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PONTOS IMPORTANTES CAPÍTULO 01 – Conceituação Básica Uma economia de mercado pode ser definida como? Um sistema autorregulável de mercados, isto é, uma economia onde bens, serviços e fatores de produção (recursos naturais, trabalho e capital) são distribuídos e alocados, exclusivamente, pela troca. Na verdade, isso não se aplica de modo absoluto a nenhuma sociedade, pois existem imperfeições em tal sistema que exigem intervenções externas a ele, como, por exemplo, através da ação governamental. São objetos das Ciências Econômicas? Um conjunto de disciplinas que procuram entender como as sociedades organizam a produção e a distribuição da riqueza. As respostas às questões que daí decorrem – O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? – constituem o principal objetivo do estudo da Economia. Fluxo Monetário – Dinheiro. Fluxo Real – Bens, serviços e fatores. Deve-se desconfiar dos economistas que só conseguem se expressar por meio de fórmulas matemáticas e não conseguem apresentar suas ideias sem economês (aquelas palavras difíceis que só os economistas conhecem). Os economistas só trabalham com modelos, por isso o que eles dizem é incompreensível. O que são modelos? Modelos nada mais são do que uma simplificação da realidade, o que é necessário, já que a realidade é muito complexa. Diferentes escolas de pensamento econômico irão utilizar diferentes modelos para explicar o mesmo fenômeno, mas o uso de modelos é inevitável. Economia, que é uma ciência social e não uma ciência exata. Diferencie um economista neoliberal de um economista keynesia. Veremos que o primeiro acredita que a intervenção do Estado só atrapalha o funcionamento da economia. Já o segundo, acredita que a economia só vai funcionar adequadamente com intervenção do Estado. Mas afinal, do que trata a Economia? Qual é o seu objeto de estudo? A definição mais tradicional, formulada em 1932 por Lionel Robbins, afirma que “a economia é uma ciência que estuda o comportamento humano, como uma relação entre meios e fins. Sendo os meios escassos e com usos alternativos”. Dito de outra forma, a economia estuda como se usa a racionalidade (do comportamento humano) para solucionar problemas como orçamento apertado. A teoria econômica daria conta de qualquer situação de meios escassos e fins alternativos que envolvam seres humanos. Uma definição alternativa de economia seria? A Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. As principais diferenças frente à definição anterior são a menção da Economia como ciência social, e não se fazer referência ao comportamento humano. As questões econômicas fundamentais, do ponto de vista do agente individual, são: O que e quanto produzir — quais os produtos a serem produzidos e em que quantidades; Como produzir — que tecnologia utilizar; Para quem produzir — que mercado consumidor se pretende atingir. O que são Bens livres? Exemplos de bens livres são o ar, água, luz solar etc. Como você já deve ter pensado, alguns bens livres, devido ao mau uso feito pelo homem, já estão se tornando escassos, como é o caso da água. Quais são os fatores de produção? Trabalho, capital e recursos naturais. São recursos indispensáveis para viabilizar um processo produtivo. Dois fatores produtivos mais utilizados pelos economistas nos seus estudos, que são capital e trabalho. Moral da história: propaganda não faz milagre; se o produto é ruim, não vende. As necessidades podem ser criadas. Todo produto que torna a vida mais fácil, por ser mais prático, por exemplo, leva vantagem. As necessidades individuais podem ser divididas em? Corporais, espirituais e de consumo suntuário (de luxo). As necessidades corporais podem ser? Biológicas, que são as relativas ao vestuário, alimentação, reprodução e habitação, e sociais, que são dadas pela vida em sociedade. As necessidades espirituais são? Os referentes ao conhecimento, criação artística e a religião. O consumo de luxo tem servido historicamente para diferenciar classes sociais, pois o preço de seus produtos costuma ser muito elevado. Vivemos em sociedade e, portanto, temos também necessidades coletivas, que são? Aquelas derivadas da vida em comunidade e que só podem, na maioria das vezes, ser atendidas, de forma coletiva. Esse é o caso dos serviços de transporte, habitação, saúde, educação (CANO, 2007). O atendimento das necessidades básicas depende, em boa parte, dos indivíduos. Tendo um bom emprego podemos pagar por uma boa alimentação, comprar roupas etc. Já as necessidades sociais dependem, em boa medida, do governo e suas políticas públicas, pois é ele que constrói grande parte das estradas, hospitais, escolas e grandes espaços de lazer (estádios, por exemplo). Todas as necessidades atuais podem ser atendidas? Com certeza não, pois não haveria recursos naturais suficientes, nem capacidade de absorver os dejetos gerados pela poluição do ar, da água, de resíduos sólidos (lixo). Curva de possibilidade de produção (também chamada de curva de fronteira produtiva ou de transformação da produção). Essa curva, que é uma representação simplificada de uma economia, é sempre côncava e em cada eixo há um produto. O que é o Custo de oportunidade? É o de que se abre mão ao se fazer uma escolha. É o custo de uma escolha. O que são Recursos ociosos? Um exemplo seria a situação de desemprego. Parte da mão de obra não está trabalhando, e, por isso, a produção é menor do que poderia ser. Numa Economia são produzidos bens e serviços, diferencie. Bens são produtos que têm forma física — como ferro, automóvel e sapato, por exemplo — e existem para satisfazer alguma necessidade. Os serviços não têm forma física — como uma consulta médica, o serviço de um eletricista, uma aula de professor. A produção provém dos três setores que compõem uma Economia, quais são eles? Primário (agricultura e pecuária), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços). Os bens podem ser de dois tipos, quais são eles? Os bens intermediários são matérias-primas (insumos) que serão transformadas em um produto, por meio de um processo produtivo. Os bens finais são os que não sofrem transformações e são utilizados na forma como se apresentam. Os bens de produção ou bens de capital são aqueles utilizados na produção de outros bens, como máquinas, equipamentos ou construções. Nem sempre é fácil classificar um bem ou serviço nessas diferentes categorias, pois isso depende do uso que se dá. Os setores são interdependentes, pois compram e vendem entre si. O conceito de cadeia produtiva, incorporando a preocupação ambiental, evoluiu para o de ciclo de vida do produto. Nesse caso, se inclui uma penúltima etapa, que é a do descarte (morte do produto), e a etapa final é a reciclagem, quando o produto retorna a uma etapa anterior. O que é Cadeias produtiva? Cadeia produtiva é um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos (PROCHNIK, 2002). Recursos naturais podem ser definidos como? O conjunto de riquezas naturais em estado bruto de um país. É portanto, tudo que a natureza fornece e dá de suporte à vida humana na terra. Inclui, portanto, recursos tais como terra, água, ar, minerais, florestas, peixes e demais recursos marinhos, flora, fauna e clima. Os recursos naturais são tradicional mente divididos em renováveis e não renováveis. Diferencie recursos naturais renováveis de não renováveis. Recursos naturais renováveis são aqueles repostos pela natureza em um curto espaço de tempo, tais como ar e água. Recursos naturais não renováveis são aqueles que não são repostos pela natureza em um curto espaço de tempo, tais como petróleo e minério de ferro. O petróleo é produzido pela natureza, mas são necessários milhões de anos para isso. Um produto com obsolescência planejada é elaborado para ter uma vida curta, levando o consumidora comprá-lo várias vezes. A contrapartida da utilização dos fatores de produção no processo produtivo é a sua remuneração. No caso do trabalho, a contrapartida são os salários e, no caso do capital, são os lucros (considerando apenas o trabalho assalariado e o capital produtivo). Dividendos é parcela do lucro que é distribuída aos acionistas. No mercado de produtos, as empresas vendem seus produtos às famílias que, para comprá-los, utilizam a renda obtida no mercado de fatores. Portanto, os dois mercados estão interligados, em um fluxo circular. PONTOS IMPORTANTES CAPÍTULO 02 – Contextualização da Ciência Econômica A Economia como uma ciência específica nasce com os economistas de nominados clássicos. Quem foi o primeiro e o mais importante dos economistas clássicos, e por isso considerado o pai da Economia? Adam Smith. Cite os economistas e qual tipo de economia defendia. Economia Clássicos – Adam Smith (1723-1790), David Ricardo (1772-1823), Thomas Robert Malthus (1766- 1834), Karl Marx (1818-1883) e Friedrich List (1789-1846). Economia Neoclássica - Alfred Marshall (1842-1924). Escola Austríaca – Joseph Schumpeter (1883-1950), Friedrich Hayek (1899-1992). Economia Keynesiana – John Maynard Keynes (1883-1946). Monetarismo – Milton Friedman (1912-2006). Novo Clássica – Robert Lucas. Estruturalismo – Celso Furtado (1920-2004). Qual foi a contribuição de Adam Smith (clássica)? Smith era adepto do pensamento iluminista. Portanto, acreditava que para o conhecimento da realidade e transformação da sociedade, era fundamental o uso da razão, e não da tradição ou da religião. Não era a favor de que a atuação do governo na Economia fosse a menor possível. