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Metodologia Ensino Fundamental e EJA 4

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Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
 
 
 
Metodologia e Prática 
do Ensino de História 
no Ensino Fundamental 
II e EJA 
 
 
Unidade Nº 4 - Elaboração de Projetos 
 
 
Gabriela Salvador da Silva 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
 
Introdução 
 Nesta unidade 4 da disciplina de Metodologia e Prática do Ensino de História 
no Ensino Fundamental II e EJA, analisaremos a elaboração dos projetos educacionais, 
assim como suas finalidades. Para isso, é importante entendermos os passos a serem 
seguidos e para quais finalidades seus resultados são utilizados, de acordo com cada 
docente. 
 É importante termos em mente que, assim como os currículos, os projetos 
educacionais pensados e elaborados pelos professores apresentam ideologias como 
base. Essas ideologias permeiam a elaboração e prática dos projetos com o objetivo 
de se chegar a um objetivo desejado que também é pautado naquilo que o docente 
identifica como importante ou não. 
 Entretanto, incentiva-se cada vez mais a elaboração de projetos em conjunto 
com os alunos, de forma que os alunos não sejam apenas instigados a refletir as 
escolhas de conteúdos e metodologias, mas, também, desperte nos alunos a 
curiosidade de pesquisar e implementar projetos que defendam os interesses deles 
dentro do ambiente escolar. 
 Além disso, estudaremos nesta unidade as novas perspectivas metodológicas 
que levam em consideração a utilização de recursos tecnológicos como ferramentas 
pedagógicas essenciais no mundo globalizado em que estamos inseridos. 
Apresentando-se como uma ruptura com alguns preceitos da educação tradicional, 
em benefício de um modelo educacional em que o aluno é o centro do processo 
educativo. 
Estas inovações metodológicas levam em consideração, também, o meio social 
no qual estão inseridos os alunos e a comunidade escolar como um todo. Vamos 
começar? 
 Bons estudos! 
1. Metodologia de Elaboração de Projetos 
As metodologias de elaboração de projetos são fundamentais para que as 
instituições escolares possam sistematizar seus objetivos e estratégias a fim de 
concretizá-los da melhor forma e obter melhores resultados. Por isso, é de extrema 
importância, por exemplo, que o Estado faça utilização das novas provas nacionais 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
afim de apurar a partir delas seus resultados positivos e negativos. Com base nisso, 
apresentar novos projetos para melhoria da educação no Brasil através da implantação 
de políticas públicas viáveis. 
Se pensarmos em uma esfera menor, a elaboração de projetos continua a ter a 
mesma função. A diferença é que, no âmbito escolar, por exemplo, os projetos serão 
destinados a apresentar novas técnicas avaliativas, de organização de eventos 
escolares e de atuação no sentido de corrigir as defasagens de ensino e 
comportamento dentro da própria escola. 
Com isso, identificamos que a elaboração de projetos traz consigo ações 
bastante positivas como desenvolver os potenciais curriculares , capacitar a equipe de 
professores e coordenadores, gerar melhorias nos resultados e conscientizar 
profissionais não só das defasagens como, também, das propostas de intervenção que 
atuarão na correção das negatividades. 
É importante lembrarmos que a atividade de se fazer projetos é simbólica, 
intencional e natural do ser humano. Por meio deles, o homem está sempre em busca 
de solução de problemas e construção de conhecimentos. 
Ao pensarmos na proposição de um projeto de ensino, devemos pensar na sua 
finalidade, na sua estrutura e na sua metodologia - ou seja, nos objetivos e problemas 
a serem resolvidos, no design e forma de apresentação ao público alvo e nas 
estratégias a serem desenvolvidas. 
Quando falamos projetos de ensino, nos referimos às diretrizes apresentadas 
pelas instituições escolares com o objetivo de cumprir suas propostas pedagógicas e 
adequá-las aos projetos individuais do corpo docente. Isso significa que os professores 
e a escola deverão apresentar os critérios a serem seguidos para a escolha dos temas 
e questões que integrarão os projetos. Mas a pergunta fundamental é: por que a 
escolha dessas temáticas e questões é importante e quais indicadores temos que 
utilizar para medir sua necessidade? 
