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Trabalho de Direito Individual e Coletivo do Trabalho

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS BEZERRA ÁVILA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVENÇÃO COLETIVA DAS EMPREGADAS DOMÉSTICAS 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2020 
 
 
 
 
LUCAS BEZERRA ÁVILA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVENÇÃO COLETIVA DAS EMPREGADAS DOMÉSTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TRABALHO DO CURSO DE DIREITO DA 
 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
 DISCIPLINA: DIREITO COLETIVO E 
 INDIVIDUAL DO TRABALHO 
 PROFESSOR: LEONARDO RABELO DE 
MATOS 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2020 
 
 
 
 
O governo, visando manter os empregos dos trabalhadores, sancionou duas Medidas 
Provisórias importantíssimas que flexibiliza as regras da CLT aos empregadores. Com a MP 
927 o empregador doméstico pode fazer a antecipação das férias ainda não vencidas; permite 
dar licença compensando em feriados; permite que o empregador adie o recolhimento do fundo 
de garantia social durante três meses dentre outras medidas. Já a MP 936 dá ao empregador 
doméstico a opção de reduzir a jornada de trabalho juntamente com a redução proporcional do 
salário ao do trabalho por até noventa dias e a suspender o contrato de trabalho por até dois 
meses. Nesse período, os salários são pagos pelo governo federal. O ministro do STF, Ricardo 
Lewandowski, concedeu uma liminar determinando que esses acordos individuais previstos 
nas medidas provisórias sejam comunicados ao sindicado. 
Mas apesar dessas medidas uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva entre os 
dias 14 e 15 de abril, indica que 45% dos empregadores de domésticas diaristas e mensalistas 
abriram mão destas profissionais sem manter o pagamento. É interessante observar aqui que os 
entrevistados dessa pesquisa são pertencentes das classes A e B, que são camadas da sociedade 
em que a renda por pessoa da família é superior ao teto de R$ 1.526 mensais que limita a classe 
C. 
A mesma pesquisa aponta ainda que 23% dos empregadores e empregadoras de 
diaristas e 39% dos patrões de mensalistas afirmaram que suas funcionárias continuam 
trabalhando normalmente, mesmo durante o período de quarentena. Ou seja, tal pesquisa serve 
para ilustrar duas preocupações que afetam essa categoria, as muitas trabalhadoras que estão 
sem renda e sem condição de atender às necessidades básicas de suas famílias, como as que 
estão trabalhando normalmente e se deslocando por grandes distâncias pela cidade e pelos 
transportes públicos sem poder atender às recomendações da Organização Mundial de Saúde 
(OMS) de ficar em casa para reduzir a circulação do vírus, já que elas são muitas vezes a ponte 
da transmissão de vírus para a periferia. 
Vale lembrar que a primeira morte por covid-19 no Estado do Rio de Janeiro foi a de 
uma empregada doméstica de 63 anos que tinha diabete e hipertensão. Ela teve contato com a 
patroa, que esteve na Itália e contraiu o vírus. 
Chama atenção o fato de que a proporção de patrões que aderiram à dispensa 
remunerada ser maior entre os patrões da classe C, cuja renda por pessoa da família varia entre 
R$ 536 a R$ 1.526, do que entre os grupos A e B. A pesquisa mostra que 40% dos 
empregadores da classe C dizem praticar a dispensa remunerada; no grupo A e B, tal percentual 
é de 36%. 
Segundo a associação da categoria, só no Distrito Federal, o novo coronavírus atingiu 
cerca de 200 mil trabalhadores domésticos. Do ponto de vista trabalhista, as diaristas são a 
representação mais fiel da fragilidade do trabalho eventual, sem garantias em períodos de crise. 
O que resta é apelar para o bom senso, como fez o presidente da ONG Instituto Doméstico 
Legal, Mario Avelino, em reportagem publicada pela BBC News Brasil, onde pede que os 
patrões tenham “bom senso e o respeito pelo ser humano”. 
 
REFERÊNCIA: 
 
PÓLVORA, Flávia Lima. Trabalho Doméstico Frente à Pandemia do Covid-19. 
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/323954/trabalho-domestico-frente-a-
pandemia-do-covid-19 
GUIMARÃES, Ligia. Coronavírus no Brasil: 39% dos patrões dispensaram diaristas sem 
pagamento durante pandemia, aponta pesquisa. Disponível em: 
https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/04/22/conoravirus-no-brasil-39-dos-patroes-
dispensaram-diaristas-sem-pagamento-durante-pandemia.htm 
GRAGNANI, Juliana. ‘Diaristas não existem para o governo’, diz ONG sobre falta de 
proteção na crise do coronavírus. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/bbc/2020/03/18/diaristas-nao-existem-para-o-governo-diz-presidente-de-ong-sobre-
falta-de-protecao-a-informais-durante-pandemia-do-coronavirus.htm 
https://www.migalhas.com.br/depeso/323954/trabalho-domestico-frente-a-pandemia-do-covid-19
https://www.migalhas.com.br/depeso/323954/trabalho-domestico-frente-a-pandemia-do-covid-19
https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/04/22/conoravirus-no-brasil-39-dos-patroes-dispensaram-diaristas-sem-pagamento-durante-pandemia.htm
https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/04/22/conoravirus-no-brasil-39-dos-patroes-dispensaram-diaristas-sem-pagamento-durante-pandemia.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/03/18/diaristas-nao-existem-para-o-governo-diz-presidente-de-ong-sobre-falta-de-protecao-a-informais-durante-pandemia-do-coronavirus.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/03/18/diaristas-nao-existem-para-o-governo-diz-presidente-de-ong-sobre-falta-de-protecao-a-informais-durante-pandemia-do-coronavirus.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2020/03/18/diaristas-nao-existem-para-o-governo-diz-presidente-de-ong-sobre-falta-de-protecao-a-informais-durante-pandemia-do-coronavirus.htm

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