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Gerontologia em Estética

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2018
GerontoloGia em estética
Prof.a Sílvia Saldanha Corrêa
Prof.a Talita Cristiane Sutter
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.a Sílvia Saldanha Corrêa
Prof.a Talita Cristiane Sutter
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 610
 C824g Corrêa, Sílvia Saldanha
 Gerontologia em Estética / Sílvia Saldanha Corrêa; Talita 
Cristiane Sutter. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 196 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0157-3
 
 1.Ciências Médicas. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresentação
Prezado acadêmico, iniciamos aqui mais uma etapa de seu 
conhecimento. Nesta unidade, propomos apresentar-lhe a história e os 
conceitos que envolvem a geriatria e a gerontologia. 
Hoje, fala-se muito sobre o crescimento do envelhecimento da 
população mundial, e no Brasil não é diferente. Há pouco mais de um século 
se criou os conceitos geriatria e gerontologia, especialidades responsáveis 
pelo estudo do envelhecimento e causas do “desgaste” que o corpo humano 
sofre. Portanto, buscar-se-á introduzi-lo nesta complexa rede de informações 
e pesquisas existentes, visando proporcionar o bem-estar e a qualidade de 
vida dessa nova classe social.
A Gerontologia é muito importante não somente para sua formação 
enquanto acadêmico e futuro profissional da área de estética, mas também 
para sua formação como cidadão. Como a estética, deve ser também 
associada ao bem-estar e qualidade de vida, propomos, nesta disciplina, que 
você compreenda e entenda o processo e as mudanças que ocorrem no corpo 
humano e levam ao envelhecimento. 
Em nosso dia a dia, ouvimos termos como terceira idade, idoso, 
velho, velhice, termos que muitas vezes são utilizados de maneira errônea 
e preconceituosa, e ao conhecer um pouco sobre as políticas públicas de 
proteção e atenção ao idoso, acreditamos sermos capazes de tratar e conviver 
com mais respeito com o idoso, buscando sempre proporcionar-lhes atenção, 
bem-estar e qualidade de vida.
É fato que o envelhecimento populacional é um crescente mundial. 
Já que precisamos nos preparar para uma população que envelhece 
rapidamente, vamos aferir sobre a criação e aplicabilidade das leis e estatutos 
que regem e protegem o idoso. 
Identificar a importância e contribuições dos profissionais da estética 
para a qualidade de vida do idoso e abordamos o perfil do profissional da 
estética e suas ações que contribuirão para a qualidade de vida do idoso.
Prezado acadêmico, desejamos um excelente aprendizado e 
que ao término desta etapa você tenha assimilado o conteúdo e que em 
sua aplicabilidade no âmbito profissional o faça buscar cada vez mais 
conhecimento. 
Bons estudos!
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – GERIATRIA E GERONTOLOGIA ............................................................................1
TÓPICO 1 – CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO ......................................................................3
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................3
2 CONCEITOS ......................................................................................................................................4
2.1 GERIATRIA.......................................................................................................................................5
2.2 GERONTOLOGIA ...........................................................................................................................5
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................9
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................15
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................16
TÓPICO 2 – ENVELHECIMENTO POPULACIONAL ....................................................................17
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................23
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................24
TÓPICO 3 – TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO ................................................25
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................25
2 ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO ...............................................................................................26
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................31
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................32
TÓPICO 4 – DIREITOS DOS IDOSOS ...............................................................................................33
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................33
2 ESTATUTO DO IDOSO: NOÇÕES BÁSICAS ...............................................................................35
3 LEGISLAÇÃO DO IDOSO .................................................................................................................38
4 TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO ................................................................................42
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................48
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................52
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................53
TÓPICO 5 – O PAPEL DO PROFISSIONAL ESTETA COM A QUALIDADE DE 
 VIDA DO IDOSO .............................................................................................................55
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................55
2 O PAPEL DO PROFISSIONAL ESTETA COM A QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO ......56
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................60
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................61
sumário
VIII
UNIDADE 2 – SISTEMAS DO CORPO HUMANO .......................................................................63
TÓPICO 1 – FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO E SISTEMA TEGUMENTAR .............65
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................65
2 SISTEMA TEGUMENTAR .........................................................................................................65
3 ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS E HISTOLÓGICAS DO 
 SISTEMA TEGUMENTAR .................................................................................................................66
4 CRONOLOGIA DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO ................................................69
5 DOENÇAS CUTÂNEAS COMUNS AO IDOSO .........................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................82
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................83
TÓPICO 2 – SISTEMAS ENDÓCRINO E CARDIOVASCULAR ...............................................85
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................85
2 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA ENDÓCRINO .................86
3 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA 
 ENDÓCRINO ....................................................................................................................................88
4 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ....91
5 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA 
 CARDIOVASCULAR .........................................................................................................................91
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................95
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................96
TÓPICO 3 – SISTEMAS RESPIRATÓRIO E GENITOURINÁRIO ............................................97
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97
2 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............98
3 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ....98
4 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA GENITOURINÁRIO .....100
5 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA 
 GENITOURINÁRIO ..........................................................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................103
TÓPICO 4 – SISTEMAS LOCOMOTOR E IMUNOLÓGICO .....................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105
2 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA LOCOMOTOR ...............106
3 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA LOCOMOTOR .......106
4 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO ...........107
5 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO ...108
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................111
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................112
TÓPICO 5 – SISTEMAS NERVOSO E DIGESTÓRIO ..................................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA NERVOSO .......................113
3 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA NERVOSO ..............114
4 ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS DO SISTEMA DIGESTÓRIO.................118
5 DOENÇAS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO DO SISTEMA DIGESTÓRIO ........118
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................121
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................124
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125
IX
UNIDADE 3 – ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO .................................127
TÓPICO 1 – DEPRESSÃO E TRISTEZA ...........................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 TRANSTORNOS DEPRESSIVOS EM IDOSOS..........................................................................131
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140
TÓPICO 2 – ENVELHECIMENTO ATIVO ......................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 EDUCAÇÃO E CULTURA PARA IDOSOS ..................................................................................142
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................149
TÓPICO 3 – REDE DE APOIO SOCIAL ...........................................................................................151
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................151
2 O PAPEL DA FAMÍLIA E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO ....................................151
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................156
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................157TÓPICO 4 – PROMOÇÃO DE SAÚDE .............................................................................................159
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................159
2 ATIVIDADE FÍSICA E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL ......................................................160
3 NUTRIÇÃO ADEQUADA NA TERCEIRA IDADE ....................................................................162
4 IMPLICAÇÕES DO SONO NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL ......................................163
5 PREVENÇÃO DE QUEDAS .............................................................................................................166
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................172
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................181
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................182
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................183
X
1
UNIDADE 1
GERIATRIA E GERONTOLOGIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:
• apresentar os conceitos e a importância da Geriatria;
• entender sobre envelhecimento populacional;
• compreender as principais características do envelhecimento intrínseco e 
o envelhecimento extrínseco;
• identificar os direitos dos idosos;
• verificar o papel do profissional de estética na qualidade de vida do idoso.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
TÓPICO 2 – ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
TÓPICO 3 – TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO
TÓPICO 4 – DIREITOS DOS IDOSOS
TÓPICO 5 – O PAPEL DO PROFISSIONAL ESTETA COM A QUALIDADE 
DE VIDA DO IDOSO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 1 – DESENVOLVIMENTO HUMANO
FONTE: Disponível em: <https://100mim.files.wordpress.com/2011/05/vida-2.
jpg>. Acesso em: 20 jan. 2018.
Iniciamos este tópico com uma bela imagem, a qual nos reporta a vários 
sentimentos, como: proteção, afeto, carinho, delicadeza, amor e tantos outros. Em 
resumo, a delicadeza expressada pela imagem nos aponta dois momentos muito 
especiais também do ciclo da vida!
Assim como a imagem nos mostra, todo ciclo da vida apresenta fragilidade. 
A vida apresenta fases que exigem mais atenção e cuidado. O termo fragilidade 
voltado à terceira idade não tem o intuito de identificar a velhice como sinônimo 
de doença, mas que está vulnerável a muitas intercorrências que exigem atenção 
do profissional de saúde.