No ambiente escolar, predomina ainda a aplicação de modelos pedagógicos 
tradicionais os quais conferem total autoridade e protagonismo aos professores. Estes 
se apresentam como os únicos detentores de conhecimento verdadeiros que é, 
apenas, assimilado pelos alunos. Ou seja, não há espaço para que o aluno faça 
qualquer escolha, esperando-se que os estudantes estejam totalmente submetidos às 
regras impostas pelo sistema. 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
É urgente que comecemos a assumir estes erros, pois, ao considerarmos que 
os professores são os detentores de todo e qualquer conhecimento, menospreza-se o 
conhecimento prévio e o potencial de aprendizado do aluno, perpetuando uma 
conjuntura de resultados negativos nas relações de ensino e aprendizado. Mais do que 
isso, ao aceitar essas premissas, desconsidera-se que o desenvolvimento não 
corresponde somente ao acúmulo de conhecimentos escolares, mas, também, às 
interações dos indivíduos com o meio, com outros sujeitos e com os objetos de 
conhecimento dos quais ele quer se apropriar. 
Dessa forma, o “ensino por projetos” diferencia-se da “aprendizagem por 
projetos” na medida em que a segunda refere-se à formulação de questões pelo autor 
do projeto ou pelo indivíduo que vai construir o conhecimento – partindo, assim, da 
ideia de que o estudante não é uma tábua rasa desprovida de conhecimentos e 
interesses. Ou seja, quando pensamos, por exemplo, no ensino de jovens e adultos, o 
docente deve ter em mente que este indivíduo possui especificidades que variam de 
acordo com seu ambiente social. 
Por isso, é importante levar em consideração as vivências dos alunos para, 
então, criar projetos em conjunto com esses indivíduos, que venham a facilitar a 
construção de seu conhecimento. Dessa forma, portanto, o docente não despreza a 
realidade dos alunos, mas, sim, a traz para o jogo para servir de base à criação de 
projetos voltados para os alunos naquelas circunstâncias específicas. 
É, portanto, através de seu conhecimento prévio de mundo, que o indivíduo vai 
interagir com o desconhecido e com novas situações para se apropriar de 
conhecimentos escolares específicos. 
Neste tipo de aprendizagem por projetos, é o aluno que deverá propor as 
questões que vão gerar os projetos e são eles quem deverão ser os interessados em 
buscar respostas em seu ambiente escolar e na vida. É, contudo, fundamental que os 
estudantes proponham questões a serem pesquisadas de acordo com suas 
curiosidades, indagações e que elas não sejam impostas pelo professor. 
1.1. Etapas do Desenvolvimento 
 Nas escolas, trabalhamos com um calendário escolar por vezes bastante 
rigoroso e, por isso, temos que planejar o projeto e orientar a ação dos alunos de 
acordo com as limitações impostas por este cronograma. 
A primeira etapa de desenvolvimento é a identificação do tema. Ou seja, o 
professor e seus alunos identificarão a situação-problema que será trabalhada e 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
corresponderá ao tema do projeto. Esta fase pode ser chamada de problematização, 
pois é o momento em que o impasse será analisado e discutido a fim de dar a ele uma 
caracterização suficiente para orientar os trabalhos. 
O que é necessário que se leve em consideração ao buscar a identificaçãodo 
problema? 
Deverão ser levados em consideração os conhecimentos prévios dos alunos, os 
objetivos do grupo como um todo e suas expectativas. Tudo para que o projeto possa 
ser melhor organizado e adequado ao desenvolvimento do grupo. 
A segunda fase diz respeito ao desenvolvimento do projeto em si. A partir dela, 
são estabelecidas quais serão as estratégias para que o grupo de alunos e professores 
atinja seus objetivos e, com base nessas estratégias, seja possível iniciar a investigação 
e produção pautada em pesquisas bibliográficas e pesquisas de campo. 
