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2Q edição mEdicora Capítulo Técnicas Radiográficas lntraorais Emiko Sa1to Anta e Feltpe Paes Varo/1 A denominação cécnica intraoral é empregada para a cécnica radiográfica na qual o filme é mancido dencro da cavidade bucal do paciente no momento da obcenção das radiografias. As cécnicas incrabucais podem ser divididas, co1Úorme descrico a seguir: Técnica radiográfica inrrabucal periapical • da bissetriz; • do paralelismo. Técnica radiográfica inrrabucal interproxímal. Técnica radiográfica inrrabucal oclusal. A prática de qualquer cécnica radiográfica exige urna série de requisitos para a sua execução. Por essa razão, é rnuiro im- portante o conhecin1e11to das características e funcionamento correto dos aparelhos de ra ios X, do posicionamento da cabeça do paciente e do filme radiográfico para cada técnica específica, das áreas e ângulos de incidência do feixe de raios X para cada região, além das especificações dos filmes utilizados. POSICIONAMENTO DA CABEÇA DO PACIENTE O posicionamento correto da cabeça do paciente para cada técnica é imprescindível para a obtenção de uma boa radiografia. Para posicionar a cabeça do pacience, são empre- gados planos antropológico~ e linhas de referência. Plano sagiral 1nediano: divide a cabeça vercicalmence em lados direiro e esquerdo. E.xcernamente {na face do pacienre). equivale à linha de orientação mediana. &replano deve es- tar perpendicular ao plano horizoncal, canco em exames da maxila como da mandíbula (Fig. 5.1 ). FIG. 5.1 - Plano sagital mediano. 44 Radiologia Odontológica e lmaglnologla .................................................................................................................................................................................................................................................................. Plano de Camper: plano que passa pelo pório e espinha nasal anterior, representado externamente pela linha de orien- tação que vai do trago à asa do nariz (Fig. 5.2). FIG. 5.2 - Linha de orientação trago-asa do narii (plano de Camper). Linha trago-comissura labial: linha de orientação que vai do trago à comissura labial (Fig. 5.3). FtG. 5.3 - Linha de referência trago-comissura labial. DISTÂNCIA FOCAL E TEMPO DE ExPOSIÇÃO . ....................................................... ·····-···· -··· •...•.................... ····· ....................•... A distância focal (área focal-filme) é um fator variante nas técnicas intrabucais. Na técnica periapical da bissetrii, é indi- cada uma distância focal de 20 cm, obtida pela aproximação do cilindro do aparelho na face do paciente. Na técnica pe- riapical do paralelismo, a distância focal é 40 cm, utiliiando- -se o cilindro localizador longo. A distância focal na técnica inrerproximal é 20 cm, quando se utiliza localizador curto, e 40 cm com o emprego do localizador longo. O tempo de exposição dos feixes de raios X varia de acor- do com a indicação do fabricante do filme radiográfico. ÂNGULOS DE INCIDi;NCIA DO FEIXE DE RAIOS X ................................................................................................................. ' ........... . Nas técnicas radiográficas intrabucais, devido à conforma- ção anatômica dos maxilares e suas variações, o exame radio- gráfico da maxila e mandíbula é dividido em regiões. Em cada região, o feixe de raios X deve incidir com angulaçóes diferen- tes para se obter uma imagem radiográfica do órgão dentário com menor grau de encurtamento, alongamento ou sobrepo- sição de estruturas. São dois os ângulos de incidência: - ângulo vertical; - ângulo horiiontal. Os ângulos verticais são obtidos direcionando o feixe de raios X em relação à linha de oclusão ou plano oclusal, sendo ângulos positivos(+) no exame da maxila, e ângulos negativos (-) no exame da mandíbula. Os ângulos horiiontais estão relacionados ao plano sagi- tal mediano e são obtidos movimentando-se o cilindro do aparelho de raios X horizonralmente, sendo direcionado pa- ralelo às faces proximais dos dentes para evitar a sobreposi- ção das mesmas. TÉCNICA RADIOGRÁFICA INTRABUCAL PERIAPICAL ............................................................ ····-··· -····· ..................................................... . Indicações As técnicas periapicais da bissetriz. e do paralelismo são indicadas para o esrudo radiográfico do órgão dentário, re- gião periapical e estruturas conúguas. Por meio destas técni- cas, podemos pesquisar processos de cáries, excesso ou falta de materiais restauradores, relação entre dentição decídua e permanente, mineralizações e nódulos pulpares, reabsorções radiculares internas e externas, anomalias dentárias, lesões periapicais e outras doenças ósseas. Neste exame, utiliza-se o filme periapical (3 x 4 cm.) para adulto ou para uso pediá- trico (2 x 3 cm.). Técnicas Radiográficas lntraorais 45 ...................................................................................................................................................................................................... -· ........................................................... . e FIG. 5.4 - Posicionamenro dos filmes para denres posreriorcs (A) e anreriores (B). Exame Periapical Completo O exame radiográfico periapical {bissetriz e paralelismo) completo é conhecido como "exame de boca toda". Para a sua execução, a maxila e a mandt'bula são divididas em 7 re- giões, totalizando-se 14 filmes periapicais. Algumas escolas podem seguir outras padronizações das regiões e, consequen- remenre, quantidade de filmes diferentes, variando de 14 a 18 radiografias. Posicionamento do Filme Radiográfico Para se obterem radiografias de dentes posteriores, o filme periapical deve ser posicionado com o seu maior eixo (4 cm.) para/e/,o ao plano horizontal (ou plano oclusal do paciente). Nas radiografias dos caninos ou incisivos, o filme é mantido com seu longo eixo na vertical. A face branca do envoltório do filme é o lado da exposi- ção, devendo estar voltada para o feixe de raios X. O "pico- te" (saliência localizada no extremo do envoltório) deve estar sempre direcionado para o plano oclusal dos dentes; o seu posicionamento correto indicará o lado radiografado: direito ou esquerdo (Fig. 5.4). Procura-se posicionar o filme cerca de 3 a 5 milímetros além das bordas oclusais ou incisais, abrangendo os dentes de cada região a ser examinada. Em um exame periapical, os filmes são distribuídos na cavidade bucal com a disposição descrita a seguir: Na maxila: região dos molares superiores (lados direito e esquer- do); região dos pré-molares superiores (lados direito e es- querdo); região do canino e incisivo lateral superiores (lados direito e esquerdo); região dos incisivos centrais superiores. Na mandfbula: região dos molares inferiores (lados direito e esquer- do); região dos pré-molares inferiores (lados direito e es- querdo); região do canino inferior (lados direito e esquerdo); região dos incisivos inferiores. Nota-se a diferença entre mandíbula e maxila no tocante às regiões dos dentes anteriores. Os incisivos centrais superio- res compõem uma região, enquanto o incisivo lateral supe- rior é radiografado com o canino superior, diferentemente da mandíbula, onde todos os incisivos ocupam uma só região. TÉCNICA PERIAPICAL DO PARALELISMO . ............................................................................ _ .................................................... . Idealizada por Pricc (1904), foi escudada e divulgada por F. W McCormack e D. W. McCormack, sendo aprimorada mais tarde por Gordon M. Fitzgerald. Denominada antigamente "técnica do cone longo" (os cones foram substituídos por cilindros abertos), baseia-se no princípio do paralelismo entre longo eixo de implantação do dente e o filme. Nesra técnica, o filme é sustentado por um suporte porca-filme conhecido como posicionador, facilitando o paralelismoentre o filme e o dente. Por razões anatômicas, o filme fica localizado mais afastado da face lingual dos dentes. Desta forma, o feixe central dos raios X será direcionado perpendicular ao plano do filme, produzindo imagens radiográficas com o mínimo de distorções geométricas dos dentes. Existem várias marcas e modelos no mercado, tais como oXCP da Dentsply/Rin (EUA), Hanshin Oapão), Superbite da Hawe-Ncos (Suíça), além dos similares nacionais. Devido ao uso de posicionadores, a técnica do paralelis- mo dispensa o posicionamento rígido da cabeça do paciente, angulações verticais, horizontais e áreas de incidência prede- terminadas (Figs. 5.5 à 5.9). 