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Autores: Prof. Alexandre Saramelli Profa. Divane Alves da Silva Profa. Cristiane Nagai Colaboradores: Profa. Divane Alves da Silva Prof. Maurício Felippe Manzalli Contabilidade Empresarial Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Professores conteudistas: Alexandre Saramelli / Divane Alves da Silva / Cristiane Nagai © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S243c Saramelli, Alexandre. Contabilidade empresarial / Alexandre Saramelli, Divane Alves da Silva, Cristiane Nagai – São Paulo: Editora Sol, 2018. 104 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-127/18, ISSN 1517-9230. 1. Folha de pagamento. 2. Operações financeiras. 3. Aplicações financeiras. I. Silva, Divane Alves. II. Nagai, Cristiane. III. Título. CDU 657.1 Alexandre Saramelli Doutorando em Epistemologia e História da Ciência na Universidade Nacional Três de Febrero, Argentina, mestre em Controladoria pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e bacharel em Controladoria pela mesma universidade. Atuou em empresas nacionais e internacionais de médio e grande porte como contador em áreas de custos e orçamentos. Também foi consultor em sistemas de controladoria da desenvolvedora alemã SAP. Hoje, trabalha como consultor empresarial. Entusiasta de Tecnologia da Informação e de ambientes altamente informatizados, é um incentivador da pesquisa, difusão e uso eficiente e intensivo das modernas ferramentas de gestão, transferência de conhecimento, ensino a distância (EaD) e audiovisual. Divane Alves da Silva Mestre em Contabilidade pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1998). Possui especialização em: Controladoria e Contabilidade Gerencial – Faculdade Santana São Paulo (1992); e Didática do Ensino Superior – Universidade Presbiteriana Mackenzie (1996). Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Tibiriçá (1990) e em Filosofia – bacharelado e licenciatura – pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009). Em funções empresariais na área técnica, já atuou como controller, contadora, auditora e consultora. É coordenadora de curso de Ciências Contábeis nas modalidades presencial e a distância na Universidade Paulista (UNIP). É professora de pós-graduação lato sensu e em diversos cursos e disciplinas correlatas à formação nas seguintes instituições: Universidade Presbiteriana Mackenzie, UNIP, Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Cristiane Nagai Mestre em Contabilidade pela Universidade de São Paulo (2012), especialista em Controladoria pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – Fecap (2007) e em Ensino a Distância (2011). Graduada em Direito e em Ciências Contábeis pela UNIP (2005). U502.59 – 19 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Vitor Andrade Ana Fazzio Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Sumário Contabilidade Empresarial APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8 Unidade I 1 FOLHA DE PAGAMENTO ...................................................................................................................................9 1.1 Introdução ..................................................................................................................................................9 1.2 Proventos e descontos ..........................................................................................................................9 1.2.1 Salário .............................................................................................................................................................9 1.2.2 Remuneração...............................................................................................................................................9 1.2.3 Jornada de trabalho, horas extras e reflexo das horas extras no descanso semanal remunerado (DSR) ........................................................................................................................... 10 1.2.4 Adicional de insalubridade .................................................................................................................. 12 1.2.5 Salário-família ......................................................................................................................................... 12 2 DESCONTOS ....................................................................................................................................................... 13 2.1 Faltas ao trabalho ................................................................................................................................. 13 2.2 Contribuição Previdenciária (INSS) e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) do empregado ............................................................................................................... 14 2.3 Vale-transporte ..................................................................................................................................... 17 2.3.1 Vale-alimentação .................................................................................................................................... 18 3 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS ................................................................................... 18 3.1 Décimo terceiro salário ...................................................................................................................... 19 3.1.1 Férias ............................................................................................................................................................ 19 3.2 Encargos sociais por parte do empregador ............................................................................... 20 4 INSTRUMENTOS FINANCEIROS .................................................................................................................. 26 4.1 Introduzindo o assunto ...................................................................................................................... 26 4.2 Venda imediata (ou mantido para negociação) ....................................................................... 26 4.3 Mantido até o vencimento ............................................................................................................... 28 4.4 Venda futura (ou disponível para venda) ................................................................................... 28 Unidade II 5OPERAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................................................................................... 33 5.1 Duplicatas ................................................................................................................................................ 33 5.1.1 Cobrança simples .................................................................................................................................... 