo deste modo a compreensão da esfera 
pré-estatal distinta e separada da esfera do 
Estado, aquela mesma esfera pré-estatal que os 
escritores do direito natural e em parte, sobre a 
trilha por eles aberta, os primeiros economistas, a 
começar dos fisiocratas, tinham chamado de 
estado de natureza ou sociedade natural.
• Segundo Habermas: “A esfera pública 
burguesa pode ser concebida, antes de mais, 
como a esfera em que pessoas privadas se 
juntam enquanto um público; bem cedo, 
reclamaram que essa esfera pública fosse 
regulada como se estivesse acima das 
próprias autoridades públicas; de forma a 
incluí-las num debate sobre as regras gerais 
que governam as relações da esfera da troca 
de bens e de trabalho social basicamente 
privatizada, mas publicamente relevante.”
TEORIA DO ESTADO E 
PODER
•Poder, sociedade e bem comum
•Estado e Poder: Estado de Direito e 
Direitos Fundamentais
–Direitos Humanos
–Direitos Civis
O ESTADO
Indica a sociedade como tal; a condição pessoal do
indivíduo perante os direitos civis e políticos; um órgão particular da
sociedade; uma corporação qualificada do ponto jurídico; designa
uma forma complexa e organizada da sociedade civil, a sociedade
política.
BASE DE CONCEITUAÇÃO de Estado:
 NOÇÃO DE FORÇA – O Estado é uma entidade
institucionalizadora do poder, dotada de força irresistível, embora
delimitada pelo Direito. Pensadores: Léon Duguit e Georges
Burdeau.
 NOÇÃO DE ORDEM JURÍDICA – O Estado detém o monopólio do
emprego da força, sendo uma sociedade política, através de um
sistema de normas jurídicas, com uma hierarquia de normas.
Pensadores: Oreste Ranneletti e Giorgio Del Vecchio.
TEORIAS QUE PROCURAM EXPLICAR A FORMAÇÃO DO ESTADO:
 NATURALISTA – Defende a posição de que o Estado se formou de
modo espontâneo, sem a convergência das vontades dos
indivíduos.
 CONTRATUALISTA – Defende a posição de que o Estado se
formou mediante a concretização da vontade de diversos homens.
Os pensadores Karl Marx e Friederich Engels, ambos
partidários da corrente naturalista, entendiam que o Estado nascia
da sociedade. O Estado surgiria para permitir acumulação de
riqueza pela classe dominante, sendo um instrumento da burguesia
para dominar e explorar o proletariado.
FASES DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO
ESTADO ANTIGO (Antigas civilizações do Oriente ou Mediterrâneo) –
caracterizado pela religiosidade e natureza unitária.
ESTADO GREGO (Regiões habitadas pelos povos Helênicos) –
caracterizado pela existência da pólis, poder absoluto e unitário,
cujo ideal visava a auto-suficiência.
ESTADO ROMANO – Expressão que designa as várias formas de
governo que existiram em Roma, caracterizado pela:
 Base familiar de organização;
 Sociedade política organizada;
 Domínio sobre grande expansão territorial;
ESTADO MEDIEVAL – O Estado era fragmentado, enquanto na Igreja
existia unidade. Precisamente as idéias de unidade da Igreja, e sua
aspiração a universalidade, foram transplantadas para o plano
político, buscando-se a unidade no Império. Características:
 Base religiosa cristã (cristianismo);
 Existência de feudos (feudalismo);
 Invasões de bárbaros;
Estado “Moderno”
• Surge em torno do século XVIII
• Resulta do “equilíbrio” do jogo de forças 
da sociedade feudal, que já suplantara o 
modelo de organização medieval:
– De acordo com Norbert Elias, caracteriza-se 
por:
• “absolutismo” (poder territorial)
• “especialização” administrativa dos servidores
• “monopólio” monetário (produção e retenção da 
moeda)
• “monopólio” da violência (exército)
• evolução do “monopólio” privado para o 
“monopólio” público
POPULAÇÃO – Grupo de pessoas que residem em
determinado território.
TERRITÓRIO – Espaço físico sobre o qual o Estado
exerce soberania.
SOBERANIA – Organização de ordem jurídica imposta
nos limites do território com o objetivo de limitar
juridicamente até o limite das fronteiras.
FINALIDADE – Inúmeras correntes a conceituam e todas
afunilam como objetivo.