4
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
Para falarmos de gerontologia, geriatria, idoso e velhice, precisamos 
compreender esse universo e seus conceitos. Segundo Leal (2016), as estimativas 
do IBGE (2016) apontam que em 40 anos a população idosa vai triplicar no país e 
passará de 19,6 milhões (10% da população brasileira), em 2010, para 66,5 milhões 
de pessoas, em 2050 (29,3%). As estimativas são de que a "virada" no perfil da 
população acontecerá em 2030, quando o número absoluto e o porcentual de 
brasileiros com 60 anos ou mais de idade vão ultrapassar o de crianças de 0 a 14 
anos. Daqui a 14 anos os idosos chegarão a 41,5 milhões (18% da população) e as 
crianças serão 39,2 milhões, ou 17,6%. 
Para tentar garantir uma equidade entre os indivíduos, a população necessita 
de um diálogo e reflexão sobre as bases do envelhecimento, as teorias biológicas 
do envelhecimento e os direitos dos idosos. Além deste papel como cidadão, 
observaremos o seu papel, profissional esteta, na qualidade de vida do idoso. 
2 CONCEITOS
Para Groisman (2002), com a ascensão do envelhecimento da população 
brasileira ao posto de “problema social”, assistimos a um crescimento cada vez 
maior do número de especialistas dedicados a este “grupo etário”: os geriatras e 
gerontólogos, que ocupam papel de destaque na formulação das novas formas de 
gestão da velhice. No entanto, a gerontologia parece ter problemas internos na sua 
formulação como campo de saber, que parecem comprometer sua consolidação 
como profissão e seu reconhecimento como disciplina científica. Desta forma, é 
necessário um olhar especial para a gerontologia e a geriatria, pois a missão maior 
é compreender e definir sua área de alcance, bem como o perfil de seu objeto. 
Para Costa (1998) e Minayo e Coimbra Jr. (2002), a transição do ser jovem 
para o ser velho é observada a partir de mudanças corporais, bem como de formas 
de tratamento sociais, nas quais os “limites” impostos pela idade se evidenciam, 
fazendo com que o sujeito (colaborador) entre em contato com essa fase de 
transição que o colocará como parte do grupo de pessoas idosas.
Considerando velhice e envelhecimento como realidades 
heterogêneas, Néri e Cachioni (1999) afirmam as possíveis variações 
em sua concepção e vivência conforme tempos históricos, culturas, 
classes sociais, histórias pessoais, condições educacionais, estilos 
de vida, gêneros, profissões e etnias, dentre outros. Ressaltam a 
importância de compreender tais processos como acúmulo de fatos 
anteriores, em permanente interação com múltiplas dimensões do 
viver (ASSIS, 2005, p. 2). 
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
5
2.1 GERIATRIA
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG, s.d.), 
geriatria é a especialidade médica que se integra na área da Gerontologia com 
o instrumental específico para atender aos objetivos da promoção da saúde, 
da prevenção e do tratamento das doenças, da reabilitação funcional e dos 
cuidados paliativos. Abrange desde a promoção de um envelhecer saudável até 
o tratamento e a reabilitação do idoso. O processo de envelhecimento impacta no 
comportamento orgânico, demandando abordagens diferenciadas.
Dentre as propostas de um envelhecer saudável, algumas clínicas, 
centros de estética e spas oferecem profissionais capacitados para 
realizar procedimentos como:
• Peeling químico: consiste na aplicação tópica de determinadas 
substâncias químicas capazes de provocar reações que vão desde 
uma leve descamação até necrose da derme, com remoção da pele 
em diferentes graus. Isso significa que haverá descamação e troca 
da pele, atuando no tratamento de manchas, acne e envelhecimento 
cutâneo.
• Preenchimento: existem várias indicações para o preenchimento 
cutâneo, tais como rugas de repouso, sulcos da pele, delineamento 
dos lábios, aumento do volume dos lábios, cicatrizes de acne e 
cicatrizes em geral.
• Toxina botulínica: seu uso para o tratamento de rugas tornou-se 
muito popular nos últimos anos. “Ela é produzida pela bactéria 
Clostridium botulinum e provoca relaxamento muscular por meio da 
inibição de uma substância química chamada acetilcolina, na junção 
entre o nervo e o músculo (placa neuromuscular). Trata-se de um 
procedimento seguro, desde que seja aplicada por um profissional 
capacitado, pois a dose necessária para causar efeitos tóxicos 
precisa ser mil vezes maior do que a usada habitualmente num 
procedimento cosmético. A ação da toxina é localizada, provocando 
paralisia muscular que permanece de dois a seis meses.
• Laser: tornou-se uma das técnicas mais modernas no tratamento das 
rugas faciais, removendo os tecidos envelhecidos com mínima lesão.
• Limpeza de pele: o profissional analisará o tipo de pele e sua 
adequação aos cosméticos e princípios ativos a serem utilizados, para 
definir qual o melhor tipo de limpeza a ser realizada,por exemplo, 
esfoliação, assepsia, extração etc. (ROMANELLI, 2018, s.p.).
2.2 GERONTOLOGIA
Ainda conforme a SBGG (s.d.), gerontologia é o estudo do envelhecimento 
nos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e outros. Os profissionais da 
gerontologia têm formação diversificada, interagem entre si e com os geriatras 
– campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do 
envelhecimento e da velhice, tendo por objetivo a descrição e a explicação do 
processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos –. A gerontologia 
apresenta uma natureza multidisciplinar e interdisciplinar, trata-se de uma 
área que objetiva a prevenção e ações para garantir a melhor qualidade de vida 
possível dos idosos até o momento final da sua vida.
6
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
Para conhecer a Lei nº 8.842, de 1994, da Política Nacional do Idoso (PNI), 
acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm>. E sobre o Estatuto do Idoso: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>.
DICAS
Outros conceitos importantes para nossa compreensão são o de idoso e 
envelhecimento, pois eles sofrem adaptações conforme as políticas e ações dos 
países em desenvolvimento e os desenvolvidos.
No Brasil, a Política Nacional do Idoso (PNI), Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 
1994, e o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, definem como 
idoso pessoas com 60 anos ou mais. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
(2002) define o idoso a partir da idade cronológica, portanto, idosa é aquela pessoa 
com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento, e com 65 anos ou mais em 
países desenvolvidos. É importante reconhecer que a idade cronológica não é um 
marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem 
diferenças significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de 
independência entre pessoas que possuem a mesma idade (BRASIL, 2005).
Para Neri (2001), o envelhecimento compreende os processos de 
transformação do organismo que ocorrem após a maturação sexual e que implicam 
a diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência. É interessante notar que 
o processo de envelhecimento engloba a velhice, que, distintamente, é definida 
em termos mais amplos: É a última fase do ciclo vital e é delimitada por eventos 
de natureza múltipla, incluindo, por exemplo, perdas psicomotoras, afastamento 
social, restrição em papéis sociais e especialização cognitiva. À medida que o ciclo 
vital humano se alonga, a velhice passa a comportar subdivisões que atendem a 
necessidades organizacionais da ciência e da vida social (PRADO; SAYD, 2006).
A velhice não é um fato estático; é o resultado e o prolongamento de 
um processo. Em que consiste este processo? Em outras palavras, o 
que é envelhecer? Esta ideia está ligada à ideia de mudança. Mas a vida 
do embrião, do recém-nascido, da criança, é uma mudança contínua. 
Caberia concluir daí, como fizeram alguns, que nossa existência é uma 
morte lenta? É evidente que não. Semelhante paradoxo desconhece a 
verdade essencial da vida: ela é um sistema instável no qual se perde e se 
reconquista o equilíbrio a cada instante; a inércia é que é o sinônimo de 
morte. A lei da vida é mudar (BEAUVOIR, 1990, p. 17).
A experiência de envelhecer constitui-se, então, em uma busca por evitar 
ou adiar o “inevitável”, a própria velhice, e se apresenta como uma 
vivência estigmatizada, reveladora de sentidos diversos em um contexto 
perpassado por valores segundo os quais ser velho é ser desvalorizado, 
diminuído e excluído. O envelhecer passa, portanto, a representar uma 
batalha contínua quanto à aceitação de si mesmo e do curso natural da 
existência humana, um fluxo em que o “inevitável” é experienciado como 
“indesejável” (NOGUEIRA; MOREIRA, 2008, p. 75).
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
7
O envelhecimento, segundo Moraes (2012), é o comprometimento dos 
principais sistemas funcionais, pois gera as incapacidades e, por conseguinte, as 
grandes síndromes geriátricas: a Incapacidade cognitiva, a Instabilidade postural, 
a Imobilidade, a Incontinência e a Incapacidade comunicativa. Estas alterações e 
particularidades do processo de envelhecimento é que necessitam de estudos e 
pesquisas que proporcionem atenção e cuidado ao idoso, evitando assim possíveis 
agravos de seu estado de saúde.