34 5.1.2 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................ 35 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 5.1.3 Exercício nº 1 ............................................................................................................................................ 38 5.1.4 Exercício nº 2 ............................................................................................................................................ 39 5.2 Desconto de duplicatas...................................................................................................................... 41 5.3 Tratamento contábil ........................................................................................................................... 42 5.3.1 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................ 43 5.3.2 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 48 5.4 CPC 12 – Ajuste a Valor Presente .................................................................................................. 51 6 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS ....................................................................................................... 53 6.1 Operação prefixada .............................................................................................................................. 54 6.1.1 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................ 54 6.1.2 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 58 Unidade III 7 FINANCIAMENTOS PÓS-FIXADOS ............................................................................................................. 66 7.1 Diferenças entre os principais indicadores econômicos ....................................................... 66 7.1.1 IPC-Fipe ....................................................................................................................................................... 66 7.1.2 IPCA .............................................................................................................................................................. 66 7.1.3 IGP ................................................................................................................................................................. 67 7.1.4 INPC .............................................................................................................................................................. 67 7.1.5 ICV ................................................................................................................................................................. 67 7.1.6 Exemplo de cálculo ................................................................................................................................ 68 7.1.7 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 71 8 APLICAÇÕES FINANCEIRAS – OPERAÇÕES PREFIXADAS ................................................................. 76 8.1 Exemplo de operação com taxa de juros prefixada................................................................ 76 8.1.1 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 81 8.2 Aplicações financeiras – operações pós-fixadas ..................................................................... 89 8.2.1 Exemplo: aplicação financeira com rendimento pós-fixado ................................................ 89 8.2.2 Exercício resolvido .................................................................................................................................. 92 7 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 APRESENTAÇÃO De acordo com o Plano Pedagógico do curso de Ciências Contábeis da UNIP, esta disciplina trata dos problemas contábeis específicos das atividades empresariais, como o cálculo da folha de pagamento e sua contabilização. Além disso, aborda a avaliação dos instrumentos financeiros e das operações financeiras comumente realizadas pelas organizações, como desconto de duplicatas, aplicações financeiras e financiamentos de curto e longo prazo, com taxas pré e pós-fixadas e em moeda estrangeira, identificando e contabilizando os efeitos financeiros no patrimônio e seu resultado. Para cumprir tais requisitos, destacam-se os seguintes objetivos gerais: • Reunir conhecimentos teóricos e práticos para utilização e aplicação da contabilidade de modo a gerar informações com a qualidade necessária para atingir as disposições dos diversos usuários. • Enfatizar a consciência ética e a responsabilidade social da contabilidade. • Conceituar, classificar e contabilizar fatos contábeis diversos desenvolvidos nas organizações. • Introduzir os principais aspectos do balanço patrimonial e da Demonstração de Resultados do Exercício. Este livro-texto também se baseou em orientações da Organização das Nações Unidas (ONU), da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), da Fundação Brasileira de Contabilidade e do Ministério da Educação (Resolução CNE/CES 10/2004) (BRASIL, 2004). Evidentemente, consideramos as boas práticas no ensino a distância e aplicamos nossa experiência na área. Assim, mais do que proporcionar uma introdução às práticas específicas e às novidades das normas contábeis internacionais, faremos um estudo amplo, proporcionando ao aluno condições para estudar e aplicar as teorias contábeis no cotidiano. Ao fim do curso, você estará acostumado com os procedimentos enraizados na profissão, pois terá desenvolvido muito bem suas habilidades no ambiente universitário. O estudo da contabilidade ultrapassa suas técnicas, logo, é preciso estar preparado para quebrar hábitos. Sabe-se que diversos contadores estranharam a proposta que as normas internacionais trouxeram, revelando que há muitos profissionais que não são receptivos a mudanças. Nesse cenário, esperamos que você atue como um agente de transformação. 8 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 INTRODUÇÃO Olá, aluno! Esta disciplina estuda questões específicas da atividade empresarial e como o contador deve tratá-las. Com o conteúdo abordado, você poderá lidar com operações rotineiras no mercado, ou seja, terá recursos para saber as consequências das decisões dos gestores e como agir nessa conjuntura. É comum que estudantes de Ciências Contábeis tenham ansiedade em “como fazer” lançamentos e como “consertar” uma situação. Para tal, recomenda-se pensar em “por que fazer”. Vamos indicar como apurar e contabilizar uma folha de pagamento de organizações com funcionários mensalistas. Trataremos dos critérios de avaliação que devem ser aplicados em instrumentos financeiros. A depender da intenção da empresa ao adquirir um ativo financeiro, há três critérios que devem ser executados. Todos eles geram um impacto, seja no resultadodo exercício, seja no patrimônio líquido. O contador tem grande responsabilidade em orientar, acompanhar e alertar a administração da empresa sobre os efeitos das decisões quanto a investimentos no resultado do período e, consequentemente, na distribuição de dividendos aos acionistas. Depois, examinaremos os cálculos, os registros e suas influências sobre o resultado do período, considerando os encargos financeiros oriundos das operações de empréstimos/financiamentos e os rendimentos decorrentes dessas aplicações. Basicamente, destacaremos os problemas que as instituições enfrentam em suas operações reais. Para o sucesso na profissão, é vital estudá-los! Desejamos a você, aluno(a), bom estudo! 