POVO – É o conjunto de indivíduos de origem comum.
ELEMENTOS ESSENCIAISDO ESTADO
VERTICAL – Os indivíduos subordinam-se ao poder do Estado (relação de
subordinação) sendo sujeitos de deveres.
HORIZONTAL – Os indivíduos situam-se perante o Estado no mesmo nível dos
demais indivíduos da comunidade (relação de coordenação).
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE ESTADO E POVO
ESTADO
INDIVÍDUO 
A
INDIVÍDUO 
B
INDIVÍDUO 
C
INDIVÍDUO 
Z
ESTADO
INDIVÍDUO 
A
INDIVÍDUO 
B
INDIVÍDUO 
C
INDIVÍDUO 
Z
• NAÇÃO – É uma sociedade natural de homens, na qual a unidade de 
território, de origem, de costumes, de língua e a comunhão de vida 
criaram a consciência social.
• Conforme o Aurélio: agrupamento político autônomo que oupa território
com limites definidos e cujos membros respeitam instituições compartidas 
(leis, constituição, governo).
• Nação não se confunde com Estado! Podem existir nações sem Estado 
(caso da Palestina) e Estados multi ou plurinacionais (caso das antigas 
União Soviética, Tchecoslováquia e Iugoslávia).
• NACIONALIDADE – É o conjunto de vínculos políticos e jurídicos entre
alguém e determinado Estado, integrando o indivíduo ao povo de um país.
Pode ser primária ou secundária.
• PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE – Estabelece que cada nação deveria
constituir um Estado.
NATURALIZAÇÃO – É a aquisição da nacionalidade brasileira por
estrangeiro, mediante declaração expressa de vontade, preenchidas as
condições prescritas na regra jurídica constitucional. Pode ser tácita ou
expressa.
APÁTRIDA – É a pessoa que por força da diversidade de critérios de
aquisição da nacionalidade, não se vincula a nenhum Estado.
POLIPÁTRIDA – É a pessoa que por força da diversidade de critérios de
aquisição da nacionalidade, vincula-se a mais de um Estado.
DOUTRINA DO CONTRATO SOCIAL – Explica que a sociedade delegava
ao monarca o poder de governar para que evitasse o conflito entre
membros da sociedade.
(QUANTO À ESPÉCIE, CLASSIFICAM-SE EM)
• SUBJETIVOS – Surgem da convergência entre os fins individuais e as
relações entre os Estados.
• OBJETIVOS – Surgem em função das condições históricas e se aplicam
as épocas em que surgiram. Explorando-os destacam-se as correntes:
• Universalista – Defendida pela maioria dos autores, desde Platão e
Aristóteles, assegura que o Estado, ao longo de toda a História da
Humanidade, impulsionado pelo cristianismo, sempre teve fins
objetivos.
• Evolucionista – Não aceita que o Estado tenha um fim objetivo.
Os fundamentos das teorias que defendem fins limitados para o Estado,
residem na defesa da redução do papel do Estado à posição de mera
fiscalizadora da ordem social, especialmente na economia, de modo que o
próprio indivíduo possa atingir o bem-estar, como fruto de sua liberdade.
FINS DO ESTADO
Uma definição de Estado
Estado “é a corporação de um povo, 
assentada num determinado 
território e dotada de um poder 
originário de mando.”
(Jellinek)
O ESTADO MODERNO
E
O ESTADO DE DIREITO
SÍNTESE – I
INTRODUÇÃO
O Estado Moderno surge a partir fragmentação / 
dissolução do Estado Absolutista Medieval (onde 
todo o poder se concentrava nas mãos do 
soberano, o príncipe).
Ao contrário do Estado Absolutista, o Estado 
Moderno vai fracionar o poder em:
 Executivo
 Legislativo
 Judiciário
Emergem como características fundamentais 
do Estado Moderno:
Elementos materiais:
Território
Povo
Elementos formais:
Governo
Poder
Autoridade (soberano)
O surgimento do Estado Moderno se faz a 
partir de uma concepção de “liberdade” 
para os indivíduos em relação ao poder 
soberano. O Estado Moderno, portanto, 
emerge como um Estado “liberal”.