46 Radiologia Odontológica e lmaginologia • • - • FIG. 5.5 - Posicionadores radiográficos de filmes Hanshin destinados para a técnica de paralelismo, para regiões posteriores e anteriores. FIG. 5.6 - Suporte porta-filmes para a técnica de paralelismo. FIG. 5.7 - Suporte porta-filmes para a técnica de paralelismo. FIG. 5.8 - Posição da cabeça do paciente e do posicionador de filmes., para o exame da região dos pré-molares inferiores (à es- querda) e pré-molares superiores (à direita). Técnícas Radiográficas lntraoraís 47 .................................................................................................................................................................................................................................................................. FtG. 5.9 - Posição da cabeça do paciente e do posicionador de filmes, para o exame da região dos incisivos centrais supe-. nores. T ÉCNICA PERIAPICAL DA BISSETRIZ . . .. ... .. .. ... . . . . . . . ... .. . . . ........ ...... ..... .. ....... .. . . . ... . . ..... .. . .. . . ... .. . . ..................................... . Também conhecida como técnica da "isometria", foi in- troduzida por Cieszynsky em 1907 e consiste em "direcionar o feixe de raios X perpendicularmente ao plano bissector for- mado pelo plano do dente e plano do filme", daí ser conhe- cida como técnica da bissetriz (Fig. 5.1 O). A denominação periapical se deve à sua indicação, a mesma da técnica do paralelismo, que é obter uma imagem de rodo o órgão den- tário, região periapical e esuurucas adjacentes. Por que nesta técnica o feixe de raios X deve incidir per- pendicularmente ao plano bissector formado pelo plano do filme e plano do dente? Porque se o feixe central de raios X incidir perpendicular ao longo eixo do filme, a imagem do objeto sairá encurtada (Fig. 5.12). Por outro lado, quando o feixe incidir perpen- dicular ao longo eixo do dente sua imagem se apresentará alongada (Fig. 5.11). Ao contrário da técnica do paralelismo, a bissetriz exige um posicionamento correto da cabeça do paciente, angula- ções vertical e horizontal. e áreas de incidência dos raios X .. A apreensão do filme é executada pelo próprio paciente: na maxila, com o dedo polegar da mão do lado oposto a ser radiografado e o restante dos dedos espalmados, apoiados na face; na mandíbula, a manutenção é feira com o dedo indi- cador, também com a mão do lado oposto, e o dedo polegar deve apoiar o mento, ficando os demais dedos fechados. O filme deve permanecer reco (sem se curvar ou se dobrar) para evitar distorções da imagem radiográfica e ultrapassar as su- perffcies oclusais ou incisais, cerca de 3 a 5 mm. As regiões, o número e a posição dos filmes são idênticos aos da técnica do paralelismo (quadros 5.1; 5.2 e Figs. 5.13 à 5.22). FIG. 5.10 - Técnica da bissetriz. O feixe de raios X deve inci- dir perpendicular ao plano bíssector formado pelos planos do dente e do filme . I I I I I FIG. 5.11 - Esquema do feixe de raios X com incidência incorrera .. Alongamento da imagem. / FIG. 5.12 - Esquema do feixe de raios X com incidência incorrera. Encurtamento da imagem. 48 Radiologia Odontológica e lmaginologia QUADRO 5.1-Técnica da bissetriz- maxila. Posicionamento da cabeça do paciente: PSM perpendicular ao plano horizontal e plano de Camper paralelo ao plano ho- rizontal. Apreensão do filme: Dedo polegar da mão do lado oposto a ser radiografado; os demais dedos em posição de continência. Região A Angulo vertical A Angulo horizontal Área de incidência Incisivos centrais +50° a 55° Ü° Ápice nasal Canino e incisivo lateral +45° a 50° 60° a 75° Asa do nariz Pré-molares +30° a 40° 70° a 80° Encontro da linha que desce do centro da pupila com a linha trago-asa do nariz Molares +20º a 30º 80º a 90º Enconcro da linha que desce 1 cm atrás da comissura palpebral externa com a linha trago-asa do nariz. PSM- Plano sagical mediano. FIG. 5.13 - Posicionamento da cabeça do paciente, direção e área de incidência do feixe de raios X, região dos molares superiores. FIG. 5.14 - Posicionamento do filme; região dos molares superiores do lado esquerdo. ................................................................................................... r. ~~'.!.!