9 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Unidade I 1 FOLHA DE PAGAMENTO 1.1 Introdução A folha de pagamento é uma relação nominal dos funcionários de uma empresa. Nela estão registrados os valores referentes à remuneração de cada um, em um determinado período de trabalho, compreendendo vencimentos, salários, comissões, gratificações, deduções, abatimentos, descontos previdenciários e sociais, valores brutos e valores líquidos dos recebimentos. Para fazer seu cálculo, é preciso aplicar conceitos específicos. Trataremos deles durante o livro-texto. A fim de restringir o estudo da folha de pagamento, concebemos apenas os cálculos de empregados mensalistas. Então, destacaremos algumas definições importantes para a compreensão de eventos que constam em uma folha de pagamento. 1.2 Proventos e descontos A folha de pagamento é dividida em proventos e descontos. Em proventos, ficam descritas as verbas que o funcionário tem a receber, como o valor do salário bruto, as horas extras prestadas e os adicionais a que tem direito (por tempo de serviço, insalubridade, periculosidade e jornada noturna). Na parte dos descontos, encontramos, entre outros, os valores referentes ao seguinte: contribuição do empregado à Previdência Social (INSS), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), faltas, atrasos, adiantamentos, vale-transporte e vale-refeição. 1.2.1 Salário É a contraprestação devida ao trabalhador pelos serviços fornecidos ao empregador, em decorrência do contrato de trabalho existente entre as partes. 1.2.2 Remuneração Conforme a regra atual, descrita no artigo 457 da Consolidação das Leis do Trabalho, integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas (BRASIL, 2017b). 10 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I Entretanto, a reforma trabalhista alterou o art. 457, prescrevendo que não integrarão à remuneração do empregado, ainda que recebidas com habitualidade, a ajuda de custo, o auxílio-alimentação (vedado pagamento em dinheiro), diárias de viagem (independentemente do valor), prêmios (bens, serviços ou dinheiro dado por liberalidade, por desempenho superior ao esperado) e abono (BRASIL, 2017b). 1.2.3 Jornada de trabalho, horas extras e reflexo das horas extras no descanso semanal remunerado (DSR) Jornada de trabalho é o período no qual o empregado fica à disposição do empregador. Esse período é normalmente ajustado entre os contratantes. Com a reforma trabalhista, por exemplo, a jornada diária poderá ser de 12 horas com 36 horas de descanso. No entanto, a jornada máxima estipulada pela Constituição Federal é de 8 horas diárias e 44 horas semanais (BRASIL, 1988, art. 7º, XIII). O legislador, contudo, não fixa a carga horária mensal, somente limita a diária (8 horas) e a semanal (44 horas). Assim, a partir dessas limitações, a carga horária mensal é fixada da seguinte forma: 44 horas semanais ÷ 6 dias = 7,333333333 (que corresponde a 7 horas e 20 minutos no relógio) A dízima 0,333333 é a equivalência em hora de 20 minutos, ou seja, são os décimos da hora normal obtidos pela regra de três: 0,333333333 x 60 minutos = 19,9999999. Arredondando, temos 20 minutos. 7,333333333 x 30 (dias do mês) = 219,99999999 = 220 horas mensais Aquilo que excede à jornada normal é considerado hora extraordinária. A Constituição Federal decretou que as horas excedentes devem ser remuneradas assim: no mínimo, 50% a mais ao valor da hora normal. Todavia, conforme a categoria profissional, o percentual a ser aplicado para as horas extras pode variar, mas nunca será inferior a 50% (BRASIL, 1988). Exemplo de cálculo de hora extra: Salário/hora normal = R$ 4,00 x 50% = R$ 2,00 R$ 4,00 + R$ 2,00 = R$ 6,00 Hora extra = R$ 6,00 A duração normal do trabalho poderá ser prorrogada no máximo em 2 horas, respeitado o limite de 10 horas diárias, mediante acordo escrito entre empregado e empregador, ou mediante acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, devendo obrigatoriamente o empregador pagar, pelo menos, mais 50% sobre a hora normal. Exemplo: Marcela, encarregada do setor financeiro, recebe salário mensal de R$ 2.500,00. Durante o mês de junho de 20X8, fez 5 horas extras. O cálculo das horas extras prestadas é feito do seguinte modo: 11 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL R$ 2.500,00 (salário mensal) ÷ 220 horas = R$ 12,00 (salário/hora normal) Salário/hora normal = R$ 12,00 x 50% = R$ 6,00. R$ 12,00 + R$ 6,00 = R$ 18,00 Hora extra = R$ 18,00 Hora extra total = R$ 18,00 x 5 horas = R$ 90,00 A cada semana trabalhada, é assegurado ao empregado um descanso remunerado de 24 horas consecutivas. O repouso semanal deverá coincidir com o domingo. Para a aquisição do direito ao DSR, é necessário que não haja falta injustificada durante a semana. Se houver, sobrevive o direito ao dia de descanso, mas haverá perda do direito à remuneração daquele dia. Segundo a Lei nº 605/49, art. 7º, alínea “b”, com redação dada pela Lei nº 7.415, de 9 de dezembro de 1985 (BRASIL, 1985), computam-se no cálculo do descanso semanal remunerado as horas extraordinárias habitualmente prestadas. O valor do reflexo das horas extras prestadas pelo empregado sobre seu DSR é calculado da seguinte maneira: DSR sobre hora extra = valor da hora extra prestada ÷ pelos dias úteis do mês x os domingos e feriados do mês. Continuando no exemplo de Marcela, e considerando que o mês de junho contou com 26 dias úteis e quatro domingos, o valor do DSR sobre horas extras a que tem direito será calculado da forma a seguir. Cálculo da hora extra R$ 2.500,00 (salário mensal) ÷ 220 horas = R$ 12,00 (salário/hora normal) Salário/hora normal = R$ 12,00 x 50% = R$ 6,00 R$ 12,00 + R$ 6,00 = R$ 18,00 Hora extra = R$ 18,00 Hora extra total = R$ 18,00 x 5 horas = R$ 90,00 Cálculo do DSR sobre hora extra R$ 90,00 (valor da hora extra prestada) ÷ 26 dias úteis x 4 domingos DSR sobre hora extra = R$ 13,84 12 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I 1.2.4 Adicional de insalubridade O trabalho realizado em atividade que atente contra a saúde humana, acima dos limites toleráveis, é remunerado com adicional de 40%, 20% ou 10%, calculados sobre o salário mínimo (BRASIL, 1943, art. 192), conforme a insalubridade seja classificada em grau máximo, médio ou mínimo. Os limites de tolerância da atividade agressiva são estabelecidos por relação do Ministério do Trabalho. A classificação do grau de insalubridade é feita por perícia técnica. 