Dentre as questões que cercam o envelhecimento, a saúde aparece 
como elemento balizador pelo seu forte impacto sobre a qualidade 
de vida, constituindo-se como uma das principais fontes de estigmas 
e preconceitos em relação à velhice. A representação negativa, 
normalmente associada ao envelhecimento, tem como um de seus 
pilares o declínio biológico, ocasionalmente acompanhado de doenças 
e dificuldades funcionais com o avançar da idade (ASSIS, 2005, p. 3). 
É importante que todos os envolvidos no propósito de compreender 
e buscar a qualidade de vida para o idoso notem que além de procedimentos 
estéticos faciais, a massagem é uma excelente forma de proporcionar aos idosos 
qualidade de vida, alívio da dor e até mesmo problemas emocionais. 
Além dos benefícios físicos e mentais e da melhora na qualidade de vida, 
a massagem no idoso ajuda no aumento da autoestima, pois ela tem o poder de 
resgatar o bem-estar pessoal, devolvendo o prazer e a vontade de viver. Nossos 
idosos já viveram tanto tempo e têm tanto a nos ensinar que merecem chegar a 
essa fase da vida com um pouco mais de carinho e atenção. A massagem traz 
ótimos resultados à terceira idade, pois esta é uma fase tão sensitiva que apenas 
um toque pode mudar a vida de um idoso, trazendo estímulo para ver a vida com 
mais expectativa. Ela representa apenas uma das várias portas a serem abertas 
pelo idoso para continuar a viver com mais alegria, tranquilidade e positividade. 
Sua aplicação é tão gratificante para quem aplica quanto para quem recebe, e 
a oportunidade de desfrutar o simples prazer do toque humano, mesmo que 
num breve período de tempo, é para muitos idosos um momento de alegria e 
descontração (SANTOS; SOUZA, 2015).
Entre os mais variados tipos de massagens recomendadas por geriatras, 
podemos citar algumas, são elas:
• Relaxante - são tratamentos que usam as mãos ou aparelhos simples. Todo tipo 
de massagem relaxante tenta promover o relaxamento muscular e combater o 
estresse. A maioria deles libera um hormônio chamado ocitocina que combate 
a tensão muscular, o estresse, ajuda o intestino e baixa a pressão arterial 
(GRAND HYATT, 2018). 
•	 Reflexologia - é a disciplina que promove o tratamento de diversas afecções através 
de massagens nas mãos ou nos pés. De acordo com esta doutrina, as massagens 
que se aplicam em certos pontos do corpo provocam um reflexo noutras regiões 
corporais, permitindo o alívio de um mal-estar (CONCEITO.de, s.d.). 
8
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
• Drenagem linfática - o sistema linfático contribui para a drenagem do 
organismo. Em caso de disfunção ou formação de edema, a drenagem 
linfática manual faz parte das técnicas utilizadas para favorecer a circulação 
“de retorno”. A drenagem linfática é muito importante em pré e pós-operatório 
(PORTAL EDUCAÇÃO, s.d.).
• Sushô - é uma massagem de origem coreana bastante leve, ideal para o relaxamento 
e equilíbrio do sistema corpo-mente. É realizada com esferas de cristal de quartzo 
que potencializam o efeito curativo da massagem e proporcionam uma incrível 
sensação de bem-estar, pois transforma nossa energia estática em elétrica e sutil. 
As esferas de cristais ainda atuam como vitaminas energéticas para o corpo. 
Essa técnica é procurada por pessoas que estão grande parte do dia em contato 
com aparelhos eletrônicos (computadores, celulares etc.), para alívio de dores e 
distúrbios emocionais, insônia, tensão, estresse, ansiedade, fibromialgia, entre 
outros (CORPO E ALMATERAPIAS, s.d.).
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, 
de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos – 
senescência – o que, em condições normais, não costuma provocar 
qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga, como 
doenças, acidentes e estresse emocional, pode ocasionar uma condição 
patológica que requeira assistência – senilidade. Cabe ressaltar que 
certas alterações decorrentes do processo de senescência podem ter 
seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais 
ativo (BRASIL, 2006, p. 8). 
Propomos que efetue a leitura do texto a seguir, nele constam alguns 
tópicos importantes que irão corroborar para uma melhor compreensão de nosso 
conteúdo inicial. 
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
9
GERIATRIA, UMA ESPECIALIDADE CENTENÁRIA
 Adriana Vianna Benke Pereira
 Rodolfo Herberto Schneider
 Carla Helena Aigustin Schwanke
O século XX foi marcado por dois fenômenos que modificaram o 
panorama demográfico e o perfil de morbimortalidade da população. O primeiro 
refere-se ao incremento da parcela idosa da população e o segundo ao aumento 
da morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis em detrimento às 
infectocontagiosas.
 
Classificam-se como idosas as pessoas com mais de 65 anos de idade 
em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em 
desenvolvimento. Estima-se que a população mundial de idosos em 2009 seja 
de 737 milhões de indivíduos e prevê-se que este número triplique em 2050, 
alcançando a cifra de 2 bilhões. Atualmente, 64% da população idosa mundial 
vive em regiões menos desenvolvidas e espera-se que este percentual aumente 
para 79% em 2050. 
Para a América Latina, há previsão de que em 2025, em cada grupo de 10 
idosos, um terá mais que 80 anos. Estimativas recentes indicam que os idosos já 
compõem 11,1% da população total do Brasil, com um contingente de mais de 21 
milhões de indivíduos. 
Em 2025 deverá superar em até cinco vezes aquele observado em 1975, 
sendo que, para cada grupo de 100 indivíduos menores de 15 anos, haverá 46 
idosos (contra 10 existentes em 1975). Finalmente, em 2050 o número de pessoas 
idosas deverá superar o de menores de 15 anos. 
No entanto, envelhecimento é mais que uma questão de números. Pessoas 
idosas apresentam aspectos particulares de saúde e necessidades médicas diferentes 
daquelas apresentadas por indivíduos jovens, além de constituir um segmento 
heterogêneo em termos de capacidade funcional. O desafio que se coloca é o de 
atender a uma sociedade progressivamente mais envelhecida através da oferta de 
serviços e benefícios que lhes permitam uma vida digna e ativa. 
Neste contexto, a Geriatria, além de ser uma das especialidades médicas 
mais recentes, tem sido considerada como uma especialidade de importância 
fundamental e em franca expansão no mercado de trabalho. Geriatria refere-se 
à especialidade médica responsável pelos aspectos clínicos do envelhecimento 
e pelos amplos cuidados de saúde necessários às pessoas idosas. É a área 
da medicina que cuida da saúde e das doenças da velhice; que lida com os 
aspectos físicos, mentais, funcionais e sociais nos cuidados agudos, crônicos, de 
reabilitação, preventivos e paliativos dos idosos; e que ultrapassa a “medicina 
LEITURA COMPLEMENTAR
10
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
centrada em órgãos e sistemas”, oferecendo tratamento holístico, em equipes 
interdisciplinares e com o objetivo principal de otimizar a capacidade funcional e 
melhorar a qualidade de vida e a autonomia dos idosos. 
O INDIVÍDUO IDOSO
Uma vez que o foco de atuação do geriatra é o idoso, uma questão torna-
se importante de ser debatida: afinal, quem é e como se pode caracterizar o 
indivíduo idoso? Geralmente, o principal marcador utilizado para caracterizar a 
velhice é a idade. Entretanto, quando se fala em idade, é importante salientar que 
se fala em vários tipos de idade, ou seja, idade cronológica, biológica, funcional, 
psicológica e social. 
No que tange à idade cronológica, os indivíduos passam a ser considerados 
idosos quando atingem a idade de 60 anos em países em desenvolvimento, como 
é o caso do Brasil, e a idade de 65 anos em países desenvolvidos. 
Contudo, os indivíduos envelhecem ao longo do seu desenvolvimento, 
e não a partir dos 60 ou 65 anos. O envelhecimento é um processo contínuo, 
complexo, multifatorial e individual, envolvendo modificações do nível molecular 
ao morfofisiológico, que ocorrem em cascata, principalmente após o período pós-
reprodutivo. Segundo Kirkland, o envelhecimento é um processo progressivo, 
universal e intrínseco, e suas alterações ocorrem em diferentes taxas entre os 
vários órgãos de um indivíduo (envelhecimento segmentar).