A terceira fase consiste na síntese. Aqui, os conceitos, valores e procedimentos 
construídos começam a ser trabalhados de forma a torná-los reais, tomando forma 
material. Ou seja, este é o momento em que se iniciam as apresentações em sala, 
maquetes, exposições, entre outras atividades. 
Esta última fase é crucial, pois a partir dela é comum que surjam novas 
problemáticas a serem solucionadas, dando origem a novas aprendizagens e projetos. 
Um ponto importante é que, ao longo de todo o desenvolvimento dos projetos, 
o professor deve empreender uma rigorosa avaliação das etapas para que, a longo 
prazo, tenha-se um material final. Além disso, os próprios alunos tomam 
conhecimento de suas limitações e dificuldades e percebem como estas se refletem 
no material produzido ao fim do projeto. 
2. Projetos de Ensino integrando recursos 
tecnológicos 
 É importante termos em mente que, hoje em dia, com o mundo globalizado, a 
circulação de informações está cada vez eficiente e mais instantânea. Com isso, surge 
a necessidade de se aperfeiçoar mais e mais os avanços tecnológicos para que 
comportem esse fluxo enorme de informações. 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
 
Figura 1 - Projetos de Ensino integrando recursos tecnológicos. Fonte: Geekie. 
No que se refere à educação como um todo, já vimos que é importante que as 
escolas e os professores adotem o uso de tecnologias a fim de aprimorar suas aulas e 
potencializar a obtenção de conhecimento por parte dos alunos. É importante que os 
docentes saibam que a aquisição desses recursos pode ajudar muito na construção do 
conhecimento em sala de aula. 
A partir do momento em que há incorporações dos sistemas de comunicação 
mediadas por dispositivos tecnológicos nos ambientes educacionais, observamos um 
processo de mudança contínua em curto espaço de tempo. O que faz surgir novas 
reflexões nas práticas educacionais docentes e na elaboração de projetos de ensino 
que buscam integrar recursos e conteúdos. 
Com isso, vamos analisar uma metodologia que auxilie o professor a elaborar 
projetos de ensino totalmente centrados no aluno e, a partir disso, garantir uma 
conjuntura adequada aos estudos com a incorporação de tecnologias para estudos e 
associar as tecnologias digitais educativas. 
Carl Rogers, que serve de base a esse redesenho de metodologias, já defendia, 
em 1928, uma nova forma de ensino que tornava o aluno o centro do processo 
educativo, mediando um estilo de aula atrativo e estimulante. Este pensamento tem 
como princípio básico a utilização das experiências em sala de aula não apenas como 
estimativa do alcance do conhecimento do aluno, mas como método de apuração da 
maneira através da qual ele adquiriu esse conhecimento. Ou seja, essa técnica de 
ensino está a serviço de uma atitude de confiança perante o aluno. Dessa forma, o 
processo de ajuda deve estar centrado no aluno e é tarefa do docente e da direção da 
escola facilitar o processo de ensino-aprendizagem a fim de criar mecanismos 
favoráveis que liberem a capacidade de aprendizagem do corpo discente. 
É certo que o uso de inovações tecnológicas no ambiente escolar resulta em 
estímulo à curiosidade e ao trabalho colaborativo, o que faz aumentar a concentração 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
e autoestima do aluno. Outro fator importante é que a adoção das tecnologias digitais 
rompe com as paredes da sala de aula e garantem uma integração bem-sucedida com 
o mundo exterior. 
 
Figura 2 - Crianças participando da aula com recursos tecnológicos. Fonte: Moodle Livre. 
Ao adotar uma metodologia que inclui o uso de tecnologias, é fundamental 
que o professor priorize a utilização do ambiente conceitual da internet para que os 
alunos possam coletar informações em vários formatos e, assim, organizar, visualizar, 
interagir e descobrir relações entre os fatos e eventos. Lembrando que é de extrema 
importância que o professor educa o aluno no que se refere às fontes a serem 
utilizadas. A internet é um lugar em que temos uma disponibilidade enorme de 
informações e nem todas são confiáveis, então é imprescindível que o docente oriente 
seus alunos sobre a veracidade das fontes. 