1.2.4.1 Adicional de periculosidade São perigosas as atividades que implicam “contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado” (BRASIL, 1943, art. 193). Também é reconhecida a periculosidade no setor de energia elétrica. O adicional é de 30% sobre o salário básico, assim entendido aquele ainda não acrescido de outros adicionais. No caso dos eletricitários, o percentual é calculado sobre o salário efetivamente recebido. 1.2.5 Salário-família É um valor pago ao empregado,inclusive ao doméstico e ao trabalhador avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de 14 anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de idade). O salário-família, conforme Emenda Constitucional 20/98, é devido ao empregado que se enquadre no limite máximo de renda estipulado pelo Governo Federal. Caso o valor da remuneração mensal ultrapasse a faixa máxima, o trabalhador não terá direito ao salário-família (BRASIL, 1998). Considera-se remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário de contribuição, ainda que resultante da soma dos salários de contribuição correspondentes a atividades simultâneas. Lembrete Em proventos, ficam descritas as verbas que o funcionário tem a receber, como o valor do salário bruto, as horas extras prestadas e os adicionais a que tem direito (por tempo de serviço, insalubridade, periculosidade e jornada noturna). Observação Para concessão do salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. 13 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Em 2017, os empregados cuja remuneração mensal era de até R$ 859,88, tinham direito a receber uma cota de R$ 44,09 por dependente menor de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. Caso sua remuneração estivesse situada entre R$ 859,89 e R$ 1.292,43, a cota seria de R$ 31,07 por dependente menor de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. Desde 1º de janeiro de 2018, os valores vigentes, atualizados por meio de portarias ministeriais, são os seguintes: Tabela 1 Remuneração mensal Cota Até R$ 877,67 R$ 45,00 De R$ 877,67 a R$ 1.319,18 R$ 31,71 Fonte: INSS (2018). 1.2.5.1 Salário-maternidade A licença para as gestantes é de 120 dias, com direito à manutenção do emprego e ao salário-maternidade. A empresa paga o salário-maternidade, compensando-se depois nos recolhimentos ao INSS (deduções FPAS) (BRASIL, 2017b). Observação Cabe também licença-maternidade no caso de adoção. 2 DESCONTOS 2.1 Faltas ao trabalho Havendo falta não justificada, o empregador está autorizado a descontar do salário os valores referentes ao dia da ausência e ao do descanso semanal remunerado daquela semana. As faltas consideradas justificadas são aquelas expressamente previstas no contrato de trabalho, na convenção coletiva, no regulamento da empresa e na lei. São presumidas faltas justificadas as elencadas no art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho. Vejamos algumas hipóteses: 1. Até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente ou descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua CTPS, viva sob sua dependência econômica. 14 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I 2. Até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento. 3. No caso de nascimento de filho, por 5 dias, na primeira semana (art. 10 do ADCT da CF). 4. Por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue. 5. Até 2 dias, consecutivos ou não, para alistamento ou transferência eleitoral (art. 48 do Código Eleitoral). 6. Para cumprir as exigências do Serviço Militar Obrigatório. 7. Para realizar exame vestibular de ingresso em estabelecimento de Ensino Superior. 8. Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. 9. Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro (BRASIL, 1943). 2.2 Contribuição Previdenciária (INSS) e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) do empregado A responsabilidade da retenção e recolhimento tanto dos encargos sociais quanto dos tributos oriundos das remunerações aos empregados será sempre do empregador. Este, por sua vez, atenderá à legislação em vigor quanto às alíquotas e bases de cálculos. Assim, para fins didáticos, não vemos a necessidade de atualizarmos as tabelas fornecidas pelo órgão competente. Contudo, deixamos registrados que tais tabelas sofrem alterações anualmente, e o aluno, futuro profissional de contabilidade, terá como uma das missões manter-se atualizado em todos os aspectos legais. O empregador calculará e descontará do funcionário o valor do INSS e IRRF devido conforme as tabelas progressivas acentuadas a seguir. Tabela 2 Tabela de INSS para empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso Salário de contribuição (R$) Alíquota Até R$ 1.693,72 8% De R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 9% De R$ 2.822,91 até R$ 5.645,80 11% Fonte: INSS (2018). 15 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Há um limite máximo para o desconto do INSS. Quando o empregado ganhar um valor superior ao limite máximo (teto), só se poderá descontar-lhe do salário o limite estabelecido. Conforme a tabela anterior, o teto é de R$ 5.645,80, sendo o valor máximo de desconto de INSS igual a R$ 621,03 (R$ 5.645,80 x 11%). O limite máximo aplica-se apenas ao empregado segurado. A empresa recolhe a contribuição previdenciária sobre o total da folha de salários. Exemplo de cálculo do INSS e IRRF Voltando ao exemplo de Marcela, que recebe salário mensal de $ 2.500,00 e que durante o mês de junho de 20X8 fez 5 horas extras (no valor de R$ 90,00) e recebeu o reflexo das horas extras sobre o DSR (no valor de R$ 13,84), o cálculo da sua contribuição previdenciária é feito assim: Tabela 3 (+) Salário 2.500,00 (+) Hora extra 90,00 (+) DSR s/ HE 13,84 (=) Salário de contribuição 2.603,84 Alíquota 9% (vide tabela anterior) INSS (2.603,84 x 9%) 234,34 Note que o INSS e o IRRF incidem sobre o salário, mais horas extras, adicionais de insalubridade, periculosidade, noturno, 13º salário e outros valores admitidos em lei pela Previdência Social. Por sua vez, o cálculo do IRRF é feito da seguinte forma: Tabela 4 (+) Salário 2.500,00 (+) Hora extra 90,00 (+) DSR s/ HE 13,84 (=) Subtotal 1 2.603,84 (-) Dependentes (189,59) (-) INSS (234,34) (=) Base de cálculo 2.179,91 Alíquota 7,5% (vide tabela a seguir) = Subtotal 2 163,49 (-) Parcela a deduzir (142,80) (=) IRRF 20,69 A base de cálculo do IRRF é obtida pela soma dos proventos sobre os quais incide o IRRF (salário, hora extra, adicionais) menos as deduções permitidas por lei e que estão transcritas logo após a tabela de incidência mensal de IRRF. No exemplo apresentado, Marcela possui um dependente. 