Troen, em uma revisão sobre a biologia do envelhecimento, afirma que o 
envelhecimento é inexorável e que as tentativas de entendimento de suas causas 
são limitadas pela complexidade do fenômeno. Segundo o autor, as modificações 
do envelhecimento são caracterizadas por:
• Mudança na composição bioquímica dos tecidos.
• Diminuição progressiva na capacidade fisiológica.
• Redução na capacidade de adaptação aos estímulos.
• Aumento na suscetibilidade e vulnerabilidade às doenças.
• Aumento da mortalidade.
Segundo Fries, em geral, o declínio linear na capacidade de reserva dos 
órgãos inicia-se em torno dos 30 anos de idade cronológica.
AS PECULIARIDADES DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA EM IDOSOS
O atendimento dos indivíduos idosos pelos profissionais da área da 
saúde em diversos níveis (primário, secundário e terciário) traz à tona algumas 
peculiaridades, como: (1) a doença física pode se apresentar como um transtorno 
mental com confusão e desorientação (delírio ou delirium), frequentemente como 
um dos primeiros sinais das enfermidades mais comuns; (2) as capacidades 
funcionais ou fisiológicas estão diminuídas (como a depuração de creatinina); (3) 
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
11
as reações adversas a medicamentos são mais pronunciadas e mais prováveis; (4) 
os sinais e sintomas típicos de doenças podem estar ocultos ou ser muito leves 
(ex.: a febre pode ser mínima ou ausente durante uma pneumonia); (5) múltiplos 
problemas orgânicos, psicológicos e sociais estão presentes. 
Porém, entre idosos, muito mais do que apenas a ausência de doença, a 
qualidade de vida é um reflexo da manutenção da autonomia, ou seja, a capacidade 
de determinação e execução dos próprios desígnios. Uma vez que a ausência de 
doença é rara entre os idosos, mas a satisfação com a vida é muito frequente, a 
capacidade funcional passa a ser um paradigma da saúde geriátrica. A saúde 
do idoso, sob este prisma, passa a ser resultante da interação multidimensional 
entre saúde física, saúde mental (aspectos cognitivos e emocionais), autonomia, 
integração social, suporte familiar e independência econômica.
O comprometimento de qualquer uma destas dimensões pode afetar a 
capacidade funcional do idoso, apresentando um impacto na qualidade de vida.
Outro conceito de fundamental importância para a saúde da população 
idosa é a vulnerabilidade ou fragilidade. Saliba et al. (2001) definem idoso 
vulnerável como aquele que se encontra com risco elevado de declínio funcional 
e morte em dois anos. 
Finalmente, a atenção adequada à saúde dos idosos requer conhecimentos 
específicos diferentes daqueles necessários ao cuidado de adultos. Assim, 
justifica-se a formação do médico especializado no cuidado do indivíduo idoso, o 
geriatra, assim como se justifica a formação do médico especializado no cuidado 
da criança, o pediatra.
HISTÓRIA DA GERIATRIA
Preocupações com longevidade, imortalidade e busca pela vida eterna 
estiveram sempre presentes na história da humanidade, podendo ser observadas 
na mitologia grega, em papiros do antigo Egito e em escritos bíblicos.Em busca 
da Fonte da Juventude, Ponce de Leon descobriu a Flórida, nos Estados Unidos 
da América, no século XVI.
Médicos e filósofos da antiguidade fizeram observações sobre doenças 
associadas ao envelhecimento. Na Grécia antiga, a teoria predominante de 
envelhecimento referia-se ao calor intrínseco, um dos elementos essenciais e o 
principal relacionado à vida. Hipócrates descreveu a velhice como fria e úmida, 
o que pode ter sido o início do reconhecimento da insuficiência cardíaca como 
afecção comum da terceira idade. Aristóteles, um século depois, apresentou 
sua teoria, também relacionando envelhecimento à perda de calor intrínseco. 
A vida consistiria na manutenção desse calor e de sua relação com a alma, 
que se localizaria no coração. Para se manter, o calor intrínseco necessitaria de 
combustível e, na medida em que este combustível fosse consumido, sobreviria 
o envelhecimento.
12
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
Na Roma antiga sobressai-se o legado de Marco Túlio Cícero, que em 
seu livro De Senectude traz soluções válidas até os dias atuais. Galeno combinou 
a teoria dos quatro humores, a noção aristotélica do calor intrínseco, a noção 
de pneuma (espírito) e crença num só deus. Considerava a velhice fria e seca, e 
aconselha, em seu livro Gerontomica, a manter os idosos aquecidos e umedecidos.
No século XII, para Bacon, seria possível proteger-se do envelhecimento 
através da adoção de dieta controlada, repouso, exercícios e estilo de vida 
moderados, bons hábitos de higiene e inalações frequentes da respiração de uma 
jovem mulher virgem. 
Na segunda metade do século XV, o médico italiano Gabriele Zerbi 
produziu o primeiro livro impresso destinado exclusivamente à Geriatria, no 
qual, além de abordar características normais e aspectos patológicos e descrever 
virtudes necessárias àqueles que pretendessem se dedicar ao cuidado desta 
população, refere-se ao uso de leite humano para a melhoria das condições dos 
idosos. Ainda no século XV, o médico francês André Laurens escreve o primeiro 
livro de Geriatria em língua francesa, em que, a partir da observação de autópsias 
em idosos, discute a teoria de que o coração diminui a partir dos cinquenta anos.
Durante os séculos XVIII e XIX, vários médicos escreveram especificamente 
sobre doenças do envelhecimento e seu tratamento, porém, o século XX marcou 
definitivamente a importância do estudo da velhice.
Em 1903, Elie Metchnikoff defendeu a ideia da criação de uma nova 
especialidade, a GERONTOLOGIA, a partir das expressões gero (velhice) e logia 
(estudo). 
Por definição, Gerontologia é o campo multiprofissional e multidisciplinar 
que visa à descrição e explicação das mudanças típicas do processo de 
envelhecimento e de seus determinantes genético-biológicos, psicológicos e 
socioculturais. Abrange aspectos do envelhecimento normal e patológico. A 
Gerontologia é intrinsecamente interdisciplinar, pois o processo de envelhecimento 
permeia todos os aspectos da vida. 
Em 1909, Ignatz Leo Nascher, médico vienense radicado nos Estados 
Unidos, propôs a criação de nova especialidade médica, destinada a tratar das 
doenças dos idosos e da própria velhice, a qual denominou GERIATRIA. Nasher 
é considerado o “pai da Geriatria”. 
Na década de 1930, a médica inglesa Marjorie Warren desenvolveu 
princípios até hoje tidos como centrais na prática da Geriatria moderna, sendo 
considerada a “mãe da Geriatria”. Pela primeira vez estimulou os pacientes a sair 
da cama e caminhar, introduzindo o conceito de reabilitação. 
TÓPICO 1 | CONCEITOS DE ENVELHECIMENTO
13
Em 1942 foi criada a American Society of Geriatrics e, em 1946, a Gerontological 
Society of America. Em 1946, foram publicados pela primeira vez o Journal of 
Gerontology e o periódico Geriatrics. Em 1953 foi lançado o Journal of the American 
Geriatrics Society e em 1961 teve início a publicação do The Gerontologist.
Na Espanha, a Sociedad Española de Geriatría y Gerontología foi fundada em 
1948. De 1946 até meados dos anos 50, foram organizados vários cursos médicos 
de pós-graduação, que provavelmente são os primeiros cursos oficiais de Geriatria 
em todas as escolas europeias de Medicina.
Em 1950, na cidade de Liège, Bélgica, foi fundada a International Association 
of Gerontology (IAG). Em 2005, passou a se denominar International Association 
of Gerontology and Geriatrics, que atua na promoção e desenvolvimento da 
Gerontologia e Geriatria como uma ciência, congregando sociedades científicas 
de todo o mundo. Periodicamente, promove o World Congress of Gerontology, 
atualmente a intervalos de quatro anos, sendo que o último foi realizado no mês 
de julho de 2009, na cidade de Paris.
Em 1954, Tibbits introduziu o termo GERONTOLOGIA SOCIAL, que é a 
área da Gerontologia que se ocupa do impacto das condições sociais e socioculturais 
sobre o processo de envelhecimento e das consequências sociais deste processo. 