~?. ~. ~?.d.i~fl.'..~ f.i~?.~.!.'!. ~'..~.~'..~ !.~ ............................................................................................ ~~- FIG. 5.15 - Posicionamento da cabeça do paciente, posição do filme, direção e área de incidência do feixe de raios X, região dos incisivos cenrrais superiores. Q UADRO 5.2 - Técnica da bissetriz - mandíbula. FIG. 5.16-Execução da radiografia da região dos incisivos cen- trais superiores, vista lateral. FIG. 5.17 - Posicionamento do filme; região dos incisivos cen- . . trais supenores. Posicionamento da cabeça do paciente: PSM perpendicular ao plano horizontal e linha uago-comissura labial paralela ao plano horizontal. Apreensão do filme: Dedo indicador da mão do lado oposto a ser radiografado, os demais dedos fechados . • Região Ângulo vertical Ângulo horizontal Área de incidência Incisivos -15° a-20º o· Sulco mentolabial + Canino -10º a -15º 45° a 50º Encontro da linha que desce da asa do nariz com a linha que passa 2 cm acima da borda da mandíbula Pré-molares -5ºa -10º 70º a 80º Encontro da linha que desce do cenuo da pupila com a linha que passa 0,5 cm acima da base da mandíbula Molares o• a -5° 80° a 90° Encontro da linha que desce lcm atrás da comissura palpebral externa com a linha que passa 0,5 cm acima da base da mandíbula PSM - Plano sagital mediano. 50 Radiologia Odontológica e lmaginologia FIG. 5.18 - Posicionamento do paciente. Direção e área de inci- dência do feixe de raios X, região dos molares inferiores. FIG. 5.19 - Posicionamento do filme; região dos molares inferiores do lado esquerdo. FIG. 5.20 - Posicionamento do paciente e po- sição do filme. Direção e área de incidência do feixe de raios X, região do canino inferior. ................................................................................................... !. ~~'.!!.~a.~ .F!.a.d.i~fl.'..~ f.i~a.~.!.'!. ~'..~.~'..ª !.~ ............................................................................................ ?. ~. FIG. 5.21 - Posicionamento do filme; região do canino inferior do lado esquerdo. FIG. 5.22 - Resultado radiográfico por meio da técnica periapical. CONSIDERAÇÕES F INAIS A distância focal na técnica do paralelismo é maior. Quanto maior a distância focal, menor o grau de am- pliação da imagem radiográfica. O uso de suportes porta-filme facilita a execução da técnica do paralelismo, pois dispensa o posicionamen- to rígido da cabeça do paciente, angulações verticais e horizontais e áreas de incidência do feixe de raios X. A não utilização de posicionadores, a consequente ne- cessidade de angulações e áreas de incidência, e a difi- culdade de visão direta do filme e dentes tornam a téc- nica da bisserriz mais suscetível aos erros de técnica. Quanto maior a distância focal, será necessário mais tempo de exposição dos raios X Porém, atualmente, com o uso de filmes cada vez mais sensíveis, os tempos de exposição nas duas técnicas são muito próximos, sem levarmos em conta que na técnica dabisserriz as . - - . repet1çoes sao mais comuns. O custo dos suporces porta-filme (modelos nacionais) é relativamente baixo, e as repetições de radiografias utilizando-os são raras. É evidente, após estas considerações, que a técnica do paralelismo é a técnica periapical que apresenta mais van- tagens, exceto em casos de desconforto ao paciente (náu- seas) e durante o tratamento endodôntico, cujos materiais utilizados (sugador, lima, grampo) dificultam o emprego de posicionadores. TÉCNICA RADIOGRÁFICA INTRABUCAL INTERPROXIMAL Idealizada por Howard Rapper ( 1925), também conhecida como técnica bite-wing, esta técnica utiliza atualmente o filme periapical número 2 (3 x 4 cm). O filme bite-wing, utilizado antigamente, era maior e.m