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Gestão Estratégica de Preços, Produtos e Serviços. Claudio Cavalcanti de Carvalho claudioccarvalho@uol.com.br Unidade I - Aspectos Conceituais sobre Preços e Custos 1.1 Os principais conceitos de preços e de custos. O sucesso empresarial pode não ser consequência da DECISÃO DE PREÇO. Contudo, o preço equivocado de um produto certamente o levará ao insucesso. E definir o valor de sua comercialização jamais poderá realizar-se de forma cartesiana. Historicamente a formação de preços surgiu do lucro somado aos custos, mas hoje em um contexto de extrema competição já se fala que o preço é ditado pelo mercado. As empresas geralmente não determinam um preço único, mas elaboram uma estrutura de determinação de preços que reflete variações geográficas na demanda e nos custos, exigências de segmento de mercado, oportunidade de compra, níveis de pedidos, frequência de entrega, garantias, contratos de serviço e outros fatores. Por causa dos descontos, das reduções de preços e do apoio promocional, raramente a empresa realiza o mesmo lucro sobre cada unidade do produto vendido. Examinaremos agora diversas estratégias de adequação de preços: preço geográfico, preço com descontos e concessões, preço promocional e preço discriminatório. A demanda estabelece um teto para o preço que a empresa pode cobrar por seus produtos e serviços. Os custos determinam o piso. A empresa deseja cobrar um preço que cubra seu custo de produção, distribuição e venda do produto, incluindo um retorno justo por seu esforço e risco. Entretanto, quando as empresas determinam o preço de seus produtos de modo que cubra todos os custos, resultado nem sempre é a lucratividade. Contabilidade de Custos é a parte da Contabilidade que trata da fundamentação teórico- doutrinária, das técnicas, métodos e procedimentos utilizados na apreensão, classificação e avaliação das mutações patrimoniais que ocorrem no ciclo operacional interno das entidades, com vista à correta delimitação dos agregados de valores relativos a bens ou serviços produzidos e às funções exercidas na entidade, durante determinado período de tempo. Ela se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões. O objetivo maior da Contabilidade de Custos é de que a partir de seus conceitos, técnicas e métodos, classificar e mensurar os fatos contábeis ocorridos dentro do ciclo interno das entidades, gerando informações para melhor conhecimento do processo produtivo, em busca de melhorias contínuas, determinação de custo, municiando seus gerentes para tomada de decisões, a nível de execução e planejamento dos negócios das entidades. Custos são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos 1.2 A evolução da Contabilidade de Custos A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria História da Civilização. Está presa às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. Nossa história está revestida de fatos que demonstram uma evolução muito lenta no tempo, prendendo-se em suas manifestações primeiras, exclusivamente, à própria história das contas, ou seja, fazer daquilo que se tem ou daquilo que deverá ser entregue a terceiros. Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. A Contabilidade surgiu das necessidades que as pessoas tinham de controlar aquilo que possuíam, gastavam ou deviam. Sempre procurando encontrar uma maneira simples de aumentar suas posses. Logo com as primeiras administrações, surge a necessidade de controle, que seria totalmente impossível sem a aplicação dos registros. Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada. À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros. Contabilidade de custos consolidou-se durante e após revoluções Industriais com a necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de decisão correta. Bem como registrar os custos que capacitavam o administrador a avaliar os estoques e a determinar mais corretamente resultados e levantar balanços. Antes, praticamente não existia, já que as operações resumiam basicamente à comercialização de mercadorias, e os estoques eram registrados e avaliados pelo seu custo real de aquisição. Na I Guerra e na crise de 29: necessidades de melhorias nos controles. Na II Guerra: maior necessidade de eficiência/eficácia; aumento da competição. 1.3 Os principais usuários dos controles organizacionais Compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade Os interessados (stakeholders) exemplo: a) Os Sócios, Acionistas e Proprietários de maneira geral; b) Administradores, Contadores, Auditores, Diretores e Executivos dos mais variados escalões; c) Bancos, Capitalistas e Emprestadores de dinheiro; d) Governo e Economistas Governamentais; e) Fornecedores e Clientes/ sindicatos / Concorrentes. f) Professores e estudantes da área de gestão g) Qualquer pessoa que precise obter informações da empresa. Unidade II - Uso dos Custos para Análise e Decisão 2.1 Os pontos fundamentais da contabilidade de custos A contabilidade de custos serve de apoio às decisões gerenciais, gerando informações contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, visando uma melhor avaliação dos estoques para apuração dos custos dos produtos ou serviços vendidos e, como melhor avaliar os resultados. Segundo Hernandez (2001) "A contabilidade de custos integra a "Contabilidade Gerencial", ou seja, um sistema cujo objetivo é gerar informações úteis à administração das empresas." A Contabilidade de custos também adere aos Princípios de Fundamentais de Contabilidade em virtude de sua vinculação com a Contabilidade Financeira. Os princípios contábeis repousam em conceitos fundamentais que se desenvolvem e se adaptam de acordo com o contexto econômico em que são aplicados. Considerando que: a contabilidade de custos deve estar integrada e coordenada com a contabilidade financeira; a contabilidade financeira é regida por princípios contábeis, torna-se necessário que o profissional ligado à área de custos saiba identificar esses princípios e os observe na execução de seu trabalho. São princípios contábeis aplicados a contabilidade de custos: Princípio da realização da receita, ocorre a realização da receita quando da transferência do bem ou serviço para terceiros; Princípio da competência e confrontação, após o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos os valores representativos dos esforços para sua consecução (despesas); Princípio do custo como base de valor, os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histórico; Princípio da uniformidade ou consistência, uma alternativa adotada deve ser utilizada sempre, não podendo a entidade mudar o critério a cada período; Princípio da relevância ou materialidade, é de extrema importância para o custo, pois não obriga o controle rigorosopara bens de pequeno valor; Princípio do conservadorismo, obriga a adoção de um espírito de precaução por parte do profissional. 2.2 As principais informações de custos e sua relevância na gestão empresarial O input de dados confiáveis e atualizados ajuda a manter sistemas de contabilidade atualizados disponibilizando informações relevantes para a tomada de decisão de forma mais precisa e clara possível. Por exemplo, informações atualizadas dos fatores de custos dos produtos ou serviços, ajudam os gestores na formação do preço de venda, ou na escolha de investimentos ou se vale a penas produzir ou comprar determina peça ou serviço. Informar os produtos mais rentáveis e entender os custos e despesas das unidades de negócios. Cabe ressaltar que contadores e auditores muitas vezes são solicitados a avaliar a eficácia e eficiência de uma empresa. Essa é uma tarefa muito difícil e isso só será possível se existirem sistemas contábeis financeiros/ custos eficientes. 2.3 Como a contabilidade de custos é usada na tomada de decisão A Contabilidade de custos bem estruturada é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. Contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e fiscais. Além disso, Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é vista como um cumprimento da burocracia governamental. Os gestores de empresas precisam aproveitar as informações geradas pela escrituração contábil, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade de custos. Unidade III - Esquema Básico da Formação dos Custos 3.1 Os aspectos conceituais da contabilidade custos A ação gerencial deve ser praticada com base em dados e fatos reais; Não se decide baseado em suposições; A tomada de decisão empresarial prescinde de sistemas de informações gerenciais; Integração entre contabilidade, custos, produção e finanças. Objetivos operacionais Definição dos centros de custos; Bases de rateio dos custos indiretos; Direcionadores de custos; Ponto de equilíbrio; Apoio à tomada de decisão; Formação do preço de venda; Cálculo do lucro. 