16 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I Tabela 5 Tabela de incidência mensal de IRRF a partir do ano-calendário de 2015 Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) Até 1.903,98 – – De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Fonte: Brasil (2017a). Vejamos as deduções: • R$ 189,59 por dependente. • Contribuição ao INSS. • Pensão alimentícia integral. • Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.903,98 a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015 no benefício recebido da previdência pública ou privada. Observação O não recolhimento das respectivas guias dos tributos citados caracteriza apropriação indébita do empregador, que fica sujeito as penas cominadas no Código Penal. Saiba mais Para verificar melhor como funciona a regulamentação do imposto sobre a renda, leia: BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza. Brasília, 1999. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 22 mar. 2018. 17 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL 2.3 Vale‑transporte O empregado,ao ser admitido, deverá assinar declaração informando se vai usufruir ou não o vale- transporte. Ainda que ele não queira ser beneficiário do vale-transporte, deverá a empresa possuir tal declaração como meio de prova de que a opção foi do empregado, e não que ela não quis fornecê-lo, evitando transtornos no âmbito da fiscalização e reclamações trabalhistas. Na declaração constará o endereço, o número de conduções utilizadas diariamente e o transporte usado, devendo ser atualizada anualmente ou sempre que ocorrerem alterações. O vale-transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para aplicação efetiva em deslocamento residência-trabalho e vice-versa, devendo ser fornecido por meio de recibo. Não estão obrigados à concessão do vale-transporte os empregadores que proporcionem por meios próprios ou contratados, adequados ao transporte coletivo, o deslocamento residência-trabalho e vice-versa de seus empregados. Contudo, quando o transporte fornecido pelo empregador não cobrir integralmente os trajetos dos empregados, a empresa é obrigada a fornecer o vale-transporte para a cobertura dos segmentos não abrangidos pelo referido serviço. O vale-transporte será custeado: pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e pelo empregador, no que exceder a parcela descontada do empregado. A empresa, portanto, poderá descontar do empregado, mensalmente, o equivalente a 6% de seu salário-base quando conceder-lhe o vale-transporte. Exemplos: 1) Um empregado recebe salário mensal de R$ 600,00 e utiliza quatro conduções diárias, sendo o valor unitário da passagem de R$ 2,30. Durante o mês de fevereiro, trabalhou 22 dias. Logo: • Despesa com transporte = R$ 2,30 (valor do transporte) x 4 (conduções diárias) = R$ 9,20. • R$ 9,20 x 22 (dias trabalhados) = R$ 202,40 (total da condução do mês de fevereiro). • Desconto do empregado = R$ 600,00 (salário mensal) x 6% = R$ 36,00. • Parte custeada pelo empregador = R$ 202,40 – R$ 36,00 = R$ 166,40. 2) Um empregado recebe salário mensal de R$ 3.200,00 e utiliza duas conduções diárias de valor unitário R$ 2,30. Durante o mês de fevereiro, trabalhou 22 dias. Logo: • Despesa com transporte = R$ 2,30 (valor do transporte) x 2 (conduções diárias) = R$ 4,60. 18 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I • R$ 4,60 x 22 (dias trabalhados) = R$ 101,20 (total da condução do mês de fevereiro). • Desconto do empregado = R$ 3.200,00 (salário mensal) x 6% = R$ 192,00. Nesse caso, como os 6% do salário do empregado é um valor superior ao seu gasto com transporte, o empregado sofrerá desconto de R$ 101,20. O empregador não terá, portanto, custo com o vale- transporte desse funcionário, pois não seria viável financeiramente para este. 2.3.1 Vale-alimentação A alimentação constitui benefício que pode ser concedido por liberalidade da empresa ou por determinação contida no documento coletivo do sindicato representativo da respectiva categoria profissional, havendo ainda possibilidade de a entidade, para assegurá-la a seus empregados, valer-se das normas que regulamentam o Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT). A empresa pode disponibilizar o benefício da alimentação por vontade própria. Assim, cesta básica, vale-refeição ou vale-alimentação se caracterizarão como verba de natureza salarial, integrando a remuneração do empregado para todos os efeitos legais. Por outro lado, caso a alimentação seja conferida por imposição de convenção ou acordo coletivo, deverá a organização observar rigorosamente o estabelecido no documento. A integração ou não ao salário do valor correspondente à alimentação dependerá, única e exclusivamente, de como ocorreu o fornecimento do benefício ao empregado. Se por liberalidade da empresa ou por imposição de documento coletivo de trabalho, sem a aprovação ou em desacordo com as normas estipuladas pelo PAT, esse benefício integrará a remuneração do empregado para todos os efeitos da legislação trabalhista, inclusive para fins de incidência de encargos sociais (INSS, FGTS e IRRF). Se, por outro lado, a concessão da alimentação se der por intermédio do PAT, seu valor não integrará a remuneração do trabalhador para qualquer efeito legal, sendo irrelevante a forma pela qual o benefício é concedido, se a título gratuito ou a preço subsidiado. Quanto à possibilidade de desconto da alimentação do trabalhador, a Lei nº 8.860/94 (BRASIL, 1994) autorizou ao empregador descontar até o limite de 20% do salário dos empregados beneficiados. Lembrete A licença para as gestantes é de 120 dias, com direito à manutenção do emprego e ao salário-maternidade. 3 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS De acordo com a regra atual, os empregadores ficam obrigados a descontar dos empregados, na folha de pagamento do mês de março de cada ano, a contribuição sindical equivalente a um dia de trabalho, desde que haja expressa autorização do empregado. 19 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL O recolhimento da contribuição sindical referente aos empregados será efetuado no mês de abril de cada ano aos seus respectivos sindicatos. 3.1 Décimo terceiro salário Seu valor corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro, multiplicado pelos meses de serviço naquele ano. Para esse cálculo, a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada como mês integral. Frações inferiores são desprezadas. Se extinto o contrato antes de dezembro, o empregado terá direito à gratificação proporcional aos meses trabalhados no ano e mais 1/12 pertinente ao aviso prévio trabalhado ou indenizado. A gratificação natalina é devida em todos os casos, com exceção de dispensa do empregado por justa causa. A verba deve ser paga em duas metades: a primeira entre os meses de fevereiro e novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro. 3.1.1 Férias Após cada período de 12 meses de trabalho, o empregado terá direito a descanso, que poderá ser dividido em até três períodos, desde que nenhum deles seja inferior a cinco dias corridos e um deles seja maior que 14 dias corridos. A remuneração dos dias de férias será aquela correspondente aos dias de gozo, acrescida dos adicionais a que o empregado tenha direito. Sobre essa remuneração soma-se 1/3, conforme estipulado pela Constituição Federal (BRASIL, 1988, art. 7º, XVII). Exemplo: Elenice recebe salário mensal de R$ 2.385,00. A empresa lhe concederá férias referentes ao período aquisitivo de 1º/11/20X7 a 31/10/20X8, e seu período de descanso será de 30 dias. Elenice não possui dependentes. Tabela 6 Salário R$ 2.395,00 INSS (11% sobre R$ 3.193,33) R$ 351,26 Acréscimo de 1/3 R$ 798,33 IRRF* R$ 71,51 Total da remuneração R$ 3.193,33 Total de descontos R$ 422,77 Líquido de férias a receber = R$ 2.770,56 *Cálculo do IRRF sobre férias = R$ 3.193,33 - R$ 351,26 (INSS) = R$ 2.842,07 x 15% (alíquota – vide tabela 5) = R$ 426,31 – R$ 354,80 (parcela a deduzir). 