 
3. Novas Perspectivas 
 O estudo da História apresenta como pressuposto a reflexão, a interpretação e 
o registro dos acontecimentos do passado. Esta é uma disciplina que possui como 
qualidade a possibilidade de renovação constante, uma vez que diariamente 
elaboram-se novas teorias, técnicas de ensino e metodologias – lembrando que isto é 
resultado sempre do momento histórico no qual vivemos que ocasiona uma nova 
dinâmica no campo intelectual. 
Dentre as novas proposições que buscam a melhoria do ensino baseado em 
novas metodologias, destaca-se o trabalho Ensinar História no Século XXI de Marcos 
Silva e Selva Guimarães, de 2007, através da qual percebemos que a sociedade 
brasileira é localizada no contexto de mundialização do capital e nas contradições 
geográficas, culturais, sociais. Nesta obra, os autores ressaltam a importância das lutas 
e conquistas de grupos como mulheres, negros e LGBTs. 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
Temos, portanto, a proposição de um multiculturalismo crítico e revolucionário 
visto como sendo mais do que um conteúdo escolar, mas como forma de ver o mundo. 
Pensar nessa proposta multicultural curricular, é pensar em um construto que deve ir 
além dos limites de políticas de reformulação das diretrizes educacionais. Mas de 
políticas de formação docente e discente, da reflexão cotidiana de professores de 
História da atual sociedade brasileira. 
Tanto Silva, quanto Fonseca, defendem a utilização de uma base material para 
a construção da pesquisa histórica de modo que essa cultura possa dar condições de 
concretizar o passado de forma que os alunos possam visualizá-lo. Em contrapartida, 
é essencial que os processos históricos e culturais sejam compreendidos como marcas 
da cultura e história, não só como objetos delas: 
No caso do ensino de História, tantas décadas de debate permitiram um alargamento 
infinito de temas e materiais para sua realização, em consonância com a pesquisa 
histórica num passeio pelas ruas, numa visita a um terreiro de candomblé ou numa 
partida de futebol, para não falar em museus, arquivos, cinemas, teatros e similares. 
Agora, precisamos garantir que sujeitos e recursos clássicos de seus estudos estejam 
aliados a essa liberdade: professores, salas de aula e de leitura, bibliotecas. “ (SILVA; 
FONSECA, 2007, p.130). 
Com base nisso, percebemos que a busca por novas metodologias para o 
ensino de História, atualmente, é imprescindível e, no geral, tendem a adequar-se à 
contextos particulares, referentes ao cotidiano e a locais específicos. Ambos autores 
também defendem a importância de se adotar novas tecnologias em sala de aula 
como a informática que transforma a comunicação entre as pessoas a facilita o 
armazenamento de informações, auxiliando a pesquisa histórica. 
É importante pensarmos que durante muito tempo e até a atualidade, o modelo 
nas escolas é o de “prestar atenção para passar de ano”. A partirdas novas perspectivas 
de ensino, temos a proposição da utilização, por exemplo, do pátio da escola, de 
atividades lúdicas, da utilização de mídias e até mesmo da realização de trabalhos de 
campo de acordo com os assuntos a serem trabalhados. Nesta perspectiva, é crucial 
entender as especificidades e histórias pessoais de cada aluno para que os docentes 
os auxiliem na mudança da situação crítica dos ambientes escolares e transformem a 
relação entre a escola e o aluno. 
É notória a necessidade de não apenas valorizar, mas intervir na escola. Ao 
realizar uma pesquisa direcionada à compreensão das especificidades inerentes aos 
ambientes escolares, é possível produzir conhecimento e realizar ações que garantam 
a efetivação de intervenções de ensino. 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
O objetivo não é ensinar as coisas, dar conta de uma grande lista de conteúdos 
estabelecida por alguém em algum momento no passado. O objetivo maior é formar a 
capacidade de pensar historicamente e, portanto, de usar as ferramentas de que a 
história dispõe na vida prática, desde as pequenas até as grandes ações individuais e 
coletivas (CERRI: p.81-82). 