3.2 A Classificação de gastos, custos, despesas e investimentos Gasto - Sacrifício financeiro que a empresa arca para a obtenção de um produto ou serviço; Custo - Gasto relativo a utilização de bem ou serviço aplicado na produção de outros bens ou serviços; Despesa - Bens ou serviços consumidos, direta ou indiretamente, para a obtenção de receitas, controle e remuneração de capital de terceiros; Investimento - Gasto do Ativo em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos; Perda – Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária; Perda Técnica – impossível não deixar de ter no processo; Perda do processo repetitivo – sabe-se que vai ocorrer no processo independente dos controles; Por Baixa ou Obsolescência do Estoque – ocorre por quebra no estoque, vencimento de validade do material ou utilização de novos materiais ou tecnologias; (Bruni e Famá. pg 27) Valores irrelevantes devem ser considerados como despesas (princípios do conservadorismo e materialidade); Valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como despesa do período; Gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois tratamentos: como despesas do período em que incorrem, ou como investimento para amortização na forma de custo dos produtos a serem elaborados futuramente. Segregação dos Gastos Diretos: diretamente incluídos no cálculo dos produtos; materiais diretos e mão de obra direta; perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Indiretos: necessitam de aproximações, rateio. Primários: apenas incluem a matéria prima e a mão-de-obra direta. De transformação: igualmente denominados custos de conversão ou custos de agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. Exemplos: mão-de- obra direta e custos indiretos de fabricação. (Bruni e Famá. pg 37) 3.3 Os aspectos gerenciais dos custos No enfoque gerencial, as finalidades do custo estão essencialmente voltadas para a formação dos preços e para a política de produtos e distribuição. As condições externas e da conjuntura em geral estão ligadas à economia como um todo em termos de crescimento ou recessão, poder aquisitivo do consumidor, nível de competitividade da empresa no mercado, posição da empresa dentro da estrutura competitiva e variação do nível de atividade; e são indicadores favoráveis para a gestão do enfoque gerencial No enfoque de controle de economicidade, o custo tem uma função essencialmente disciplinadora e controladora em termos de uso racional dos fatores de produção. Principais Informações Gerenciais • Apuração de custos • Projeção de orçamentos empresariais • Análise de desempenho (índices financeiros) • Cálculo do ponto de equilíbrio • Determinação de preços de vendas • Planejamento tributário Unidade IV - Sistemas e Métodos de Custeio 4.1 Sistema de custeio por absorção O sistema de custeio por absorção, é quando os custos indiretos são transferidos aos produtos ou serviços. Material Direto (MD): todo material que pode ser alocado diretamente à unidade do produto que está sendo fabricado e que sai da fábrica incorporado ao produto. Exemplo: embalagem. Mão de Obra Direta (MOD): todo o salário pago ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que está sendo produzida. Custos Indiretos de Fabricação (CIF) ou Gastos Gerais de Fabricação (GGF): todas as despesas relacionadas com a fabricação e que não podem ser economicamente separadas entre as unidades que estão sendo produzidas. (Bruni e Famá. pg 36) Assim, os custos e despesas indiretas são os gastos identificados com a função de produção ou elaboração do serviço a ser comercializado e que, como o próprio nome já revela, não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço específico. Exemplo: alguns gastos de depreciação da indústria, salários de gerentes e supervisores de diferentes linhas de produção, material auxiliar ou secundários da produção, energia elétrica quando não apropriada diretamente etc. Rateio dos Custos Indiretos: Não se identificam com o produto. Não há uma medida objetiva, as há a necessidade de estimar, de distribuir os custos por produto. Aplicar um processo conhecido por RATEIO. Ou seja, fracionamento dos custos indiretos por unidade produzida. Base de Rateio dos Custos Indiretos: Não existe um modelo padrão de base de rateio do CIF par o custo dos produtos. Assim, a escolha da utilização do método de rateio, vai depender da sua representativa dentro modelo de produção. Algumas Bases de Rateio pelo mais utilizados são: % participação do custo direto = (material direto + Mão de obra direta) % do material direto % mão de obra direta ou HH´s diretos % Horas maquinas ou MH´s % de Área ocupada % de consumo de energia Exemplos (de Rateio do CIF ou GGF) Bases de Rateios diferentes geram custos por produtos diferentes, mas o total dos custos não se altera. (conforme quadro comparativo) Despesas: As despesas são os gastos que a empresa apresenta para auferir algum rendimento, como vendas e distribuição dos produtos elaborados por ela ou até por terceiros. Esses gastos visamà obtenção de receitas, podem ser classificadas como fixas e variáveis, já que oscilam de acordo com o volume de vendas, diferentemente os custos fixos e variáveis, que oscilam de acordo com o volume de produção do período. a) Despesas Fixas Quando apresentam o mesmo valor, qualquer que seja o volume de vendas da empresa. Exemplo: • Aluguel, Condomínio, IPTU. • Água, Luz, Telefone. • Salários Administrativos. • Pró-Labore (Retirada dos Sócios). • Encargos Sociais sobre Salários e Pró-Labore. • Honorários Profissionais (Contador, outros). • Despesas com Veículos. • Despesas com Alimentação. • Despesas Financeiras. • Despesas de Manutenção. • Depreciação sobre Ativo Fixo. • Outras Despesas Administrativas. b) Despesas Variáveis Quando ocorrerem em função do volume de vendas. Normalmente essas despesas se caracterizam como um percentual sobre o valor das vendas efetivas. Exemplos: Comissões dos vendedores e Bonificações sobre vendas. 4.2 Sistema de custeio variável ou direto O Custeio Variável é o método de custeio que consiste em considerar como custo de produção do período apenas os Custos Variáveis. Os custos Fixos, pelo simples fato de ocorrerem independentemente de haver produção, deixam de ser considerados no cálculo do custo do produto e são considerados custos do período lançados diretamente contra o resultado do período. Dessa forma todos os custos variáveis são apropriados aos produtos e lançados como valor de estoque de produtos acabados, que serão considerados na apuração do custo dos produtos vendidos quando for feita apuração do resultado do período Custos Diretos identificam-se com o produto. São apropriados diretamente ao produto. Conhece-se exatamente quanto cada produto absorveu de custo. Material direto : Refere-se a matéria prima usada diretamente aos produtos. Para montar uma mesa precisa-se exatamente de lâmina de madeira, as travessas etc... Tudo em uma quantidade pré-determinada por unidade (ficha técnica) de mesa a produzir. Mão de Obra Direta: Refere-se apenas ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Pode ser classificada como: MOD – Mão de obra Direta ------- Custo Direto MOI – Mão de obra Indireta ----- Custo Indireto A MOD é identificada no produto e proporcional ao volume de vendas; A MOI não é identificada no produto; Encargos; Improdutividade. Para apuração mais precisa, o custo da mão de obra é apropriado em HH´s, ou seja, em horas homens trabalhadas. Assim essas horas são apontadas e apropriadas aos produtos Cálculo HH para apropriação. Número de dias por ano 365 (-) Repousos semanais remunerados -48 (-) Férias -30 (-) Feriados (em média) -12 (=) Número máximo de dias à disposição 275 (x) Jornada diária 7,3333 (=) Número máximo de horas à disposição 2.016,67 (Bruni e Famá.pg 94,95) a) Salários d) Adicional constitucional de férias Número máximo de horas à disposição 2.016,67 Percentual constitucional 33,33% Valor da hora trabalhada 