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas de infraestrutura e educação. Portanto, implicitamente, aceitava que a mão invisível não solucionava todos os problemas da sociedade e, para o bem comum, era necessária a intervenção do Estado em algumas áreas. Duas ideias de Riqueza das Nações estão presentes até hoje no debate econômico, a saber: a mão invisível e divisão de trabalho. Mão Invisível - Cada um procurando o melhor para si, chega-se a uma situação que é a melhor para a sociedade. Segundo Smith, se todos agissem por motivos altruístas, visando o bem comum, o resultado seria muito pior. Isso só é possível, segundo Smith, quando há livre concorrência, sem interferência do governo. Divisão do trabalho - traz a especialização, com ela maior produtividade (maior produção por trabalhador) e, portanto, barateamento do produto, pois se produz mais com o mesmo número de trabalhadores. O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização. Qual a contribuição de David Ricardo (clássica)? A teoria das vantagens comparativas. No que se refere ao comércio internacional, opõe-se à teoria de vantagens absolutas, de Adam Smith. Segundo essa última teoria, o importante no comércio internacional é ter menores custos e, portanto, vender mais barato. Ou seja, países com custos elevados ou muito ineficientes estão fadados ao fracasso nas trocas internacionais. Para Ricardo, isso não seria verdade, pois no comércio internacional o importante são as vantagens comparativas, e não as absolutas. Um país tem vantagem comparativa em um produto, quando o outro, com quem compete, tem alto custo de oportunidade ao fabricar produto, mesmo sendo mais eficiente na produção. O país deveria se especializar no produto que tem maiores vantagens comparativas. O que significa Custo Brasil? O custo Brasil é uma expressão muito utilizada nas discussões econômicas do Brasil e que tem como base a teoria das vantagens absolutas. Segundo essa tese, nosso país seria pouco competitivo no comércio internacional porque teríamos um custo de produção elevado. O que é o custo de produção? O custo de produção é entendido aqui no sentido amplo, abarcando, além do custo do salário, matérias- primas e juros, também custos legais (exemplo: encargos trabalhistas), institucionais (exemplos: burocracia em excesso, deficiências na educação), tributários (impostos elevados), de infraestrutura (estradas precárias) e corporativos —sindicatos de trabalhadores resistindo à modernização (SANDRONI, 2005). Quem foi Malthus (clássica)? Um pastor protestante, foi o primeiro economista a dar destaque ao tema crescimento populacional. Sua fama vem até os dias de hoje, onde vez por outra, no debate econômico, é usada a expressão ideias malthusianas. É considerado o pai da demografia. Continuando nosso passeio histórico, evocamos Thomas A tese que ele apresentou, no Ensaio sobre o Princípio da População, é que a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética (PA), e a população, em progressão geométrica (PG). Em decorrência disso, se não fossem tomadas medidas cabíveis, a fome e, no limite, o colapso da sociedade seriam inevitáveis. Malthus era o que hoje se chama de catastrofista. A população do planeta está crescendo menos, mas, segundo alguns analistas, a produção de alimentos não está aumentando no ritmo desejado (as mudanças climáticas contribuem para isso), e há o risco de termos um descompasso no futuro. A FAO, por exemplo, tem essa preocupação (agência das Nações Unidas para alimentação e agricultura). Qual a contribuição de Karl Marx (clássica)? Foi quem estudou com mais profundidade o funcionamento de uma economia capitalista, como atesta sua principal obra, O Capital. Isso se deve, sobretudo, a dois motivos. Primeiramente, Marx escreveu no século XIX, quando o capitalismo industrial, já consolidado, caminhava para uma nova fase, com maior concentração do capital e maior interligação entre capital produtivo e financeiro. O segundo motivo é a necessidade de se conhecer o adversário se você quer vencê-lo, e esse era o objetivo de Marx. Com relação ao capitalismo, Marx tinha, ao mesmo tempo, admiração e ódio. Para Marx, o colapso do capitalismo era inevitável por dois motivos: pressão dos operários explorados (luta de classes) e as contradições internas do funcionamento próprio do capitalismo. Fale sobre o Socialismo? Na época de Marx, o socialismo era necessariamente revolucionário e incompatível com o capitalismo. Posteriormente o movimento socialista se dividiu entre socialistas revolucionários e não revolucionários (reformistas), que lutavam por um regime capitalista com mais justiça social, incorporando algumas ideias socialistas. Essa última corrente, também chamada de Social Democrata, acabou predominando na Europa. Sendo bem sucedida a implantação do socialismo, se alcançaria o comunismo, que seria uma sociedade igualitária, sem classes e sem governo. As economias de mercado têm sobrevivido às suas crises com base em reformas e intervenção do governo. Por outro lado, as economias ditas comunistas e seguidoras das ideias de Marx, fracassaram em maior ou menor grau. A China é um sucesso econômico, mas pode-se dizer que a China é um país comunista? Com certeza não. Apesar de vários países terem se intitulado comunistas — como a antiga União Soviética —, nunca se alcançou o comunismo conforme concebido por Marx. O que são políticas sociais? As políticas sociais são as voltadas para a melhoria das condições de vida da população. Ex: pensões, aposentadorias, auxílio-desemprego, seguro de acidentes de trabalho, dentre outros. Fale sobre Friedrich List (clássica). Defendia a tese de que as empresas nacionais não conseguiriam se desenvolver se o mercado já estivesse ocupado por empresas de países estrangeiros economicamente mais avançados. Nessas circunstâncias, para ele, justificava-se um protecionismo educador, com a finalidade de proteger, por um período de tempo, o mercado nacional para assegurar a consolidação das indústrias nacionais, ou seja, para que tivessem condições análogas para disputar mercados num ambiente de livre concorrência. As ideias de List serviram de base para concepção das Zollvereins — uniões aduaneiras que criaramzonas de livre comércio entre os vários reinos independentes da Alemanha. O que é Zollverein? O Zollverein era claramente protecionista e inspirado nas ideias de List, e seu sucesso levou à criação de outras uniões aduaneiras. O Mercado Comum Europeu, que depois se transformou em União Europeia, teve como ponto de partida a união aduaneira. O Mercosul tem o objetivo de se tornar uma união aduaneira entre seus países membros. Segundo Ha-Joon Chang (2013), a grande maioria dos países hoje desenvolvidos adotaram políticas protecionistas; e políticas de livre mercado raramente fazem os países pobres ficarem ricos. Caso a política do governo vise não só proteger, mas também desenvolver um setor, serão adotadas medidas de política industrial. Essas medidas objetivam? Estimular a produção local, por meio, por exemplo, de: crédito em condições favoráveis; isenção de impostos; câmbio favorável para importação de insumos e máquinas necessárias para o desenvolvimento do setor. O que seria câmbio favorável? Neste momento basta o entendimento de que câmbio — no nosso caso, dólar — desfavorável à importação significa dólar caro. Inversamente, o dólar caro é favorável para quem exporta, pois a receita do exporta dor é em dólar. Economia Neoclássica também chamada de marginalista — que abarca, a grosso modo, o período 1870- 1910. Quem é o pai da Microeconomia? Qual a contribuição dele? Alfred Marshall (neoclássica). A partir de Marshall, a ciência econômica, até então conhecida como Economia Política, se tornou Economia, que é a denominação usada até hoje. Seu livro — Princípios de Economia — teve (e ainda tem, mas de forma indireta) enorme influência e é considerado o primeiro livro-texto de Economia. O que é Microeconomia? A Microeconomia é o ramo da Economia que estuda a interação, no mercado, entre empresas e consumidores. Vários economistas pesquisaram nessa área (como Jevons, Menger, Walras), mas Marshall não só incorporou muito do que seus antecessores e contemporâneos escreveram, como deu importantes contribuições próprias. No século XX o âmbito da Microeconomia se expandiu passando a abarcar também, por exemplo, a relação entre empresas que concorrem em um mesmo mercado e do governo com empresas e consumidores. A principal diferença entre os economistas clássicos e os neoclássicos é? É que os primeiros utilizavam a teoria do valor trabalho e, os segundos, a do valor utilidade. Para os clássicos, o preço de um produto tinha como base a quantidade de horas de trabalho necessária para sua fabricação, e para os neoclássicos, a base do preço é a sua utilidade. Para os neoclássicos não importa quanto trabalho se despendeu para a fabricação de um produto, se não conseguir vendê-lo — portanto não sendo útil para ninguém — seu preço é zero. O preço da mercadoria, portanto, não é determinado quando a mesma é produzida (valor trabalho), e sim no mercado, quando é vendida/consumida (valor utilidade). Quem foi Joseph Schumpeter (austríaca). Notabilizou-se pelo estudo dos ciclos econômicos e, principalmente, do progresso técnico. Foi o primeiro economista a dar destaque ao tema tecnologia e, ainda hoje, é uma referência na área. Vários economistas se consideram seus seguidores, dando origem à escola Neo-schumpeteriana. Schumpeter criou uma expressão muito presente nas discussões econômicas dessa área, que é a destruição criativa, tendo como ponto de partida os estudos de Marx. Para Schumpeter (e para Marx), o capitalismo é extremamente dinâmico e, para abrir espaço para o novo, é necessário destruir o velho. Ao se lançar um novo produto (ou meio de produção, de transporte etc.) está se substituindo (destruindo) produtos antigos. Para Schumpeter, os ciclos econômicos são inerentes ao funcionamento de uma economia capitalista. Os ciclos de longa duração, chamados ciclos Kondratieff, estariam sempre associados a uma onda de progresso técnico. Segundo os economistas neo-schumpeterianos, Freeman e Soete (1997), teriam ocorrido cinco ciclos de Kondratieff. Estamos atualmente no ciclo da microeletrônica. Quais os cinco ciclos de Kondratieff? 