“[...] o liberalismo é uma doutrina do Estado limitado tanto 
com respeito aos seus poderes quanto às suas 
funções.” (Bobbio)
“A partir de meados do século XIX percebe-
se uma mudança de rumos e de 
conteúdos no Estado Liberal, quando este 
passa a assumir tarefas positivas, 
prestações públicas, a serem 
asseguradas ao cidadão como direitos 
peculiares à cidadania, ou a agir como 
ator privilegiado no jogo socioeconômico.”
(Streck; Morais)
Alterações no modelo do Estado
Do absenteísmo ao 
intervencionismo
• Causas:
– Revolução industrial e suas 
consequências(proletarização, urbanização...)
– Primeira Guerra Mundial
– Crise econômica de 1929 e a Depressão
– Segunda Guerra Mundial
– Crises cíclicas
– Movimentos sociais
– Liberdades positivas superando as liberdades 
negativas (não-impedimento)
• Etapas:
– Intervencionismo: medidas esporádicas e 
circunscritas a ocasiões específicas;
– Dirigismo: atuação estatal mais firme e 
coerente, com atos sistemáticos de reforço e 
ajuda à iniciativa privada; objetivos político-
econômicos predeterminados;
– Planificação: previsões que abrangem largo 
espaço temporal, com análise econômica 
global.
ESTADO LIBERAL DE DIREITO
“[...] Estado cuja função principal é estabelecer e 
manter os Direitos cujos limites de ação estão 
rigorosamente definidos por este, bem entendido 
que Direito não se identifica com qualquer lei ou 
conjunto de leis com indiferença sobre seu 
conteúdo (...) O Estado de Direito significa, 
assim, uma limitação do poder do Estado pelo 
Direito, porém não a possibilidade de legitimar 
qualquer critério concedendo-lhe forma de lei...”
(Garcia-Pelayo, apudStreck; Morais).
• Características do Estado Liberal de Direito:
– Separação entre Estado e Sociedade Civil
mediada pelo Direito (ideal de Justiça);
– Garantia das liberdades individuais; direitos
do homem como mediadores entre indivíduos
e Estado;
– Democracia vinculada ao ideário da
soberania da nação;
– Papel reduzido do Estado = Estado “mínimo”.
ESTADO SOCIAL DE DIREITO
• Nesse Estado, ao Direito antepõe-se um 
conteúdo social. Sem renegar as conquistas e 
os valores impostos pelo liberalismo burguês, 
dá-se-lheum novo conteúdo axiológico-político.
• Não somente omite o que é contrário ao Direito 
(a legalidade inspirada pela ideiade Direito), 
senão que deve exercer uma ação constante 
através da legislação e da administração que 
realize a idéia social de Direito.
• O Estado, enquanto "social", pretende a 
correção do individualismo liberal por 
intermédio de garantias coletivas.
• Com o Estado do Social de Direito, 
projeta-se um modelo onde o bem-estar e 
o desenvolvimento social pautam as 
ações do ente público.
Estado DEMOCRÁTICO de Direito
• Constitucionalidade: vinculação do Estado 
Democrático de Direito a uma Constituição como 
instrumento básico de garantia jurídica
• Organização Democrática da Sociedade
• Sistema de direitos fundamentais individuais e 
coletivos, seja como Estado de distância, porque os 
direitos fundamentais asseguram ao homem uma 
autonomia perante os poderes públicos, seja como um 
Estado antropologicamente amigo, pois respeita a 
dignidade da pessoa humana e empenha-se na 
defesa e garantia da liberdade, da justiça e da 
solidariedade
• Justiça Social como mecanismos corretivos das 
desigualdades
• Igualdade não apenas como possibilidade formal, mas, 
também, como articulação de uma sociedade justa
• Divisão de Poderes ou de Funções
• Legalidade que aparece como medida do direito, isto é, 
através de um meio de ordenação racional, 
vinculativamente prescritivo, de regras, formas e 
procedimentos que excluem o arbítrio e a prepotência;
• Segurança e Certeza Jurídicas
Resumindo
• Como liberal, o Estado de Direito sustenta 
juridicamente o conteúdo próprio do liberalismo, 
referendando a limitação da ação estatal e 
tendo a lei como ordem geral e abstrata. Por 
outro lado, a efetividade e normatividade é 
garantida, genericamente, através da imposição 
de uma sanção diante da desconformidade do 
ato praticado com a hipótese normativa.