100 Total de férias 22.000,00 Total de salários 201.666,67 Total de adicional de férias 7.333,33 b) Repousos semanais remunerados e) 13o Salário Número de repousos em dias 48 13o em dias 30 Jornada diária 7,3333 Jornada diária 7,3333 Número de repousos em horas 352 13o em horas 220 Valor da hora trabalhada 100 Valor da hora trabalhada 100 Total de repousos semanais remunerados 35.200,00 Total de férias 22.000,00 c) Férias f) Feriados Férias em dias 30 Feriados em dias 12 Jornada diária 7,3333 Jornada diária 7,3333 Férias em horas 220 13o em horas 88 Valor da hora trabalhada 100 Valor da hora trabalhada 100 Total de férias 22.000,00 Total de feriados 8.800,00 Contribuições percentuais Previdência Social 20,00% Fundo de Garantia 8,00% Seguro - acidentes de trabalho 3,00% Salário - educação 2,50% SESI ou SESC 1,50% SENAI ou SENAC 1,00% INCRA 0,20% SEBRAE 0,60% Total 36,80% Subtotal $ a) Salários 201.666,67 b) Repousos semanais remunerados 35.200,00 c) Férias 22.000,00 d) Adicional constitucional de férias 7.333,33 e) 13o Salário 22.000,00 f) Feriados 8.800,00 Subtotal 297.000,00 Acréscimo legal outras contribuições 36,80% Total com contribuições 406.296,00 Número de horas trabalhadas por ano 2.016,67 Total Geral por hora 201,47 Unidade V - Formação dos Custos em Empresas Industriais 5.1 Os principais conceitos da apuração de custos nos processos industriais. Características do sistema de custeio na indústria: Por ordem de produção (encomenda) ou processo (seriada ou contínua); Produção por Encomenda: A empresa industrial, mediante encomenda ou demanda específica, projetos, ou design específico da encomenda, produz apenas para atender ao pedido do cliente. Os produtos não são padronizados, possuindo particularidades técnicas e operacionais próprias, que inviabilizam uma produção contínua ou a formação de estoques, em razão de demanda específica. No sistema de custos por ordem de produção (ou encomenda), os custos são acumulados em folhas (ou registros eletrônicos) denominados Ordens de Produção ou Ordens de Fabricação. A soma das Ordens de Produção em Aberto representa o Estoque de Produtos em Processo. Quando os produtos ou serviços são completados, as Ordens são encerradas e os custos são transferidos para o estoque de produtos acabados ou CPV, a depender da situação. Produção por processo (seriada ou contínua) A empresa industrial produz para os estoques e vendas, de maneira continua em função das características dos produtos, graus de padronização, similaridades de processo, levando em consideração, basicamente, a demanda esperada de mercado, participação de mercado desejada e características do processo de fabricação, que permitem uma produção em série ou de maneira continua. Os custos são inicialmente classificados por tipo de gasto (natureza contábil) e depois compilados por processos específicos. Posteriormente, todos os custos são distribuídos às unidades produzidas, por meio dos processos específicos. Deve procurar refletir todo o processo físico da produção, criando centros de custos. Os números são posteriormente transferidos de um centro para o seguinte, do mesmo modo como a produção transfere o produto fisicamente para outra fase. Exemplo: Fábrica produção seriada de bicicleta. Produção Híbrida A empresa industrial, em virtude da organização do processo produtivo, utiliza concomitantemente na produção as duas modalidades. (Bernardi pg 35) • Consórcio Modular da VW – Resende – RJ - (Man Latin America) 5.2 As formas de apuração do custo do produto vendido Assim, podemos visualizar como se dá à transferência dos custos ao longo do processo industrial e pelos métodos de controle de estoques (estoque de matérias diretos, estoque de produtos em processo e estoque de produtos acabados) e a sua saída para o resultado conforme ocorrem as vendas (pelo regime de competência). (Bruni e Famá.pg 29) Custos Diretos Estoques Materiais Diretos Produtos em Elaboração Produtos Acabados Balanço Patrimonial (+) Receitas (=) Resultado (-) Despesas (-) Custos do DRE CMV CPV Demonstrativo de Resultado do Exercício MONTAGEM SIMULTÂNEA Unidade VI - Formação dos Custos em Empresas Comerciais e Prestadoras de Serviços. 6.1 Os principais conceitos da apuração de custos nos processos comerciais Na concepção comercial, exercita a intermediação entre o produtor e o consumidor, com a finalidade de obter lucro. Por sero elo e contato mais próximo com o consumidor final, deve estar atento aos princípios básicos de atendimento e a técnica mercadológica apropriadas, de modo que consiga efetivamente atingir o mercado e o consumidor. Por analogia á produção, o comercio varejista “produz” atendimento e serviços ao mercado, buscando a satisfação do cliente e a manutenção de relações saudáveis com o mercado (Bernardi, pg 99) O Varejista é focado no cliente, não no produto O varejo envolve a venda de bens e serviços para clientes para uso pessoal, familiar ou similar. Toda venda de bens e serviços para o cliente final (produtos de alimentação, cinema, serviços de corte de cabelo etc). O varejo é o último estágio do processo de distribuição. O atacado é um processo intermediário, onde os produtos ou serviços são vendidos a clientes empresariais. O Papel do Varejo na Distribuição Varejista é o intermediário que vende principalmente para consumidores finais. Após comprar a mercadoria de fabricantes ou atacadistas, eles dedicam-se a vendas individuais, que operem ou não em lojas. O número de pessoas que trabalham no comércio varejista é mais de três vezes maior do que os trabalhadores no comércio atacadista, segundo os dados da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados). Os varejistas proporcionam benefícios tanto aos fornecedores (produtores e atacadistas) quanto aos compradores. Oferecendo-lhes os melhores meios de colocar os produtos à disposição dos consumidores, e com toda a tecnologia moderna o acumulo de informações, proporcionando aos fornecedores dados úteis de pesquisa de mercado, eles colocam os produtos à disposição em horários, épocas do mês ou do ano convenientes, além de poder também estarem indo até a casa do comprador, criam também valor para os consumidores pelo atendimento de seus desejos e necessidades. Abaixo temos um resumo de algumas de muitas maneiras pelas quais os varejistas podem criar valor para seus fornecedores e clientes: Para os fabricantes e atacadistas: Colocando os produtos à disposição dos consumidores; Coletando e divulgando dados sobre os consumidores e seu comportamento de compra Assumindo riscos na compra de produtos perecíveis; Promovendo os produtos dos fabricantes; Oferecendo serviços eficientes de distribuição física. Para os clientes: Colocando os produtos à disposição no momento e no lugar em que os consumidores desejam compra-los; Facilitando as compras ao aceitar cartões de crédito ou oferecer planos de pagamentos; Oferecendo variedade de marcas para que os consumidores possam fazer comparações Fornecendo serviços especiais como entrega ou alterações/consertos nos produtos. Calculo dos custos das mercadorias vendidas CMV. As mercadorias por se constituírem no custo da venda, requerem estudos e cuidados em quadro aspectos fundamentais, quais sejam: Controle, Custeio, Valorização Contábil e Programação Controle. Trata-se de um assunto fundamental, em tão relevante custo, que envolve todo o ciclo da mercadoria, desde o momento da: aquisição, compra, recepção, acondicionamento, até sua colocação á venda. (Bernardi, pg 103) Custeio Deve ser considerado para cálculo, todos os gastos incorridos desde a compra da mercadoria até o momento que esteja a disposição da empresa. Assim devemos considerar os seguintes elementos: VALOR DA NOTA FISCAL (COM IPI SE COMPRADO DA INDUSTRIA) (-) ICMS INCLUÍDO (=) VALOR DA MERCADORIA (+) FRETE DA COMPRA (-) ICMS DO FRETE (=) CUSTO PARA ESTOQUE Valorização Contábil Uma vez definido o custo da mercadoria adquirida, há que se valorizarem os estoques para futuro confronto dos custos com receita. Os métodos de valorização contábil resumem-se basicamente a quarto, quais sejam: PEPS: primeiro a entrar, primeiro a sair ou, em inglês, First In, First Out (FIFO). UEPS: último a entrar, primeiro a sair ou, em inglês, Last In, First Out (LIFO). (legislação fiscal brasileira não permite). CUSTO MÉDIO PONDERADO: pode ser móvel ou fixo. O custo a ser contabilizado representa uma média dos custos de aquisição. ESPCÍFICO: á mercadoria é comprada especificamente para determinada venda, e a saída é considerada pelo custo específico da mercadoria (Bernardi, pg 104 e 105). Exemplos: Programação. Devem ser considerados os custos do ciclo e da administração da mercadoria Exemplos: 1. Custos Associados aos Estoques 1.1 Custo de Manutenção de Estoques Custo Do Capital Empregado; Armazenagem; Seguros; Impostos; Espaço Físico; Obsolescência e Controle. 