20 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I O pagamento da remuneração das férias será efetuado até dois dias antes do início do respectivo período de descanso. Caso o trabalhador opte por férias fracionadas, o pagamento pode ser feito proporcionalmente em cada período, respeitado o prazo de pagamento de até dois dias. 3.2 Encargos sociais por parte do empregador A folha de pagamento de uma empresa onera sua carga tributária em uma média de 36,8%. Vejamos seus encargos sociais: • FGTS: corresponde a 8% da remuneração do empregado. • INSS: corresponde a 20% sobre a remuneração do empregado e de seus administradores que recebem pró-labore. • SAT (Seguro de Acidente do Trabalho). • Terceiros: contribuição por lei, devida a terceiros, como Sesi, Sesc, Senai. O empregador deverá calcular e recolher em sua guia de INSS o valorcorrespondente, em geral de 20 ou 22,5%, de acordo com o enquadramento da atividade da empresa no Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS), sobre o rendimento bruto de seus empregados e administradores que recebem pró-labore. Ainda sobre os rendimentos dos trabalhadores, o empregador deverá calcular um percentual referente ao Risco de Acidente do Trabalho (RAT), que, conforme o grau de risco ao qual estão submetidos seus funcionários, poderá variar entre 1%, 2% e 3% (leve, médio e alto, respectivamente). Trata-se de seguro obrigatório, instituído por lei, mediante uma contribuição adicional a cargo exclusivo da organização, que se destina à cobertura de eventos resultantes de acidente do trabalho. Finalmente, sobre os rendimentos dos trabalhadores, o empregador deverá aplicar um percentual de 0,2 a 7,7% a título de contribuição para terceiros (vide tabela FPAS). Esse percentual varia conforme a atividade da instituição. São considerados terceiros beneficiados por tais contribuições da empresa: Sesi, Sesc, Senai, Sebrae e Incra. Vejamos um exemplo em um exercício. Com base nas informações a seguir, deve-se calcular e contabilizar a folha de pagamento do mês de janeiro/20X8. Tabela 7 Funcionário Salário Horas extras Dependentes Álvaro 1.100,00 2 horas 1 (menor de 14 anos) Betina 5.000,00 3 horas 2 (um deles é inválido e tem 30 anos) Clodoaldo 7.000,00 – – 21 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL O sócio-administrador da empresa retira um pró-labore mensal no valor de R$ 3.500,00. Ele possui três dependentes. Dados adicionais: • A hora extra da empresa é de 50%. • INSS patronal: 20%. • Terceiros: 5,8%. • SAT: 1%. • FGTS: 8%. Considere o mês comercial (30 dias), com 25 dias úteis e 5 domingos. Tabela 8 Tabela de INSS para empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso Salário de contribuição (R$) Alíquota (%) Até R$ 1.693,72 8% De R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 9% De R$ 2.822,91 até R$ 5.645,80 11% Fonte: INSS (2018). Tabela 9 Tabela de incidência mensal de IRRF a partir do ano-calendário de 2015 Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) Até 1.903,98 – – De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 Acima de 4.664,68 27,5 869,36 Fonte: Brasil (2017a). Deduções: • R$ 189,59 por dependente. • Contribuição ao INSS. 22 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I • Pensão alimentícia integral. • Aposentado com 65 anos ou mais tem direito a uma dedução extra de R$ 1.903,98 a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015 no benefício recebido da previdência pública ou privada. Resolução Tabela 10 Álvaro Proventos Descontos Salário 1.100,00 INSS 89,44 Hora extra 50% (2h) 15,00 – – DSR s/ HE 3,00 – – Salário-família 31,71 – – Total 1.149,71 Total 89,44 Líquido a receber = 1.060,27 FGTS = 89,44 Base de cálculo do INSS Base de cálculo do IRRF Salário 1.100,00 Salário 1.100,00 HE 15,00 HE 15,00 DSR 3,00 DSR 3,00 Total 1.118,00 x 8% = 89,44 (INSS) Subtotal 1 1.118,00 – – (-) INSS (89,44) – – (-) Dependentes (189,59) – – Subtotal 2 838,97 = isento Note que o empregado Álvaro, pelo fato de sua remuneração em janeiro de 20X8 ter sido de 1.118,00, tem direito a receber uma cota de salário-família. Sobre o salário-família, não há incidência de INSS, FGTS e IRRF. Sua sistemática de pagamento é a seguinte: o empregador paga ao empregado a cota de salário-família. Todavia, por se tratar de um benefício devido pela Previdência Social, o empregador poderá descontar tais cotas de salário-família pagas aos empregados do que ele mesmo deve à Previdência Social. Quanto ao IRRF, Álvaro está isento neste mês por não ter alcançado a faixa mínima de 1.903,99 da tabela de incidência mensal. 23 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Tabela 11 Betina Proventos Descontos Salário 5.000,00 INSS 621,04 Hora extra 50% (5h) 170,45 IRRF 309,77 DSR s/ HE 34,09 Total 930,81 Total 4.273,73 Líquido a receber = 4.273,73 FGTS = 416,36 Base de cálculo do INSS Base de cálculo do IRRF Salário 5.000,00 Salário 5.000,00 HE 170,45 HE 170,45 DSR 34,09 DSR 34,09 Total 5.204,54 (teto) Subtotal 1 5.204,54 – – (-) INSS (621,04) – – (-) Dependentes (379,18) – – Subtotal 2 4.204,02 – – x 22,5% = 945,90 – – (-) Parcela a deduzir (636,13) – – = IRRF 309,77 A funcionária Betina, apesar de possuir um filho inválido de 30 anos, não recebe a cota de salário-família por ter ultrapassado a faixa de remuneração prevista pela Previdência Social. Como ela tem salário de contribuição acima do valor máximo da tabela de INSS, desconta-se o denominado teto do INSS (5.645,80 x 11%). Tabela 12 Clodoaldo Proventos Descontos Salário 7.000,00 INSS 621,04 – – IRRF 884,85 Total 7.000,00 Total 1.505,89 Líquido a receber = 5.494,11 FGTS = 560,00 Base de cálculo do INSS Base de cálculo do IRRF Salário 7.000,00 Salário 7.000,00 Total 7.000,00 (teto) Subtotal 1 7.000,00 – – (-) INSS (621,04) – – (-) Dependentes – – – Subtotal 2 6.378,96 – – x 27,5% = 1.754,21 – – (-) Parcela a deduzir (869,36) – – = IRRF 884,85 24 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I Tabela 13 Sócio-administrador Proventos Descontos Pró-labore 3.500,00 INSS 385,00 – – IRRF 48,17 Total 3.500,00 Total 433,17 Líquido a receber = 5.494,11 – Pró-labore é a remuneração do sócio que trabalha na empresa, e é por meio dela que o empresário pode contribuir para a Previdência. O art. 152 da Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976) não