1780-1840 - Revolução industrial; 1840-1890 - Era da máquina a vapor e das ferrovias; 1890-1940 - Era da eletricidade e do aço; 1940-1990 - Era da produção em massa; 1990 - ? - Era da microeletrônica. O que são ciclos econômicos? São flutuações da atividade econômica em que a uma fase de expansão da produção se segue uma de contração, ou uma fase de grande expansão é seguida por uma de baixo crescimento. Os ciclos poderiam ser de curta, média ou longa duração. Hoje é consenso entre os economistas que o progresso técnico é o principal motor do crescimento econômico no longo prazo. O que seria o Desemprego estrutural? Ou seja, a perda de emprego porque a ocupação correspondente não existe mais. Fale sobre Friedrich Haykey (austríaca). É considerado o pai do que hoje é chamado neoliberalismo. Para Hayek, o sistema de livre mercado é uma ordem espontânea, tão importante para a humanidade quanto o desenvolvimento da linguagem. Defende que a sociedade seja organizada em torno do mercado e que a atuação do governo seja a menor possível. A regulamentação da vida econômica, consequentemente, deveria ser mínima. Quem foi Keynes (keynesiana)? É o criador da Macroeconomia, que é o estudo do comportamento, principalmente no curto prazo, do desempenho da Economia de um país no que se refere à produção, renda, emprego, preços etc. Para Keynes, o capitalismo é inerentemente instável e, portanto, o pleno emprego é a exceção e não a regra. Para alcançá-lo só com intervenção do governo, a mão invisível não dará conta dessa tarefa. A queda de salários nunca irá levar ao pleno emprego, pois o nível de emprego não é determinado no mercado de trabalho, e sim pela demanda. Para Keynes, a concorrência e o funcionamento dos mercados são fundamentais em uma economia capitalista, mas na mão invisível não fariam sentido. Ao contrário, entendia que, em muitos casos, quando as pessoas buscam o melhor para si mesmos, esse comportamento leva a uma situ ação que é a pior para todos. Isso é chamado de falácia da composição. Lei de Say Formulada pelo economista francês Jean-Baptiste Say, segunda a qual toda oferta, ao produzir renda, gera sua demanda. Portanto, desequilíbrios na economia seriam apenas momentâneos e solucionados pelo sistema de preços, e o pleno emprego da mão de obra não seria uma situação de exceção e, sim, a regra. O pleno emprego seria alcançado, pois se a oferta de trabalhadores for superior à demanda, haverá queda de salários e se chegará a uma situação de equilíbrio, com todos empregados, porém com salários menores. As ideias de Keynes provocaram o que ficou conhecido como revolução keynesiana, pois mudaram a forma de se pensar o funcionamento da Economia e seu pensamento foi hegemônico entre os economistas até os anos 1970. Nessa época, a inesperada combinação de baixo crescimento da economia com a inflação — chamada de estagflação (estagnação da economia com inflação) — colocou em xeque o pensamento keynesiano. Até então se achava que a inflação estaria necessariamente associada a mais emprego e produção. Quem foi Milton Friedman (monetarista)? Friedman advoga que o papel da moeda na Economia é neutro, ou seja, não pode afetar o lado real. Isso quer dizer que governantes podem, por motivos eleitoreiros, tentar manipular a taxa de desemprego na Economia emitindo mais moeda e induzindo a população a gastar mais. Mesmo que a taxa de desemprego possa diminuir no curto prazo, para os monetaristas o efeito em longo prazo será o de gerar mais inflação. Friedman defendia ideias próximas às de Hayek, de não intervenção do governo na Economia e de defesa do livre mercado. Os gastos públicos deveriam se ater ao mínimo. A divergência entre Keynes e Friedman estaria no fato de que? Para o primeiro, a tendência da economia de mercado era funcionar abaixo do pleno emprego,com ociosidade de fatores de produção; e, para o segundo, economias de mercado funcionariam próximas ao pleno emprego, ou seja, à taxa natural de desemprego. A partir daí surge uma nova escola de pensamento, a Novo Clássica, que tem Robert Lucas, ganhador do prêmio Nobel em 1995, um de seus maiores nomes. A partir da revolução Novo Clássica, o grau de sofisticação técnica em Economia aumenta bastante, com a incorporação cada vez mais intensa de técnicas econométricas na construção de modelos. Fale sobre Celso Furtado (estruturalista). A contribuição mais expressiva da América Latina (portanto também do Brasil) à história do pensamento econômico deu-se por meio da corrente estruturalista da Cepal, da qual Celso Furtado foi uma das figuras mais proeminentes. Essa escola de pensamento surgiu na Cepal inspirada pelos trabalhos de Raul Prebisch, seu primeiro presidente. Segundo essa escola, o desenvolvimento econômico da América Latina dependia da industrialização. O modelo de crescimento, até então vigente na região — baseado na exportação de produtos primários (café, cobre, carne etc.) e chamado de primário-exportador — estava fadado ao fracasso devido aos preços desfavoráveis desses produtos no mercado internacional, em relação aos preços dos produtos importados. Em pouco tempo nossas exportações não teriam como gerar as divisas (dólares) necessárias para cobrir nossas importações, e a Economia entraria em colapso. A saída seria a industrialização e para isso seria necessária a adoção de políticas protecionistas e industriais, o que ficou conhecido como modelo de substituição de importações. O objetivo seria o de mudar a estrutura da Economia, alterando o eixo dinâmico, da agricultura para a indústria. Uma Economia capitalista se estrutura de que forma? A partir do mercado, que é o responsável pela alocação dos recursos e distribuição da renda, via mercado de produtos e fatores. Como ocorre em uma Economia planificada (comunista)? Esse papel cabe ao governo, que é quem detém os meios de produção. Ele é quem define o que, quanto, como e para quem vai ser produzido. Em uma Economia planificada continuam existindo preços e pagamento de salários. Mas os preços têm valores arbitrários e servem, basicamente, para viabilizar a contabilidade. Os salários são muito baixos, pois os produtos não são comprados e sim distribuídos pelo governo. Os salários servem para gastar no restrito mercado livre, muitas vezes ilegal, onde tudo é muito caro. Em uma Economia de mercado (capitalista), só tem acesso a mercadorias, do feijão ao celular, quem pode pagar por elas. Portanto, quem tem renda baixa, pode consumir muito pouco e passar necessidades. Acesso aos produtos no socialismo? No primeiro momento, no início da implantação do socialismo, o critério da distribuição de produtos seria para cada um, segundo sua contribuição à produção da sociedade. No segundo momento, com o socialismo já implantado, o critério seria para cada um, segundo suas necessidades. Vários são os motivos para esse fracasso, destacamos alguns: 1) Sempre foi posto em prática por regimes autoritários, portanto eram arbitrárias, em maior ou menor grau, as escolhas sobre o que, quanto, como e para quem produzir; 2) É muito difícil para o governo ter todas as detalhadas informações necessárias para viabilizar adequadamente o planejamento. O processo dessas informações é extremamente trabalhoso e complexo; 3) Não há concorrência entre empresas, portanto não há estímulo para se aperfeiçoar ou baratear os produtos, bem como gerar novos produtos e processos. O progresso técnico — principal motor do crescimento a longo prazo — fica, portanto, comprometido; 4) A maioria da população não aceita receber apenas o que o governo considera que é o justo e quer ter acesso a mais produtos, alguns tidos como supérfluos. Como é o Planejamento indicativo? Por meio de uma série de instrumentos fiscais, creditícios, compras públicas etc., bem como negociações com o empresariado, o governo procura que suas metas de produção sejam cumpridas pelo setor privado. Em linhas gerais, a Economia se divide em Microeconomia, Macroeconomia, História Econômica e Econometria Principais subáreas da Economia: - Economia internacional, que trata das relações econômicas com o exterior; - Economia do setor público, que estuda o papel do Estado na Economia, a evolução e composição das receitas e despesas do governo, bem como as principais políticas públicas; - Economia monetária e financeira, que estuda a oferta de moeda na Economia e o funcionamento do setor financeiro; - Economia do trabalho, que trata do mercado de trabalho e suas instituições; - Economia regional e urbana, que investiga como as atividades produtivas se distribuem e se relacionam no espaço; - Desenvolvimento econômico, que estuda os modelos de crescimento e como as economias se desenvolvem; - Economia do meio ambiente, que estuda as relações entre Economia e o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável; - Economia do bem-estar, que trata das políticas públicas voltadas para o bem-estar da população, tais como política de saúde, educacional, previdenciária. PONTOS IMPORTANTES CAPÍTULO 03 – A Abordagem Microeconômica Na Microeconomia as análises são elaboradas a partir do estudo das escolhas e decisões realizadas por famílias, firmas e governos, e de como essas escolhas afetam os diferentes mercados de produtos e serviços. Microeconomia estrutura-se como um corpo teórico integrado, que procura descrever quatro fenômenos fundamentais, quais são eles? 1) a forma como os indivíduos ou as famílias determinam sua procura de bens e serviços, que resulta na elaboração de uma Teoria da Demanda ou