1.2 Embarque, Recepção e Colocação Custo de Colocação de Pedidos, Transportes, Manuseio, Descontos Perdidos por Quantidades. 1.3 Custo de Manutenção de Estoques Inadequados Perda de vendas, Perda de Confiança do mercado e Desperdícios. (Bernardi, pg 106) 6.2 Os principais conceitos da apuração de custos nos processos de serviços A globalização está ajudando as organizações de todos os tipos a aprimorar suas operações, construir processos que aproximam as organizações dos clientes, compartilhando informações com segurança e promovendo comodidade e bem-estar aos clientes. Além disso, pela primeira vez, é o consumidor que dá O ponta pé, que inicia o processo de serviço, e a tecnologia que está nas mãos de cada um de nós que acaba sendo adotada pelas empresas. Os consumidores vão à busca do que estiverem precisando. O que vivenciamos com os avanços tecnológicos, são as diversidades dos produtos e serviços, e que os serviços são mais difíceis de medir seu desempenho por se tratar de um bem intangível. De acordo com Kotler e keller (2012, p. 384) Os serviços apresentam quatro características principais: Intangibilidade: Onde o serviço não pode ser cheirado ou tocado antes de adquirir. Ex: uma pessoa que se submete a uma cirurgia, ela não pode ver os resultados antes do procedimento. Inseparabilidade:Enquanto os bens materiais são fabricados e armazenados para o serem consumidos mais tarde, o serviço são produzidos e consumidos simultaneamente. Ex: um corte de cabelo que não pode ser armazenado. Variabilidade: Depende de quem e onde são fornecidos os serviços. Perecibilidade: O serviço não pode ser estocado, por isso quando a demanda oscila a sua perecibilidade pode ser afeta. Ex: na hora do rush as empresas de ônibus precisam ter mais veículos para o transporte de passageiros. Alguns setores de prestadores de serviços. Bancos, financeiras; Poupança; Seguradoras; Operações Logísticas; Transportes (de carga e de passageiros); Salão de beleza; academia de ginástica. Restaurantes, bares, pensões; Notícias e entretenimento; Assistência Médica Educação; Lavanderias, lavagem a seco; Consertos e manutenção; Profissionais (por ex., advogados, arquitetos, consultores). Política de Formação de Preços de Serviços Num ambiente empresarial altamente competitivo, as empresas encontram-se na difícil missão de disputar espaço não só com empresas locais e regionais, mas também com empresas internacionais e multinacionais. É um novo mercado pela busca de produtos ou serviços de qualidade equiparada, onde competirá quem oferece produto ou serviço de melhor qualidade e um menor preço. As empresas tentam diferenciar-se, então, pelo fator preço, uma vez que a maior parte dos mercados é sensível a este fator. É tão expressiva a importância do preço praticado pela empresa, que segundo Bruni e Famá (2003, p. 311”) “O sucesso empresarial poderia até não ser consequência direta da decisão acerca de preços”. Todavia, um preço equivocado de um produto ou serviço certamente causará a sua ruína. Empresas que competem com base em preços baixos e inseridas num ambiente de competição muito acirradoprecisam controlar continuamente seus custos e despesas pois dependem de um controle acirrado para continuarem competindo. Já as empresas que competem com base na diferenciação precisam continuar a buscar novas oportunidades para assim, seguir a desenvolver produtos e serviços inovadores e que atendam os anseios dos clientes. De modo qualquer modo, seja competindo com base no custo ou na diferenciação, as empresas precisam controlar custos e despesas para assim apurar lucros, pois este é um indicador de desempenho empresarial. Quanto maior o porte da empresa, maior será o seu controle acerca de custos e despesas, receitas e outros controles de uma forma em geral. Espera-se ainda que quanto maior o controle, mais informações acerca do negócio o gestor possui e assim, decisões são tomadas com mais segurança, minimizando assim os riscos. A formação de preços é muito mais do que o simples processo de acumular custos e acrescentar uma margem de lucro. Com muita frequência, a formação de preços é tratada de forma simplista, sendo o maior cuidado não deixar escapar nenhum item do custo. Para o preço calculado produza consequências satisfatórias no curto, médio e longo prazo, alguns princípios devem ser observados. É importante lembrar que erros no processo de formação de preços podem não ter efeitos negativos sobre a empresa apenas a curto prazo. A longo prazo, esses erros trarão consequências de alguma forma. O processo de formação de preços não deve buscar transformar a empresa numa repassadora de custos. Deve ter, antes de tudo, o objetivo de análise de preços que eventualmente poderá mostrar que a empresa não tem competitividade para oferecer aquele produto ou serviço. Custos dos Serviços Prestados (CSP) - Recursos consumidos na atividade de prestação de serviços. Apurado as informações para a formação dos custos dos serviços, torna-se necessária uma análise e classificação dos custos em seus elementos básicos como medida preliminar para o tratamento adequado. O custo de serviço pode compor-se de até quatro elementos básicos, a saber: Material aplicado nos serviços (material utilizado diretamente na prestação do serviço) Mão de obra aplica (direta na execução do serviço) Custos indiretos dos serviços (específicos): - materiais indiretos (materiais de consumo administrativo) - mão de obra indireta (gerencia de serviços, supervisão de serviços, -Outros custos dos serviços (aluguel, energia elétrica, depreciação, seguros, telefone etc) Custos indiretos dos serviços (não específicos): - administração central, apoio administrativos, gerencia operacionais Custo do material aplicado no serviço. Numa prestadora de serviços, supondo-se que nos materiais aplicados aos serviços haja incidência do ICMS (imposto sobre a circulação de mercadoria e serviços). O custo dos materiais diretos será composto da seguinte forma VALOR DA NOTA FISCAL (com abatimento se houver) (=) VALOR DA MERCADORIA (-) ICMS INCLUÍDO (=) VALOR DA MERCADORIA (sem ICMS) (+) FRETE DA COMPRA (-) ICMS DO FRETE (=) CUSTO PARA ESTOQUE (Bernardi, pg 117 e 118) Existem modalidades de prestadoras de serviços e atividades que não são contribuintes do ICMS e que aplicam materiais nos serviços. Nestes casos, o custo para o estoque é o valor da nota fiscal, mais o frete e outros custos até que o material esteja à disposição da empresa. 6.3 Análise dos centros de custos e centros de receitas Centro de custos é a unidade mínima de acumulação de custos. Deve ser estruturado e definido conforme a natureza das operações e a necessidade de melhor detalhamento dos custos em cada etapas do processo. Ao se estruturar o custeio por centro de custos, ou departamentalizado, há necessidade de um estudo do processo, o que se pode obter desenvolvendo-se um fluxograma dos serviços. O centro de receita ou de resultado, é a unidade mínima de acumulação de receita/ resultado. (ex: agencias bancária, as filiais de uma cadeia de lojas, pontos de vendas, sucursais etc..) (Bernardi, pg 124 e 125). Unidade VII - Formação do Preço de Vendas de Produtos e Serviços. As empresas em geral não aplicam um preço único, mas sim uma estrutura de preços que reflete as variações na demanda e os custos geográficos, as exigências do segmento de mercado, o momento ideal para a compra (timing), os níveis de pedidos e outros fatores. Várias estratégias de adaptação de preços são passiveis: preço geográfico; preço com descontos e concessões; preço promocional; preço discriminatório. Após desenvolver uma estratégia de preços, as empresas geralmente enfrentam situações nas quais precisam mudar os preços. Uma redução de preço pode necessário devido à capacidade excedente da fábrica, ao declínio na participação de mercado, à intenção de dominar o mercado por meio da redução de custos ou à recessão econômica, já um aumento de preços