• Transmutado em social, o Estado de Direito 
acrescenta à juridicidade liberal um conteúdo 
social, conectando aquela restrição à atividade 
estatal a prestações implementadas pelo 
Estado. A lei passa a ser, privilegiadamente, um 
instrumento de ação concreta do Estado, tendo 
como método assecuratório de sua efetividade a 
promoção de determinadas açõespretendidas 
pela ordem jurídica.
• Quando assume o feitio democrático, o Estado 
de Direito tem como objetivo a igualdade e, assim, 
não lhe basta limitação ou a promoção da atuação 
estatal, mas referenda a pretensão à 
transformação do status quo. A lei aparece como 
instrumento de transformação da sociedade não 
estando mais atrelada inelutavelmente à sanção 
ou promoção. O fim a que pretende é a constante 
reestruturação das próprias relações sociais.
ESTADO MODERNO
ABSOLUTISTA LIBERAL
ESTADO LEGAL ESTADO DE DIREITO
Estado Liberal de 
Direito
Estado Social de 
Direito
Estado Democrático 
de Direito
Conteúdo Jurídico 
do Liberalismo
Questão Social Igualdade
Limitação da ação 
estatal
Prestações 
positivas Transformação 
do Status quo
Lei = ordem geral
e abstrata; não
impedimento
Lei = instrumento de
ação concreta do
Estado: facilitação;
acesso
Lei = instrumento
de transformação;
solidariedade
Indivíduo Grupo Comunidade
Sanção Promoção “Educação”
Adaptação
Reestruturação
Ameaças ao Estado de Direito
• Ideologia
• Manipulação
• Desrespeito aos Direitos
• Impunidade
• Corrupção
• Miséria
• ...
• Pode-se concluir, então, que o Estado é 
aquele aparato jurídico/institucional que 
tem por finalidade o atendimento das 
demandas da sociedade sob a qual 
exerce, legitimamente, poder, orientando-
se pelo princípio do “Bem comum”.
Poder, sociedade e bem comum
Já foi discutido o que seriam “Poder” e 
“Sociedade”.
• Poder: capacidade de influenciar pessoas 
e processos, de forma a que atendam às 
disposições do demandante.
• Sociedade: associação de pessoas que, 
unidas, buscam alcançar objetivos 
comuns, compartilhando idéias, valores, 
sentimentos, expectativas. Condividem 
um mesmo espaço geográfico.
Bem Comum
• O primeiro aspecto que deve ser 
destacado é, justamente, o adjetivo que 
acompanha a palavra “Bem”.
• “Bem” é algo agradável, apetecível, 
implicando em satisfação daquele que é 
seu destinatário ou sujeito.
• A restrição a esse aspecto, porém, fixa-se 
no “Bem individual”
• Bem Comum, porém, indica que o que 
está sendo destacado é algo que 
extrapola a singularidade, o benefício 
(bem-estar) do simples indivíduo.
• Bem comum é algo objetivo, e se refere 
ao bem da coletividade.
• É um princípio que decorre da própria 
natureza humana, da sociabilidade e, 
sobretudo, do valor indefectível da 
“solidariedade”.
Nas palavras de Alceu Amoroso Lima:
• "A alma do Bem Comum é a Solidariedade. E a 
solidariedade é o próprio princípio constitutivo de 
uma sociedade realmente humana, e não apenas 
aristocrática, burguesa ou proletária. É um 
princípio que deriva dessa natureza naturaliter 
socialis do ser humano. Há três estados naturais 
do homem, que representam a sua condição ao 
mesmo tempo individual e social: a existência, a 
coexistência e a convivência. Isto vale para 
cada homem, como para cada povo e cada 
nacionalidade." 
De acordo com Ives Gandra Fº:
• Ao se perquirir sobre o que seja o Bem Comum, 
5 noções básicas devem ser aprofundadas, 
como instrumental indispensável para sua 
compreensão: são as noções de Finalidade, de 
Bondade, de Participação, de Comunidade e de 
Ordem. Da conjugação desses conceitos 
fundamentais é que se extrairá a noção de Bem 
Comum.
• Finalidade: para que serve uma coisa, ou para 
que fim ela existe (é realizada)
• Bem é aquilo que “apetece”, que agrada, que 
atrai por suas características, que complementa 
um anseio, disposição ou tendência
• Participação: tomar parte, dividir entre aqueles 
que integram uma situação ou grupo
• Comunidade: unidade comum, o que é de todos, 
de que todos podem participar igualitariamente
• Ordem:...