determina valores específicos para a retirada de pró-labore. De acordo com a Instrução Normativa do INSS 87/2003 (INSS, 2003), a contribuição previdenciária do sócio-administrador é de 11% sobre sua remuneração, observado o valor máximo da tabela. Mesmo que o valor de sua retirada esteja situado nas primeiras duas faixas da tabela de INSS, o cálculo de sua contribuição será sempre de 11%. Tabela 14 – Resumo da folha de pagamento Empregados Salários 13.100,00 INSS 1.331,52 HE 50% + DSR 222,54 IRRF 1.194,62 Salário-família 31,71 Total 13.354,25 Total 2.526,14 Líquido da folha de pagamento dos empregados = 10.828,11 Administrador Pró-labore 3.500,00 INSS 385,00 – IRRF 48,17 Líquido da folha de pró-labore = 3.066,83 Encargos sociais do empregador FGTS 13.322,54 x 8% = 1.065,80 INSS patronal 13.322,54 + 3.500,00 = 16.822,54 x 20% = 3.364,50 Terceiros 13.322,54 x 5,8% = 772,70 SAT 13.322,54 x 1% = 133,22 Total devido pela empresa à Previdência Social 4.270,42 (-) Benefícios da Previdência pagos pela empresa aos empregados Salário-família (31,71) Total a ser pago pela empresa à Previdência Social 4.238,71 (+) Contribuição dos empregados à Previdência Social 1.331,52 (+) Contribuição do sócio-administrador à Previdência Social 385,00 Total da guia de recolhimento à Previdência Social 5.955,23 25 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Saiba mais Aprofunde seus conhecimentos sobre a Instrução Normativa nº 87: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS). Instrução Normativa nº 87. Dispõe sobre a contribuição para o financiamento da aposentadoria especial... Brasília: INSS, 27 mar. 2003. Disponível em: <http://www.usp.br/ drh/novo/legislacao/dou2003/mpsin87.html>. Acesso em: 9 abr. 2018. A contribuição previdenciária da empresa deve ser calculada sobre a remuneração dos empregados e sócios-administradores. Quanto à contribuição da empresa às entidades denominadas terceiros e ao SAT, o cálculo deve incidir apenas sobre a remuneração dos empregados. Vejamos a contabilização da folha de pagamento: D – despesas de salário = 13.322,54 C – salários a pagar = 13.322,54 Esse lançamento refere-se à soma de salários, horaextra e DSR sobre as horas extras. D – salários a pagar = 1.331,52 C – contribuição previdenciária a recolher = 1.331,52 D – salários a pagar = 1.194,62 C – IRRF s/salários a recolher = 1.194,62 D – despesas com pró-labore = 3.500,00 C – pró-labore a pagar = 3.500,00 D – pró-labore a pagar = 385,00 C – contribuição previdenciária a recolher = 385,00 D – pró-labore a pagar = 48,17 C – IRRF s/ salários a recolher = 48,17 D – despesa com FGTS = 1.065,80 26 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I C – FGTS a pagar = 1.065,80 D – despesa com INSS = 4.270,42 C – contribuição previdenciária a pagar = 4.270,42 D – contribuição previdenciária a pagar = 31,71 C – salários a pagar = 31,71 Esse lançamento refere-se à subtração da cota de salário-família do valor devido pela empresa à Previdência Social. 4 INSTRUMENTOS FINANCEIROS 4.1 Introduzindo o assunto A empresa, quando dispõe de recursos em caixa, pode fazer diversos investimentos para que seu dinheiro não perca valor no tempo. Tais investimentos podem ser feitos de modo que se realizem em curto ou longo prazo. Há uma gama infinita de opções no mercado, por exemplo: títulos de capitalização, ações de outras companhias e letras do Tesouro Nacional. A depender da intenção da organização quanto ao investimento, isto é, se ela deseja investir para obter rendimentos no curto ou longo prazo, o critério de avaliação que deve ser aplicado nos encerramentos de suas demonstrações contábeis é diferente. Podemos destacar três intenções da empresa quanto ao investimento em ativos financeiros: venda imediata; manter até o vencimento; e venda futura. A seguir, analisaremos quais são os critérios de avaliação a serem aplicados a cada uma das três intenções mencionadas. 4.2 Venda imediata (ou mantido para negociação) No caso de a instituição adquirir um investimento cuja intenção é negociar no curto prazo, o critério de avaliação a ser aplicado sobre esse investimento no encerramento de suas demonstrações contábeis é o do valor justo por meio do resultado, conhecido como VJPR. Contudo, por que devemos aplicar esses critérios de avaliação no encerramento das demonstrações contábeis da companhia? Porque as demonstrações contábeis devem apresentar os ativos e passivos da empresa pelo valor de provável realização, isto é, pelo valor que se obteria pela venda dos ativos ou se desembolsaria no pagamento dos ativos na data das demonstrações contábeis. 27 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Vamos a um exemplo. Considere que no mês de agosto/X8 a empresa X adquiriu um papel (título) por R$ 5.000,00, em dinheiro, cuja intenção é negociar (vender/resgatar) no curto prazo. O registro contábil dessa operação é o seguinte: • Em agosto/X8: D – ativos financeiros (venda imediata) = 5.000,00 C – caixa = 5.000,00 Presuma, ainda, que até o encerramento das demonstrações contábeis, o rendimento do investimento foi de R$ 300,00, caso em que o registro contábil a ser apresentado será: D – ativos financeiros (venda imediata) = 300,00 C – receita financeira = 300,00 Note que o saldo da aplicação, após o reconhecimento dos rendimentos, é de R$ 5.300,00. A fim de encerrar suas demonstrações contábeis, a empresa deverá aplicar o critério de avaliação VJPR sobre essa aplicação. Supondo que o valor justo dessa aplicação seja de R$ 5.500,00 na data de encerramento das demonstrações contábeis, o procedimento a ser adotado será: D – ativos financeiros (venda imediata) = 200,00 C – ganho com ajuste a valor justo de ativo financeiro = 200,00 Ao efetuarmos o lançamento em questão, o saldo da conta ativos financeiros (venda imediata) será de R$ 5.500,00, refletindo, portanto, o valor de provável realização desse ativo, na data do balanço. Observação Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 46 – Mensuração do Valor Justo, a definição de valor justo é “o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data da mensuração” (CPC, 2013). Nesse critério de avaliação, o ajuste do ativo a seu valor justo impacta o resultado do período. 