pode ocorrer devido à inflação de custos ou ao excesso de demanda. Ao aumentar os preços, as empresas devem administrar cuidadosamente as percepções dos clientes. As empresas devem prever as mudanças de preço por parte da concorrência e preparar um plano de contingência para a reação. Existem diversas respostas possíveis em termos de manter ou mudar o preço ou a qualidade. A empresa que está enfrentando uma mudança de preço do concorrente deve tentar compreender a intenção dele e a provável duração da mudança. A estratégia da empresa depende de ela estar fabricando produtos homogêneos ou não. As líderes de mercado atacadas por concorrentes com preço reduzido podem preferir manter o preço, elevar a qualidade percebida de seu produto, reduzir o preço, aumentar o preço e melhorar a qualidade ou lançar uma linha de combate com preço reduzido. O preço é o único elemento do mix de marketing que produz receita; os demais produzem custos. Ele também é um dos elementos mais flexíveis: pode ser alterado com rapidez, ao contrário das características de produtos, dos compromissos com canais de distribuição e até das promoções. O preço também informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para seu produto ou marca. Um produto bem desenhado e comercializado pode determinar um preço superior e obter alto lucro, é o caso, por exemplo, das indústrias automobilísticas, elevar os seus preços pela entrega de valor agregado. As decisões de preço são complexas e difíceis. Os profissionais devem levar em consideração muitos fatores ao tomar decisões sobre o preço: a empresa, os clientes, os concorrentes e o ambiente de marketing. As decisões sobre o estabelecimento de preços devem ser coerentes com a estratégia de marketing da empresa, seus mercados-alvo e o posicionamento de suas marcas. 7.1 Conceitos básicos e aplicação de Mark-Up’s Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. Esse índice é tal que cobre os impostos e taxas aplicadas sobre as vendas, os custos indiretos fixos de fabricação e o lucro. Toda empresa pode adotar a metodologia do Mark-up para a precificação, no entanto vale ressaltar que em alguns casos a precificação com base nos custos não é a melhor, nessas circunstâncias a precificação deve ser por outra técnica e não pelo Mark-up. É importante mencionar que no Brasil existem vários modelos de enquadramento para o cálculo dos impostos, dessa forma é bom você considerar o enquadramento da sua empresa na hora de calcular o markup, se for o caso utilize dois multiplicadores um antes dos impostos e outro para acrescentar os impostos Como calcular o mark-up por produto? Para o cálculo do markup o ideal é que a empresa se baseie no seu próprio histórico para apuração dos valores que serão utilizados para o cálculo, não sendo isso possível por alguma razão a solução é encontraro índice praticado no mercado para o segmento ao qual se deseja calcular o markup. Vamos entender como fica o passo a passo: o primeiro passo é identificar o percentual de despesas variáveis atribuída a cada unidade de produto vendido; o segundo passo é identificar o percentual que representa as despesas fixas do período para cada unidade de produto; o terceiro passo é definir o percentual de lucro pretendido para cada unidade de produto. Para calcular o Mark-up vamos usar (o Multiplicado e o divisor do Mark-up): Formula do Multiplicador do Mark-up Mark-up = 1/(1 – soma %) Formula do divisor do Mark-up Mark-up = (1 – soma %) 1) Preço de vendas 100,00% 2) Icms da vendas 18,00% (Desp. Variáveis de Venda) 3) PIS/Cofins 2,65% (Desp. Variáveis de Venda) 4) Comissões 2,50% (Desp. Variáveis de Venda) 5) Despesas administ 8,00% (Desp. fixas) 6) Ganho (sem / ir) 20,00% (Ganho desejado) 7) Soma da desp + Ganho 51,15% 7=(2+3+4+5+6) 8) Margem 48,85% 8= (1-7) 1)Multiplicador do Mark-up = 1/ (1- 0,5115) = 2,04708 2)Divisor do Mark-up = 1- 0,5115 = 0,4885 Exemplo: Uma loja tem o custo de um produto = ($10,00). Qual seria o seu preço de venda? Usando o Multiplicador do Mark-up ($10,00 x 2,04708) = PV $ 20,47 Usando o divisor do Mark-up ($10,00 / 0,4885) = PV $ 20,47 Na formação de preços no varejo, é muito comum enganos e confusões acerca dos métodos de cálculo do Markup e da Margem Bruta. Pensando nisso procurei criar um exemplo simples e prático que clareasse o uso desses dois métodos. A principal diferença entre esses dois métodos de cálculo reside no fato de que: – o markup é multiplicado pelo custo; e. – a margem bruta é uma parcela do preço. Comparação entre as duas abordagens básicas de cálculo de preço para o varejo: Preço 250,00 100% Custo Var. 200,00 80% (200/250)x100 Margem Bruta 50,00 20% (50/250)x100 Markup 1,25 (250/200) Importante: Pode-se perceber pela fórmula que o preço pode ser muitas vezes superior ao custo, portanto o markup pode ter um índice superior a 2, isto é, duas vezes ou mais que o custo. Método da MARGEM BRUTA A margem bruta é um percentual (uma parte) do preço. A outra parte do preço é o custo. Fórmula simples A vantagem do uso da margem para o cálculo do preço reside na relação que este método estabelece com o ganho e não com o custo. Isto permite projetar (prever) um ganho para cada produto e consequentemente para a empresa. > Margem = Preço – Custo = 250 – 200 = R$ 50,00 (moeda) > Margem = (Preço – Custo) / Preço = (250 – 200) / 250 = 0,2 (decimal) > Margem = (Preço – Custo) / Preço * 100 = (250 – 200) / 250 * 100 = 20% (percentual) Se os valores da margem e do preço estão disponíveis pode-se calcular o custo: > Custo = Preço – (Margem x Preço) = 250 – (0,2 x 250) = 200 Mas como normalmente tem-se apenas os valores do custo e da margem, e não o preço, um modo prático de calcular o preço pelo método da margem é simplesmente dividir o custo pelo complemento da margem em decimal: > Preço = Custo / (1 – Margem) = 200 / (1 – 0,2) = 200 / 0,8 = 250 Importante: Pode-se perceber pela fórmula que como o custo e a margem estão dentro do preço, a margem SEMPRE será menor que 100%. 7.2 Conceitos da formulação do preço de vendas sem e com custos e despesas fixas Antes de proceder ao cálculo do markup, vale recapitularmos o que é cada uma destas variantes: Despesas fixas, são todos os gastos que não estão agrupados diretamente ao custo do produto. É o caso das despesas financeiras, das despesas administrativas, despesas marketing etc. Despesas variáveis, são aquelas que acontecem juntamente com a realização da venda. As mais comuns são os impostos sobre vendas e as comissões de vendas pagas para vendedores; Margem de ganho, é a parcela desejada que se espera de lucro sobre o preço unitário. Sua empresa pode adotar uma margem de lucro igual para todos os produtos, ou uma margem para cada produto a depender da estratégia adotada. O mais interessante é adotar uma margem para cada produto, pois isso torna os negócios mais flexíveis, e pode conferir mais agressividade a alguns produtos; e. Custo da mercadoria (direto ou variável) é o valor despendido para a aquisição ou produção de um produto. Não considera os custos e despesas fixas no preço de venda unitário )%(%1 Pr LucroriáveisDespesasVa táriocadoriaUniCustodamer eçodeVenda +− = Considera os custos e despesas fixas no preço de venda unitário Exemplo: No final do mês a contabilidade de custo liberou os seguintes dados Contas Valores Mão de obra direta 1.000,00 Material direto 3.000,00 Embalagem direta 550,00 Outras desp. diretas 450,00 Comissão 3% do preço Ganho esperado 20 % Quantidade produzida/mês 10 unidades Custos e Despesas fixas 15% do preço 1º Achar o custo variável unit. (1000+3000+550+450) / 10 unid. = 500,00 p/ unid. 2º Aplicar a formula: Preço de venda unitário (sem o custo fixo) = Preço de venda unitário = 694,44 (sem o custo fixo) )%%(%1 Pr scustosfixoLucroriáveisDespesasVa táriocadoriaUniCustodamer eçodeVenda ++− = )20,003,005,0(1 00,500 Pr ++− =eçodeVenda )28,0(1 00,500 Pr − =eçodeVenda 72,0 00,500 Pr =eçodeVenda Preço de venda unitário (incluindo o custo fixo) Obs: podemos criar uma relação dos custos fixo com outras contas. ex: receita ou lucro ou os custos variáveis. No nosso exemplo faremos em relação da receita total: Calculo =custos fixos/receita total Assim, supondo que achamos 15%, vamos aplicar na formula Preço de venda unitário = 877,19 (incluindo o custo fixo) 7.3 Conceitos da formulação do preço de vendas com impostos Exemplo: dos impostos (sobre a compra e sobre a