Teoria da Procura; 2) a forma como as empresas decidem o que e quantos bens e serviços produzirão, e qual a combinação de fatores de produção a ser utilizada, que resulta na elaboração de uma Teoria da Oferta, e abrange a Teoria da Produção, que estuda o processo de produção em uma perspectiva econômica, a Teoria dos Custos de Produção, que classifica e analisa os custos e tomada de decisões de produzir baseada em princípios de maximização de lucro; 3) a forma como os mercados determinam o preço e quantidade de equilíbrio, a partir da articulação entre a oferta e a procura, discutida com base na caracterização de estruturas de mercado e da análise dos impactos da sua operação sobre os níveis de eficiência econômica e bem-estar; 4) a forma como as articulações existentes entre diferentes mercados influenciam o processo de alocação de recursos, que resulta na elaboração de uma Teoria do Equilíbrio Geral e do Estar, que estuda a interação de todos os mercados, simultaneamente, e seu impacto em Bem- todos os agentes. A consolidação da Microeconomia como campo autônomo da Ciência Econômica reflete a contribuição de diversos autores fundamentais, nesse contexto, destacamos? Karl Menger, que, em 1871, formulou uma teoria do valor de troca baseada no princípio da utilidade decrescente, simultaneamente com o inglês Stanley Jevons (1871) e o francês Léon Walras (1874). Diferencie Microeconomia de Macroeconomia. A Microeconomia desenvolve uma visão microscópica dos fenômenos econômicos, direcionando-se ao estudo do comportamento das unidades individuais responsáveis por decisões no plano do consumo e produção, distinguindo-se da Macroeconomia na medida em que esta se interessa pelo estudo de agregados, como a produção, o consumo e a renda da população como um todo. A Microeconomia preocupa-se em explicar como se determina o preço dos diferentes bens e serviços, bem como dos fatores de produção. O desenvolvimento da Microeconomia implicou no desenvolvimento de um método particular para tratar do problema da alocação de recursos em um contexto de escassez, qual é ele? Método lógico-dedutivo, no qual procura tratar a complexidade e entrelaçamento de influênciassubjacentes às situações reais que são objeto de seu estudo. A forma de desenvolvimento de análises a partir de uma perspectiva lógico-dedutiva, no campo da Microeconomia, se dá através da construção de modelos, concebidos como construções compostas por uma série de hipóteses, a partir das quais as conclusões são extrapoladas. Nessa perspectiva metodológica, a partir de uma situação do mundo real, são selecionadas as variáveis mais relevantes para compreender o fenômeno analisado, o que permite reduzir e manusear as complexidades do mundo real. Desenvolve-se, assim, um modelo lógico, a partir do qual são inferidas conclusões de natureza abstrata, as quais, convenientemente interpretadas, tornam possível o retorno ao mundo real. Na construção de modelos de análise, a Microeconomia se vale de forma recorrente à hipótese de que tudo o mais permanece constante (em latim, coeteris paribus). O foco de estudo é dirigido apenas à determinada variável cujo efeito se pretende investigar, supondo-se que outras variáveis interfiram muito pouco no fenômeno, ou que não interfiram de maneira absoluta no período considerado. Outro princípio metodológico geral importante no campo da Microeconomia refere-se? Pressupostos comportamentais baseados em uma racionalidade estritamente maximizadora por parte dos agentes. Esse homem econômico maximizador não é real, mas necessário para a construção lógica de um modelo de análise. A concepção do homem econômico como agente racional maximizador é elaborada de modo a oferecer uma solução para o problema de alocação de recursos em uma perspectiva essencialmente estática. Define-se, assim, um homem econômico essencialmente utilitarista, dotado de desejos e vontades, cujo comportamento poderia ser explicado por auto interesses sujeitos às leis empíricas. O indivíduo maximizador é caracterizado como unidade básica do sistema econômico, de tal forma que os pressupostos relativos aos comportamentos individuais seriam capazes de explicar os fenômenos econômicos e sociais gerais, evidenciando uma perspectiva assentada na noção de individualismo metodológico. Outra característica importante da Microeconomia é? Sua natureza estático-comparativa, através da qual ela tende a confrontar duas ou mais situações de equilíbrio, sem se preocupar com o período intermediário entre as situações inicial e final. Desse modo, não são considerados os ajustamentos entre ambas situações nem a extensão do período de tempo em si. Por fim, uma característica importante das formulações no campo da Microeconomia refere-se? À ênfase em análises de equilíbrio parcial. Apesar do caráter simplificador desse tipo de procedimento, ele apresenta uma série de vantagens, pois exige uma menor disponibilidade de informações do que uma análise de equilíbrio geral, possibilitando o desenvolvimento de uma análise que, apesar de menos complexa, é mais didática e mais fácil de ser compreendida. Uma análise de equilíbrio parcial, contrariamente a uma de equilíbrio geral, pressupõe a abordagem de fenômenos econômicos de forma isolada ou individual; considerando que os ajustamentos que ocorrem no interior de um mercado específico podem ser compreendidos isolando esse mercado em relação aos demais. A utilidade total derivada do consumo do bem cresce na medida em que se eleva a quantidade consumida, mas que o valor acrescido à utilidade total, pela última unidade de bem consumida, é tão menor quanto maior for o total consumido de bens. A utilidade que a última unidade consumida acrescenta à utilidade total é denominada de? Utilidade marginal. Estabelece-se assim, a Lei da utilidade marginal decrescente. Do ponto de vista formal, a utilidade marginal do consumo de um bem corresponde ao crescimento da utilidade total decorrente do consumo de uma unidade adicional desse bem. De uma forma geral, a utilidade marginal de um bem diminui na medida em que aumenta o seu consumo. Estabelece-se assim, a lei da utilidade marginal decrescente. Na Teoria do Consumidor, o preço máximo que um consumidor está disposto a pagar por uma unidade adicional de um bem corresponde ao? Preço marginal de reserva. Como o preço marginal de reserva é maior quanto maior for a utilidade acrescentada por uma unidade adicional do bem, ou seja, quanto maior fora utilidade marginal, conclui-se que o preço marginal de reserva corresponde a uma medida da utilidade marginal. O fato de o preço marginal de reserva ser decrescente decorre da lei da utilidade marginal decrescente. O que é a Demanda individual? Basicamente, corresponde a um conjunto de escolhas do consumidor no intuito de maximizar a sua utilidade, ou satisfação, quando ocorrem variações autônomas do preço de um bem particular. Assim, a demanda individual corresponde a um desejo, ou a um plano, representando o máximo a que o consumidor pode aspirar em termos da aquisição de um bem, quando confrontado com um nível particular do preço daquele bem, dada sua renda e os preços dos demais bens. Em particular, a demanda pode ser associada a um conjunto mais amplo de fatores ou variáveis que influenciam a decisão de consumo de um bem particular, tais como: - O nível de riqueza do consumidor (relativamente independente de sua renda nominal) - A sua renda nominal - o preço dos outros bens - fatores climáticos e sazonais - a intensidade da propaganda e disponibilidade de informações sobre o bem - os hábitos – gostos - preferências dos consumidores - expectativas sobre o futuro que afetam as decisões de consumo e facilidades de crédito. Para obter uma medida quantitativa dos efeitos de variações de preços e rendimento sobre as decisões de consumo, é usual avaliar-se a elasticidade da demanda de um bem. O que é a Elasticidade? Especificamente, esse estudo envolve a relação entre as variações proporcionais (ou percentuais) das variáveis investigadas. Dentre essas aplicações destaca-se a noção de elasticidade-preço da demanda, que tem um papel importante na análise da demanda do consumidor e das decisões empresariais. Fale sobre a elasticidade-preço da demanda? Mede a variação proporcional da quantidade demandada de um bem quando o seu preço varia. Uma definição precisa dessa elasticidade é dada pela variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual do preço. As elasticidades-preço dos bens, que refletem a sua sensibilidade em relação às variações do preço, são muito diversificadas. Quando a elasticidade-preço de um bem é elevada, dizemos que o bem tem uma procura elástica, o que significa que a quantidade da sua procura responde fortemente às variações do preço. Quando a elasticidade de um bem é fraca, diz-se que a demanda é inelástica, pois a quantidade demandada responde fracamente às variações do preço. Na análise do comportamento do consumidor é importante considerar os fatores que influenciam a elasticidade-preço da procura, quais são eles? Um primeiro fator refere-se à essencialidade do consumo do bem. Neste sentido, observa-se que a procura de bens de primeira necessidade como alimentos básicos, energia e medicamentos, tende a ser rígida, e, portanto, inelástica, pois não se pode facilmente prescindir deles quando os seus preços aumentam. Por outro lado, outros bens podem substituir artigos de luxo não essenciais, quando estes sobem de preço, o que torna a sua demanda mais elástica. Além disso, os bens que têm substitutos imediatos tendem a ter demandas mais elásticas do que os que não têm substitutos. O que é Empresa ou firma? Basicamente, a concepção de firma da Microeconomia tradicional é elaborada a partir de uma perspectiva funcional do processo