• Ordem implica em:
– Distinção com conveniência: elemento comum 
aglutinador das distinções, beneficiando-as
– Cooperação: operar em comum, um auxiliando 
o outro
– Fim: objetivo comum catalisador 
• Ordem intrínseca: hierarquia, 
subordinação, entre as partes de um todo.
• Ordem extrínseca: busca de todos, 
conjuntamente, pelo bem de todos – bem 
comum
De acordo com Ives Gandra Fº:
• Bem Comum nada mais é do que o próprio bem 
particular de cada indivíduo, enquanto este é 
parte de um todo ou de uma comunidade.[...] Ou 
seja, o bem da comunidade é o bem do próprio 
indivíduo que a compõe. O indivíduo deseja o 
bem da comunidade, na medida em que ele 
representa o seu próprio bem. Assim, o bem dos 
demais não é alheio ao bem próprio.
Bem Comum e Direitos Humanos
• O bem do indivíduo - cidadão -, estando em 
conformidade com o bem da comunidade, 
aponta para a necessidade do cumprimento ou 
atendimento de alguns direitos que são 
inerentes não ao indivíduo ou ao grupo, 
alternada e contrariamente; aponta para alguns 
direitos que são inerentes à própria natureza e 
dignidade humanas, direitos que, atendidos, 
configuram o Bem, enquanto fim último do ser.
Direitos Humanos e Direitos 
Fundamentais
• Características dos Direitos Humanos:
– Historicidade: mudam com os tempos, 
dinâmicos
– Naturalidade: essenciais à pessoa humana, 
mesmo sem legislação específica
– Indivisibilidade e Independência: não podem 
ser oferecidos alguns em detrimento de 
outros
– Universalidade: independem de fronteiras e 
leis nacionais
“Gerações” dos Direitos Humanos
Direitos Humanos de Primeira Geração
• Os Direitos de Liberdade / Direitos 
Individuais
– Direitos da Liberdade
– - Igualdade
– - Segurança
– - Propriedade
– - Direitos de votar (homens)
– - Direitos individuais
Direitos Humanos de Segunda Geração
• Direitos Sociais / Direitos de Igualdade
– Direitos sociais
– Relações trabalhistas
– Saúde
– Educação
– Direitos econômicos
– Direitos culturais
Direitos Humanos de Terceira Geração
• Direitos dos Povos / Direitos de 
Solidariedade
– Direitos dos Povos e da Solidariedade: paz,
auto-determinação desenvolvimento...
– Direitos Coletivos e Difusos: consumidor, 
meio-
ambiente, criança... 
Direitos Humanos de Quarta Geração
• Direitos à Vida / Dimensão Planetária
– Direitos à Vida das gerações futuras 
– Direitos a uma vida saudável e em
harmonia com a natureza
– Desenvolvimento sustentável 
– Bioética 
– Manipulação genética 
– Biotecnologia e Bioengenharia 
– Direitos advindos da Realidade Virtual 
Direito Humanos X Direito Civis
• Atualmente há uma união intrínseca entre 
os “direitos humanos” e os direitos 
inerentes aos cidadãos – sujeitos de 
direitos de acordo com os ditames de um 
Estado.
• Os Direitos Fundamentais confrontam 
esse reducionismo, apontando para a 
necessidade de revisão e renovação do 
próprio conceito de cidadania.
Cidadania – conceito estrito
• Cidadania, em sentido estrito, tem sido 
compreendida como o conjunto de direitos e 
deveres civis e políticos de toda pessoa 
reconhecida como pertencente a uma 
comunidade política estatal e nacional.
• Cidadãos são os nacionais, ainda que nem todos. 
A cidadania nacional restringe aqueles que 
podem ser considerados cidadãos e restringe, 
em algumas circunstâncias, os direitos e deveres 
dos próprios cidadãos nacionais.
Cidadania pós-nacional
• Atualmente já existe uma corrente que 
fala de um patriotismo pós-nacional ou 
cidadania constitucional – aquela “adesão” 
que não se faz mais por amor à pátria, 
mas por fidelidade aos princípios de 
justiça e direitos humanos.
• A cidadania pós-nacional ou constitucional 
rompe com o nacionalismo.
• Direitos humanos: 
http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/ger
acaodh/index.html

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