venda) )15,020,003,005,0(1 00,500 Pr +++− =eçodeVenda )43,0(1 00,500 Pr − =eçodeVenda 57,0 00,500 Pr =eçodeVenda DESCRIÇÃO % preço de venda PV preço de compra PC elementos desconto comercial DC de custo aliquota IPI IPI na compra desc. C. embalagem E frete na compra F seguro S desp.m diversas DC créd. De ICMS(compra) ICMSe margem desejada MB elementos déb. De ICMS(venda) ICMSv de custo PIS PIPI na venda COFINS FIN COMISSÕES CV desp. Diversas (na venda) DV Aplicando a formula com as variáveis de compra e vendas dos impostos Exemplo do cálculo com os impostos: FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDAS % MARGEM BRUTA 15,00 ICMS v 17,00 PIS 0,65 FINSOCIAL 2,00 COMISSÃO DE VENDAS 3,00 ICMS e 9,00 desconto comercial 27,10 preço de compra $1.000,00 IPI 15 (PREÇO COMPRA-desc comercia)l+IPI-ICMe 772,74R$ PV 772,74 1-(15+17+0,65+2+3) 100 PV= 1.239,36 (1000-271,00)+109,35-65,61 7.4 Conceitos da formulação do preço de vendas com efeitos financeiros Esse é modelo mais avançado de cálculo de preço de venda, onde são considerados os efeitos financeiros sobre o ciclo financeiro da empresa Ciclo financeiro ou de caixa = PMR+PME-PMP PMR =Prazo médio concedido aos clientes nas vendas a prazo (em dias) PME =Prazo médio de duração dos estoques (em dias) PMP =Prazo médio recebidos dos fornecedores nas compras a prazo (em dias) Quando esse ciclo for negativo, indica que o capital de giro da empresa é financiado pelos fornecedores e não haverá custo financeiro Quando esse ciclo for positivo, podemos entender que o capital de giro da empresa é financiado pelos recursos onerosos e haverá custo financeiro Formação do preço de vendas a prazo com três métodos diferentes: 1) Com cálculo das despesa financeira “por Fora” 2) Com cálculo dadespesa financeira “por Fora” 3) Com cálculo com valores à vista atualizados. Nota: Nessa situação, observamos que o índice da margem de contribuição no preço de venda a prazo (0,1278 = 12,78%) é inferior ao valor considerado no preço de venda à vista (0,1458 = 14,58%). Logo: Preço de venda a prazo: R$ 182,80 Ponto de Equilíbrio (breakeven analysis) As empresas usam a análise do ponto de equilíbrio (breakeven analysis), também conhecida como análise custo-volume-lucro para: - Determinar o nível de operações necessário para cobrir a totalidade dos custos. - Avaliar a lucratividade associada a diferentes níveis de vendas. O ponto de equilíbrio operacional é o nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais. Nesse ponto, o lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) é igual a $ 0. Ponto de equilíbrio é o momento financeiro, em que as receitas totais de uma empresa se igualam aos custos e despesas totais, portanto, o lucro é igual a zero, ou seja: RT = CT + DT Em que: RT = Receita = Volume (V) multiplicado por um preço unitário (PVu). CT = Custo total = Custos Variáveis (CV) + Custos fixos (CF). DT = Despesa total = Custos Variáveis (DV) + Despesas fixas (DF). Determinação do Ponto de Equilíbrio Ou O Ponto de Equilíbrio é quando não há ganho e perda no negócio (volume de produção ou de vendas) ou seja, não há lucro nem prejuízo, onde a receita se iguala ao custo total. Para calculá-lo há duas fórmulas. O Ponto de Equilíbrio Operacional que demonstra a quantidade e o Ponto de Equilíbrio Financeiro que demonstra o faturamento. Veja um exemplo: Suponha uma empresa em que o total de Custo Fixo é R$1.000,00 e o Custo Variável R$ 2,00. A quantidade de venda são de 1.000 unidades/mês e que o Preço de Venda de R$ 4,00. Logo o Ponto de Equilíbrio Operacional será: Logo teríamos que fabricar 500 unidades para que a empresa conseguisse pagar todos os seus custos. Para calcular o Ponto de Equilíbrio Financeiro basta: Digamos que tenhamos, em um certo mês, obtido uma receita total de R$ 5.000,00.e um custo/variável de R$ 2000,00 e custo/fixo de R$ 1000,00 ovelUnitáriCustoVariáeçodeVenda mpresasTotaisdaECustosFixo racionalilíbrioOpePontodeEqu − = Pr 500 00,200,4 00,000.1 = − =racionalilíbrioOpePontodeEqu Para que a empresa não tenha lucro nem prejuízo, ela deve faturar R$ 1.666,67 para que a receita seja igual aos seus custos. Acima deste valor ela começa a ter lucro e abaixo, prejuízo. Gráfico do ponto de equilíbrio: TIPOS DE PONTOS DE EQUILÍBRIO • Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) Só considera contas com realização financeira + Despesas financeiras • Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) (PEF + as contas não financeiras. Ex: Depreciação, provisões etc...) • Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) (PEC + Recuperação da remuneração do Capital) EmpresadaTotalceita sdaEmpresaáveisTotaiCustosVari mpreasTotaisdaECustosFixo anceiroilíbrioFinPontodeEqu ...Re 1−= 67,666.1 00,000.5 00,000.2 1 00,000.1 = − =anceiroilíbrioFinPontodeEqu Exemplo: Com base nos dados da contabilidade de custos, calcule o PEF, PEC, e o PEE. Calculo da margem de contribuição: Custos Variável Total= ($340.000+$450.000+$300.000 = $1.090.000 ) Custos Variável Unitário= ($1.090.000 / 300.000 Unidades = $3,63) Margem de Contribuição Unitária = (Preço Venda Unit – Custo Var Unit) ($10,00 – $3,63 = $6,37) Calculo do Custo Fixo: Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) Custos Fixo Total= ($240.000 + $3200.000 + $20.000 + $100.000 = $680.000) PEC(Q) = (C.Fixo Total / Marg Contr. Unit) ($680.000 / $6,37) = 106.750 Unid PEC($) = (Preço de Venda Unit x Quant. no PEC) ($10,00 X 106.750 Unid) = $ 1.067.500 Cálculo do Custo Fixo: Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) Custos Fixo Total= (não entra a depreciação) ( $240.000 + $320.000 + $20.000 = $580.000 ) PEF(Q) = (C.Fixo Total / Marg Contr. Unit) ($580.000 / $6,37) = 91.051 Unid PEF($) = (Preço de Venda Unit x Quant. no PEC) ($10,00 X 91.051 Unid) = $ 910.510 Cálculo do Custo Fixo: Ponto de Equilíbrio Econômico(PEE) (Patrim. Liquido x Taxa de remuneração)($ 900.000x0,02=18.000) Custos Fixo Total= ( $240.000 + $320.000 + $20.000 + $100.000 + $18.000 = $ 698.000 ) PEE(Q) = (C.Fixo Total / Marg Contr. Unit) ($698.000 / $6,37) = 109.576 Unid PEE($) = (Preço de Venda Unit x Quant. no PEE) ($10,00 X 109.576 Unid) = $ 1.095.760. Formar Gráfico dos PEs. PEF(Q)= 91.051 Unid, ($)= $ 910.510 PEC(Q)=106.750 Unid, ($)=$ 1.067.500 PEE(Q)=109.576 Unid, ($)=$ 1.095.760 Unidade VIII - Estratégias na Formação dos Preços de Vendas no Mercado. 8.1 Identificar os elementos estratégicos que compões os preços de forma qualitativa. Objetivo do Preço: Maximizar a capacidade produtiva: – Reduzir ociosidade e desperdícios operacionais; – Preços devem considerar a capacidade de atendimento aos clientes: • preços baixos podem ocasionar elevação de vendas e a não–capacidade da manutenção de qualidade do atendimento ou dos prazos de entrega; • preços elevados reduzem vendas, podendo ocasionar ociosidade da estrutura de produção ou de pessoal; Maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autossustentado: – o retorno do capital dá-se por lucros auferidos ao longo do tempo. Assim, somente por meio da correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado. Agregar valor: Os preços são delimitados pelo mercado. Caso a percepção de valor do mercado para o produto ou serviço ofertado pela empresa seja inferior ao desejado, as vendas fracassarão. É preciso analisar, também, o valor percebido pelo mercado que justifica a cobrança de preços adequados. Os aspectos qualitativos compreendem-se as atividades relacionadas ao processo de criação de valor. (Bruni e Famá.pg 349 e 350) Genericamente, um produto pode ser definido de forma ampla, que contemple produtos propriamente ditos e serviços. Produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para a sua apreciação, aquisição, usos ou consumo para satisfazer a um desejo ou uma necessidade. O processo de criação de valor passa necessariamente, pela ampliação do conceito de produto. Como dizia Charles Revlon, fundador da empresa de cosméticos que leva seu sobrenome. “os consumidores não compram pura e simplesmente cosméticos, mas a esperança de se tornarem mais belos” (Bruni e Famá.pg 352) Maximização da Desnatação do Mercado - muitas empresas favorecem o estabelecimento de preços altos para "desnatar" o mercado. Com cada inovação ela estima o preço mais alto que pode cobrar, dados os benefícios comparados de seu produto versus os substitutos disponíveis. A empresa estabelece um preço que compense alguns