Mais recentemente, tem-se utilizado a terminologia BIOGERONTOLOGIA, 
GERONTOLOGIA BIOLÓGICA ou GERONTOLOGIA BIOMÉDICA, que se 
refere ao estudo do fenômeno do envelhecimento (como e por que envelhecemos) 
do ponto de vista molecular e celular, orgânico, evolutivo e de todas as interfaces 
entre eles, de estudos populacionais e de prevenção de doenças associadas ao 
envelhecimento. Adicionalmente, visa aplicar os conhecimentos do processo de 
envelhecimento na sua desaceleração, ou mesmo, no aumento do tempo de vida 
e da vitalidade dos seres humanos.
No Brasil, o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), criado em 1973, é 
considerado a instituição pioneira no ensino de Geriatria na graduação em 
Medicina. O site da SBGG apresenta uma linha do tempo com os marcos da 
Geriatria no Brasil. 
A Geriatria, com suas facetas de assistência, ensino e pesquisa, certamente 
florescerá cada vez mais devido à realidade do rápido envelhecimento 
populacional, que é reconhecido como fenômeno mundial e irreversível. Passados 
15 anos do lançamento do livro que apresentou os dados da tese de doutorado 
do Dr. Renato Veras, realizada no Guy’s Hospital da Universidade de Londres, 
pode-se afirmar que o Brasil é realmente “um país jovem com cabelos brancos”. 
14
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
CONCLUSÕES
Geriatria refere-se à especialidade médica responsável pelos aspectos 
clínicos do envelhecimento e pelos amplos cuidados de saúde necessários às 
pessoas idosas. Pela sua complexidade somada ao envelhecimento populacional, 
torna-se uma especialidade instigante, desafiadora e contemporânea.
Que a legião de idosos e de “envelhescentes” brasileiros seja a inspiração 
para o envolvimento de todos os geriatras, gerontólogos e profissionais que 
atuam na área para a busca de caminhos que levem ao envelhecimento digno, 
ativo e com qualidade de vida.
FONTE: PEREIRA A. M. V. B.; SCHNEIDER R. H.; SCHWANKE C. H. A. Geriatria, uma especialidade 
centenária. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 19, n. 4, p. 154-161, out./dez. 2009. Disponível em: 
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/6253/4734>. 
Acesso em: 25 jan. 2018.
15
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe diferença entre os conceitos de geriatria e gerontologia, geriatria é uma 
especialidade médica e a gerontologia o estudo do envelhecimento.
• É importante a criação de cada área, uma vez que o processo de envelhecimento 
é impactante, orgânico e necessita de abordagens diferenciadas.
• A geriatria não é uma especialidade médica nova, mas centenária.
• Há diferença entre os termos velhice e idoso.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 Quanto ao ciclo da vida, faça uma reflexão e responda: Como você imagina 
que era o ciclo de vida (início, percurso e fim) desde o homem primitivo até 
os dias atuais? Onde viviam? Como viviam? 
2Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as asserções sobre o Estatuto do 
Idoso:
a) ( ) Devemos considerar o envelhecimento algo patológico, por isso é 
importante sua institucionalização.
b) ( ) O envelhecimento deve ser considerado um direito do indivíduo e a sua 
proteção um direito social.
c) ( ) O idoso tem garantido pelo Estado proteção à vida e à saúde, que 
consistem no respeito à integridade física e moral. 
d) ( ) É dever e obrigação da sociedade e Estado garantir aos idosos: respeito, 
liberdade e dignidade. 
e) ( ) O idoso tem o direito e liberdade de ir e vir, de opinar e de se expressar, 
de credo e culto religioso, prática de esportes e diversão, entre outros.
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 2
ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para melhor compreender o envelhecimento populacional, precisamos 
nos lembrar e reportar a importância da epidemiologia para a saúde. 
Segundo Montilla (2008), embora não se tenha certeza de quando e quem 
foi o primeiro a definir a epidemiologia, sabemos que a história dessa ciência 
acompanha a história da medicina, especialmente da medicina preventiva. 
Por isso, considera-se que Hipócrates lançou as principais bases dos estudos 
epidemiológicos.
A figura a seguir ilustra os fatores que, em conjunto, lapidam o conceito 
de envelhecimento ativo e como o mesmo é observado dentro da epidemiologia
Envelhecimento
ativo
Determinantes 
Econômicos
Determinantes 
Sociais
Determinantes 
Pessoais
Ambiente 
Físico
Renda, proteção 
social, trabalho
Apoio social, 
violência e maus-
tratos, educação e 
alfabetização
Estilo de vida: 
tabagismo, atividade 
física, alimentação, 
saúde oral, álcool 
etc.
Prevenção de 
doenças Promoção 
da saúde, acesso 
aos serviços
Serviços 
sociais e de 
Saúde
Determinantes 
Comportamentais
Contexto urbano/ 
rural, serviços 
de transportes, 
moradia segura
Genética condição 
biológica, capacidade 
cognitiva
Gênero
Cultura
FIGURA 2 – ENVELHECIMENTO ATIVO
FONTE: Adaptado de Organização Mundial da Saúde (2005)
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
18
Segundo Ciosak et al. (2011), envelhecer é um processo natural que implica 
mudanças graduais e inevitáveis relacionadas à idade e sucede a despeito de o 
indivíduo gozar de boa saúde e ter um estilo de vida ativo e saudável. No ser 
humano, esse fenômeno progressivo, além de desencadear o desgaste orgânico, 
provoca alterações nos aspectos culturais, sociais e emocionais, que contribuem 
para que se instale em diferentes idades cronológicas.
Ainda sobre análise e interpretação das informações obtidas através das 
pesquisas demográficas e epidemiológicas, necessitamos saber como interpretar 
e quais as possíveis informações que esses dados estatísticos, agora tabulados em 
pirâmide ou tabela, trazem. Vejamos a classificação das pirâmides.
Existem quatro tipos principais de pirâmides populacionais, que são 
classificadas conforme a idade predominante da população.
• Pirâmide Jovem: possui uma base mais larga, em virtude dos 
altos índices de natalidade, e um topo muito estreito, em função 
da alta mortalidade e da baixa natalidade em tempos anteriores. 
Esse tipo de pirâmide é visto com mais frequência em países 
subdesenvolvidos.
• Pirâmide Adulta: possui uma base também larga, porém com uma 
taxa de natalidade menor em face da população infantil e jovem. 
• Pirâmide Rejuvenescida: apresenta um relativo aumento do 
número de jovens em relação a um período anterior, em função do 
aumento da fecundidade, geralmente em países desenvolvidos que 
estimulam a natalidade.
• Pirâmide Envelhecida: a população adulta é predominante e 
a base bem reduzida, apresentando uma quantidade de idosos 
significativamente maior em comparação às demais pirâmides. 
Esse tipo de pirâmide é mais comum em países desenvolvidos. 
Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/
piramide-etaria.htm>. Acesso em: 4 mar. 2018.
Vamos observar o gráfico a seguir, duas pirâmides sobrepostas e com 
um potencial muito grande de informação sobre o crescimento populacional 
de idosos em ambos os sexos. Esse aumento na população idosa, ou seja, no 
envelhecimento populacional, está estimado até meados de 2035 pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 
TÓPICO 2 |ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
19
GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO
Distribuição etária da população
De 2000 A 2040
HOMENS 2040 HOMENS 2000 MULHERES 2040 MULHERES 2000
80+
75-79
70-79
65-69
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
66 4 2 0 2 4
60-64
FONTE: Disponível em: <http://s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2010/10/12/640x340_grafico3.jpg>. 
Acesso em: 20 jan. 2018. 
Conforme vimos, o envelhecimento é um processo natural nos seres vivos, 
na população humana envolve uma série de fatores e ações geradas pelas políticas 
sociais, econômicas, culturais e de saúde e a qualidade do desenvolvimento de 
uma nação. O conjunto destas políticas acaba por refletir em um aumento da 
expectativa de vida e na queda de fecundidade.
Fortuitamente, o aumento da expectativa de vida e a queda de fecundidade 
da população acabam por resultar no aumento da população idosa e diminuição 
de nascimentos, logo, temos uma diminuição de crianças e jovens, como podemos 
observar na sobreposição apresentada no gráfico. 
Agora, vejamos uma comparação entre os anos 2000, 2025 e 2050, também 
sobre o envelhecimento da população brasileira, apontando o crescimento da 
população idosa.