Quando pensamos nos estudos realizados por Dominique Julia, em 2001, 
vemos que a autora defendia que pensássemos o contexto escolar sempre em 
consonância àquilo estipulado pelos documentos normativos do sistema educacional 
que encampam inovações. Mesmo assim, vemos que muitas escolas e colégios ainda, 
majoritariamente, seguem os preceitos mais tradicionais possíveis: 
 Para ser breve, poder-se-ia descrever a cultura escolar como um conjunto de normas 
que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas 
que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses 
comportamentos; normas e práticas coordenadas a finalidades que podem variar 
segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de 
socialização). Normas e práticas não podem ser analisadas sem se levar em conta o 
corpo profissional dos agentes que são chamados a obedecer a essas ordens e, 
portanto, a utilizar dispositivos pedagógicos encarregados de facilitar sua aplicação, a 
saber, os professores primários e os demais professores. Mas, para além dos limites da 
escola, pode-se buscar identificar, em um sentido mais amplo, modos de pensar e de 
agir largamente difundidos no interior de nossas sociedades, modos que não 
concebem a aquisição de conhecimentos e de habilidades senão por intermédio de 
processos formais de escolarização: aqui se encontra a escalada dos dispositivos 
propostos pela schooled society que seria preciso analisar (JULIA, 2001. p.3) 
 De acordo com o trecho, observamos que o ambiente social é fundamental para 
o conhecimento histórico. 
Vale salientar que ao se pensar ensino de História e história local - aquela 
História elaborada em contexto micro - ,, por exemplo, devemos priorizar a pesquisa. 
Ou seja, o aluno não deve acreditar que o conhecimento transmitido pelos professores 
é único e incontestável. Dessa forma, o professor assume papel de mediador e deve 
garantir que o aluno construa sua pesquisa para obtenção de novos conhecimentos. 
Esse processo traz como benefício o fato de que o aluno não adquira o conhecimento 
exclusivamente através da memorização, mas que o perceba como parte de sua vida, 
de suas vivências, da história de sua família, etc. 
Quando falamos no ensino de História no Ensino Médio regular e EJA, falamos 
em um ensino totalmente baseado em uma forma conteudista. O que isso significa? 
Significa que todo o conteúdo e a forma como ele é transmitido é direcionado 
ao sucesso dos alunos nos vestibulares e no ENEM. Isso faz com que o ensino se torne 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
meramente um estudo preparatório para exames. Entretanto, é urgente, que para 
melhorarmos a qualidade do nosso ensino e das práticas educacionais, nos 
desvinculemos dessa preocupação em ministrarmos apenas conteúdos programáticos 
destinados ao aprimoramento de índices de desempenho. 
Neste sentido, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a função social 
da disciplina de História é: 
(...) ensino de História possui objetivos específicos, sendo um dos mais relevantes o que 
se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é primordial que o ensino 
de História estabeleça relações entre identidades individuais, sociais e coletivas, entre 
as quais as que se constituem como nacionais (Parâmetros Curriculares Nacionais, 
1997:p21). 
Além desta visão, temos aquela que considera que o Ensino Médio das escolas 
públicas visa o ENEM: 
O Enem vem trazer para os jovens possibilidades de conseguir alguma vaga em 
faculdades/universidades que desejam (excepcionalmente serve como Certificação do 
Ensino Médio). Para isso considera a pontuação no exame, como critério que poderá 
ou não permitir o ingresso na instituição de ensino superior. Esse sistema avaliativo 
adotado já há alguns anos, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, mesmo com 
algumas deficiências reforça o conceito de que é preciso haver um acompanhamento 
do rendimento escolar, um monitoramento de como os estudantes estão se saindo na 
capacidade de absorção do conhecimento recebido. E isso de uma certa forma pode 
servir para estimular os melhores alunos a se esforçarem mais, para obterem não 
apenas boas notas, mas a garantia de que irão prosseguir seus estudos, na 
universidade. (BOLAN, Valmor. 2013,P.01) 
Como docentes, devemos sempre enfrentar estes dramas, pois estamos 
convencidos de que é necessário aliar a reflexão à intervenção direta a fim de criar 
alternativas e propor ações para conquista de objetivos e metas. Ou, ao menos, tomá-
los como horizonte de compreensão do papel do professor no ensino de História. 