de alocação de recursos. A firma é vista como uma instância intermediária que compra insumos (inputs, fato res de produção), combina-os segundo um processo de produção escolhido, e vende produtos (outputs) no mercado,procurando maximizar seus resultados em termos de produção e lucro. Na Teoria da Produção, as formas como os insumos são combinados constituem o que chamamos de? Métodos ou técnicas de produção, que podem ser intensivos em mão de obra (utilizam mais mão de obra em relação a outros insumos), intensivos em capital ou intensivo em recursos naturais, dependendo do fator de produção utilizado em maior quantidade, relativamente aos demais. Um método é tecnicamente eficiente quando, comparado com outros métodos, utiliza menor quantidade de insumos para produzir uma quantidade equivalente do produto. Nesse sentido, é importante considerar que os economistas e contadores têm formas diferentes de considerar os custos, explique como acontece em cada uma. No plano contábil, os custos referem-se às despesas correntes somadas às despesas ocasionadas pela depreciação dos equipamentos de capital. Já os custos econômicos têm como referência o contexto de escassez, que faz com que, ao alocar recursos de uma determinada maneira, se esteja abrindo mão de alocações alternativas que poderiam, eventualmente, apresentar um rendimento superior. Desse modo, os custos econômicos devem levar em conta os custos de oportunidade que estão associados às oportunidades que são deixadas de lado, caso a empresa não empregue seus recursos da maneira mais rentável. A empresa retratada pela Microeconomia é uma organização que? Combina e organiza os recursos com a finalidade de produção de bens ou serviços. A teoria da firma baseia- se na suposição de que as decisões produtivas da firma estão baseadas em princípios de maximização de lucro. Os ganhos do produtor se originam porque o valor mínimo que eles exigiriam para ofertar esse produto pode ser menor do que o valor efetivamente obtido no mercado (isto é, o preço do produto). O que é o excedente do produtor? Dado pela diferença entre o preço mínimo que o produtor requer para produzir uma determinada quantidade de produto e o que ele efetivamente recebe pela venda do mesmo. As interações entre demanda e oferta de mercado definem o equilíbrio de mercado para um bem ou serviço particular, demonstrando que a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender. Desse modo, a noção de equilíbrio de mercado corresponde à coincidência de desejos entre consumidores e produtores, evidenciando uma situação onde não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Algumas possíveis perturbações podem ser consideradas para entender esses impactos no equilíbrio, cite algumas delas. Uma elevação da renda real (aumento do poder aquisitivo) dos consumidores, por exemplo. Em função do aumento de preços, gera-se um excesso de demanda que vai progressivamente se reduzir em função do aumento de preços, até acabar, no novo equilíbrio. Também serve de exemplo a diminuição dos preços das matérias-primas usadas na produção do bem. De forma análoga à situação anterior, é gerado um excesso de oferta ao preço anterior e uma tendência à redução do preço, até que se atinja um novo ponto de equilíbrio a preço inferior e em uma quantidade maior. A estrutura de mercado caracterizada por concorrência perfeita é uma concepção ideal (ou abstração), pois os mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são apenas aproximações desse modelo. Hipóteses básicas de um mercado que opere em regime de concorrência perfeita: 1) existência de um grande número de compradores e vendedores, refletindo uma situação de mercado atomizado; 2) produtos homogêneos, ou seja, substitutos perfeitos entre si, fazendo com que não possa haver preços diferentes no mercado; 3) completa informação e conhecimento sobre o preço do produto, refletindo uma situação de transparência do mercado; 4) livre entrada e saída de firmas no mercado, refletindo uma situação de ausência de barreiras possibilitando uma livre mobilidade, que permite às firmas menos eficientes saírem do mercado, e que as firmas mais eficientes se desloquem para o mesmo; 5) racionalidade forte (ou substantiva) por parte dos agentes, que faz com que as empresas sempre maximizem o seu lucro e os consumidores maximizem a satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem. Assume-se que qualquer sociedade ou organização alcançará uma melhor alocação (ou o máximo de eficiência) de seus recursos, na medida em que o preço se iguale ao custo marginal, operando, nesse caso, na fronteira das possibilidades de produção. O que é Monopólio? O monopólio, por si só, corresponde à situação na qual uma empresa detém 100% das vendas de um determinado mercado. Na condição de único produtor, o monopolista encontra-se em posição privilegiada, pois não concorre com outras firmas e absorve todo o mercado. O que seria o Monopólio Puro? O monopólio puro também é uma situação de mercado dificilmente encontrada no mundo real, particularmente no caso de mercados rentáveis operados pela iniciativa privada. Situações de monopólio puro tendem a ser mais comuns no setor público, principalmente em setores de serviços básicos de infraestrutura. O que seria o Monopólio Natural? Corresponde à situação na qual uma única empresa pode produzir e ofertar para todo o mercado, com um custo médio inferior ao que existiria em uma situação em que houvesse duas ou mais empresas. Nessas condições, é mais eficiente e melhor para a sociedade deixar que a empresa atenda ao mercado sozinha do que deixar outras empresas entrarem no mercado para competir. Alguns fatores podem ser destacados como razões para o surgimento e a manutenção de monopólios, quais são eles? PATENTE - Pode conferir a uma determinada firma uma posição monopolista, dependendo do tempo de duração da patente no mercado em que opera. ACESSO EXCLUSIVO À MATERIA-PRIMA - O acesso exclusivo a determinada matéria-prima essencial confere à firma uma posição de monopólio no processo de fabricação. EXPERIÊNCIA DA EMPRESA - Pode levar à consolidação de posições de monopólio, devido à dificuldade que novos produtores teriam para convencer os consumidores a adquirir os seus produtos. A teoria microeconômica tradicional argumenta que? A presença de uma estrutura monopolista impõe custos sociais. Desse modo, supondo que um setor operando em regime de concorrência perfeita fosse monopolizado, o efeito direto seria a elevação do preço e a redução da produção. O que seria o Oligopólio? Caracterizado pela existência de um reduzido número de produtores e vendedores, produzindo produtos que são substitutos próximos entre si. Os setores oligopolistas são bastante comuns na Economia, abrangendo desde bens de consumo duráveis, como os eletrodomésticos em geral e os automóveis, até bens de consumo não duráveis, estando particularmente vinculados à marca do produto. Interdependência estratégica? A interação estratégica característica do oligopólio inspirou o desenvolvimento da teoria dos jogos, uma forma de representação das decisões das firmas na qual a estratégia de cada empresa, e o retorno proporcionado, depende do comportamento dos concorrentes. A noção de conluio em oligopólio corresponde? A uma situação em que duas ou mais empresas estabelecem em conjunto os seus preços ou as quantidades produzidas, repartindo entre si o mercado ou tomando em conjunto outras decisões produtivas. Quando as empresas estabelecem algum tipo de conluio, em geral, elas tendem a fixar preços idênticos elevados, aumentando os lucros e diminuindo o risco da atividade. Em geral, as empresas de um oligopólio tendem a estabelecer conluios no intuito de estabelecer um preço que maximize o conjunto dos seus lucros. Na literatura microeconômica costuma-se atribuir a denominação de cartel a esse tipo de conluio. O que seria o Monopsônio? No caso do monopsônio, a estrutura de mercadoé caracterizada pela existência de muitos vendedores e um único comprador. No caso da organização do mercado de trabalho, por exemplo, ou os trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisam trabalhar em outra atividade. O que seria o Oligopsônio? É possível também caracterizar uma situação de oligopsônio, na qual se observa um pequeno número de firmas compradoras de um determinado produto, como, por exemplo, no caso da compra de autopeças pelo setor automobilístico. Já a situação de monopólio bilateral? Corresponde àquela na qual se defrontam no mercado um único produtor (monopolista) e um único comprador (monopsonista). Nessas condições, o monopolista deseja vender uma dada quantidade de produto por um preço relativamente alto, e o monopsonista pretende comprar a mesma quantidade por um preço o mais baixo possível. Como ambas as posições são conflitantes somente a negociação recíproca permite a definição do preço. Desse modo, o preço final dependerá do poder de barganha e negociação de cada um dos oponentes. Se uma empresa pode influenciar o preço de mercado dos bens que produz, então a empresa é classificada como? Concorrente imperfeito. Uma característica básica da concorrência imperfeita é a presença de algum poder de mercado por parte dos produtores, relacionado ao grau de controle que uma única empresa ou um pequeno número de empresas têm sobre um preço e as decisões de produção de um ramo de atividade. O que seria o Poder de Mercado? Pode ser definido como o poder de uma empresa de fixar preços, significativa e persistentemente, acima do nível competitivo, com efeito lucrativo. Os consumidores compram menos produtos do que fariam em concorrência, pelo que a satisfação do consumidor é diminuída O que são Falhas de mercado? Essas falhas ocorrem quando o mercado, por si