segmentos do mercado a adoção do novo produto. Liderança de Produto-Qualidade - a estratégia de preço alto/qualidade proporciona à empresa taxa de retorno acima da média em seu setor As relações entre o preço, valor percebido e custo, Lehmann e Winer (1997, p. 280) apresentam três possíveis relações entre o preço, valor percebido e custo variável de um produto: Relação 1: Valor percebido > preço > custo variável; Relação 2: Preço > valor percebido > custo variável; Relação 3: Preço > custo variável > valor percebido. A relação 1 é aquela em que a empresa estabelece um preço que cobre os custos variáveis, mas tal preço é menorque o valor percebido pelo mercado. Certamente, esse não é um cenário maximizador de lucros, visto que o preço poderia ainda ser maior para igualar-se ao valor percebido. Na relação 2, o preço cobre os custos variáveis, mas também é mais alto que o valor percebido pelo mercado. Logo, comprar o produto significa um mau negócio para o comprador. A relação 3 é semelhante à situação 2 no sentido de que o preço ainda é maior que o valor percebido, embora este seja inferior até aos custos de fabricação do produto. Nenhuma dessas relações é, portanto, ideal, pois qualquer nível de preço entre o valor percebido pelo cliente e os custos significa uma partilha de valores entre a empresa e o mercado. Na relação “ideal” (preço = valor percebido > custos variáveis), a empresa maximiza o lucro (supondo que os custos totais sejam os mínimos possíveis) e os compradores estariam satisfeitos, pois o preço não é maior que o valor que eles dão ao produto, produzindo, assim, uma “satisfação global” (FORNELL et al., 1996). Figura: Índice de satisfação do Cliente na Situação “Ideal”. Fonte: Fornell et al. (1996, p. 8). Brand Equity Brand Equity é o valor intangível de uma empresa ou uma marca com base na percepção de seus consumidores, ou tudo aquilo que uma empresa possui, de tangível e intangível, e que contribui para o crescimento sustentado dos lucros”. O conceito de Brand Equity é de não estar preocupado somente com a imagem que a marca tem para seus consumidores e sim com o valor que esta marca traz. E quando falamos em valor, levamos em consideração todos os atributos da empresa e da marca, tanto os tangíveis como os intangíveis, ou seja, tudo que está por trás da marca: venda, atendimento, qualidade dos produtos, facilidade de compra, serviços, etc. Vantagens do Brand Equity Vantagens de marketing que uma marca forte proporciona: Melhor percepção de desempenho do produto. Maior fidelidade. Menor vulnerabilidade às ações de marketing da concorrência. Menor vulnerabilidade às crises de marketing. Maiores margens. Menos sensibilidade do consumidor aos aumentos de preço. 8.2 Avaliar os principais aspectos de formação e administração de preços e os modelos de análises comparativas de gestão de preços. Estratégia de preço distintos é quando diferentes preços são aplicados a diferentes compradores para o mesmo produto. Desconto em um segundo-mercado seria um preço para o mercado alvo e outro para um segmento secundário de mercado (através de descontos). Desnatação seria cobrado um preço mais alto do que o normal daquele produto para tentar aumentar o real valor percebido pelo cliente sendo que seguido de um decréscimo nesse a fim normalizar o preço (estratégia que permite um rápido retorno do investimento inicial). Desconto periódico seriam descontos nitidamente previsíveis (ex: telefone mais barato aos fins de semana) e randômico são descontos oferecidos ocasionalmente e de forma não-previsível. Igualando a estratégia da competição é quando a empresa decide igualar seus preços com os concorrentes para não correr o risco de uma guerra-de-preços. Cotar por baixo do preço da competição é quando a empresa oferece seus produtos por um preço mais baixo que de seus concorrentes. Líderes de preços e seguidores é quando a empresa determina o nível de preços por ter uma capacidade de produção maior e grandes fatias de mercado. Preço de penetração é feito para introduzir rapidamente o produto no mercado, baixando sensivelmente seu preço, a fim de aumentar sua participação de mercado e conquistar a lealdade dos consumidores para quando o seu preço aumentar. Preço predatório é uma conduta que se verifica quando uma firma reduz o preço de venda de seu produto abaixo do seu custo, incorrendo em perdas no curto prazo, objetivando eliminar rivais do mercado ou criar barreiras à entrada de possíveis competidores para, posteriormente, quando os rivais saírem do mercado, elevar os preços novamente, obtendo, assim, ganhos no longo prazo. Dumping é uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo. Precificação por Linhas de Produtos. Procura maximizar os lucros para o total dos produtos da linha. Preço Cativo é o caso da lâmina de barbear que garante o lucro do aparelho. Preço Isca e preço do líder é a atração de clientes com a venda de produtos mais baratos com a intenção de vender os mais caros. Preço pacote e múltiplas-unidades de preço é quando um pacote de produtos é vendido com um preço menor que a soma de todos os produtos do pacote. Preço Referência é quando um produto de preço médio é mostrado próximo a um modelo de alto-preço da mesma marca. Preços permanentes versus ocasionais, o consumidor percebe 1,95 como sendo bem mais baixo do que 2,00. Preço prestígio quando o alto preço é percebido como sinônimo de alta qualidade. 8.3 Formação do preço baseado na demanda Curvas de demanda – São representações gráficas da quantidade de um produto demandada a diversos preços. A forma da curva da demanda para uma empresa é determinada pelo mercado em que a empresa está operando. O preço no qual o produto será comprado será determinado pela intensidade da concorrência, a diferenciação do produto, bem como pela situação da economia como um todo. Essa curva da demanda mudará ao longo da vida do produto, devido a fatores variáveis como promoção, novos concorrentes e mudanças no gosto e na tecnologia. Estimativa da demanda – Os profissionais de marketing fazem estimativas de demanda com base em pesquisa dos fatores demográficos e psicológicos de seu público-alvo. Fatores demográficos – Esses dados podem ser úteis para indicar quantos compradores potenciais há para um determinado preço. Os dados também incluem a localização dos compradores, seu nível de consumo e situação financeira. Fatores Psicológicos – Os profissionais de marketing também precisam considerar como os consumidores percebem os vários preços ou mudanças de preço. Precisarão saber se o preço para os consumidores é um indicador de qualidade, se o consumidor será afetado por preços não arredondados e se achará que o preço é muito alto em relação ao que ele oferece. A precificação pelo prestígio e o número de compradores potenciais também desempenharão um papel. Elasticidade-preço – A sensibilidade da demanda de um produto em relação ao seu preço é um fator determinante no preço. Se a elasticidade (mudança percentual na demanda dividida pela mudança percentual no preço) for maior do que um, diz-se que a demanda é elástica. Se a elasticidade for menor do que um, a demanda é inelástica. Quando a demanda de um produto for inelástica, um aumento no preço não acarretará uma diminuição na demanda. Para determinar a elasticidade de um produto, os profissionais de marketing podem realizar pesquisa de mercado sobre o desempenho de produtos similares ou realizar suas próprias experiências. Elasticidade Preço-Demanda As alterações nos preços de mercadorias invariavelmente acarretam modificações nos volumes de vendas. Esse movimento recebe a denominação de elasticidade preço-demanda. A quantidade demandada de uma determinada mercadoria depende de uma série de fatores. Entre esses fatores, um dos mais relevantes é o preço da mercadoria. Quando o preço (P) de uma mercadoria aumenta, mantidos constantes outros fatores, a quantidade demandada (Q) da mesma diminui, uma vez que um preço mais elevado constitui um estímulo para que os compradores da mercadoria economizem seu uso. Pelo exposto, vimos que quando o preço (P) de uma mercadoria sobe, a quantidade demanda (Q) pela mesma deve cair.De um modo geral, ao longo de uma curva de procura, o valor numérico da elasticidade não é constante. a) Demanda elástica: Se uma pequena mudança de preço (aumento ou redução de "P") provoca grande variação na quantidade