4. Projetos de Ensino no EJA 
Quando tratamos da educação de jovens e adultos, devemos levar em 
consideração que esses indivíduos inseridos no contexto da sala de aula precisam se 
mobilizar para a construção efetiva do conhecimento e, para isso, devem contar com 
a ajuda de seus colegas e professores de postura acolhedora e dedicada ao ensino. 
Por isso, é sempre importante pensarmos nas aulas não só como um mero instrumento 
conteudista, mas trazer a ela um enfoque lúdico – uma vez que a ludicidade está 
atrelada ao sentido e relevância do conhecimento na vida desses alunos. 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
Entretanto, há algumas questões a serem pensadas. A primeira diz respeito à 
disparidade inerente ao repertório de conhecimento da turma. Ou seja, se utilizarmos 
a leitura como exemplo, devemos levar em consideração todo conhecimento prévio 
dos integrantes da turma sobre os gêneros do discurso e quais fizeram parte de sua 
história de letramento. A partir disso, torna-se mais interessante planejar novas 
propostas vinculadas a diferentes temas, embasando-se nas particularidades para 
enriquecer a experiência da sua turma em específico. 
A segunda questão a ser pensada é justamente um planejamento visando 
estipular quais eixos e propostas temáticas contemplarão o trabalho com um corpo 
específico de discentes, correspondendo ainda aos pressupostos curriculares 
colocados. É importante, qualquer que seja esse planejamento, que vise favorecer um 
amplo passeio por autores, bens culturais e diversas modalidades de produção 
humana conhecidas (literatura, teatro, folclore, dança, música etc). Ou seja, apresentá-
los a um repertório cultural diversificado e de amplo potencial didático. 
Uma terceira questão a ser levada em consideração é, sem dúvidas, a avaliação. 
Assim como já vimos, é importante que ela seja feita a cada etapa do trabalho,pois 
assim os alunos irão conseguir sistematizar o conhecimento – o que fará com que 
busquem se apropriar de cada conteúdo em discussão. 
Agora, vamos pensar sobre isso na prática? 
Vamos imaginar que seus alunos conheçam de forma mais ampla os gêneros 
canção, como funk ou rap, contos de fadas e notícias que envolvem a internet. Diante 
disso, você como professor deverá organizar uma votação para que seja eleito um ou 
dois gêneros para o projeto e, dessa forma, a partir do resultado você poderá vinculá-
lo à proposta. 
Até aqui, tudo certo? 
Agora, é de extrema importância que haja uma postura de desenvolvimento 
desta temática fazendo um passeio por obras de referências dos gêneros escolhidos. 
A partir disso, você, com a ajuda deles, divididos em grupos, deverá realizar um 
trabalho de pesquisa bastante diversificado – envolvendo textos desses dois gêneros 
– em função de um tema, como, por exemplo, a violência nas cidades ou a violência 
contra a mulher. O que as músicas e as mídias falam a respeito disso? De que forma 
estes assuntos são tratados em cada um dos gêneros escolhidos? Ou ainda, porque 
são tratados dessa maneira? 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
Lembre-se sempre que, nessa etapa, o docente deve apostar que seus alunos 
são competentes para selecionar as letras das canções, as notícias e os contos que, ao 
serem analisados, trarão em efervescência discussões e aprendizados para a turma, de 
maneira potencializada ainda por terem eles realizado esta seleção a partir de seus 
interesses e afetos. O que garante um envolvimento maior do que métodos 
tradicionais, em que é o docente que faz tal seleção. É necessário que se acredite em 
seu potencial como agentes sociais. 