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
20
GRÁFICO 2 – ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
 FIGURA I: ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA, POR SEXO, NOS ANOS 
2000, 2025 E 2050.
BRASIL
80 e mais
Idade
75-79
70-79
65-69
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
0-4
7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7
60-64
2000
80 e mais
Idade
75-79
70-79
65-69
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7
0-4
60-64
2025
80 e mais
Idade
75-79
70-79
65-69
55-59
50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
5-9
7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7
0-4
60-64
2050
%
Masculino
Feminino
%
Masculino
Feminino
%
Masculino
Feminino
FONTE: Disponível em: <https://senescenciaativa.files.wordpress.com/2013/01/fig_01.jpg>. Acesso 
em: 20 jan. 2018. 
Ao propor uma discussão sobre o envelhecimento da população, não 
conseguimos estabelecer um dado histórico, pois hoje não tratamos mais a velhice 
como doença e até mesmo um descarte da sociedade, e com base nos tempos de 
hoje, necessitamos esclarecer e diferenciar os tipos de envelhecimento propostos 
em sua teoria.
Para se inteirar mais sobre o envelhecimento da população brasileira, sugerimos 
a leitura do artigo O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências 
sociais atuais e futuras, de Gabriella Morais Duarte Miranda (2014). Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbgg/v19n3/pt_1809-9823-rbgg-19-03-00507.pdf>. 
O artigo tem uma proposta reflexiva, com apontamentos sobre a falta de suporte e 
despreparo populacional e do Estado em políticas específicas para o idoso, que assegurem 
uma atenção integral, reconheçam as características do envelhecimento e promovam a 
qualidade de vida. Boa leitura!
DICAS
Ao diferenciar e elaborar os conceitos de velhice, idoso, gerontologia 
e geriatria, nos deparamos com outras duas nomenclaturas, a senescência e a 
senilidade. 
Para a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), estes 
dois termos estão interligados à velhice, porém sua ação pode ser mais ou menos 
agressiva no indivíduo.
TÓPICO 2 |ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
21
WilsonJacob Filho (2016, s.p.) afirma que “a senescência abrange todas 
as alterações produzidas no organismo de um ser vivo – seja do reino animal 
ou vegetal – e que são diretamente relacionadas à sua evolução no tempo, sem 
nenhum mecanismo de doença reconhecido”. 
As alterações a que o médico se refere são aquelas sofridas comumente 
por todos e com variações biológicas. Como os cabelos brancos e/ou sua queda, 
as rugas e a dificuldade para executar certos movimentos.
Filho (2016) ainda ressalta que a senilidade é um complemento da 
senescência no fenômeno do envelhecimento. O geriatra (s.p.) define como 
“condições que acometem o indivíduo no decorrer da vida baseadas em mecanismos 
fisiopatológicos”. São, dessa forma, doenças que comprometem a qualidade de 
vida das pessoas, mas não são comuns a todas elas em uma mesma faixa etária. 
“Assim são a perda hormonal no homem, que impede a fertilidade, a osteoartrose, 
a depressão e o diabetes, entre outros comprometimentos”, explica Jacob Filho. 
“Todas essas circunstâncias não são normais da idade e nem comuns a todos os 
idosos, por isso são caracterizadas como quadro de senilidade” (Grifo nosso).
Diante do apresentado, percebe-se que diferenciar senescência de 
senilidade exige mais atenção. Atitudes como uma alimentação saudável, a 
prática de atividades físicas, acompanhamento médico e vida social permitirão 
qualidade de vida.
FIGURA 3 – NUTRIÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://blogeducacaofisica.com.br/wpcontent/uploads/
2017/05/alimenta%C3%A7%C3%A3o-correta.jpg>. Acesso em: 6 mar. 2018.
Uma pessoa que se alimenta adequadamente, faz atividade física, 
desenvolve papéis sociais e afetivos ao longo de toda a vida e está 
atenta à prevenção de doenças, com vacinação em dia, controle de 
hipertensão, diabetes e outros problemas crônicos, a chance de evitar 
a senilidade e promover uma senescência saudável é bastante alta 
(FILHO, 2016, s.p.).
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
22
FIGURA 4 – ATIVIDADE FÍSICA
FONTE: Disponível em: <https://www.jexpoente.com.br/wp-content/uploads/2017/12/
idoso.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2018.
23
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O envelhecimento populacional é um processo natural dos seres vivos, mas 
que envolve uma série de fatores e ações geradas pela economia, políticas 
sociais, culturais e desenvolvimento da nação.
• A importância da aplicabilidade, compreensão e importância dos conceitos de 
senescência e senilidade na construção de novas políticas e atenção à saúde do 
idoso, proporcionando-lhe qualidade de vida. 
24
1 Produza um texto, breve e reflexivo, sobre o perfil do idoso em sua região, 
pesquise como é o tratamento e os tipos de ações executadas em prol 
desta classe chamada “melhor idade”. Se necessário, faça uso dos artigos 
sugeridos aqui no seu livro, e acredite, essa pesquisa lhe proporcionará e 
fornecerá dados interessantíssimos. Bom trabalho!
2 Com relação ao envelhecimento populacional, percebe-se que o percentual 
de idosos na população brasileira segue em crescimento. Considerando os 
indicadores estudados na unidade e as atuais mudanças no processo de 
envelhecimento da população brasileira, assinale a alternativa correta:
a) ( ) A taxa de fecundidade no Brasil vem declinando, e a proporção de 
idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de crianças.
b) ( ) Os jovens brasileiros estão indo tentar a vida no exterior cada vez mais 
cedo.
c) ( ) Notamos um predomínio maior da população masculina frente à 
feminina.
d) ( ) As políticas públicas e privadas para atender às necessidades 
diversificadas da parcela da população brasileira que envelhece são 
difundidas em muitos países pelo seu sucesso e qualidade.
AUTOATIVIDADE
25
TÓPICO 3
TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
“Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação 
das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma 
diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente” 
(VARELLA, 2016, s.p.).
Segundo Chaimowicz (1997), o Brasil, mesmo tendo iniciado seu processo 
de envelhecimento somente na década de 60, acompanha essa tendência mundial 
com um envelhecimento rápido e intenso.
Para Farinatti (2002), as teorias biológicas do envelhecimento examinam 
o assunto sob a ótica do declínio e da degeneração da função e estrutura dos 
sistemas orgânicos e das células. O processo de envelhecimento é definido no 
contexto de um conjunto de variáveis mensuráveis, como a aptidão física ou 
eventos mórbidos.
O envelhecimento populacional é tão enérgico mundo a fora que 
instiga cientistas, médicos, sociólogos e psicólogos a estudarem e investigarem 
formas capazes de minimizar ou evitar os efeitos do envelhecimento, fato que 
proporcionou nos últimos anos um aumento de pesquisas voltadas para o 
envelhecimento humano, surgindo várias teorias com o propósito de explicar as 
causas desse fenômeno (BARROS NETO; MATSUDO; MATSUDO, 2000).
Dentre as inúmeras teorias que buscam apontar as causas do 
envelhecimento, podemos destacar: a Teoria Genética, a Teoria Imunológica, a 
Teoria do Acúmulo de Danos, a Teoria das Mutações, a Teoria do Uso e Desgaste 
e a Teoria dos Radicais Livres (RLs), uma das teorias mais plausíveis até o 
momento. Esta teoria sustenta a ideia de que o envelhecimento celular normal 
seja desencadeado e acelerado pelos RLs, moléculas instáveis e reativas capazes 
de reagir com os constituintes do organismo em busca de uma maior estabilidade 
(FRIES; PEREIRA 2011).
26
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
2 ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO
Intrínseco é um adjetivo masculino singular que tem origem na 
palavra em latim intrinsecus, que tem como significado “interior”. Intrínseco 
significa íntimo, interno, inerente, constitutivo. A palavra serve para classificar 
algo que está no interior, próprio, fundamental e da essência de alguém 
(SIGNIFICADOSBR, 2017). 
Intrínseco é a expressão empregada para descrever algo característico, 
que está dentro, incluso, um atributo intrínseco. 
Sabemos que envelhecer faz parte do ciclo da vida, e só o notamos a partir 
do surgimento dos primeiros "pés de galinha", algumas manchinhas na pele, 
uma certa e indesejável flacidez, entre outros fatores característicos do próprio 
envelhecimento.