mesmo, fracassa em alocar recursos de forma eficiente e os preços podem não estar refletindo os reais interesses da sociedade. Quando o mercado falha, o governo pode intervir a fim de promover eficiência e o bem-estar geral. Além da concorrência imperfeita, caracterizada ela própria como falha de mercado, é possível destacar três tipos tradicionais de falhas, quais são elas? Externalidades, bens públicos e assimetrias de informações. Observa-se também que nem todas as externalidades são prejudiciais. Algumas são benéficas, como as que derivam de programas educacionais, da atividade de desenvolvimento científico ou de programas de saúde pública. A educação se destaca como caso de geração de externalidades positivas, pois não traz benefícios somente para aqueles indivíduos que a recebem diretamente, mas para toda a coletividade, pois indivíduos mais educados cuidam melhor da saúde, dirigem com mais cuidado, são mais produtivos etc. De uma forma geral, na presença de externalidades negativas, o que fará o governo? Deverá agir de modo a provocar desestímulos às atividades causadoras de perda de bem-estar. Já no caso de externalidades positivas, o governo deverá agir no sentido de estimular a atividade produtora de melhorias de bem-estar. Um segundo tipo de falha de mercado refere-se à provisão de bens públicos. O que seria essa provisão? Essa provisão é considerada uma falha de mercado por envolver uma classe de bens que não pode ser garantida pelo mercado, em função de determinadas características, tornando sua oferta possível somente pelo Estado. Aponte duas características dos bens públicos: 1) o seu caráter não exclusivo - Identificado quando seu consumo não pode ser impedido, mesmo para aqueles indivíduos que eventualmente não pagaram por ele, como no caso da segurança, justiça e iluminação pública. 2) o seu caráter não disputável (ou não rival) - Identificado quando o seu consumo não repercute na indisponibilidade do mesmo bem para outras pessoas, possibilitando que o mesmo seja consumido por vários indivíduos simultaneamente, como também ocorre nos casos da iluminação pública e da segurança. O que é free rider (carona)? Identificado como um indivíduo que usufrui um bem de forma descontrolada, mesmo não tendo pago por ele, cuja exclusão do mercado se mostra extremamente difícil e onerosa, o que desestimula o provimento desses bens pelo setor privado e justifica seu fornecimento pelo Estado. O que seria Assimetria de informações? A assimetria de informações reflete os diferentes graus de conhecimento entre compradores e vendedores, que pode resultar em um maior benefício para uma das partes envolvidas em uma transação ou um contrato, em detrimento da outra. Quando isso ocorre, identifica-se a possibilidade de perdas de eficiência. Em particular, a assimetria de informações constitui em uma violação da hipótese de que todos os agentes econômicos possuem pleno conhecimento do mercado (ou informações simétricas). Organização Industrial? Pode ser definida como a aplicação da Microeconomia à análise das firmas, mercados e indústrias. A elaboração de análises que utilizam como referência geral o denominado modelo Estrutura-Conduta- Desempenho é bastante comum no campo da Organização Industrial. A estrutura de mercado depende, incialmente, das condições essenciais da demanda e da oferta. No caso das condições da demanda, destacam-se a elasticidade-preço, as elasticidades cruzadas e a tendência de crescimento do mercado, entre outros. No caso da oferta, é possível destacar a localização e posse de fontes de matérias-primas, as características da tecnologia, a ação dos sindicatos, e aspectos legais, políticos e éticos vinculados à produção. No tocante à conduta dos agentes, procura-se discutir como os preços são fixados, a estratégia de desenvolvimento do produto e marketing, o comportamento legal das empresas e suas estratégias de crescimento, inclusive no que se refere à expansão para novos mercados, via diversificação. Em termos do desempenho, a preocupação recai na análise da eficiência, equidade, criação de empregos e qualidade do produto. Barreiras à entrada? Essas barreiras são relacionadas a fatores que dificultam a entrada de novas empresas em uma determinada indústria. Quando essas barreiras são elevadas, uma indústria tende a ter um número pequeno de empresas e uma pressão reduzida para competirem. A presença de barreiras à entrada de concorrentes potenciais em um mercado oligopolista permite às empresas mais bem situadas praticarem preços acima do nível competitivo, embora, em geral, abaixo do nível de maximização de monopólio. As principais fontes de barreiras à entrada, de natureza estrutural, mencionadas pela literatura são as seguintes: 1) economias de escala de natureza técnica ou pecuniária; 2) vantagens absolutas de custos; 3) vantagens de diferenciação de produtos; 4) requisitos mínimos de capital; 5) economias de escopo. Desse modo, o ambiente concorrencial é constituído historicamente a partir das interações entre agentes e da mediação de instituições, validando as decisões tomadas no presente e proporcionando uma base para a formação de expectativa quanto ao futuro. A estratégia competitiva da firma pode ser definida como? A sua capacidade de estabelecer formas de ações planejadas e deliberadas a partir da compreensão do seu objetivo e de suas características, aliada à flexibilidade para compreender o ambiente e a sua estrutura de mercado. PONTOS IMPORTANTES CAPÍTULO 04 – Abordagem Macroeconômica A teoria econômica identifica a Macroeconomia como? Um campo de estudo próprio, cujo objeto é explicar como os desdobra mentos de decisões individuais no agregado resultam em flutuações do nível de produto, preços e emprego no curto prazo. Como uma fotografia, o SCN – Sistema de Contabilidade Nacional permite que? Se analise o objeto retratado sob vários ângulos e em vários graus de detalhamento. Um ângulo de análise bastanteusual é a comparação de desempenho de grandes setores de atividade, como agropecuária, indústria e serviços, por exemplo. Sistema de contabilidade nacional O SCN é? Um sistema contábil que apresenta uma espécie de fotografia bem detalhada da Economia em um determinado período de tempo. Esse sistema é elaborado, em geral, pelo órgão central de estatística dos países, no caso do Brasil, o IBGE. Outro ângulo de análise importante é? A comparação do desempenho de grupos de agentes econômicos denominados setores institucionais (em contraposição a setores de atividade), para identificar qual é o que mais contribui para o crescimento em determinado período de tempo. Em termos de detalhe, nesse caso, é possível saber quanto as famílias recebem de salário, quanto transferem na forma de impostos para o governo etc. Setores institucionais? Por exemplo, famílias, governo, empresas e setor externo. Os registros contábeis das contas nacionais acompanham variáveis (por exemplo: salários pagos, receitas auferidas, riqueza, dentre inúmeras outras) que podem ser de fluxo ou de estoque. Explique a relação entre eles. Variáveis de estoque são aquelas referenciadas a um ponto no tempo, por exemplo, em 31 de dezembro. Alterações em variáveis de estoque entre um período e outro ocorrem por variáveis de fluxo. A importância da distinção entre variável de fluxo e de estoque ficará clara quando entendermos que o Produto Interno Bruto, o principal agregado macroeconômico, é uma medida de fluxo. A principal medida estatística derivada do SCN é? O Produto Interno Bruto (PIB). Produto Interno Bruto de um país ou região representa a produção de todas as unidades produtoras da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc.), em um dado período (ano ou trimestre, em geral), a preços de mercado. É excluído do cálculo do produto agregado, os seguintes aspectos da atividade econômica: a) produção de bens e serviços para consumo próprio, pois não se atribui valor de mercado a ela (por exemplo, se um agente faz suas refeições em casa, não entra no cálculo do PIB; porém, se faz em um restaurante, entra); b) transações de compra e venda envolvendo a transferência de bens produzidos em períodos anteriores, como, por exemplo, a venda de bens de segunda mão, pois não agregam valor no período; c) esgotamento de recursos naturais não renováveis, que são utilizados na produção de bens, ou seja, não se considera a produção de recursos naturais dentro da fronteira de produção. O interesse maior é pelo aumento em termos de quantidades (na expressão das contas nacionais, em volume). Ou seja, o efeito da variação dos preços deve ser descontado. Para que um aumento no PIB, uma variável de fluxo, represente um aumento de riqueza do país, sendo a riqueza uma variável de estoque, é necessário? Que o estoque também aumente em relação ao período anterior. As transações econômicas, objeto de acompanhamento sistemático para a construção da contabilidade de um país ou região (as contas nacionais), são? As que têm origem na atividade de produção de bens e serviços em um período de observação aos quais se possa atribuir um valor monetário (um preço). Na mensuração do Produto Interno Bruto não se considera o desgaste do estoque de riqueza da Economia. Por que isso acontece? Quando definimos a medida do PIB, incluímos todos os bens e serviços produzidos em um período. No entanto, há bens, como as máquinas, os equipamentos, em resumo, os chamados bens de capital, que têm uma durabilidade maior do que o período de observação. Assim, o melhor conceito para se avaliar o desempenho da Economia em um período é? O produto agregado líquido, que leva em conta o desgaste físico do estoque de capital e, também, a obsolescência das máquinas e equipamentos. Pela enorme dificuldade em se calcular o desgaste do estoque de capital