Você, como professor, pode auxiliá-los nas análises, indicando pontos de 
destaques na organização geral e na linguagem, promovendo discussões acerca da 
temática escolhida. Ao final, os alunos poderão, por exemplo, criar canções, paródias 
e até mesmo um noticiário oral ou escrito. Ou ainda criar plataformas para divulgação 
do conteúdo cultural que selecionaram e acreditam que valha a pena ser 
compartilhado com a comunidade local. 
4.1. Metodologias para o EJA 
O Ensino de Jovens e Adultos no Brasil passa por inúmeros problemas que são 
consequência da educação no país. As políticas educacionais criadas pelo governo a 
fim de diminuir as diferenças socioeconômicas são resultados diretos do processo de 
formação do Brasil – ou seja, de um processo onde uma minoria dita as regras sobre 
uma maioria excluída. 
Umas das principais problemáticas encontradas pelos docentes no EJA é, 
justamente, uma deficiência na formação acadêmica, teórica e metodológica, dos 
professores. É importante ter em mente que os aluno do EJA, ao entrar em sala de 
aula, trazem, por muitas vezes, as marcas de um subsequente fracasso do sistema 
escolar e social que provocaram suas respectivas desistências e evasões. 
O emprego de novas tecnologias e por melhores conjunturas de aprendizado 
se fundamenta em uma luta incessante em favor de uma formação que contemple as 
aflições e carências do sistema de educação do país. 
Para o docente, é imprescindível dominar a teoria, já que a informação escolar 
é ímpar tanto para se construir um senso crítico como para capacitação em relação 
aos desafios postos pelo mercado de trabalho. No caso, então, do estudante do EJA, 
devemos levar em consideração que este é um aluno dotado de um conhecimento de 
mundo, que tem família constituída, que trabalha e que adquiriu discernimento sobre 
a necessidade de voltar para a escola. Além disso, este aluno é dotado de outros 
conhecimentos que vivencia e constrói em seu cotidiano e história de vida. Por isso é 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
central que estes conhecimentos sejam potencializados através dos fundamentos 
teóricos estudados na escola e que não se constituam em uma uma conflitualidade 
entre ambas as fontes de aprendizagem e formação. 
Desta forma, na educação de jovens e adultos, o que nos importa é trabalhar a 
realidade através das palavras geradoras ou temas geradores fazendo com que se 
torne um conteúdo de reflexão como ponto de partida para o diálogo. Por isso, cabe 
aos docentes articular o aprendizado dos saberes com a leitura crítica do mundo. 
Figura 3 - Educação de Jovens e Adultos. Fonte: SESC-PE 
Sobre isso, Paulo Freire (1997) defende uma visão específica de ser humano e 
de mundo e é nesse contexto que se dão os processos de humanização, pois: 
 “ao perceber o ontem, o hoje e o amanhã”, o ser humano percebe a consequência da sua 
ação sobre o mundo e torna-se sujeito da sua história e responsável por ela. Para ele, portanto, a 
natureza da educação é política e que, sabendo disso, podemos constituí-la como um ato de 
domesticação ou emancipação.(FREIRE, 1997) 
Como consequência, Freire indica caminhos para se desenvolver um trabalho 
diversificado, levando em consideração as experiências que os alunos trazem. Como 
vimos, é de extrema importância que valorizemos esses conhecimentos e 
estabeleçamos uma relação de amizade e confiança que cresça a cada dia entre 
educadores e educandos. 
Sendo assim, podemos concluir que a transformação do mundo ocorrerá 
também através de uma educação feita a partir da sua realidade cultural - ou seja, da 
história do sujeito que, muitas vezes, aguardou por muito tempo uma oportunidade 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
de se reintegrar à educação formal. Para isso, é necessário despertar o interesse desses 
jovens e adultos, garantindo uma maior facilidade de acesso à escola e ao mundo do 
trabalho. 