Quando falamos em envelhecimento intrínseco, infelizmente estamos 
nos reportando a uma etapa de desgaste natural do corpo, ou seja, nossas células 
envelhecem, mesmo que busquemos combatê-las, preveni-las através da mudança 
de hábitos ou até mesmo intervenções cirúrgicas. Esse envelhecimento natural é 
comandado pelas nossas heranças genéticas.
O antônimo de intrínseco é a palavra extrínseco, que significa algo que 
está no exterior de alguém ou algo. Portanto, o envelhecimento intrínseco pode 
também ser chamado de envelhecimento cutâneo ou cronológico. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017), envelhecimento 
cutâneo intrínseco ou cronológico é aquele decorrente da passagem do tempo, 
determinado principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e reações 
metabólicas, como estresse oxidativo. Nele estão presentes os efeitos naturais 
da gravidade ao longo dos anos, como as linhas de expressão, a diminuição da 
espessura da pele e o ressecamento cutâneo. A pele tem efeitos degenerativos 
semelhantes aos observados em outros órgãos, mas reflete também certos aspectos 
da nossa saúde interior, como:
TÓPICO 3 | TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO
27
QUADRO 1 – ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO
Genética:
Com o tempo, as células vão perdendo sua 
capacidade de se replicar. Este fenômeno é 
causado por danos no DNA decorrentes da 
radiação UV, de toxinas ou da deterioração 
relacionada à idade. Conforme as células vão 
perdendo a velocidade ao se replicar,começam 
a aparecer os sinais de envelhecimento.
Hormônios:
Ao longo dos anos há diminuição no nível 
dos hormônios sexuais, como estrogênio e 
testosterona, e dos hormônios do crescimento. 
Equilíbrio é fundamental quando se fala de 
hormônios. Diminuindo os níveis hormonais 
com o envelhecimento, acelera-se a deterioração 
da pele. Em mulheres, a variação nos níveis de 
estrogênio durante a menopausa é responsável 
por mudanças cutâneas significativas: o seu 
declínio prejudica a renovação celular da 
pele, resultando em afinamento das camadas 
epidérmicas e dérmicas.
Estresse oxidativo:
Desempenha papel central na iniciação 
e na condução de eventos que causam o 
envelhecimento da pele. Ele altera os ciclos 
de renovação celular, causa danos ao DNA 
que promove a liberação de mediadores pró-
inflamatórios, que, por sua vez, desencadeiam 
doenças inflamatórias ou reações alérgicas 
na pele. Além disso, células do sistema 
imunológico, chamadas langerhans, diminuem 
com o envelhecimento. Isto afeta a capacidade 
da pele de afastar o estresse ou as infecções que 
podem prejudicar sua saúde. Com o avançar da 
idade, diminui-se a imunidade, aumentando 
a incidência de infecções, malignidades e 
deterioração estrutural.
Níveis elevados de açúcar no sangue e glicação:
Glicose é um combustível celular vital. No 
entanto, a exposição crônica à glicose pode afetar 
a idade do corpo por um processo chamado 
de glicação. Ela pode ocorrer pela exposição 
crônica ao açúcar exógeno, nos alimentos, 
ou endógeno, como no caso do diabetes. 
A consequência principal desse processo 
é o estresse oxidativo celular, tendo como 
consequência o envelhecimento precoce.
FONTE: SBD (2017)
28
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
Se o envelhecimento intrínseco é natural do organismo e comandado pelos 
nossos genes, ou seja, de dentro para fora, o envelhecimento extrínseco ocorre ao 
inverso. No envelhecimento extrínseco notamos a ação do tempo e de fatores 
externos. A forma como lidamos, reagimos e conduzimos nosso dia a dia refletirá 
no futuro. Elementos como o tabagismo, álcool, estresse, a falta de atividade física 
e até mesmo a poluição são condutores do envelhecimento extrínseco.
FIGURA 5 – ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO
FONTE: Disponível em: <http://www.biomodulacaocorporal.com.br/img/
envelhecimento%20da%20pele.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2018. 
Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017), o Envelhecimento 
extrínseco da pele é aquele provocado pela exposição ao Sol e a outros fatores 
ambientais, como: o estilo de vida (exercício físico, alimentação) e o estresse 
fisiológico e físico. Um dos agentes mais importantes é a radiação solar ultravioleta. 
As toxinas com as quais entramos em contato, como tabaco, álcool e poluição 
do ar, entre outras, também ajudam no processo de envelhecimento da pele e, 
dependendo do grau de exposição, podem acelerá-lo, como:
QUADRO 2 – ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO
Radiação solar
Atua na pele causando desde queimaduras até 
fotoenvelhecimento e aparecimento de câncer da pele. 
Várias alterações de pigmentação da pele são provocadas 
pela exposição solar, como manchas, pintas e sardas. A 
pele fotoenvelhecida é mais espessa, por vezes amarelada, 
áspera e manchada, e há um maior número de rugas.
TÓPICO 3 | TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO
29
Tabaco
Fumantes possuem marcas acentuadas de envelhecimento 
na pele. O calor da chama e o contato da fumaça com a 
pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade 
cutânea. Além disso, o fumo reduz o fluxo sanguíneo da 
pele, dificultando a oxigenação dos tecidos. A redução 
deste fluxo parece contribuir para o envelhecimento 
precoce da pele e para a formação de rugas, além de dar 
à pele uma coloração amarelada. Rugas acentuadas ao 
redor da boca são muito comuns em fumantes.
Álcool
Altera a produção de enzimas e estimula a formação de 
radicais livres, que causam o envelhecimento. A exceção à 
regra é o vinho tinto, que, se consumido moderadamente, 
tem ação antirradicais livres, pois é rico em flavonoides e 
em resveratrol, potentes antioxidantes.
Movimentos musculares
Movimentos repetitivos e contínuos de alguns músculos 
da face aprofundam as rugas, causando as chamadas 
marcas de expressão, como as rugas ao redor dos olhos.
Radicais livres
São uns dos maiores causadores do envelhecimento 
cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das células 
pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição, 
estresse, fumo etc. Acredita-se que os radicais livres 
provocam um estresse oxidativo celular, causando a 
degradação do colágeno (substância que dá sustentação à 
pele) e a acumulação de elastina, que é uma característica 
da pele fotoenvelhecida.
Bronzeamento artificial
A Sociedade Brasileira de Dermatologia condena 
formalmente o bronzeamento artificial, pois pode causar 
o envelhecimento precoce da pele (rugas e manchas) 
e a formação de câncer de pele. A realização desse 
procedimento por motivações estéticas é proibida no 
Brasil desde 2009.
Alimentação
Uma dieta não balanceada contribui para o envelhecimento 
da pele. Existem elementos que são essenciais e devem ser 
ingeridos para repor perdas ou para suprir necessidades, 
quando o organismo não produz a quantidade diária 
suficiente. O excesso de açúcar também “auxilia” a pele 
a envelhecer mais depressa.
FONTE: SBD (2017)
Na Unidade 2 deste livro você conhecerá um pouco mais sobre a fisiologia 
do envelhecimento. Na leitura complementar, apresentamos um artigo de opinião sobre 
as teorias do envelhecimento nos dias de hoje. Destacamos aqui também alguns tópicos 
importantes, e reforçamos a ideia de que você deve salvar o artigo completo em seu 
computador, para tê-lo à mão para consulta e estudo.
ESTUDOS FU
TUROS
30
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
FIGURA 6 – ASPECTO DA APARÊNCIA DO ENVELHECIMENTO
FONTE: Disponível em: <http://dermatosaude.com.br/wp-content/uploads/2015/12/
capa-envelhecimento.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2018. 
FIGURA 7 – ASPECTO DA APARÊNCIA DO ENVELHECIMENTO
FONTE: Disponível em: <http://sciencemeetsbusiness.com.au/wpcontent/uploads/
2016/07/Feature_reverseageing.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2018. 
31
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O estudo do envelhecimento nos aponta alguns tipos de teorias sobre o 
envelhecimento, que tangem entre os fatores biológicos, psicológicos e 
sociológicos.
• As características que distinguem o envelhecimento intrínseco do 
envelhecimento extrínseco agem distintamente no organismo vivo e ambas 
necessitam de atenção primária.
• Os fatores externos e ambientais, como a luz solar e a poluição ambiental, 
contribuem e muito para o envelhecimento.
• O relógio biológico é implacável e os fatores internos, como produção hormonal 
e a perda de colágeno, entre outros, contribuem para o envelhecimento.