28 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I 4.3 Mantido até o vencimento No caso de a empresa adquirir um investimento cuja intenção é mantê-lo até a data de seu vencimento e comprovar capacidade financeira para mantê-lo até tal data, isto é, não precisará resgatar antecipadamente para pagar eventuais passivos, o procedimento a ser utilizado é apenas atualizar o investimento pelos seus encargos e rendimentos (entendido também como atualizar pela curva do papel), não havendo qualquer ajuste a valor justo a ser efetuado. Tendo em conta o mesmo exemplo utilizado, no qual a empresa, no mês de agosto/X8, tenha adquirido um papel (título) por R$ 5.000,00 em dinheiro, mas sua intenção seja a de manter até o vencimento, o registro contábil da aquisição do papel seria o mesmo: • Em agosto/X8 D – ativos financeiros (mantidos até o vencimento) = 5.000,00 C – caixa = 5.000,00 Suponha também que, até o encerramento das demonstrações contábeis, o rendimento do investimento foi de R$ 300,00, caso em que o registro contábil a ser apresentado será: D – ativos financeiros (mantidos até o vencimento) = 300,00 C – receita financeira = 300,00 Observe que o saldo da aplicação, após o reconhecimento dos rendimentos, é de R$ 5.300,00. Assim, não haverá nenhum ajuste a valor justo a ser efetuado. Caso a empresa não comprove capacidade financeira para manter o investimento até o vencimento, deverá classificá-lo como venda futura (ou disponível para venda) e aplicar os procedimentos desse critério de avaliação. 4.4 Venda futura (ou disponível para venda) Se a empresa adquirir um investimento cuja intenção não se encaixa na hipótese de venda imediata nem na intenção de manter até o vencimento (ou comprova capacidade financeira para mantê-lo até tal data), o critério de avaliação a ser aplicado sobre esse investimento no encerramento de suas demonstrações contábeis é o do valor justo com contrapartida no patrimônio líquido. A única diferença que se apresenta entre esse critério de avaliação em relação ao VJPR é que, neste caso, afeta-se o patrimônio líquido, enquanto no VJPR há impacto no resultado do período. 29 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Utilizando o mesmo exemplo, no qual a entidade, no mês de agosto/X8, tenha adquirido um papel (título) por R$ 5.000,00 em dinheiro, mas sua intenção não seja a de venda imediata ou de manter até o vencimento, o registro contábil da aquisição do papel seria o mesmo. O registro contábil dessa operação é o seguinte: • em agosto/X8 D – ativos financeiros (venda futura) = 5.000,00 C – caixa = 5.000,00 Considerando ainda que, até o encerramento das demonstrações contábeis, o rendimento do investimento foi de R$ 300,00, o registro contábil a ser apresentado será: D – ativos financeiros (venda futura) = 300,00 C – receita financeira = 300,00 Observe que o saldo da aplicação, após o reconhecimento dos rendimentos, é de R$ 5.300,00. A fim de encerrar suas demonstrações contábeis, a empresa, neste caso, deverá aplicar para o investimento o critério de avaliação de ajuste a valor justo do ativo com contrapartida no patrimônio líquido. Tendo em conta que o valor justo desse investimento seja de R$ 5.500,00 na data de encerramento das demonstrações contábeis, o procedimento a ser adotado será: D – ativos financeiros (venda futura) = 200,00 C – ajuste de avaliação patrimonial = 200,00 (outros resultados abrangentes) Note que nesse exemplo, ao ajustarmos o valor do investimento a seu valor justo, haverá um reconhecimento de um ganho de R$ 200,00 ainda não realizado (valor justo do investimentode R$ 5.500,00 menos o seu valor contábil de R$ 5.500,00 = R$ 200,00 de ganho). Esse ganho de R$ 200,00 somente será realizado e tributado no momento da venda do investimento. No entanto, na hipótese de venda desse investimento na data do balanço, a empresa transferiria o saldo de R$ 200,00 da conta ajuste de avaliação patrimonial para o resultado do período e teria um ganho tributável. Assim, quando o ajuste a valor justo de um ativo financeiro disponível para venda resultar em um ganho, calcula-se o chamado imposto de renda diferido, que é reconhecido no passivo não circulante. 30 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I Supondo uma tributação de 34% de imposto de renda e contribuição social sobre o ganho não realizado de R$ 200,00, o IR diferido seria calculado e contabilizado da seguinte forma: R$ 200,00 x 34% = 79,56 D – ajuste de avaliação patrimonial = 79,56 (outros resultados abrangentes) C – imposto de renda diferido = 79,56 Observação A conta ajuste de avaliação patrimonial foi introduzida na contabilidade brasileira pela Lei nº 11.638/07 para receber as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência. Pode seu saldo ser devedor ou credor (BRASIL, 2007). Resumo Esta unidade apresentou importantes elementos sobre como o profissional da área contábil deve tratar na contabilidade reflexos das decisões gerenciais (principalmente) para conquistar e manter clientes, como o risco de inadimplência, concessão de descontos comerciais etc. Relatamos exemplos sobre adicional de insalubridade e de periculosidade, bem como o salário-família e o salário-maternidade. Depois, ilustramos diversas tabelas com os devidos descontos de empregador e empregado em relação a itens, como imposto de renda retido na fonte (IRRF), contribuição previdenciária (INSS), vale-transporte e vale-refeição. Concluindo nossos estudos, apresentamos os instrumentos financeiros: venda imediata, mantido até o vencimento e venda futura. 31 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 CONTABILIDADE EMPRESARIAL Exercícios Questão 1. Considerando o assunto folha de pagamento e seus componentes, leia as alternativas a seguir e assinale a correta. A) A carga horária mensal a ser cumprida por um funcionário está determinada no âmbito da Constituição Federal. B) O exercício do descanso semanal remunerado está assegurado ao empregado mesmo em caso de falta sem justificativa, sem prejuízo da remuneração do dia. C) O adicional de insalubridade deve ser pago pelo empregador ao empregado que estiver exposto às atividades que atentem contra a saúde humana, sendo que seu percentual está estabelecido para qualquer atividade, independentemente de seu grau de risco. D) Empregado doméstico não tem direito ao salário-família. E) Em caso de adoção, a mãe terá direito à licença-maternidade. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a Constituição Federal fixa o limite máximo de horas diárias bem como das semanais, sendo que a carga horária mensal a ser cumprida por um funcionário será determinada entre as partes contratantes. B) Alternativa incorreta. Justificativa: em caso de falta sem justificativa, o funcionário tem direito ao dia de descanso, porém sem sua remuneração. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o percentual de insalubridade terá sua remuneração estabelecida conforme o grau de exposição. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o salário-família se estende a empregado doméstico como a qualquer outro que, conforme a lei, faz jus. 32 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 0/ 04 /1 8 Unidade I E) Alternativa correta. Justificativa: a licença para as gestantes é de 120 dias, com direito à manutenção do emprego e ao salário-maternidade, com direito à licença-maternidade estendido para o caso de adoção. Questão 2. A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e dividendos propostos é uma conduta profissional que atende a qual princípio contábil? A) Competência. B) Consistência. C) Continuidade. D) Entidade. E) Prudência. Resolução desta questão na plataforma.
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