Síntese 
 Nesta unidade 4 da disciplina Metodologia e Prática do Ensino de História no 
Ensino Fundamental II e EJA, pudemos observar como se dá a elaboração dos projetos 
e para quê eles servem. É importante lembrarmos que os projetos são mecanismos 
através dos quais os docentes montam um panorama geral de ensino envolvendo os 
alunos na estipulação do que deverá ser seguido por todos ao longo do ano letivo a 
fim de se conseguir os resultados pretendidos. 
Deve-se creditar a devida importância ao emprego de tecnologias e da 
informática, ao considerarmos a realidade do mundo atual globalizado para melhoria 
das experiências escolares, tantos dos alunos quanto dos professores. Isso porque, 
através de tecnologias, conseguimos facilitar o acesso a informações e abrir a 
possibilidade para que, ao entrar em contato com elas, os alunos possam fazer uma 
análise crítica daquelas que lhes cabem. 
Ademais, as novas perspectivas de ensino de História prevem uma quebra do 
paradigma pré-estabelecido por uma educação tradicional que tinha como enfoque 
em um ensino conteudista da disciplina. De acordo com as novas perspectivas, é 
importante que os professores incentivem a construção de conhecimento dos alunos 
e os identifiquem como seres únicos, dotados de vivências específicas e com diferentes 
origens sociais. Por isso, as novas teorias indicam a extrema importância do estudo da 
História local, para que se entenda o ambiente em que a escola e a comunidade escolar 
como um todo estão inseridos e, também, para que se compreenda as problemáticas 
e situações cotidianas enfrentadas pelos alunos regularmente. 
Nesta unidade, identificamos: 
● Novas práticas de trabalho em sala de aula 
● Materiais didáticos e sua produção 
● Práticas éticas, cidadãs e inovadoras no Ensino de História 
● Elaboração de Projetos para o Ensino de Jovens e Adultos 
● Metodologias de ensino para o EJA 
Metodologia e Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
 
Metodologiae Prática do Ensino de História no Ensino Fundamental II e EJA - Unidade Nº 4 - 
Elaboração de Projetos 
 
Bibliografia 
BARCA, Isabel. Educação Histórica: uma nova área de investigação. Revista da 
Faculdade de Letras, Porto, Portugal, III Série, Vol 2, 2001, p. 03-21. 
CERRI, Luis Fernando. Ensino de história e consciência histórica. Rio de Janeiro: 
Editora FGV, 2011. 
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História: experiências, 
reflexões e aprendizados. Campinas/SP: Papirus, 2012. 
FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da liberdade. 11ªEd. São Paulo: Paz e 
Terra, 1997. 
SILVA, Marcos.; FONSECA, Selva G. Ensino de História hoje: errâncias, conquistas e 
perdas. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, n. 60, p. 13-33, 2010. versão 
Online ISSN 1806-9347. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0102- 
018820100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso: 05 jul 2019. 
______. Ensinar história no século XXI: Em busca do tempo entendido. Campinas, 
SP:Papirus, 2007. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). 
Referências imagéticas: 
Figura 1 - GEEKIE. Tecnologia em sala de aula. Disponível em: 
<https://www.geekie.com.br/blog/integracao-tecnologia-sala-aula/>. Acesso em: 17 
jul. 2019. 
Figura 2 - MOODLELIVRE. Tecnologia em sala de aula. Disponível em: 
<https://www.moodlelivre.com.br/noticias/2547-serie-debate-a-tecnologia-em-sala-
de-aula-e-no-combate-ao-bullying>. 
Figura 3 - SESC-PE. Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: 
<https://www.sescpe.org.br/2018/01/08/pre-enem-educacao-jovens-adultos-
destaque-sesc-arcoverde/>. Acesso em: 17 jul. 2019. 
 
 
 
https://www.geekie.com.br/blog/integracao-tecnologia-sala-aula/
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https://www.sescpe.org.br/2018/01/08/pre-enem-educacao-jovens-adultos-destaque-sesc-arcoverde/
https://www.sescpe.org.br/2018/01/08/pre-enem-educacao-jovens-adultos-destaque-sesc-arcoverde/

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