comprimento e menor em altura que o filme periapical (2,7 cm de altura e 5,4 cm de compri- 52 Radiologia Odontológica e lmagínologia .................................................................................................................................................................................................................................................................. mento), permióndo, portanto, o regístro radiográfico das coroas dos molares e pré-molares na mesma região. Com o emprego do filme periapical, estes dentes são ra- diografados separadamente. Esta técnica consiste no uso de uma aleta ou asa de mordida acoplada ao filme, que ao se posicionar sobre as faces oclusaís dos dentes posteriores, com a mordida firme da aleta, o filme será manrido em posição paralela aos dentes (Figs. 5.23 e 5.24). Indicações - Exame radiográfico das faces proximaís de dentes pos- teriores, para pesquisa de cáries (proximais e incipien- tes) e excesso ou falta de material restaurador. - Exame radiográfico da crista óssea alveolar, para a pesquisa de reabsorção, indicativa de doença perio- dontal. A radiografia interproximal é obtida atualmente e de preferência por meio de suportes porta-filme. Quando uti- lizados, dispensam o posicionamento correto do paciente, angulações verticais, horizontais e áreas de incidência. Sua haste, em forma de letra "T", orienta o cilindro localizador do aparelho de raios X como se dividisse o filme em metades iguais (superior e inferior). O posicionador para radiografia interproximal é compos- to por uma estrutura para manter o filme paralelo ao dente, suporte ou plataforma para mordida e uma haste que orien- ta o direcionamento do feixe central de raios X. O plano sagital mediano (PSM) deve cscar perpendicular ao plano horizontal, e a ünha de orientação trago-comissura labial paralela ao plano horizontal. Quando esta técnica é empregada sem o posicionador, a aleca de mordida adapcada ao filme deve ser posicionada sobre a superfície odusal dos pré-molares ou molares (de acordo com a região de interesse), de maneira que o paciente possa mordê-la com firme-ta. O feixe de raios X é direcionado com ângulo vertical de 8 a 1 o•, paralela aos espaços interproximais e perpendicular ao filme (Fig. 5.25 à 5.32). FIG. 5.23 - Supone porta-fdmes para a récnica inrerprox:imal. FIG. 5.24 - Aleca ou asa de mordida adaptada para a técnica interproximaL +8º ~ ; t -~ ~~~ ~ºº~rt:,t FIG. 5.25 - Técnica interprox:imal com alera de mordida para dentes posteriores e ângulo de incidência venical. ................................................................................................... !. ~~'.!!.~a.~ .F!.a.d.i~fl.'..~ f.i~a.~.!.'!. ~'..~.~'..ª !.~ ............................................................................................ ~~- FIG. 5.26- Posicionamento do filme na técnica interproximal, região dos molares do lado direito. FIG. 5.27 - Posicionamento do filme na técnica interproximal, região dos pré-molares do lado direito. FIG. 5.28 - Posicionamento do filme na técnica interproximal, região dos pré-molares do lado esquerdo. FIG. 5.29 - Posicionamento do filme na técnica inrerproximal, região dos molares do lado esquerdo. 54 Radiologia Odontológica e lmaginologia T ÉCNICA RADIOGRÁFICA 1 NTRABUCAL ÜCLUSAL Idealizada por Simpson ( 1916), esta técnica utiliza o fil- me oclusal (5,7 x 7,5 cm.), que é posicionado sobre as su- perfícies oclusais dos dentes. Devido à sua maior dimensão, o filme possibilita uma avaliação de áreas mais extensas da maxila e mandíbula. Indicações - Escudo radiográfico de grandes áreas patológicas, não observadas inteiramente no exame periapical. - Observação de dentes supranumerários, raízes residu- ais e corpos estranhos em pacientes edêntulos, para posterior confecção de próteses totais. - Observação de sialólitos (liáase salivar). Indica-se me- nos tempo de exposição aos raios X. Cerca de 80% dos sialóliros encontram-se no dueto excretor da glândula submandibular (dueto de Wharton), por ser mais si- nuoso. FIG. 5.30 - Posicionamento do paciente na técnica radiográfica interproximal; região dos