32
1 O envelhecimento ainda é um grande enigma para a sociedade científica. 
Quando falamos sobre as teorias do envelhecimento, observamos várias 
linhas de pesquisa, uma das mais utilizadas é a Teoria com base na genética. 
Como profissional da área de estética, liste onde e como podemos notar a 
aplicabilidade da teoria genética.
2 Falando sobre o envelhecimento, independente das classificações, 
percebemos situações características e próprias no ser humano, com base 
em seus conhecimentos, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para os itens 
abaixo.
a) ( ) Independência: representa o comprometimento de, pelo menos, uma 
das funções influenciadas pela cultura e aprendizado (banhar-se e/ou 
vestir-se e/ou uso do banheiro).
b) ( ) Dependência incompleta: apresenta comprometimento de uma das 
funções vegetativas simples (transferência e/ou continência), além de, 
obviamente, ser dependente para banhar-se, vestir-se e usar o banheiro.
c)( ) Atividades como transferência, continência e alimentar-se são funções 
vegetativas simples, portanto, mais difíceis de serem perdidas.
d) ( ) O comprometimento dos principais sistemas funcionais gera as 
incapacidades e, por conseguinte, as grandes síndromes geriátricas.
e) ( ) O desconhecimento das particularidades do processo de envelhecimento 
pode gerar intervenções capazes de piorar a saúde do idoso, conhecidas 
como Iatrogenia.
AUTOATIVIDADE
33
TÓPICO 4
DIREITOS DOS IDOSOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Se a velhice é um fenômeno normal, o qual é desejado que todos passem, 
por que então criar resoluções, estatutos e/ou uma legislação para assegurar seu 
devido respeito e direitos?
O envelhecimento populacional é um dos grandes desafios a serem 
enfrentados nas próximas décadas. A sociedade terá de encontrar 
soluções para manter a qualidade de vida para os seres humanos, 
pois se sabe que, à medida que os anos passam, pode aumentar a 
incapacidade funcional, o que compromete a independência física, 
mental e autonomia da pessoa (GUEDES; SILVEIRA, 2004, p. 11).
FIGURA 8 – IDOSO
FONTE: Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/
velhinho.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2018.
Infelizmente, a população vive uma fase tão descrente de suas ações e 
atitudes que se faz necessária a fiscalização e cumprimento de normas que 
respeitem o ser humano na velhice. Fazendo uma breve retrospectiva sobre o idoso 
no mundo, até o século XIX, o idoso era expulso do trabalho e da comunidade; 
já no século XX – após muitas décadas e certas pendências – o Brasil busca uma 
maneira para minimizar a forma como o idoso é tratado.
34
UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
FIGURA 9 – DIREITOS DO IDOSO
A ação deve ser de largo alcance, e em cada setor explicitamente 
apontados direitos, deveres e responsabilidades, respeitosamente apresentados 
na Constituição de 1988, através do artigo 196: “A saúde é direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário 
às ações e serviços para sua promoção e recuperação” (BRASIL, 2015, p. 1). 
Camarano e Pasinato (2004) acreditam que o sistema de proteção ao 
brasileiro ocorreu no período colonial, com a Santa Casa de Misericórdia de 
Santos, o que seria um sistema de assistência. E em 26 de março de 1888, os 
funcionários do Correio passaram a ganhar uma aposentadoria ao completarem 
30 anos de trabalho e/ou no mínimo 60 anos de idade.
Segundo Ottoni (2012), em 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas 
promulgou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Onde afirma que 
“todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, e define, em 
seu artigo 25, os universais direitos dos idosos: 
Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a 
si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, 
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, 
e direito à segurança, em caso de desemprego, doença, invalidez, 
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em 
circunstâncias fora do seu controle (ONU, 1948, p. 13).
Autonomia
Assistência 
adequada
Envolvimento 
da família
Preservação 
dos laços de 
sociabilidade
Convivência e 
acolhimento
Identidade e 
privacidade
Lazer e 
cultura
Direito de ir 
e vir
Liberdade 
de credo
IDOSO
Intergeracio-
nalidade
FONTE: Disponível em: <https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/2587>. 
Acesso em: 25 fev. 2018.
TÓPICO 4 | DIREITOS DOS IDOSOS
35
2 ESTATUTO DO IDOSO: NOÇÕES BÁSICAS
Na história há indícios de que os idosos, além de não apresentarem força, 
agilidade e produtividade, acabam por apresentar doenças e despesas, sendo 
assim, eles eram expulsos de suas próprias comunidades. Seria essa a maneira 
correta de tratarmos nossos idosos? Não podemos esquecer do quanto eles 
contribuíram para nossa existência e construção de uma nação. Sob este olhar 
reflexivo, surgem propostas de proteção e “bonificação” por suas contribuições.
Finalmente, após sete anos tramitando no Congresso Nacional, o Estatuto 
do Idoso foi aprovado em 2003. Notamos que o propósito do Estatuto é não 
somente a integridade física e direitos da pessoa idosa, mas sua dignidade.
O Estatuto do Idoso apresenta 118 artigos, com o objetivo de promover 
a transformação da sociedade diante de uma postura econômica, cultural, social 
e política em prol de uma população idosa. Os direitos sociais, direito à saúde, 
previdência, educação etc. são direitos que permitirão à pessoa idosa envelhecer 
com respeito e dignidade. 
O texto Princípio da Dignidade Humana e Direitos dos Idosos no Brasil 
(BRASIL, 2013, p. 71) nos aponta inovações no reconhecimento da dignidade na 
velhice, como:
No que diz respeito à saúde, o artigo 15 e os artigos seguintes do 
Estatuto do Idoso estabelecem o acesso universal e prioritário do idoso à 
saúde plena, garantida pelo Sistema Único de Saúde mediante prevenção, 
promoção, proteção e recuperação da saúde. Na rede hospitalar, o idoso 
internado tem o direito de exigir a permanência de acompanhante em tempo 
integral, podendo optar pelo tratamento mais favorável à saúde. Em caso de 
necessidade, deverá ser assegurado o atendimento domiciliar, o que inclui 
internação, inclusive para aqueles idosos que se encontram abrigados em 
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos, seja no meio urbano, 
seja no meio rural. Também é dever do país fornecer a todos medicação 
gratuita, especialmente quando se tratar de remédios de uso continuado, de 
próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, à habilitação ou à 
reabilitação. Os idosos portadores de deficiência ou que tenham algum tipo 
de limitação incapacitante têm o direito a atendimento especializado. Além 
disso, é obrigatório o treinamento dos profissionais da saúde para que estejam 
capacitados para tratarem com esse segmento da população, como também 
os cuidadores desses idosos, sejam eles familiares ou de grupos de autoajuda, 
devem receber orientação sobre como efetivar esses cuidados. Por fim, no que 
diz respeito ao acesso pago à saúde, o Estatuto do Idoso prevê que planos 
de saúde não poderão tarifar valores diferenciados em razão da idade dos 
usuários.
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UNIDADE 1 | GERIATRIA E GERONTOLOGIA
Conforme o artigo 19 desse Estatuto, quando houver suspeita ou 
confirmação de violência contra idoso, os profissionais de saúde que prestarem 
atendimento a este deverão, obrigatoriamente, comunicar quaisquer dos 
seguintes órgãos: Polícia, Ministério Público e/ou Conselhos Municipais, 
Estaduais ou Nacionais do Idoso. Destaca-se que o Estatuto considera violência 
qualquer ação ou omissão capaz de causar morte, dano ou sofrimento físico ou 
psicológico ao idoso, praticada em local público ou privado.
No que diz respeito ao direito de moradia, o texto constitucional 
prevê que o idoso tem “direito a moradia digna, no seio da família natural ou 
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, 
ou, ainda, em instituição pública ou privada” (art. 37, caput). A assistência 
integral em entidade pública de longa permanência somente se dará quando 
for “verificada a inexistência de grupo familiar, casa/lar, abandono ou 
carência de recursos financeiros próprios ou da família” (art. 37, parágrafo 
1). Essas instituições têm a obrigatoriedade de manter padrões de habitação 
compatíveis com as necessidades dos idosos, fornecendo a eles alimentação e 
higiene, sob as penas da lei (art. 37, parágrafo 3). Salienta-se que o artigo 38 do 
Estatuto do Idoso determina a obrigatoriedade de o governo rever sua política 
habitacional, dando prioridade aos idosos na aquisição da casa própria. Para 
tanto,

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