vendida (aumento ou redução de "Q"), dizemos que a quantidade demandada é muito sensível às variações de preço. A variação percentual (%) na quantidade demandada (Q) é maior do que a variação percentual no preço (P). Isso normalmente ocorre com produtos tidos pelos clientes como sendo "supérfluos". b) Demanda inelástica: Se uma mudança significativa de preço (P) provoca pouca ou nenhuma mudança da quantidade vendida (Q), dizemos que o produto é insensível ao preço, ou que tem uma demanda inelástica. Isso costuma acontecer com produtos ditos "essenciais". Por exemplo, se o preço do feijão preto subir 10%, é provável que a quantidade vendida desse produto caia menos que 10%. De outro lado, o aumento será compensador para o produto “feijão preto” que é menos elástico ou menos sensível ao preço; o aumento de preço compensará, com vantagens, a queda na quantidade vendida, que será pequena (haverá aumento no faturamento). Estimativa da receita – A receita gerada por um produto é normalmente determinada por sua curva de demanda. Os profissionais de marketing utilizam três tipos básicos de receita: Receita total é o total em dinheiro recebido pela venda do produto. Receita média é a quantidade média de dinheiro recebida por uma unidade do produto. Receita marginal é a mudança na receita total resultante da produção e venda de uma unidade adicional do produto. Análise marginal – O lucro é definido como as receitas totais menos os custos totais, sendo as receitas o produto do número de unidades vendidas multiplicado pelo preço por unidade. Os lucros dependerão da curva da demanda e de até que ponto os preços podem subir e ainda gerar demanda. Além disso, quanto mais unidades vendidas, maiores os custos totais de produção e comercialização. Uma técnica para determinar os maiores lucros é a análise marginal. O profissional de marketing mede o efeito econômico de produzir e vender cada unidade adicional. Os custos aumentarão mais rápido quando a quantidade for pequena, devido aos elevados custos iniciais e ao treinamento. Os lucros são maximizados quando a renda total estiver no ponto mais alto acima do custo total. Recorrendo à curva da demanda para o produto, os profissionais de marketing podem determinar o preço no qual essa quantidade será demandada. (Klotler,) Redução temporária de preços para aumentar as vendas durante Promocionais Ajuste de preços para atender às diferenças entre clientes, Segmentados Ajuste de preços de efeito psicológico Psicológicos Ajuste de preços segundo a localização geográfica dos Geográficos Redução de preços para recompensar clientes por Com descontos e concessóes Ajuste de preço para mercados internacionais Internacionais Descrição Estratégia para determinação de 8.4 Formação do preço baseado na concorrência. A concorrência de preços é um elemento fundamental da nossa economia de livre mercado. Ao estabelecer preços, as empresas nem sempre são livres para cobrar o que bem entenderem. Muitas leis federais, estaduais e até locais regulamentam o jogo limpo na determinação de preços. Além disso, as empresas devem levar em consideração preocupações sociais mais amplas ao determinar preços. Vantagens e limitações da precificação pela concorrência Quando os clientes podem escolher dentre mais de um fornecedor, é importante oferecer valor superior ao da concorrência. Entretanto, esse método possui limitações por não levar em conta os custos ou os lucros. Ele também não explora diretamente o valor para o cliente, já que os clientes podem usar o preço como um indicador de qualidade e evitar os produtos com preços abaixo da concorrência. Após desenvolver suas estruturas e estratégias de preços, as empresas frequentemente se deparam com situações em que deverão: a) Tomar uma iniciativa de mudança de preços Iniciativas de redução de preços Iniciativas de aumento de preços Reações dos compradores às mudanças de preços Reação dos concorrentes às mudanças de preços b) Reagir às mudanças de preços dos concorrentes. Por que o concorrente alterou o preço? Sua intenção era a participação de mercado, utilizar excesso de capacidade, enfrentar mudanças na composição dos custos ou liderar uma mudança geral de preços no setor? A mudança de preço é temporária ou permanente? O que acontecerá com sua participação de mercado e seus lucros se ela não reagir? As outras empresas reagirão? Quais seriam as prováveis reações dos concorrentes e das outras empresas às reações da empresa? Em que estágio do ciclo de vida se encontra seu produto? Qual a importância deste produto no mix da empresa? Quais as intenções e recursos do concorrente e as possíveis reações dos consumidores à mudança de preços? Ciclo de vida do produto (CVP) Segundo Kotler (2000), ao dizer que um produto possui um ciclo de vida, faz-se necessário aceitar os seguintes fatores: � Os produtos têm vida limitada. � As vendas dos produtos passam por estágios distintos, cada um deles com desafios, oportunidades e problemas diferentes para as empresas. � Os lucros sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto. � Os produtos necessitam de diferentes estratégias de produção, financeira, Marketing, compras e recursos humanos de acordo com cada estágio do seu ciclo de vida. A maioria das curvas do ciclo de vida é retratada em forma de sino. Essa curva é geralmente dividida em quatro fases: Introdução (I), Crescimento (C), Maturidade (M) e Declínio (D). Introdução (I) : período de baixo crescimento em vendas, uma vez que o produto está sendo introduzido no mercado. Não há lucros nesse estágio, devido às grandes despesas com a introdução do produto. Nessa fase, o produto requer altos investimentos em tecnologia, propaganda, distribuição e embalagem/design. Crescimento (C): período de rápida aceitação do mercado e melhoria substancial dos lucros, pois uma significativa parcela dos consumidores toma conhecimento da existência do produto o que eleva seu volume de vendas e favorece o surgimento da economia de escala. Começam a surgir os concorrentes, o que faz com que a empresa invista em diferenciação para não perder a parcela de mercado que já conquistou. Maturidade (M) : período de baixa no crescimento de vendas. Isso porque o produto já conquistou a aceitação da maioria dos consumidores potenciais. Os lucros diminuem ou se estabilizam no final desse estágio em função do aumento da concorrência. Declínio (D): o produto atinge sua obsolescência e é substituído pelo concorrente mais inovador. Nesse momento, a empresa cessa de investir em distribuição, propaganda e desenvolvimento e começa a discutir qual o melhor momento de retirar o produto do mercado ou reposicioná-lo em outro nicho. Kotler (2000): ressalta que nem todos os produtos passam por todos os estágios de ciclo de vida (I-C-M-D). Isso ocorre, pois alguns produtos morrem antes de chegar na maturidade ou até mesmo no primeiro estágio por erros de estratégia ou posicionamento de mercado. Assim, o lançamento constante de novos produtos é uma estratégia das organizações, para alcançar o sucesso e garantir um ciclo de vida mais duradouro. Em contrapartida, alguns produtos têm uma aceitação tão grande pelo mercado que podem passar logo do estágio de introdução para a maturidade. BIBLIOGRAFIA BÁSICA: DUBOIS, Alexy. KULPA, Luciana. SOUZA, Luiz Eurico. Gestão de Custos e Formação dos Preços. Editora Atlas. 2012. São Paulo. HORNGREN,Charles T.S UNDEM, Gary L. STRATTON, William O. Contabilidade Gerencial. Editora Pearson – Prentice Hall. BOMFIM, Eunir de Almeida. PASSARELLI, João. Custos e Formação de Preços. Editora IOB. 2012. São Paulo. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: BERNARDI, Luiz Antônio. Manual de Formação de Preços. Editora Atlas. 2014. São Paulo. SARDINHA, José Carlos. Formação do Preço. Editora Atlas. 2014. São Paulo. BRUNI, Adriano Bruni. FAMA, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços. Editora Atlas. 2012. São Paulo. KOTLER, Philip. Administração de marketing.10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. ASSEF, Roberto. Guia Prático de Formação de Preços. 12.ed Campus,1997. RJ. FORNELL, C.; ITTNER, C. D.; LARCKER, D. F. The Valuation Consequences of Customer Satisfaction Across Industries. Working paper, Ann Arbor, National Quality Research Center, 1996. LEHMANN, R.D.; WINER, R. S. Product Management. Chicago: Irwin, 1997.
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