pré-molares. Observação de dentes não irrompidos, devendo ser conjugada com outras técnicas de localização. - Estudo radiográfico de anomalias maxilares, como fis- sura palatina, toro palatino e mandibular. - Escudo radiográfico de fraturas maxilomandibulares. - Controle radiográfico do crescimento dos maxilares (expansão do palato duro). Estudo radiográfico de áreas patológicas no sentido vestibulolingual, para detectar abaulamento ósseo. - O filme oclusal pode ser utilizado, quando necessário, fora da cavidade bucal, visando o estudo de fraturas dos ossos nasais e dedos da mão, ou até permitindo o registro radiográfico da região de corpo e ramo da mandíbula. Para determinar a posição das raízes em deslocamentos acidentais para o seio maxilar durante cirurgia dental. Posicionamento da Cabeça do Paciente Exame oclusal da maxila: plano sagical mediano do pa- ciente deve estar perpendicular ao plano horiwntal e linha de orientação trago-asa do nariz paralelo ao plano horiwntal. FIG. 5.31- Posicionamento do paciente na técnica radiográfica inter proximal; região dos molares. FIG. 5.32 - Resultado radiográfico interproximal das regiões dos molares e pré-molares de ambos os lados. ................................................................................................... r. ~~'.!.!~?. ~. ~?.d.i~fl.'..~ f.i~?.~.!.'!. ~'..~.~'..~ !.~ ............................................................................................ ~ ?. Exame oclusal da mandíbula: plano sagical mediano per- pendicular ao plano horizontal e plano oclusal dos dences superiores em 90° com o plano horizoncal, obtidos com a inclinação da cabeça para trás. Posicionamento do Filme Oclusal De acordo com a área de interesse, os exames oclusais são divididos em totais e parciais. Exames totais de maxila e mandíbula: o maior eixo do filme (7,5 cm.) é mantido perpendicular ao plano sagital mediano do paciente. Exames parciais de maxila e mandíbula: o maior eixo do filme posiciona-se paralelo ao plano sagital mediano e deslo- cado para o lado e região de interesse a ser examinado. Em ambos os exames, o "picote" do filme deve estar vol- tado para vestibular (para fora da cavidade bucal). Q uanto FIG. 5.33 - Manutenção do filme para oclusal total da maxila, em paciente dentado. à apreensão do filme, o paciente dentado irá mantê-lo com o fechamento suave da boca, para não danificar a película. Paciente edêntulo, na maxila, irá pressioná-lo contra o rebor- do superior com os dedos polegares das duas mãos (demais dedos abertos) . Já na mandíbula, pressionará o filme contra o rebordo inferior com o auxílio dos dedos indicadores de ambas as mãos (demais dedos fechados) (Fig. 5.34). Se compararmos os exames oclusal e periapical no tocan- te ao tempo de exposição, este será maior na técnica oclusal, devido à maior espessura das estruturas atravessadas pelos raios X. Como em outros exames, o tempo de exposição será o preconizado pelo fabricance e dependerá, entre outros fatores, da sensibilidadedo filme radiográfico. Os exames oclusais divididos por regiões e suas respectivas angulações e áreas de incidência estão listados nos quadros 5.3 e 5 .4 (Fig. 5.35 à 5.50). FIG. 5.34 - Manutenção do filme para oclusal total da maxila (à esquerda) e mandíbula (à direita), em paciente edêntulo total. 56 Radiologia Odontológica e lmaginologia QUADRO 5.3 - Exame oclusal de maxila. Posicionamento da cabeça do paciente: PSM perpendicular ao plano horizontal e linha trago-asa do nariz paralelo ao plano horizontal. Apreensão do filme: Dentado: fechamento da boca, mordendo-o suavemente. Edênrulo: dedos polegares pressionando-o contra o rebordo ósseo superior (demais dedos abertos). Região Ângulo vertical Ângulo horizontal Área de incidência Total +65° o· Glabela (porção mais proeminente da fronte) Incisivos +65° o• Metade do dorso do nariz Canino +65º 45° Forame infraorbitário Pré-molares e molares +65° 90° Forame infraorbitário - - Assoalho do seio maxilar +80° o· Forame infraorbitário " . Túber da maxila +45° 135° ou 45° 3 cm. atrás da comissura palpebral externa PSM - Plano sagital mediano. QUADRO 5.4 - Exame oclusal de