da Economia, a medida padrão para se acompanhar a evolução da Economia (e para comparações internacionais) é o PIB. O PIB, por ser derivado de um sistema contábil, pode ser medido por três óticas diferentes, quais são elas? Ótica do produto, ótica da renda e ótica da despesa. O PIB, pela ótica do produto? Mede o valor agregado, ou valor adicionado, em cada etapa do processo de produção de bens e serviços. Pela natureza da medida, as informações extraídas para a construção desse agregado vêm das unidades produtoras (firmas). Entretanto, o valor adicionado não é uma medida observada diretamente da contabilidade das firmas. Se considerarmos a medida de valor da produção (R$1.000,00), ao somarmos os resultados do valor de produção de todas as firmas, estaremos incorrendo em dupla contagem. A razão é simples: na produção de bens são utilizados insumos, ou seja, bens que são produzidos por outras firmas para serem processados na fabricação de outros bens. Para chegarmos à real contribuição de cada firma no PIB da Economia, devemos descontar do valor da produção de cada firma o que foi adquirido de outras firmas, ou seja, o consumo intermediário. Dessa forma, estaremos considerando aquilo que cada firma agrega de valor durante o seu processo de produção. Chegamos então a uma conclusão importante: a medida relevante para avaliar o esforço produtivo de um país em um período é a soma do valor adicionado ou valor agregado das firmas, ou seja, a soma do que cada firma agrega de valor no seu processo de produção. Assim, para a Economia como um todo, a soma dos valores adicionados de cada firma totaliza o agregado PIB pela ótica do produto. Ótica do Produto = Valor da Produção – Valor dos consumos intermediários. O PIB pela ótica de renda? Como toda produção emprega recursos produtivos (simplificadamente, podemos citar capital e trabalho), esses recursos devem ser remunerados. Se somarmos todos os pagamentos efetuados a título de remuneração dos fatores de produção na Economia, chegamos também a uma medida do esforço de produção da Economia em um período pela ótica da renda. Ou seja, a medida do PIB, pela ótica da renda, consiste em somar todos os pagamentos efetuados, como lucro (remuneração ao capital de risco), juros (remuneração ao capital de empréstimo), aluguéis (remuneração pela propriedade) e salários (remuneração pelo trabalho). Ótica de Renda = Soma das Remunerações dos Fatores de Produção. O PIB pela Ótica da despesa? Considera que, em contas nacionais, toda produção de bens e serviços é destinada para gasto corrente (consumo) ou gasto em formação de capital (investimento). A medida de PIB pode ser obtida, então, pela soma total dos gastos dos agentes econômicos em consumo de bens e serviços e em investimento para ampliação de capacidade produtiva ou manutenção do equipamento. Ótica de Despesa = Soma dos gastos com bens de consumo final e bens de investimento em capital. PRODUTO = RENDA = DESPESA Considere a ótica da renda, que é a soma das remunerações. Sobre estas incidem impostos diferentes dos que incidem sobre os bens e serviços transacionados no mercado. Assim, é necessário que ajustes em termos dos impostos sejam considerados para se obter o mesmo valor do PIB por cada uma das 3 óticas. Uma das formas de se inferir sobre o padrão de vida da população de um país é por meio do PIB per capita, obtido quando dividido o PIB do ano pela população residente no mesmo período (considera-se a população em 1 de julho). O que é o PIB per capita? É uma medida de renda média da população, bastante utilizada em comparações entre países e regiões para se classificar as economias segundo o grau de desenvolvimento. Também é muito utilizada para avaliar o progresso dos países ao longo do tempo. A Economia brasileira apresenta uma distribuição de renda muito concentrada, e, por tanto? O PIB per capita está longe de representar um padrão devida típico do brasileiro. Isto quer dizer, por exemplo, que países com rendas per capita piores do que a do Brasil podem oferecer um padrão de vida melhor para sua população, se a sua distribuição de renda for menos desigual. o PIB de um país pode cair e o PIB per capita aumentar, se a população estiver decrescendo mais rápido do que a queda no PIB. Além do PIB e do PIB per capita, outro agregado de grande interesse é a Renda Nacional Bruta (RNB). O que é considerado? RNB considera a remuneração à produção apenas aos residentes. Dessa forma, para distinguir o conceito de PIB do de RNB, é necessário introduzir a noção de residência. O que é residência? Em linhas muito gerais, são considerados residentes aqueles que têm seu foco de interesse econômico em um país ou região. Na prática, isto implica que a produção de estrangeiros no Brasil conta no PIB, mas não na RNB. A produção de brasileiros no exterior conta como PIB do país estrangeiro e na Renda Nacional do Brasil. A regra para do PIB se chegar à RNB de um país é? Primeiro, calcular a diferença, ou seja, o saldo entre os pagamentos de rendas recebidas do exterior e o pagamento das rendas enviadas ao exterior. Em seguida, proceder ao ajuste da seguinte forma: se o saldo for positivo, ou seja, se o país recebe mais recursos como renda do que paga, então se soma ao PIB para se obter a RNB; se o saldo for negativo, ou seja, o país envia ao exterior mais recursos como renda do que recebe, então subtrai-se do PIB, e, neste caso, a RNB será menor do que o PIB. O agregado da renda nacional deve sofrer mais um ajuste para se deduzir a Renda Disponível Bruta (RDB). Como acontece? Assim, depois de feito o ajuste no PIB para se obter a RNB, é necessário ainda considerar recebimentos e pagamentos realizados a título de transferências unilaterais correntes, entre residentes e não residentes, para se chegar à RDB. São consideradas transferências correntes? Toda movimentação de recursos entre pessoas (agentes econômicos) e países, sem contrapartida com o processo de produção (por exemplo, remessa e recebimento de recursos entre governos e residentes, remessa de imigrantes para suas famílias no país, doações, heranças etc.). Países ou regiões muito pobres recebem muitas transferências, sendo, muitas vezes, esse fluxo monetário que movimenta a Economia local. As ajudas financeiras enviadas correspondem a transferências de renda, que irão influir no nível de consumo das famílias recebedoras e nas despesas de consumo efetuadas na região. Conhecidos os principais agregados de produto e renda, o SCN permite calcular a Poupança Bruta da Economia no período. O que é? A Poupança Bruta é obtida pela diferença entre a RDB e o Consumo Final. O resultado dessa sequência de agregados, considerando a Economia de um país, é chegar na medida da poupança como um resíduo, que é o que sobra da renda disponível depois de descontados os gastos com o consumo. Para fixar os conceitos vistos até agora, podemos escrever considerando a Economia de um país: PIB = VALOR DA PRODUÇÃO – VALOR DOS CONSUMOS INTERMEDIÁRIOS. RNB = SOMA DAS REMUNERAÇÕES DOS FATORES DE PRODUÇÃO PAGAS A RESIDENTES. RDB = RNB + TRANFERÊNCIAS CORRENTES = RECUSOS DISPONIVEIS PARA CONSUMO FINAL. POUPANÇA BRUTA = RDB – CONSUMO (Famílias e Administração Pública). A Poupança Bruta deve, por fim, ser comparada com o que foi gasto para ampliar a capacidade de produção no futuro próximo, ou seja, com a Formação Bruta de Capital (FBC). Caso a Poupança Bruta seja maior do que a FBC, diz-se que a Economia é credora líquida em relação ao resto do mundo, pois gerou um excedente que pode emprestar a outras economias. Nesse caso, a Economia apresenta uma Capacidade Líquida de Financiamento. Caso contrário, Poupança Bruta menor que a FBC, a Economia deve absorver poupança do resto do mundo, isto é, poupança externa, e diz-se que tem uma Necessidade Líquida de Financiamento, estando, portanto, em uma posição de devedora líquida em relação ao resto do mundo. Assim, podemos escrever: POUPANÇA BRUTA > FBC = CAPACIDADE DE FINANCIAMENTO LÍQUIDO POUPANÇA BRUTA < FBC = NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO LÍQUIDO Formação Bruta de Capital (FBC)? A FBC é uma medida que expressa o montante de investimento em capital físico na economia. Economias que sistematicamente apresentam necessidade de absorver poupança externa (Necessidade de Financiamento Líquido), em algum momento terão de empreender esforços adicionais no sentido de gerar recursos na moeda do credor internacional para saldar seus compromissos. A obtenção de financiamento externo pode vir condicionada a exigências que implicam desaceleração no crescimento e aumento do desemprego. Economias muito dependentes de poucos produtos de exportação e de produtos primários, por exemplo, são sujeitas ao que? A apresentar maior variação no crescimento do seu PIB, pois o desempenho de sua Economia irá depender da demanda externa por seus produtos, variável que foge ao seu controle. Economias mais diversificadas e especializadas na exportação de bens de alto valor agregado, exportadoras de tecnologia, são Economias que apresentam grau de desenvolvimento mais elevado, com uma população com melhor grau de escolaridade e, provavelmente, tendem a apresentar trajetória de crescimento mais estável, pois os ganhos gerados pelo setor exportador tendem a ser maiores e menos instáveis. Em poucas palavras, Economias ditas em desenvolvimento apresentam tendência a absorver poupança externa, ou seja, uma contribuição do resto do mundo ao seu crescimento. As contas do Balanço de Pagamentos são divididas em duas partes principais, quais são elas? Balanço de Transações Correntes e Conta Capital e Financeira, que são subdivididas em várias contas. Cada parte do Balanço de Pagamentos, assim como cada conta, pode apresentar resultado positivo ou negativo. O