mandíbula. Posicionamento da cabeça do paciente: Radiografia oclusal da mandíbula: PSM perpendicular ao plano horizontal e plano oclusal dos dentes superiores em ângulo reto (90°) com cm relação ao plano horizontal, obtido com a inclinação da cabeça para trás. Radiografia oclusal, para a região da sínfise: PSM perpendicular ao plano horizontal, plano oclusal dos dentes supe- riores formando ângulo de 45° com o plano horizontal obtido com a inclinação da cabeça para trás. Apreensão do filme: Dentado: fechamento da boca, mordendo-o suavemente. Edêntulo: dedos indicadores pressionando-o contra o rebordo ósseo inferior (demais dedos fechados). Região Ângulo vertical Ângulo horizontal Área de incidência - Total -90º (feixe de raios X Oº Porção mediana do assoalho bucal Parcial (lado direi to ou esquerdo) Sínfise mandibular PSM - Plano sagical mediano. l perpendicular ao plano do filme) -90º (feixe de raios X perpendicular ao plano do filme) -55° o· - o· - Porção mediana do assoalho bucal (deslo- cado para a direita ou esquerda) Sínfise mandibular (línha mediana do menco) - ................................................................................................... r. ~~'.!.!~?. ~. ~?.d.i~fl.'..~ f.i~?.~.!.'!. ~'..~.~'..~ !.~ ............................................................................................ ?. !. FIG. 5.35 - Posicionamento do filme e incidência do feixe de FIG. 5.36 - Resultado radiográfico, oclusal total da maxila. raios X para oclusal total da maxila. FIG. 5.37 - Posicionamento do paciente, direção e área de inci- dência do feixe de raios X para dentes incisivos superiores. FIG. 5.39 - Posicionamento do filme e incidência do feixe de raios X para caninos superiores. FIG. 5.38 - Resultado radiográfico oclusal parcial, região dos . . 1nc1s1vos superiores. FIG. 5.40 - Resultado radiográfico oclusal parcial, região dos . . caninos supenores. 58 Radiologia Odontológica e lmaginologia FIG. 5.41 - Posicionamento do filme e incidência do feixe de raios X, região dos pré-molares e molares superiores. FIG. 5.43 - Resulcado radiográfico, região do assoalho do seio maxilar. FIG. 5.44 - Posicionamento do filme e incidência do feixe de raios X para a região de cúber da maxila. FIG. 5.42 - Posicionamento do filme e incidência do feixe de raios X para a região do assoalho do seio maxilar. FIG. 5.45 - Resultado radiográfico oclusal parcial de maxila, para a região de túber. ................................................................................................... !. ~~'.!!.~a.~ .F!.a.d.i~fl.'..~ f.i~a.~.!.'!. ~'..~.~'..ª !.~ ............................................................................................ ~~- 90º \ RX FIG. 5.46 - Posicionamento do filme e paciente, e incidência do feixe de raios X para oclusal total da mandt'bula. FIG. 5.47 - Resultado radiográfico-odusal cotai da mandt'bula. FIG. 5.49- Resultado radiográfico de região da sínfise da man- díbula. { ss· \ Raios X central FIG. 5.48 - Posicionamento do filme e incidência do feixe de raios X para a região da sínfise mandibular. FIG. 5.50 - Resultado radiográfico-oclusal parcial da man- díbula . 60 Radiologia Odontológica e lmaginologia .................................................................................................................................................................................................................................................................. REFERÊNCIAS DeLyre WR, Johnson ON: Bicewing examintion. ln: Essenciais of Dental Radiography for Dental Assiscants and hygienists, 5m edicion. Norwalk, CT, Applecon and Lange,1995. p.277- 287. Freiras A, Varoli OJ, Torres FA Técnicas radiográficas incrabucais. ln: Freiras A, Rosa JE, Souza IF. Radiologia odoncológica. 5a. ed. São Paulo: Artes Médicas. 2004. p.101-163. Gibilisco JA, van GrcvenhofD. Técnicas radiográficas. ln: Gibilis- co JA. Diagnóstico radiográfico bucal de Srafne. Trad. Sylvio Bevilacqua. 5ª ed. Rio de Janeiro: Discos CBS; 1986. p. 379-430. Haring JI, Lind LJ.Dental radiography: principies and cechniques. 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