importante é que, a cada período, no cômputo geral dos registros do Balanço de Pagamentos, o país tenha gerado recursos suficientes em moeda estrangeira para pagar seus próprios compromissos, e se gerou recursos além do necessário para suas necessidades, pode emprestar a devedores internacionais e/ou aumentar suas reservas internacionais. Associado como um fenômeno macroeconômico, o Balanço em Transações Correntes guarda uma relação estreita com os grandes agregados das contas nacionais. No Balanço de Transações Correntes destacamos três contas principais. Quais são elas? As primeiras duas são: Balanço Comercial – o registro de exportações (vendas externas) e importações (compras externas) de bens e serviços; o Balanço de Rendas – corresponde ao fluxo de pagamento de rendas de propriedade entre residentes (entradas de recursos, ou seja, as rendas recebidas do exterior) e não residentes (saída de recursos, ou seja, as rendas enviadas ao exterior). Tradicionalmente, esta conta é negativa no BP do Brasil. Por fim, há a conta de Transferências Unilaterais Correntes, onde são registradas todas as entradas e saídas de recursos sem contrapartida em termos de produção no país. A Conta Capital e Financeira é subdividida em duas partes, quais são elas? A Conta Capital, onde são registradas Transferências Unilaterais de Capital e a Conta Financeira, que registra todo o fluxo financeiro entre os países. Na Conta Financeira estão os registros de Investimento Direto (capital de risco), como a abertura de filiais de empresas estrangeiras, por exemplo, ou aquisição de firmas já existentes, tanto por residentes (saída de recursos) como por não residentes (entrada de recursos). Destacam-se nesta rubrica os investimentos em carteira, que são investimentos em ações e outros títulos de renda fixa ou variável, por exemplo. Do conjunto de recursos financeiros registrados em um período no BP, devem-se distinguir aqueles que são caracterizadoscomo? Capitais autônomos, ou voluntários, isto é, entram no país, pois acham o investimento atrativo financeiramente; os capitais compensatórios, ou de regularização, sendo estes últimos constituídos pelas transações conduzidas pelos governos nacionais, com a finalidade de fazer o acerto final do BP. Os capitais autônomos são também identificados com investimento de portfólio, ou seja? O investimento em títulos e ações negociados no país. O fluxo desses capitais no curto prazo, quando muito acentuado, pode fazer variar a taxa de câmbio dos países. As estatísticas agregadas não explicam como a Economia se move no curto prazo, apenas informam sobre o desempenho dos agregados. É necessário recorrer à teoria macroeconômica para entendermos como variam os agregados macroeconômicos. Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda? Nessa obra, Keynes apresenta o argumento de que Economias de mercado não operam necessariamente no seu nível máximo todo o tempo, ou seja, podem funcionar durante largos períodos de tempo em uma posição na qual recursos produtivos são deixados ociosos, dentre eles, a mão de obra. O produto gerado em uma Economia de mercado em um período de tempo é determinado pelos gastos que os agentes econômicos estão dispostos a fazer. Pela ótica de despesa em contas nacionais, podemos escrever: PIB = Gastos Correntes + Investimento + (Exportação – Importação). Qual é o objeto de estudo da Macroeconomia? Explicar flutuações de curto prazo — e, ao se observar que nem sempre a Economia é capaz de ocupar seus recursos produtivos permanentemente, cabe aos gestores de política econômica intervir para promover ajustes que levem a um crescimento forte e sustentável, com vistas a aumentar o bem-estar da população. O Consumo das Famílias é sempre a parcela de maior peso da demanda agregada dos países. O peso desta parcela no PIB brasileiro não é muito alto (importações). O Brasil, com sua extensão continental, tem no mercado interno, em contraposição ao mercado externo, sua principal fonte de demanda agregada. O Consumo das Administrações Públicas corresponde? À produção de bens e serviços que são disponibilizados para a população pelo governo, como serviços de educação, saúde, segurança pública, defesa, justiça etc. Para dar conta destas despesas, o governo arrecada impostos. Os impostos reduzem a renda disponível das famílias e empresas para gasto. Mesmo o Consumo das Famílias sendo o componente de maior peso, não é ele quem mais explica as flutuações do PIB no curto prazo. A variável chave neste caso é? A Formação Bruta de Capital, associada ao investimento em estoque de capital. Corresponde a um tipo de gasto que é mais sensível às expectativas dos agentes (firmas, bancos e instituições financeiras em geral, e o público), pois pode ser adiado ou antecipado, de acordo com as perspectivas percebidas sobre o futuro desempenho da Economia. Os gastos em consumo, apesar de serem os de maior peso, não são os que tendem a apresentar maior variação. O investimento, medido pela Formação Bruta de Capital, por sua vez, confere dinamismo ao PIB no curto prazo. Observe que as exportações também têm a função de indutora do crescimento. Isso por quê? A demanda do resto do mundo por bens e serviços produzidos por um país também cria oportunidades novas de expansão dos negócios, o que abre a perspectiva de criação de novos empregos, geração de mais renda, e consequentemente mais consumo, e assim por diante. Em suma, como ocorre a atuação do governo? Deve ser para contrabalançar, compensar tendências de mercado no curto prazo. Acredita-se que suavizando as flutuações econômicas, o governo estará contribuindo para aumentar o bem-estar da população. Feita esta ressalva, identificamos que o problema do desemprego na Economia pode ser entendido como? Um problema macroeconômico, ou seja, um problema de insuficiência de demanda agregada. Como se mede o desemprego? Para se chegar a uma medida de desemprego é necessário calcular primeiro a população em idade de trabalhar, ou seja, do total da população exclui-se quem não está em idade de formação escolar básica (abaixo de 14 anos, pela nova pesquisa do IBGE), os idosos, incapacitados ao trabalho etc. Desse conjunto retira-se a força de trabalho (FT). Força de trabalho? Define-se como força de trabalho de uma economia o contingente de pessoas em idade de trabalhar e disponível para o trabalho. Da FT, então, calcula-se quantos estão efetivamente trabalhando em uma data (pessoas com ocupação — PO) e quantos desejam trabalhar, mas não encontram ocupação (pessoas desocupadas — PD). Até a reformulação recente das pesquisas de emprego identificava-se força de trabalho como população economicamente ativa (PEA). População ocupada dá uma medida da demanda por trabalho e a FT, uma medida da oferta de trabalho. TAXA DE DESOCUPAÇÃO (%) = (PESSOAS DESOCUPADAS / PESSOAS NA FORÇA DE TRABALHO) X 100 Na visão da Macroeconomia, os movimentos no mercado de trabalho afetam os agregados macroeconômicos de várias maneiras. Por um lado, o nível de emprego está associado a um nível de renda, que é importante para explicar o comportamento do consumo das famílias, um dos componentes da demanda agregada. Logo, podemos dizer que emprego gera renda, que gera demanda agregada. Por outro lado, o nível de emprego também explica o quanto da força de trabalho está sendo ocupada, e quanto mais perto da ocupação plena, maior deve ser a pressão por aumento de salários. A inflação é definida como? Sendo um aumento contínuo, generalizado e desigual do nível geral de preços, ou seja, uma perda progressiva do poder de compra da moeda (é este o sentido de imposto inflacionário). Em uma Economia com inflação é necessário cada vez mais moeda para se comprar a mesma quantidade de bens e serviços. Como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é a moeda e quais as suas funções. Define-se moeda como qualquer coisa aceita generalizadamente para intermediar as trocas. A moeda é uma convenção social, ou seja, aceita-se moeda em troca do que se produz porque se acredita que os demais membros da sociedade a aceitarão também em troca dos seus bens e serviços. A moeda cumpre, basicamente, três funções, quais são elas? Unidade de medida (ou de conta), meio de troca (ou de pagamento) e reserva de valor. Como unidade de medida, a moeda, sendo um referencial comum para o estabelecimento do valor dos bens e serviços, permite a avaliação do valor relativo de uns em relação aos outros (preços relativos). Como meio ou intermediário de trocas, a moeda é um facilitador para as trocas. Por fim, como reserva de valor, a moeda, ao separar a operação de venda da operação de compra, dá ao seu detentor um direito sobre a posse futura de bens e serviços. A teoria mais antiga sobre a causa da inflação atribui a alta contínua de preços a um excesso de moeda em circulação na Economia. Esta teoria é conhecida como teoria quantitativa da moeda — TQM, e tem sua origem mais formalizada desenvolvida no século XVIII. O que a teoria estabelece é que, para a expansão da moeda de pagamentos ser a causa da inflação, supõe- se que a Economia está produzindo no seu limite máximo, ou seja, a geração do PIB impõe o uso de todos os recursos produtivos disponíveis (ou algo próximo a isso). Se isso é verdade, então um aumento de moeda em circulação, que é atribuição do governo, deve ser destinado à compra de bens e serviços (aumento da demanda agregada), que, na impossibilidade de ser expandida no curto prazo, provoca alta nos preços. Só haverá inflação se o aumento da demanda agregada, oriundo de um aumento na quantidade de moeda em circulação, prevalecer sobre o aumento do produto. O controle da quantidade de moeda em circulação é responsabilidade de quem? Do governo,
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